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de Brasília, em 1999, ter sido apresentado o ma Brasileiro de Classificação de Solos em tuindo, respectivamente, as subordens dos

INFORMAÇÕES TÉCNICAS sistema Brasileiro de Classificação de Solos nível de ordem e respectivos números de Neossolos litolíticos, Neossolos regolíticos,
(EMBRAPA, 1999), texto considerado como classes nas categorias de subordem, gran- Neossolos flúvicos e Neossolos quartzarê-
O novo sistema brasileiro suficientemente elaborado para ser
divulgado para toda a comunidade de pedó-
de grupo e sub-grupo. É projeto do Centro
Nacional de Pesquisa de Solos estabelecer
nicos. No quadro 2 é apresentada a correla-
ção entre as classes de solos do SBCS e as
logos. Foi um momento histórico pois esta as classes referentes aos níveis de família e anteriormente utilizadas na Embrapa-Solos.
de classificação de solos publicação constitui, na realidade, o primei-
ro Sistema Brasileiro de Classificação de
série.
2) Cada classe de solo apresenta, além
4) Vários horizontes e atributos diagnós-
ticos sofreram reformulação na sua concei-

A
rigor, não havia um sistema brasilei- ções usadas. Por sua vez, os Solos de a utilizar os referenciais em uso. A Solos (SBCS) oficialmente publicado. da sua conceituação, sua definição, baseada tuação e, conseqüentemente, em sua defini-
ro de classificação de solos anterior Campos de Jordão, as Terras Roxas comunidade de pedólo-os brasileiros se preferencialmente em critérios quantitati- ção, como por exemplo o horizonte A cher-
ao atual, recentemente publicado. Na Estruturadas, os Podzólicos Amarelos, os manifestava a respeito do sistema que se Com referência aos antigos referenciais vos. nozêmico, o horizonte B textural, o horizon-
verdade o que se usava para classificar Latossolos Ferríferos , os Latossolos desenvolvia através de cartas enviadas à listamos a seguir alguns dos pontos princi- 3) Algumas classes de solos foram agru- te B espódico, o horizonte sulfúrico, a mu-
nossos solos eram sistemas referenciais, dos Brunos, os Latossolos Amarelos, os EMBRAPA, em mesas redondas de pais que merecem destaque no SBCS. padas no primeiro nível categórico (ordem) dança textural abrupta, os materiais sulfídri-
quais o de CAMARGO et al. (1987) era o Rubrozéns entre outros, são exemplos de congressos e em viagens de correlação. Os 1) O SBCS constitui, como não poderia e discriminadas no nível categórico seguinte cos, entre outros.
mais empregado. denominações criadas para abrigar solos conceitos e definições de atributos e hori- deixar de ser, um sistema hierarquizado, (subordem). Por exemplo, os anteriormente 5) Vários horizontes diagnósticos foram
que não encontravam correspondência zontes diagnósticos e de classes contidas com quatro categorias: ordem, sub-ordem, denominados Solos Litólicos, Regossolos, criados: horizonte B nítico, horizonte B plâ-
Pode-se dizer que a primeira classifica- naqueles sistemas. Alguns termos como naquelas três Aproximações foram, contudo, grande grupo e sub-grupo. No quadro 1 são Solos Aluviais e Areias Quartzosas, estão nico englobando o anteriormente denomina-
ção de solos no Brasil, Mediterrânico Vermelho-Amarelo e Solos resultantes de avaliações e ponderações fei- apresentadas as classes de solos do Siste- contidos na ordem dos Neossolos consti- do B nátrico, horizonte vértico, horizonte
baseada em conceitos de Campos do Jordão, empregados no tas exclusivamente “no âmbito do SNLCS” hístico este último englobando o anterior-
essencialmente pedo- levantamento de São Paulo (Brasil, 1960) (EMBRAPA, 1981). mente denominado horizonte turfoso.
lógicos iniciou após a devido à sua impropriedade, foram logo 6) Foram criados também vários atribu-
criação, em 1947, da abandonados. A experiência dos pedólogos brasileiros tos de diagnóstico: caráter ácrico, caráter
Comissão de Solos do e o conhecimento da população de solos bra- epiáqüico, caráter ebânico, caráter crômico,
Ministério da Agri- O avanço dos conhecimentos sileiros já eram bastante expressivos nessa caráter hipocrômico, caráter alumínico.
cultura, precursora do adquiridos dos solos brasileiros e a época. O conceito das classes de solos eram
atual Centro Nacional inexistência de uma taxonomia adequada apresentadas nos boletins dos levantamentos É importante assinalar que um sistema
de Pesquisa de Solos e hierarquizada incrementou a demanda ou em publicações específicas como por de classificação sofre constantes aprimora-
da EMBRAPA, a qual por um sistema de classificação que exemplo a “Conceituação sumária de algu- mentos, e assim é de se esperar que o SBCS,
tinha a missão de fazer permitisse identificar os solos desde mas classes de solos recém-reconhecidas recentemente publicado, sofra modificações
João Bertoldo classes mais gerais, em níveis mais nos levantamentos e estudos de correlação
o inventário nacional em futuras edições, provenientes das inúme-
dos solos brasileiros. elevados, até repartições mais específicas do SNLCS” (EMBRAPA, 1982) e a “Con- ras sugestões e críticas que deverão surgir à
em níveis mais baixos, com classes mais ceituação sumária de classes de solos e crité- medida que o sistema for sendo utilizado.
Os primeiro Estado brasileiro a ser homogêneas. rios para subdividí-las (Jacomine, 1979), Tais aprimoramentos são naturais, acha visto
inventariado foi o do Rio de Janeiro (BRA- entre outros. Era a partir destes referenciais as enormes modificações sofridas pela clas-
SIL, 1958), seguido pelo de São Paulo Este desafio foi assumido pelo então que os pedólogos se baseavam para sificação americana, o Soil Taxonomy, des-
(BRASIL, 1960). O referencial utilizado para Serviço Nacional de Levantamento e Con- identifi-car os solos. A inexistência de de a sua edição de 1975 até a mais recente
a classificação dos solos foi inicialmente o servação do Solo (SNLCS) da EMBRAPA, definições precisas, contudo, permitia que de 1999.
de Baldwing et al. (1938) seguido pelo de sucessor da Comissão de Solos que, em não houvesse univocidade na identificação
Thorp & Smith (1949). Os termos Regossolo, 1978, organizou uma Comissão de Classifi- dos solos. Com respeito à classificação dos solos
Solo Aluvial, Solonchak, Solonetz, cação e produziu um documento de São Paulo, recentemente Oliveira et al.,
Planossolo, Gleissolo, Brunizém, Brunizém preliminar. A partir desse documento foi Após a III Aproximação, o Projeto de (1999) publicaram o mapa pedológico do
Avermelhado, Podzol, Solo Bruno Não instituído o projeto “Desenvolvimento do Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Estado1 , escala 1:500.000, o qual constitui
Cálcico, Laterítico Bruno-Avermelhado, entre Sistema Brasileiro de Classificação de Classificação de Solos estacionou, sendo o primeiro mapa publicado no Brasil usando
outros, empregados até agora nos Solos sob a coordenação do eminente retomado em 1995 sob nova estratégia de em sua legenda o Sistema Brasileiro de
levantamentos de solos executados no Bra- pedólogo Marcelo Nunes Camargo, ação, destacando-se a abertura para a parti- Classificação de Solos. Em adendo a este
sil, advêm daqueles sistemas. Por sua vez, o falecido anos depois. cipação ativa e contínua da comunidade de trabalho, Oliveira (1999) publicou o estudo
conceito de Latossolo baseava-se nos tra- pedólogos brasileiros por meio do Comitê “Solos do Estado de São Paulo: descrição
balhos de Kellog (1949) e Kellog & Davol São resultante desse projeto as três Executivo, do Comitê Assessor Nacional e das classes registradas no Mapa Pedoló-
(1949), enquanto o de Podzólico Vermelho- aproximações, produzidas em caráter reser- dos Comitês Regionais. O avanço apresen- gico”2 , no qual o autor faz considerações
Amarelo, nos de Simonson (1949) e Winters vado, em 1980, 1981 e 1988. A classifica- tado pela IV Aproximação em relação às de cada uma das classes de solos cartografa-
& Simonson (1951) como assinalam Jaco- ção dos solos empregada nos Aproximações anteriores foi muito signifi- das naquele mapa, relacionando-as com as
mine & Camargo (1995). levantamentos pedológicos continuavam cativo a ponto de, no Congresso de Solos classes dos solos classificados em trabalhos
anteriores, o que está sintetizado a seguir:
Logo porém, foi verificada a inadequa- Argissolos vermelhos: parte dos Solos
ção daqueles sistemas na identificação de Podzolizados com cascalho, parte dos Solos
solos tipicamente tropicais, quer porque os Podzolizados de Lins e Marília variação
solos que iam sendo encontrados não se Lins e parte dos variação Marília.
ajustavam ao conceito central de algumas Argissolos vermelho-amarelos: Pod-
daquelas classes ou porque não era encon- zólicos Vermelho-Amarelos Orto, parte dos
trada qualquer correspondência com o con- Podzólicos Vermelho-Amarelos com
ceito das classes neles assinaladas. As cascalhos, parte dos Solos Podzolizados de
deno-minações Podzólicos Vermelho- Lins e Marília variação Lins e dos variação
Amarelos variação Lins e Marília, Podzólicos Marí-lia, parte dos Podzólicos Vermelho-
Vermelho-Amarelos variação Piracicaba e va- Amarelos variação Piracicaba, parte dos
riação Laras, usadas no Levantamento dos Podzólicos Vermelho-Amarelos variação
Solos do Estado de São Paulo (Brasil, 1960) Laras; Podzólicos Vermelho-Amarelos
foram criadas para denominar solos que di- “intergrade” para Latossolos Vermelho-
vergiam do conceito central das classifica- Amarelos.
8 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 9
Cambissolos: Parte dos Solos de Cam- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JACOMINE, P.K.T. Conceituação sumária
pos do Jordão, parte dos Solos Aluviais. de classes de solos e critérios para
Chernossolos argilúvicos: não assina- BALDWING, M., KELLOG, C.E. & subdividi-las. EMBRAPA,SNLCS. Rio
lados. THORP, J. Soil classification. In: Soils de Janeiro, 1979.69 p. (Mimeografa-
Espodossolos ferrocárbicos órticos: and men. Washington, DC, USDA, do)
Podzóis. 1938. p. 797-1001. (Agriculture Year
Espodossolos ferrocárbicos hidro- book) JACOMINE, P.T.K. & CAMARGO, M.N.
mórficos: Podzóis hidromórficos. Classificação pedológica nacional em
Gleissolos háplicos: Solos hidromór- BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro vigor. Empresa Brasileira de Pesquisa
ficos (Gleis Pouco Húmicos). Nacional de Ensino e Pesquisas Agro- Agropecuária. Recife, 1995. 22 p. (Mi-
Gleissolos melânicos: Solos hidromór- nômicas. Levantamento de reconheci- meografado)
ficos (Gleis Húmicos). mento dos solos do Estado do Rio de
Gleissolos sálicos: não assinalados. Janeiro e Distrito federal. Rio de Janei- OLIVEIRA, J.B. Solos do Estado de São
Latossolos amarelos: parte dos Latos- ro, Serviço nacional de Pesquisas Agro- Paulo: descrição das classes registradas
solos Vermelho-Amarelos, parte dos Latos- nômicas, 1958. 305 p. (SNPA, Boletim no mapa pedológico. Campinas, Institu-
solos Vermelho-Amarelos “intergrades” 11) to Agronômico, 1999. 108 p. (Boletim
para Podzólicos Vermelho-Amarelos. científico, 45)
Neossolos Quartzarênicos: Regosso- BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro
los, Regossolos “intergrades” para Latos- Nacional de Ensino e Pesquisas Agronô- OLIVEIRA, J.B.; CAMARGO, M.N.;
solos Vermelho-Amarelos e “intergrades” micas. Comissão de Solos. Levanta- ROSSI, M. & CALDERANO FILHO,
para Podzólicos Vermelho-Amarelos. mento de reconhecimento de solos do B. Mapa pedológico do Estado de São
Neossolos flúvicos: Solos Aluviais. Estado de São Paulo. Rio de Janeiro, Paulo: legenda expandida. Campinas,
Neossolos litólicos: parte dos Litos- Serviço Nacional de Pesquisas Agro- Instituto Agronômico; Rio de janeiro,
solos. nômicas, 1960. 634p. (SNPA, Boletim Embrapa-Solos, 1999. 64 p. + Mapa
Nitossolos Vermelhos: Terras Roxas 12) 1.500.000.
Estruturadas, parte dos Mediterrânicos Ver-
melho-Amarelos. CAMARGO, M.N.; KLAMT, E. & THORP, J. & SMITH, G.D. Higher cate-
Organossolos: Solos Orgânicos.
Planossolos: não assinados.
Afloramento de rochas*: não assina-
KAUFFMAN, J.H. Classificação de
solos usada em levantamentos pedo-
lógicos no Brasil. Boletim informa-
gories of soil classification: order,
suborder and great groups. Soil Sci.,
Baltimore, 67: 177-226, 1949.
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lados.
Alissolos crômicos*: não assinalados.
tivo da Sociedade Brasileira de Ciên-
cia do Solo, Campinas, 12 (1): 11-33, MAPPING SYSTEMS WORKINF
ANDEF
Gleissolos tiomórficos*: não assina- 1987. GROUP. A soil mapping system for
lados. Cana-da: revised. Ottawa, Agriculture
Latossolos brunos*: parte dos Solos de EMBRAPA. Serviço Nacional de Levanta- Canada, Land Resource Research Insti-
Campos do Jordão mento e Conservação de Solos. Sistema tute, 1984. 94 p. (Contribution, 141)
Plintossolos*: não assinalados. Brasileiro de Classificação de Solos (2ª
Solos de mangue*: não assinalados. Aproximação). Cópia antecipada. Rio
1 e 2 - Estas publicações podem ser obtidas no Centro
Chernossolos rêndzicos**: parte dos de Janeiro, 1981. 100p. de Documentação do Instituto Agronômico. Fone
Litossolos substrato arenito calcário (019) 3231-5422, Ramais 190 e 215 ou pelo E-mail:
Luvissolos crômicos**: parte dos EMBRAPA. Conceituação sumária de algu- vendas@barao.iac.br
Mediterrânicos Vermelho-Amarelos, parte mas classes de solos recém-reconhecidas * Classes de solos e tipo de terreno que ocorrem apenas
dos Podzólicos Vermelho-Amarelos varia- nos levantamentos e estudos de corre- como componentes secundários de associa-ções de
solos no Mapa Pedológico.
ção Piracicaba. lação do SNLCS (versão provisória). ** Classes de solos não assinaladas no Mapa
Neossolos regolíticos**: parte dos Rio de Janeiro, 1982. 31 p. (Circular Pedológico
Litossolos. técnica, 1)
Argissolos amarelos**: parte dos
Podzólicos Vermelho-Amarelos variação EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa
Laras; parte dos Solos Podzolizados com de Solos. Sistema Brasileiro de Classifi-
cascalho. cação de Solos. Rio de Janeiro, 1999. João Bertoldo de Oliveira
412 p. Pesquisador Científico aposentado do IAC.
Fone (19) 3231-5422, Ramal 170
Endereço eletrônico: bertoldo@agr.unicamp.br

10 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 11 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001

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