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WEB 2.

Módulo 1 - Conceito

1 Você Já Está na Web 2.0

A maioria das pessoas que usa computador para trabalhar e estudar sabe o que é
Orkut e YouTube. Um número um pouco menor sabe o que é My Space, a rede social
que utiliza a Internet para comunicação online e interativa por meio de fotos, blogs e
perfis de usuários. Menos conhecidos são o Ohmynews jornal da Coréia do Sul que
funciona na Internet com milhões de colaboradores espalhados pelo mundo e a
Wikipedia, a enciclopédia da Internet em que todo usuário pode publicar. Orkut,
YouTube, My Space, Ohmynews e Wikipedia compartilham três aspectos:

são sites da Internet; funcionam de forma colaborativa, isto é, os usuários vão


acrescentando e reformulando seus conteúdos, de forma ativa;

e são todos fenômenos do que se convencionou chamar Web 2.0 a segunda fase da
world wide web ou rede mundial de computadores ou, ainda, Internet.

Ou seja: você já está na Web 2.0 e talvez ainda não soubesse. Se a Internet se
firmou comercialmente no mundo durante a década de 90, em especial a partir de
sua segunda metade – o UOL, um dos primeiros portais do Brasil, foi lançado em
abril de 1996 , a Web 2.0 começa a se delinear dez anos depois.

Entre 2001 e 2002, uma grande crise afetou o mercado de Internet. Foi o chamado
estouro da bolha da Internet (os veículos de comunicação e analistas usaram o
termo bolha porque se considerava a valorização rápida das empresas de tecnologia
uma valorização artificial). Empresas que haviam enriquecido da noite para dia, com
o lançamento milionário de ações na bolsa Nasdaq de empresas de alta e nova
tecnologia , viram suas ações serem reduzidas praticamente a pó, também da noite
para o dia.

Um dos casos exemplares desse estouro foi a empresa Microstrategy, cuja ação caiu
de US $ 3,500.00 para US$ 4.

Foi nessa época que surgiu o conceito Web 2.0. Analistas e empresários da área
discutiam o estouro da bolha. Mas observavam que em meio à quebradeira geral,
determinadas empresas não apenas sobreviviam, como cresciam e guardavam
pontos em comum entre si. Um desses analistas foi o pioneiro da Internet e
presidente e CEO da editora O´Reilly Media, o irlandês radicado nos EUA, Tim
O´Reilly. Ele atribui a criação do conceito ao também pioneiro e vice-presidente da
O´Reilly Media, Dale Dougherty, durante um brainstorming (encontro de criação)
entre executivos da O´Reilly Media e a Media Live International, organizadora dos
principais eventos de tecnologia do mundo.
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O termo foi divulgado pela primeira vez em outubro de 2004 na primeira Web 2.0
Conference, organizada pela O´Reilly Media.

Mal foi lançado, recebeu críticas de especialistas que o consideraram mais uma
buzzword (palavra técnica ou frase de efeito, sem muito significado, para
impressionar o leitor ou ouvinte leigo) e uma jogada de marketing da O´Reilly Media.

A discussão avançou, inclusive no blog de Tim O´Reilly, o Radar. Foi ali, em 30 de


setembro de 2005, que ele publicou o texto What is Web 2.0 Design Patterns and
Business Models for the Next Generation of Software (O que é Web 2.0 Padrões de
Design e Modelos de Negócio para a Próxima Geração de Software), considerada a
primeira conceituação da Web 2.0.

A idéia central do conceito de Web 2.0 é:

Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma e um entendimento das
regras para obter sucesso nessa nova plataforma.

Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os


efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas,
aproveitando a inteligência coletiva.

2 Web 2.0, um Conceito em Ebulição

O conceito Web 2.0 está em plena ebulição, como se verá adiante pelas contestações
e reafirmações que vem sofrendo em discussões travadas em blogs, veículos de
comunicação especializados e na mídia em geral. Nesta primeira abordagem, vamos
examinar dois aspectos principais do conceito Web 2.0: a Programação e o
Conteúdo. A Wikipedia oferece definições consistentes. Vamos a elas:

Web 2.0 e a programação

Começaram-se a desenvolver softwares que são usados pela Internet e vendidos não
em pacotes mas como serviços, pagos mensalmente como uma conta de água. Além
disso, mudou-se a forma de fazer softwares. Para que tudo funcionasse bem na
Internet, foi necessário a união de várias tecnologias como o AJAX (que reúne as
linguagem de programação Javascript e XML) que tornassem a experiência do
usuário mais rica, com interfaces rápidas e muito fáceis de usar.

Definiu-se então que quanto mais simples e modular a programação, melhor. Assim
é fácil tirar ou acrescentar uma funcionalidade ou compartilhar uma parte do seu
software com outro software.

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Os módulos podem ser reutilizados em diversos softwares ou compartilhados para
serem usados por programas de terceiros. Metodologias e conceitos como o Getting
Real e Agile tem-se popularizado entre as empresas que desenvolvem aplicativos
ditos Web.

Segundo esses princípios, os softwares são desenvolvidos de modo que fiquem


melhores quanto mais são usados, pois os usuários podem ajudar a torná-lo melhor.

Por exemplo, quando um usuário avalia uma notícia, ele ajuda o software a saber
qual notícia é a melhor. Da mesma maneira, quando um usuário organiza uma
informação por meio de marcações, ele ajuda o software a entregar informações
cada vez mais organizadas.

Interfaces com o utilizador

A Web 2.0 propõe uma experiência de uso semelhante à de aplicativos para desktop,
frequentemente fazendo uso de uma combinação de tecnologias surgidas no final da
década de 1990, que incluem Web services APIs (1998), AJAX (1998),

Web syndication (1997), entre outras. Estas tecnologias aumentaram a velocidade e


a facilidade de uso de aplicativos Web, sendo responsáveis por um aumento
significativo no conteúdo (colaborativo ou meramente expositivo) existente na
Internet. Essas também permitiram que usuários comuns, que até então não
possuíam conhecimentos necessários para publicar conteúdo na Internet – pela
ausência de ferramentas de uso simplificado – publicassem e consumissem
informação de forma rápida e constante. Notadamente têm-se os blogs e wikis como
expoentes desta massificação. Permitiu ainda o desenvolvimento de interfaces,
completas e funcionais, sendo que alguns aplicativos Web, ainda em versão beta,
são considerados por muitos como “desktops on-line”, proporcionando ao usuário um
ambiente de trabalho inteiramente baseado na www (world wide web, rede mundial
de computadores), acessível de qualquer computador com conexão à Internet.
De forma particular, o AJAX permite ao usuário não esperar que uma página Web se
recarregue ou que o processo seja terminado para continuar usando o software.
Cada informação é processada separadamente, de forma assíncrona, de forma que
não é mais necessário recarregar a página a cada clique.

A Web é a plataforma, o software um serviço Na Web 2.0 os softwares funcionam


pela Internet, não somente instalados no computador local, de forma que vários
programas podem se integrar formando uma grande plataforma. Por exemplo, os
seus contatos do programa de e-mail podem ser usados no programa de agenda, ou
pode-se criar um novo evento numa agenda através do programa de e-mail. Os
programas funcionam como serviços em vez de vendê-los em pacotes. Esses
serviços podem ser cobrados com uma mensalidade, como a sua conta de água.

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Outro conceito da Web 2.0 que interfere na programação chama-se “Beta perpétuo”.
Na Web 2.0 acabaram-se os ciclos de lançamento de programas. Os programas são
corrigidos, alterados e melhorados o tempo todo, e o usuário participa deste
processo dando sugestões, reportando erros e aproveitando as melhorias constantes.
Em oposição ao que acontece com softwares tradicionais, em caixas, com
instaladores e dependentes de um sistema operacional, aplicativos Web podem ser
atualizados de forma constante, linear e independente da ação do usuário final. No
caso de atualizações de segurança e desempenho, por exemplo, o usuário da
aplicação seria imediatamente beneficiado sem mesmo tomar conhecimento.

Na Web 2.0 os programas são abertos, ou seja, uma parte do programa pode ser
utilizado por qualquer pessoa para se fazer outro programa. São utilizadas APIs para
deixar que outros sites utilizem partes dos seus dados nos serviços deles. Em vez de
grandes servidores provendo uma enorme quantidade de arquivos, na Web 2.0
descobriu-se as redes P2P (peer to peer, computador a computador), na qual cada
usuário é um servidor de arquivos e os arquivos são trocados diretamente entre eles.

Web 2.0 e o conteúdo – O conteúdo dos websites também sofreu um enorme


impacto com a Web 2.0, dando ao usuário a possibilidade de participar, geralmente
gerando e organizando as informações. Mesmo quando o conteúdo não é gerado
pelos usuários, este pode ser enriquecido por meio de comentários, avaliação, ou
personalização.

Algumas aplicações Web 2.0 permitem a personalização do conteúdo mostrado para


cada usuário, sob forma de página pessoal, permitindo a ele a filtragem de
informação que ele considera relevante.

O conceito usado é comparável com o do software livre: se há muitas pessoas


olhando, todos os erros são corrigidos facilmente. Para isso existem comunidades
que se auto-moderam, através da participação dos usuários indicando ao sistema
qual usuário não deve mais participar da comunidade.

Dentro dos princípios da Web 2.0 o conteúdo deve ser aberto, utilizando licenças
como Creative Commons que flexibilizam os direitos autorais permitindo que o
usuário reutilize (republicando, alterando ou colaborando) o conteúdo. O
compartilhamento de informações deve dar ao usuário a possibilidade de reutilizá-lo.

Além do conteúdo editorial e noticioso, na Web 2.0 o conteúdo de alguns sites visa
gerar comunidades, seja através de sites de relacionamento, seja através de
comentários em notícias e blogues.

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Tagueamento, não taxonomia: o usuário organiza o próprio conteúdo.

A organização do conteúdo é feita também pelo próprio usuário sob forma de


marcações, em contraste de uma taxonomia (norma de classificação) do sistema. Por
exemplo, o aplicativo del.icio.us para guardar e compartilhar links favoritos criou o
conceito de marcação de conteúdo. Em vez de criar pastas e categorias pré-definidos
para o usuário escolher, cada usuário pode definir uma palavra-chave para um
determinado conteúdo, assim, quanto mais usuários marcarem o conteúdo, melhor
organizado ele será.

Consumer-Generated Media (CGM)

Consumer-Generated Media (CGM) ou mídia gerada pelo consumidor é um termo


utilizado para descrever o conteúdo que é criado e divulgado pelo próprio
consumidor. Com o surgimento da Internet e o avanço das tecnologias digitais, da
mesma maneira que o acesso dos consumidores à informação teve um aumento
significativo, aumentou também a facilidade dos consumidores em expressar suas
opiniões.

Na Internet o CGM está presente em comentários, fóruns, lista de discussões, blogs


e fotologs, comunidades, grupos, sites participativos, no YouTube, na própria
Wikipedia.. Os consumidores utilizam todas as ferramentas disponíveis (Messenger,
sites, blogs, e-mails, messagens, celulares, etc.) para divulgar, sobretudo, suas
experiências pessoais e opiniões em relação a produtos, serviços, marcas, empresas,
notícias.

Assim como acontecia com o boca-a-boca, o CGM tende a ter um maior poder de
influência sobre outros consumidores do que as mídias tradicionais (TV, rádio, jornais
impressos), pois tendem a passar mais credibilidade. A diferença é que, com a
tecnologia disponível, o impacto do CGM é muito maior que o boca-a-boca.

Algumas empresas já estão incentivando a prática do CGM junto aos seus


consumidores. Outras estão contratando empresas especializadas para pesquisar o
que os consumidores estão comentando sobre a sua marca, produto ou serviço.

3 A Contestação ao Conceito de Web 2.0

As reações ao texto O que é Web 2.0 foram publicadas também no blog de Tim
O´Reilly e variaram da crítica ao elogio. Enquanto iam sendo postadas traduções
para diversas línguas alemão, turco e português do Brasil apareciam também
contestações parciais e totais. O clima no blog refletia a discussão que se travava, e
se trava até hoje (2007), na área de TI, em publicações, seminários, conferências e
na própria blogosfera (o conjunto de blogs na Internet).

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Uma as contestações mais importantes ao conceito de Web 2.0 foi feita por ninguém
menos que Tim Berners Lee, o criador da web. Em entrevista para um podcast da
IBM, em julho de 2006, Sir Thimothy John Berners-Lee, diretor do World Wide Web
Consortium (o consórcio que supervisiona o desenvolvimento da Internet) disse ter
dúvidas sobre se a Web 2.0 é mesmo diferente da que já é chamada de Web 1.0.

Perguntado sobre se essa diferença poderia ser definida com a frase Web 1.0 é a
conexão de computadores enquanto Web 2.0 é a conexão de pessoas, Berners-Lee
contesta. Absolutamente não. A Web 1.0 já era toda uma conexão de pessoas. Um
espaço interativo. Web 2.0 é um jargão que ninguém entende. Se se entende Web
2.0 como blogs e wikis (programas de edição coletiva de texto), então é claro que se
trata de conectar pessoas a pessoas. Mas isso é o que a Web devia ser sempre. E,
por outro lado, essa ´Web 2.0´ usa padrões e soluções que foram produzidas para a
Web 1.0.

Outros estudiosos, desenvolvedores e especialistas em web também discordam do


termo, do conceito e das idéias em torno da Web 2.0. Alegam ser o conceito
extenso, subjetivo, abrangente e vago , não existindo na Web 2.0 nenhuma nova
tecnologia, conceitos ou idéias. Estes críticos consideram que não existe uma
segunda geração de aplicativos web, apenas uma evolução natural, promovida
principalmente pelo grande aumento no número de usuários de banda larga e da
própria Internet- de aplicativos web de antigamente. Insistem que o tero Web 2.0
não passa de uma jogada de marketing, uma buzzword arquitetada por empresas e
profissionais interessados numa nova rodada de negócios e investimentos de alto
risco , (e resultados questionáveis), tal como os que precederam o chamado estouro
da bolha da Internet.

4 A Tréplica de Tim O´Reilly

Praticamente um ano e três meses depois de publicar seu primeiro texto sobre a
Web 2.0, Tim O´Reilly, respondendo a uma contestação no blog, apresentou no dia
10 de dezembro de 2006 uma versão compacta da primeira definção do conceito. No
texto

Web 2.0 Compact Definition:

Trying Again (Definião Compacta da Web 2.0: Nova Tentativa, ele afirma:
Web 2.0 é uma revolução de negócios na indústria de computação provocada pela
tendência de se usar a internet como plataforma e uma tentativa de entender as
regras para o sucesso nessa nova plataforma. A principal destas regras é: Produza
aplicações que se encaixem no conceito de a rede (seus sistemas, seus programas)
se torna melhor quanto mais é usada pelo maior número de pessoas. É isso que eu
chamei antes de valorizar a inteligência coletiva.

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Em seguida, cita a frase do diretor-executivo do Google Eric Schmidt: não lute contra
a Internet.

E acrescenta:Este é um jeito formidável de pensar sobre tudo isso. Pense


profundamente sobre a maneira como a Internet funciona, desenvolva sistemas e
aplicações que se adequem com valor a essa maneira, livre das restrições da era-PC,
e você estará em um bom caminho.

De certa forma, O´Reilly responde à crítica de Berners-Lee ao afirmar que


ironicamente, a Web 1.0 de Tim Berners-Lee é um dos sistemas mais ´Web 2.0´ que
já existiu completamente voltada ao poder da contribuição dos usuários, à
inteligência coletiva e aos efeitos de rede. Foi a Web 1,5, da bolha das empresas
ponto com que tentaram transformar a Internet em outra coisa, que lutarem contra
a Internet, e perderam.

5 As Regras que Definem a Web 2.0

Neste segundo texto, O´Reilly reafirma o que considera as grandes regras da Web
2.0

1.O beta perpetuo.

Não trate software como um artefato, mas como um processo de comprometimento


com seus usuários.

2. Pequenas peças frouxamente unidas

Abra seus dados e serviços para que sejam reutilizados por outros. Reutilize dados e
serviços de outros sempre que possível.

3. Software acima do nível de um único dispositivo.

Não pense em aplicativos que estão no cliente ou servidor, mas desenvolva


aplicativos que estão no espaço entre eles.

4. A Lei da Conservação de Lucros, de Clayton Christensen.

Lembre-se de que em um ambiente de rede, APIs abertas e protocolos padrões


vencem, mas isso não significa que a idéia de vantagem competitiva vá embora.

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5. Dados são o novo Intel inside

A mais importante entre as futuras fontes de fechamento e vantagem copetitiva


serão os dados. Seja através do aumento do retorno sobre dados gerados pelo
usuário (ebay, amazon reviews, informações do audioscrobbler na last.fm, dados de
tráfego de email/IM/Telefone desde que quem tem estes dados saiba como usa-los
para desenvolver aplicativos de redes sociais, GPS e outros dados de localização),
seja sendo dono de um nome (Gracenote/CDDB, Network Solutions), ou através de
formatos de arquivo proprietários (MS Office, iTunes).

(A referência ao logo Intel inside, da Intel, significa que o maior valor da Web 2.0
serão os dados, assim como na era PC os computadores eram valorizados por terem
em sua configuração os processadores Intel).

Essas regras do segundo texto reforçam os pontos do texto anterior, dividido em 7


partes:

1. A Web como plataforma: uma análise dos conceitos importantes da Web 2.0

2.Tirando partido da inteligência coletiva: panorama geral dos sites onde o


usuário participa, em especial os blogs

3. Dados são os próximos Intel Inside: o valor das bases de Dados (Google,
Amazon)

4. O fim do ciclo de lançamentos de software: define o papel dos softwares no


medelo de negócios de uma empresa

5. Modelos leves de programação: a popularização da Web e as estratégias das


empresas para adquirir um conjunto complexo de serviços Web

6. Software em mais de um dispositivo: a Web 2.0 não se limita mais à


plataforma do PC

7. Experiência rica do usuário: quanto mais os aplicativos e conteúdos forem


usados, melhores eles se tornarão

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Módulo 2 - O Legado da Web 1.0 e as Perspectivas da Web 2.0

1. O Legado da Web 1.0

Quando a Internet nasceu, no fim dos anos 60 como um projeto militar, as diretorias
da maioria das empresas não tinham idéia de como a rede mundial de computadores
afetaria seus modelos de negócio. Mas bastaram duas décadas, período curto em
termos históricos, para perceberem que a rapidez da circulação da informação e
diversos fatores econômicos (redução de custos, aumento de produtividade, entre
outros) estavam acoplados à rede. Depois que a Internet disparou, nos anos 90,
praticamente todo dia surgia uma novidade na área de tecnologia.

Na primeira fase da web, agora chamada Web 1.0 para se diferenciar da Web 2.0, a
troca de informação por e-mail e instant messangers online foi a atração e o
benefício principal da rede para os negócios. A rapidez e a agilidade de comunicação
ajudaram não só funcionários, mas também clientes e fornecedores. As empresas
aprenderam a usar a Internet para expandir seus negócios. Não só a internet, mas a
intranet e a extranet foram as responsáveis por essa mudança de mentalidade. A
troca de informação em redes de computadores possibilitou, além da economia de
papel, telefone e fax, a tomada de decisões mais precisas e oportunas. Acelerou o
fluxo de informação dentro da empresa.

Paralelamente ao e-mail e aos instant messengers, cresce também a adoção da


tecnologia Voip (Voz sobre IP), que permite a comunicação por voz pela internet a
um preço bem menores que os praticados pelas operadoras de telefonia. Pesquisas
indicam que os gastos com comunicação podem cair em 70% com o uso do
Voip.Uma ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, pode custar até R$
0,50. Pelo Voip, sai a aproximadamente R$ 0,09.

O setor financeiro foi um dos grandes beneficiados pela consolidação da Internet. Os


bancos a utilizaram como canal de comunicação e atendimento aos clientes. O
Internet Banking é o serviço que mais cresce. Dados da Federação Brasileira de
Bancos (Febraban) mostram que entre 2004 e 2005 o número de agências cresceu
1,5% e o volume de acesso à web, 45,3%. O meio já alcança mais de 26% dos
correntistas, se considerarmos o total de contas correntes, que chegou a 95 milhões
em 2005. Diversos levantamentos mostram que uma transação feita pela web chega
a ser dez vezes mais barata do que se fosse realizada na agência.

2. As Perspectivas da Web 2.0

Para o Presidente e CEO da Reilly Media, Tim Reilly, um dos entusiastas da Web 2.0,
esse conceito, como muitos outros importantes, não tem fronteiras rígidas. Está mais
para um centro gravitacional. Pode-se visualizar a Web 2.0 como uma espécie de
sistema solar: em torno do sol, um núcleo de princípios e práticas, gravita um
conjunto de sites (os planetas).
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Esses sites estão mais ou menos próximos do núcleo conforme adotem mais ou
menos dos princípios formadores do centro. Confira na figura 1, retirada do texto O
que Web 2.0 de 30 de setembro de 2005:

O centro a que Reilly se refere, é formado por três idéias centrais:

1 Posicionamento estratégico: a Web como plataforma;


2 Posicionamento do usuário: você controla seus próprios dados; e
3 Competências centrais das empresas/sites da Web 2.0:

Serviços, não software empacotado; – Arquitetura de participação – Escalabilidade


de custo eficiente – Fonte e transformação de dados remixáveis – Software em mais
de um dispositivo – Empregando a inteligência coletiva

3 – Diferenças entre Web 1.0 e Web 2.0

Para explicitar as diferenças entre a Web 1.0 e a Web 2.0, O´Reilly montou a
seguinte tabela com empresas e conceitos de Internet que caracterizam um e outro
momento da rede. O exame da tabela e a comparação das principais características
de empresas e idéias tornam mais claro a noção de que o autor propõe. A coluna da
esquerda ser refere à Web 1.0 e a da direita, à Web 2.0.

DoubleClick, é uma empresa especializada no desenvolvimento de ferramentas para


publicidade online e também gerencia a exposição de banners em alguns dos
principais sites do mundo. O Google AdSense segue o mesmo princípio, mas exibe
anúncios relacionados ao conteúdo do seu site, o Google; porém, como em todos os
sites da Web 2.0, depende da participação e interatividade. O anunciante só é pago
quando o visitante clica em seu anúncio.

O site Ofoto, comprado recentemente pela Kodak, oferece com serviços de


gerenciamento de imagens na web produção, compartilhamento, arquivamento, etc.
Na versão Web 2.0, o Flickr faz tudo isso, mas se diferencia pelo conceito de busca
por meio de uma etiqueta visual, o que facilita muito a vida do internauta que posta
seus álbuns no site.

Se você procurar o significado da palavra Wikipédia na centenária Enciclopédia


Britannica, não vai achar. Mas, se fizer o contrário, digitar Britannica no campo de
busca da Wikipedia, verá que Britannica é uma obra de referência mundial, na qual
os artigos são precisos, confiáveis e bem-escritos. Criada em janeiro de 2001, a
própria Wikipédia se define como uma enciclopédia livre, cujo conteúdo qualquer um
pode editar. Escrita apenas por voluntários na internet, a Wikipédia, criação dos
americanos Jimmy Wales e Larry Sanger, já reúne mais de 3,1 milhões de artigos em
205 línguas e dialetos.

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Especialistas da área de TI apontam outras diferenças importantes entre a Web 1.0 e
a Web 2.0. A primeira é estática, a segunda, dinâmica; uma é proprietária (de
sistemas e softwares fechados, que são vendidos) e outra aberta; a Web 1.0 é
institucional, a Web 2.0, rede social; e finalmente, enquanto a Web 1.0 é um canal, a
Web 2.0 se configura como uma plataforma.

Para que a Web 1.0 desse lugar à segunda geração de serviços, no entanto, foi
necessária a emergência de um cenário propício a essa evolução. Democratização do
acesso aos recursos computacionais com cerca de um bilhão de usuários de Internet
no mundo , acesso banda larga, convergência das mídias e distribuição multicanal.
São essas as condições para a existência da Web 2.0.

4 Netscape x Google

No texto O que é Web 2.0, Tim O`Reilly compara detalhadamente empresas de uma
e outra era. Netscape e Google são empresas símbolos da Web 1.0 e da Web 2.0,
respectivamente, e não apenas porque o lançamento de suas ações em bolsa marcou
as duas eras. A primeira tinha como carro-chefe o navegador e sua estratégia era
usar o domínio de mercado, assim como a Microsoft no mercado de Pcs. A segunda
optou por um caminho totalmente oposto, desvinculado de pacotes de software e
lançamentos, e se voltou para o serviço de busca de dados. Resultado: hoje o Google
é uma marca à frente da distribuição de serviços diversos enquanto o Netscape foi
apenas um produto.

A operação do Google requer gerenciamento de base de dados, coisa que o Netscape


nunca precisou. Reilly explica que a Google não se limita a uma coleção de
ferramentas de software, é uma base de dados especializada. Sem os dados, as
ferramentas são inúteis; sem o software, não se consegue gerenciar os dados. Na
Web 2.0, a licença de software principal ativo das empresas de tecnologia – torna-se
irrelevante porque o software não precisa mais ser distribuído mas apenas
executado. Além disso, sem a habilidade para coletar e gerenciar os dados, o
software tem pouca utilidade. Na verdade, o valor do software é proporcional à
escala e dinamismo dos dados que ele ajuda a gerenciar.

5 Double Clicx x Overture e AdSense

Como a Google, a DoubleClick é uma empresa típica da Internet. Foi pioneira em


serviços web e tal como o Google, opera com gerenciamento de dados. Porém,
limitou seu modelo de negócio, concentrando-se na publicação e não na participação,
mais adequada ao modelo de Web 2.0. O´Reilly destaca que a DoubleClick menciona
orgulhosamente em seu site mais de 2000 implementações bem sucedidas do seu
software. Ao contrário, a Yahoo! Search Marketing (antiga Overture) e a Google
AdSense, também fornecedoras de métricas para a Internet, já servem cada uma
delas a centenas de milhares de anunciantes.

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Os serviços da DoubleClick requerem um contrato formal de venda, o que limita seu
mercado a poucos milhares de maiores sites da rede mundial. Overture e Google
calcularam como viabilizar a inserção de anúncios em praticamente qualquer página
da rede. E, mais ainda, evitaram os formatos invasivos como os banners e os popups
em favor de textos de anúncio minimamente invasivos, relacionados ao contexto e
amistosos para com o consumidor. Cumpriram uma das regras da Web 2.0:
incentivar o auto-serviço do consumidor e algorítimos de gerenciamento de dados
visando atingir a rede em toda sua extensão e não apenas o centro; ir até a cauda
longa e não apenas a cabeça.

Akamai versus BitTorrent

A BitTorrent demonstra assumiu a descentralização da internet, já que cada os


arquivos são fragmentados e podem ser fornecidos de múltiplas localizações, um
princípio chave da Web 2.0, já que o serviço fica automaticamente melhor quanto
mais forem os usuários que de se utilizam.

Para Reilly , enquanto a Akamai precisa adicionar servidores para melhorar o serviço,
cada consumidor da BitTorrent traz os seus próprios recursos para o grupo. Existe
uma arquitetura de participação implícita, uma ética de cooperação embutida pela
qual o serviço atua, primariamente, como um intermediário inteligente que conecta
as pontas entre si e combina o poder dos próprios usuários.

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Módulo 3 - Conceitos fundamentais e soluções da Web 2.0

1 – Os Sete Conceitos da Web 2.0

No texto “O que é a Web 2.0”, Tim O´Reilly expõe o que considera os conceitos
fundamentais da nova concepção da Internet e analisa as soluções de programação
usadas pelas empresas que têm se destacado nesta que parece ser a nova etapa da
rede mundial.

Os conceitos são sete:

• 1) a Web como plataforma;


• 2) Tirando partido da inteligência coletiva;
• 3) Dados são o próximo “Intel inside”;
• 4) O fim do ciclo de lançamentos de software;
• 5) Modelos leves de programação
• 6) Software em mais de um dispositivo
• 7) Experiência rica do usuário

Vamos ver, nas próximas três seções deste módulo os significados destes sete
conceitos, de acordo com o texto de O´Reilly.

2 – A Plataforma, a Inteligência Coletiva e o Valor dos dados

Durante a primeira Conferência de Web 2.0, em outubro de 2004, discutiram-se os


seus princípios. O primeiro deles mostrou que tanto na 2.0 como na 1.0, a web é
usada como uma plataforma. Por exemplo, a Akamai da Era 1.0. construiu um
sistema de entrega de cache transparente que desafoga o congestionamento da
banda larga.

Entretanto, esses pioneiros forneceram contrastes úteis porque os que entraram


depois levaram ainda mais longe suas soluções para o mesmo problema,
compreendendo mais a fundo a natureza da nova plataforma, com o objetivo de ser
interativa e transacional. A plataforma da Web 2.0 está em constante evolução. No
começo dos anos 80 os sites eram acessados apenas por órgãos governamentais, e
hoje os sites se popularizaram e temos inúmeras novidades. Isso trás mudanças, já
que há milhões de usuários sedentos por informação.

Inteligência coletiva

A inteligência coletiva é outro ponto relevante na Web 2.0. A participação dos


usuários é o seu diferencial. Desde dando notas a livros a comentando blogs, dando
nota a participantes de leilões ou, em termos mais profundos, analisando e recriando
softwares, o usuário forma a blogsfera, a inteligência coletiva.

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O sucesso dos gigantes nascidos na era da Web 1.0 que sobreviveram para liderar a
era Web 2.0 adotou o princípio de aproveitar o poder que a rede tem para tirar
partido da inteligência coletiva. Estão disponíveis na internet inúmeros sites que
possibilitam a interação do usuários, permitindo comentar, dar notas e alterar o que
alguém já postou. Um exemplo típico é a Wikipedia.

Podemos citar como outro exemplo o Orkut que é, talvez, o principal precursor da
“Web 2.0”. Ele simplesmente conseguiu levar o conceito de colaboração on-line a
milhões de pessoas. Pessoas que nunca haviam tido contato com a Internet ou até
mesmo o computador. Tudo por uma das mais naturais necessidades humanas, o
relacionamento social. Uma parte essencial da Web 2.0 é tirar partido da inteligência
coletiva, transformando a web em uma espécie de cérebro global.

Um outro bom exemplo de como a inteligência coletiva faz com que a Web 2.0 se
torne cada vez mais forte é a Amazon. A Amazon desenvolveu uma ciência sobre o
engajamento do usuário. Ela tem infinitamente mais avaliações de usuários, convites
para participar de várias formas em virtualmente todas as páginas – e ainda mais
importante – usa a atividade do usuário para produzir melhores resultados de busca.
Isso significa que se apresentam em primeiro lugar os “mais populares”, uma
computação em tempo real baseada não apenas em vendas mas em outros fatores
que os conhecedores da Amazon chamam de “fluxo” em torno dos produtos.
Contando com a participação do usuário em escala muitíssimo maior, não
surpreende que também as vendas da Amazon suplantem as dos concorrentes.

O valor do banco de dados

Até hoje, todo aplicativo importante da Internet tem se apoiado em um banco de


dados especializado: robô de indexação do Google, diretório (e robô) do Yahoo!,
banco de dados de produtos da Amazon, banco de dados de produtos e vendedores
da eBay, banco de dados de mapas da MapQuest, banco de dados “espalhado” de
músicas da Napster. O gerenciamento de bancos de dados é a nova competência
central das companhias Web 2.0, de tal modo que, às vezes, a referência desses
aplicativos é de “infoware” ao invés de simplesmente software.

Se alguém perguntar a quem pertencem esses dados, vale lembrar que já se


conhecem vários casos em que o controle sobre um banco de dados levou ao
controle do mercado e enormes retornos financeiros. É importante, portanto, possuir
os dados centrais de um aplicativo, ou, se isso não ocorrer, pode eventualmente
enfraquecer o poder competitivo. Atualmente a disputa acirrada que tem lugar na
arena de mapas da web demonstra bem esse quadro. A MapQuest, por exemplo, foi
pioneira na categoria de mapas, em 1995. Entretanto, quando a Yahoo!, a Microsoft
e mais recentemente a Google decidiram entrar nesse mercado, elas conseguiram
facilmente oferecer um aplicativo concorrente simplesmente obtendo licença sobre os
mesmos dados.

- 14 -
Diferentemente da MapQuest, a Amazon foi implacável na melhoria dos dados,
acrescentando informações fornecidas pelas editoras tais como imagens da capa,
sumário, índice e acesso a trechos dos livros. E, o que foi mais importante, ela
engajou seus usuários a fazerem comentários sobre os dados de tal forma que,
depois de dez anos, a Amazon.com é a principal fonte de dados bibliográficos sobre
livros, referência para estudiosos e bibliotecários, tanto como para consumidores. Se
a MapQuest tivesse feito o mesmo – engajar seus usuários no comentário dos mapas
e indicações, acrescentando camadas de valor – teria sido muito mais difícil para os
concorrentes entrarem no mercado apenas com a licença sobre o banco de dados.

Mais uma vez, a Web 2.0 demonstra que o poder de participação do usuário agrega
valores.

3 – Uma Nova Era para os Softwares

Como observado no módulo 2, na discussão Google X Netscape, uma das


características que define a era software da internet é que o software á apresentado
como um serviço e não um produto.

Essa mudança é tão fundamental que o software deixará de funcionar a não ser que
receba manutenção diária. Outro ponto é que os usuários devem ser tratados como
co-desenvolvedores, em referência às práticas de desenvolvimento do código aberto
(mesmo se for pouco provável que o software em questão seja lançado sob uma
licença de código aberto). O lema do código aberto “lançar logo e lançar sempre”
transformou-se em uma posição ainda mais radical, “o beta perpétuo”, em que o
produto é desenvolvido em aberto, com novos recursos surgindo a cada mês,
semana ou mesmo dia. Não é por acaso que se pode esperar que serviços tais como
Gmail, GoogleMaps, Flickr, del.icio.us e outros do mesmo tipo carreguem o logo
“Beta” por anos a fio.

Modelos leves de programação

A idéia de serviços se popularizou, grandes empresas entraram na briga com um


conjunto complexo de serviços web, concebidos para criar ambientes de
programação altamente confiáveis para aplicativos distribuídos. Da mesma forma
que a Web teve sucesso exatamente porque subverteu grande parte da teoria do
hipertexto, ao substituir um pragmatismo simples por um desenho ideal, o RSS
talvez tenha se tornado o serviço web mais amplamente distribuído, provavelmente
devido a sua simplicidade, enquanto os complexos serviços web corporativos ainda
precisam alcançar ampla distribuição.

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Do mesmo modo, os serviços web da Amazon .com são fornecidos de duas formas:
uma que segue os formalismos do conjunto de serviços web SOAP ( Simple Object
Access Protocol), e a outra simplesmente fornecendo dados XML via HTTP, por meio
de uma abordagem leve às vezes chamada de Rest ( Representational State
Transfer) enquanto conexões B2B de alto valor ( como as que ligam a Amazon a
parceiros de varejo como a ToysRUs) , usam SOAP, a Amazon informa que 95% do
seu uso é de serviço leve do tipo ReST.

Software em mais de um dispositivo

Uma outra característica Web 2.0 que merece menção é o fato de que ela não se
limita mais à plataforma PC. Ao sair da Microsoft, o desenvolvedor de longa data
Dave Stutz deixou o conselho de que “software útil que for escrito acima do nível do
dispositivo único proporcionará altas margens por um bom tempo”.

Naturalmente, qualquer aplicativo web pode ser visto como software com mais de
um dispositivo. Até o aplicativo mais simples envolve pelo menos dois
computadores: o que hospeda o servidor web e o que hospeda o navegador. O
desenvolvimento da web como plataforma estende essa idéia a aplicativos sintéticos
compostos de serviços fornecidos por múltiplos computadores.

4 – Sua Excelência, o Usuário

Desde 1992, com o navegador Viola, de Pei Wei, a web vinha sendo usada para
enviar miniaplicativos para dentro de navegador. Somente em 1995, depois da
introdução do Java e, depois, o DHTML como formas leves de prover
programabilidade e experiência rica do usuário para o lado do cliente, que a Internet
começou a ser usada com praticamente toda sua capacidade (ampliando as opções
de navegação e interações, além de facilitá-las para o usuário).

Com a Web 2.0, esses aplicativos de grande porte se concretizaram. O Google, mais
uma vez, serve como exemplo a ser citado aqui. A tecnologia usada é o AJAX que é,
segundo o webdesign, Jessé James Garret, não uma tecnologia, mas várias delas
que incorporam apresentações baseadas em padrões XHTML e CC, exibição e
interação dinâmicos usando o “ Document Object Model” e a troca de manipulação
de dados assíncronos usando XMLHttpRequest. Tudo junto, agora.

- 16 -
5 – Padrões de Design na Web 2.0

No artigo em que Tim O’Reilly defende o conceito de Web 2.0, ele cita o livro A
Pattern Language, de Christopher Alexander, onde o autor explica seu conceito de
padrões de projeto de software ou padrões de desenho de software. Na obra,
Alexander diz que “cada padrão descreve um problema que acontece repetidamente
no nosso ambiente e, então, descreve o centro da solução daquele problema, de tal
forma que se pode usar essa mesma solução um milhão de vezes sem nunca repetí-
la, do mesmo jeito, duas vezes sequer”.

1. A Cauda longa

Pequenos sites compreendem a maior parte do conteúdo da internet; pequenos


nichos constituem a massa de aplicações possíveis. Portanto: Incentive o auto-
serviço do cliente e o gerenciamento algorítimico de dados para alcançar toda a web,
até as bordas e não apenas o centro, até a cauda longa e não apenas a cabeça.

2. Dados são o próximo “ Intel Inside”

As aplicativos são cada vez mais baseados em dados. Portanto: Para ter vantagem
competitiva, procure possuir uma única fonte de dados, difícil de ser recriada. (Nota:
Alusão ao logo “Intel Inside” usado pelos fabricantes de PCs para valorizarem seus
produtos avisando que continham a excelência dos processadores Intel)

3. Usuários agregam valor

A chave para a vantagem competitiva em aplicativos de internet é até onde os


usuários acrescentam seus próprios dados ao que você fornece.

4. Efeitos de rede como padrão

Apenas uma pequena percentagem de usuários terão o trabalho de adicionar valor


ao seu aplicativo.

5. Alguns direitos reservados

A proteção à propriedade intelectual limita a reutilização e impede a experimentação.

6. Beta perpétuo

Quando dispositivos e programas conectados à internet, os aplicativos não são mais


artefatos de software, são serviços em andamento.

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7. Coopere, não controle

Aplicativos web 2.0 são construídos a partir de uma rede cooperativa de serviço de
dados

8. Software com mais de um único dispositivo

O PC não é mais o único dispositivo de acesso aos aplicativos de internet e os


aplicativos limitados a um único dispositivo tem menos valor do que os conectados a
vários dispositivos

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Módulo 4 - Os grandes entram na Web 2.0

1- Os Grandes Entram na Corrida

Simultaneamente ao lançamento e à discussão do conceito Web 2.0, os grandes


fabricantes de softwares e hardware voltam-se para as novas possibilidades do
mercado e criam ou adaptam produtos ao novo conceito de Internet como
plataforma, sites colaborativos. Demanda existe. Pesquisa da Forrester Research
realizada com 119 Chief Information Officers (CIOs)em 2006 mostra que, para eles,
se as empresas não utilizarem ferramentas colaborativas, não terão como enfrentar
a concorrência. Ainda segundo o levantamento, 89% da amostra, ou 106 dos 119
empresas dos CIOs entrevistados já utilizam ao menos uma dessas tecnologias de
Web 2.0: blogs, wikis, podcasts, Rss, redes sociais e tag de conteúdo. Os executivos
alegam que a adoção está sendo estimulada pelos ganhos em eficiência no trabalho.

A Sun Microsystems foi uma das primeiras gigantes da área de TI a se voltar para a
idéia da Web 2.0. Já na metade da década de 90 a lançou e patenteou o slogan “The
Network is the Computer” (A Internet é o computador), demonstrando sua intenção
e posicionamento comercial em fazer da Internet “a” plataforma para todo e
qualquer sistema computacional existente. O novo lema reforçou as promessas de
interoperabilidade e portabilidade da linguagem multiplataforma Java, também da
Sun, sintetizadas em outro slogan, o “Write once, run everywhere” (Uma vez escrito,
roda em qualquer lugar, qualquer plataforma). Ainda no final da mesma década de
90, começou a desenvolver padrões de interação entre aplicativos Internet, para que
as então chamadas transações BSB (business to business) pudessem ser realizadas
de forma padronizada.

Agora, com a integração da StorageTek quase completa, a Sun passa a oferecer um


leque de opções para o armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados, a
nova fonte de valor da web. Sua nova estratégia se baseia em quatro fases:
gerenciamento de identidade, virtualização, segurança e sistemas abertos e
integráveis. A intenção da empresa é ajudar usuários a gerenciar o crescimento de
dados e as maneiras de utilizar a informação na Era da Participação.

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A Sun entende que o armazenamento tradicional já não é mais suficiente para as
necessidades das empresas, diante da concorrência.

2 – SAP e Oracle Criam Soluções para Grandes Empresas

Em março de 2007, a SAP anunciou a aquisição da Pilot Software, empresa


especializada em software de gestão estratégica. Desenhadas em torno de
tecnologias Web 2.0, as aplicações analíticas da SAP permitem aos colaboradores
incentivar a sua inteligência coletiva ao trabalhar de forma colaborativa para eliminar
o intervalo entre estratégia e execução. A Pilot Software tem mais de 150 clientes e
seu principal produto é o PilotWorks, que ajuda os colaboradores a executar
estratégias.

A Oracle também entrou nesse segmento, adquirindo a Stellent, empresa de gestão


de conteúdo, em um sinal claro de aproximação com o universo Web 2.0. Além
disso, lançou o Web Center Suite, que explora o conceito de mashup, criando um
ambiente múltiplo para aplicativos provenientes de diversas fontes. A idéia é que o
portal corporativo das empresas seja, efetivamente, a área de trabalho do usuário. A
plataforma, que passou a se chamar Oracle Universal Content Management 10g
Release 3, permitirá aos usuários capturar, armazenar, gerenciar, localizar, publicar
e reter conteúdos não-estruturados como documentos, vídeo e áudio. A empresa
também manteve a habilidade do software para interagir com uma variedade de
produtos de terceiros ao mesmo tempo em que estreitam a interação com seus
produtos.

Planejando oferecer ainda mais produtos de gestão de conteúdo, a Oracle promete


para 2007 um portfólio de produtos da família Oracle® Fusion Middleware. O
Enterprise Content Management Suite incluirá Oracle Universal Content
Management, Oracle Universal Records Management e Oracle Imaging and Process
Management. O conjunto completo abrangerá desde arquivamento e imagens até
gestão de documentos e conteúdo da web, registros e retenção, em uma suíte de
produtos integrada.

3 – Intel Oferece Aplicativo para Pequenas e Médias Empresas

Com ferramentas para blogs, wiki (edição coletiva de textos) e sindicalização de


conteúdo dentro de ambientes corporativos, a Intel lançou o Suite Two, pacote de
aplicativos com funções de Web 2.0. Os usuários têm acesso completo ao que a
empresa chama de interface rica de usuário. Por ser acessada através de um
navegador, a SuiteTwo funcionará independente de sistema operacional, podendo
ser operada através de Windows, Linux e Macs.

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Fabricantes de software para Web 2.0 participam do projeto. As empresas
SocialText, NewsGator, SimpleFeed e Six Apart desenvolverem os aplicativos do
Suite Two. O objetivo da Intel é oferecer inicialmente um pacote voltado para
pequenas e médias, com planos de levá-lo depois para as grandes empresas. As
aplicações contam com um apenas um sistema de autenticação e uma interface
comum a todos os usuários, para que o pacote seja instalado em um servidor apenas
e esteja disponível para uma rede. Posicionado como um conjunto de ferramentas
para comunicação internas e externas, o Suite Two será ampliado para incluir
ferramentas de podcast, redes sociais e aplicações móveis. A estratégia demonstra
que aplicações Web 2.0, desenvolvidas originalmente para o mercado consumidor,
estão sendo cada vez mais adaptadas para o uso em ambientes corporativos.

Outra empresa a reconhecer que a necessidade de colaboração dos clientes vai além
do e-mail é a IBM. A empresa investiu 1 bilhão de dólares em novas tecnologias para
a Web 2.0. Atualizou sua plataforma, com o lançamento do Lotus Notes® e
Domino® 7, que inclui características de colaboração e ferramentas que podem
contribuir para melhorar a produtividade das empresas. Com o Lotus Notes® 7, os
usuários serão beneficiados com mais de 120 novas características que lhes
permitirão lidar com um volume crescente de informação e trabalhar com mais
eficiência. Novos indicadores visuais ajudam a organizar e gerenciar a sua caixa de
entrada de e-mails ao indicar as mensagens de prioridade alta e diferencia-las entre
mensagens de grupo e mensagens destinadas a usuários específicos.

A tecnologia de mensagem instantânea (Lotus Sametime), já integrada ao cliente


Lotus Notes, ampliou-se para toda a plataforma, inclusive e-mails e itens de
calendário, facilitando a produtividade e a capacidade de resposta ao conectar aos
usuários de forma instantânea.

4 – BEA Systems Integra Colaboração e Governança Corporativa

A BEA Systems, empresa de aplicações e infra-estrutura de software, criou produtos


para levar benefícios do conceito de Web 2.0 ao mundo corporativo. A proposta é
otimizar a colaboração entre usuários finais no ambiente de trabalho e ao mesmo
tempo fornecer recursos de administração e governança corporativa com os produtos
BEA AquaLogic Pages, BEA AquaLogic Ensemble e BEA AquaLogic Pathway.

O AquaLogic Ensemble (antigo Project Runner) é uma ferramenta para


desenvolvedores de TI que permite criar e gerenciar aplicações “mashup” (integração
aplicativos de fontes distintas), independentemente da plataforma específica e do um
ambiente de hospedagem. O AquaLogic Pages (antigo Project Builder) foi criado para
possibilitar que usuários finais criem aplicações simples para web a serem utilizadas
em negócios do dia-a-dia, ajudando a melhorar a produtividade.

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Por fim, o AquaLogic Pathways (antigo Project Graffiti) foi redesenvolvido para ser
uma ferramenta colaborativa de busca e compartilhamento de informações e
conhecimento nas redes sociais, que permite, por exemplo, que se compartilhem
dados como sites favoritos cadastrados no computador de um dos usuários da rede.
Com esses produtos, afirma a BEA Systems, será possível que funcionários de uma
companhia troquem informações e colaborem nos sites e serviços virtuais da
empresa, tornando o ambiente online mais dinâmico e o conteúdo, mais organizado
e relevante.

Módulo 5 - A Web 2.0 nas Empresas: Grandes, Médias e Pequenas

1 – O Google Bilionário e o Novo Eldorado

O Google é uma típica empresa da Web 2.0. E se tornou em 2006 a marca mais
valiosa do mundo, avaliada em US$ 66,3 bilhões, superando gigantes como Microsoft
e Coca-Cola, segundo a consultoria Milleard Brown. Apesar dessa posição, o Google
não pára de investir: também em 2006, a empresa pagou US$ 1,65 bilhão pelo
YouTube, site em que as pessoas compartilham seus vídeos.

Se os valores em dinheiro impressionam, repare no nome da empresa – Google –


para dimensionar de sua ambição. O site de buscas tem seu nome derivado da
palavra googol, termo inventado pelo matemático norte-americano Edward Kasner
que significa 10 elevado à potência 100, ou seja o número 1 seguido de 100 (!)
zeros. Imagine: 1.000.000.000.000.000.000… aqui, já chegamos a 1 quatrilhão e
temos apenas 18 zeros. Faltam “só” 82 zeros para chegarmos aos 100 do googol.
Na rota do Google, diversas grandes empresas do mundo todo se voltam para a Web
2.0. A Gartner discutiu o assunto na última edição do Hype Cycle. Para a consultoria,
nos próximos anos, blogs e outras tecnologias de Web 2.0 terão impacto decisivo
sobre o mundo dos negócios. O fato é que até o final do próximo ano (2008), a Web
2.0 deixará de ser um conceito e passará a fazer parte da mesma categoria que web
service e SOA, por exemplo.

As pequenas e médias também estão explorando o que parece ser o novo Eldorado
de negócios. Mais de 2,8 milhões de pequenas e médias empresas globais já estão
utilizando aplicações de Web 2.0, embora ainda sejam deficientes as definições sobre
funcionalidades de tal plataforma, revela pesquisa publicada em maio de 2007 pela
consultoria Access Market International (AMI) Partners.

Diferentemente da época da bolha da internet, em 2000, na Era da Web 2.0 a


vantagem é que as novas empresas ponto.com já aprenderam com o passado
recente e passaram a adotar modelos mais estruturados, com retorno financeiro,
mesmo que ainda não haja uma visão única sobre como exatamente lucrar:
comércio eletrônico, publicidade e assinaturas são as principais fontes, mas
especialistas já apontam outras possibilidades, dependendo do nicho de mercado de
cada companhia.

- 22 -
2 – Second Life, a Grande Vitrine da Web 2.0

A comunidade virtual Second Life, mais conhecida como “mundo virtual”, foi criada
em 2002 pelo físico americano Philip Rosedale, quando ele se estabeleceu em Linden
Alley, uma pequena cidade vizinha a São Francisco, e fundou a Linden Lab. Em 2003,
foi aberta ao público. Quatro anos depois, em maio de 2007, contava com cerca de 6
milhões de residentes virtuais em todo o mundo.

Nesse ambiente virtual, já são feitas milhões de transações


comerciais. Como o Second Life pode beneficiar os negócios das empresas? Uma das
possibilidades é usar esse mundo virtual para lançar protótipos e testar o
comportamento dos usuários antes de comercializá-los no mundo real. A outra, cada
vez mais explorada, é servir como plataforma de comunicação da empresas com o
público, em inovativas ações de marketing. Como a japonesa Toyota, que
disponibilizou uma versão do Scion, seu carro ecológico e voltado para o público
jovem. A Adidas construiu sua loja digital no SL.

A Second Life chegou ao Brasil em meados de 2006 e, como aconteceu com o Orkut,
rapidamente se expandiu. Em três meses o país saltou da 12ª maior presença na
rede para a 4ª colocação, atrás dos EUA, França e Alemanha. A estimativa é de que
até fevereiro de 2008 haja 2 milhões de usuários brasileiros na rede. A comunidade
virtual precisou ser adaptada ao mercado brasileiro, já que poucos usuários possuem
cartão de crédito internacional. O serviço mais usado é boleto bancário. Em abril de
2007, a Kaizen Games lançou a versão nacional do SL, com interface adaptada e
traduzida para o português. Agora o cliente que baixar poderá viajar pelas ilhas
temáticas: Copacabana, Masp, Avenida Paulista e Berrini.

A Petrobras promoveu eventos para usuários do SL com apresentações de suas


pesquisas e ações de preservação ambiental. O Unibanco montou uma agência
virtual. A TAM é a primeira companhia aérea do Brasil a entrar para o SL. Sua
participação acontece por meio das ilhas Berrini, Milão, Nova York, Inglaterra e Paris.
Cada vez que um avatares (personagens virtuais que representam os participantes
reais) visita o estande da empresa, é recebido por um piloto e uma aeromoça e pode
até participar do Programa de Fidelidade Virtual, em que os pontos acumulados são
revertidos em brindes. A intenção da empresa é antecipar tendências mundiais de
novas mídias e novo formato de relacionamento com seus clientes.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) está na rede desde


fevereiro deste ano, na ilha Berrini. Construiu um edifício igual ao existente no
mundo real, com anfiteatro e salas de reunião para palestras, troca de informações e
até o fechamento de negócios. Conta com cerca de 900 acessos diariamente e se
prepara para promover feiras e eventos no ambiente virtual

- 23 -
3 – O Cenário das Pequenas e Médias Empresas

Se as grandes empresas já fincaram bandeira na Second Life, as pequenas e médias


também estão em busca de seu lugar ao sol virtual. Em pesquisa realizada pela
Access Market International, 40% das empresas os Estados Unidos utilizam essas
aplicações mesmo que o conhecimento seja baixo. Sites como Amazon.com e eBay
são muito utilizados pelas empresas em suas operações.

Além das aplicações colaborativas, o estudo contatou ainda que aproximadamente


14% das pequenas e médias empresas norte-americanas já utilizam o modelo de
software como serviço, e o percentual deve crescer 24% até o final do ano.
Webcasts e blogs também estão populares entre as empresas para anúncios e
promoções, assim como os podcasts. Mais de 260 mil empresas já adotam a
ferramenta de áudio para divulgar suas marcas. Comunidades online e portais estão
na lista de ferramentas em ascensão entre as empresas.

A AMI acredita que os ingredientes para o sucesso das aplicações de Web 2.0 nas
pequenas e médias companhias incluirão ofertas de serviços que encorajem a
colaboração e permitam a personalização, ao mesmo tempo em que abordam
questões de segurança. Algumas áreas emergentes, e de crescimento significativo,
incluem ainda soluções de armazenamento e backup; CRM hospedado e soluções
SFA, assim como ferramentas de produtividade e outros sistemas de colaboração
online.

Comunidades online e portais estão na lista de ferramentas ascendentes entre as


companhias. Hoje, uma em cada cinco SMBs participa de alguma forma de mercado
eletrônico, capaz de colocar em contato direto compradores e vendedores de
diversas indústrias.

Segundo a consultoria, a onda da Web 2.0 não está apenas mudando o


comportamento do consumidor, mas também o cenário para os canais – ISVs – e
seus modelos de negócios. Grandes fornecedores como Microsoft, Google e IBM
devem considerar o impacto de seus desenvolvimentos sobre a tecnologia 2.0, além
de analisar as oportunidades trazidas pelos ISVs para o mercado de pequenas e
médias.

4 – Ferramentas da Web 2.0 Beneficiam os Negócios

Uma demonstração da força da Web 2.0 para iniciativas de marketing é o caso da


grife Desconexo, de São Paulo, do publicitário Pablo Guterres. Ele usou o Orkut para
divulgar sua marca. Mandou scraps (recados) pedindo aos amigos que colocassem o
logo da marca no espaço de abertura, no lugar de suas fotos. Guterres acredita que
a grife tenha sido visualizada por cerca de 100 mil pessoas em mais de 14 países. O
acesso a página na web da grife cresceu 500%.

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O site Apontador praticamente renasceu graças à Web 2.0. Depois de ter sido uma
referência na Internet brasileira como localizador de endereços, o site fechou o
conteúdo, cobrando assinaturas. Não deu certo. A recuperação veio com um
movimento típico da Web 2.0. Agora, os usuários podem se cadastrar para adicionar
mapas e endereços no site e até criar sua própria rota. Com a colaboração dos
usuários, os serviços se multiplicaram. Se houver uma padaria, um buraco na rua,
uma barraquinha de cachorro-quente ou um posto de gasolina na rota, é possível
incluí-los no site e todos podem visualizá-los. Ainda é possível conhecer as condições
do tempo e do trânsito.

A empresa usou várias tecnologias e parcerias para entrar na última geração da


intenet. Com Webrasca – especializada em prover serviços baseados em localização
– e o Google Earth, possibilitou aos usuários entre vista aérea e mapa. Hoje o site
recebe em média 500 mil visitantes únicos e 250 mil cadastrados. A projeção da
empresa é que a receita de publicidade seja o dobro da do serviço corporativo até
2010.

No serviço de rota rodoviária, o usuário pode acrescentar dados e indicar a média de


preço de combustível por quilômetro rodado, distância entre as cidades e o tempo de
viagem, por exemplo. E quem deseja fazer uma agenda de viagem encontra
registros de locais preferidos por outros usuários.

5 – A Força de Dois Blogs aplicados a Negócios

A sinceridade das críticas e sugestões feitas em blogs fornece às pequenas e médias


empresas subsídios importantes para melhorar seus processos e, em última
instância, os negócios. A paulista Locaweb, empresa de hospedagem de sites,
descobriu que poderia acatar boa parte das sugestões que os internautas deixavam
em seu blog, criado há oito meses.

Antes da página ser lançada, os clientes enviam à empresa cerca de 30 sugestões


mensais sobre como melhorar os serviços. Com o blog, as sugestões triplicaram.
Como o público do blog é basicamente formado por técnicos de empresas que
utilizam os serviços da Locaweb, muitas das sugestões – como ampliar o espaço da
caixa de e-mails – foram acatadas ou deram origem a novos produtos. A empresa
faturou 35 milhões de reais em 2005 e projetava crescimento superior a 40% para o
ano fiscal seguinte.

A construtora Tecnisa, também de São Paulo, mantém desde maio um blog para se
comunicar com fornecedores, clientes e funcionários. A iniciativa se tornou um
importante instrumento de marketing ao fortalecer os laços com públicos específicos,
avaliam os diretores da empresa. Eles destacam o caso do público feminino, chega
ao blog para ler sobre assuntos relacionados a moradia e, de outra forma, talvez não
viesse a conhecer a empresa.

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Módulo 6 - Desafios, oportunidades e estratégias para a Web 2.0

1 – O Desafio Principal é Entender o Novo Momento

Adotar a cultura da web 2.0 na estratégia da empresa é algo que não pode ser feito
de maneira superficial. É preciso incorporá-la ao processo produtivo da corporação
para usufruir de seus melhores benefícios. E a melhor maneira é entender que o
conceito Web 2.0 nasceu do novo comportamento online do usuário, a colaboração.
Compreender esse comportamento e adaptar a estratégia empresarial para adequá-
la será fundamental para que as corporações mantenham sua posição de mercado a
longo prazo. As corporações mais afiadas vão perceber ainda que essa mudança de
paradigma permitirá até melhorar essa mesma posição de mercado, ao se voltar
para consumidores e parceiros.

A Web 2.0 tem de ser vista como uma aliada do mundo dos negócios. Muitos
empresários pensariam que mudar os rumos de uma grande corporação ou o foco do
poder, compartilhando-o com o usuário (funcionários, clientes e fornecedores), seria
muito arriscado. Mas arriscado, na verdade, será ignorar esse novo conjunto de
fatores que estão, ainda timidamente, mudando a forma como fazemos negócios.

Pesquisa recente da McKinsey sobre como as corporações estão utilizando os


conceitos da Web 2.0 mostrou que 70% das empresas entrevistadas estão usando
esses conceitos para interagir melhor com clientes e 75% delas estão aplicando os
mesmo conceitos no gerenciamento do conhecimento e colaboração interna.

2 – Novos Centros de Poder

Aceitar que a colaboração do cliente/usuário é muito mais poderosa que a


colaboração interna é o grande desafio das corporações para os próximos anos.
Representa mudar a origem do poder, tirá-la dos gestores experientes e colocá-la,
ainda que de maneira gerenciável e moderadora, na mão do usuário. São mudanças
culturais que vão muito além de simples mudanças de processos.

Em paralelo, podemos aplicar o mesmo pensamento internamente. Perceber que as


engrenagens internas (funcionários e colaboradores) poderem ser excelentes
criadores de conteúdos e processos. Estamos distribuindo o poder dentro da
corporação.

No Brasil, um caso que ilustra essa tendência, ainda que de forma bem iniciante, é o
do Jornal O Globo, que possui uma seção em seu site chamada EU-Repórter onde
são publicadas fotos, vídeos e notícias enviadas pelos leitores.

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Podemos citar também o caso do banco, banco HSH Nordbank, de Luxemburgo, que
faz um excelente uso da web 2.0 para interagir com os funcionários. O banco criou
um blog para que seus 130 funcionários discutissem, anonimamente, as diretrizes da
companhia.

Em alguns casos de companhias financeiras, a adoção de serviços da Web 2.0


precisa enfrentar barreiras como regulamentações e a necessidade de uma
segurança mais restrita, o que não foi impedimento para o Nordbank.

3 – A Web 2.0 na Comunicação Interna e na Cadeia Produtiva

Os blogs, um dos elementos da Web 2.0, já estão sendo utilizados na comunicação


corporativa, seja na comunicação interna – entre a direção e funcionários de uma
empresa – seja na comunicação entre empresas que integram uma cadeia produtiva.
São os blogs corporativos, maneira inteligente e moderna de se comunicar.

A Intel, por exemplo, apostou em um blog para melhorar o relacionamento com os


integradores. Criou o Intel Canal Cast, blog no qual parceiros postam vídeos de
duração média de 3 minutos. O conteúdo, usado para marketing direto e rápido, já é
apontado como um dos responsáveis pela quadriplicação do número de revendas em
todo o País. A novidade é que agora os usuários podem inserir comentários, uma
evolução para a versão 2.0.

Sobre a força dos blogs, registre-se a observação de Jason Calacanis, fundador do


Weblogs Inc., portal vertical de blogs adquirido pela AOL. Ele afirmou que os blogs
contam com informações muito mais frescas e rápidas que os meios tradicionais,
porque neles há menos controle. E as informações são mais autenticas.

4 – Ferramentas de Web 2.0 na Comunicação com os Clientes

As empresas estão usando a Web 2.0 principalmente como ferramenta de marketing,


em duas direções: como ação de fixação da marca e como instrumento para a
formação de comunidades, com vistas à fidelização.

O exemplo mais significativo de uso para fixação de marca até agora (2007) ocorreu
durante a final do Super Bowl, o campeonato nacional de futebol americano. Os
intervalos comerciais durante a partida são os segundos mais caros da bilionária TV
americana. A veiculação de um filme de 30 segundos custa US$ 2,6 milhões.

A marca de biscoitos Doritos fez uma promoção convidando os usuários da Internet a


criarem e enviarem vídeos amadores com o Doritos. O autor do melhor vídeo
recebeu 10 mil dólares em prêmio e ainda teve seu vídeo exibido durante o intervalo
do Super Bowl. Resultado: um comercial que custou 12 dólares para ser produzido
sendo veiculado em um spot de 30 segundos que custa US$ 2,6 milhões.

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Um estudo recente mostrou que a repercussão desse vídeo na Internet após o Super
Bowl rendeu à Doritos o equivalente a R$ 36 milhões de dólares em investimento de
mídia. Considerando que na verdade ela só investiu US$ 2,6 milhões mais 12 mil
dólares, o lucro foi significativo.

Na formação de comunidades de clientes fidelizados, a Coca-Cola desenvolveu no


Brasil o Coke Ring (do inglês anel, círculo). Um concurso que premiou os blogs mais
populares de cada categoria durante um ano. Funcionou assim: os blogueiros se
inscreviam em anéis temáticos, tais como esporte, cinema, música etc, e ganham
um selo, enviado por email. Esse servia para contar quantas pessoas entravam na
página pessoal. A cada três meses eram listados os blogs Top 10 de cada categoria.
No final do concurso, os três blogs de maior audiência foram premiados.

O primeiro lugar foi conquistado pela página do fã-clube da cantora Marisa Monte, o
Marisa de Verdade. O vencedor recebeu um Ipod Vídeo de 80 gigas. O segundo
ganhador recebeu um Estúdio Fotográfico portátil HP Photosmart & Câmera Digital
HP Photosmart M425 e o terceiro, um MP3 Player.

Para a diretoria de marketing da empresa, o concurso serviu como um fórum de


discussão, abrangendo de forma democrática todo o universo do mundo jovem. A
Coca-Cola acredita que os blogs são o meio mais usado pelos jovens para expressar
suas opiniões e trocar experiências e se dispôs a estimular essa expressão.

5 – As Oportunidades de Negócios na Área de TI

Com a entrada cada vez maior das empresas na Web 2.0, usando suas ferramentas
para negócios, as empresas de TI passam a ter nesse movimento nova uma
oportunidade de negócios – seja para desenvolver novos produtos, seja para utilizar
de maneira criativa as ferramentas existentes.

Na edição de 2007 da Cebit, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, em


Hannover, na Alemanha, Peter Sondergaard, chefe global da consultoria Gartner,
afirmou aos diretores de empresas presentes que nos próximos anos blogs e outras
tecnologias da Web 2.0 terão impacto decisivo sobre o mundo dos negócios. Para
ele, esta é a próxima grande mudança na tecnologia e deverá durar 15 anos – mas
os próximos cinco anos é que decidirão quais empresas prosperarão e tirarão
vantagem das novas ferramentas.

A gigante Microsoft já se movimentou. No sistema operacional Windows Vista, o


pacote de aplicativos Office 2007 e o servidor de correio eletrônico Exchange 2007
disponibilizam na nova versão do SharePoint recursos comuns à internet e intranets
corporativas, como comunidades de relacionamento, listas de discussão, blogs e
wikis (documentos de criação coletiva). O Exchange tem a opção de receber as
mensagens de voz via e-mail, e de depois transferi-las para um telefone, caso o
usuário esteja em um computador público.

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Módulo 7 - Tendências da Web 2.0

1 – Tudo ao mesmo Tempo Agora

No Vale do Silício, nos EUA, onde floresceram as empresas de TI que desbravaram e


consolidaram a Internet, o dia a dia das empresas já é bastante tomado pela Web
2.0. No último JavaOne, em maio de 2007, em São Francisco, a Sun Microsystems
realizou pelo segundo ano consecutivo, dois eventos especiais para esse mercado – o
StartUp Camp e o CommunityOne. Dentro das corporações, por outro lado,
multiplicam-se as aplicações interativas internas – CEOs mantêm blogs diários,
aposentando os press-releases e mensagens instantâneas – as IMs – e documentos
produzidos coletivamente por meio do wiki substituem reuniões e telefonemas.

2 – No Reino das Bases de Dados e dos Buscadores

O setor de buscas na internet ainda está na infância e há muitas oportunidades a


serem exploradas. Os novos buscadores consideram três apelos principais: melhoria
da tecnologia, da interface com o usuário e da especificidade dos resultados obtidos
– esses podem coexistir ou não numa mesma ferramenta de busca.

São os seguintes os mecanismos de busca que disputam a liderança nesse


segmento:

•Snap (www.snap.com), que mostra instantaneamente um preview do site


relacionado, dispensa o clique do usuário para visitá-lo e torna possível votar quanto
à qualidade do link: útil (Perfect) ou inútil (Junk) – sua grande novidade: o usuário
economiza tempo de navegação sem abertura desnecessária de novas páginas e
ainda participa com sua opinião pessoal.

•Hakia (www.hakia.com) oferece uma forma de “pesquisar por significados”. O


usuário pode procurar por perguntas, sentenças, frases ou palavras-chaves. Em
versão beta, promete melhorias em breve.

•O Clusty (www.clusty.com) chama atenção pelo ótimo método, que considera


relevante os fragmentos do resultado de cada busca, conhecido por clustered search
ou clustering engine. Analisa os primeiros links (entre 200 a 500) resultantes da
busca do usuário e mostra os principais temas, agrupados por pastas e subpastas.
Similarmente no SRC Beta (rwsm.directtaps.net), pesquisadores da Microsoft
também experimentam esta tecnologia, ainda não disponibilizada nos produtos da
empresa, que optou pelo lançamento do Live Search (www.live.com).

•O SearchMash (www.searchmash.com) é uma iniciativa do Google. Numa pesquisa


típica, uma barra lateral permite estendê-la a consultas relacionadas imagens, blogs,
vídeos e à wikipedia, num único clique. O usuário pode opinar se os links resultantes
foram satisfatórios ou não.
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•Search Wikia (http://search.wikia.com/wiki/Search_Wikia) – O fundador da
Wikipedia, Jimmy Wales, em convoca toda a comunidade para ajudar na criação de
um mecanismo de busca com código aberto “que mude tudo” – conforme o jargão da
logomarca do serviço, ainda sem nome oficial. Nesse gancho, a empresa Searchme
Inc. apresenta o WikiSeek (www.wikiseek.com) que já faz uso dessa extensa base de
informações.

•Uma startup de São Francisco promete que o Powerset (www.powerset.com) – a


ser lançado até o final de 2007 – terá como vantagem sobre os concorrentes um
novo sistema que “entenderá” o significado das palavras-chaves buscadas, criando
novos inter-relacionamentos entre elas. O coração do mecanismo fará uso de
tecnologia baseada em NLP (Natural Language Processing) ou Processamento Natural
de Linguagem, licenciada da empresa Palo Alto Research Center (PARC), divisão de
pesquisas da Xerox Corp., que trabalha nessa tecnologia há cerca de 30 anos.

O ChaCha (www.chacha.com) inova ao colocar uma equipe de pessoas de plantão


(humanos, não máquinas) para atender os usuários. Se o usuário faz uma busca e
não está feliz com o resultado obtido, pode clicar num botão para conectar-se via
chat em tempo real com o guia que prestará auxílio.

3 – Os Desafios da Segurança

As possibilidades infinitas abertas pela Web 2.0 trazem a contrapartida dos desafios
de Segurança da informação. Aplicações que brotam por toda parte não são
necessariamente controladas. Os CIOs, então, precisam se voltar para esse assunto
e se preparar para as implicações financeiras e – o mais importante – de política
empresarial. É necessário considerar os seguintes aspectos: segurança para o acesso
crescente a uma mídia diversificada (dando acesso a certas pessoas e impedindo o
acesso de outras); demanda crescente de largura de banda; acesso crescente a
dispositivos móveis; e diretrizes de confidencialidade.

A estes problemas, juntam-se outros três: a falta de controle, a segurança da


informação proprietária ou confidencial e a vulnerabilidade adicional a ataques de
vírus e outros problemas de segurança.

No primeiro caso, o problema é que funcionários de empresas usam IM, wiki e blogs
sem o CIO saber se ele não tiver uma resposta para o problema. A reação pode ser
de dois tipos: ou proibir o uso de ferramentas de Web 2.0 ou sair na frente e adotar
as soluções Web 2.0. A proibição pode ser revelar prejudicial, porque a empresa
perderá em competitividade ao deixar de usar ferramentas que propiciam um
aumento significativo de produtividade. A atitude oposta, de se abrir à Internet
colaborativa, fará com que o problema da falta de padrão e de controle seja
resolvido com a criação de um IM corporativo ou mesmo a aquisição de uma solução
de mercado.

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O segundo problema é a segurança da informação proprietária, que pode circular em
mensagens instantâneas ou em páginas wiki sem encriptação. Já é possível
monitorar esse tipo de comunicação ou juntar pacotes de rede para uma conversa
IM, com aplicativos existentes no mercado que encriptam a comunicação ou
detectam e bloqueiam informações sensíveis.

O último problema é praticamente o de sempre da Segurança da informação: toda


vez que se ampliam as capacidades dos sistemas, aumenta-se a vulnerabilidade a
ataques de vírus e outras ameaças de segurança.

4 – O Futuro das Empresas na Web 2.0

Em seu primeiro documento sobre Web 2.0, Tim O’Reilly diz que espera ver muitos
aplicativos web novos nos próximos anos, tanto os verdadeiramente novos, como
ricas reimplementações para web de aplicativos PC. Até hoje, observa, toda mudança
de plataforma criou também oportunidades para uma mudança de liderança dos
aplicativos dominantes da plataforma anterior.

O Gmail já produziu algumas inovações interessantes na área de e-mail,


combinando os pontos fortes da web (acesso de qualquer parte, imensas
capacidades de bancos de dados, possibilidades de busca) com interfaces de
usuário que se aproximam das interfaces PC em termos de usabilidade.

O´Reilly trata também de outras mudanças, como a de que Web 2.0 também vai
refazer a lista de endereços. Uma lista no estilo Web 1.0 iria tratar o livro de
endereços local, do PC ou telefone, simplesmente como um cache dos contatos que o
usuário tivesse explicitamente pedido ao sistema para armazenar. Enquanto isso, um
agente web de sincronização, do estilo Gmail, lembraria qualquer mensagem enviada
ou recebida, todos os endereços de e-mail e números de telefone utilizados e iria
construir heurísticas de redes sociais para decidir quais alternativas apresentar
quando uma resposta não fosse localizada no cache local. Não encontrando ali a
resposta, o sistema pesquisaria a rede social mais ampla.

A revolução Web 2.0 também não se limitará a aplicativos PC. A alesforce.com


mostra como a web pode ser usada para enviar software como um serviço, em
aplicativos em escala empresarial. Para O’Reilly, a oportunidade de competição para
novos participantes está em abraçar inteiramente o potencial da Web 2.0. Se
conseguirem fazer isso, as empresas criarão aplicativos que vão aprender com os
usuários, adotando por meio de uma arquitetura de participação para obter
vantagem poderosa não apenas na interface de software, mas na riqueza dos dados
compartilhados.

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O CEO da O´Reilly Media encerra o artigo listando o que acredita serem as
sete competências centrais das companhias Web 2.0:

1. Serviços e não software empacotado, com “escalabilidade” de custo eficiente

2. Controle sobre fontes de dados únicas e difíceis de serem criadas e que ficam mais
ricas quanto mais as pessoas as utilizarem

3. Confiança nos usuários como co-desenvolvedores

4. Agregação de inteligência coletiva 5.Estimular a cauda longa através de auto-


serviço para o cliente 6.Software para mais de um dispositivo 7. Interfaces de
usuário, modelos de desenvolvimento e modelos de negócios leves.

E conclui: “Da próxima vez que uma companhia reivindicar ser “Web 2.0”, compare
suas características com a lista. Quanto mais pontos fizer, mais fará jus ao nome.
Lembre-se, no entanto, que excelência em uma área pode contar mais do que alguns
pequenos passos em todas as sete”, finaliza.

5 – Mal Chegamos à Web 2.0 e já seFfala em Web.30

Mal começou a discussão da Web 2.0, já se fala em Web 3.0, que seria a organização
e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na
Internet. Estudiosos a identificam como uma rede em que os computadores
entendem de semântica (o sentido das palavras). As máquinas compreenderiam o
significado das palavras que utilizamos na rede e fariam associações de idéias a
partir delas. Mesmo que não se saiba digitar exatamente o que se quer em um site
de busca ou de compras on-line, os computadores daquele serviço interpretariam
seus pedidos e levariam você até os sites ou produtos que realmente lhe interessam.

Embora a tecnologia ainda se encontre na fase de pesquisa, suas possibilidades


comerciais são infinitas. E as empresas estão atentas a isso. Os primeiros passos
nessa direção já foram dados por sites como a livraria on-line Amazon. Se você
compra regularmente na Amazon, os computadores do site interpretam suas
preferências e arriscam palpites sobre livros que você gostaria de ler.

Pesquisa divulgada pela Weber Shandwick, uma unidade da Interpublic Group, uma
das maiores empresas de publicidade e marketing do mundo, mostra que 86% dos
104 executivos das maiores empresas americanas ouvidos acreditam que as
inovações motivadas pela Web 3.0 serão o setor que mais ganhará atenção ao longo
de 2007.

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