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Análise Psicológica (2007), 1 (XXV): 153-158

Parcerias comunitárias e intervenção


preventiva

JOSÉ H. ORNELAS (*)


MARIA JOÃO VARGAS MONIZ (**)

CONCEPTUALIZAÇÃO E CRITÉRIOS DE e na coordenação de serviços para se atingir deter-


EFICÁCIA DAS PARCERIAS COMUNITÁRIAS minados benefícios comuns. Segundo Chavis (2001)
uma parceria pode ser definida como um processo
As parcerias comunitárias são uma forma de de colaboração que implica a criação de relações
promover respostas coordenadas para problemas de confiança, a partilha de conhecimentos e de
sociais complexos (Chavis, 1995; Roussos & liderança.
Fawcett, 2000) e são um espaço de participação Deste modo, as Parcerias Comunitárias assumem
cívica e um tipo de estrutura aceite pelos que agem um forte ênfase na organização comunitária, no
para construir comunidades mais saudáveis (cf. desenvolvimento de líderes cívicos e no aumento
Berkowitz, 2001). do controlo e poder dos(as) que serão directa ou
Embora existam múltiplas definições de parceria, indirectamente afectados pelas actividades da
segundo Wolff (2001), há critérios que temos de parceria (Himmelman, 2001).
ter em consideração para que um processo social A investigação na área dos serviços humanos
seja uma parceria, como ser composta por membros (Foster-Fishman, Berkowitz, Lounsbury, Jacobson
da comunidade, focalizar-se sobretudo em questões & Allen, 2001; Abbot, Jordan & Murtaza, 1995)
locais, basear-se nos recursos comunitários exis- sugere que as parcerias desempenham um papel
tentes e na resolução dos problemas através de relevante no encorajamento das trocas inter-orga-
processos de colaboração. Uma parceria deve ainda nizacionais; no desenvolvimento de sistemas inte-
ser sustentável no tempo, orientar-se para a inter- grados de prestação de serviços e na melhoria dos
venção na comunidade e numa perspectiva de longo- sistemas de comunicação entre as organizações.
-prazo, pelo que deve enquadrar-se na promoção As parcerias mais eficazes são as que apresentam
de um trabalho colaborativo, na partilha de recursos um conjunto de características específicas; são
abrangentes, flexíveis e orientadas para respostas
concretas, promotoras da ligação à comunidade e
que desenvolvam o empowerment comunitário.
A qualidade das parcerias está também associada
ao facto de reflectirem a diversidade da comunidade,
(*) Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa.
(**) Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa promoverem a inovação e de terem a capacidade
/ Associação para o Estudo e Integração Psicossocial. de gerir a divergência ou o conflito. Há ainda a

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ter em consideração a orientação das parcerias de conteúdos e dos resultados e/ou impactos
para resultados de carácter preventivo vs reactivo, da acção conjunta.
isto é, por um lado, promover acções antes que
os acontecimentos considerados como negativos Deste modo, as parcerias que tendem a ser
tenham tido a oportunidade de emergir, por outro, mais eficazes (segundo Butterfoss, Godman &
intervenções orientadas para resultados reactivos, Wandersman, 1993; Bond & Keys, 1993; Allen,
que digam respeito a modelos de actuação, proce- 2005; Wolf, 2006 entre outros), são aquelas onde
dimentos ou práticas interventivas accionadas se constatam elementos como: 1. A abrangência,
depois dos acontecimentos considerados como isto é, não se constituem em torno de uma só
negativos ou danosos terem ocorrido. questão ou problema, mas têm uma perspectiva
As parcerias mais eficazes tendem a ser as que holística acerca da complexidade dos problemas
adoptam sistemas de avaliação, que previligiam sociais e dos processos de mudança social e
metodologias participativas e promotoras de empower- comunitária; 2. A flexibilidade e orientação para
ment, aumentando assim as suas probabilidades respostas concretas, que implica que a constituição
de sucesso (Chavis, 1999, 2001; Wolf, 2001). de uma parceria deve estar adaptada ao contexto
Considerando uma parceria como sendo uma concreto e ter em consideração os problemas e as
organização de organizações que se conjugam para prioridades dos agentes intervenientes e dos
um propósito comum (Wolf, 2001), podemos iden- grupos sociais a que se destinam; se tomarmos
tificar como relevantes quatro estratégias que facilitam como exemplo os jovens, as parcerias que incen-
o seu bom funcionamento e podem contribuir para tivam a sua participação, tendem a ter muito mais
o aprofundamento do trabalho em parceria: sucesso em termos da redução do crime e da
incidência da violência (cf. Zeldin, 2004); 3. A
a) Trabalho em Rede (Networking) – implica promoção da ligação à comunidade, que implica
troca de informação para benefício mútuo, a o reconhecimento da importância da participação
alteração de actividades para contribuir para do(s) grupo(s) sociais em torno dos quais se organiza
o conjunto, a partilha de recursos para bene- a parceria; 4. O desenvolvimento do empowerment
fício mútuo e construção de um propósito comum. comunitário, que implica um esforço de compreensão
O trabalho em rede requer muito tempo e das pessoas e dos seus contextos (Rappaport, 1987),
níveis elevados de confiança. assim uma parceria que o promove, procura perma-
b) Coordenação – para além dos factores conti- nentemente proporcionar oportunidades para que
dos na alínea anterior, neste parâmetro enquadra- a comunidade ganhe maior controlo sobre o que
-se a alteração concreta de actividades e/ou lhe diz respeito e, através de mecanismos de lide-
procedimentos para um propósito comum e rança partilhada, promova a participação e a consul-
a partilha de recursos e a vontade de aumentar toria dos vários sectores da comunidade (cf. Zimmer-
a capacidade dos parceiros para benefício man, 2000); 5. A diversidade da comunidade, isto
mútuo e propósito comum. Esta acção requer é, uma parceria que reflicta a estrutura e compo-
níveis elevados de tempo e de confiança e sição específica dos vários sectores da comunidade,
implica a partilha de conteúdos para a acção abrangendo realidades emergentes como por exemplo,
conjunta. grupos étnicos ou de imigrantes ou outros grupos
c) Cooperação – Neste domínio realça-se o apro- com presença mais recente na comunidade; 6. A
fundamento e a alteração de actividades que inovação, que implica a adopção de um espírito
requeiram a mudança de processos organi- de experimentação e inclusão nos processos de
zacionais que são, por natureza, complexos, mudança, nos programas de prevenção e nas respostas
implicando a construção de acordos com vista concretas face aos problemas sociais identificados;
à obtenção de maiores benefícios decorrentes 7. A gestão da divergência e do conflito que se
da acção mútua reconhece como sendo inerente às parcerias comu-
d) Colaboração – Para além dos domínios descritos nitárias e que quando estas desenvolvem estratégias
anteriormente implica a noção e a prática para gerir divergência e construir consensos, aumentam
da partilha de recursos com vista a aumentar a grandemente a sua capacidade de intervenção e
capacidade dos parceiros para benefício mútuo sustentabilidade; 8. A orientação para resultados
e propósito comum, bem como a partilha preventivos e reactivos, implica a estruturação e

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o planeamento focalizado em objectivos claros e PARCERIAS COMUNITÁRIAS E
mensuráveis e, finalmente 9. o desenvolvimento PREVENÇÃO PRIMÁRIA
de sistemas de avaliação colaborativa, organizada
a partir de um sistema de assistência técnica eficaz Se entendemos a Prevenção Primária como o
e que assegure a circulação de informação e suporte conjunto de intervenções comunitárias orientadas
logístico. para a redução ou eliminação dos aspectos con-
Estas características e critérios de eficácia forne- siderados como nocivos ou as influências negativas,
cem um conjunto de pistas criativas para a estru- para o aumento da resiliência dos indivíduos e
turação e desenvolvimento de parcerias bem estru- para a contenção da transmissão dos aspectos ou
turadas, fortes, ancoradas na comunidade e com influências nocivos para outros indivíduos, grupos
potencialidades para funcionarem como catalisa- ou contextos sociais (cf. Albee, 2006), poderemos
dores dos processos de mudança social. concluir que as parcerias, pelas suas caracterís-
ticas, são contextos privilegiados para a imple-
mentação de programas preventivos.
PARCERIAS COMUNITÁRIAS E O A prevenção primária pode ser também concep-
CAPITAL SOCIAL tualizada como a reflexão em torno de um conjunto
de medidas universais, selectivas ou indicadas (cf.
Nas sociedades contemporâneas as Parcerias Gordon, 1994) para abordar os problemas sociais
Comunitárias tendem a ser consideradas como uma e/ou comunitários. As medidas universais são
face visível da emergência do Capital Social (Tennent, aquelas que estão disponíveis para toda a popu-
Farrel & Taylor, 2003; Putnam, 2000, 2006). As lação, que não é identificada com base num índice
comunidades com elevado capital social são caracte- de risco individual e que é perspectivada como
rizadas pela densidade e complexidade das relações um benefício comum para toda a população. Neste
sociais, das redes úteis de informação e da percepção âmbito, podemos usar como exemplos a segurança
de estabilidade. pessoal, nomeadamente a prevenção do abuso e
Assim, o capital social pode ser definido segundo negligência, a criação de contextos promotores
Putnam (1995, 2000) como a matéria em bruto de segurança, como Escolas empowering, onde
da sociedade civil, criada pela constelação das se promova a educação para a não-violência ou
interacções quotidianas entre as pessoas; não se ainda a valorização de estilos de vida saudáveis
localiza nos indivíduos nem nas estruturas sociais, como a prática de exercício físico, a alimentação
mas no espaço entre as pessoas. Não é propriedade variada e equilibrada, os cuidados de saúde, como
das organizações, do mercado ou do estado, embora a prevenção do tabagismo e outras drogas.
todos estes elementos possam estar envolvidos na As Medidas Selectivas são aquelas que são
sua produção. Segundo Onyx e Bullen (1997, 2000), organizadas em função dos indivíduos e/ou grupos
se procurarmos aprofundar o entendimento acerca numa situação de risco superior à média geral,
do Capital Social, devemos ter atenção a dimensões sendo que os riscos podem ser identificados nos
como os índices de participação da comunidade contextos sociais e/ou nos indivíduos, podem ser
local, as relações de vizinhança, as tipologias de de natureza contingente situações pontuais ou conti-
relações familiares e de amizade, o sentimento de nuadas situações de duração prolongada. Como
segurança e de confiança, a tolerância à diversidade exemplos de medidas de carácter selectivo podemos
e ainda o valor atribuído à vida, sendo que todos identificar as acções que previnam a institucio-
estes devem ser analisados em termos da orientação nalização para crianças e jovens em situação de
para a proactividade em contexto social. pobreza; a prevenção da parentalidade juvenil ou
A ligação entre capital social e parcerias comu- gravidez na adolescência ou ainda, a exposição face
nitárias surge como particularmente relevante, à violência doméstica.
porque estas últimas podem ser uma forma de opera- Finalmente, as Medidas Indicadas são aquelas
cionalizar e por em prática as potencialidades do orientadas para indivíduos/grupos em situação
capital social, orientando-o para a resolução de de vulnerabilidade acrescida, mas que não estão
problemas concretos e fornecendo uma base de sinalizados e que são, por exemplo, medidas de
estruturação dos processos de mudança ancorados controlo no acesso a substâncias como álcool,
na comunidade. tabaco e outras drogas ou estratégias educativas

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orientadas para a resolução de conflitos e suporte possível identificar algum grau de coesão social
inter-pares. Se optarmos por exemplos de pro- que resulta da partilha de espaço e das instituições,
gramas mais concretos neste domínio, podemos mas divergem quanto aos níveis de organização
identificar a relevância de programas pré-escolares social e integração da diversidade. Assim, as comuni-
em contextos mais empobrecidos, com prioridade dades menos coesas e organizadas são talvez os
para filhos de pais jovens ou de pessoas com ambientes menos adequados para proporcionar o
problemáticas de dependência, ou ainda programas desenvolvimento harmonioso das crianças e jovens
de prevenção do bullying em contexto escolar. (Coulton et al., 1995). Devemos ter também em
As parcerias comunitárias são assim um meio atenção outros domínios para reflexão e estudo
privilegiado para as intervenções no âmbito da como por exemplo, a disponibilidade, qualidade
prevenção primária, pois dado que estão direccio- e a utilização dos recursos, a participação em activi-
nadas para a estruturação de programas orientados dades, clubes de bairro, organizações religiosas,
para níveis ou dimensões sociais múltiplos, abrangendo bem como os níveis de interacção nas ruas, nos
diferentes grupos sociais, pessoas em etapas dife- prédios, o sentimento de segurança em relação
renciadas do seu desenvolvimento e que desem- ao património, se as crianças podem recorrer aos
penham uma variedade de papéis sociais. vizinhos, se existem indícios de desordem pública,
No âmbito da prevenção primária as parcerias como por exemplo, lixo nas ruas ou nos passeios,
podem funcionar como instrumentos de agregação desenhos nas paredes dos edifícios, carros aban-
e estruturação de intervenções sociais que são por donados, edifícios vazios e abandonados, ou tráfico
natureza complexas e envolvem níveis ou sectores visível, pessoas alcoolizadas ou sob efeito de outras
múltiplos da comunidade. Se considerarmos, por substâncias, actividades de gangs ou ainda, desordens
exemplo, a pergunta em que medida as comunidades provocadas por grupos de crianças, jovens ou
locais ou de vizinhança afectam as crianças e adultos. Podem também ser tidas em consideração
jovens? Teremos que estruturar a reflexão em torno as taxas de vitimização, isto é, os relatos de assaltos,
de dois eixos principais, por um lado as crianças, violações ou outros crimes perpetrados no contexto
os jovens e as suas famílias e, por outro a caracte- da comunidade local.
rização multidimensional da comunidade. No domínio específico da prevenção do abuso e
Estudos diversificados (Garbarino, 1992; Coulton, negligência face às crianças (cf. CAP, 1995) propõe-
1995; Zeldin, 2004) sugerem justamente que devemos -se como missão ou desígnio a melhoria do seu
analisar estes fenómenos em níveis múltiplos, bem-estar global, bem como dos adultos que com
agregando informação individual e familiar em elas interagem, através da redução da violência
contextos de maior e menor risco com incidência interpessoal, da educação em prevenção dos abusos
particular em dimensões como a qualidade e rota- e negligência. Assim, os objectivos de um Programa
tividade da vizinhança, os índices de participação neste domínio poderão ser: a) a redução da vulne-
em organizações locais, os registos de desordem rabilidade das crianças face ao abuso verbal, físico
pública ou criminalidade, as taxas de utilização e sexual; b) a transformação da ideia de prevenção
de serviços sociais e os seus padrões de qualidade. da violência interpessoal num esforço da comu-
Do reconhecimento da comunidade como um nidade; c) a avaliação, melhoria e/ou expansão dos
contexto privilegiado para a interacção e desen- programas já existentes e d) o aumento da conscien-
volvimento das crianças, decorre o interesse crescente cialização pública acerca do problema da violência
no estudo dos impactos do contexto urbano em interpessoal através de programas educativos orientados
crianças, jovens e as suas famílias; tal facto implica para o público em geral.
que se focalize a atenção na compreensão acerca Explorando mais aprofundadamente as possíveis
da forma como as pessoas vivenciam a realidade dimensões de um programa neste domínio, pode-
circundante e como perspectivam o risco e/ou perigo remos reflectir acerca das razões pelas quais as
(Garbarino, 1992). crianças são vulneráveis. Em primeiro lugar, porque
O estudo das comunidades locais implica o não tem informação sobre o que é o abuso e como
desenvolvimento de instrumentos para medir variáveis preveni-lo; depois o facto de não terem poder e
como a densidade e estabilidade das relações sociais serem dependentes e finalmente o facto de estarem
ou os índices de coesão social. Se nos ativermos isoladas face às fontes de suporte e assistência.
no estudo das comunidades de vizinhança, é sempre Em termos de curriculum de um programa poderemos

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identificar um conjunto de acções dirigidas às Allen, N. (2005). A Multilevel Analysis of Community
crianças, a pais e a professores, em que nas acções Coordinating Councils. American Journal of Community
Psychology, 35 (1-2), 49-63.
dirigidas para as crianças, os(as) participantes falam Backer, T. (2003). Evaluating Community Collaborations.
acerca de direitos pessoais de segurança, definem New York: Springer Publishing Company.
potenciais situações de perigo, tomam conhecimento Berkowitz, B. (2001). Studying the outcomes of commu-
de estratégias preventivas eficazes e passam a nity based coalitions. American Journal of Community
conhecer como podem aceder a suportes. Nas Psychology, 29 (2), 213-227.
Bond, M. A., & Keys, C. B. (1993). Empowerment, diversity
acções para pais e professores será relevante dar and collaboration: Promoting synergy on community
informação acerca das situações que se consti- boards. American Journal of Community Psychology,
tuem como abuso face às crianças, a identificação 21, 37-57.
de potenciais situações e sinais de abuso, as inter- Butterfoss, F. D., Goodman, R. M., & Wandersman, A.
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venções possíveis para responder a situações de
health promotion. Health Education Research, 8
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dades legais, os recursos disponíveis e ainda as Cooper, S. (1995). New strategies for free children: Child
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As parcerias que procuram intervir em contextos New Jersey: International Centre for Child Assault
Prevention.
sociais com um ênfase preventivo deverão assim Foster-Fishman, P. G., Berkowitz, S. L., Lounsbury, D.
focalizar-se na obtenção de resultados a nível W., Jacobson, S., & Allen, N. (2001). Building
individual que, com base no exemplo dado, poderia collaborative capacity in community coalitions: A
ser a redução efectiva do número de situações de review and integrative framework. American Journal
of Community Psychology, 29 (2), 241-261.
abuso e/ou negligência face às crianças, a nível
Garbarino, J. (1995). Raising Children in a socially
de grupo, que para os pais e professores seriam a social environment. San Francisco: Jossey Bass,
melhoria global das condições de vida e de exercício Inc.
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e a nível dos sistemas sociais, isto é no apoio à P. J. Mrasek, & R. J. Haggerty (Eds.), Reducing risks
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comunidade local (cf. Backer, 2003) na obtenção, ventive research. Washington, DC: National Aca-
manutenção ou melhoramento da saúde comunitária demy Press.
global e em relação aos valores, capacidades, orga- Onyx, J., & Bullen, P. (1997). Measuring Social Capital
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As parcerias comunitárias são assim um veículo
Onyx, J., & Bullen, P. (2000). Sources of Social Capital.
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the promotion of community engagement and mem- as intervenções preventivas assumindo como exemplo
bership. Journal of Community Psychology, 32 (5), a prevenção do abuso e negligência face às crianças e/ou
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Zimmerman, M. (2000). Empowerment and community Palavras-chave: Parcerias, prevenção, crianças, jovens,
participation: a review for the next millennium. In risco.
J. Ornelas (Ed.), II Congresso Europeu de Psicologia
Comunitária (pp. 17-42). Lisboa: ISPA.

ABSTRACT
RESUMO
This article results from the participation on the National
Meetings promoted by the Portuguese National Commis-
Este trabalho resulta da participação nos Encontros
sion for the Protection of Children and Youth at Risk
a nível nacional promovidos pela Comissão Nacional
during September 2006 in Vila Real de Santo António,
de Protecção de Crianças e Jovens em Risco ou Perigo
que tiveram lugar em Setembro de 2006 em Vila Real Guimarães and Santarém.
de Santo António, Guimarães e Santarém. The conceptual framework and effectiveness criteria
A conceptualização e os critérios para um funciona- for coalitions serve as the initial argument of their role
mento eficaz das Parcerias Comunitárias constituem-se played on the social and community change. It is also
como o ponto de partida para uma perspectiva pano- referred the confluence among ideas such as social capital,
râmica acerca do tema. Procura-se neste trabalho esta- community coalitions and preventive interventions, priviling
belecer a ligação entre parcerias comunitárias e a ideia the example of the prevention of child abuse and neglect.
de capital social como elemento catalisador dos processos Key words: Coalitions, prevention, children, youth
de desenvolvimento e mudança social. Por último, reflecte-se at risk.

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