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Evolução no conceito de Direito de Propriedade e a Possibilidade de Conservação dos

Recursos Naturais

Professor Doutor Cláudio Antonio Di Mauro; claudio43mauro@gmail.com;


claudiodimauro@ig.ufu.br
Site: www.claudiodimauro.com.br
Instituto de Geografia – Universidade Federal de Uberlândia.

Roteiro Preparado para ministrar aula na disciplina Educação Para o Meio Ambiente
Cursos de Engenharia Aeronáutica e Engenharia Mecânica – II Semestre de 2010.

- A concepção individual do direito, a concepção do direito de uso da propriedade


permitem a absoluta apropriação dos Recursos Naturais ? Os RECURSOS NATURAIS são
passíveis de apropriação individual, como direito absoluto e inviolável de apropriação ?
O conceito de direito ilimitado e absoluto a propriedade gerou a exploração ilimitada e
predatória dos Recursos Naturais, com enormes perdas desses recursos. Com a ascensão do
liberalismo houve a concentração da propriedade e da renda e consolidou a garantia
individual

- Com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1789), mesmo que a propriedade
tenha sido considerada como um direito sagrado e inviolável, admitia a desapropriação,
quando houver necessidade pública.

- No pós I Guerra Mundial passa a ser considerada a intervenção estatal e seu controle
sobre a propriedade privada. Ainda que isso ficasse na subjetividade e na teoria. ASsim o
direito a propriedade privada é visto como um poder-dever. Neste caso, firmam-se os
conceitos de que a propriedade deve atender as funções sociais.

Com isso, no Brasil são preparados alguns Códigos:

1) Código Florestal – Decreto n° 23.793, de 23 de janeiro de 1934 que disciplina e limita a


apropriação e utilização de florestas particulares, reiterando limitações e definindo áreas de
preservação permanente;

2) Código de Minas- Decreto 24. 642, de 10 de julho de 1934 que disciplina e limita a
apropriação, uso e gozo do solo e subsolo. Estabelece limites às exigências ambientais e
obriga os empreendimentos a evitarem a poluição das águas;

3) Código de Águas – Decreto 24643, de 10 de julho de 1934 que trata da utilização e


conservação dos recursos hídricos. Limita o uso da água ao bom e adequado uso e admite o
conceito do poluidor/pagador.

4) O Estatuto da Terra, Lei 4504 de 30 de novembro de 1964trabalho o conceito de função


social da propriedade, a que ela está limitada e a conservação dos Recursos Naturais deve
satisfazer a função social.
5) Na propriedade para uso industrial, o Decreto-Lei 1.413, de 14 de agosto de 1975
estabelece condicionantes, especialmente medidas preventivas parta não causar danos
ambientais. Em 1980 a lei 6803 de 2 de julho de 1980, pretende garantir a salubridade, a
tranqüilidade, a paz ,a a saúde e o bem estar do povo. É uma nítida limitação ao direito de
propriedade, prevenindo efeitos danosos ao ambiente.

6) Em 27 de abril de 1981 a norma 6.902 e em 31 de janeiro de 1984 há disciplinas para as


estações ecológicas, proteção ambiental, reservas ecológicas e definição de áreas de
relevante interesse ambiental, com enormes repercussões no direito de propriedade.

A Constituição Federal de 1988

Há uma relação entre propriedade e sociedade. Não há mais propriedade como direito e
garantia individual. Não há proteção às propriedade que agrida a sociedade, ferindo os
direitos dos cidadãos. Na Constituição Federal está consolidada a função social da
propriedade. Sua aquisição, seu uso e gozo estão sujeitos à conservação dos Recursos
Naturais.

- Com a construção dos conceitos de direitos sociais, coletivos e difusos o direito à


propriedade sofre limitações para atender os interesses comuns. Ou seja, o direito à
propriedade está limitado a satisfazer os interesses comuns ? Isso limita o direito a
propriedade ?

Como estes conceitos estão relacionados com a prevenção de danos ambientais ?

Os instrumentos jurídicos possíveis de serem utilizados pela sociedade são:


- Ação Civil Pública;
- Ação Popular;
-Mandado de segurança individual e coletivo, entre outros.

Importante Consultar:

BRASIL – Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto


constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com alterações. Brasília. Senado
Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2004.

MACHADO, PAULO AFONSO LEME - Direito Ambiental Brasileiro. 4a. Edição. São
Paulo. Malheiros, 1992.

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