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FUNDAÇÃO INSTITUTO TECNOLÓGICO INDUSTRIAL

COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL


CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

ELETRICIDADE

Prof. Carlos K. Hara


COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL Eletricidade

ÍNDICE
Índice................................................................................................................................ 2
Índice de Figuras............................................................................................................. 4
Índice de Tabelas............................................................................................................. 6
1 Conceitos de matemática:.............................................................................................. 7
1.1 Notação científica de números:.............................................................................. 7
1.2 Operações matemáticas utilizando a notação científica:..................................... 8
1.3 Exercícios:............................................................................................................... 8
2 Sistema Internacional de Unidades – SI....................................................................... 9
2.1 Unidades de Base ou Fundamentais...................................................................... 9
2.2 Unidades Suplementares:..................................................................................... 10
2.3 Unidades Derivadas:............................................................................................ 10
2.3.1 Algumas Unidades SI Derivadas Simples em Termos das Unidades de Base 10
2.3.2 Unidades SI Derivadas com Nomes Especiais................................................. 11
2.3.3 Algumas Outras Unidades SI Derivadas:......................................................... 11
2.3.4 Unidades de Uso Permitido com as do SI ....................................................... 12
2.3.5 Unidades Obtidas Experimentalmente em uso com o SI:................................ 12
2.3.6 Unidades em uso temporário com o Sistema Internacional:............................ 12
3 Eletrostática................................................................................................................. 13
3.1 Carga Elétrica....................................................................................................... 13
3.1.1 Medida da Carga Elétrica................................................................................ 13
3.2 Potencial Elétrico:................................................................................................ 14
3.3 Tensão elétrica ou ddp:........................................................................................ 15
3.4 Exercícios:............................................................................................................. 16
4 Eletrodinâmica:............................................................................................................ 18
4.1 Corrente elétrica:................................................................................................. 18
4.1.1 Efeitos da Corrente Elétrica:............................................................................ 20
5 Resistência Elétrica:.................................................................................................... 21
6 Circuito Elétrico:......................................................................................................... 23
6.1 Associação de resistores:...................................................................................... 24
6.1.1 Associação em Série:....................................................................................... 25
6.1.2 Associação em paralelo:.................................................................................. 26
6.1.3 Associação mista:............................................................................................ 27
6.2 Potência elétrica:.................................................................................................. 27
6.2.1 Exercícios de Fixação:..................................................................................... 29
6.3 Leis de Kirchhoff.................................................................................................. 30
6.4 Lei dos nós............................................................................................................. 32
6.5 Lei das Malhas...................................................................................................... 33
6.6 Cálculo de circuitos elétricos............................................................................... 36
6.6.1 Exercícios de Fixação:..................................................................................... 40
7 Capacitor:..................................................................................................................... 41
7.1 Capacidade............................................................................................................ 43

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7.2 Outras características dos capacitores:............................................................... 43


7.2.1 O capacitor real................................................................................................ 43
7.2.2 Tipos de capacitor............................................................................................ 44
7.3 Associação de Capacitores:.................................................................................. 46
7.3.1 Associação de capacitores em série:................................................................ 46
7.3.2 Associação de capacitores em paralelo............................................................ 47
7.3.3 Exercícios de fixação:...................................................................................... 47
8 Magnetismo:................................................................................................................. 49
8.1 Materiais Magnéticos e não magnéticos ............................................................. 49
8.1.1 O que acontece na magnetização? .................................................................. 50
8.2 Campos magnéticos:............................................................................................. 51
8.2.1 Permeabilidade Magnética............................................................................... 52
8.3 Indução Eletromagnética .................................................................................... 52
8.4 Radiação Eletromagnética................................................................................... 53
8.5 Campo Magnético e Indução Magnética:........................................................... 54
8.5.1 Campo gerado por um fio condutor:................................................................ 54
8.5.2 Exercícios de fixação:...................................................................................... 55
8.5.3 Campo Magnético no Centro de uma Espira................................................... 56
8.5.4 Exercícios de fixação:...................................................................................... 57
8.5.5 Campo Magnético no Interior de um Solenóide.............................................. 58
8.5.6 Exercícios de fixação:...................................................................................... 58
8.6 Força Magnética................................................................................................... 59
8.6.1 Força magnética e campo magnético............................................................... 59
8.6.2 Exercícios de fixação:...................................................................................... 63
8.7 Histórico do magnetismo e eletromagnetismo.................................................... 64
9 Indutor:........................................................................................................................ 66
9.1 Tipos de indutor.................................................................................................... 66
9.2 Características dos indutores:............................................................................. 67
10 Corrente Alternada:................................................................................................... 68
10.1 Exercícios Propostos:......................................................................................... 75
10.1.1 Conversão de Unidades:................................................................................ 75
10.1.2 Sistema internacional de unidades:................................................................ 76
10.1.3 Matemática:................................................................................................... 76
10.1.4 Resistência elétrica:....................................................................................... 77
10.1.5 Associação série e Paralelo............................................................................ 80
10.1.6 Potência Elétrica:........................................................................................... 80

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1Forças eletrostáticas......................................................................................... 13
Figura 2Corpos eletrizados............................................................................................. 13
Figura 3Energia potencial.............................................................................................. 14
Figura 4Diferença de potencial...................................................................................... 15
Figura 5Fluxo de cargas................................................................................................ 15
Figura 6Nível da água diferente..................................................................................... 18
Figura 7Nível da água igual........................................................................................... 18
Figura 8Fluxo de elétrons.............................................................................................. 19
Figura 9Sentido das cargas............................................................................................ 19
Figura 10Corrente iônica............................................................................................... 20
Figura 11Código de cores............................................................................................... 22
Figura 12Circuito elétrico.............................................................................................. 24
Figura 13Circuito equivalente........................................................................................ 25
Figura 14Circuito série................................................................................................... 25
Figura 15Circuito paralelo............................................................................................. 26
Figura 16Potência nominal............................................................................................ 28
Figura 17Potência elétrica............................................................................................. 28
Figura 18Exemplos de nós............................................................................................. 31
Figura 19Exemplo de malhas ........................................................................................ 31
Figura 20Polaridade....................................................................................................... 31
Figura 21Nó A................................................................................................................ 32
Figura 22Malha única.................................................................................................... 33
Figura 23Malha única – Marcação dos pontos............................................................. 34
Figura 24Malha única – Sentido da corrente................................................................ 34
Figura 25Malha única – Polaridade.............................................................................. 34
Figura 26Malha única – Sentido da malha.................................................................... 35
Figura 27Malha única – Resultado................................................................................ 36
Figura 28Circuito duas malhas...................................................................................... 36
Figura 29Circuito duas malhas – Marcação dos Pontos............................................... 37
Figura 30Circuito duas malhas – Sentido das Correntes.............................................. 37
Figura 31Circuito duas malhas – Polaridade................................................................ 38
Figura 32Circuito duas malhas – Sentido das malhas................................................... 38
Figura 33Circuito duas malhas – Resultado.................................................................. 40
Figura 34Capacitor......................................................................................................... 41
Figura 35Fluxo de carga................................................................................................ 41
Figura 36Indução da armadura..................................................................................... 42

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Figura 37Equilíbrio das cargas das placas.................................................................... 42


Figura 38Carregando um Capacitor:............................................................................. 42
Figura 39Descarregando um capacitor:........................................................................ 43
Figura 40Capacitor real................................................................................................. 43
Figura 41Equivalente série de capacitores:................................................................... 46
Figura 42Equivalente paralelo de capacitores:.............................................................. 47
Figura 43Encostando dois ímãs:.................................................................................... 49
Figura 44Ferro não magnetizado e magnetizado.......................................................... 50
Figura 45Em (a) temos ímã em forma de barra; em (b) em forma de ferradura e em (c) em
forma de pastilha....................................................................................................................... 50
Figura 46Campo magnético da Terra ........................................................................... 51
Figura 47Linhas de força............................................................................................... 52
Figura 48Sistema de eixos 3d;........................................................................................ 53
Figura 49Representando vetores;................................................................................... 54
Figura 50Campo criado por um condutor;.................................................................... 54
Figura 51Campo de uma espira;.................................................................................... 56
Figura 52Força Magnética em um condutor de corrente:............................................ 60
Figura 53Força gerada em um condutor por um campo............................................... 61
Figura 54Vetores de F, B e I;......................................................................................... 61
Figura 55Regra dos três dedos da mão direita:.............................................................. 61
Figura 56Bússola sob influência de um campo magnético........................................... 62
Figura 57Força Magnética em uma carga em movimento:........................................... 62
Figura 58Regra da mão esquerda;................................................................................. 62
Figura 59Força magnética máxima;.............................................................................. 63
Figura 60Indutor............................................................................................................ 66
Figura 61Foto de indutores comerciais.......................................................................... 67
Figura 62Solenoide......................................................................................................... 67
Figura 63Força magnética............................................................................................. 68
Figura 64GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA ................................................ 69
Figura 65Gerador de corrente alternada....................................................................... 69
Figura 66Gerador de corrente alternada ...................................................................... 70
Figura 67Linha de montagem de geradores industriais ............................................... 70

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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1Potências de 10.................................................................................................... 7
Tabela 2Ex. de conversão................................................................................................. 9
Tabela 3Notação científica............................................................................................... 9
Tabela 4Unidades fundamentais do SI............................................................................. 9
Tabela 5Unidades suplementares do SI.......................................................................... 10
Tabela 6Unidades derivadas do SI................................................................................. 11
Tabela 7Unidades especiais do SI................................................................................... 11
Tabela 8Outras unidades do SI....................................................................................... 11
Tabela 9Unidades permitidas no SI................................................................................ 12
Tabela 10Unidades experimentais do SI........................................................................ 12
Tabela 11Unidades de uso temporário do SI.................................................................. 12
Tabela 12Tabela de cores de resistores........................................................................... 22
Tabela 13Resistividades elétricas:.................................................................................. 23

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1 CONCEITOS DE MATEMÁTICA:

1.1 NOTAÇÃO CIENTÍFICA DE NÚMEROS:

Existem várias formas de se escrever e representar um número, quando estamos realizando


cálculos com números extremamente grande ou muito pequenos podemos usar a notação científica
para facilitar os cálculos. Esta forma de escrever os números é simplesmente reduzir um número a um
múltiplo de dez.

O que precisamos saber antes:

100 = 1 Qualquer número elevado a uma potência de 0 é igual a 1 (um);


101 = 10 10-1 = 0,1
2
10 = 100 10-2 = 0,01
103 = 1.000 10-3 = 0,001
4
10 = 10.000 10-4 = 0,0001
5
10 = 100.000 10-5 = 0,00001
6
10 = 1.000.000 10-6 = 0,000001
7
10 = 10.000.000 10-7 = 0,0000001
8
10 = 100.000.000 10-8 = 0,00000001
109 = 1.000.000.000 10-9 = 0,000000001
10
10 = 10.000.000.000 10-10 = 0,0000000001
11
10 = 100.000.000.000 10-11 = 0,00000000001
Tabela 1Potências de 10.

Exemplos:
2,5 × 100 = 2,5 × 10 2 = 250
25
= 25 × 10 − 1 = 25 × 0,1 = 2,5
10

A conversão para a notação científica é feita da seguinte forma:


a) Números maiores que 1
I. Em um número N deslocar a virgula para a esquerda até que fique somente um
número a esquerda da virgula;
II.Este número N deverá ser inteiro com valor que pode variar de 1 a 9;
III.Conta-se o número de casas que a vírgula andou no item I, esse será o expoente de
10.
IV.Assim obtemos o número escrito sob a forma: N x 10 m.

Vamos ao primeiro exemplo que podes seguir passo a passo:


Seja o número 23419:
Na notação científica como se escreve?
Vamos deslocar a vírgula 4 casas para a esquerda e fica:
2,3419.
O expoente encontrado será 4
Escreve-se agora o produto:
Ou seja: 2,3419 x 10 4

b) Números menores que 1:


Seguir os mesmos passos do item anterior, mas deslocar a virgula para a direita;
O número de casas que a virgula andou será o expoente negativo de 10.

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Assim obtemos o número escrito sob a forma: N x 10 –m.

Vamos escrever agora um número em notação científica. Seja:


0,000436
Primeiro vamos deslocar a vírgula por forma a termos uma parte inteira não nula e menor que
10:
Teremos: 4,36
A vírgula deslocou-se para a direita quatro casas. Então o expoente de 10 será –4;
E a expressão final será:
4.36 X 10-4

1.2 OPERAÇÕES MATEMÁTICAS UTILIZANDO A NOTAÇÃO CIENTÍFICA:

Na multiplicação as potências devem ser somadas:

( N × 10 ) × ( M × 10 ) = ( N × M ) × 10
x y ( x + y)

Exemplo:

( 2,5 × 10 ) × (5,0 × 10 ) = ( 2,5 × 5,0) × 10(


2 3 2 + 3)
= 12,5 × 105
Para completar os cálculos, devemos deixar o resultado na forma reduzida da notação científica:
12,5 × 105 = 1,25 × 10 6

Na divisão as potências devem ser subtraídas:


N × 10 x  N  x− y
y
=   × 10
M × 10  M

Exemplo:

( 2,0 × 10 ) =  2,0  × 10(


2
2 − 3)
= 0,25 × 10 − 1
(8,0 × 10 )  8,0 
3

Para completar os cálculos, devemos deixar o resultado na forma reduzida da notação científica:
0,25 × 10 − 1 = 2,5 × 10 − 2

Na adição e subtração utilizando números com notação científica deve-se observar que as
potências da base 10 devem ser iguais:

4,5x10 3 + 5x10 2 = 4,5x10 3 + 0,5x10 3 = 5,0x10 3

6,75x10 -1 - 5,0x10 -3 = 675x10 -3 + 5,0x10 -3 = 670x10 -3 = 6,70x10 -1

1.3 EXERCÍCIOS:
Converter os números abaixo para notação científica:

0,000203 = ____________ 1.998,0 = ____________

456.0000.000 = ____________ 2.500.000 = ____________

0,0542 = ____________ 0,0000003406 = ____________

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652,2x10 –3 = ____________ 1.900x10 4 = ____________

0,0002012x10 8 = ____________ 380.000.000x10 -5 = ____________


Tabela 2Ex. de conversão.

Há outras formas de representar os números. Muitas vezes para facilitar cálculos e a descrição
da quantidade, valores ou volumes são necessários alguns símbolos.

Exemplos disto são aplicados no dia-a-dia: Cinco quilos de carne, memória de 32 mega, 58
quilômetros. Para facilitar a quantificação das coisas utilizamos as seguintes simbologias e notações:

Valor Notação Científica Símbolo Interpretação


-12
0,000000000001 10 p pico
-9
0,000000001 10 n nano
0,000001 10 -6 µ micro
-3
0,001 10 m mili
3
1.000 10 k quilo
6
1.000.000 10 M mega
1.000.000.000 10 9 G giga
12
1.000.000.000.000 10 T tera
Tabela 3Notação científica.

2 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES – SI


2.1 UNIDADES DE BASE OU FUNDAMENTAIS

São sete unidades bem definidas que, por convenção, são tidas como dimensionalmente
independentes:

Grandeza Unidade Símbolo


comprimento metro m
massa quilograma kg
tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de matéria mol mol
Intensidade luminosa candela cd
Tabela 4Unidades fundamentais do SI.

Metro (m)
É o caminho percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 de
um segundo;

Quilograma (kg)
É igual à massa do protótipo internacional, feito com uma liga platina - irídio, dentro dos
padrões de precisão e confiabilidade que a ciência permite;

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Segundo (s)
É a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois
níveis hiperfinos do átomo de césio-133, no estado fundamental ;

Ampère (A)
É uma corrente constante que, se mantida em dois condutores retilíneos e paralelos, de
comprimento infinito e secção transversal desprezível, colocados a um metro um do outro no vácuo,
produziria entre estes dois condutores uma força igual a 2 x10-7 newton, por metro de comprimento ;

Kelvin (K)
É a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da ;

Mol (mol)
É a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos
forem os átomos contidos em 0,012 quilograma de carbono ;

Candela (cd)
É a intensidade luminosa, em uma determinada direção, de uma fonte que emite radiação
monocromática de freqüência 540x1012 hertz e que tem uma intensidade radiante naquela direção de
1/683 watt por;

2.2 UNIDADES SUPLEMENTARES:

São apenas duas as unidades suplementares: o radiano, unidade de ângulo plano e o esteradiano,
unidade de ângulo sólido.Considerando que o ângulo plano é geralmente expresso como a razão entre
dois comprimentos e o ângulo sólido como a razão entre uma área e o quadrado de um comprimento e
com o intuito de manter a coerência do Sistema Internacional baseado apenas em sete unidades de
base, no Sistema Internacional, as unidades suplementares deveriam ser consideradas unidades
derivadas adimensionais.

Grandeza Unidade Símbolo Expressão (*)


Ângulo plano radiano rad m m -1 = 1
Ângulo sólido esteradiano sr m 2 m -2 = 1
Tabela 5Unidades suplementares do SI.

(*) Expressão em termos das unidades de base.

2.3 UNIDADES DERIVADAS:

São formadas pela combinação de unidades de base, unidades suplementares ou outras unidades
derivadas, de acordo com as relações algébricas que relacionam as quantidades correspondentes. Os
símbolos para as unidades derivadas são obtidos por meio dos sinais matemáticos de multiplicação e
divisão e o uso de expoentes. Algumas unidades SI derivadas têm nomes e símbolos especiais.

2.3.1 Algumas Unidades SI Derivadas Simples em Termos das Unidades de Base

Grandeza Unidade Símbolo


área Metro quadrado m2
volume Metro cúbico m3
velocidade Metro por segundo m/s
aceleração Metro por segundo quadrado m/s2
Número de onda Metro recíproco m-1

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densidade Quilograma por metro cúbico kg/m3


Volume específico Metro cúbico por quilograma m3/kg
concentração Mol por metro cúbico mol/m3
Tabela 6Unidades derivadas do SI.

2.3.2 Unidades SI Derivadas com Nomes Especiais

Grandeza Unidade Símbolo Expressão(*)


freqüência hertz Hz s-1
força newton N kg m/s2
Pressão, tensão. pascal Pa N/m2
Energia, trabalho. joule J Nm
Potência, fluxo radiante. watt W J/s
Quantidade de eletricidade coulomb C As
Potencial elétrico volt V W/A
Capacitância elétrica farad F C/V
Resistência elétrica ohm Ω V/A
Condutância elétrica siemens S A/V
Fluxo magnético weber Wb Vs
Densidade de fluxo magnético tesla T Wb/m2
indutância henry H Wb/A
Temperatura celcius grau celcius °C K
Fluxo luminoso lumen lm cd sr
iluminância lux lx lm/m2
Atividade (de radionuclídeo) becquerel Bq s-1
Dose absorvida gray Gy J/kg
Dose equivalente sievert Sv J/kg
Tabela 7Unidades especiais do SI.

2.3.3 Algumas Outras Unidades SI Derivadas:

Grandeza Unidade Expressão(*)


Aceleração angular radiano por segundo quadrado rad/s2
Velocidade angular radiano por segundo rad/s
Densidade de corrente ampère por metro quadrado A/m2
Densidade de carga elétrica coulomb por metro quadrado C/m2
Força do campo elétrico volt por metro V/m
Densidade de energia joule por metro cúbico J/m3
entropia joule por kelvin J/K
Força do campo magnético ampère por metro A/m
Energia molar joule por mol J/mol
Entropia molar joule por mol kelvin J/(mol K)
Densidade de potência watt por metro quadrado W/m2
radiância watt por metro quadrado esteradiano W/(m2 sr)
Potência radiante watt por esteradiano W/sr
Energia específica joule por quilograma J/kg
Entropia específica joule por quilograma kelvin J/(kg K)
Tensão superficial newton por metro N/m
Condutividade térmica watt por metro kelvin W/(m K)
Tabela 8Outras unidades do SI.

Unidades de uso permitido com as do Sistema Internacional

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Em 1969 o CIPM permitiu o uso de algumas unidades importantes amplamente empregadas. A


combinação destas unidades com as do Sistema Internacional resultaram em unidades compostas cujo
uso deve ser restrito a casos especiais, de modo a não comprometer as vantagens de coerência das
unidades SI.

2.3.4 Unidades de Uso Permitido com as do SI

Grandeza Unidade Símbolo Conversão


tempo Minuto Mim 1 min = 60s
hora h 1h = 60 min = 3600s
dia d 1d = 24h = 86 400 s
volume litro(a) l, L 1 L = 1 dm3 = 10-3 m3
massa tonelada(b) t 1 t = 103 kg
Tabela 9Unidades permitidas no SI.

(a) Esta unidade e seu símbolo, l, foram adotados pelo CIPM em 1879. O símbolo alternativo,
L, foi adotado pela 16a. CGPM em 1979, de modo a evitar o risco de confusão entre a letra l e o
número 1.
(b) Em países de língua inglesa esta unidade é chamada de "tonelada métrica".

2.3.5 Unidades Obtidas Experimentalmente em uso com o SI:

Unidade Símbolo Conversão


elétronvolt(a) eV 1 eV = 1,602 177 33(49) x 10-19J
Unidade unificada de massa atômica(b) u 1 u = 1, 660 540 2(10) x 10-27kg
Tabela 10Unidades experimentais do SI.

(a) O elétronvolt é a energia cinética adquirida por um elétron ao passar através de um potencial
de 1 volt, no vácuo.
(b) A unidade unificada de massa atômica é igual a (1/12) da massa de um átomo do nuclídeo
12C.

2.3.6 Unidades em uso temporário com o Sistema Internacional:

Levando em conta a prática em certos campos de trabalho ou países, o CIPM (1978) considerou
aceitável que estas unidades continuassem a ser usadas juntamente com as unidades do SI, até que o
seu uso fosse considerado desnecessário. Apesar disto, o uso destas unidades não deve ser incentivado.

Grandeza Unidade Símbolo Conversão

energia quilowatthora kWh 1 kWh = 3,6 MJ


área hectare ha 1 ha = 1 hm2 = 104 m2
secção de choque barn b 1 b = 10-28m2 = 100 fm2
pressão bar bar 1 bar = 105 Pa
radioatividade curie Ci 1 Ci = 3,7 x 1010 Bq
exposição (radiação) roentgen R 1 R = 2,58 x 10-4 C/kg
dose absorvida rad rd 1 rd = 0,01 Gy
dose equivalente rem rem 1 rem = 0,01Sv = 10 mSv
Tabela 11Unidades de uso temporário do SI.

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3 ELETROSTÁTICA

3.1 CARGA ELÉTRICA


Os gregos no séc. XV a.C. já haviam observado propriedades elétricas nos corpos com um
pedaço de âmbar.
Dizemos que um corpo está eletrizado quando ele apresenta propriedades elétricas;
Um pente, atritado nos cabelos de uma pessoa, atrai pedaços de papel.
Uma régua de plástico, ao ser atritada com uma lá, atrai um pedaço de isopor.
Quando um corpo está eletrizado, este exerce atração sobre qualquer outro corpo.
Após sucessivas experiências, foi determinado que existem dois tipos de carga elétrica:
Positiva ou Negativa
As cargas elétricas de mesmo nome se repelem, e as cargas elétricas de nomes contrários se
atraem.

Figura 1Forças eletrostáticas.

Carga Elétrica-Estrutura atômica


Em um corpo neutro (não eletrizado) o número de elétrons é igual ao número de prótons e a
carga elétrica do corpo é nula.
Ao atritarmos dois corpos, há transferência de elétrons de um corpo para o outro corpo – os
prótons e os nêutrons não se deslocam, estão presos ao núcleo do átomo.
O corpo que recebe elétrons fica eletrizado negativamente.
O corpo que perde elétrons fica eletrizado positivamente.

Figura 2Corpos eletrizados.

A carga elétrica elementar de um próton é de 1,6. 10-19 C.


A carga elétrica elementar de um elétron é de -1,6. 10-19 C.
3.1.1 Medida da Carga Elétrica
A unidade da carga elétrica no S.I. é o Coulomb. A carga de um Coulomb (1 C) equivale a 6,2
quintilhões de elétrons.
Isto é um corpo com 1 C possui 6,2 x 1018 elétrons a mais que um corpo neutro (1 C = 6,2 x
18
10 ).
A quantidade de carga de um corpo é dada por:
Q = n. e
Onde:
Q – quantidade de carga de um material;
n – é o número de elétrons ou prótons dos corpos;
e – é a carga elétrica elementar de um elétron ou de um próton.

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Lei de Coulomb
O cientista francês C. Coulomb estabeleceu uma expressão que permite determinar a força
elétrica entre dois corpos eletrizados.
Lei de Coulomb:
k × Q1 × Q2
F=
d2
O módulo da força entre dois corpos eletrizados é proporcional ao produto dos módulos de suas
cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles
Onde:
Q1 é a quantidade de carga do corpo 1 em Coulomb (C);
Q2 é a quantidade de carga do corpo 2 em Coulomb (C);
d é a distância entre os dois corpos em metro (m);
k é a constante eletrostática, cujo valor depende da influencia do meio onde estão imersas as
cargas. No vácuo o valor dessa constante é k = 9.109 N.m2/C2. A unidade N.m2/C2 , lê-se: Newton
metro quadrado por Coulomb quadrado. Esta unidade tem a ver com as unidades utilizadas na fórmula
de Coulomb, onde a força de atração ou repulsão é expressa em Newton - N, as cargas são expressas
em Coulomb - C e a distancia entre elas em metros - m.

Condutores e Isolantes:
Condutores: são materiais onde as cargas elétricas podem se mover com facilidade. Ex.: prata,
cobre, alumínio, carvão, solo, corpo humano.
Isolantes: São materiais onde as cargas elétricas não têm liberdade de movimento. Ex.: mica,
plástico, vidro, porcelana, vácuo.

3.2 POTENCIAL ELÉTRICO:

Potencial elétrico é a grandeza que mede a maior ou menor possibilidade de uma carga elétrica
ganhar energia potencial elétrica.
O potencial elétrico é medido em volts (V) em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta,
construtor da primeira pilha eletroquímica.
Consideremos um condutor elétrico:

Figura 3Energia potencial

O potencial elétrico (V) representa a energia potencial elétrica por unidade de carga, sendo uma
propriedade associada, exclusivamente, a um determinado ponto.

Em que:
- V é o potencial elétrico do ponto;
- E p é a energia potencial elétrica de q 0 no ponto;
Qq
Ep = k
r
Q - Quantidade de carga da carga A;
q - Quantidade de carga da carga B;
r - Distância entre as cargas;

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k - constante dielétrica.
- q 0 é a quantidade de carga elétrica do portador de carga, colocado no ponto em questão.
No Sistema Internacional de Unidades (S.I.), temos:

3.3 TENSÃO ELÉTRICA OU DDP:


Ddp é a diferença de potencial entre dois pontos quaisquer. Um ponto A possui um certo
potencial elétrico, o ponto B possui outro potencial elétrico. Ambos os pontos podem estar com
potencial positivo ou negativo. Assim, fazendo a diferença entre o potencial de A e B, obtém-se a ddp
entre eles, ou como é dito popularmente, existe uma tensão elétrica entre os dois corpos.
Chama-se tensão elétrica ou diferença de potencial (ddp), a diferença dos potenciais elétricos
entre os pontos A e B, a relação:
V AB = V A − VB
Em que VAB representa a diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B, medida em volt
(V).
Em relação ao movimento dos portadores de carga elétrica, podemos afirmar que:

Figura 4Diferença de potencial.

A – Para que os portadores de carga se movimentem ordenadamente, é necessário que eles


estejam sujeitos a uma diferença de potencial.
B– O sentido da corrente elétrica convencional é do potencial elétrico maior para o potencial
elétrico menor, sendo que os elétrons se movimentam, espontaneamente, no sentido contrário, ou seja,
do menor para o maior potencial.

Figura 5Fluxo de cargas.

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Na figura 5 temos um exemplo de como podemos calcular a ddp de um sistema.


VA = 20V, VB = 0V
A ddp dentre A e B é:
VAB = VA – VB
VAB = 20 – 0
VAB = 20V.

3.4 EXERCÍCIOS:

3.4.1.1 Penteando o cabelo, o pente se carrega negativamente, pois:


a) Perde cargas elétricas positivas;
b) Ganha cargas elétricas positivas;
c) Perde cargas elétricas negativas;
d) Ganha cargas elétricas negativas;

3.4.1.2 Quando o pente se carrega negativamente:


a)Os cabelos se carregam positivamente;
b)Os cabelos se carregam positiva ou negativamente;
c)Também os cabelos se carregam negativamente;
d)Os cabelos não se carregam eletricamente;

3.4.1.3 Conduzem bem a eletricidade:


a)Borracha e vidro;
b)Mica e porcelana;
c)Vidro e plástico;
d)Metais;
e)Plástico e madeira;

3.4.1.4 Um corpo se eletriza devido à perda ou ganho de:


a)Prótons;
b)Íons positivos
c)Ânions;
d)Nêutrons;
e)Elétrons;

3.4.1.5 Quando há separação de cargas num corpo neutro devido à proximidade de um corpo
eletrizado, está ocorrendo:
a)Magnetização;
b)Eletrização por atrito;
c)Eletrização por contato;
d)O fenômeno da indução;

3.4.1.6 Nos corpos não-eletrizados, o número de elétrons é:


a)Maior que o de prótons;
b)Maior que o de nêutrons;
c)Menor que o de prótons;
d)Igual ao de prótons;

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3.4.1.7 O relâmpago em uma tempestade:


a)Cai de preferência nos lugares baixos;
b)É perigoso debaixo de uma arvore;
c)É perigoso no interior de um carro;
d)É perigoso em qualquer lugar;

3.4.1.8 A principal função dos pára-raios é:


a)Atrair os raios;
b)Repelir os raios;
c)Criar condições que evitem os raios;
d)Impedir os raios;

3.4.1.9 Os corpos eletrizados por atrito, contato e indução ficam carregados, respectivamente, com
cargas de sinais:
a)Iguais, iguais e iguais;
b)Iguais, iguais e contrários;
c)Contrários, contrários e iguais;
d)Contrários, iguais e iguais;
e)Contrários, iguais e contrários;

3.4.1.10 Atrita-se um bastão de vidro com um pano de lã inicialmente neutros. Pode-se afirmar que:
a)Só a lã fica eletrizada;
b)Só o bastão fica eletrizado;
c)O bastão e a lã se eletrizam com cargas de mesmo sinal;
d)O bastão e a lã se eletrizam com cargas de mesmo valor absoluto e sinais opostos;

3.4.1.11 Não é possível eletrizar uma barra metálica segurando-a com a mão, porque:
a)A barra metálica é isolante e o corpo humano bom condutor;
b)A barra metálica é condutora e o corpo humano isolante;
c)Tanto a barra metálica como o corpo humano, são bons condutores;
d)Tanto a barra metálica como o corpo humano, são isolantes;

3.4.1.12 Na figura abaixo estão representados cinco pontos A, B, C, D e E com os seus respectivos
potenciais em relação ao ponto E (referencial).

a) Qual a maior diferença de potencial que se pode obter entre dois pontos quaisquer?
b) Qual a ddp entre os pontos A e C?
c) Qual a menor diferença de potencial que se pode obter entre dois pontos quaisquer?
d) Qual a ddp entre os pontos B e C?
e) Qual a ddp entre os pontos D e E?

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4 ELETRODINÂMICA:
É a parte da eletricidade que estuda os fenômenos relacionados às cargas elétricas em
movimento.
4.1 CORRENTE ELÉTRICA:
É o movimento ordenado de cargas elétricas em um dado material condutor que está ligando
dois corpos com potenciais diferentes. Um exemplo típico de uma corrente elétrica é a quando ligamos
um fio em dois corpos com potenciais elétricos diferentes, a ddp que existe entre os corpos fará as
cargas de um corpo mais carregado passar para o outro menos carregado. Essa transferência de cargas
elétricas de um corpo para outro é chamada de corrente elétrica. Após os dois corpos se igualarem em
número de cargas, não mais haverá diferença de potencial entre elas e a transferência de cargas acaba.
A corrente elétrica então é zero.
Para imaginar melhor o que acontece em um circuito elétrico, podemos fazer um paralelo com
um circuito hidráulico, com duas caixas d’água, caixa A e caixa B. Quando a caixa d’água A está
cheia e a caixa B está vazia, podemos dizer que a água tem mais força na caixa A do que na B, as
caixas d’água estão com potenciais diferentes. Quando ligadas por um cano a água vai criar um fluxo
que vai da caixa cheia para a vazia. Veja a figura abaixo:
Caixa A Caixa B

Fluxo da água

Figura 6Nível da água diferente.

Depois que o potencial de A ficou igual ao potencial de B, ou seja, as caixas chegaram ao


mesmo nível de água, o fluxo de água se equilibra e pára.
Caixa A Caixa B

Sem fluxo de água

Figura 7Nível da água igual

Assim ocorre o mesmo com as cargas elétricas dos corpos com potenciais elétricos diferentes.
Então se ligarmos um fio de um ponto a outro de potencial elétrico diferente a corrente elétrica só
circulará enquanto existir diferença de potencial (ddp).
Porem para manter o circuito funcionando ou a corrente circulando sempre, é preciso manter a
ddp constante. Isso pode ser conseguido com pilhas, baterias, geradores elétricos...
Elementos básicos para manutenção permanente da passagem da corrente elétrica através de um
condutor:
Um dispositivo que gera um potencial elétrico constante. Ex: pilha
Um elemento que consome energia elétrica. Ex: lâmpada
Um elemento condutor que os interliga. Ex: fio de cobre.
O sentido da corrente elétrica sempre será representado como se as cargas móveis fossem
positivas.

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Para representar uma corrente elétrica em um determinado circuito, deve-se mostrar todas as
informações que a ela deve ter. A corrente elétrica possui intensidade, sentido, natureza e tipo para ser
definida por completo.
INTENSIDADE: A intensidade da corrente é a carga elétrica que atravessa a secção transversal
de um condutor num intervalo de tempo.
∆Q
i=
∆t
No SI a intensidade de corrente é medida em ampére (A), mas cada ampére pode ser
representada por 1 Coulomb por segundo:
1 A = 1 C/s
O instrumento usado para medir a intensidade de corrente chama-se amperímetro.

Figura 8Fluxo de elétrons.

A figura acima ilustra elétrons deslocando-se em um material condutor, o amperímetro mede a


quantidade dos elétrons por segundo.

SENTIDO: Nos condutores sólidos, o sentido da corrente elétrica corresponde ao sentido do


movimento dos elétrons, pois são eles que se deslocam. Ou seja, a corrente é do potencial menor (pólo
negativo) para o potencial maior (pólo positivo). Esse é o sentido real da corrente elétrica.
No estudo da corrente elétrica, entretanto, adota-se um sentido convencional, que é a do
deslocamento das cargas positivas, ou seja, do potencial maior para o menor.
Assim, sempre que falarmos em sentido de corrente estaremos nos referindo ao sentido
convencional, e não ao sentido real.

Figura 9Sentido das cargas

Na figura, o sentido real da corrente é representado pelo deslocamento dos elétrons e o sentido
convencional é a corrente fluindo do pólo positivo da bateria, passando pelo condutor e chegando ao
pólo negativo da bateria.

NATUREZA: Quanto à natureza, a corrente elétrica pode ser classificada em: eletrônica e
iônica.

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Corrente eletrônica: é aquela constituída pelo deslocamento dos elétrons livres. Ocorre,
principalmente, nos condutores metálicos, como vimos na figura 4.
Corrente iônica: é aquela constituída pelo deslocamento dos íons positivos e negativos,
movendo-se simultaneamente em sentidos opostos. Ocorre nas soluções eletrolíticas: soluções de
ácidos, sais ou bases, e nos gases ionizados; lâmpadas fluorescentes, um exemplo é mostrado na figura
5:

Figura 10Corrente iônica.

TIPOS:
Existem dois tipos de correntes:
Corrente contínua: é aquela cuja intensidade e cujo sentido se mantêm constantes. Como
exemplo, temos as correntes estabelecidas por uma bateria de automóveis e por uma pilha. Sua
representação gráfica é mostrada a seguir:
Corrente alternada: é aquela cuja intensidade e cujo sentido variam periodicamente. É o caso
das correntes existentes nas casas e fornecidas pelas usinas hidrelétricas.

4.1.1 Efeitos da Corrente Elétrica:


Quando uma corrente elétrica passa por um condutor, ela causa uma série de efeitos. Por
exemplo:

Efeito térmico ou efeito Joule


Qualquer condutor sofre um aquecimento ao ser atravessado por uma corrente elétrica. Esse
efeito é a base de funcionamento dos aquecedores elétricos, chuveiros elétricos, secadores de cabelos,
etc.
Caso interessante é o da lâmpada comum. A corrente elétrica apenas aquece o filamento da
lâmpada e este, tornando-se muito quente, aproximadamente 500°C, passa a emitir luz. Nesse caso,
portanto, a energia utilizada é a luminosa e não a térmica, ou seja, a energia elétrica se transforma em
térmica através do efeito Joule da corrente, e esta, em energia luminosa.

Efeito luminoso
Em determinadas condições, a passagem da corrente elétrica através de um gás rarefeito faz
com que ele emita luz. As lâmpadas fluorescentes e os anúncios luminosos são aplicações desse efeito.
Neles há a transformação direta de energia elétrica em energia luminosa.

Efeito magnético
Um condutor, percorrido por uma corrente elétrica, cria, na região próxima a ele, um campo
magnético. Este é um dos efeitos mais importantes, constituindo a base do funcionamento dos
motores, transformadores, relés, etc.

Efeito químico

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Uma solução eletrolítica sofre decomposição, quando é atravessada por uma corrente elétrica.
Ex: cromagem e niquelação

5 RESISTÊNCIA ELÉTRICA:
A resistência elétrica (R) é uma medida da oposição ao movimento dos portadores de carga
(elétrons), ou seja, a resistência elétrica representa a dificuldade que os portadores de carga encontram
para se movimentarem através do condutor. Quanto maior a mobilidade dos portadores de carga,
menor a resistência elétrica do condutor.
Assim, podemos classificar:
1. Condutor ideal - Os portadores de carga existentes no condutor não encontram nenhuma
oposição ao seu movimento. Dizemos que a resistência elétrica do condutor é nula, o que significa
dizer que existe uma alta mobilidade de portadores de carga.
2. Isolante ideal - Os portadores de carga existentes estão praticamente fixos, sem nenhuma
mobilidade. Dizemos, neste caso, que a resistência elétrica é infinita.

Primeira Lei de Ohm


A primeira lei de Ohm estabelece a correspondência entre a tensão e a intensidade de corrente
elétrica para resistores de resistência constante.
Resistência elétrica: é o quociente da tensão U entre seus terminais pela corrente I que
atravessa o resistor. Mantendo-se a temperatura constante a intensidade da corrente elétrica que
percorre um resistor é diretamente proporcional à tensão entre os seus terminais. (unidade = ohm =
Ω)
Primeira Lei de Ohm:
V = R× I
V – Tensão aplicada ou ddp sobre o resistor (V);
R – Valor da resistência (Ω);
I – Intensidade de corrente (A);
Resistor: todo condutor que tem exclusivamente a função de converter energia elétrica em
energia térmica (efeito joule).
Exemplo:
a) Calcular a resistência elétrica de um chuveiro que ligado a uma f.e.m. de 120V circula sobre
esta uma corrente elétrica de 10A:
Resposta:
Do enunciado temos V=120V
I=10A
Aplicando a Lei de Ohm temos:
120
R= = 12Ω
10
Resposta final – A resistência do chuveiro é de 12Ω.
b) Qual é a corrente elétrica que passa por uma lâmpada que está sujeita a uma ddp de 220V e
sua resistência é de 100Ω:
Resposta:
Do enunciado temos V=220V
R=100Ω
Aplicando a Lei de Ohm:
220
I= = 2,2 A
100
Resposta final – A corrente elétrica da lâmpada é de 2,2A.
Tipos de Resistores
Existem dois tipos básicos de resistores usados na prática: os de fio e os de carvão.
Resistores de fio: constituído por um fio metálico enrolado sobre um suporte cilíndrico de
material isolante. Ex.: resistência de chuveiro

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Resistores de carvão: constituem-se por um suporte cilíndrico isolante, recoberto por uma fina
camada de carvão, ligado a dois terminais metálicos presos em seus extremos.
O resistor de carvão tem os valores das resistências codificados em faixas coloridos
(normalmente quatro):
A primeira e a Segunda correspondem a um nº. De dois algarismos e a terceira corresponde ao
expoente da potência de 10, pela qual se deve multiplicar esse número.

Figura 11Código de cores.

A tabela abaixo fornece a corda faixa e o seu respectivo número de código


Cor Código
ouro -1
prata -2
preto 0
marrom 1
vermelho 2
laranja 3
amarelo 4
verde 5
azul 6
violeta 7
cinza 8
Branco 9
Tabela 12Tabela de cores de resistores.

A quarta faixa corresponde à precisão do resistor isto é, à tolerância em porcentagem dada pelo
fabricante, ao valor numérico lido.
Cor Tolerância
Ouro aprox. 5%
Prata aprox. 10%
Sem cor aprox. 20%
Exemplo: um resistor apresenta-se com:
1ª faixa (vermelha)
2ª faixa ( verde)
3ª faixa (laranja)
4ª faixa (prata)
O valor do resistor é:
R= 25 . 103 Ω = 25.000 Ω
Como no exemplo a 4ª. faixa é prata (aprox. 10%) tem-se 10 % de 25.000 =2.500 Ω. Assim R=
(25.000 -+ 2500) Ω valor entre 22500 a 27500 Ω.

2ª Lei de Ohm:
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A resistência de um condutor depende do material de que ele é feito. Cada material tem uma
característica singular, uns tem facilidade de transportar cargas elétricas e outros dificuldade de
transportar. A resistividade elétrica de um material é a característica que indica o grau de dificuldade
que os elétrons vão ter para passar por este material. Essa resistividade é que define qual será a
resistência elétrica que esse material terá, além disso, a resitência é diretamente proporcional ao
comprimento do condutor e inversamente proporcional a área de sua seção transversal.
Segunda Lei de Ohm:
L
R= ρ ×
A
L – comprimento (m);
A - área da seção (m2);
ρ - Resistividade do material (Ω.m).
L = Comprimento do corpo por onde as cargas passarão, comprimento do fio. No SI o
comprimento é medido em m.
A = A área da seção transversal do corpo que as cargas passarão, no SI a área é medida em m2
ρ = constante de proporcionalidade (resistividade elétrica) depende do material de que é feito o
fio. No SI a resistividade é medida em Ω.m .
A tabela abaixo fornece a resistividade de alguns metais à temperatura ambiente.
Prata 1,59 . 10-8 Ω.m
Cobre 1,673 . 10-8 Ω.m
Alumínio 2,655 . 10-8 Ω.m
Tungstênio 5,50 . 10-8 Ω.m
Ferro 9,71 . 10-8 Ω.m
Platina 9,83 . 10-8 Ω.m
Mercúrio 95,8 . 10-8 Ω.m
Tabela 13Resistividades elétricas:

2cm
Exemplo:
Se um barra de tungstênio for cortada no formato da figura ao
lado, qual será sua resistência elétrica a 20º C?
Resolução:
2cm

Ρtun=5,50x10 -8
L=40cm
A=2x2=4cm2
Convertendo para o SI
L=40x10 -2m
40
cm A=4x10 -4m2
Aplicando a segunda Lei de Ohm:
L 40 × 10 − 2
R= ρ × = 5,5 × 10 − 8 ×
A 4 × 10 − 4
R = 5,5 × 10 − 5 Ω
A resistência elétrica da barra é de 5,5x10 -5Ω ou usando as notações já aprendidas 55μΩ.

6 CIRCUITO ELÉTRICO:
Para que exista corrente elétrica são necessários os seguintes elementos:
Uma fonte geradora de energia;
Um condutor em circuito fechado;
Um elemento para utilizar a energia da fonte;
Esse circuito é denominado circuito elétrico:
Ex.:

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Chave

Pilha corrente Lâmpada

Figura 12Circuito elétrico

A chave está aberta, portanto o circuito não funciona. Devido a uma reação química que ocorre
no interior da pilha, há excesso de cargas positivas num de seus pólos e excesso de cargas negativas no
outro. Esse desnível elétrico denomina-se diferença de potencial (d.d.p.) A pilha, por ter a função de
produzir d.d.p. é chamada de gerador.
Se fecharmos a chave, como o fio e o filamento da lâmpada são metálicos, e os condutores
possuem elétrons livres, a d.d.p.faz os elétrons livres entram em movimento formando uma corrente
elétrica a qual provoca o aquecimento do filamento da lâmpada que passa a emitir energia radiante
luminosa.
Para calcular as componentes elétricas do circuito é necessário aplicar a Lei de Ohm:
Ddp da lâmpada: VLamp. = RLamp. × I
VLamp .
Corrente do circuito: I=
RLamp .
VLamp
Resistência da Lâmpada: RLamp. =
I
Resumindo:
O dispositivo denominado gerador produz uma diferença de potencial, isto é um desnível
elétrico entre seus pólos.
Se os pólos do gerador forem conectados por um condutor, surgirá nele uma corrente isto é um
fluxo de cargas elétricas.
A diferença de potencial também é chamada de tensão elétrica. O instrumento destinado a medir
diferença de potencial é o voltímetro
Diferença de Potencial: dentro de um condutor percorrido por corrente elétrica, as cargas
elétricas estão submetidas a forças elétricas que tem a mesma direção que o movimento de cargas.
Portanto, a força elétrica realiza trabalho num circuito elétrico.
Gerador elétrico: é o dispositivo capaz de transformar em energia elétrica outra modalidade de
energia. Podem ser químicos ex.: pilha, bateria e mecânicos ex.: dínamo de motor de automóvel.
Receptor elétrico: é o dispositivo que transforma energia elétrica em outra modalidade de
energia, não exclusivamente térmica. O principal receptor é o motor elétrico, que transforma energia
elétrica em mecânica, além da parcela de energia dissipada sob a forma de calor.
Resistor elétrico: é o dispositivo que transforma toda a energia elétrica consumida integralmente
em calor. Ex.: lâmpada comum, aquecedores, chuveiro elétrico e os fios condutores em geral.
Dispositivos de manobra: são elementos que servem para acionar ou desligar um circuito
elétrico. E.: as chaves e os interruptores.
Dispositivos de segurança: são dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente de
intensidade maior que um certo limite, fundem-se, causando a interrupção da corrente elétrica e,
preservando os demais elementos do circuito da destruição. São resistores de baixo ponto de fusão,
como fios de chumbo e estanho com nome genérico de fusíveis.
Dispositivos de controle: utilizados nos circuitos elétricos para medir a intensidade da corrente
elétrica e a d.d.p. existente entre dois pontos ou para detectá-las. Ex.: amperímetro, voltímetro e
galvanômetro.

6.1 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES:


Na vida real, os resistores aparecem em circuitos elétricos de várias formas, porem dificilmente
teremos um circuito com somente uma carga (resistor), isso é irreal. Circuitos podem ter um número

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infinito de cargas ligadas entre si, associando-se com a finalidade de produzir um efeito coletivo. Todo
circuito com vários resistores interligados muitas vezes se tornam complexos para que possamos
calcular a corrente do circuito, a ddp sobre cada resistor ou outras informações que precisamos.
5A 5A

V = 120V R1 R3 Equivalente V = 120V Req.

R2

Figura 13Circuito equivalente.

Um circuito complexo, ou parte dele, cheio de resistores interligados pode ser convertido e
representado em um circuito com um único resistor cujo valor em ohms equivale a todos os outros
juntos e produz o mesmo efeito elétrico que os outros. Na figura acima um único resistor, Req. pode
produzir a mesma corrente que os R1, R2, R3 juntos. Para calcular o Req. precisamos de mais alguns
conceitos como por exemplo associações em série e em paralelo como veremos a seguir.

6.1.1 Associação em Série:


Associar resistores em série é fazer com que uma única corrente do circuito passe por todos os
resistores, veja:
C D
A
R1 R2

R3
I

B
R4 E

Figura 14Circuito série.

É importante entender que se ligarmos uma f.e.m. nos pontos A e B, existirá no circuito todo
uma ddp que seria VAB . Cada ponto descrito no circuito tem um potencial diferente, VA, VB, VC, VD,
VE. Outra característica dos circuitos em série é que a ddp total do circuito é a soma de todas as ddp’s
que aparece em cada resistor.
Se uma corrente I passa por R1, pela Lei de ohm, há sobre este R1 uma ddp de V1=R1xI;
Por comparação, no R2 há uma ddp de V2=R2xI;
No R3 há uma ddp de V3=R3xI;
No R4 há uma ddp de V4=R4xI.
A soma da ddp de cada resistor é igual a soma da ddp que foi aplicado a todo circuito.
VAB=V1+V2+V3+V4
A prova pode ser feita da seguinte forma:
VAB=V1+V2+V3+V4
Porem: V1=VAC V1=VA-VC
V2=VCD V2=VC-VD
V3=VDE V1=VD-VE
V4=VEB V1=VE-VB
Então: VAB = (VA-VC) + (VC-VD) + (VD-VE) + (VE-VB)
VAB = VA-VC + VC-VD + VD-VE + VE-VB
VAB = VA - VB
Desta forma podemos aplicar a fórmula VAB=V1+V2+V3+V4 para deduzir a resistência
equivalente do circuito da figura, substituindo as ddp’s pelas já deduzidas:

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RAB × I = R1 × I + R2 × I + R3 × I + R4 × I Colocando I em evidencia, podemos


simplificar a expressão para:
RAB = R1 + R2 + R3 + R4
Portanto para calcular a resistência equivalente em circuitos série, é só aplicar a formula:
Req. = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

6.1.2 Associação em paralelo:


Associar resistores em paralelo é fazer com que a ddp aplicada a eles seja exatamente a mesma
no circuito, veja:
I
A

I1 I2 I3 I4

R1 R2 R3 R4

Figura 15Circuito paralelo.

Podemos verificar que no circuito todos os resistores estão submetidos a uma mesma ddp VAB e
a corrente total do circuito I é a soma de todas as correntes que passa em cada resistor. Então podemos
escrever que:
I = I1 + I 2 + I 3 + I 4
Aplicando a Lei de Ohm em cada resistor para calcular a corrente sobre eles:
V AB V AB V AB V AB
I1 = I2 = I3 = I4 =
R1 R2 R3 R4
A corrente total do circuito pode ser calculada com o valor de uma resistência equivalente:
V AB
I=
Req
Substituindo as correntes em I = I1 + I 2 + I 3 + I 4 teremos:
V AB V AB V AB V AB V AB
= + + + Colocando VAB em evidencia:
Req R1 R2 R3 R4
1  1 1 1 1 

× V AB = V AB ×
+ + +  Simplificando VAB temos:
Req R
 1 R2 R3 R4 
1 1 1 1 1
= + + +
Req R1 R2 R3 R4
Portanto para calcular a resistência equivalente de circuitos em paralelo utilizamos a formula:
1
1 1 1 1 1 Req =
= + + + ... + ou então: 1 1 1 1
Req R1 R2 R3 Rn + + + ... +
R1 R2 R3 Rn

Conclusão:
Em circuito série, a resistência equivalente é igual a soma dos resistores do circuito;
Em circuito paralelo, a resistência equivalente é igual ao inverso da soma dos inversos dos
resistores do circuito.

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6.1.3 Associação mista:


A associação mista de resistores nada mais é que a mistura com circuitos em séries e paralelos
no mesmo circuito. Para se calcular a resistência equivalente destes circuitos, devemos seguir os
passos abaixo:
a) Identificar no circuito quais os resistores estão em série e quais estão em paralelo;
b) Calcular as associações em série e em paralelo identificados que podem ser calculados com
facilidade e substituir no circuito;
c) repetir o passo “a” e “b” até que só reste um resistor equivalente.

Exemplos:
Encontrar a resistência equivalente dos circuitos abaixo:
a)
C D Req = 3 + 6 + 23 + 5
A
3Ω 6Ω Req = 37Ω

23Ω
I

B
5Ω E

b)
1 1 1 1 1
I = + + +
A Req 10 20 15 30
I1 I2 I3 I4 1 6 + 3 + 4 + 2 15 1
= = =
10Ω 20Ω 15Ω 30Ω Req 60 60 4
Req = 4Ω
B

c)
A
Calculando o paralelo primeiro:

1 1 20
Req1 = = = = 10Ω
1 1 2 2
20Ω 20Ω +
20 20 20
Redesenhando:
A
B 3Ω


10Ω

B

Req = 3 + 10 + 5
Req = 18Ω

6.2 POTÊNCIA ELÉTRICA:


A potência é uma grandeza relacionada a capacidade de realizar trabalho. “Um carro potente
consegue subir uma ladeira”, essa expressão é típica para descrever o que é a potência, dependendo
desta potência o carro sobe mais rápido ou mais lento. Na eletricidade o mesmo ocorre, porém,
trabalha-se com outras grandezas como força, temperatura ou iluminação.

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Alguns exemplos são as lâmpadas, motores elétricos, geradores, dínamos, aparelhos de


eletrônicos ou seja, tudo que consome ou gera energia tem uma certa potência para realizar seu
trabalho.
Potência elétrica: é a razão entre o trabalho realizado e o intervalo de tempo decorrido durante a
realização do trabalho.
A potência elétrica é igual ao produto da diferença de potencial pela intensidade de corrente. No
SI a potência é medida em watt (W)
P=VxI unidade de potência é W.
P – Potência ativa do dispositivo;
V – Diferença de potencial do dispositivo;
I – Corrente elétrica do dispositivo.
Potência nominal: os aparelhos elétricos trazem impressos os valores da potência e da d.d.p.
para a qual foram projetados. Esses valores são chamados potência nominal e tensão nominal.
Ex.: na compra de uma lâmpada em que consta a indicação: 127v/100 w,
Esses são os valores de tensão nominal e potência nominal dessa lâmpada.
Se a lâmpada for ligada a uma d.d.p. de 127 V, a sua potência será de 100 W.
Se for ligada em outra tensão terá outra potência, porém, se a tensão for maior que 127 V a
lâmpada queimará.
Não há diferença nos cálculos de potências de fontes geradoras de ddp e de cargas
consumidoras, então da mesma forma que calculamos a potência de uma bateria podemos calcular a
potência de uma lâmpada. Em um circuito elétrico fechado, é importante observar que a potência da
fonte é igual a potência da carga, veja na figura abaixo:

50V 200Ω
200W 150W

Figura 16Potência nominal

A fonte (bateria) tem potência nominal de 200W e o resistor uma potência de 150W, mas esses
não são os valores de potência que realmente estão trabalhando no circuito. Estes são os valores
nominais de potência da fonte e do resistor. Isto quer dizer que a fonte pode oferecer ao circuito uma
potência máxima de 200W, ela foi projetada para agüentar 200W, caso se utilize mais que isto a fonte
queimará. O mesmo acontece com o resistor, sua potência nominal é 150W, mas não quer dizer que
ele está consumindo esse valor de potência. O resistor pode trabalhar consumindo até o valor de
150W, se este valor for excedido, ele queimará.
Então qual é o valor de potência que a carga e a fonte estão trabalhando no circuito? Para
responder a essa pergunta, deve-se calcular a potência utilizando a fórmula: P = V x I. Mas antes
disso, deve-se que utilizar a Lei de Ohm para calcular a corrente no resistor, que é a mesma da fonte.
Pela Lei de Ohm (V = R x I) teremos V=50V e R=200Ω:
V 50
I= ⇒ I= = 0,25 A
R 200
A potência do resistor será então:
P = V × I ⇒ P = 50 × 0,25 = 12,5W
Que também é a mesma da fonte:

0,25A
50V 200Ω
12,5W 12,5W

Figura 17Potência elétrica

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No circuito acima, os resultados foram baseados somente em uma carga e uma fonte, mas
poderia ser mais de uma carga ou fonte, neste caso a somatória das potências das cargas deve ser igual
a somatória das potências das fontes:
∑ Pfontes = ∑ Pcargas
O cálculo da potência elétrica é sempre feito pela formula P=VxI, porem podemos utilizá-la em
conjunto com a Lei de Ohm:
V
P = V× I Substituindo a corrente pela fórmula da Lei de Ohm I = , teremos:
R
V2
P=
R
P = V× I Substituindo a Tensão pela fórmula da Lei de Ohm V = R× I , teremos:
P = R× I 2

Exemplos:
Calcular a potência dos resistores abaixo:

0,50A
200V

Temos V e I, aplicando a formula diretamente:


P = V × I ⇒ P = 200 × 0,50 ⇒ P = 100W

50V 10kΩ

Temos V e R, aplicando a fórmula:


V2 50 2
P= ⇒ P= ⇒ P = 0,25 W
R 10 × 103

20mA
1000Ω

Temos I e R, aplicamos a fórmula:


P = R× I 2 ⇒ P = 1000 × 20 × 10 − 3 ⇒ P = 20 W

6.2.1 Exercícios de Fixação:

6.2.1.1 Numa bateria de automóvel que alimenta duas lâmpadas a diferença de potencial é 12 volts,
após fazer o diagrama esquemático do circuito indicando o sentido convencional da corrente
calcule a potência de cada lâmpada sabendo que a corrente na bateria tem intensidade de 2
A. Calcule também a potência da bateria.

6.2.1.2 Você dispõe de uma pilha, duas chaves interruptoras e duas lâmpadas. Faça um diagrama
esquemático de um circuito utilizando esses cinco elementos, de tal forma que cada lâmpada
possa ser acesa e apagada individualmente.

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6.2.1.3 Numa residência estão ligados: 2 lâmpadas de 100 W, 1 ferro elétrico de 500 W, 1 geladeira
que consome 300W. A d.d.p. na rede elétrica é de 110 V. Calcule a corrente total que está
sendo fornecida a essa casa.

6.2.1.4 Um chuveiro opera com 2500 W de potência, com 220 V de d.d.p. Qual a corrente que o
atravessa.

6.2.1.5 Um motor opera em 220 V de d.d.p., sendo atravessado por uma corrente de 10 A. Supondo
que o preço do kwh de energia elétrica seja de R$ 50,00 determine o custo de funcionamento
desse motor por hora.

6.2.1.6 Uma lâmpada de lanterna opera com 5 V de d.d.p. e 2 A de intensidade de corrente. Qual sua
potência.

6.2.1.7 Suponha que esta lâmpada (do exercício anterior) tenha sido ligada com 120 V. Qual a
intensidade da corrente que a percorre. Qual o gasto mensal de energia, em kwh, supondo
que ela fique ligada 4 horas por dia. (considere o mês com 30 dias) . Supondo que o kwh
residencial custe R$50,00 qual será o gasto mensal com essa lâmpada.

6.2.1.8 Tem-se um chuveiro com a inscrição 220 V / 4800 W ligado a uma instalação elétrica
protegida por um fusível de 30 A. É possível colocar esse chuveiro em funcionamento
utilizando essa instalação.

6.2.1.9 Submetendo um condutor a vários valores de d.d.p. e medindo as intensidades de corrente


correspondentes obteve-se este gráfico. Pergunta-se:

6.2.1.10 Calcule a corrente que atravessa em resistor de 200Ω quando se aplica a ele d.d.p. de 5 v

6.2.1.11 Um fio metálico quando submetido à d.d.p. de 0,5 V, é atravessado por uma corrente de 2 A
qual a sua resistência elétrica.

6.2.1.12 Calcule a resistência de um fio de cobre com 100 m de comprimento e 1,0 mm² de área de
secção transversal.

6.2.1.13 Com d.d.p. de 10 V, um determinado resistor dissipa 5 W de potência Pergunta-se:


Qual a resistência desse resistor. Calcule a potência dissipada quando se aplica d.d.p de 20 V.

6.3 LEIS DE KIRCHHOFF


Para resolver determinados circuitos, muitas vezes as ferramentas que estudamos até agora são
insuficientes. A Lei de Ohm, a fórmula da potência e a associação de resistores resolvem grande parte
de nossos problemas. Para a parte que não se resolve por esse método, utilizamos as Leis de Kirchhoff.
Elas são ferramentas úteis que simplificam a análise e nos permitem determinar as grandezas
necessárias em circuitos complexos.

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Para estudar tais Leis, temos que saber alguns conceitos a mais. São eles os conceitos de “nó” e
de “malha”.
• Chamamos de nó o ponto de encontro de três ou mais condutores. O ponto onde três ou
mais componentes elétricos estão ligados. Na figura abaixo os pontos A, B, C e D são
alguns exemplos de nó:
A B

Figura 18Exemplos de nós

• Chamamos de malha todo percurso fechado, condutor, existente num circuito elétrico.
Percurso fechado de um conjunto de nós, pontos e seus componentes.
A B E F G

D C J H
I

Figura 19Exemplo de malhas

Verificamos na figura acima que os pontos ABCDA formam uma malha fechada, assim como
os pontos EFIJE, os pontos FGHIF e os pontos EFGHIJE, todos formam uma malha fechada.
Agora podemos aprender o que são as Leis de Kirchhoff.

• Polaridade é o sinal + ou – que é determinado nos terminais de um componente


elétrico com a finalidade de definir qual é o potencial elétrico de cada um, qual é mais
positivo e qual é mais negativo.

+
+ -
-
I

I
Figura 20Polaridade

Nas fontes a polaridade sempre é definida. Nos resistores convencionamos que o lado que a
corrente entra é sempre polaridade positiva, por conseqüência o outro é negativo. Em outros
componentes elétricos geralmente a polaridade é indicada pelo fabricante.
No resistor, o fato de marcarmos a polaridade se dá porque se existe uma ddp sobre este, um dos
lados vai ser mais positivo que o outro, como a própria sigla ddp diz, Diferença de Potencial, há
potenciais diferentes de um terminal para outro na bateria, resistor, auto falante, e esses potenciais são
referenciados ao potencial da terra, que é 0V. Assim se num determinado resistor um terminal está
com potencial 12V e outro com 9V, sabemos que ele possui uma ddp de 3V, mas temos que informar
também o lado que o potencial é mais positivo, o lado do 12V, assim este lado é convencionado que
tem polaridade positiva (+) e o outro negativo (-), mesmo que o outro lado não seja necessariamente
negativo.

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6.4 LEI DOS NÓS


O enunciado da Lei de Kirchhoff dos nós prova que a soma das correntes que convergem para
um nó é igual a soma das correntes que divergem do mesmo nó. Em outras palavras, definimos que a
somatória de todas as correntes que chegam num nó é igual a zero.
∑ I nó = 0
Exemplo:

I2=2A
A
I1=5A

I3=3A

Figura 21Nó A

A figura acima temos o nó A com três ligações feitas a ele, cada qual com suas correntes.
Chegam I1=5A por uma ligação e saem I2=2A e I3=3A pelos dois outros, aplicando o enunciado da
Lei dos nós, teremos que:
Soma da correntes que chegam no nó = Soma das correntes que saem do nó
I1 = I2 + I3
Ou, escrevendo a equação de outra forma,
I1-I2-I3=0
De qualquer forma o resultado confere, 5-2-3=0 e 5=2+3, como foi descrito anteriormente na
forma literal.
Exemplos:
a) Calcular I3:
I2=2A
A
I1=5A

I3=? Chegando I1 e I2, saindo I3.


I1 + I 2 = I 3
I3 = 5 + 2
I3 = 7A

b) Calcular I5:

I1=5A I2=2A

A
I3=3A I4=2A

I5=? I6=4A
Chegando I1, I2 e I5, saindo I3, I4 e I6.
I1 + I 2 + I 5 = I 3 + I 4 + I 6
I 5 = I 3 + I 4 + I 6 − I1 − I 2
I5 = 3 + 2 + 4 − 5 − 2
I 5 = 2A
c) Calcular I3:

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A
I1=3A I3=?

I2=2A
Chegando I1 e I3, saindo I2.
I1 + I 3 = I 2
I 3 = I 2 − I1
I3 = 2 − 3
I 3 = − 1A
O significado do resultado ter dado negativo, I3=-1A devido o sentido da corrente estar o
contrário do que foi desenhado. A corrente deve estar saindo do nó e não entrando. Resultados assim
podem aparecer durante os cálculos de circuitos, mas isso não é problema, o importante é saber que a
corrente negativa é a mesma coisa que inverter o sentido da corrente.

6.5 LEI DAS MALHAS


O enunciado da Lei das malhas de Kirchhoff diz que numa malha fechada, seguindo um sentido
convencionado, a soma algébrica das diferenças de potencial é nula.
Essa lei é uma conseqüência do fato do campo elétrico ser conservativo.
Para a aplicação da lei das malhas é preciso convencionar na malha escolhida, um sentido de
percurso. Escolhido o sentido de percurso é necessário convencionar uma forma de atribuir um sinal
para as ddp’s na malha. Nós utilizaremos as seguintes convenções:
- Quando a malha for percorrida, deve-se observar a polaridade dos componentes que forem
iguais e fazer a somatória de suas ddp’s;
- Convenciona-se que os componentes que tem polaridade positiva no sentido de percurso da
malha serão positivos (+) e os outros negativos (-);
- Monta-se uma equação de todas as ddp’s da malha e igualamos a zero;
- Nas ddp’s conhecidas como as fontes, deve-se substituir seus valores na equação, e nas ddp’s
que não tem valor determinado, aplica-se a Lei de Ohm, V=RxI. V é a ddp do elemento, R é a
resistência e I é a corrente que passa por este elemento.
Num circuito complexo podem existir muitas malhas, se forem malhas que possuem somente
resistores, podem-se calcular todos os valores (ddp’s, correntes, potências) de seus componentes
fazendo os cálculos de associação de resistores, Lei de Ohm e a fórmula de potência elétrica. Mas
quando existem várias malhas e essas malhas possuírem uma fonte ou mais cada, não há possibilidade
de aplicar a associação de resistores.
Quando existir essa situação, temos que utilizar os recursos da Lei das malhas.
Veja o exemplo abaixo:

R1=3Ω
V1=4V

R3=5Ω V2=2V

R2=2Ω
V3=10V

Figura 22Malha única.

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O circuito acima é um exemplo de sistema que não conseguimos descobrir a corrente nem a ddp
nos resistores fazendo cálculos de associação de resistores. São casos assim que nos abriga a utilizar a
Lei das malhas de Kirchhoff.
A primeira coisa que temos de fazer é nomear os pontos do circuito. Cada ponto entre os
componentes do circuito devem ser marcados e nomeados, como mostra a figura:
A B C

R1=3Ω
V1=4V

R3=5Ω V2=2V

E
F D
R2=2Ω
V3=10V

Figura 23Malha única – Marcação dos pontos.

Feito isso, estimar o sentido da corrente que circulará no circuito. Nesta estimativa, não importa
se o sentido adotado para a corrente é o correto ou não, no final, os cálculos mostrarão se o sentido
adotado foi acertado ou não.
Então temos:
A B C

R1=3Ω
V1=4V

R3=5Ω V2=2V

Corrente I
E
F D
R2=2Ω
V3=10V

Figura 24Malha única – Sentido da corrente.

Com o sentido da corrente definido, a polaridade dos resistores devem ser estar de acordo com
essa corrente, assim deve-se analisar em qual lado do resistor que a corrente entra e marcá-la com a
polaridade positiva, segundo a convenção adotada. As polaridades das fontes já estão definidas e não
devem ser alteradas pois faz parte de sua característica elétrica, em qualquer circuito a fonte terá
sempre a mesma polaridade, independente de como está conectada ao circuito.
Em nosso circuito de exemplo as polaridades serão:
A B - + C

R1=3Ω
V1=4V
+
R3=5Ω V2=2V
-

Corrente I
E + -
F D
R2=2Ω
V3=10V

Figura 25Malha única – Polaridade.

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A parte final da análise antes dos cálculos é definir o sentido que iremos percorrer a malha.
Pode ser no sentido horário, passando pelos pontos na ordem ABCDEFA, ou no sentido anti-horário,
passando pelos pontos na ordem AFEDCBA. Escolheremos a primeira opção, malha ABCDEFA.
A B - + C

R1=3Ω
V1=4V
+
R3=5Ω Sentido da V2=2V
- malha

Corrente I
E + -
F D
R2=2Ω
V3=10V

Figura 26Malha única – Sentido da malha.

Até aqui é só análise de circuitos, agora passaremos para a parte de cálculo. Com isso em mãos
podemos montar a equação da malha. No exemplo, como só tem uma malha, termos só uma equação.
A equação é montada de acordo com as convenções citadas no início, percorre-se a malha somando-se
as ddp’s de todos os componentes e colocando sinal positivo ou negativo de acordo com a polaridade.
Então temos na malha ABCDEFA:
Iniciando no ponto A e percorrendo no sentido de B temos V1. Definimos o sinal de acordo
com a polaridade do componente, neste caso +. Fazendo isso para malha inteira:
Ponto A até B: +V1
Ponto B até C: -VR1
Ponto C até D: +V2
Ponto D até E: -VR2
Ponto E até F: -V3
Ponto F até A: -VR3
Todas essas ddp’s devem ser somadas e igualadas a zero:
V1 − VR1 + V2 − VR2 − V3 − VR3 = 0 (I)
No circuito V1=4V, V2=2V e V3=10V, então substituiremos na equação:
4 − VR1 + 2 − VR2 − 10 − VR3 = 0 (II)
Aplicando a Lei de Ohm em R1, R2 e R3,
VR1=R1xI VR1=3xI (III)
VR2=R2xI VR2=2xI (IV)
VR3=R3xI VR3=5xI (V)
Substituindo III, IV e V na equação II temos:
4 − 3 × I + 2 − 2 × I − 10 − 5 × I = 0 Somando os valores e colocando I em evidência:
− 3× I − 2× I − 4 − 5× I = 0
( − 3 − 2 − 5) × I − 4 = 0
− 10 × I − 4 = 0 Multiplicando por (-1);
10 × I + 4 = 0 Passando para o outro lado;
10 × I = − 4
4
I= −
10
I = − 0,4A
A corrente encontrada é de -0,4A, isso significa que no início da resolução quando estimamos o
sentido da corrente horário, estimamos errado. Na realidade a corrente tem sentido anti-horário. O fato
de termos errado a estimativa, não causa nenhuma conseqüência grave ao resultado, a única
implicação disso é que temos que representar a corrente noutro sentido.
Para calcular a ddp em cada resistor basta substituir a corrente 0,4A nas equações III, IV e V.
VR1=3x0,4 VR1=1,2V
VR2=2x0,4 VR2=0,8V

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VR3=5x0,4 VR3=2V
O circuito completo fica:
1,2V
A B + - C
R1=3Ω
V1=4V
-
R3=5Ω 2,0V I=0,4A V2=2V
+

E - 0,8V
+
F D
R2=2Ω
V3=10V

Figura 27Malha única – Resultado.

Após o cálculo da corrente da malha, é possível calcular todas as outras grandezas elétricas do
circuito.

6.6 CÁLCULO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS


Agora que as Leis de Kirchhoff foram apresentadas, há a possibilidade de se calcular inúmeros
circuitos, desde os mais simples até os mais complexos. As leis de Ohm e kirchhoff sozinhas
possibilitam o cálculo de parte de circuitos e até circuitos inteiros se o mesmo foi de uma malha. Mas
quando há várias malhas o circuito fica mais complexo para resolução por apenas um dos métodos já
estudados. Nestes casos aplicam-se todos os métodos conhecidos para ajudar a resolução de problemas
mais difíceis.
Para calcular as correntes em cada uma das malhas de um circuito, é preciso aplicar os métodos:
• Lei de Ohm;
• Lei dos nós de Kirchhoff;
• Lei das malhas de Kirchhoff;
• Conceitos de polaridade;
• Sentido de corrente.
Todos os conceitos devem estar bem memorizados para melhor compreensão dos cálculos que
serão apresentados daqui em diante.
Veja o exemplo a seguir. O circuito da figura abaixo possui duas malhas e dois nós, visualmente
não parece ser complexo, porem não há possibilidade de calcular as correntes, ddp’s ou potencias
elétricas somente por um método. Neste circuito precisamos utilizar todos os métodos já descritos.
Para melhor entendimento dos procedimentos que deve-se fazer, um passo a passo será
utilizado. Para calcular outros circuitos é só segui-lo.

V1=2V
R1=3Ω

R2=6Ω

R3=2Ω
V2=10V

Figura 28Circuito duas malhas.

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A partir do circuito dado, temos o objetivo de calcular todas as correntes e ddp’s.


1º Passo:
Identificar todos os pontos do circuito e nomeá-los:
V2=2V
A R3=3Ω B C

R4=6Ω

A C
D R2=2Ω
V3=10V

Figura 29Circuito duas malhas – Marcação dos Pontos.

O ponto A e C repetem devido a não existir nenhum componente em sua linha.

2º Passo:
Estimar e representar o sentido da corrente em todos os nós.
No exemplo B e D possuem as mesmas correntes em sentido contrário, portanto fazendo em um
nó já é suficiente. Lembrando mais uma vez que o sentido de corrente estimado pode ser outro, mas
nos cálculos isso não influirá muito.
V1=2V
A R1=3Ω B C

I1 I2

R2=6Ω
I3

A C
D R3=2Ω
V2=10V

Figura 30Circuito duas malhas – Sentido das Correntes.

O sentido da corrente no nó B será exatamente o contrario do nó D, por esse motivo não há


necessidade de marcarmos o sentido de corrente nos dois nós, somente em um. O nó escolhido neste
caso foi o nó B.

3º Passo:
Marcar a polaridade de todos os resistores de acordo com o sentido das correntes.
V1=2V
A R1=3Ω B C
+ -
I1 I2
+
R2=6Ω
I3

+ -
A C
D R3=2Ω
V2=10V

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Figura 31Circuito duas malhas – Polaridade.

4º Passo:
Definir o sentido de percurso das malhas.
Como há duas malhas, o sentido deve se definido nas duas.
V1=2V
A R1=3Ω B C
+ -
I1 I2
+
Malha 1 R2=6Ω Malha 2

I3
-

+ -
A C
D R3=2Ω
V2=10V

Figura 32Circuito duas malhas – Sentido das malhas.

Malha 1 – Vamos escolher o sentido de percurso ABDA;


Malha 2 – Vamos escolher o sentido de percurso BCDB;

5º Passo:
Aplicar a Lei dos nós em todos os nós.
Em nosso exemplo, só precisamos da Lei dos nós em um nó, pois no outro nó as correntes são
as mesmas.
Escolheu-se somente o nó B porque as correntes foram representadas naquele nó, mas poderia
ser em D também. Vamos adotar o positivo para as correntes que chegam no nó e negativo para as
correntes que saem.
No nó B temos a seguinte equação dos nós:
I1 + I 2 − I 3 = 0 (I)

6º Passo:
Aplicar a Lei das malhas em todas as malhas;
- Malha ABDA:
VR1 + VR 2 − V2 = 0 (II)
- Malha BCDB:
V1 − VR3 − VR 2 = 0 (III)

7º Passo:
Aplicar a Lei de Ohm em todas as ddp’s existentes no circuito e substituir nas equações do 6º
passo. As fontes devem ser substituídas pelos seus valores:
V1=2V
V2=10V
VR1=R1xI1 VR1=3xI1 (IV)
VR2=R2xI3 VR2=6xI3 (V)
VR1=R3xI2 VR1=2xI2 (VI)
Substituindo na equação II:
VR1 + VR 2 − V2 = 0
3 × I1 + 6 × I 3 − 10 = 0
3 × I1 + 6 × I 3 = 10 (VII)

Substituindo na equação III:

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V1 − VR3 − VR 2 = 0
2 − 2 × I 2 − 6 × I3 = 0
2 × I 2 + 6 × I3 = 2 (VIII)

8º Passo:
Montar os sistema de equações com as equações I, VII e VIII:
 I1 + I 2 − I 3 = 0

 3 × I1 + 6 × I 3 = 10
 2× I + 6× I = 2
 2 3

9º Passo:
Resolver o sistema de equações:
Existem várias formas de se resolver sistemas de equações, o exemplo que será dado aqui é a
substituição de duas equações em uma.
Deve-se isolar I1 na segunda equação do sistema, isolar I2 na terceira equação do sistema e
substituir na primeira equação do sistema.
Isolando I1 na Segunda equação:
3 × I1 + 6 × I 3 = 10
3 × I1 = 10 − 6 × I 3
10 − 6 × I 3
I1 =
3
I1 = 3,33 − 2 × I 3 (IX)
Isolando I2 na Terceira equação:
2 × I 2 + 6 × I3 = 2
2 × I 2 = 2 − 6 × I3
2 − 6 × I3
I2 =
2
I 2 = 1 − 3 × I3 (X)
Substituindo na primeira equação do sistema:
I1 + I 2 − I 3 = 0
(3,33 − 2 × I 3 ) + (1 − 3 × I 3 ) − I 3 = 0
3,33 − 2 × I 3 + 1 − 3 × I 3 − I 3 = 0
4,33 − 6 × I 3 = 0
− 6 × I3 = − 4,33
− 4,33
I3 =
− 6
I 3 = 0,72 A
Para saber quanto é I1 e I2 basta substituir I3 nas outras equações:
Substituindo I3 em IX:
I1 = 3,33 − 2 × I 3
I1 = 3,33 − 2 × 0,72
I1 = 3,33 − 1,44
I1 = 1,89 A
Substituindo I3 em X:
I 2 = 1 − 3 × I3

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I 2 = 1 − 3 × 0,72
I 2 = 1 − 2,16
I 2 = − 1,16 A
Nos cálculos, chegamos aos valores de corrente elétrica:
I1 = 1,89A
I2 = -1,16A
I3 = 0,72A
O valor negativo de I2 indica que esta corrente foi estimada no sentido errado, na verdade ela
tem sentido contrário. As correntes I1 e I3 foram estimadas no sentido correto pois são correntes
positivas.

10º Passo:
Redesenhar o circuito com todos os resultados:
V1=2V
A R1=3Ω B C
+ -

+
I1=1,89A R2=6Ω I2=1,16A
-
I3=0,72A
+ -
A C
D R3=2Ω
V2=10V

Figura 33Circuito duas malhas – Resultado.

Uma vez calculadas todas as correntes do circuito, pode-se encontrar todas as ddp’s e todas as
potências.
6.6.1 Exercícios de Fixação:

Carcular as correntes dos circuitos abaixo:

a)

R1=5Ω R2=15Ω

V1=10V R3=5Ω V2=20V

b)

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R1=2Ω R2=1Ω

V2=15V
V1=10V V3=5V

R3=2Ω

R4=2Ω R5=1Ω

c)
V1=2V
R1=1Ω

R2=2Ω R3=6Ω R4=4Ω

R5=2Ω
V2=10V

7 CAPACITOR:
Os capacitores, também denominados condensadores, são dispositivos que servem para
armazenar cargas elétricas. Basicamente, um capacitor é constituído por duas placas condutoras de
formatos variados e separadas entre si por um meio isolante (ar, mica, papel,etc...).
O meio isolante é denominado dielétrico, e cada uma das placas, armadura.

Figura 34Capacitor

Ligando, através de um fio condutor, uma das placas a um corpo carregado positivamente, se a
placa estiver eletricamente neutra (descarregada), elétrons livres dela serão atraídos pelo corpo
carregado positivamente. Como vemos na figura abaixo:

Figura 35Fluxo de carga

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A placa, perdendo elétrons, fica carregada positivamente. Então, por indução, na outra placa
denominada armadura induzida, haverá separação de cargas. Isso ocorre pois as placas estão muito
próximas uma da outra.

Figura 36Indução da armadura

Ligando a armadura induzida à Terra, elétrons provenientes desta neutralizam as cargas


positivas, restando somente cargas negativas.

Figura 37Equilíbrio das cargas das placas

Na prática, as placas de um capacitor são ligadas a uma fonte de corrente contínua (pilha,
bateria, etc). Elas ficam carregadas porque há uma passagem instantânea de corrente elétrica pelos fios
de ligação, mas não pelo interior do capacitor, por causa do isolante elétrico.

Figura 38Carregando um Capacitor:

Quando o capacitor se carrega, cessa a corrente elétrica e as placas ficam carregadas com cargas
de sinais iguais aos dos pólos do gerador.A movimentação de carga pára por que o potencial das
armaduras do capacitor se iguala ao potencial da fonte em que ele está ligado.
A carga total do capacitor é nula, porque as placas estão carregadas com quantidades de carga
iguais, mas de sinais contrários: +Q e –Q.
Para descarregar um capacitor, basta ligar as placas a um fio condutor: elétrons da placa
negativa passarão para a placa positiva, neutralizando as suas cargas positivas.

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Figura 39Descarregando um capacitor:

Os capacitores são utilizados comercialmente para duas aplicações, na eletrônica e na


eletrotécnica. Na eletrônica, sua aplicação restringe-se na composição de filtros passivos em fontes de
Corrente contínua, amplificadores, estabilizadores de tensão, e muitas outras aplicações. Na
eletrotécnica, os capacitores são empregados basicamente para correção de fator de potência nas
industrias .
7.1 CAPACIDADE

Um capacitor não pode ser carregado indefinidamente. Existe um limite, que é determinado por
uma grandeza denominado capacidade ou capacitância do capacitor. É como um balde, você não
poder por 15 litros de água em seu interior, pois o balde só cabe 10 litros, essa é a capacidade do
balde. Capacidade ou capacitância de um capacitor é a relação entre a carga elétrica do capacitor e a
ddp entre as armaduras.
Q
C=
V
C – É a capacidade do capacitor e sua unidade é o Farad, símbolo F;
Q – É a quantidade de carga do capacitor e sua unidade é o Coulomb, símbolo C;
V – É a ddp nas armaduras do capacitor e sua unidade é o Volt, símbolo V;
Carga de um capacitor é representada sempre pela carga de sua armadura (placa) positiva.
Unidade de capacidade:
No SI a capacidade é medida em farad (F)
1Coulomb
1 farad =
1volt
Sendo o farad uma unidade muito grande, são bastante utilizados os submúltiplos:

microfarad (µF) = 10-6F


nanofarad (nF) = 10-9F
picofarad (pF) = 10-12F

7.2 OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS CAPACITORES:


7.2.1 O capacitor real
É formado além de um capacitor ideal C, por outros três elementos: a resistência de isolação
(Ris), a resistência série (Rs) e a indutância (ainda não estudado nesta apostila, mas será visto mais a
frente) série. A Rs é formada pela resistência das folhas das armaduras, resistência de contactação do
terminal a folha e resistência dos próprios terminais do capacitor.

Figura 40Capacitor real

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Os materiais dielétricos que vão inseridos entre as placas dos capacitores podem ser encarados
como resistores de altíssimo valor. A prova que a resistência de isolação existe pode ser demonstrada
ao se carregar um capacitor e, logo depois deixar seus terminais desconectados do circuito.
Teoricamente uma vez carregado, o capacitor deveria manter sua carga infinitamente, mas na pratica,
porém essa carga se descarrega lentamente pelo dielétrico, evidenciando uma resistividade finita no
dielétrico.
Tensão de trabalho:
É máxima tensão que o capacitor pode ser submetido sem provocar danos. Normalmente possui
os seguintes valores: 10V, 16V, 20V, 25V, 35V, 50V, 63V, 75V, 100V, 250V, 300V, 400V, 630V,
etc...
Formatos:
Existem diversos formatos: tubular (normalmente eletrolíticos que utilizam este formato), disco
(cerâmicos), axial (possui um terminal em cada lado do componente) e radial.
Rigidez dielétrica:
É a intensidade máxima do campo elétrico a que se pode submeter um dielétrico sem que ele se
torne condutor.
Tensão de pico:
Tensão máxima que pode ser aplicada a um capacitor por um período muito curto de tempo.

7.2.2 Tipos de capacitor


Existem vários tipos de capacitores, os principais são: eletrolíticos, tântalo, stryroflex, poliéster,
policarbonato, cerâmicos, semifixos, supressor, plate, multicamada, starcap, polipropileno, papel,
alumínio, teflon, mica, glass, poliestirol e variáveis, cada tipo é utilizado em uma aplicação especifica.
Capacitores de Mica
Faixa de valores: de 1pF a 0,1uF Aplicações: Usado em circuitos geradores de RF (radio
freqüência);
Capacitores Cerâmicos
Surgiram como uma evolução natural dos antigos capacitores de mica e sua característica geral
é de apresentar baixos valores de capacitância de 1pF a 1KpF com altas tensões de isolação, podendo
chegar a 10KV. São usados geralmente em circuitos que operam com alta freqüência;
Capacitores Plate
São capacitores cerâmicos que foram desenvolvidos principalmente visando a reduzida
dimensão, miniaturizando o componente de tal forma a torná-lo compatível dimensionalmente com
diodos e resistores;
Capacitores Glass
Faixa de valores: 1 pico farad to 0.05 micro farad. Características: maior capacidade para
relação de volume;
Capacitores de Teflon
Características: Resistência de isolamento alta, alta estabilidade.
Aplicações típicas: Circuitos de Cronometragem críticos e circuitos de Afinação fixos.
Capacitores de Polipropileno Metalizado
Características: alta estabilidade, alta ondulação, baixa indutância.
Capacitores de Polipropileno
Com pequenas dimensões, estes capacitores são encapsulados em canecas de alumínio cilíndrica
seladas com resina de epóxi não hidroscópica, tornando-os adequados para sua utilização em
condições climáticas adversas.
Aplicações: corretor de fator de potência, reatores de lâmpadas, acionamento de motores.
Características: Projetado para aplicações de alta tensão CA, baixo fator de dissipação, ideal
para aplicações em alta freqüência;
Capacitores de Poliéster
Basicamente existem dois tipos o metalizado e o não metalizado. A característica comum a
todos capacitores de poliéster metalizado é a auto-regeneração no caso de uma sobre tensão perfurar o
dielétrico, a camada de alumínio ao redor dele é superaquecida transformando-se em oxido de
alumínio (material isolante) desfazendo o curto. Os capacitores de poliéster não metalizado não
possuem esta característica.
Características: Econômico, tamanho pequeno, utilizado em filtros e fontes de alimentação.

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Capacitores de Papel
Primeiro a ser construído comercialmente, foi muito usado em telefonia no começo do século
passado (1915), longas tiras metalizadas e de papel são bobinadas. A tira de papel serve como
dielétrico e normalmente é impregnada com óleo (clofeno) que tem grande constante dielétrica (por
volta de 4,2).
Capacitores de Poliestireno
Também chamados de capacitores de Styroflex, são desenvolvidos para trabalhar em corrente
alternada.
Faixa de valores: 2 a 470000pF.
Tensão de trabalho: De 160V a 630 Vcc.
Resistência de isolação: De 1000 a 10M ohms.
Capacitores de Polistirol
São de categoria profissional, construidos de forma a não apresentar qualquer efeito indutivo.
Faixa de valores: 20 a 600KpF.
Tensão de trabalho: De 63V a 750 Vcc.
Tensão de Prova: 2,5 X a tensão Nominal.
Capacitores Giga Elco
Capacitores eletrolíticos de alumínio para uso em fontes de potência em equipamentos
eletrônicos, em particular em equipamentos de processamento de dados.
Faixa de valores: 140 a 390 mF.
Tensão de trabalho: De 10V a 250 Vcc.
Faixa de Diametro:35 a 75mm.
Faixa de comprimento:55 a 220mm.
Capacitores Oil Filled
Faixa de valores:
DC 0.09 micro farad a 0.05 micro farad
AC 0.5 micro farad a 100 micro farad
AC-DC 0.1 micro farad a 20 micro farad
Características: São monopolares, suportam alta voltagem, são usados como condensadores para
CA ou aplicações de DC.
Capacitores Monolíticos
Faixa de valores:
Monolítico (T.C) - 1 picofarad a 1 farad de micro
Plate monolítico - 8 picofarad a 0.008 farad de micro
Monolítico tubular - 10 picofarad a 0.008 farad de micro
Características:
Alta capacidade por relação de volume com um mínimo de indutância.
Aplicações: Bypass e decodificadores em radio e televisão, receivers, computadores e
osciladores.
Capacitor starcap
É um capacitor elétrico de dupla camada com eletrodos de carvão vegetal ativado e eletrólito
orgânico. Pela sua altíssima capacitância, o STARCAP é ideal para circuitos de back-up de memória
em aplicações como: Automação Industrial, Comercial, entre outras.
Capacitor de oxido de tântalo
São capacitores eletrolíticos, com vantagem de ter o tamanho reduzido, vida útil, menor
variação da capacitância com a temperatura, grande estabilidade química, e resistência a corrosão. Por
outro lado apresentam a desvantagem de ter custos mais elevados, correntes de fuga maiores e
estreitos valores de capacitância.
Faixa de valores: 4,7 nF a 420 uF
Faixa de tensões: 6,3V a 50V
Tolerância: 20%
Capacitor ajustável TRIMMER
Faixa de valores: 1,5 pF a 600 pF
Faixa de tensões: 5V a 100V
Tolerância: 10%
Aplicações: Circuitos de sintonia.

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Capacitor Variável
Faixa de valores: 10 pF a 600 pF
Faixa de tensões: 5V a 100V
Tolerância: 10%
Aplicações: Circuitos de sintonia.
Capacitor de Partida de motores
Faixa de valores: 0,25 uF a 4200 uF
Faixa de tensões: 240V a 600V
Tolerância: 10%
Aplicações: fontes de alimentação, lâmpadas, filtros.
Capacitor Mylar
Faixa de valores: 1 nF a 0,68 uF
Faixa de tensões: 50V a 600V
Tolerância: 22%
Aplicações: Circuitos sensíveis a umidade.
Capacitor Plano
Faixa de valores: 10 pF a 10 uF
Faixa de tensões: 6,3V a 16V
Tolerância: 10%
Aplicações: Circuitos diversos
Cuidados: Alguns modelos possuem polaridade.

7.3 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES:

7.3.1 Associação de capacitores em série:

Neste tipo de associação, a armadura negativa de um capacitor é ligada à armadura positiva do


seguinte, e assim por diante.
C1 C2 C3 Ceq.

+Q -Q +Q -Q +Q -Q +Q -Q

V1 V2 V3 V

Vt Vt

Figura 41Equivalente série de capacitores:

Se aplicarmos a ddp Vt à associação do esquema dado, as tensões em cada um dos capacitores


serão V1, V2 e V3. Então:
Vt = V1 + V2 + V3 (I)
As cargas elétricas dos capacitores são iguais a Q, isso acontece pois a armadura negativa de um
capacitor está ligada a positiva de outro capacitor, fazendo com que as suas cargas seja exatamente
iguais. Quando a carga completa dos capacitores acontecer o sistema entra em equilíbrio quando isso
acontece é porque as cargas se igualaram e não há mais movimentação de cargas, ou melhor, corrente
elétrica.

Se C = Q/V, então V = Q/C. Portanto:


Q Q Q
V1 = V2 = V3 =
C1 C2 C3
Substituindo em (I), temos:
Q Q Q
Vt = + + (II)
C1 C 2 C3
Para o capacitor equivalente:

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Q
Vt = (III)
Ceq.
Comparando (III) e (II):
Q Q Q Q
= + +
C eq. C1 C 2 C3
ou simplificando Q nos dois membros, Temos a capacitância equivalente de:
1 1 1 1
= + +
C C1 C 2 C3

7.3.2 Associação de capacitores em paralelo

Na associação em paralelo, as armaduras positivas são ligadas entre si, assim como as negativas.
Desta forma, os capacitores suportam a mesma ddp, porém a carga total Q se divide, por exemplo, em
Q1, Q2 e Q3:
Qt = Q1 + Q2 + Q3 Equação I

Q1 Q2 Q3
V C1 C2 C3 Vt V Ceq. Vt
Qt

Figura 42Equivalente paralelo de capacitores:

Em cada capacitor: Q1 = C1•V


Q2 = C2•V
Q3 = C3•V
Substituindo na equação I, temos:
Q = C1•V + C2•V + C3•V
ou
Q = (C1 + C2 + C3)•U (2)
Para o capacitor equivalente:
Qeq. = Ceq.•V (3)
Comparando (3) e (2):
C•V = ( C1 + C2 + C3)•V
Logo a Capacitância equivalente é:
C = C1 + C 2 + C 3

7.3.3 Exercícios de fixação:

1 – A ddp entre as armaduras de um capacitor é de 40V. Nestas condições, a


carga elétrica na sua armadura é igual a 2 x 10-3C. Calcule a capacitância deste
capacitor. Dê a resposta em F e em µF.

2 – Um capacitor de capacitância 6µF é ligado a uma bateria de fem 12V.


Desprezando a resistência interna da bateria, calcule a carga elétrica deste
capacitor.

3 – Qual é a carga elétrica armazenada em um capacitor de capacidade 10µF,


ligado a um gerador que mantém a ddp de 100V entre as suas armaduras?
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4 – Calcule a ddp e a carga do capacitor da figura, depois de totalmente


carregado.

5 – Calcule a ddp e a carga do capacitor da figura, depois de totalmente


carregado.

6 – Na associação da figura, a carga do capacitor C1 vale 60µC. Calcule:


a)a carga do capacitor C2
b)a tensão de cada capacitor
c)a capacidade equivalente

7 – Na associação da figura, a carga de um dos capacitores vale 10µC.


Calcule:
a)a carga do outro capacitor
b)a tensão em cada capacitor
c)a capacidade equivalente

8 – Calcule a capacidade equivalente à associação dada

9 – Na associação da figura, a tensão em um dos capacitores é 12V. Calcule:

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a)a capacidade equivalente


b)a carga de cada capacitor

10 – Calcule a capacidade equivalente à associação dada

11 – À associação em série de dois capacitores C1 = 2µF e C2 = 8µF, aplica-se


uma tensão de 6V. Calcule:
a)a carga de cada capacitor
b)a tensão de cada capacitor

8 MAGNETISMO:
8.1 MATERIAIS MAGNÉTICOS E NÃO MAGNÉTICOS
Os ímãs tem duas extremidades denominadas de "polo sul" e "polo norte", simplesmente
representados pelas letra N e S. Imaginemos, agora, dois ímãs encostados como mostra a figura
abaixo. Neste caso, os dois ímãs se comportam como um ímã grande. Podemos prosseguir
construindo, através de emendas, ímãs de tamanho cada vez maior. Por outro lado, podemos fazer o
contrário, ou seja, quebrar um ímã transformando-o em dois.

Figura 43Encostando dois ímãs:

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Se continuarmos dividindo os pedaços obteremos imãzinhos cada vez menores. Até quando
podemos fazer isto? O limite desta divisão são peças de tamanho microscópico chamadas de
"domínios magnéticos", sendo este o ponto a que podemos chegar. Para entendermos o que se passa no
interior de um domínio magnético precisaríamos nos aprofundar no estudo da Física Atômica.
A maioria dos corpos não possui domínios magnéticos - são corpos não magnéticos, Entretanto,
o ferro e o níquel (este em menor escala) têm estes domínios magnéticos. São os corpos magnetizáveis
ou "ferro magnéticos". Repare que nossas experiências todos os corpos que foram atraídos pelo ímã
eram constituídos de ferro.

8.1.1 O que acontece na magnetização?


O ferro não magnetizado tem os seus domínios magnéticos distribuídos de forma caótica (Fig.
abaixo). Se colocarmos este pedaço perto de um ímã grande, todos os domínios se orientam e o
pedaço funciona como ímã.

Figura 44Ferro não magnetizado e magnetizado

E se afastarmos o ímã externo ?


Há duas possibilidades:
1. Se for ferro puro, o pedaço volta ao estado caótico - não é mais um ímã.
2. Se for aço ou ferrite (cerâmica), criamos um ímã permanente.
No primeiro caso, denominamos o material que volta ao seu estado natural (caótico) de material
magneticamente macio. No segundo caso, os materiais são denominados magneticamente duros.
Temos exemplos de materiais magneticamente duros em nossas casas. Por exemplo, uma
tesoura (feita de aço) ao entrar em contato com um ímã torna-se um outro ímã. Uma agulha também é
outro exemplo. Porém, também pode ocorrer o contrário, ou seja, ímãs permanentes perdem seu poder
de magnetização. Isto pode ser feito através de um golpe ou alta temperatura.
Os melhores ímãs para nossa experiência são pequenos ímãs em barra, que tem os pólos nas
extremidades. Existem também ímãs em forma de ferradura. Os mais fáceis de serem encontrados são
pastilhas utilizadas em fechos magnéticos de armários, portas de geladeira e brinquedos. Estes ímãs
tem os pólos nas faces laterais e são geralmente os mais fortes, pois são de ferrite, uma cerâmica
especial na fabricação de ímãs. Para se obter este último ímã basta comprar o fecho magnético e
arrancar o invólucro de plástico com alicate e chave de fenda (Fig. abaixo).

Figura 45Em (a) temos ímã em forma de barra; em (b) em forma de ferradura e em (c) em
forma de pastilha.

A Terra funciona como um imenso ímã sendo, entretanto, fraco (Fig. abaixo). O "Sul (S)"
magnético deste ímã está próximo do pólo norte e o "Norte (N)" magnético próximo do pólo sul. Por
isto, o norte do ímã da bússola apontará para o "Sul magnético" da Terra o que faz ele apontar o norte
geográfico, conforme é o desejo de quem queira usar a bússola para se orientar. Procurar entender bem
isto constitui um bom exercício de raciocínio lógico.

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Figura 46Campo magnético da Terra

Imãs: são pedras capazes de atrair ferro (fragmentos) ou interagirem entre si mesmas. Elas
correspondem a um óxido de ferro chamada magnetita (Fe3O4). Porém hoje em dia utilizam-se mais
imãs artificiais obtidos através de um processo chamado imantação.
Fenômenos Magnéticos: colocando-se um imã em contato com limalha de ferro, poderá ser
observada que essas se aderem apenas em certas regiões, chamadas pólos. Se um imã é suspenso de
forma que possa girar livremente, ele apontará, de forma aproximada, as direções norte e sul. A região
do imã que aponta para o norte é chamada pólo norte enquanto a região que aponta para o sul é
chamada pólo sul, por tal motivo é comum pintar-se os pólos em cores diferentes. Isso possibilitou a
invenção da bússola.
Os imãs também exercem forças de atração ou repulsão entre si, conforme a posição em que são
postos em relação um ao outro. Portanto, pólos iguais (ex: norte-norte) se repelem, enquanto os pólos
diferentes se atraem (ex: norte-sul).
Há também um fenômeno chamado de inseparabilidade dos pólos de um imã, no qual esse pode
ser portado inúmeras vezes em partes iguais e ao invés de separar os pólos, teremos sempre um novo
imã com pólo norte e sul. Esse processo pode ser continuado até que se obtenham átomos, que têm
propriedades de imãs elementares.
Achava-se que durante muito tempo que não houvesse nenhuma relação entre fenômenos
elétricos e magnéticos, porém em 1820 Oersted descobriu que a passagem da corrente pro um fio
condutor também produz fenômenos magnéticos. É por isso que hoje sabemos que os fenômenos
magnéticos são devidos a forças manifestadas entre cargas elétricas.

8.2 CAMPOS MAGNÉTICOS:

Os elétrons giram em torno do núcleo dos átomos, mas também em torno de sí mesmos
(translação), isto é semelhante ao que ocorre com os planetas e o sol. Há diversas camadas de elétrons,
e em cada uma, os elétrons se distribuem em orbitais, regiões onde executam a rotação, distribuídos
aos pares.
Ao rodarem em torno de sí, os elétrons da camada mais externa produzem um campo magnético
mínimo, mas dentro do orbital, o outro elétron do par gira também, em sentido oposto, cancelando este
campo, na maioria dos materiais.
Porém nos materiais imantados (ferromagnéticos) há regiões, chamadas domínios, onde alguns
dos pares de elétrons giram no mesmo sentido, e um campo magnético resultante da soma de todos os
pares e domínios é exercido em volta do material: são os imãs.
O que é de fato um campo magnético ?
A palavra campo significa, na Física, uma tendência de influenciar corpos ou partículas
no espaço que rodeia uma fonte.
Ex.: O campo gravitacional, próximo à superfície de um planeta, que atrai corpos,
produzindo uma força proporcional à massa destes, o peso.

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Assim, o campo magnético é a tendência de atrair partículas carregadas, elétrons e prótons, e


corpos metálicos magnetizáveis (materiais ferromagnéticos, como o ferro, o cobalto, o níquel e ligas
como o alnico).
O campo pode ser produzido pôr imãs e eletroímãs, que aproveitam o efeito magnético da
corrente elétrica.

Figura 47Linhas de força

A figura acima mostra um imã em forma de bastão. As linhas desenhadas em sua volta
chamam-se linhas de força, e representa a área em volta do imã que pode influenciar outros materiais.
Toda a área representada pelas linhas de força é chamado de campo magnético. Quanto mais próximos
do imã, maior é a concentração de linhas de força e maior será a influencia magnética que o imã pode
exercer. As linhas de força fora de um imã sempre saem do pólo Norte e entra no pólo Sul. O caminho
completo das linhas de força em um imã é chamado de circuito magnético fechado, assim como
acontece com a corrente elétrica que deve circular num circuito fechado, o mesmo acontece com as
linhas de força.

8.2.1 Permeabilidade Magnética

Os materiais se comportam de várias maneiras sob campos magnéticos. Assim como


na corrente elétrica, existem materiais que são bons condutores outros nem tanto, no
magnetismo existe uma classificação dos materiais de acordo com a os efeitos que eles
causam no campo magnético. Determinados materiais desviam as linhas de força e podem
concentrá-las ou espalhá-las quando se aproximam de um campo magnético. Estes materiais
são classificados em:
• Os diamagnéticos, os repelem, afastando as linhas de força. A água, a prata, o ouro,
o chumbo e o quartzo são alguns exemplos de materiais diamagnéticos.
• Os paramagnéticos se comportam quase como o ar. O vidro, o alumínio e a platina
são alguns exemplos de materiais paramagnéticos.
• Os ferromagnéticos concentram o campo, atuando como condutores magnéticos.O
ferro, o níquel e o cobalto são alguns exemplos de materiais ferromagnéticos.
Tudo isso devido a uma característica que todos os materiais possuem. A permeabilidade
magnética. A permeabilidade é a propriedade dos materiais de permitir a passagem do fluxo
magnético, que é a quantidade de campo que atravessa o material.
Símbolo: m;
Unidade no SI : T.m/A (Tesla vezes metro por ampere) ou H/m (Henry por metro)
Permeabilidade magnética do vácuo:
m0 = 4 π . 10 -7 T.m/A.

8.3 INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA

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Após estudar todos os casos de aparecimento de fem (força eletromotriz) induzida, Faraday
concluiu:
Toda vez que o fluxo magnético através de um circuito varia, surge, nesse circuito uma fem
induzida.
Esse fenômeno é chamado de indução eletromagnética e o circuito onde ele ocorre é chamado
circuito induzido. Em todos os casos, observamos, no amperímetro, uma corrente induzida que cessa
quando cessa a variação pro fluxo magnético. É muito grande a importância da indução
eletromagnética: A maior parte da energia elétrica produzida modernamente está baseada nesse
fenômeno.
Lei de Lenz: O sentido da corrente induzida é tal que ela origina um fluxo magnético induzido
que se opõem à variação do fluxo magnético denominado indutor.

8.4 RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA


Hipóteses de Maxwell:
1- Um campo magnético variável é equivalente, nos seus efeitos, a um campo elétrico.
2- Um campo magnético variável é equivalente, nos seus efeitos, a um campo magnético.
Ondas Eletromagnéticas: Essas ocorrem quando uma perturbação originada em uma região
pode ser reproduzida nas regiões adjacentes em um instante posterior. Maswell estabeleceu equações
para a propagação dessa perturbação, mostrando que ela apresentava todas as características de uma
onda: refletindo, refratando, difratando e interferindo.
Por isso, denominou-a ondas ou radiações eletromagnéticas.Exemplos de ondas
eletromagnéticas: ondas de radio e microondas, infravermelho e ultravioleta, raios "x" e raios "gama".

Antes de continuarmos as explicações, devemos fazer algumas considerações. As grandezas que


iremos estudar daqui para frente são estudadas no espaço tridimensional. Deve-se prestar a devida
atenção pois forças, indução magnética, corrente elétrica, linhas de força são representadas por linhas
e vetores. Um objeto em tridimensional quer dizer que possui três dimensões, largura, altura e
profundidade:

Figura 48Sistema de eixos 3d;

O sistema é particularmente complexo quando é representado na folha do caderno pois aqui só


temos duas dimensões, a terceira deve ser representada por retas inclinadas ou por vetores que entram
ou saem reto da folha para os nossos olhos ou o contrario. Para representar essas grandezas vamos
adotar as seguintes convenções:

Indica a grandeza "entrando" no plano da folha.

Indica a grandeza "saindo" do plano da folha.

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Olhando Olhando Olhando


pela frente de Lado por tras

Figura 49Representando vetores;

A representação deve ser imaginada como na figura acima. Se uma flecha for lançada no
espaço, teremos três visões, uma de lado, de frente e por trás. Os vetores que iremos representar
devem obedecer estas convenções.

8.5 CAMPO MAGNÉTICO E INDUÇÃO MAGNÉTICA:


A intensidade de campo magnético e a Indução magnética são formas de representar
vetorialmente os valores de intensidade, sentido e direção e sentido do campo magnético no espaço.
Em torno de um campo magnético existem inúmeras linhas de força, Essas linhas de força
definem uma indução em cada ponto no espaço. Quanto mais perto da fonte que produz as linhas de
força maior será a concentração de linhas de força e maior será a indução magnética.
A indução pode ser gerada por imãs naturais e induzidos ou por corrente elétrica em fios,
espiras e bobinas.
8.5.1 Campo gerado por um fio condutor:

Figura 50Campo criado por um condutor;

Campo magnético é toda região ao redor de um imã ou de um condutor percorrido por corrente
elétrica. Em Campo magnético criado por um condutor retilíneo as linhas de força são circulares e
concêntricas ao fio por onde passa a corrente elétrica e estão contidas num plano perpendicular ao fio.
A indução magnética é dada por:
m0 × I
B=
2× π × r
Onde:
B = intensidade do vetor campo magnético em um ponto (T)
m0 = permeabilidade magnética do meio (T.m/A)
r = distância do ponto ao fio (m)
m0 = 4.π. 10-7 T.m/A (no vácuo)

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A unidade de B no SI é o Tesla (T).

Regra da mão direita: Segure o condutor com a mão direita de modo que o polegar aponte
no sentido da corrente. Os demais dedos dobrados fornecem o sentido do vetor campo
magnético, no ponto considerado.

8.5.2 Exercícios de fixação:

8.5.2.1 Um fio retilíneo e longo é percorrido por uma corrente elétrica contínua i = 2A. Determine o
campo magnético num ponto distante 0,5m do fio. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A

8.5.2.2 Um condutor reto e extenso é percorrido por uma corrente de intensidade 2A. Calcular a
intensidade do vetor campo magnético num ponto P localizado a 0,1 m do condutor. O meio
é o vácuo.

8.5.2.3 A 0,4 m de um fio longo e retilíneo o campo magnético tem intensidade 4.10 -6 T. Qual é a
corrente que percorre o fio? Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A

8.5.2.4 Dada a figura abaixo, determine a intensidade do campo magnético resultante no ponto P.
Dados: i1 = 4A, i2 = 10A, µ0 = 4π.10-7 T.m/A

8.5.2.5 Dada a figura abaixo, determine a intensidade do campo magnético resultante no ponto P.
Dados: i1 = 3A, i2 = 5A, µ0 = 4π.10-7 T.m/A

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8.5.2.6 Como podemos verificar experimentalmente se existe um campo magnético em um certo


ponto do espaço?

8.5.2.7 O que acontece se colocarmos um imã sobre uma fita magnética?

8.5.2.8 Temos seis bússolas ao redor de um ímã. Quais delas estão orientadas corretamente?

8.5.2.9 Ao fecharmos o circuito as quatro bússolas irão se orientar com o campo ao redor do fio.
Como ficará essa orientação?

8.5.2.10 Sabe-se que a Lua, ao contrário da Terra, não possui um campo magnético. Sendo assim,
poderia um astronauta se orientar em nosso satélite usando uma bússola comum? Explique.

8.5.3 Campo Magnético no Centro de uma Espira

Figura 51Campo de uma espira;

No caso de uma espira circular, o lado em que entram as linhas de força podem ser associados
ao pólo sul, e o lado em que saem as linhas pode ser associado ao pólo norte.
A indução magnética é dada por:

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m× I
B=
2× R
Onde:
B = intensidade do vetor campo magnético em um ponto (T)
m= permeabilidade magnética do meio (T.m/A)
R = raio da espira (m)
m0 = 4.π. 10-7 T.m/A (no vácuo)

8.5.4 Exercícios de fixação:

8.5.4.1 A espira da figura abaixo tem raio 0,2 m e é percorrida por uma corrente de 5A no sentido
horário. Determine a intensidade e a orientação do vetor campo magnético no centro da
espira. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A

8.5.4.2 Uma espira circular de raio R=0,2 m é percorrida por uma corrente elétrica de intensidade
i=8A, conforme a figura abaixo. Dê as características do vetor campo magnético no centro
da espira. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A

8.5.4.3 Duas espiras circulares concêntricas e coplanares de raios 0,4 πm e 0,8 πm são percorridas
por correntes de intensidades 1A e 4A , respectivamente, conforme mostra a figura.
Determine a intensidade do vetor campo magnético resultante no centro das espiras. Adote µ
0 = 4π.10 T.m/A
-7

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8.5.5 Campo Magnético no Interior de um Solenóide

Um condutor enrolado em forma de espiras é denominado solenóide.

A indução magnética no interior do solenóide é dada por:


m0 × N × I
B=
L
Onde:
B = intensidade do vetor campo magnético em um ponto (T)
m = permeabilidade magnética do meio (T.m/A)
N = número de espiras
L = comprimento do solenóide (m)
m0 = 4.π. 10-7 T.m/A (no vácuo)
8.5.6 Exercícios de fixação:

8.5.6.1 Um solenóide de 1 metro de comprimento contém 500 espiras e é percorrido por uma
corrente de 2A. Determinar a intensidade do vetor campo magnético no interior do
solenóide. Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A

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8.5.6.2 No interior de um solenóide de comprimento 0,16m, registra-se um campo magnético de


intensidade 5 π.10-4 T, quando ele é percorrido por uma corrente de 8A. Quantas espiras tem
esse solenóide? Adote µ0 = 4π.10-7 T.m/A

8.5.6.3 Considere um solenóide de 0,16m de comprimento com 50 espiras. Sabendo que o solenóide
é percorrido por uma corrente de 20A, determine a intensidade do campo magnético no seu
interior.

8.5.6.4 Um solenóide de 1 metro de comprimento contém 1000 espiras e é percorrido por uma
corrente de i. Sabendo que o vetor campo magnético no seu interior vale 8π .10-4 T,
determine i. O solenóide está no vácuo.

8.5.6.5 Explique o princípio de funcionamento de uma campainha.

8.5.6.6 O que é um eletroímã? Como funciona?

8.5.6.7 Um aluno estava usando uma bússola para orientar-se no interior da sala de laboratório.
Num certo momento, a agulha mudou repentinamente de posição. Como se explicaria esse
movimento da agulha?

8.6 FORÇA MAGNÉTICA


Considere uma carga puntiforme positiva movendo-se com velocidade em um campo magnético
uniforme. Verifica-se experimentalmente que:
1- Se a carga se deslocar na direção paralela, ela não ficará sujeita a ação de nenhuma força.
2- Se a carga se deslocar em uma direção perpendicular à do vetor, ela ficará sujeita a ação da
força magnética. A direção dessa força é perpendicular ao plano formado pelos vetores. Utilizando-se
medidas experimentais verifica-se que a intensidade dessa força é diretamente proporcional à carga e
aos vetores.
3- Se a carga se desloca em outra direção, a força magnética continuará perpendicular ao plano
formado pelos vetores. Verifica-se que a intensidade da força é diretamente proporcional à carga.
Regra da mão direita: o sentido da força magnética depende do sinal da carga em
movimento.O dedão é o sentido da corrente e o restante dos dedos são o sentido do campo magnético.

8.6.1 Força magnética e campo magnético


As forças magnéticas existem entre ímãs permanentes e materiais magnéticos, ímãs
permanentes e condutores com corrente elétrica, ou então entre duas correntes.

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Ao contrário da força elétrica (a força de Coulomb), a força magnética só atua sobre cargas em
movimento. Como a força magnética e exercida sobre um corpo distante (por exemplo, dois ímãs
separados por alguma distância), a interação magnética ocorre através de um campo, chamado campo
magnético. O campo magnético pode ser visualizado utilizando partículas pequenas de algum material
magnético (por exemplo, limalha de ferro). Essas partículas alinham-se com o campo magnético, tal
como os dipolos elétricos alinham-se com o campo elétrico. A força que um ímã permanente exerce
sobre um condutor com corrente elétrica foi estudada por Ampère. Ele achou que esta força é
proporcional à intensidade de corrente e ao comprimento do fio (ver figura abaixo). O sentido da força
depende do sentido da corrente.
Força Magnética sobre condutor conduzindo corrente elétrica:

Figura 52Força Magnética em um condutor de corrente:

A força que atua sobre o fio conduzindo uma corrente I, dentro de um campo de intensidade B
é:
F = B × I × L × senα
F – Força magnética (N);
B – Indução magnética (T);
I – Corrente elétrica (A);
L – Comprimento do condutor (m);
α – Ângulo entre a indução e a corrente;

A REGRA DOS TRÊS DEDOS


Existem fenômenos eletromagnéticos em que intervêm as grandezas indução magnética B, força
eletromotriz E (ou, em circuito fechado, intensidade da corrente elétrica I) e força F.
Estas grandezas são vetoriais, apresentando, além da sua intensidade, um sentido. Cada uma das
3 grandezas faz um ângulo de 90º com qualquer das outras.
Para ajudar a memorização dos sentidos relativos destas grandezas existem várias regras
(mnemónicas) todas com este objetivo. Também é possível ignorá-las desde que se conheçam os
sentidos das grandezas sem recorrer a estas mnemónicas.
Duas destas regras são conhecidas como regras dos três dedos por utilizarem três dedos da mão
(o polegar, o indicador e o médio), cada um deles apontando no sentido de uma das grandezas, pela
ordem B, F, I.
Há duas regras, uma utilizando a mão direita e outra a mão esquerda, cada uma delas com
aplicação num caso específico. A seguir indicam-se estas regras aplicadas à determinação da força F a
que fica sujeito um condutor mergulhado num campo magnético de indução B, quando é percorrido
pela corrente I.
Para determinar o sentido da força gerada em um condutor que passa corrente, deve-se adotar o
seguinte:
Aplicação: motor elétrico

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Figura 53Força gerada em um condutor por um campo.

Relações entre vetores:

Figura 54Vetores de F, B e I;

Regra dos 3 dedos da mão direita:

Figura 55Regra dos três dedos da mão direita:

Ainda antes disso, H.Oersted descobriu que uma corrente também atua sobre um ímã, fazendo
rodar a agulha de uma bússola. Ele adivinhou que uma corrente elétrica produz um campo magnético,
tal como um ímã permanente. A figura a baixo (a) mostra uma réplica da experiência de Oersted em
que uma corrente atua sobre a agulha de uma bússola fazendo com que a agulha rode. Mais tarde, foi
demonstrado que o mesmo tipo de ação existe por parte da corrente retilínea sobre uma bobina
atravessada por uma corrente elétrica (figura b). No entanto, foi Ampère que propôs a hipótese que o
magnetismo de um ímã permanente é devido a correntes microscópicas que existem neste material.
Então, o campo magnético é criado por cargas em movimento que atua sobre cargas em movimento.
Das experiências de Ampère e de Oersted é óbvio que a força magnética atua sobre uma partícula
carregada, que está em movimento, na direção perpendicular à do seu movimento.

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Figura 56Bússola sob influência de um campo magnético.

Força Magnética sobre uma carga em movimento:

Figura 57Força Magnética em uma carga em movimento:

Uma carga elétrica q lançada dentro de um campo magnético B, com uma velocidade v, sofre a
ação de uma força F.
F = q × v × B × senθ
F = força magnética (N);
q = carga elétrica (C);
B = Indução magnético (T);
v = velocidade da carga (m/s);
θ = Ângulo entre o vetor Indução e o vetor velocidade.

O sentido da força é dado pela regra da mão esquerda.

Figura 58Regra da mão esquerda;

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A força magnética sobre cargas elétricas assume valor máximo quando elas são lançadas
perpendicularmente à direção do campo magnético. Sen 90º = 1, logo: F = q.v.B.

Figura 59Força magnética máxima;

Cargas elétricas em repouso ou lançadas na mesma direção do campo magnético não sofrem a
ação da força magnética.

8.6.2 Exercícios de fixação:

8.6.2.1 Uma partícula de carga 6.10-8 C é lançada perpendicularmente a um campo magnético


uniforme de intensidade 4.10-2 T, com velocidade 103 m/s. Determinar a intensidade da força
magnética que atua sobre ela.

8.6.2.2 Uma carga elétrica puntiforme de 20.10-6 C, é lançada com velocidade de 4m/s, numa
direção perpendicular a um campo magnético, e fica sujeita a uma força de intensidade 8.10 -5
N. Qual a intensidade do campo magnético?

8.6.2.3 Uma carga elétrica de 10-15 C é lançada perpendicularmente a um campo magnético de 10-2
T, ficando sob a ação de uma força de 10-15 N. Determine a velocidade com que a carga foi
lançada no campo.

8.6.2.4 Uma partícula elétrica de carga q=4.10-6 C desloca-se com velocidade 2.102 m/s, formando
um ângulo θ = 45o com um campo magnético uniforme de intensidade 16.104 T, conforme
indica a figura. Determine a força magnética que atua sobre a partícula.

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8.6.2.5 Represente a força magnética que atua sobre a carga q, lançada com velocidade v num
campo magnético B, nos seguintes casos:

8.6.2.6 Um campo magnético atua em uma carga em repouso?

8.6.2.7 Colocado no campo magnético de um imã, um fio percorrido por uma corrente sofre a ação
de uma força magnética, em determinado sentido. Quais as alternativas possíveis para
inverter o sentido dessa força?

8.7 HISTÓRICO DO MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO.

A história do magnetismo tem duas vertentes, uma de origem grega e outra de origem chinesa.
Segundo uma lenda, o termo "magnetismo" é proveniente do nome de um pastor de ovelhas grego, "Μ
αγνες" que surpreso, observa que a extremidade de ferro de seu cajado, atraía pequenos pedaços de
pedra ( "magnetita") que ficavam à beira do caminho. Por outro lado, de todos os trabalhos em Física
dos chineses, a contribuição mais significativa, é a invenção da bússola magnética, porque é um
exemplo de como processos associados com "magia", datados do século III A. C., conduzem à
descoberta científica.
Como muitas outras civilizações primitivas, os chineses tinham conhecimento de fenômenos
magnéticos, através das propriedades naturais da "magnetita" ( óxido de ferro ), cujo poder de atração
do ferro, era considerado mágico. Os adivinhos usavam a magnetita para confeccionar "placas de
advinhação", que era constituída de duas partes, uma superior que representava o céu, tinha a
constelação da Grande Ursa ou do Arado, e uma parte inferior que representava a Terra. Ambas as
placas tinham marcações equivalentes aos "pontos de bússola" ou direções, com intervalos de 15 0.
No primeiro século depois de Cristo, um objeto familiar, era um pedaço de magnetita montado
sobre um pino, apontava para o sul em vez de para o norte, foi a essência da bússola magnética. No
século VI, os chineses descobriram que agulhas de ferro esfregadas com um pedaço de magnetita,
tornavam-se magnetizadas. Mais tarde, descobriram que aquecendo o ferro ao rubro, e depois
esfriando-o mantendo a direção sul-norte, poderiam magnetizar o ferro.
A bússola magnética "mágica" era comum nos navios chineses, talvez desde o século X, e
certamente no século XI, o que precede a adoção da bússola no Ocidente em pelo menos cem anos.
Além disso, a utilização da bússola magnética trouxe maior precisão das "direções magnéticas", e
deste os tempos da dinastia Tang, levou à descoberta de que o norte e o sul magnéticos não são

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coincidentes com o norte e o sul geográficos, o que deixa um espaço de pelo menos setecentos anos,
com relação ao Ocidente.
O primeiro a escrever sobre o magnetismo no Ocidente é Peter Peregrinus, no século XIII, em
"Carta sobre o imã", datada de 1269, onde descreve a magnetita e suas propriedades, definindo a
propriedade do imã sempre apontar para o norte magnético, mencionando pela primeira vez o termo
"pólo magnético". Nesta carta, Peregrinus menciona o fato de que um imã, quando partido ao meio,
torna-se dois imãs. A "Carta" contém uma tentativa de aplicar a força magnética na geração do
movimento perpétuo.
Na Renascença, em 1581, o livro "Uma nova atraente", de Robert Norman, continha uma
discussão sobre o imã ou magnetita e também um "novo segredo" sobre seu comportamento, o
fenômeno hoje conhecido como "inclinação magnética", referindo-se à inclinação da agulha magnética
em relação à horizontal, diferindo de um lugar para outro.
No Ocidente parece que Stevin (1548-1620 ), foi o primeiro a interessar-se por problemas em
navegação, e escrevendo a este respeito, dava explicações muito claras de um sistema no qual sugeria
o uso de uma agulha magnética, que poderia atuar como guia para a longitude. Isto deveria ser feito
medindo-se a diferença entre os nortes verdadeiro e magnético, já que se sabia não ser esta diferença a
mesma em todos os pontos da superfície terrestre (Posteriormente, verificou-se ser o método inválido,
visto que a variação não era constante, mas mudava com o tempo).
No período renascentista, o trabalho mais significativo sobre magnetismo é devido a William
Gilbert (1540- 1603), um médico proeminente em Londres, que em 1600 foi designado médico da
rainha Elizabeth I, e após a morte desta, de Jaime I. A fama de Gilbert vem da publicação do seu livro
"De Magnete" em 1600. Nele revela profundo conhecimento do magnetismo, discutindo o assunto
com detalhes, considerando não somente a bússola magnética, bem como o comportamento do imã, e
as questões de atração e repulsão. Sua obra foi reeditada em 1628 e 1633.
Gilbert distinguia entre a atração exercida pelo âmbar (atração eletrostática) e a atração
magnética. Para ele, cada imã era envolvido por uma "órbita invisível de virtude", explicando como
esta propriedade afeta qualquer ferro que esteja em suas vizinhanças.
Mostrou como um imã em forma esférica, poderia reproduzir o comportamento do planeta
Terra, demonstrando com o auxílio de pequenos imãs o que entendemos hoje como campo magnético
terrestre. Relatou, partindo do princípio de que a Terra é um imã, a declinação e a inclinação
magnética, bem como a propriedade dos imãs apontarem para o norte ou sul.
Em 1820, Hans Cristian Oersted, que acreditava por razões filosóficas, existir uma correlação
entre eletricidade e magnetismo, conseguiu provar experimentalmente que, quando uma corrente
elétrica passava por um fio, havia um campo magnético associado a ela.
Entre 1821 e 1825, o físico, matemático e químico francês André-Marie Ampère, esclareceu os
efeitos de correntes sobre imãs, assim como o efeito oposto, a ação de imãs sobre correntes elétricas.
Isto o levou a afirmação de que um imã era composto de "moléculas" magnéticas, em cada uma das
quais uma corrente elétrica circulava permanentemente.
Michel Faraday (1791 - 1867), então diretor de laboratório da Royal Institution, argumentava
que se a eletricidade que corria por um fio produzia efeitos magnéticos, um efeito magnético deveria
produzir uma corrente elétrica, é a lei de indução magnética de Faraday.
As hipóteses de Faraday levantaram um problema teórico relativo ao modo como eletricidade e
magnetismo poderiam se comportar no espaço vazio – o problema da ação à distância. Faraday propôs
a idéia de campo – imaginou que existiam linhas de força magnética, e que estas ficavam tanto mais
próximas quanto mais forte fosse o campo magnético. Imaginou também que essas linhas tendiam a se
encurtar quando podiam e a se repelir mutuamente. Para Faraday o espaço deveria estar cheio de
linhas de força, e talvez a luz e o calor fossem vibrações que viajavam ao longo de tais linhas de força.
James Clark Maxwell (1831 - 1879), escreveu "Tratado sobre eletricidade e magnetismo" onde
"introduziu na ciência matemática a idéia da ação elétrica conduzida através de um meio contínuo",
idéia proposta por Faraday, mas não trabalhada matematicamente.
Maxwell iniciou sua análise em 1855, tentando encontrar uma explicação matemática das linhas
de força que circundam um imã, ou seja, o campo magnético de Faraday. Em 1861 estava em
condições de colocar correntes elétricas, cargas elétricas e magnetismo em um esquema abrangente,
pressupondo um éter para explicar como as correntes elétricas e suas derivações, os campos
magnéticos, estavam em contínua interação. Seu trabalho foi publicado em 1864, as equações a que
Maxwell havia chegado para expressar o comportamento de correntes elétricas e seus campos

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magnéticos associados, eram semelhantes em todos os aspectos às equações para expressar o


comportamento das ondas luminosas, portanto, Maxwell mostrou que a luz devia ser uma onda
eletromagnética de algum tipo, e inversamente, que as ondas eletromagnéticas deviam ser passíveis de
reflexão, refração, os efeitos que ondas de luz sofrem. Seus resultados demonstravam que deveriam
existir ondas eletromagnéticas de comprimentos maiores e menores que o comprimento de onda da
luz, o que é demonstrado por Heinrich Hertz, em 1888, nove anos após a morte de Maxwell, quando
descobrem ondas eletromagnéticas de comprimento de onda longo – as ondas de rádio.

9 INDUTOR:
Um indutor é um componente elétrico capaz de armazenar energia na forma magnética.
Podemos dizer que ele é similar ao capacitor que acumula energia através de cargas elétricas. Assim
como no capacitor, essa propriedade de armazenar energia tem um nome e no indutor é chamada de
indutância.
A capacidade de um indutor armazenar energia na forma magnética é a indutância e sua
representação é dada pelo símbolo abaixo:

Figura 60Indutor

Indutância é a propriedade do indutor de se opor as correntes do circuito, o símbolo que


representa a indutância é a letra L e é medida em Henry.

9.1 TIPOS DE INDUTOR


Existem dois tipos de indutores, fixos ou variáveis. Os fixos são constituídos de um fio enrolado
ao redor de um núcleo que pode ser ar, ferro ou ferrite. Os ajustáveis possuem núcleo móvel podendo
ser ajustado externamente.
Indutor de Nucleo Aberto
Faixa de valores: 3 mH a 40 mH
Aplicação: Filtro passa faixa

Indutor de Nucleo Toroidal


Faixa de valores: 1 mH a 30 mH
Aplicação: Linhas de transmissão

Indutor Cilindrico
Faixa de valores: 3 uH a 1 mH
Aplicação: Circuitos de alta corrente

Indutor Linha de Retardo


Faixa de valores: 10 uH a 50 uH
Aplicação: Receptores de video

Indutor de Radio Frequência


Faixa de valores: 10 uH a 50 uH
Aplicação: Circuitos de comunicação

Indutor Plano
Faixa de valores: 0,01 uH a 10 uH
Aplicação: Diversos

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Indutor Ajustavel
Faixa de valores: 1 uH a 100 uH
Aplicação: Osciladores

9.2 CARACTERÍSTICAS DOS INDUTORES:


Os indutores têm uma característica básica, sua resistência elétrica é muito baixa, no indutor
ideal é zero ohms, porem no indutor real, há uma resistência baixa devido a sua construção que é feita
por fios de cobre. A resistência que o indutor possui é na verdade a resistência do fio de cobre que o
constitui.
Basicamente um indutor é constituído por um fio condutor enrolado sob algum material que
chamamos de núcleo. O núcleo de um indutor pode ser vazio, ar, ou de um material ferromagnético
qualquer, veja na foto abaixo alguns indutores.

Figura 61Foto de indutores comerciais

Seu funcionamento é simples, veja no esquema abaixo:

Figura 62Solenoide

Já aprendemos a calcular a indução no interior de um solenóide, porem além do conceito de


indução, precisamos saber outro, que é o fluxo magnético (Φ). O fluxo magnético pode ser comparado
a corrente elétrica, porem no magnetismo. O valor físico do fluxo magnético é a quantidade de linhas

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de força que está passando por uma determinada área. Ou o valor da indução por uma determinada
área.
φ = B× A
Φ – Fluxo magnético, unidade Weber (W);
B – Indução magnética, unidade Tesla (T);
A – Área, unidade m2 .
A indutância de uma bobina, solenóide, etc, é representada fisicamente como a relação do fluxo
magnético com a corrente elétrica que gera esse fluxo em um solenóide. Isto pode ser visualizada pela
fórmula:
φ
L=
I
L é denominada indutância e sua unidade é Henry (H).
Como um indutor pode ser constituído por espiras de material condutor (bobinas na forma de
um solenóide) e enroladas em torno de um núcleo. Um solenóide de comprimento “d” e área
transversal A com N espiras tem uma indutância dada por:
A
L = m× N 2 ×
d
Onde:
L – Indutância (H);
m – Permeabilidade magnética do núcleo (T.m/A) ou (H/m);
N – Número de espiras do solenóide;
A – Área da sessão transversal do solenóide (m2);
d – Comprimento do solenóide (m);

10 CORRENTE ALTERNADA:
Relembrando, um campo magnético produz uma força sobre cargas elétricas em movimento.
Quando estas cargas deslocam-se em um condutor, este sofre a ação de uma força perpendicular ao
plano que contém o condutor e o campo.
F = B x I x L x senα
F é a força em Newton, L o comprimento do condutor, em m, e α o ângulo entre o condutor e
as linhas do campo.

Figura 63Força magnética

É esta força que permite a construção dos motores elétricos. Nestes o ângulo é de 90o, para
máximo rendimento, B é produzido pelos enrolamentos, grandes bobinas, e há N espiras (nos casos
em que o rotor, parte rotativa central, é bobinado), somando-se as forças produzidas em cada uma. O
núcleo é de material ferromagnético, para que o campo seja mais intenso, e envolve o rotor, com
mínima folga, o entreferro, formando um circuito magnético.
O processo é reversível: uma força aplicada a um condutor, movendo-o de modo a “cortar”
as linhas de um campo magnético (perpendicularmente), induz uma ddp neste, conforme a Lei de
Faraday, proporcional à velocidade e ao comprimento do condutor, e ao campo, é o princípio do
gerador elétrico e do microfone dinâmico.

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E = B × L × v × senθ
Onde:
- E é a tensão, a ddp gerada em V;
- B é indução magnética em T;
- L o comprimento, em m;
- v a velocidade do condutor, em m/s;
- θ é o ângulo entre os vetores v e B, em graus.

Movimento de cargas elétricas sob ação de um campo magnético:


Como foi ilustrado, quando cargas elétricas estão em movimento dentro de um campo
magnético constante, uma força atua sobre esta carga. Esta força tende a desviar as cargas em
movimento no sentido onde a força surge. Este desvio de cargas em movimento provocado por um
campo magnético é muito utilizado em equipamentos de imagens, impressão e vídeo.

Figura 64GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA

Figura 65Gerador de corrente alternada

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Um gerador de corrente alternada simples é constituído de um imã fixo e de uma espira


colocada no meio do imã como mostra a fig.2 ao lado. A alimentação da lâmpada é realizada através
das escovas que estão em contato com os anéis que estão ligados na extremidade da espira. Ao girar a
espira, há variação de fluxo magnético induzindo uma corrente, que vai através das escovas alimentar
o circuito e portanto acender a lâmpada. Esta corrente é alternada e neste caso o gerador é denominado
gerador de corrente alternada.
A fig. 3 ao lado mostra o gerador de corrente alternada que funciona no mesmo princípio, isto
é, o campo magnético indutor gera uma tensão na espira de campo, que ao girar da posição para a
posição 2, está em um sentido e da posição 3 para 4 em outro sentido.
A espira de campo é ligada a anéis coletores para poder ser levada à armadura, de onde é fornecida em
terminais, em uma placa de ligações. Da placa de ligações é que se faz a conexão com os circuitos
externos, que podem ser linhas de transmissão,ou cargas localizadas

Figura 66Gerador de corrente alternada

Figura 67Linha de montagem de geradores industriais

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TRANSFORMADOR

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A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante condutores de


eletricidade, aos lugares mais adequados para o seu aproveitamento. Ela iluminará cidades,
movimentará máquinas e motores, proporcionando muitas comodidades.
Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e postes. Toda a rede de
distribuição depende estreitamente dos transformadores, que elevam a tensão, ora a rebaixam.
Nesse sobe e desce, eles resolvem não só um problema econômico, reduzindo os custos da
transmissão a distância de energia, como melhoram a eficiência do processo.
Antes de mais nada os geradores que produzem energia precisam alimentar a rede de transmissão e
distribuição com um valor de tensão adequado, tendo em vista seu melhor rendimento. Esse valor
depende das características do próprio gerador, enquanto a tensão que alimenta os aparelhos
consumidores, por razões de construção e sobretudo de segurança, tem valor baixo, nos limites de
algumas centenas de volts (em geral, 110 ou 220). Isso significa que a corrente, e principalmente a
tensão fornecida, variam de acordo com as exigências.
Nas linhas de transmissão a perda de potência por liberação de calor é proporcional à resistência
dos condutores e ao quadrado da intensidade da corrente que os percorre (P = R.i2). Para diminuir a
resistência dos condutores seria necessário usar fios mais grossos, o que os tornaria mais pesados e
o transporte absurdamente caro. A solução é o uso do transformador que aumenta a tensão, nas
saídas das linhas da usina, até atingir um valor suficientemente alto para que o valor da corrente
desça a níveis razoáveis (P = U.i). Assim, a potência transportada não se altera e a perda de energia
por aquecimento nos cabos de transmissão estará dentro dos limites aceitáveis.
Na transmissão de altas potências, tem sido necessário adotar tensões cada vez mais elevadas,
alcançando em alguns casos a cifra de 400.000 volts. Quando a energia elétrica chega aos locais de
consumo, outros transformadores abaixam a tensão até os limites requeridos pelos usuários, de
acordo com suas necessidades.

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Existe uma outra classe de transformadores, igualmente indispensáveis, de potência baixa.


Eles estão presentes na maioria dos aparelhos elétricos e eletrônicos encontrados normalmente em
casa, tais como, por exemplo, computador, aparelho de som e televisor. Cabe-lhes abaixar ou
aumentar a tensão da rede doméstica, de forma a alimentar convenientemente os vários circuitos
elétricos que compõem aqueles aparelhos.

O princípio básico de funcionamento de um transformador é o fenômeno conhecido como


indução eletromagnética: quando um circuito é submetido a um campo magnético variável, aparece
nele uma corrente elétrica cuja intensidade é proporcional às variações do fluxo magnético.
Os transformadores, na sua forma mais simples, consistem de dois enrolamentos de fio (o primário
e o secundário), que geralmente envolvem os braços de um quadro metálico (o núcleo). Uma
corrente alternada aplicada ao primário produz um campo magnético proporcional à intensidade
dessa corrente e ao número de espiras do enrolamento (número de voltas do fio em torno do braço
metálico). Através do metal, o fluxo magnético quase não encontra resistência e, assim, concentra-
se no núcleo, em grande parte, e chega ao enrolamento secundário com um mínimo de perdas.
Ocorre, então, a indução eletromagnética: no secundário surge uma corrente elétrica, que varia de
acordo com a corrente do primário e com a razão entre os números de espiras dos dois

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enrolamentos.

A relação entre as voltagens no primário e no secundário, bem como entre as correntes nesses
enrolamentos, pode ser facilmente obtida: se o primário tem Np espiras e o secundário Ns, a
voltagem no primário (Vp) está relacionada à voltagem no secundário (Vs) por Vp/Vs = Np/Ns, e
as correntes por Ip/Is = Ns/Np. Desse modo um transformador ideal (que não dissipa energia), com
cem espiras no primário e cinqüenta no secundário, percorrido por uma corrente de 1 ampère, sob
110 volts, fornece no secundário, uma corrente de 2 ampères sob 55 volts.

Perdas no transformador
Graças às técnicas com que são fabricados, os transformadores modernos apresentam grande
eficiência, permitindo transferir ao secundário cerca de 98% da energia aplicada no primário. As
perdas - transformação de energia elétrica em calor - são devidas principalmente à histerese, às
correntes parasitas e perdas no cobre.
1. Perdas no cobre. Resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras primárias e secundárias.
As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a forma de calor e não podem ser evitadas.
2. Perdas por histérese. Energia é transformada em calor na reversão da polaridade magnética do
núcleo transformador.

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3. Perdas por correntes parasitas. Quando uma massa de metal condutor se desloca num campo
magnético, ou é sujeita a um fluxo magnético móvel, circulam nela correntes induzidas. Essas
correntes produzem calor devido às perdas na resistência do ferro.

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10.1 EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

10.1.1 Conversão de Unidades:

10.1.1.1 Preencher a tabela abaixo:

1m = _______ cm 1cm = _______ m 1mm = _______ m 1kg = _______ g


1m = _______ mm 1cm = _______ mm 1mm = _______ cm 1g = _______ kg
1m = _______ km 1cm = _______ km 1mm = _______ km

1m2 = _______ cm2 1cm2 = _______ m2 1mm2 = _______ m2 1l = _______ ml


1m2 = _______ mm2 1cm2 = _______ mm2 1mm2 = _______ cm2 1ml = _______ l
1m2 = _______ km2 1cm2 = _______ km2 1mm2 = _______ km2

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1m3 = _______ cm3 1cm3 = _______ m3 1mm3 = _______ m3


1m3 = _______ mm3 1cm3 = _______ mm3 1mm3 = _______ cm3
1m3 = _______ km3 1cm3 = _______ km3 1mm3 = _______ km3

1h = _______ min Qual o valor de: Qual é o valor de:


1min = _______ h 1k = _______ 1m = _______
1min = _______ s 1M = _______ 1μ = _______
1s = _______ min 1G = _______ 1η = _______
1h = _______ s 1T = _______ 1р = _______
1s = _______ h

10.1.1.2 Converter:
a) 0,00324m = ____________________ mm.
b) 965000000000Ω = ____________________ MΩ.
c) 460mm2 = ____________________ m2.
d) 1850g = ____________________ kg.
e) 2,5kg = ____________________ g.
f) 20cm = ____________________ mm.
g) 75cm = ____________________ m.
h) 72m2 = ____________________ cm2.
i) 12km = ____________________ mm.
2
j) 36km = ____________________ cm2.
k) 1,5m3 = ____________________ cm3.
l) 16000mm3 = ____________________ m3.
10.1.2 Sistema internacional de unidades:

10.1.2.1 Qual é a unidade no SI de:


i. Corrente elétrica: _________________________;
ii. Resistência elétrica: _________________________;
iii. Potencial elétrico: _________________________;
iv. Carga elétrica: _________________________;
v. Comprimento: _________________________;
vi. Peso: _________________________;
vii. Volume: _________________________;
viii. Temperatura: _________________________;

10.1.3 Matemática:

10.1.3.1 Fazer os cálculos abaixo:


a) 325000x0,000025 =
b) 48+2x3-9 =
c) (48+2)x3-9 =
d) (48+2x3)-9 =
e) 48+2x(3-9) =
f) (48+2)x(3-9) =

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g) 45x10-4 ÷ 5x104 =
h) 36x102 ÷ 6x10-4 =
i) 5x105 + 100x103 =
j) 92x10-6 + 800x10-4 =
k) 2500x103 – 0,5x106 =
l) (2x104)2 =
m) (9x10-6)3 =
n) 8kΩ + 0,02MΩ =
o) 800mA – 4A =

10.1.4 Resistência elétrica:

10.1.4.1 Calcular a resistência elétrica do cano de ferro abaixo:

R 25cm

R 5cm

Vista frontal: Comprimento é de 90cm.

Se aplicarmos um f.e.m. de 12V entre as extremidades deste cano, qual é o valor da corrente que
irá circular pelo cano?

Qual deve ser o potencial elétrico bem na metade do cano, aos 45cm?

10.1.4.2 Calcular a resistência de um fio de cobre de sessão 2,5 mm2 e comprimento de 50m.

10.1.4.3 Calcular a resistência de um fio de alumínio de sessão 50mm2 e comprimento 500km.

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10.1.4.4 Calcular a resistência da peça de alumínio desenhada abaixo:


2cm

2cm
c m
40

10.1.4.5 Calcular a resistência do corpo de ferro desenhado abaixo:


4cm
3cm
1cm

cm
50

2cm

10.1.4.6 Calcular a resistência do corpo de cobre desenhado abaixo:


2,5cm

m
0c
10
3cm
6cm

5cm

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10.1.4.7 Calcular a resistência do corpo de ouro desenhado abaixo:


5 cm

cm
80
5 cm

10 cm

10.1.4.8 Calcular qual é a corrente que circula no circuito abaixo:

V = 12V R=120Ω

10.1.4.9 Calcular a f.e.m. aplicado no circuito abaixo:

I = 5A
V = ____V R=2Ω

10.1.4.10 Calcular o resistor que quando ligado a um circuito com f.e.m. 120V faz circular uma
corrente de 600mA:

I = 600mA
V = 120V R=_______Ω

10.1.4.11 Calcular qual é a corrente que circula no circuito abaixo:

V = 12V R=120MΩ

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10.1.5 Associação série e Paralelo

10.1.5.1 Calcular as resistências equivalentes dos circuitos abaixo:


a) b)
A A


3Ω 3Ω 3Ω


B B

c) d)
A

A B
8Ω 8Ω 8Ω

B

e) f)
A A
2Ω 1Ω 1Ω 1Ω

2Ω 4Ω


B B

g) h)
A B
A 10Ω 4Ω 4Ω

10Ω 10Ω


5Ω 4Ω

10.1.6 Potência Elétrica:

10.1.6.1 Calcular a potência elétrica consumida de cada resistor das figuras abaixo:
a)

30V R1=1,5kΩ

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b)

R2=1kΩ 30V R1=1,5kΩ

c)

R1=1,5kΩ

30V

R2=1kΩ

d)

R1=1,5kΩ

30V

R2=1kΩ R3=1kΩ

10.1.6.2 Calcular o que se pede:

R1=1,5kΩ

R2=1kΩ
P=3mW

a) Qual a corrente elétrica que circula no circuito?


b) Qual a ddp sobre o resistor R2?
c) Qual a ddp sobre o resistor R1?
d) Qual a potência consumida pelo resistor R2?
e) Qual a potência fornecida pela fonte?
f) Qual a tensão da bateria?
g) Qual a resistência equivalente do circuito?

10.1.6.3 Calcular o que se pede:

R1=1,5kΩ

R2=1kΩ R3=1kΩ VR3=10V

a) Qual a potência consumida pelo resistor R3?

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b) Qual a potência consumida pelo resistor R2?


c) Qual a corrente que passa pelo resistor R2?
d) Qual a corrente que passa pelo resistor R3?
e) Qual a corrente que passa pelo resistor R1?
f) Qual a ddp sobre o resistor R1?
g) Qual a potência consumida pelo resistor R1?
h) Qual a corrente que circula no circuito todo?
i) Qual é a potência fornecida pela bateria?
j) Qual a tensão nos terminais da bateria?
k) Qual a resistência equivalente do circuito?

10.1.6.4 Calcular o que se pede:

P=1W 12V P=2W

a) Qual a potência fornecida pela bateria?


b) Qual a corrente que passa pela bateria?
c) Qual a corrente em cada resistor?
d) Qual o valor da resistência de 1W?
e) Qual o valor da resistência de 2W?
f) Qual a resistência equivalente do circuito?

10.1.6.5 Calcular o que se pede:

R1=1,5kΩ
R3=?
? P=2mW

R2=1kΩ
P=3mW

a) Qual a corrente que passa pelo resistor R2?


b) Qual a ddp sobre do resistor R2?
c) Qual a corrente que passa pelo resistor R1?
d) Qual a ddp sobre o resistor R1?
e) Qual a potência consumida pelo resistor R1?
f) Qual a ddp do resistor R3?
g) Qual a ddp na bateria?
h) Qual a corrente que passa sobre o resistor R3?
i) Qual o valor da resistência do resistor R3?
j) Qual a potência fornecida pela bateria?
k) Qual a resistência equivalente do circuito?

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