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omunidades quilombolas

Paulo Pedro P. R. osta


apitão do Mato
Debret enas do trabalho escravo
Rugendas
Navio Negreiro
Gravuras Anônimas
enas da Escravidão no Brasil
Jean-Baptiste Debret ( 1768 ²1848)
enas da Escravidão no Brasil
Jean-Baptiste Debret ( 1768 ²1848)
      

ÿ        localizava-se na então capitania


de Pernambuco, na serra da Barriga, região hoje pertencente
ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas.
  difícil estimar o número de fugitivos que viviam em Palmares,
mas Baro, ao atacar o reino em 1644, afirmou que em apenas uma aldeia
havia seis mil pessoas. Esse assentamento, na Serra da Barriga, foi descrito
como uma aldeia cercada por uma dupla paliçada, duas entradas e
roças. Das trinta e uma pessoas capturadas por Baro, sete foram apresentadas
como ameríndias, com algumas crianças mestiças, o que talvez
pudesse sugerir que 20% da população fosse indígena em meados do
século. Em 1645 Reijmback descrevia o assentamento de Palmares Velhos
como uma aldeia de 1.500 pessoas e 220 casas. Em 1675, Manuel
Lopes referia-se a duas mil construções, mas nenhum desses números é
muito confiável, ainda que se possa supor que ali viviam entre dez e vinte
mil pessoas, no total. (Funari, Pedro Paulo A. Heterogeneidade e conflito na
Interpretação do quilombo dos palmares)

Da expulsão dos holandeses às expedições de D Pedro de Almeida (1674) se


haviam feito 25 investidas contra Palmares. Estima-se que resistiu por cerca de
80 anos, graças a sua organização militar defensiva e a sua estrutura política.
Estátua: Zumbi,
Praça da Sé,
SSa ± Bahia;
enas do filme
de acá
Diegues (1984)
e Antiga gravura
sobre Palmares
Uma expedição liderada pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho contra
Palmares o manteve sob cerco por aproximadamente 15 dias, finalizando o
combate em 6 de fevereiro de 1694 ou 96. Seus habitantes foram massacrados,
o quilombo foi totalmente destruído. Zumbi conseguiu fugir e continuou lutando
contra os portugueses com um pequeno grupo até 20 de novembro de 1695,
quando foi capturado e morto.

Em 14 de março de 1696 o governador de


Pernambuco aetano de Melo e astro
escreveu ao Rei: "Determinei que
pusessem sua cabeça em um poste no
lugar mais público desta praça, para
satisfazer os ofendidos e justamente
queixosos e atemorizar os negros que
supersticiosamente julgavam Zumbi um
imortal, para que entendessem que esta
empresa acabava de todo com os
Palmares."
ë    foi o primeiro líder do Quilombo dos Palmares, filho da princesa
Aqualtune e assumiu a posição de herdeiro do reino de Palmares e o título de
Ganga Zumba. (entre documentose referencias à ele há uma carta ao governador
de Pernambuco em 1678, que se encontra hoje nos Arquivos da Universidade de
oimbra, chama-o de Ganazumba - Grande Senhor (em Kimbundu)

Ganga Zumba, que governava a maior das vilas, erro dos Macacos, presidia o
conselho de chefes dos mocambos e era considerado o Rei de Palmares. ÿs
outros 9 assentamentos eram comandados por irmãos, filhos ou sobrinhos de
Gunga Zumba. Zumbi dos Palmares era chefe de uma das comunidades e seu
irmão Andalaquituche comandava outra.

Por volta dos anos de 1670 Ganga Zumba tinha um palácio, três esposas,
guardas, ministros e súditos devotos no "castelo" real chamado "Macaco" em
homenagem ao animal que havia sido morto no local. ÿ complexo do castelo era
formado por 1.500 casas que abrigavam sua família, guardas e oficiais que
faziam parte de nobreza. Ele recebia o respeito de um Monarca e as honras de
um Lorde.

Em 1677, o Quilombo foi atacado por Fernão arrilho, que fez quarenta e sete
prisioneiros, inclusive dois filhos de Ganga Zumba, Zambi e Acaiene, matou outro
filho, Toculo, e feriu Ganga Zumba [Ganga Zumba - wikipedia].
  nasceu em Palmares, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um
missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado
'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e
ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de
aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local
de origem.
Por volta de 1678, o governador da apitania de Pernambuco cansado do longo
conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga
Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos
fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da oroa Portuguesa; a
proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a
liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a
opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.

Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída por Domingos


Jorge Velho e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio
Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez
a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase
dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada,
salgada e levada ao governador Melo e astro. Em Recife, a cabeça foi exposta
em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da
imortalidade de Zumbi. [Zumbi - wikipedia].
Revoltas escravas

Durante a primeira metade do século XIX, os escravos da Bahia ficaram


conhecidos em todo país pelas rebeliões que promoviam. Eles deixavam claro
que não iriam se sujeitar sem luta. Naquele mesmo período a vitória negra em
São Domingos, atual Haiti, deixou os senhores em desassossego. Não podia ser
diferente, pois naquela ilha do aribe uma revolução escrava, iniciada em 1791,
marcou o fim da escravidão e a criação de um país independente.

Em 1807, por exemplo, Salvador foi palco de uma conspiração planejada para o
dia 28 de maio, durante as comemorações de orpus hristi.

A ameaça rebelde na Bahia se repetiu em 1814, 1816, 1822, 1826, 1827, 1828,
1830 e 1835, período em que aconteceram cerca de trinta revoltas, a maioria
delas promovida por escravos haussás e nagôs, estes últimos africanos iorubás.
A mais séria delas aconteceu em 1835. Em janeiro daquele ano a capital foi
surpreendida pela denúncia de que os malês ± como eram conhecidos os nagôs
muçulmanos A chamada    |  registrou-se de 25 a 27 de Janeiro
de 1835 na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia.

Uma história do negro no Brasil / Wlamyra R. de Albuquerque,


Walter Fraga Filho. _Salvador: entro de Estudos Afro-ÿrientais;
Brasília: Fundação ultural Palmares, 2006.
                
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Å † !    "# Extinção do tráfico. onvertido em lei nº 581, de 4 de
setembro de 1850.
Å † $ † , em 28 de setembro de 1871.
Å †%&&'(, de 15 de outubro de 1886, revogou o artigo nº 60 do ódigo riminal de
1830 e a lei nº 4, de 10 de Junho de 1835, na parte em que impõem a pena de açoites,
e determinou que ³ao réu escravo serão impostas as mesmas penas decretadas pelo
ódigo riminal e mais legislação em vigor para outros quaisquer delinqüentes´.
Å †)  #
 † )* +  , 1887.
Å †,  - 13 de maio de 1888.
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†9:;<0=$)†1;)1==>;)?<|0;)
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)
da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948

Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e
consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Artigo II - Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

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>;0%@883- 1A(10;$|2;1A((&

Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação,


demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos
quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições onstitucionais Transitórias.

Art. 1o ÿs procedimentos administrativos para a identificação, o


reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação da propriedade
definitiva das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos
quilombos, de que trata o art. 68 do Ato das Disposições onstitucionais
Transitórias, serão procedidos de acordo com o estabelecido neste Decreto.

Art. 2o
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`PAR` 1o Para os fins deste Decreto, a caracterização dos remanescentes das


comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria
comunidade.
Existem hoje (2006) comunidades quilombolas em pelo menos 24 estados do Brasil:
Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, eará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná,
Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa
atarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Na Bahia, até outubro de 2006, quatro


comunidades contavam com suas terras
tituladas (ou ao menos parcialmente
tituladas) pelo governo federal ou
estadual: Barra, Bananal e Riacho das
Pedras; Parateca e Pau D'Arco; Rio das
Rãs; Mangal e Barro Vermelho

|      2 '78'

á   
        , 1827
Adrien Taunay ( França, 1803- 1828)
 48As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,
que deverá solicitar a delegação ao ongresso Nacional.

§ 1.º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do ongresso


Nacional, os de competência privativa da  mara dos Deputados ou do Senado
Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia
de seus
membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2.º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do


ongresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3.º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo ongresso Nacional,


este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Johann Moritz Rugendas (1802 ²1858)
Johann Moritz Rugendas (1802 ²1858)
Nuba /
Sudaneses
Leni Riefenstahl

Planta do Quilombo Buraco do Tatum Johann Moritz Rugendas (1802 ²1858)


Nuba /
Sudaneses
Leni Riefenstahl

Johann Moritz Rugendas (1802 ²1858)


³ÿs quilombos consistiam de agrupamentos de ex±escravos fugidos de
seus senhores no período colonial do Brasil. Representaram uma das mais
importantes formas de resistência à escravidão. Localizavam-se em regiões
de grande concentração de escravos, em áreas afastadas dos centros de
colonização ou em locais de difícil acesso. Embrenhados nas matas
virgens, os núcleos se transformaram em prósperas aldeias, dedicando-se
à economia de subsistência e às vezes ao comércio.´

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombos

Quilombo foi a denominação para o agrupamento de escravos fugidos no


Brasil. Entretanto, comunidades quilombolas foram uma constante nos
lugares onde houve escravidão.

Na América Espanhola escravocrata, eles recebiam o nome de   


e possuíam características muito próximas ao caso brasileiro.

Já na América inglesa, a denominação para tais ocorrências era


  
1  .                  

onsideram-se comunidades remanescentes de quilombos os grupos étnicos raciais,


segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com formas de
resistência à opressão histórica sofrida.

Já o conceito de comunidades negras tradicionais é mais amplo. São grupos culturalmente


diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de
organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para
sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos,
inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Nele podem ser englobados, por
exemplo, os próprios quilombolas; os terreiros de matriz africana; comunidades negras
rurais que não detêm modo de vida próprio de comunidades quilombolas; povos indígenas,
etc.

* 1       


Decreto nº 6.040/2007 - Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
omunidades Tradicionais.

Decreto nº 4.887/2003 - Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação,


demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que
trata o Art. 68 do Ato das Disposições onstitucionais Transitórias.
A Associação Brasileira de Antropologia (ABA), na tentativa de orientar e
auxiliar a aplicação do Artigo 68 do ADT, divulgou, em 1994, um
documento elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre omunidades Negras
Rurais em que se define o termo ³remanescente de quilombo´:

³ontemporaneamente, portanto, o termo não se refere a resíduos ou


resquícios arqueológicos de ocupação temporal ou de comprovação
biológica. Também não se trata de grupos isolados ou de uma população
estritamente homogênea. Da mesma forma nem sempre foram constituídos
a partir de movimentos insurrecionais ou rebelados, mas, sobretudo,
consistem em grupos que desenvolveram práticas de resistência na
manutenção e reprodução de seus modos de vida característicos num
determinado lugar.´
PÿRTARIA Nº 196, DE 11 DE DEZEMBRÿ DE 2009 - Estabelece as
áreas territoriais de jurisdição das sete representações regionais da
Fundação ultural Palmares.

PÿRTARIA Nº 68, DE 18 DE SETEMBRÿ DE 2009 - Aprova o


Regimento Interno da Fundação ultural Palmares-FP.

PÿRTARIA Nº 37, DE 13 DE ABRIL DE 2009 - Disciplina os


procedimentos para concessão de diárias e passagens, no mbito da
Fundação ultural Palmares.

PÿRTARIA Nº 98, DE 26 DE NÿVEMBRÿ DE 2007 - Institui o


adastro Geral de Remanescentes das omunidades dos Quilombos
da Fundação ultural Palmares, também autodenominadas Terras de
Preto, omunidades Negras, Mocambos, Quilombos, dentre outras
denominações congêneres.
    
   ./  
      

onsideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnicos raciais, segundo
critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais
específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com formas de resistência à
opressão histórica sofrida. Para a emissão da certidão de autodefinição como remanescente dos
quilombos deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

I - A comunidade que não possui associação legalmente constituída deverá apresentar ata de
reunião convocada para específica finalidade de deliberação a respeito da autodefinição, aprovada
pela maioria de seus moradores, acompanhada de lista de presença devidamente assinada;

II - A comunidade que possui associação legalmente constituída deverá apresentar ata da


assembléia convocada para específica finalidade de deliberação a respeito da autodefinição,
aprovada pela maioria absoluta de seus membros, acompanhada de lista de presença devidamente
assinada;

III- Remessa à FP, caso a comunidade os possua, de dados, documentos ou informações, tais
como fotos, reportagens, estudos realizados, entre outros, que atestem a história comum do grupo
ou suas manifestações culturais;

IV - Em qualquer caso, apresentação de relato sintético da trajetória comum do grupo (história da


comunidade);

V - Solicitação ao Presidente da FP de emissão da certidão de autodefinição.

http://www.palmares.gov.br/

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