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1. Que tipo de leitor supõe e requer o texto concretista?

Responda, levando em
consideração o que diz Haroldo de Campos em “Alea I” (O pulo da onça). Escolha um dos
poemas de concretismo (2ª apostila) e examine como o leitor encontra-se aí implícito.
(Limite 25 linhas, vale 3,5 pontos)

2. O concretismo foi criticado por um certo alheamento da realidade. Examine a forma sui
generis do concretismo lidar com o real analisando um texto de sua escolha em “O pulo da
onça”.
(Limite 25 linhas, vale 3,5 pontos)

3. Analise a fusão do verbal e do visual em um poema de sua escolha da “Poesia visual” em


“Poesia de olho vivo”, examinando a dissolução do verbal nas imagens do texto.
(Limite 20 linhas, vale 3,0 pontos)

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1. Como se percebe em “Alea I”, o texto concretista requer um leitor que entenda que
a representação da realidade nesse tipo de texto não está só na mensagem, mas em sua
própria forma visual de escrita. Com isso, acaba se utilizado de forma muito mais
“apresentativa” pelo seu impacto visual. Além do mais, esse tipo de texto convida o leitor a
extrair múltiplos sentidos dele através de sua estrutura semântica.
Tomando como exemplo o texto “anamorfose”, percebe-se que os autores
concretistas baseiam-se em silogismos para induzir ao leitor a idéia do texto, fazendo com
que ele (o leitor) interaja com o texto, tornando-lhe por vezes seu (como autor).
Isso fica claro no fluxo de consciência que passa do leitor lendo (2ª pessoa) para o
leitor como objeto do texto (3ª pessoa) e como parte do próprio texto, como se ele o tivesse
escrito (1ª pessoa). O texto começa te passando uma idéia e parece que, ao final, é você
quem está tirando as conclusões.

2. Através do texto “fragmentos de fragmentos de prosa”, de Ronaldo Azeredo,


percebe-se que o alheamento à realidade é um tanto imotivado (baseando-se na resposta
acima), já que o leitor acaba se integrando (se entregando) ao texto. Além disso, essa crítica
pode se dar pelo fato de que a realidade não é metaforizada e exposta neste tipo de texto.
Ela é metaforicamente construída e desconstruída simultaneamente e por isso não se tem
uma estrutura prévia a ser desvendada no texto.
Nesse texto de Ronaldo Azeredo percebe-se muito claramente a questão acima, pois
o texto é construído com o lançamento de fatos separadamente mas simultaneamente com o
lançamento de metáforas integráveis (e não integradas) ao texto.

3. O poema “Pelé”, de Décio Pignatari, é a consagração de um modelo de poesia sem


palavras, mas com a indução característica do concretismo (mencionada acima). Utilizando
de várias maneiras as formas geométricas da bandeira do Brasil com a atribuição de
significados, formam-se lexemas que podem ser interpretados de vários pontos de vista,
ainda mais se considerando a pertinência e ou não de elementos concentricamente ou não.
As figuras podem ser vistas de dentro-para-fora ou pelo contrário, mas sempre resultam em
complexos críticos que devaneiam e tornam devaneio o olhar de quem interpreta. Isso
mostra que a palavra não é necessidade na poesia.

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