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A CRISE DA

RAZÃO E
DAS
AS TENTATIVAS DE
INSTITUIÇÕE
REINVENÇÃO DA
ESCOLA, DA
S: FAMÍLIA E
DO ESTADO NA PÓS-
MODERNIDADE
José Aristides da Silva Gamito
OBJETIVO:

Compreender a crise das


instituições, tendo como foco a
Escola, a partir da crise da razão
e das transformações ocorridas
na pós-modernidade.
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Segundo nível
SUBDIVISÕES
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PARTE I: O fenômeno da pós-


modernidade
PARTE II: A crise das
instituições
PARTE III: A educação do
presente e do futuro
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PARTE I:
O FENÔMENO DA
PÓS-MODERNIDADE
A PÓS-MODERNIDADE

Um conceito do termo
As características da modernidade
As características da pós-modernidade
Jean François Lyotard
Gianni Vattimo
O QUE É PÓS-
MODERNIDADE?
A pós-modernidade é o nome que se dá
às características da sociedade pós-
industrial marcada pela crise da razão, da
perda de confiança no progresso técnico-
científico, da descrença nas
metanarrativas e de todo discurso
totalizante. Tais transformação se
observam a partir dos anos 50 e
predominantemente a partir da década
de 90.
AS CARACTERÍSTICAS DA
MODERNIDADE
Crer na compreensão da totalidade.
Pensar em termos de novidade e superação.
Conceber a história como emancipação.
O homem como dominador da natureza.
Pensar segundo as categorias de unidade e
totalidade.
AS CARACTERÍSTICAS DA
PÓS-MODERNIDADE
Desconfiança no conhecimento da totalidade.
O descrédito nas metanarrativas.
A novidade não possui um valor em si.
A história não é um processo universal e
necessário.
O conhecimento é fragmentário, ramificado.
A sociedade é complexa e plural.
JEAN-
FRANÇOI
S
LYOTARD
(1924-1998)
Segundo JEAN-FRANÇOIS LYOTARD

Fim das metanarrativas. A


sociedade industrial avançada e
informatizada não considera legítimo
um saber que esteja subordinado a um
critério de eficiência. As
metanarrativas serviam para legitimar
as instituições, as práticas sociais,
legislações, éticas e modos de pensar.
As metanarrativas:
O iluminismo que propunha o conhecimento
como emancipação dos povos;
O idealismo entendia o saber como
conhecimento especulativo;
O marxismo propunha o saber crítico;
O cristianismo legitimava o conhecimento
porque conduzia à salvação;
o capitalismo entendia que o progresso
emanciparia os povos da pobreza.
O evento máximo da dissolução dos ideais
da modernidade é
AUSCHWITZ
O nazismo assassinou 6 milhões de
judeus e 5 de não-judeus.
O progresso foi usado para o mal e
os ideais de fraternidade ignorados.
Nem a religião teve respostas para
tanta crueldade.
HOLOCAUSTO

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“A única verdade é
aprendermos a nos libertar da
paixão insana pela verdade”

Umberto Eco, “O Nome da


Rosa”
GIANNI
VATTIM
O
(1936-)
Segundo GIANNI VATTIMO

Predomínio do pensiero debole. O


pensamento débil/fraco configura-se
como uma refutação das categorias
fortes e das legitimações que
procuravam compreender o todo. Não
se acredita mais em antigas certezas,
nem se espera por novas. A verdade e
a história são processos plurais.
As transformações efetuadas:
A ciência não se reduz ao saber experimental;
A religião torna-se plural e estética, ameaçada
pelo fundamentalismo;
As democracias tornam-se debilitadas;
A exploração do planeta gera um apocalipse
ecológico;
A arte é marcada pela multiplicidade, pelo
caótico e pelo apelo às emoções;
Necessidade de uma Ética da Tolerância.
Portanto,
a verdade absoluta ruiu. Existem verdades. Não
é possível impor um discurso. O único horizonte
possível é a ação dialógica para se combinar as
regras da convivência, tendo como objetivo
inevitável a sobrevivência da espécie.
“A única verdade que existe e
a de que não existe verdade”

Friedrich Nietzsche
Perfil comportamento de
jovens e adolescentes hoje
Não tem paciência para ouvir;
Quer resultado imediato;
Tudo é precoce e veloz;
Tem resistência à autoridade e à disciplina;
Busca a autonomia a todo custo;
Busca resultados palpáveis;
Não tem domínio de suas emoções;
Ridiculariza tudo o que é passado sem
perceber que suas preferências também se
tornarão obsoletas;
Querem se expressar e não querem ouvir;
Procura se diferenciar se igualando aos
membros de um grupo;
Possuem muitas informações, mas com
superficialidade.
A Ética da Sustentabilidade e da Tolerância
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PARTE II:
A CRISE DAS
INSTITUIÇÕES
Com a perda de um ponto de referência
absoluto, as instituições fundamentais
entram em crise na sociedade pós-moderna.
A Família perdeu a autoridade indiscutível, o
Estado só funcionava por meio de uma
máquina repressora, a Escola, por sua vez,
perdeu o poder da disciplina. As pessoas já
não têm mais esperança nessas instituições.
Outro grande fundamento moral e metafísico
do ocidente foi abalado: A crença em Deus.
FAMÍLIA
Na Família há a necessidade de recuperar
aquela solidariedade natural, que faz unir as
gerações. Os pais contemporâneos educaram
seus filhos para a liberdade, mas se esqueceram
de mostrar limites, responsabilidades. E a
educação não vai mostrar isso por meio de um
discurso religioso ou moralizante, mas somente
através de experiências naturais e práticas.
Uma delas é a de que a minha liberdade se
esbarra na liberdade do outro. O meu eu não é
absoluto.
ESCOLA
A Escola tem sido muito academicista, não tem
dado oportunidade para aprender a conviver. Por
outro lado, os educadores “mercenários” não se
mostram apaixonados pelo conhecimento.Tudo se
reduz a um esquema técnico. Essas diferenças
anulam a possibilidade de diálogo entre educador
e educando. A geração atual tem dificuldade em
ouvir. Portanto, sem escuta não pode haver
aprendizagem significativa.
ESTADO
O Estado burocrático pensa formalidades
no lugar de pessoas. Apesar de muitos
avanços, a democracia corre sérios riscos
em muitos países, caso típico na América
Latina é a Venezuela. A corrupção que se
observa na atividade política forma um
círculo vicioso. A Família que não consegue
educar, a Escola que não consegue
dialogar com o educando, tudo gera
cidadãos sem éticos.
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PARTE III:
A EDUCAÇÃO
DO PRESENTE E DO FUTURO
e para editar os estilos do texto mestre
do nível
rceiro nível SETE SABERES
Quarto nível
Quinto nível
NECESSÁRIOS À
EDUCAÇÃO DO
FUTURO

Edgar Morin
1º Saber - Erro e ilusão
2º Saber - O conhecimento pertinente
3º Saber - Ensinar a condição humana
4º Saber - Identidade terrena
5º Saber - Enfrentar as incertezas
6º Saber - Ensinar a compreensão
7º Saber - Ética do gênero humano
1 - O Conhecimento - O ensino fornece conhecimento,
fornece saberes. Porém, apesar de sua fundamental
importância, nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento.
E sabemos que os maiores problemas neste caso são o erro e a
ilusão. Porque o conhecimento nunca é um reflexo ou espelho
da realidade. Ele é sempre uma tradução, seguida de uma
reconstrução. Portanto, temos percepções, ou seja,
reconstruções, traduções da realidade. E toda tradução
comporta o risco de erro. 
1. Educar para admitir a possibilidade do erro
2 - O Conhecimento Pertinente - Não ensinamos as
condições de um conhecimento pertinente, isto é, de um
conhecimento que não mutila o seu objeto. Nós seguimos, em
primeiro lugar, um mundo formado pelo ensino disciplinar. É
evidente que as disciplinas de toda ordem ajudaram o avanço
do conhecimento e são insubstituíveis. O que existe entre as
disciplinas é invisível e as conexões entre elas também são
invisíveis. Mas isto não significa que seja necessário conhecer
somente uma parte da realidade. É preciso ter uma visão
capaz de situar o conjunto. 
2. Educar para compreender a relação entre a parte
e o todo
3 - A Identidade Humana - O terceiro aspecto é completamente
ignorado pelos programas de instrução. Podemos perceber alguns
aspectos do homem biológico em Biologia, alguns aspectos
psicológicos em Psicologia, mas a realidade humana é indecifrável.
Acredito ser possível a convergência entre todas as ciências e a
identidade humana.Somos filhos da vida. é preciso ensinar a unidade
dos três destinos, porque somos indivíduos, mas como indivíduos
somos, cada um, um fragmento da sociedade e da espécie Homo
sapiens, à qual pertencemos. E o importante é que somos uma parte
da sociedade, uma parte da espécie, seres desenvolvidos sem os quais
a sociedade não existe.  
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3. Educar para saber quem é o homem


4 - A Compreensão Humana - O quarto aspecto. Nunca se ensina
sobre como compreender uns aos outros, como compreender nossos
vizinhos, nossos parentes, nossos pais. A palavra compreender vem do
latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto todos os elementos
de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação,
mas diversos. Mas a compreensão humana vai além disso, porque, na
realidade, ela comporta uma parte de empatia e identificação. O que
faz com que se compreenda alguém que chora, por exemplo, não é
analisar as lágrimas no microscópio, mas saber o significado da dor, da
emoção.  
Educar para a compaixão
5 - A Incerteza - O quinto aspecto. Apesar de, nas
escolas, ensinar-se somente as certezas, como a
gravitação de Newton e o eletromagnetismo, atualmente a
ciência tem abandonado determinados elementos
mecânicos para assimilar o jogo entre certeza e incerteza,
da micro-física às ciências humanas. É necessário mostrar
em todos os domínios, sobretudo na história, o surgimento
do inesperado. Ele aconteceu e acontecerá,porque não
temos futuro e nem certeza nenhuma do futuro. As
previsões não foram concretizadas, não existe
determinismo do progresso.
A Teoria do
Caos dá espaço
para a incerteza
ea
imprevisibilidad
e de resultados
(Fig. Atractor de
Lorenz)
Epistemologia da
complexidade
5. Educar para reconhecer a
incerteza no processo do
conhecimento
6 - A Condição Planetária - Esse fenômeno que estamos vivendo
hoje, em que tudo está conectado, é um outro aspecto que o ensino
ainda não tocou, assim como o planeta e seus problemas, a aceleração
histórica, a quantidade de informação que não conseguimos processar
e organizar. É importante porque existe, neste momento, um destino
comum para todos os seres humanos. O crescimento da ameaça letal
se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça
ecológica, a degradação da vida planetária. Ainda que haja uma
tomada de consciência de todos esses problemas, ela é tímida e não
conduziu ainda a nenhuma decisão efetiva.
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6. Educar para respeitar a vida e a existência como


um Todo
7 - A Antropo-ética - O último aspecto, os problemas da moral e
da ética diferem conforme a cultura e a natureza humana. Existe
um aspecto individual, outro social e outro genético, diria de
espécie. Não existe democracia absoluta. Ela é sempre
incompleta. Mas sabemos que vivemos em uma época de
regressão democrática, pois o poder tecnológico agrava cada vez
mais os problemas econômicos. Na verdade, é importante orientar
e guiar essa tomada de consciência social que leva à cidadania,
para que o indivíduo possa exercer sua responsabilidade. Penso
que tudo deva estar integrado para permitir uma mudança de
pensamento. 
7. Educar para o discernimento entre o certo e o
errado
A educação do futuro
deve ter como principal
objetivo ensinar a conviver
e a se humanizar. Mas do
que ensinar ciências, é
preciso saber o que fazer
com ela.
Saiba mais:
LEITURA RECOMENDADA

MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à


educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000.

FILME RECOMENDADO

• ENTRE OS MUROS DA ESCOLA.


Laurent Cantet. 128min.
• ESCRITORES DA LIBERDADE. Richard
LaGravenese. 122min.

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