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ELETRICIDADE
ÍNDICE
Índice................................................................................................................................ 2
Índice de Figuras............................................................................................................. 4
Índice de Tabelas............................................................................................................. 6
1 Conceitos de matemática:.............................................................................................. 7
1.1 Notação científica de números:.............................................................................. 7
1.2 Operações matemáticas utilizando a notação científica:..................................... 8
1.3 Exercícios:............................................................................................................... 8
2 Sistema Internacional de Unidades – SI....................................................................... 9
2.1 Unidades de Base ou Fundamentais...................................................................... 9
2.2 Unidades Suplementares:..................................................................................... 10
2.3 Unidades Derivadas:............................................................................................ 10
2.3.1 Algumas Unidades SI Derivadas Simples em Termos das Unidades de Base 10
2.3.2 Unidades SI Derivadas com Nomes Especiais................................................. 11
2.3.3 Algumas Outras Unidades SI Derivadas:......................................................... 11
2.3.4 Unidades de Uso Permitido com as do SI ....................................................... 12
2.3.5 Unidades Obtidas Experimentalmente em uso com o SI:................................ 12
2.3.6 Unidades em uso temporário com o Sistema Internacional:............................ 12
3 Eletrostática................................................................................................................. 13
3.1 Carga Elétrica....................................................................................................... 13
3.1.1 Medida da Carga Elétrica................................................................................ 13
3.2 Potencial Elétrico:................................................................................................ 14
3.3 Tensão elétrica ou ddp:........................................................................................ 15
3.4 Exercícios:............................................................................................................. 16
4 Eletrodinâmica:............................................................................................................ 18
4.1 Corrente elétrica:................................................................................................. 18
4.1.1 Efeitos da Corrente Elétrica:............................................................................ 20
5 Resistência Elétrica:.................................................................................................... 21
6 Circuito Elétrico:......................................................................................................... 23
6.1 Associação de resistores:...................................................................................... 24
6.1.1 Associação em Série:....................................................................................... 25
6.1.2 Associação em paralelo:.................................................................................. 26
6.1.3 Associação mista:............................................................................................ 27
6.2 Potência elétrica:.................................................................................................. 27
6.2.1 Exercícios de Fixação:..................................................................................... 29
6.3 Leis de Kirchhoff.................................................................................................. 30
6.4 Lei dos nós............................................................................................................. 32
6.5 Lei das Malhas...................................................................................................... 33
6.6 Cálculo de circuitos elétricos............................................................................... 36
6.6.1 Exercícios de Fixação:..................................................................................... 40
7 Capacitor:..................................................................................................................... 41
7.1 Capacidade............................................................................................................ 43
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1Forças eletrostáticas......................................................................................... 13
Figura 2Corpos eletrizados............................................................................................. 13
Figura 3Energia potencial.............................................................................................. 14
Figura 4Diferença de potencial...................................................................................... 15
Figura 5Fluxo de cargas................................................................................................ 15
Figura 6Nível da água diferente..................................................................................... 18
Figura 7Nível da água igual........................................................................................... 18
Figura 8Fluxo de elétrons.............................................................................................. 19
Figura 9Sentido das cargas............................................................................................ 19
Figura 10Corrente iônica............................................................................................... 20
Figura 11Código de cores............................................................................................... 22
Figura 12Circuito elétrico.............................................................................................. 24
Figura 13Circuito equivalente........................................................................................ 25
Figura 14Circuito série................................................................................................... 25
Figura 15Circuito paralelo............................................................................................. 26
Figura 16Potência nominal............................................................................................ 28
Figura 17Potência elétrica............................................................................................. 28
Figura 18Exemplos de nós............................................................................................. 31
Figura 19Exemplo de malhas ........................................................................................ 31
Figura 20Polaridade....................................................................................................... 31
Figura 21Nó A................................................................................................................ 32
Figura 22Malha única.................................................................................................... 33
Figura 23Malha única – Marcação dos pontos............................................................. 34
Figura 24Malha única – Sentido da corrente................................................................ 34
Figura 25Malha única – Polaridade.............................................................................. 34
Figura 26Malha única – Sentido da malha.................................................................... 35
Figura 27Malha única – Resultado................................................................................ 36
Figura 28Circuito duas malhas...................................................................................... 36
Figura 29Circuito duas malhas – Marcação dos Pontos............................................... 37
Figura 30Circuito duas malhas – Sentido das Correntes.............................................. 37
Figura 31Circuito duas malhas – Polaridade................................................................ 38
Figura 32Circuito duas malhas – Sentido das malhas................................................... 38
Figura 33Circuito duas malhas – Resultado.................................................................. 40
Figura 34Capacitor......................................................................................................... 41
Figura 35Fluxo de carga................................................................................................ 41
Figura 36Indução da armadura..................................................................................... 42
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1Potências de 10.................................................................................................... 7
Tabela 2Ex. de conversão................................................................................................. 9
Tabela 3Notação científica............................................................................................... 9
Tabela 4Unidades fundamentais do SI............................................................................. 9
Tabela 5Unidades suplementares do SI.......................................................................... 10
Tabela 6Unidades derivadas do SI................................................................................. 11
Tabela 7Unidades especiais do SI................................................................................... 11
Tabela 8Outras unidades do SI....................................................................................... 11
Tabela 9Unidades permitidas no SI................................................................................ 12
Tabela 10Unidades experimentais do SI........................................................................ 12
Tabela 11Unidades de uso temporário do SI.................................................................. 12
Tabela 12Tabela de cores de resistores........................................................................... 22
Tabela 13Resistividades elétricas:.................................................................................. 23
1 CONCEITOS DE MATEMÁTICA:
Exemplos:
2,5 × 100 = 2,5 × 10 2 = 250
25
= 25 × 10 − 1 = 25 × 0,1 = 2,5
10
( N × 10 ) × ( M × 10 ) = ( N × M ) × 10
x y ( x + y)
Exemplo:
Exemplo:
Para completar os cálculos, devemos deixar o resultado na forma reduzida da notação científica:
0,25 × 10 − 1 = 2,5 × 10 − 2
Na adição e subtração utilizando números com notação científica deve-se observar que as
potências da base 10 devem ser iguais:
1.3 EXERCÍCIOS:
Converter os números abaixo para notação científica:
Há outras formas de representar os números. Muitas vezes para facilitar cálculos e a descrição
da quantidade, valores ou volumes são necessários alguns símbolos.
Exemplos disto são aplicados no dia-a-dia: Cinco quilos de carne, memória de 32 mega, 58
quilômetros. Para facilitar a quantificação das coisas utilizamos as seguintes simbologias e notações:
São sete unidades bem definidas que, por convenção, são tidas como dimensionalmente
independentes:
Metro (m)
É o caminho percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 de
um segundo;
Quilograma (kg)
É igual à massa do protótipo internacional, feito com uma liga platina - irídio, dentro dos
padrões de precisão e confiabilidade que a ciência permite;
Segundo (s)
É a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois
níveis hiperfinos do átomo de césio-133, no estado fundamental ;
Ampère (A)
É uma corrente constante que, se mantida em dois condutores retilíneos e paralelos, de
comprimento infinito e secção transversal desprezível, colocados a um metro um do outro no vácuo,
produziria entre estes dois condutores uma força igual a 2 x10-7 newton, por metro de comprimento ;
Kelvin (K)
É a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da ;
Mol (mol)
É a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos
forem os átomos contidos em 0,012 quilograma de carbono ;
Candela (cd)
É a intensidade luminosa, em uma determinada direção, de uma fonte que emite radiação
monocromática de freqüência 540x1012 hertz e que tem uma intensidade radiante naquela direção de
1/683 watt por;
São apenas duas as unidades suplementares: o radiano, unidade de ângulo plano e o esteradiano,
unidade de ângulo sólido.Considerando que o ângulo plano é geralmente expresso como a razão entre
dois comprimentos e o ângulo sólido como a razão entre uma área e o quadrado de um comprimento e
com o intuito de manter a coerência do Sistema Internacional baseado apenas em sete unidades de
base, no Sistema Internacional, as unidades suplementares deveriam ser consideradas unidades
derivadas adimensionais.
São formadas pela combinação de unidades de base, unidades suplementares ou outras unidades
derivadas, de acordo com as relações algébricas que relacionam as quantidades correspondentes. Os
símbolos para as unidades derivadas são obtidos por meio dos sinais matemáticos de multiplicação e
divisão e o uso de expoentes. Algumas unidades SI derivadas têm nomes e símbolos especiais.
(a) Esta unidade e seu símbolo, l, foram adotados pelo CIPM em 1879. O símbolo alternativo,
L, foi adotado pela 16a. CGPM em 1979, de modo a evitar o risco de confusão entre a letra l e o
número 1.
(b) Em países de língua inglesa esta unidade é chamada de "tonelada métrica".
(a) O elétronvolt é a energia cinética adquirida por um elétron ao passar através de um potencial
de 1 volt, no vácuo.
(b) A unidade unificada de massa atômica é igual a (1/12) da massa de um átomo do nuclídeo
12C.
Levando em conta a prática em certos campos de trabalho ou países, o CIPM (1978) considerou
aceitável que estas unidades continuassem a ser usadas juntamente com as unidades do SI, até que o
seu uso fosse considerado desnecessário. Apesar disto, o uso destas unidades não deve ser incentivado.
3 ELETROSTÁTICA
Lei de Coulomb
O cientista francês C. Coulomb estabeleceu uma expressão que permite determinar a força
elétrica entre dois corpos eletrizados.
Lei de Coulomb:
k × Q1 × Q2
F=
d2
O módulo da força entre dois corpos eletrizados é proporcional ao produto dos módulos de suas
cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles
Onde:
Q1 é a quantidade de carga do corpo 1 em Coulomb (C);
Q2 é a quantidade de carga do corpo 2 em Coulomb (C);
d é a distância entre os dois corpos em metro (m);
k é a constante eletrostática, cujo valor depende da influencia do meio onde estão imersas as
cargas. No vácuo o valor dessa constante é k = 9.109 N.m2/C2. A unidade N.m2/C2 , lê-se: Newton
metro quadrado por Coulomb quadrado. Esta unidade tem a ver com as unidades utilizadas na fórmula
de Coulomb, onde a força de atração ou repulsão é expressa em Newton - N, as cargas são expressas
em Coulomb - C e a distancia entre elas em metros - m.
Condutores e Isolantes:
Condutores: são materiais onde as cargas elétricas podem se mover com facilidade. Ex.: prata,
cobre, alumínio, carvão, solo, corpo humano.
Isolantes: São materiais onde as cargas elétricas não têm liberdade de movimento. Ex.: mica,
plástico, vidro, porcelana, vácuo.
Potencial elétrico é a grandeza que mede a maior ou menor possibilidade de uma carga elétrica
ganhar energia potencial elétrica.
O potencial elétrico é medido em volts (V) em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta,
construtor da primeira pilha eletroquímica.
Consideremos um condutor elétrico:
O potencial elétrico (V) representa a energia potencial elétrica por unidade de carga, sendo uma
propriedade associada, exclusivamente, a um determinado ponto.
Em que:
- V é o potencial elétrico do ponto;
- E p é a energia potencial elétrica de q 0 no ponto;
Qq
Ep = k
r
Q - Quantidade de carga da carga A;
q - Quantidade de carga da carga B;
r - Distância entre as cargas;
k - constante dielétrica.
- q 0 é a quantidade de carga elétrica do portador de carga, colocado no ponto em questão.
No Sistema Internacional de Unidades (S.I.), temos:
3.4 EXERCÍCIOS:
3.4.1.5 Quando há separação de cargas num corpo neutro devido à proximidade de um corpo
eletrizado, está ocorrendo:
a)Magnetização;
b)Eletrização por atrito;
c)Eletrização por contato;
d)O fenômeno da indução;
3.4.1.9 Os corpos eletrizados por atrito, contato e indução ficam carregados, respectivamente, com
cargas de sinais:
a)Iguais, iguais e iguais;
b)Iguais, iguais e contrários;
c)Contrários, contrários e iguais;
d)Contrários, iguais e iguais;
e)Contrários, iguais e contrários;
3.4.1.10 Atrita-se um bastão de vidro com um pano de lã inicialmente neutros. Pode-se afirmar que:
a)Só a lã fica eletrizada;
b)Só o bastão fica eletrizado;
c)O bastão e a lã se eletrizam com cargas de mesmo sinal;
d)O bastão e a lã se eletrizam com cargas de mesmo valor absoluto e sinais opostos;
3.4.1.11 Não é possível eletrizar uma barra metálica segurando-a com a mão, porque:
a)A barra metálica é isolante e o corpo humano bom condutor;
b)A barra metálica é condutora e o corpo humano isolante;
c)Tanto a barra metálica como o corpo humano, são bons condutores;
d)Tanto a barra metálica como o corpo humano, são isolantes;
3.4.1.12 Na figura abaixo estão representados cinco pontos A, B, C, D e E com os seus respectivos
potenciais em relação ao ponto E (referencial).
a) Qual a maior diferença de potencial que se pode obter entre dois pontos quaisquer?
b) Qual a ddp entre os pontos A e C?
c) Qual a menor diferença de potencial que se pode obter entre dois pontos quaisquer?
d) Qual a ddp entre os pontos B e C?
e) Qual a ddp entre os pontos D e E?
4 ELETRODINÂMICA:
É a parte da eletricidade que estuda os fenômenos relacionados às cargas elétricas em
movimento.
4.1 CORRENTE ELÉTRICA:
É o movimento ordenado de cargas elétricas em um dado material condutor que está ligando
dois corpos com potenciais diferentes. Um exemplo típico de uma corrente elétrica é a quando ligamos
um fio em dois corpos com potenciais elétricos diferentes, a ddp que existe entre os corpos fará as
cargas de um corpo mais carregado passar para o outro menos carregado. Essa transferência de cargas
elétricas de um corpo para outro é chamada de corrente elétrica. Após os dois corpos se igualarem em
número de cargas, não mais haverá diferença de potencial entre elas e a transferência de cargas acaba.
A corrente elétrica então é zero.
Para imaginar melhor o que acontece em um circuito elétrico, podemos fazer um paralelo com
um circuito hidráulico, com duas caixas d’água, caixa A e caixa B. Quando a caixa d’água A está
cheia e a caixa B está vazia, podemos dizer que a água tem mais força na caixa A do que na B, as
caixas d’água estão com potenciais diferentes. Quando ligadas por um cano a água vai criar um fluxo
que vai da caixa cheia para a vazia. Veja a figura abaixo:
Caixa A Caixa B
Fluxo da água
Assim ocorre o mesmo com as cargas elétricas dos corpos com potenciais elétricos diferentes.
Então se ligarmos um fio de um ponto a outro de potencial elétrico diferente a corrente elétrica só
circulará enquanto existir diferença de potencial (ddp).
Porem para manter o circuito funcionando ou a corrente circulando sempre, é preciso manter a
ddp constante. Isso pode ser conseguido com pilhas, baterias, geradores elétricos...
Elementos básicos para manutenção permanente da passagem da corrente elétrica através de um
condutor:
Um dispositivo que gera um potencial elétrico constante. Ex: pilha
Um elemento que consome energia elétrica. Ex: lâmpada
Um elemento condutor que os interliga. Ex: fio de cobre.
O sentido da corrente elétrica sempre será representado como se as cargas móveis fossem
positivas.
Para representar uma corrente elétrica em um determinado circuito, deve-se mostrar todas as
informações que a ela deve ter. A corrente elétrica possui intensidade, sentido, natureza e tipo para ser
definida por completo.
INTENSIDADE: A intensidade da corrente é a carga elétrica que atravessa a secção transversal
de um condutor num intervalo de tempo.
∆Q
i=
∆t
No SI a intensidade de corrente é medida em ampére (A), mas cada ampére pode ser
representada por 1 Coulomb por segundo:
1 A = 1 C/s
O instrumento usado para medir a intensidade de corrente chama-se amperímetro.
Na figura, o sentido real da corrente é representado pelo deslocamento dos elétrons e o sentido
convencional é a corrente fluindo do pólo positivo da bateria, passando pelo condutor e chegando ao
pólo negativo da bateria.
NATUREZA: Quanto à natureza, a corrente elétrica pode ser classificada em: eletrônica e
iônica.
Corrente eletrônica: é aquela constituída pelo deslocamento dos elétrons livres. Ocorre,
principalmente, nos condutores metálicos, como vimos na figura 4.
Corrente iônica: é aquela constituída pelo deslocamento dos íons positivos e negativos,
movendo-se simultaneamente em sentidos opostos. Ocorre nas soluções eletrolíticas: soluções de
ácidos, sais ou bases, e nos gases ionizados; lâmpadas fluorescentes, um exemplo é mostrado na figura
5:
TIPOS:
Existem dois tipos de correntes:
Corrente contínua: é aquela cuja intensidade e cujo sentido se mantêm constantes. Como
exemplo, temos as correntes estabelecidas por uma bateria de automóveis e por uma pilha. Sua
representação gráfica é mostrada a seguir:
Corrente alternada: é aquela cuja intensidade e cujo sentido variam periodicamente. É o caso
das correntes existentes nas casas e fornecidas pelas usinas hidrelétricas.
Efeito luminoso
Em determinadas condições, a passagem da corrente elétrica através de um gás rarefeito faz
com que ele emita luz. As lâmpadas fluorescentes e os anúncios luminosos são aplicações desse efeito.
Neles há a transformação direta de energia elétrica em energia luminosa.
Efeito magnético
Um condutor, percorrido por uma corrente elétrica, cria, na região próxima a ele, um campo
magnético. Este é um dos efeitos mais importantes, constituindo a base do funcionamento dos
motores, transformadores, relés, etc.
Efeito químico
Uma solução eletrolítica sofre decomposição, quando é atravessada por uma corrente elétrica.
Ex: cromagem e niquelação
5 RESISTÊNCIA ELÉTRICA:
A resistência elétrica (R) é uma medida da oposição ao movimento dos portadores de carga
(elétrons), ou seja, a resistência elétrica representa a dificuldade que os portadores de carga encontram
para se movimentarem através do condutor. Quanto maior a mobilidade dos portadores de carga,
menor a resistência elétrica do condutor.
Assim, podemos classificar:
1. Condutor ideal - Os portadores de carga existentes no condutor não encontram nenhuma
oposição ao seu movimento. Dizemos que a resistência elétrica do condutor é nula, o que significa
dizer que existe uma alta mobilidade de portadores de carga.
2. Isolante ideal - Os portadores de carga existentes estão praticamente fixos, sem nenhuma
mobilidade. Dizemos, neste caso, que a resistência elétrica é infinita.
Resistores de carvão: constituem-se por um suporte cilíndrico isolante, recoberto por uma fina
camada de carvão, ligado a dois terminais metálicos presos em seus extremos.
O resistor de carvão tem os valores das resistências codificados em faixas coloridos
(normalmente quatro):
A primeira e a Segunda correspondem a um nº. De dois algarismos e a terceira corresponde ao
expoente da potência de 10, pela qual se deve multiplicar esse número.
A quarta faixa corresponde à precisão do resistor isto é, à tolerância em porcentagem dada pelo
fabricante, ao valor numérico lido.
Cor Tolerância
Ouro aprox. 5%
Prata aprox. 10%
Sem cor aprox. 20%
Exemplo: um resistor apresenta-se com:
1ª faixa (vermelha)
2ª faixa ( verde)
3ª faixa (laranja)
4ª faixa (prata)
O valor do resistor é:
R= 25 . 103 Ω = 25.000 Ω
Como no exemplo a 4ª. faixa é prata (aprox. 10%) tem-se 10 % de 25.000 =2.500 Ω. Assim R=
(25.000 -+ 2500) Ω valor entre 22500 a 27500 Ω.
2ª Lei de Ohm:
Prof. Carlos Kazuhiko Hara 22
COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL Eletricidade
A resistência de um condutor depende do material de que ele é feito. Cada material tem uma
característica singular, uns tem facilidade de transportar cargas elétricas e outros dificuldade de
transportar. A resistividade elétrica de um material é a característica que indica o grau de dificuldade
que os elétrons vão ter para passar por este material. Essa resistividade é que define qual será a
resistência elétrica que esse material terá, além disso, a resitência é diretamente proporcional ao
comprimento do condutor e inversamente proporcional a área de sua seção transversal.
Segunda Lei de Ohm:
L
R= ρ ×
A
L – comprimento (m);
A - área da seção (m2);
ρ - Resistividade do material (Ω.m).
L = Comprimento do corpo por onde as cargas passarão, comprimento do fio. No SI o
comprimento é medido em m.
A = A área da seção transversal do corpo que as cargas passarão, no SI a área é medida em m2
ρ = constante de proporcionalidade (resistividade elétrica) depende do material de que é feito o
fio. No SI a resistividade é medida em Ω.m .
A tabela abaixo fornece a resistividade de alguns metais à temperatura ambiente.
Prata 1,59 . 10-8 Ω.m
Cobre 1,673 . 10-8 Ω.m
Alumínio 2,655 . 10-8 Ω.m
Tungstênio 5,50 . 10-8 Ω.m
Ferro 9,71 . 10-8 Ω.m
Platina 9,83 . 10-8 Ω.m
Mercúrio 95,8 . 10-8 Ω.m
Tabela 13Resistividades elétricas:
2cm
Exemplo:
Se um barra de tungstênio for cortada no formato da figura ao
lado, qual será sua resistência elétrica a 20º C?
Resolução:
2cm
Ρtun=5,50x10 -8
L=40cm
A=2x2=4cm2
Convertendo para o SI
L=40x10 -2m
40
cm A=4x10 -4m2
Aplicando a segunda Lei de Ohm:
L 40 × 10 − 2
R= ρ × = 5,5 × 10 − 8 ×
A 4 × 10 − 4
R = 5,5 × 10 − 5 Ω
A resistência elétrica da barra é de 5,5x10 -5Ω ou usando as notações já aprendidas 55μΩ.
6 CIRCUITO ELÉTRICO:
Para que exista corrente elétrica são necessários os seguintes elementos:
Uma fonte geradora de energia;
Um condutor em circuito fechado;
Um elemento para utilizar a energia da fonte;
Esse circuito é denominado circuito elétrico:
Ex.:
Chave
A chave está aberta, portanto o circuito não funciona. Devido a uma reação química que ocorre
no interior da pilha, há excesso de cargas positivas num de seus pólos e excesso de cargas negativas no
outro. Esse desnível elétrico denomina-se diferença de potencial (d.d.p.) A pilha, por ter a função de
produzir d.d.p. é chamada de gerador.
Se fecharmos a chave, como o fio e o filamento da lâmpada são metálicos, e os condutores
possuem elétrons livres, a d.d.p.faz os elétrons livres entram em movimento formando uma corrente
elétrica a qual provoca o aquecimento do filamento da lâmpada que passa a emitir energia radiante
luminosa.
Para calcular as componentes elétricas do circuito é necessário aplicar a Lei de Ohm:
Ddp da lâmpada: VLamp. = RLamp. × I
VLamp .
Corrente do circuito: I=
RLamp .
VLamp
Resistência da Lâmpada: RLamp. =
I
Resumindo:
O dispositivo denominado gerador produz uma diferença de potencial, isto é um desnível
elétrico entre seus pólos.
Se os pólos do gerador forem conectados por um condutor, surgirá nele uma corrente isto é um
fluxo de cargas elétricas.
A diferença de potencial também é chamada de tensão elétrica. O instrumento destinado a medir
diferença de potencial é o voltímetro
Diferença de Potencial: dentro de um condutor percorrido por corrente elétrica, as cargas
elétricas estão submetidas a forças elétricas que tem a mesma direção que o movimento de cargas.
Portanto, a força elétrica realiza trabalho num circuito elétrico.
Gerador elétrico: é o dispositivo capaz de transformar em energia elétrica outra modalidade de
energia. Podem ser químicos ex.: pilha, bateria e mecânicos ex.: dínamo de motor de automóvel.
Receptor elétrico: é o dispositivo que transforma energia elétrica em outra modalidade de
energia, não exclusivamente térmica. O principal receptor é o motor elétrico, que transforma energia
elétrica em mecânica, além da parcela de energia dissipada sob a forma de calor.
Resistor elétrico: é o dispositivo que transforma toda a energia elétrica consumida integralmente
em calor. Ex.: lâmpada comum, aquecedores, chuveiro elétrico e os fios condutores em geral.
Dispositivos de manobra: são elementos que servem para acionar ou desligar um circuito
elétrico. E.: as chaves e os interruptores.
Dispositivos de segurança: são dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente de
intensidade maior que um certo limite, fundem-se, causando a interrupção da corrente elétrica e,
preservando os demais elementos do circuito da destruição. São resistores de baixo ponto de fusão,
como fios de chumbo e estanho com nome genérico de fusíveis.
Dispositivos de controle: utilizados nos circuitos elétricos para medir a intensidade da corrente
elétrica e a d.d.p. existente entre dois pontos ou para detectá-las. Ex.: amperímetro, voltímetro e
galvanômetro.
infinito de cargas ligadas entre si, associando-se com a finalidade de produzir um efeito coletivo. Todo
circuito com vários resistores interligados muitas vezes se tornam complexos para que possamos
calcular a corrente do circuito, a ddp sobre cada resistor ou outras informações que precisamos.
5A 5A
R2
Um circuito complexo, ou parte dele, cheio de resistores interligados pode ser convertido e
representado em um circuito com um único resistor cujo valor em ohms equivale a todos os outros
juntos e produz o mesmo efeito elétrico que os outros. Na figura acima um único resistor, Req. pode
produzir a mesma corrente que os R1, R2, R3 juntos. Para calcular o Req. precisamos de mais alguns
conceitos como por exemplo associações em série e em paralelo como veremos a seguir.
R3
I
B
R4 E
É importante entender que se ligarmos uma f.e.m. nos pontos A e B, existirá no circuito todo
uma ddp que seria VAB . Cada ponto descrito no circuito tem um potencial diferente, VA, VB, VC, VD,
VE. Outra característica dos circuitos em série é que a ddp total do circuito é a soma de todas as ddp’s
que aparece em cada resistor.
Se uma corrente I passa por R1, pela Lei de ohm, há sobre este R1 uma ddp de V1=R1xI;
Por comparação, no R2 há uma ddp de V2=R2xI;
No R3 há uma ddp de V3=R3xI;
No R4 há uma ddp de V4=R4xI.
A soma da ddp de cada resistor é igual a soma da ddp que foi aplicado a todo circuito.
VAB=V1+V2+V3+V4
A prova pode ser feita da seguinte forma:
VAB=V1+V2+V3+V4
Porem: V1=VAC V1=VA-VC
V2=VCD V2=VC-VD
V3=VDE V1=VD-VE
V4=VEB V1=VE-VB
Então: VAB = (VA-VC) + (VC-VD) + (VD-VE) + (VE-VB)
VAB = VA-VC + VC-VD + VD-VE + VE-VB
VAB = VA - VB
Desta forma podemos aplicar a fórmula VAB=V1+V2+V3+V4 para deduzir a resistência
equivalente do circuito da figura, substituindo as ddp’s pelas já deduzidas:
I1 I2 I3 I4
R1 R2 R3 R4
Podemos verificar que no circuito todos os resistores estão submetidos a uma mesma ddp VAB e
a corrente total do circuito I é a soma de todas as correntes que passa em cada resistor. Então podemos
escrever que:
I = I1 + I 2 + I 3 + I 4
Aplicando a Lei de Ohm em cada resistor para calcular a corrente sobre eles:
V AB V AB V AB V AB
I1 = I2 = I3 = I4 =
R1 R2 R3 R4
A corrente total do circuito pode ser calculada com o valor de uma resistência equivalente:
V AB
I=
Req
Substituindo as correntes em I = I1 + I 2 + I 3 + I 4 teremos:
V AB V AB V AB V AB V AB
= + + + Colocando VAB em evidencia:
Req R1 R2 R3 R4
1 1 1 1 1
× V AB = V AB ×
+ + + Simplificando VAB temos:
Req R
1 R2 R3 R4
1 1 1 1 1
= + + +
Req R1 R2 R3 R4
Portanto para calcular a resistência equivalente de circuitos em paralelo utilizamos a formula:
1
1 1 1 1 1 Req =
= + + + ... + ou então: 1 1 1 1
Req R1 R2 R3 Rn + + + ... +
R1 R2 R3 Rn
Conclusão:
Em circuito série, a resistência equivalente é igual a soma dos resistores do circuito;
Em circuito paralelo, a resistência equivalente é igual ao inverso da soma dos inversos dos
resistores do circuito.
Exemplos:
Encontrar a resistência equivalente dos circuitos abaixo:
a)
C D Req = 3 + 6 + 23 + 5
A
3Ω 6Ω Req = 37Ω
23Ω
I
B
5Ω E
b)
1 1 1 1 1
I = + + +
A Req 10 20 15 30
I1 I2 I3 I4 1 6 + 3 + 4 + 2 15 1
= = =
10Ω 20Ω 15Ω 30Ω Req 60 60 4
Req = 4Ω
B
c)
A
Calculando o paralelo primeiro:
3Ω
1 1 20
Req1 = = = = 10Ω
1 1 2 2
20Ω 20Ω +
20 20 20
Redesenhando:
A
B 3Ω
5Ω
10Ω
B
5Ω
Req = 3 + 10 + 5
Req = 18Ω
50V 200Ω
200W 150W
A fonte (bateria) tem potência nominal de 200W e o resistor uma potência de 150W, mas esses
não são os valores de potência que realmente estão trabalhando no circuito. Estes são os valores
nominais de potência da fonte e do resistor. Isto quer dizer que a fonte pode oferecer ao circuito uma
potência máxima de 200W, ela foi projetada para agüentar 200W, caso se utilize mais que isto a fonte
queimará. O mesmo acontece com o resistor, sua potência nominal é 150W, mas não quer dizer que
ele está consumindo esse valor de potência. O resistor pode trabalhar consumindo até o valor de
150W, se este valor for excedido, ele queimará.
Então qual é o valor de potência que a carga e a fonte estão trabalhando no circuito? Para
responder a essa pergunta, deve-se calcular a potência utilizando a fórmula: P = V x I. Mas antes
disso, deve-se que utilizar a Lei de Ohm para calcular a corrente no resistor, que é a mesma da fonte.
Pela Lei de Ohm (V = R x I) teremos V=50V e R=200Ω:
V 50
I= ⇒ I= = 0,25 A
R 200
A potência do resistor será então:
P = V × I ⇒ P = 50 × 0,25 = 12,5W
Que também é a mesma da fonte:
0,25A
50V 200Ω
12,5W 12,5W
No circuito acima, os resultados foram baseados somente em uma carga e uma fonte, mas
poderia ser mais de uma carga ou fonte, neste caso a somatória das potências das cargas deve ser igual
a somatória das potências das fontes:
∑ Pfontes = ∑ Pcargas
O cálculo da potência elétrica é sempre feito pela formula P=VxI, porem podemos utilizá-la em
conjunto com a Lei de Ohm:
V
P = V× I Substituindo a corrente pela fórmula da Lei de Ohm I = , teremos:
R
V2
P=
R
P = V× I Substituindo a Tensão pela fórmula da Lei de Ohm V = R× I , teremos:
P = R× I 2
Exemplos:
Calcular a potência dos resistores abaixo:
0,50A
200V
50V 10kΩ
20mA
1000Ω
6.2.1.1 Numa bateria de automóvel que alimenta duas lâmpadas a diferença de potencial é 12 volts,
após fazer o diagrama esquemático do circuito indicando o sentido convencional da corrente
calcule a potência de cada lâmpada sabendo que a corrente na bateria tem intensidade de 2
A. Calcule também a potência da bateria.
6.2.1.2 Você dispõe de uma pilha, duas chaves interruptoras e duas lâmpadas. Faça um diagrama
esquemático de um circuito utilizando esses cinco elementos, de tal forma que cada lâmpada
possa ser acesa e apagada individualmente.
6.2.1.3 Numa residência estão ligados: 2 lâmpadas de 100 W, 1 ferro elétrico de 500 W, 1 geladeira
que consome 300W. A d.d.p. na rede elétrica é de 110 V. Calcule a corrente total que está
sendo fornecida a essa casa.
6.2.1.4 Um chuveiro opera com 2500 W de potência, com 220 V de d.d.p. Qual a corrente que o
atravessa.
6.2.1.5 Um motor opera em 220 V de d.d.p., sendo atravessado por uma corrente de 10 A. Supondo
que o preço do kwh de energia elétrica seja de R$ 50,00 determine o custo de funcionamento
desse motor por hora.
6.2.1.6 Uma lâmpada de lanterna opera com 5 V de d.d.p. e 2 A de intensidade de corrente. Qual sua
potência.
6.2.1.7 Suponha que esta lâmpada (do exercício anterior) tenha sido ligada com 120 V. Qual a
intensidade da corrente que a percorre. Qual o gasto mensal de energia, em kwh, supondo
que ela fique ligada 4 horas por dia. (considere o mês com 30 dias) . Supondo que o kwh
residencial custe R$50,00 qual será o gasto mensal com essa lâmpada.
6.2.1.8 Tem-se um chuveiro com a inscrição 220 V / 4800 W ligado a uma instalação elétrica
protegida por um fusível de 30 A. É possível colocar esse chuveiro em funcionamento
utilizando essa instalação.
6.2.1.10 Calcule a corrente que atravessa em resistor de 200Ω quando se aplica a ele d.d.p. de 5 v
6.2.1.11 Um fio metálico quando submetido à d.d.p. de 0,5 V, é atravessado por uma corrente de 2 A
qual a sua resistência elétrica.
6.2.1.12 Calcule a resistência de um fio de cobre com 100 m de comprimento e 1,0 mm² de área de
secção transversal.
Para estudar tais Leis, temos que saber alguns conceitos a mais. São eles os conceitos de “nó” e
de “malha”.
• Chamamos de nó o ponto de encontro de três ou mais condutores. O ponto onde três ou
mais componentes elétricos estão ligados. Na figura abaixo os pontos A, B, C e D são
alguns exemplos de nó:
A B
• Chamamos de malha todo percurso fechado, condutor, existente num circuito elétrico.
Percurso fechado de um conjunto de nós, pontos e seus componentes.
A B E F G
D C J H
I
Verificamos na figura acima que os pontos ABCDA formam uma malha fechada, assim como
os pontos EFIJE, os pontos FGHIF e os pontos EFGHIJE, todos formam uma malha fechada.
Agora podemos aprender o que são as Leis de Kirchhoff.
+
+ -
-
I
I
Figura 20Polaridade
Nas fontes a polaridade sempre é definida. Nos resistores convencionamos que o lado que a
corrente entra é sempre polaridade positiva, por conseqüência o outro é negativo. Em outros
componentes elétricos geralmente a polaridade é indicada pelo fabricante.
No resistor, o fato de marcarmos a polaridade se dá porque se existe uma ddp sobre este, um dos
lados vai ser mais positivo que o outro, como a própria sigla ddp diz, Diferença de Potencial, há
potenciais diferentes de um terminal para outro na bateria, resistor, auto falante, e esses potenciais são
referenciados ao potencial da terra, que é 0V. Assim se num determinado resistor um terminal está
com potencial 12V e outro com 9V, sabemos que ele possui uma ddp de 3V, mas temos que informar
também o lado que o potencial é mais positivo, o lado do 12V, assim este lado é convencionado que
tem polaridade positiva (+) e o outro negativo (-), mesmo que o outro lado não seja necessariamente
negativo.
I2=2A
A
I1=5A
I3=3A
Figura 21Nó A
A figura acima temos o nó A com três ligações feitas a ele, cada qual com suas correntes.
Chegam I1=5A por uma ligação e saem I2=2A e I3=3A pelos dois outros, aplicando o enunciado da
Lei dos nós, teremos que:
Soma da correntes que chegam no nó = Soma das correntes que saem do nó
I1 = I2 + I3
Ou, escrevendo a equação de outra forma,
I1-I2-I3=0
De qualquer forma o resultado confere, 5-2-3=0 e 5=2+3, como foi descrito anteriormente na
forma literal.
Exemplos:
a) Calcular I3:
I2=2A
A
I1=5A
b) Calcular I5:
I1=5A I2=2A
A
I3=3A I4=2A
I5=? I6=4A
Chegando I1, I2 e I5, saindo I3, I4 e I6.
I1 + I 2 + I 5 = I 3 + I 4 + I 6
I 5 = I 3 + I 4 + I 6 − I1 − I 2
I5 = 3 + 2 + 4 − 5 − 2
I 5 = 2A
c) Calcular I3:
A
I1=3A I3=?
I2=2A
Chegando I1 e I3, saindo I2.
I1 + I 3 = I 2
I 3 = I 2 − I1
I3 = 2 − 3
I 3 = − 1A
O significado do resultado ter dado negativo, I3=-1A devido o sentido da corrente estar o
contrário do que foi desenhado. A corrente deve estar saindo do nó e não entrando. Resultados assim
podem aparecer durante os cálculos de circuitos, mas isso não é problema, o importante é saber que a
corrente negativa é a mesma coisa que inverter o sentido da corrente.
R1=3Ω
V1=4V
R3=5Ω V2=2V
R2=2Ω
V3=10V
O circuito acima é um exemplo de sistema que não conseguimos descobrir a corrente nem a ddp
nos resistores fazendo cálculos de associação de resistores. São casos assim que nos abriga a utilizar a
Lei das malhas de Kirchhoff.
A primeira coisa que temos de fazer é nomear os pontos do circuito. Cada ponto entre os
componentes do circuito devem ser marcados e nomeados, como mostra a figura:
A B C
R1=3Ω
V1=4V
R3=5Ω V2=2V
E
F D
R2=2Ω
V3=10V
Feito isso, estimar o sentido da corrente que circulará no circuito. Nesta estimativa, não importa
se o sentido adotado para a corrente é o correto ou não, no final, os cálculos mostrarão se o sentido
adotado foi acertado ou não.
Então temos:
A B C
R1=3Ω
V1=4V
R3=5Ω V2=2V
Corrente I
E
F D
R2=2Ω
V3=10V
Com o sentido da corrente definido, a polaridade dos resistores devem ser estar de acordo com
essa corrente, assim deve-se analisar em qual lado do resistor que a corrente entra e marcá-la com a
polaridade positiva, segundo a convenção adotada. As polaridades das fontes já estão definidas e não
devem ser alteradas pois faz parte de sua característica elétrica, em qualquer circuito a fonte terá
sempre a mesma polaridade, independente de como está conectada ao circuito.
Em nosso circuito de exemplo as polaridades serão:
A B - + C
R1=3Ω
V1=4V
+
R3=5Ω V2=2V
-
Corrente I
E + -
F D
R2=2Ω
V3=10V
A parte final da análise antes dos cálculos é definir o sentido que iremos percorrer a malha.
Pode ser no sentido horário, passando pelos pontos na ordem ABCDEFA, ou no sentido anti-horário,
passando pelos pontos na ordem AFEDCBA. Escolheremos a primeira opção, malha ABCDEFA.
A B - + C
R1=3Ω
V1=4V
+
R3=5Ω Sentido da V2=2V
- malha
Corrente I
E + -
F D
R2=2Ω
V3=10V
Até aqui é só análise de circuitos, agora passaremos para a parte de cálculo. Com isso em mãos
podemos montar a equação da malha. No exemplo, como só tem uma malha, termos só uma equação.
A equação é montada de acordo com as convenções citadas no início, percorre-se a malha somando-se
as ddp’s de todos os componentes e colocando sinal positivo ou negativo de acordo com a polaridade.
Então temos na malha ABCDEFA:
Iniciando no ponto A e percorrendo no sentido de B temos V1. Definimos o sinal de acordo
com a polaridade do componente, neste caso +. Fazendo isso para malha inteira:
Ponto A até B: +V1
Ponto B até C: -VR1
Ponto C até D: +V2
Ponto D até E: -VR2
Ponto E até F: -V3
Ponto F até A: -VR3
Todas essas ddp’s devem ser somadas e igualadas a zero:
V1 − VR1 + V2 − VR2 − V3 − VR3 = 0 (I)
No circuito V1=4V, V2=2V e V3=10V, então substituiremos na equação:
4 − VR1 + 2 − VR2 − 10 − VR3 = 0 (II)
Aplicando a Lei de Ohm em R1, R2 e R3,
VR1=R1xI VR1=3xI (III)
VR2=R2xI VR2=2xI (IV)
VR3=R3xI VR3=5xI (V)
Substituindo III, IV e V na equação II temos:
4 − 3 × I + 2 − 2 × I − 10 − 5 × I = 0 Somando os valores e colocando I em evidência:
− 3× I − 2× I − 4 − 5× I = 0
( − 3 − 2 − 5) × I − 4 = 0
− 10 × I − 4 = 0 Multiplicando por (-1);
10 × I + 4 = 0 Passando para o outro lado;
10 × I = − 4
4
I= −
10
I = − 0,4A
A corrente encontrada é de -0,4A, isso significa que no início da resolução quando estimamos o
sentido da corrente horário, estimamos errado. Na realidade a corrente tem sentido anti-horário. O fato
de termos errado a estimativa, não causa nenhuma conseqüência grave ao resultado, a única
implicação disso é que temos que representar a corrente noutro sentido.
Para calcular a ddp em cada resistor basta substituir a corrente 0,4A nas equações III, IV e V.
VR1=3x0,4 VR1=1,2V
VR2=2x0,4 VR2=0,8V
VR3=5x0,4 VR3=2V
O circuito completo fica:
1,2V
A B + - C
R1=3Ω
V1=4V
-
R3=5Ω 2,0V I=0,4A V2=2V
+
E - 0,8V
+
F D
R2=2Ω
V3=10V
Após o cálculo da corrente da malha, é possível calcular todas as outras grandezas elétricas do
circuito.
V1=2V
R1=3Ω
R2=6Ω
R3=2Ω
V2=10V
R4=6Ω
A C
D R2=2Ω
V3=10V
2º Passo:
Estimar e representar o sentido da corrente em todos os nós.
No exemplo B e D possuem as mesmas correntes em sentido contrário, portanto fazendo em um
nó já é suficiente. Lembrando mais uma vez que o sentido de corrente estimado pode ser outro, mas
nos cálculos isso não influirá muito.
V1=2V
A R1=3Ω B C
I1 I2
R2=6Ω
I3
A C
D R3=2Ω
V2=10V
3º Passo:
Marcar a polaridade de todos os resistores de acordo com o sentido das correntes.
V1=2V
A R1=3Ω B C
+ -
I1 I2
+
R2=6Ω
I3
+ -
A C
D R3=2Ω
V2=10V
4º Passo:
Definir o sentido de percurso das malhas.
Como há duas malhas, o sentido deve se definido nas duas.
V1=2V
A R1=3Ω B C
+ -
I1 I2
+
Malha 1 R2=6Ω Malha 2
I3
-
+ -
A C
D R3=2Ω
V2=10V
5º Passo:
Aplicar a Lei dos nós em todos os nós.
Em nosso exemplo, só precisamos da Lei dos nós em um nó, pois no outro nó as correntes são
as mesmas.
Escolheu-se somente o nó B porque as correntes foram representadas naquele nó, mas poderia
ser em D também. Vamos adotar o positivo para as correntes que chegam no nó e negativo para as
correntes que saem.
No nó B temos a seguinte equação dos nós:
I1 + I 2 − I 3 = 0 (I)
6º Passo:
Aplicar a Lei das malhas em todas as malhas;
- Malha ABDA:
VR1 + VR 2 − V2 = 0 (II)
- Malha BCDB:
V1 − VR3 − VR 2 = 0 (III)
7º Passo:
Aplicar a Lei de Ohm em todas as ddp’s existentes no circuito e substituir nas equações do 6º
passo. As fontes devem ser substituídas pelos seus valores:
V1=2V
V2=10V
VR1=R1xI1 VR1=3xI1 (IV)
VR2=R2xI3 VR2=6xI3 (V)
VR1=R3xI2 VR1=2xI2 (VI)
Substituindo na equação II:
VR1 + VR 2 − V2 = 0
3 × I1 + 6 × I 3 − 10 = 0
3 × I1 + 6 × I 3 = 10 (VII)
V1 − VR3 − VR 2 = 0
2 − 2 × I 2 − 6 × I3 = 0
2 × I 2 + 6 × I3 = 2 (VIII)
8º Passo:
Montar os sistema de equações com as equações I, VII e VIII:
I1 + I 2 − I 3 = 0
3 × I1 + 6 × I 3 = 10
2× I + 6× I = 2
2 3
9º Passo:
Resolver o sistema de equações:
Existem várias formas de se resolver sistemas de equações, o exemplo que será dado aqui é a
substituição de duas equações em uma.
Deve-se isolar I1 na segunda equação do sistema, isolar I2 na terceira equação do sistema e
substituir na primeira equação do sistema.
Isolando I1 na Segunda equação:
3 × I1 + 6 × I 3 = 10
3 × I1 = 10 − 6 × I 3
10 − 6 × I 3
I1 =
3
I1 = 3,33 − 2 × I 3 (IX)
Isolando I2 na Terceira equação:
2 × I 2 + 6 × I3 = 2
2 × I 2 = 2 − 6 × I3
2 − 6 × I3
I2 =
2
I 2 = 1 − 3 × I3 (X)
Substituindo na primeira equação do sistema:
I1 + I 2 − I 3 = 0
(3,33 − 2 × I 3 ) + (1 − 3 × I 3 ) − I 3 = 0
3,33 − 2 × I 3 + 1 − 3 × I 3 − I 3 = 0
4,33 − 6 × I 3 = 0
− 6 × I3 = − 4,33
− 4,33
I3 =
− 6
I 3 = 0,72 A
Para saber quanto é I1 e I2 basta substituir I3 nas outras equações:
Substituindo I3 em IX:
I1 = 3,33 − 2 × I 3
I1 = 3,33 − 2 × 0,72
I1 = 3,33 − 1,44
I1 = 1,89 A
Substituindo I3 em X:
I 2 = 1 − 3 × I3
I 2 = 1 − 3 × 0,72
I 2 = 1 − 2,16
I 2 = − 1,16 A
Nos cálculos, chegamos aos valores de corrente elétrica:
I1 = 1,89A
I2 = -1,16A
I3 = 0,72A
O valor negativo de I2 indica que esta corrente foi estimada no sentido errado, na verdade ela
tem sentido contrário. As correntes I1 e I3 foram estimadas no sentido correto pois são correntes
positivas.
10º Passo:
Redesenhar o circuito com todos os resultados:
V1=2V
A R1=3Ω B C
+ -
+
I1=1,89A R2=6Ω I2=1,16A
-
I3=0,72A
+ -
A C
D R3=2Ω
V2=10V
Uma vez calculadas todas as correntes do circuito, pode-se encontrar todas as ddp’s e todas as
potências.
6.6.1 Exercícios de Fixação:
a)
R1=5Ω R2=15Ω
b)
R1=2Ω R2=1Ω
V2=15V
V1=10V V3=5V
R3=2Ω
R4=2Ω R5=1Ω
c)
V1=2V
R1=1Ω
R5=2Ω
V2=10V
7 CAPACITOR:
Os capacitores, também denominados condensadores, são dispositivos que servem para
armazenar cargas elétricas. Basicamente, um capacitor é constituído por duas placas condutoras de
formatos variados e separadas entre si por um meio isolante (ar, mica, papel,etc...).
O meio isolante é denominado dielétrico, e cada uma das placas, armadura.
Figura 34Capacitor
Ligando, através de um fio condutor, uma das placas a um corpo carregado positivamente, se a
placa estiver eletricamente neutra (descarregada), elétrons livres dela serão atraídos pelo corpo
carregado positivamente. Como vemos na figura abaixo:
A placa, perdendo elétrons, fica carregada positivamente. Então, por indução, na outra placa
denominada armadura induzida, haverá separação de cargas. Isso ocorre pois as placas estão muito
próximas uma da outra.
Na prática, as placas de um capacitor são ligadas a uma fonte de corrente contínua (pilha,
bateria, etc). Elas ficam carregadas porque há uma passagem instantânea de corrente elétrica pelos fios
de ligação, mas não pelo interior do capacitor, por causa do isolante elétrico.
Quando o capacitor se carrega, cessa a corrente elétrica e as placas ficam carregadas com cargas
de sinais iguais aos dos pólos do gerador.A movimentação de carga pára por que o potencial das
armaduras do capacitor se iguala ao potencial da fonte em que ele está ligado.
A carga total do capacitor é nula, porque as placas estão carregadas com quantidades de carga
iguais, mas de sinais contrários: +Q e –Q.
Para descarregar um capacitor, basta ligar as placas a um fio condutor: elétrons da placa
negativa passarão para a placa positiva, neutralizando as suas cargas positivas.
Um capacitor não pode ser carregado indefinidamente. Existe um limite, que é determinado por
uma grandeza denominado capacidade ou capacitância do capacitor. É como um balde, você não
poder por 15 litros de água em seu interior, pois o balde só cabe 10 litros, essa é a capacidade do
balde. Capacidade ou capacitância de um capacitor é a relação entre a carga elétrica do capacitor e a
ddp entre as armaduras.
Q
C=
V
C – É a capacidade do capacitor e sua unidade é o Farad, símbolo F;
Q – É a quantidade de carga do capacitor e sua unidade é o Coulomb, símbolo C;
V – É a ddp nas armaduras do capacitor e sua unidade é o Volt, símbolo V;
Carga de um capacitor é representada sempre pela carga de sua armadura (placa) positiva.
Unidade de capacidade:
No SI a capacidade é medida em farad (F)
1Coulomb
1 farad =
1volt
Sendo o farad uma unidade muito grande, são bastante utilizados os submúltiplos:
Os materiais dielétricos que vão inseridos entre as placas dos capacitores podem ser encarados
como resistores de altíssimo valor. A prova que a resistência de isolação existe pode ser demonstrada
ao se carregar um capacitor e, logo depois deixar seus terminais desconectados do circuito.
Teoricamente uma vez carregado, o capacitor deveria manter sua carga infinitamente, mas na pratica,
porém essa carga se descarrega lentamente pelo dielétrico, evidenciando uma resistividade finita no
dielétrico.
Tensão de trabalho:
É máxima tensão que o capacitor pode ser submetido sem provocar danos. Normalmente possui
os seguintes valores: 10V, 16V, 20V, 25V, 35V, 50V, 63V, 75V, 100V, 250V, 300V, 400V, 630V,
etc...
Formatos:
Existem diversos formatos: tubular (normalmente eletrolíticos que utilizam este formato), disco
(cerâmicos), axial (possui um terminal em cada lado do componente) e radial.
Rigidez dielétrica:
É a intensidade máxima do campo elétrico a que se pode submeter um dielétrico sem que ele se
torne condutor.
Tensão de pico:
Tensão máxima que pode ser aplicada a um capacitor por um período muito curto de tempo.
Capacitores de Papel
Primeiro a ser construído comercialmente, foi muito usado em telefonia no começo do século
passado (1915), longas tiras metalizadas e de papel são bobinadas. A tira de papel serve como
dielétrico e normalmente é impregnada com óleo (clofeno) que tem grande constante dielétrica (por
volta de 4,2).
Capacitores de Poliestireno
Também chamados de capacitores de Styroflex, são desenvolvidos para trabalhar em corrente
alternada.
Faixa de valores: 2 a 470000pF.
Tensão de trabalho: De 160V a 630 Vcc.
Resistência de isolação: De 1000 a 10M ohms.
Capacitores de Polistirol
São de categoria profissional, construidos de forma a não apresentar qualquer efeito indutivo.
Faixa de valores: 20 a 600KpF.
Tensão de trabalho: De 63V a 750 Vcc.
Tensão de Prova: 2,5 X a tensão Nominal.
Capacitores Giga Elco
Capacitores eletrolíticos de alumínio para uso em fontes de potência em equipamentos
eletrônicos, em particular em equipamentos de processamento de dados.
Faixa de valores: 140 a 390 mF.
Tensão de trabalho: De 10V a 250 Vcc.
Faixa de Diametro:35 a 75mm.
Faixa de comprimento:55 a 220mm.
Capacitores Oil Filled
Faixa de valores:
DC 0.09 micro farad a 0.05 micro farad
AC 0.5 micro farad a 100 micro farad
AC-DC 0.1 micro farad a 20 micro farad
Características: São monopolares, suportam alta voltagem, são usados como condensadores para
CA ou aplicações de DC.
Capacitores Monolíticos
Faixa de valores:
Monolítico (T.C) - 1 picofarad a 1 farad de micro
Plate monolítico - 8 picofarad a 0.008 farad de micro
Monolítico tubular - 10 picofarad a 0.008 farad de micro
Características:
Alta capacidade por relação de volume com um mínimo de indutância.
Aplicações: Bypass e decodificadores em radio e televisão, receivers, computadores e
osciladores.
Capacitor starcap
É um capacitor elétrico de dupla camada com eletrodos de carvão vegetal ativado e eletrólito
orgânico. Pela sua altíssima capacitância, o STARCAP é ideal para circuitos de back-up de memória
em aplicações como: Automação Industrial, Comercial, entre outras.
Capacitor de oxido de tântalo
São capacitores eletrolíticos, com vantagem de ter o tamanho reduzido, vida útil, menor
variação da capacitância com a temperatura, grande estabilidade química, e resistência a corrosão. Por
outro lado apresentam a desvantagem de ter custos mais elevados, correntes de fuga maiores e
estreitos valores de capacitância.
Faixa de valores: 4,7 nF a 420 uF
Faixa de tensões: 6,3V a 50V
Tolerância: 20%
Capacitor ajustável TRIMMER
Faixa de valores: 1,5 pF a 600 pF
Faixa de tensões: 5V a 100V
Tolerância: 10%
Aplicações: Circuitos de sintonia.
Capacitor Variável
Faixa de valores: 10 pF a 600 pF
Faixa de tensões: 5V a 100V
Tolerância: 10%
Aplicações: Circuitos de sintonia.
Capacitor de Partida de motores
Faixa de valores: 0,25 uF a 4200 uF
Faixa de tensões: 240V a 600V
Tolerância: 10%
Aplicações: fontes de alimentação, lâmpadas, filtros.
Capacitor Mylar
Faixa de valores: 1 nF a 0,68 uF
Faixa de tensões: 50V a 600V
Tolerância: 22%
Aplicações: Circuitos sensíveis a umidade.
Capacitor Plano
Faixa de valores: 10 pF a 10 uF
Faixa de tensões: 6,3V a 16V
Tolerância: 10%
Aplicações: Circuitos diversos
Cuidados: Alguns modelos possuem polaridade.
+Q -Q +Q -Q +Q -Q +Q -Q
V1 V2 V3 V
Vt Vt
Q
Vt = (III)
Ceq.
Comparando (III) e (II):
Q Q Q Q
= + +
C eq. C1 C 2 C3
ou simplificando Q nos dois membros, Temos a capacitância equivalente de:
1 1 1 1
= + +
C C1 C 2 C3
Na associação em paralelo, as armaduras positivas são ligadas entre si, assim como as negativas.
Desta forma, os capacitores suportam a mesma ddp, porém a carga total Q se divide, por exemplo, em
Q1, Q2 e Q3:
Qt = Q1 + Q2 + Q3 Equação I
Q1 Q2 Q3
V C1 C2 C3 Vt V Ceq. Vt
Qt
8 MAGNETISMO:
8.1 MATERIAIS MAGNÉTICOS E NÃO MAGNÉTICOS
Os ímãs tem duas extremidades denominadas de "polo sul" e "polo norte", simplesmente
representados pelas letra N e S. Imaginemos, agora, dois ímãs encostados como mostra a figura
abaixo. Neste caso, os dois ímãs se comportam como um ímã grande. Podemos prosseguir
construindo, através de emendas, ímãs de tamanho cada vez maior. Por outro lado, podemos fazer o
contrário, ou seja, quebrar um ímã transformando-o em dois.
Se continuarmos dividindo os pedaços obteremos imãzinhos cada vez menores. Até quando
podemos fazer isto? O limite desta divisão são peças de tamanho microscópico chamadas de
"domínios magnéticos", sendo este o ponto a que podemos chegar. Para entendermos o que se passa no
interior de um domínio magnético precisaríamos nos aprofundar no estudo da Física Atômica.
A maioria dos corpos não possui domínios magnéticos - são corpos não magnéticos, Entretanto,
o ferro e o níquel (este em menor escala) têm estes domínios magnéticos. São os corpos magnetizáveis
ou "ferro magnéticos". Repare que nossas experiências todos os corpos que foram atraídos pelo ímã
eram constituídos de ferro.
Figura 45Em (a) temos ímã em forma de barra; em (b) em forma de ferradura e em (c) em
forma de pastilha.
A Terra funciona como um imenso ímã sendo, entretanto, fraco (Fig. abaixo). O "Sul (S)"
magnético deste ímã está próximo do pólo norte e o "Norte (N)" magnético próximo do pólo sul. Por
isto, o norte do ímã da bússola apontará para o "Sul magnético" da Terra o que faz ele apontar o norte
geográfico, conforme é o desejo de quem queira usar a bússola para se orientar. Procurar entender bem
isto constitui um bom exercício de raciocínio lógico.
Imãs: são pedras capazes de atrair ferro (fragmentos) ou interagirem entre si mesmas. Elas
correspondem a um óxido de ferro chamada magnetita (Fe3O4). Porém hoje em dia utilizam-se mais
imãs artificiais obtidos através de um processo chamado imantação.
Fenômenos Magnéticos: colocando-se um imã em contato com limalha de ferro, poderá ser
observada que essas se aderem apenas em certas regiões, chamadas pólos. Se um imã é suspenso de
forma que possa girar livremente, ele apontará, de forma aproximada, as direções norte e sul. A região
do imã que aponta para o norte é chamada pólo norte enquanto a região que aponta para o sul é
chamada pólo sul, por tal motivo é comum pintar-se os pólos em cores diferentes. Isso possibilitou a
invenção da bússola.
Os imãs também exercem forças de atração ou repulsão entre si, conforme a posição em que são
postos em relação um ao outro. Portanto, pólos iguais (ex: norte-norte) se repelem, enquanto os pólos
diferentes se atraem (ex: norte-sul).
Há também um fenômeno chamado de inseparabilidade dos pólos de um imã, no qual esse pode
ser portado inúmeras vezes em partes iguais e ao invés de separar os pólos, teremos sempre um novo
imã com pólo norte e sul. Esse processo pode ser continuado até que se obtenham átomos, que têm
propriedades de imãs elementares.
Achava-se que durante muito tempo que não houvesse nenhuma relação entre fenômenos
elétricos e magnéticos, porém em 1820 Oersted descobriu que a passagem da corrente pro um fio
condutor também produz fenômenos magnéticos. É por isso que hoje sabemos que os fenômenos
magnéticos são devidos a forças manifestadas entre cargas elétricas.
Os elétrons giram em torno do núcleo dos átomos, mas também em torno de sí mesmos
(translação), isto é semelhante ao que ocorre com os planetas e o sol. Há diversas camadas de elétrons,
e em cada uma, os elétrons se distribuem em orbitais, regiões onde executam a rotação, distribuídos
aos pares.
Ao rodarem em torno de sí, os elétrons da camada mais externa produzem um campo magnético
mínimo, mas dentro do orbital, o outro elétron do par gira também, em sentido oposto, cancelando este
campo, na maioria dos materiais.
Porém nos materiais imantados (ferromagnéticos) há regiões, chamadas domínios, onde alguns
dos pares de elétrons giram no mesmo sentido, e um campo magnético resultante da soma de todos os
pares e domínios é exercido em volta do material: são os imãs.
O que é de fato um campo magnético ?
A palavra campo significa, na Física, uma tendência de influenciar corpos ou partículas
no espaço que rodeia uma fonte.
Ex.: O campo gravitacional, próximo à superfície de um planeta, que atrai corpos,
produzindo uma força proporcional à massa destes, o peso.
A figura acima mostra um imã em forma de bastão. As linhas desenhadas em sua volta
chamam-se linhas de força, e representa a área em volta do imã que pode influenciar outros materiais.
Toda a área representada pelas linhas de força é chamado de campo magnético. Quanto mais próximos
do imã, maior é a concentração de linhas de força e maior será a influencia magnética que o imã pode
exercer. As linhas de força fora de um imã sempre saem do pólo Norte e entra no pólo Sul. O caminho
completo das linhas de força em um imã é chamado de circuito magnético fechado, assim como
acontece com a corrente elétrica que deve circular num circuito fechado, o mesmo acontece com as
linhas de força.
Após estudar todos os casos de aparecimento de fem (força eletromotriz) induzida, Faraday
concluiu:
Toda vez que o fluxo magnético através de um circuito varia, surge, nesse circuito uma fem
induzida.
Esse fenômeno é chamado de indução eletromagnética e o circuito onde ele ocorre é chamado
circuito induzido. Em todos os casos, observamos, no amperímetro, uma corrente induzida que cessa
quando cessa a variação pro fluxo magnético. É muito grande a importância da indução
eletromagnética: A maior parte da energia elétrica produzida modernamente está baseada nesse
fenômeno.
Lei de Lenz: O sentido da corrente induzida é tal que ela origina um fluxo magnético induzido
que se opõem à variação do fluxo magnético denominado indutor.
A representação deve ser imaginada como na figura acima. Se uma flecha for lançada no
espaço, teremos três visões, uma de lado, de frente e por trás. Os vetores que iremos representar
devem obedecer estas convenções.
Campo magnético é toda região ao redor de um imã ou de um condutor percorrido por corrente
elétrica. Em Campo magnético criado por um condutor retilíneo as linhas de força são circulares e
concêntricas ao fio por onde passa a corrente elétrica e estão contidas num plano perpendicular ao fio.
A indução magnética é dada por:
m0 × I
B=
2× π × r
Onde:
B = intensidade do vetor campo magnético em um ponto (T)
m0 = permeabilidade magnética do meio (T.m/A)
r = distância do ponto ao fio (m)
m0 = 4.π. 10-7 T.m/A (no vácuo)
Regra da mão direita: Segure o condutor com a mão direita de modo que o polegar aponte
no sentido da corrente. Os demais dedos dobrados fornecem o sentido do vetor campo
magnético, no ponto considerado.
8.5.2.1 Um fio retilíneo e longo é percorrido por uma corrente elétrica contínua i = 2A. Determine o
campo magnético num ponto distante 0,5m do fio. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.2.2 Um condutor reto e extenso é percorrido por uma corrente de intensidade 2A. Calcular a
intensidade do vetor campo magnético num ponto P localizado a 0,1 m do condutor. O meio
é o vácuo.
8.5.2.3 A 0,4 m de um fio longo e retilíneo o campo magnético tem intensidade 4.10 -6 T. Qual é a
corrente que percorre o fio? Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.2.4 Dada a figura abaixo, determine a intensidade do campo magnético resultante no ponto P.
Dados: i1 = 4A, i2 = 10A, µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.2.5 Dada a figura abaixo, determine a intensidade do campo magnético resultante no ponto P.
Dados: i1 = 3A, i2 = 5A, µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.2.8 Temos seis bússolas ao redor de um ímã. Quais delas estão orientadas corretamente?
8.5.2.9 Ao fecharmos o circuito as quatro bússolas irão se orientar com o campo ao redor do fio.
Como ficará essa orientação?
8.5.2.10 Sabe-se que a Lua, ao contrário da Terra, não possui um campo magnético. Sendo assim,
poderia um astronauta se orientar em nosso satélite usando uma bússola comum? Explique.
No caso de uma espira circular, o lado em que entram as linhas de força podem ser associados
ao pólo sul, e o lado em que saem as linhas pode ser associado ao pólo norte.
A indução magnética é dada por:
m× I
B=
2× R
Onde:
B = intensidade do vetor campo magnético em um ponto (T)
m= permeabilidade magnética do meio (T.m/A)
R = raio da espira (m)
m0 = 4.π. 10-7 T.m/A (no vácuo)
8.5.4.1 A espira da figura abaixo tem raio 0,2 m e é percorrida por uma corrente de 5A no sentido
horário. Determine a intensidade e a orientação do vetor campo magnético no centro da
espira. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.4.2 Uma espira circular de raio R=0,2 m é percorrida por uma corrente elétrica de intensidade
i=8A, conforme a figura abaixo. Dê as características do vetor campo magnético no centro
da espira. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.4.3 Duas espiras circulares concêntricas e coplanares de raios 0,4 πm e 0,8 πm são percorridas
por correntes de intensidades 1A e 4A , respectivamente, conforme mostra a figura.
Determine a intensidade do vetor campo magnético resultante no centro das espiras. Adote µ
0 = 4π.10 T.m/A
-7
8.5.6.1 Um solenóide de 1 metro de comprimento contém 500 espiras e é percorrido por uma
corrente de 2A. Determinar a intensidade do vetor campo magnético no interior do
solenóide. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A
8.5.6.3 Considere um solenóide de 0,16m de comprimento com 50 espiras. Sabendo que o solenóide
é percorrido por uma corrente de 20A, determine a intensidade do campo magnético no seu
interior.
8.5.6.4 Um solenóide de 1 metro de comprimento contém 1000 espiras e é percorrido por uma
corrente de i. Sabendo que o vetor campo magnético no seu interior vale 8π .10-4 T,
determine i. O solenóide está no vácuo.
8.5.6.7 Um aluno estava usando uma bússola para orientar-se no interior da sala de laboratório.
Num certo momento, a agulha mudou repentinamente de posição. Como se explicaria esse
movimento da agulha?
Ao contrário da força elétrica (a força de Coulomb), a força magnética só atua sobre cargas em
movimento. Como a força magnética e exercida sobre um corpo distante (por exemplo, dois ímãs
separados por alguma distância), a interação magnética ocorre através de um campo, chamado campo
magnético. O campo magnético pode ser visualizado utilizando partículas pequenas de algum material
magnético (por exemplo, limalha de ferro). Essas partículas alinham-se com o campo magnético, tal
como os dipolos elétricos alinham-se com o campo elétrico. A força que um ímã permanente exerce
sobre um condutor com corrente elétrica foi estudada por Ampère. Ele achou que esta força é
proporcional à intensidade de corrente e ao comprimento do fio (ver figura abaixo). O sentido da força
depende do sentido da corrente.
Força Magnética sobre condutor conduzindo corrente elétrica:
A força que atua sobre o fio conduzindo uma corrente I, dentro de um campo de intensidade B
é:
F = B × I × L × senα
F – Força magnética (N);
B – Indução magnética (T);
I – Corrente elétrica (A);
L – Comprimento do condutor (m);
α – Ângulo entre a indução e a corrente;
Figura 54Vetores de F, B e I;
Ainda antes disso, H.Oersted descobriu que uma corrente também atua sobre um ímã, fazendo
rodar a agulha de uma bússola. Ele adivinhou que uma corrente elétrica produz um campo magnético,
tal como um ímã permanente. A figura a baixo (a) mostra uma réplica da experiência de Oersted em
que uma corrente atua sobre a agulha de uma bússola fazendo com que a agulha rode. Mais tarde, foi
demonstrado que o mesmo tipo de ação existe por parte da corrente retilínea sobre uma bobina
atravessada por uma corrente elétrica (figura b). No entanto, foi Ampère que propôs a hipótese que o
magnetismo de um ímã permanente é devido a correntes microscópicas que existem neste material.
Então, o campo magnético é criado por cargas em movimento que atua sobre cargas em movimento.
Das experiências de Ampère e de Oersted é óbvio que a força magnética atua sobre uma partícula
carregada, que está em movimento, na direção perpendicular à do seu movimento.
Uma carga elétrica q lançada dentro de um campo magnético B, com uma velocidade v, sofre a
ação de uma força F.
F = q × v × B × senθ
F = força magnética (N);
q = carga elétrica (C);
B = Indução magnético (T);
v = velocidade da carga (m/s);
θ = Ângulo entre o vetor Indução e o vetor velocidade.
A força magnética sobre cargas elétricas assume valor máximo quando elas são lançadas
perpendicularmente à direção do campo magnético. Sen 90º = 1, logo: F = q.v.B.
Cargas elétricas em repouso ou lançadas na mesma direção do campo magnético não sofrem a
ação da força magnética.
8.6.2.2 Uma carga elétrica puntiforme de 20.10-6 C, é lançada com velocidade de 4m/s, numa
direção perpendicular a um campo magnético, e fica sujeita a uma força de intensidade 8.10 -5
N. Qual a intensidade do campo magnético?
8.6.2.3 Uma carga elétrica de 10-15 C é lançada perpendicularmente a um campo magnético de 10-2
T, ficando sob a ação de uma força de 10-15 N. Determine a velocidade com que a carga foi
lançada no campo.
8.6.2.4 Uma partícula elétrica de carga q=4.10-6 C desloca-se com velocidade 2.102 m/s, formando
um ângulo θ = 45o com um campo magnético uniforme de intensidade 16.104 T, conforme
indica a figura. Determine a força magnética que atua sobre a partícula.
8.6.2.5 Represente a força magnética que atua sobre a carga q, lançada com velocidade v num
campo magnético B, nos seguintes casos:
8.6.2.7 Colocado no campo magnético de um imã, um fio percorrido por uma corrente sofre a ação
de uma força magnética, em determinado sentido. Quais as alternativas possíveis para
inverter o sentido dessa força?
A história do magnetismo tem duas vertentes, uma de origem grega e outra de origem chinesa.
Segundo uma lenda, o termo "magnetismo" é proveniente do nome de um pastor de ovelhas grego, "Μ
αγνες" que surpreso, observa que a extremidade de ferro de seu cajado, atraía pequenos pedaços de
pedra ( "magnetita") que ficavam à beira do caminho. Por outro lado, de todos os trabalhos em Física
dos chineses, a contribuição mais significativa, é a invenção da bússola magnética, porque é um
exemplo de como processos associados com "magia", datados do século III A. C., conduzem à
descoberta científica.
Como muitas outras civilizações primitivas, os chineses tinham conhecimento de fenômenos
magnéticos, através das propriedades naturais da "magnetita" ( óxido de ferro ), cujo poder de atração
do ferro, era considerado mágico. Os adivinhos usavam a magnetita para confeccionar "placas de
advinhação", que era constituída de duas partes, uma superior que representava o céu, tinha a
constelação da Grande Ursa ou do Arado, e uma parte inferior que representava a Terra. Ambas as
placas tinham marcações equivalentes aos "pontos de bússola" ou direções, com intervalos de 15 0.
No primeiro século depois de Cristo, um objeto familiar, era um pedaço de magnetita montado
sobre um pino, apontava para o sul em vez de para o norte, foi a essência da bússola magnética. No
século VI, os chineses descobriram que agulhas de ferro esfregadas com um pedaço de magnetita,
tornavam-se magnetizadas. Mais tarde, descobriram que aquecendo o ferro ao rubro, e depois
esfriando-o mantendo a direção sul-norte, poderiam magnetizar o ferro.
A bússola magnética "mágica" era comum nos navios chineses, talvez desde o século X, e
certamente no século XI, o que precede a adoção da bússola no Ocidente em pelo menos cem anos.
Além disso, a utilização da bússola magnética trouxe maior precisão das "direções magnéticas", e
deste os tempos da dinastia Tang, levou à descoberta de que o norte e o sul magnéticos não são
coincidentes com o norte e o sul geográficos, o que deixa um espaço de pelo menos setecentos anos,
com relação ao Ocidente.
O primeiro a escrever sobre o magnetismo no Ocidente é Peter Peregrinus, no século XIII, em
"Carta sobre o imã", datada de 1269, onde descreve a magnetita e suas propriedades, definindo a
propriedade do imã sempre apontar para o norte magnético, mencionando pela primeira vez o termo
"pólo magnético". Nesta carta, Peregrinus menciona o fato de que um imã, quando partido ao meio,
torna-se dois imãs. A "Carta" contém uma tentativa de aplicar a força magnética na geração do
movimento perpétuo.
Na Renascença, em 1581, o livro "Uma nova atraente", de Robert Norman, continha uma
discussão sobre o imã ou magnetita e também um "novo segredo" sobre seu comportamento, o
fenômeno hoje conhecido como "inclinação magnética", referindo-se à inclinação da agulha magnética
em relação à horizontal, diferindo de um lugar para outro.
No Ocidente parece que Stevin (1548-1620 ), foi o primeiro a interessar-se por problemas em
navegação, e escrevendo a este respeito, dava explicações muito claras de um sistema no qual sugeria
o uso de uma agulha magnética, que poderia atuar como guia para a longitude. Isto deveria ser feito
medindo-se a diferença entre os nortes verdadeiro e magnético, já que se sabia não ser esta diferença a
mesma em todos os pontos da superfície terrestre (Posteriormente, verificou-se ser o método inválido,
visto que a variação não era constante, mas mudava com o tempo).
No período renascentista, o trabalho mais significativo sobre magnetismo é devido a William
Gilbert (1540- 1603), um médico proeminente em Londres, que em 1600 foi designado médico da
rainha Elizabeth I, e após a morte desta, de Jaime I. A fama de Gilbert vem da publicação do seu livro
"De Magnete" em 1600. Nele revela profundo conhecimento do magnetismo, discutindo o assunto
com detalhes, considerando não somente a bússola magnética, bem como o comportamento do imã, e
as questões de atração e repulsão. Sua obra foi reeditada em 1628 e 1633.
Gilbert distinguia entre a atração exercida pelo âmbar (atração eletrostática) e a atração
magnética. Para ele, cada imã era envolvido por uma "órbita invisível de virtude", explicando como
esta propriedade afeta qualquer ferro que esteja em suas vizinhanças.
Mostrou como um imã em forma esférica, poderia reproduzir o comportamento do planeta
Terra, demonstrando com o auxílio de pequenos imãs o que entendemos hoje como campo magnético
terrestre. Relatou, partindo do princípio de que a Terra é um imã, a declinação e a inclinação
magnética, bem como a propriedade dos imãs apontarem para o norte ou sul.
Em 1820, Hans Cristian Oersted, que acreditava por razões filosóficas, existir uma correlação
entre eletricidade e magnetismo, conseguiu provar experimentalmente que, quando uma corrente
elétrica passava por um fio, havia um campo magnético associado a ela.
Entre 1821 e 1825, o físico, matemático e químico francês André-Marie Ampère, esclareceu os
efeitos de correntes sobre imãs, assim como o efeito oposto, a ação de imãs sobre correntes elétricas.
Isto o levou a afirmação de que um imã era composto de "moléculas" magnéticas, em cada uma das
quais uma corrente elétrica circulava permanentemente.
Michel Faraday (1791 - 1867), então diretor de laboratório da Royal Institution, argumentava
que se a eletricidade que corria por um fio produzia efeitos magnéticos, um efeito magnético deveria
produzir uma corrente elétrica, é a lei de indução magnética de Faraday.
As hipóteses de Faraday levantaram um problema teórico relativo ao modo como eletricidade e
magnetismo poderiam se comportar no espaço vazio – o problema da ação à distância. Faraday propôs
a idéia de campo – imaginou que existiam linhas de força magnética, e que estas ficavam tanto mais
próximas quanto mais forte fosse o campo magnético. Imaginou também que essas linhas tendiam a se
encurtar quando podiam e a se repelir mutuamente. Para Faraday o espaço deveria estar cheio de
linhas de força, e talvez a luz e o calor fossem vibrações que viajavam ao longo de tais linhas de força.
James Clark Maxwell (1831 - 1879), escreveu "Tratado sobre eletricidade e magnetismo" onde
"introduziu na ciência matemática a idéia da ação elétrica conduzida através de um meio contínuo",
idéia proposta por Faraday, mas não trabalhada matematicamente.
Maxwell iniciou sua análise em 1855, tentando encontrar uma explicação matemática das linhas
de força que circundam um imã, ou seja, o campo magnético de Faraday. Em 1861 estava em
condições de colocar correntes elétricas, cargas elétricas e magnetismo em um esquema abrangente,
pressupondo um éter para explicar como as correntes elétricas e suas derivações, os campos
magnéticos, estavam em contínua interação. Seu trabalho foi publicado em 1864, as equações a que
Maxwell havia chegado para expressar o comportamento de correntes elétricas e seus campos
9 INDUTOR:
Um indutor é um componente elétrico capaz de armazenar energia na forma magnética.
Podemos dizer que ele é similar ao capacitor que acumula energia através de cargas elétricas. Assim
como no capacitor, essa propriedade de armazenar energia tem um nome e no indutor é chamada de
indutância.
A capacidade de um indutor armazenar energia na forma magnética é a indutância e sua
representação é dada pelo símbolo abaixo:
Figura 60Indutor
Indutor Cilindrico
Faixa de valores: 3 uH a 1 mH
Aplicação: Circuitos de alta corrente
Indutor Plano
Faixa de valores: 0,01 uH a 10 uH
Aplicação: Diversos
Indutor Ajustavel
Faixa de valores: 1 uH a 100 uH
Aplicação: Osciladores
Figura 62Solenoide
de força que está passando por uma determinada área. Ou o valor da indução por uma determinada
área.
φ = B× A
Φ – Fluxo magnético, unidade Weber (W);
B – Indução magnética, unidade Tesla (T);
A – Área, unidade m2 .
A indutância de uma bobina, solenóide, etc, é representada fisicamente como a relação do fluxo
magnético com a corrente elétrica que gera esse fluxo em um solenóide. Isto pode ser visualizada pela
fórmula:
φ
L=
I
L é denominada indutância e sua unidade é Henry (H).
Como um indutor pode ser constituído por espiras de material condutor (bobinas na forma de
um solenóide) e enroladas em torno de um núcleo. Um solenóide de comprimento “d” e área
transversal A com N espiras tem uma indutância dada por:
A
L = m× N 2 ×
d
Onde:
L – Indutância (H);
m – Permeabilidade magnética do núcleo (T.m/A) ou (H/m);
N – Número de espiras do solenóide;
A – Área da sessão transversal do solenóide (m2);
d – Comprimento do solenóide (m);
10 CORRENTE ALTERNADA:
Relembrando, um campo magnético produz uma força sobre cargas elétricas em movimento.
Quando estas cargas deslocam-se em um condutor, este sofre a ação de uma força perpendicular ao
plano que contém o condutor e o campo.
F = B x I x L x senα
F é a força em Newton, L o comprimento do condutor, em m, e α o ângulo entre o condutor e
as linhas do campo.
É esta força que permite a construção dos motores elétricos. Nestes o ângulo é de 90o, para
máximo rendimento, B é produzido pelos enrolamentos, grandes bobinas, e há N espiras (nos casos
em que o rotor, parte rotativa central, é bobinado), somando-se as forças produzidas em cada uma. O
núcleo é de material ferromagnético, para que o campo seja mais intenso, e envolve o rotor, com
mínima folga, o entreferro, formando um circuito magnético.
O processo é reversível: uma força aplicada a um condutor, movendo-o de modo a “cortar”
as linhas de um campo magnético (perpendicularmente), induz uma ddp neste, conforme a Lei de
Faraday, proporcional à velocidade e ao comprimento do condutor, e ao campo, é o princípio do
gerador elétrico e do microfone dinâmico.
E = B × L × v × senθ
Onde:
- E é a tensão, a ddp gerada em V;
- B é indução magnética em T;
- L o comprimento, em m;
- v a velocidade do condutor, em m/s;
- θ é o ângulo entre os vetores v e B, em graus.
TRANSFORMADOR
enrolamentos.
A relação entre as voltagens no primário e no secundário, bem como entre as correntes nesses
enrolamentos, pode ser facilmente obtida: se o primário tem Np espiras e o secundário Ns, a
voltagem no primário (Vp) está relacionada à voltagem no secundário (Vs) por Vp/Vs = Np/Ns, e
as correntes por Ip/Is = Ns/Np. Desse modo um transformador ideal (que não dissipa energia), com
cem espiras no primário e cinqüenta no secundário, percorrido por uma corrente de 1 ampère, sob
110 volts, fornece no secundário, uma corrente de 2 ampères sob 55 volts.
Perdas no transformador
Graças às técnicas com que são fabricados, os transformadores modernos apresentam grande
eficiência, permitindo transferir ao secundário cerca de 98% da energia aplicada no primário. As
perdas - transformação de energia elétrica em calor - são devidas principalmente à histerese, às
correntes parasitas e perdas no cobre.
1. Perdas no cobre. Resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras primárias e secundárias.
As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a forma de calor e não podem ser evitadas.
2. Perdas por histérese. Energia é transformada em calor na reversão da polaridade magnética do
núcleo transformador.
3. Perdas por correntes parasitas. Quando uma massa de metal condutor se desloca num campo
magnético, ou é sujeita a um fluxo magnético móvel, circulam nela correntes induzidas. Essas
correntes produzem calor devido às perdas na resistência do ferro.
http://br.geocities.com/saladefisica
10.1.1.2 Converter:
a) 0,00324m = ____________________ mm.
b) 965000000000Ω = ____________________ MΩ.
c) 460mm2 = ____________________ m2.
d) 1850g = ____________________ kg.
e) 2,5kg = ____________________ g.
f) 20cm = ____________________ mm.
g) 75cm = ____________________ m.
h) 72m2 = ____________________ cm2.
i) 12km = ____________________ mm.
2
j) 36km = ____________________ cm2.
k) 1,5m3 = ____________________ cm3.
l) 16000mm3 = ____________________ m3.
10.1.2 Sistema internacional de unidades:
10.1.3 Matemática:
g) 45x10-4 ÷ 5x104 =
h) 36x102 ÷ 6x10-4 =
i) 5x105 + 100x103 =
j) 92x10-6 + 800x10-4 =
k) 2500x103 – 0,5x106 =
l) (2x104)2 =
m) (9x10-6)3 =
n) 8kΩ + 0,02MΩ =
o) 800mA – 4A =
R 25cm
R 5cm
Se aplicarmos um f.e.m. de 12V entre as extremidades deste cano, qual é o valor da corrente que
irá circular pelo cano?
Qual deve ser o potencial elétrico bem na metade do cano, aos 45cm?
10.1.4.2 Calcular a resistência de um fio de cobre de sessão 2,5 mm2 e comprimento de 50m.
2cm
c m
40
cm
50
2cm
m
0c
10
3cm
6cm
5cm
cm
80
5 cm
10 cm
V = 12V R=120Ω
I = 5A
V = ____V R=2Ω
10.1.4.10 Calcular o resistor que quando ligado a um circuito com f.e.m. 120V faz circular uma
corrente de 600mA:
I = 600mA
V = 120V R=_______Ω
V = 12V R=120MΩ
5Ω
B B
3Ω
c) d)
A
1Ω
A B
8Ω 8Ω 8Ω
4Ω
B
5Ω
e) f)
A A
2Ω 1Ω 1Ω 1Ω
4Ω
2Ω 4Ω
4Ω
B B
4Ω
5Ω
g) h)
A B
A 10Ω 4Ω 4Ω
10Ω 10Ω
4Ω
5Ω
5Ω 4Ω
10.1.6.1 Calcular a potência elétrica consumida de cada resistor das figuras abaixo:
a)
30V R1=1,5kΩ
b)
c)
R1=1,5kΩ
30V
R2=1kΩ
d)
R1=1,5kΩ
30V
R2=1kΩ R3=1kΩ
R1=1,5kΩ
R2=1kΩ
P=3mW
R1=1,5kΩ
R1=1,5kΩ
R3=?
? P=2mW
R2=1kΩ
P=3mW