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História da fotografia

Câmara escura

Primeira ilustração publicada da Câmara Escura (1545)

A câmara escura foi o primeiro processo conhecido para fixar imagens, através
de um princípio óptico que permitia definir silhuetas num suporte, depois
passadas a desenho por artistas. Conhece-se um esboço deste processo
datado de 1519, efectuado por Leonardo da Vinci.
História da fotografia
Câmara escura em forma de mesa (1769)

Grande câmara escura em forma de


liteira, construida em Roma por
Athanasius Kircher (1646)

A câmara escura consistia numa caixa ou num espaço devidamente selado da


luz, excepto por um orifício com o tamanho de uma agulha (pin-hole), através
do qual a luz reflectida pela cena era filtrada para formar uma imagem.
História da fotografia
Câmara Escura em forma Câmara escura de
de liteira (1711) mesa (1820 )

Câmara Escura em forma de tenda

Câmara Escura
em forma de
livro (séc XVIII)

Exemplos de câmaras escuras.


História da fotografia

A câmara escura apresentava uma qualidade de imagem bastante fraca, e a


diminuição do tamanho do orifício escurecia muito a imagem. Em 1550 o físico
milanês Girolano Cardano sugeriu o uso da lente biconvexa junto ao orifício,
permitindo aumentar e tornar mais clara a imagem, não perdendo nitidez pela
refracção dos raios de luz, convergindo num único ponto.
História da fotografia
Diversos tipos de diafragma

A imagem só torna-se nítida no ponto


chamado FOCO. Fora desse ponto a
imagem é formada por discos chamados
CÍRCULOS DE CONFUSÃO

Posteriores experiências revelaram que a alteração do diâmetro do orifício


podia melhorar a nitidez da imagem a diferentes distâncias, pelo que foi
instalado um sistema junto com a lente que permitia o aumentar e diminuir, que
viria a evoluir para o diafragma.
História da fotografia

Retrato de Thomas Wedgwood (1771-1805)

Em 1727, Johann Heinrich Schulze descobre o primeiro material foto-


sensível, misturando acidentalmente giz, ácido nítrico e prata.
No início do século XIX, Thomas Wedgwood conduz experiências em que
captura com sucesso imagens, mas não conhece nenhum processo de as
tornar permanentes. Designadas por “pinturas solares”, consistem na
colocação de objectos opacos sobre peles tratadas com nitrato de prata.
História da fotografia

Em 1827 o francês Joseph Niépce, após uma exposição de oito horas,


consegue a reprodução da vista da janela do seu quarto. É o primeiro exemplo
com algum sucesso na captação permanente de uma imagem, através da
junção da câmara escura com um suporte foto-sensível.
História da fotografia
Retrato de
Nicéphore
Niépce (1795)

Heliografia do Cardeal D'Amboise

O processo consistia numa placa de estanho com betume judaico branco que
tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Nas partes não
afectadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema.
Baptizou este processo de “heliografia”, gravura com a luz solar.
História da fotografia

Retrato de Daguerre
(1787-1851)

Natureza morta (1837)


daguerreótipo

Em 1839, o cientista francês Louis Daguerre, sócio de Niépce, consegue


aperfeiçoar o processo da fotografia, ao descobrir um meio de obtenção de
positivos directos, a que dá o nome de “daguerreótipo”, anunciando neste ano
ao público a sua descoberta.
História da fotografia Coleccionador de borboletas (c. 1850) daguerreótipo

Câmara de daguerreotipia
com o monograma de
Daguerre (1839)

Suporte para fixar a cabeça


usado na época de Daguerre

O daguerreótipo consistia numa imagem produzida numa placa de metal


coberta com iodo de prata e fixada com sal, e embora assumisse grande
fragilidade, era capaz de reproduzir a realidade com grande detalhe.
História da fotografia

Equipamento completo
para a Daguerreotipia

O daguerreótipo tornou-se muito popular pois atendeu à procura da classe


média por retratos durante a Revolução Industrial, que não podia ser suprida
em volume nem em custo pela pintura a óleo. Este foi o primeiro impulso para o
desenvolvimento da fotografia
Em 1839 é utilizado pela primeira vez o termo “fotografia”, por Sir John
Herschel, no ano em que este processo se tornou público. O termo deriva da
conjugação das palavras gregas para luz (”phtós”) e escrita (”graphé”).
História da fotografia

Retrato de Fox
Talbot

Primeiro negativo e positivo (por volta de 1835), janela da casa de Talbot em


Lacock Abbey

Em 1839, inglês William Henry Fox Talbot realizava uma série de


experiências que resultaram na invenção de um outro processo que consistia
na fixação das imagens em forma de negativo sobre um papel impregnado com
uma solução de sais de prata, designado por "calótipo".
História da fotografia

Exemplo de calótipo - ilustração do livro de Fox Talbot


“The Pencil of Nature”

Em relação ao daguerreótipo, que constituía uma imagem única em positivo, o


calótipo tinha como principal vantagem a possibilidade de obtenção de várias
provas a partir de um único negativo. Não atingia, no entanto, a mesma
qualidade e definição.
História da fotografia

Retrato de Frederick Archer

As investigações para encontrar um negativo de melhor qualidade


prosseguiram, e em 1851 Frederick Scott Archer apresenta o processo do
"colódio húmido", uma mistura de algodão de pólvora com álcool e éter como
meio de unir os sais de prata nas placas de vidro, depois fixado com tiossulfato
de sódio ou com o venenoso cianeto de potássio.
Este processo permitia uma concentração maior de sais de prata, sendo as
placas 10 vezes mais sensíveis. O único inconveniente era a necessidade de
sensibilizar, expor e revelar a chapa num curto espaço de tempo.
Ascher não teve interesse em patentear o seu processo, pelo que morreu na
miséria e quase desconhecido; no entanto os fotógrafos ingleses, e depois do
resto do mundo, podiam praticar livremente, pela primeira vez, a fotografia,
uma vez que nehuma patente impedia esta livre utilização.
História da fotografia Fotografia de paisagem na guerra da Crimeia (c. 1855)

A fotografia tinha agora condições de crescer em popularidade e em


quantidade de aplicações durante a época do colódio, que durou 30 anos.
Aumentou o número de retratistas e pessoas de todas as classes sociais
desejavam retratos, que iria se estender com o uso de uma adaptação barata
do processo colódio chamada “ambrótipo”.
História da fotografia

Exemplo de um ambrótipo
sem o fundo escuro em
metade da imagem, para
mostrar o efeito positivo

O ambrótipo consistia num positivo directo, obtido com a chapa de colódio,


através de um negativo sub-exposto a que se escurecia o dorso com um tecido
preto ou um verniz escuro, dando assim a impressão de um positivo graças à
grande reflexão de luz da prata metálica. Dessa maneira o negativo não podia
mais ser copiado, mas representava uma economia de tempo e dinheiro.
História da fotografia

Canhões do Czar em frente da porta Spassky, Moscovo (Segunda metade do séc. XIX)
Estereofotografia

Em meados de oitocentos, a fotografia tornou-se um meio bastante


popularizado de divulgação de informação visual sobre o mundo. Esta
dimensão popular conheceu um grande incremento com a criação da
fotografia estereoscópica em 1861.
História da fotografia

Retrato de Richard
Leach Maddox,
1816 - 1902

Fotógrafo ciclista itinerante


(por volta de 1870)

Por volta de 1870 um médico e microscopista inglês, Richard Leach Maddox,


inventa o negativo seco (chapa seca), um vidro com uma emulsão de gelatina
e brometo de prata como substituto para o colódio. Isto evitava a solução mais
artesanal da emulsão líquida que exigia uma difícil preparação individual,
passando-se à era moderna do material fotográfico.
História da fotografia

Caixa de chapas secas (c. 1890)

O sucesso comercial deste processo é testemunhado pela multiplicação e


rápida expansão das empresas produtoras de negativos e de papel para
impressões. Em paralelo com esta proliferação da produção surgiu a
necessidade de normalização dos procedimentos, dos negativos, dos papéis e
das respectivas características (tais como os formatos e as sensibilidades).
História da fotografia

Rolo (filme) fotográfico Kodak

Retrato de George Eastman


(1854 - 1932)

Em 1861, Alexander Parkes inventa o celulóide, uma matéria plástica depois


transformada em folhas suficientemente finas para receber a emulsão foto-
sensível, ultrapassando o vidro na leveza, resistência e facilidade de trabalho.
O americano George Eastman aproveitaria este avanço e inventaria na
década de 1880 um negativo em rolo que admitia várias exposições e que
estaria na base do actual rolo fotográfico.
História da fotografia

Publicidade à câmara fotográfica Kodak

Câmara fotográfica Kodak

Eastman introduziria no mercado a partir de 1888 uma nova câmara fotográfica


a que chamou "Kodak nº 1", responsável pela total democratização deste
processo de realização de imagens. Esta câmara de mão simples com o
formato de uma caixa em que se inseria um rolo de papel fotográfico,exigia do
utilizador apenas a activação do obturador e o rodar de uma chave para enrolar
o filme.
História da fotografia

Representação gráfica com corte de uma


câmara fotográfica Kodak

Publicidade à câmara fotográfica Kodak


História da fotografia

Publicidade à câmara fotográfica Kodak

Retrato de
George
Eastman

Após 100 exposições a câmara era levada ao laboratório e o filme processado,


sendo devolvidas as impressões com a câmara devidamente carregada com
novo filme. A sua empresa, Eastman Kodak, criaria o "slogan": você aperta o
botão, nós fazemos o resto.
História da fotografia
Pega

Fecho

Câmara
fotográfica
Brownie
Kodak
Visor Lentes do
visor

Objectiva
Manivela de
avanço do filme
Fecho
Botão do
obturador
Representação gráfica de uma câmara
fotográfica Brownie-Kodak

Em 1901, Eastman iria lançar uma nova câmara, denominada como Brownie-
Kodak, que juntamente com a industrialização da produção e revelação do
filme ajudou à expansão da fotografia para um mercado em massa.
História da fotografia
Entre 1872-1877 o fotógrafo inglês
Eadward Muybridge (1830-1904)
foi contratado por um proprietário
de cavalos californiano para decidir
uma aposta. Pediram-lhe que
descobrisse se um cavalo a trote
levanta as quatro patas ao mesmo
tempo. Muybridge instalou numa
pista de corrida 48 máquinas
fotográficas que seriam disparadas
por mecanismos de relógio ou por
fios que se partiam quando o
cavalo passava. Produziu uma
sequência de fotografias que
decidiria a aposta e que constituem
as primeiras experiências de
fotografias de movimento.

Estudo fotográfico de movimento de


um cavalo de Eadward Muybridge
História da fotografia

Câmara fotográfica tri-color

Em 1855 foi dado o primeiro passo para a criação de um sistema de fixação de


imagens a cores pelo físico inglês James Maxwell quando neste ano definiu o
princípio da cor fotográfica a partir das três cores primárias. Tiraria a primeira
fotografia colorida permanente em 1861, mas as experiências iniciais em
cores não puderam fixar a fotografia nem prevenir a cor de enfraquecimento.
História da fotografia Os irmãos Lumiére

Em 1903, partindo da teoria de James Maxwell, os irmãos Lumiére


anunciaram neste ano o primeiro processo fotográfico a cores.
Em 1907 seria introduzido no mercado do primeiro filme colorido, o
Autocromo, baseado em pontos tingidos de extracto de batata, o qual só seria
suplantado em 1935, com a invenção do filme Kodachrome transparente.
História da fotografia

Irmãos Lumiére - Rapariga com sombrinha (1906-10) Fotografia autocromática


História da fotografia
Outros avanços importantes:
c. 1891 - Invenção do filme fotográfico de 35 mm, inicialmente utilizado no
cinema e mais tarde (c. 1920) na fotografia.
c. 1914 - Invenção da máquina fotográfica de 35 mm.
História da fotografia
Outros avanços importantes:
1935 - Invenção do filme Kodachrome transparente, baseado em três
emulsões coloridas.
1936 - Desenvolvimento pela Agfacolor da tecnologia na base da maioria dos
filmes coloridos modernos.
História da fotografia
Outros avanços importantes:
1947 - Invenção da máquina Polaroid pelo americano Edwin Land, que
continha um minúsculo laboratório que produzia imagens positivas a
preto e branco em menos de um minuto. As primeiras Polaroids para
fotografias a cores só ficariam disponíveis em 1963.
História da fotografia
Outros avanços importantes:
1981 - A Sony apresenta a primeira câmara fotográfica digital “Mavica”, ou
câmara de vídeo de imagem parada.
1990 - Introdução pela Kodak da DCS 100, a primeira câmera digital
comercialmente disponível. O seu custo impediu o uso em
fotojornalismo e em aplicações profissionais, mas a fotografia digital
nasceu para o público, permitindo o trabalho dos fotógrafos em
localidades distantes sem acesso às instalações de produção
(laboratório).
Actualmente basta uma
ligação telefónica para a
transmissão de imagens
através da Internet, ou
via satélite.

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