You are on page 1of 26

CRIMES

MODERNOS
UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
VII SEMINFO – Semana Acadêmica de Informática
6 de maio de 2010
Programa
 I. Os “Crimes” Modernos
 II. A Rede Internet
 III. Perícias Forenses
1. Os “Crimes” Modernos
1.1 Introdução
 Crime: todo fato típico, antijurídico e culpável;
 Fato típico: fato humano indesejado consistente numa
conduta provocadora de um resultado, que se ajusta ao tipo
penal.
 Tipo penal: descrição legal de uma conduta definida como
crime.
 Homicídio simples: “matar alguém”;
 Furto: “Subtrair,
“ para si ou para outrem, coisa alheia
móvel”
 Roubo: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência”
1.1 Introdução
 “Crime”: fato contrário ao Direito, porém que até o
presente não encontra correspondência exata com a
descrição contida na lei.
 Moderno: sentido etimológico e não filosófico.
 “Crimes” Modernos: não se resumem somente à
utilização de computador ou da rede Internet,
havendo outras questões igualmente relevantes a
serem consideradas (telecomunicações, por exemplo).
 Diversos ramos do Direito afetados: penal, civil,
econômico, consumidor, intelectual, industrial etc.
1.1 Introdução
 Ferramentas ou instrumentos tecnológicos:
Telefonia Móvel; TV por Assinatura; Rede Internet;
Transações Bancárias Eletrônicas; Lavagem de
Dinheiro Internacional; Programas de Computador
(Softwares); Áudio, Vídeo e Fotografia Digital;
Documentos Eletrônicos; Cibercafés e Lan Houses.
 Ex. “Crime” de clonagem de telefone celular.
 Ainda não existe tipo legal que contenha a essência comum
dessa espécie punível, mas poderá ser enquadrada como
crime de estelionato (art. 171, do Código Penal).
1.2 Crimes Modernos: o Impacto da
Tecnologia no Direito
 Juruá Editora, 10.2007.
 O Direito, a Modernidade e a
Globalização.
 As ilicitudes mais
comumente praticadas com o
uso de ferramentas ou
instrumentos tecnológicos.
 58 crimes analisados e
discutidos.
 Ampla legislação aplicável.
2. A Rede Internet
2.1 O Correio Eletrônico
 Quebra de Sigilo: proteção constitucional ao
sigilo de dados (art. 5º, XII) e privacidade.
 Direito de propriedade: o sistema de e-mail
pertence à empresa;
 Responsabilidade da empresa pelos atos de seus
colaboradores (art. 932, III do Código Civil);
 Poder de direção do empregador (CLT) e
 Ciência prévia pelo empregado do
monitoramento no contrato de trabalho ou em
documento válido.
2.1 O Correio Eletrônico
 Problemas Jurídicos
 Boatos (hoaxes);
 Spam: envio de mensagens de
cunho comercial não desejadas,
repetitivas e que causam irritação
e possíveis danos ou prejuízos
aos seus destinatários;
 Anexos nas mensagens: vírus,
códigos autoexecutáveis etc.
 Endereço anônimo: para a
execução de fraudes em geral.
2.1 O Correio Eletrônico
 Possibilidades de Crimes
 Induzimento, Auxílio ou Instigação ao Suicídio
(art. 122, CP)
 Violação de Correspondência (art. 151, CP)

 Ameaça (art. 147, CP)

 Divulgação de Segredo
(art. 153, CP)
 Falsa Identidade
(art. 307, CP)
2.2 A World Wide Web (WWW)
 Problemas Jurídicos
 Transferência de arquivos;
 Fóruns e grupos de discussão (e-groups);
 Blogs, Fotologs e Videologs;
 Domínios;
 Concorrência desleal;
 Redes sociais;
 Serviços de armazenamento
on-line;
 Softwares;
 Obras audiovisuais e musicais.
2.2 A World Wide Web (WWW)
 Possibilidades de Crimes
 Violação de Direito Autoral (art. 184, CP)
 Para softwares: art. 12, Lei nº 9.609/98
 Apologia de Crime ou Criminoso (art. 287, CP)
 Ato Obsceno (art. 233, CP)
 Calúnia (art. 138, CP)
 Difamação (art. 139, CP)
 Injúria (art. 140, CP)
 Tráfico de Mulheres
(art. 231, CP)
 Pedofilia (art. 241, ECA)
2.3 Comércio Eletrônico
 “Compra e venda de produtos e bens pela
Internet” (Angelo Volpi Neto)
 Problemas Jurídicos
 Segurança;
 Formas de pagamento;
 Phishing scam.

 Possibilidades de Crimes
 Estelionato (art. 171, CP)
 Descaminho e Contrabando
(art. 334, CP)
3. Perícias Forenses
3.1 Introdução
 Perícia: “é o exame feito em pessoas ou coisas, por
profissional portador de conhecimentos técnicos e com
a finalidade de obter informações capazes de esclarecer
dúvidas quanto a fatos” (Cândido Rangel Dinamarco)
 Vários tipos: contábil, médica, computacional, de
engenharia (avaliações), ambiental etc.
 Perícia forense: “É o processo de utilização do
conhecimento das Técnicas e Metodologias criadas na
Computação Forense, aplicado com o apoio de
ferramental apropriado para obter dados e artefatos e
tendo por objetivo qualificá-los como vestígio,
evidências ou prova no âmbito judicial” (Sandro Melo)
3.2 O Perito e o Assistente Técnico
 Perito
 Nomeado pelo Juiz quando deferir a prova pericial (confiança);
 Não é obrigado a aceitar o encargo;
 Deve ser imparcial;
 Comprovação de sua especialidade na matéria objeto da perícia;
 Elabora o Laudo Pericial;
 Deve ter inscrição no órgão de classe: CREA, CRM,
CORECON etc.
 Remuneração sujeita à aceitação de ambas as partes litigantes;
 Pode ser substituído: quando carecer de conhecimento técnico
ou científico ou deixar de cumprir o encargo no prazo, sem
motivo legítimo.
3.2 O Perito e o Assistente Técnico
 Assistente Técnico
 Indicado pelas partes: em geral são colaboradores de
empresas litigantes;
 É parcial;
 Elabora Parecer;
 Não é comum a sua substituição, mas pode ocorrer;
 Deve ser previamente avisados do local e horário das
diligências determinadas pelo Perito para acompanhamento
dos trabalhos;
 Remuneração acordada exclusivamente com a parte que
assiste, não estando sujeita ao crivo da outra parte ou do
Juiz.
3.3 Quesitos, Proposta de
Honorários e Laudo Pericial
 Quesitos
 Facultativos (não obrigatórios);
 Deverão ser pertinentes e oportunos, sob risco de
indeferimento pelo Juiz;
 Suplementares: esclarecimentos sobre pontos duvidosos e
sem inovação. Os Peritos e Assistentes Técnicos estarão
obrigados a prestar tais esclarecimentos.
 Ex. “Os serviços prestados pela ré à autora se enquadram no
padrão de normas técnicas definido pela ANATEL em seu
Regulamento do Serviço Telefônico Fixo Comutado e pela
Lei 9472/1997?”
 “Em que situação e fase da obra iniciada pela ré as referidas
empresas a assumiram?”
3.3 Quesitos, Proposta de
Honorários e Laudo Pericial
 Proposta de Honorários
 Não há uma “fórmula” para cálculo do valor;
 Pode ser estimada em função do valor do bem (avaliações)
ou pelo número de horas trabalhadas;
 Tabelas não vinculantes: IBAPE – Instituto Brasileiro de
Avaliações e Perícias de Engenharia;
 O pagamento ao Perito é efetuado por quem houver
requerido a perícia (os Assistentes Técnicos são pagos pelas
respectivas partes);
 Valor que pode ser fixado pelo Juiz;
 Possibilidade de parcelamento;
 Assistência Judiciária Gratuita.
3.3 Quesitos, Proposta de
Honorários e Laudo Pericial
 Laudo Pericial
 Não há norma posta (ABNT, por exemplo);
 Na prática: Conteúdo mínimo – a) cabeçalho; b) relato das
diligências e da metodologia empregada; c) transcrição e
resposta aos quesitos formulados pelas partes Requerente e
Requerida, nesta ordem e d) síntese conclusiva dos
trabalhos;
 Respostas não monossilábicas (“sim” ou “não”);
 É vedado ao Perito o juízo de valor (cabe ao Juiz);
 O Laudo poderá conter tabelas, gráficos, fotografias, enfim
tudo o que for necessário para auxiliar o Magistrado;
 A decisão judicial jamais estará vinculada ao Laudo Pericial.
3.4 Diligências
 Vistoria no local (in loco);
 Agendamento de reuniões;
 Ouvir testemunhas;
 Obtenção de informações;
 Busca e apreensão:
Acompanhamento de
Oficial de Justiça (fé
pública) e, caso
necessário, de força
policial;
3.5 Perito Criminal
 Lei nº 12.030/09: dispõe sobre as perícias oficiais de
natureza criminal;
 Art. 2º. No exercício da atividade de perícia oficial
de natureza criminal, é assegurado autonomia técnica,
científica e funcional, exigido concurso público, com
formação acadêmica específica, para o provimento do
cargo de perito oficial.
 Há a possibilidade de, na falta de Perito Oficial, a
perícia criminal ser realizada por particulares
designados pelo Juiz.
3.6 Procedimentos
 Aquisição: fase inicial, deve-se reunir o máximo
possível de elementos para posterior análise;
 Exame de mídias de armazenamento, em computadores
pessoais, servidores etc.
 Vestígio: sinal, resquício de elemento que demanda
investigação;
 Evidência: dado mais apurado e que pode se tornar fato
notório;
 Prova: demonstra ou estabelece a verdade de um fato ou
testemunho.
 Identificação: análise dos dados coletados na diligência;
 Avaliação: análise mais específica;
 Apresentação: elaboração do Laudo Pericial, com
riqueza de detalhes e anexos.
3.7 Ferramentas
 WWW
 Captura integral do conteúdo de sítios: HTTrack
(Windows) e wget ou gwget (GNU/Linux)
www.httrack.com
www.gnu.org/wget
 Integridade dos dados: MD5Sum (hash)
www.md5summer.org
 Domínios nacionais (.br): www.registro.br
 Internacionais: www.internic.net/whois.html,
www.networksolutions.com, www.lacnic.net etc.
 Clonagem: Helix www.e-fense.com/helix
“Os criminosos sempre foram especialistas em
realizar suas condutas nas pontas dos pés. Com
o advento da revolução tecnológica, passaram a
utilizar as pontas dos dedos.”

Pedro A. Zaniolo
pedro@crimesmodernos.com.br
www.crimesmodernos.com.br

You might also like