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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
NÚCLEO DE ESTUDOS DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

PROJETO DE EXTENSÃO E CULTURA

EDUCAÇÃO ESCOLAR E RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL

Profª Vilma Aparecida de Pinho

TANGARÁ DA SERRA, MARÇO DE 2005.

NÚCLEO DE ESTUDOS DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE - NEED


ROD. MT 358, KM 07 – JDM AEROPORTO – CEP: 78.300.000 – CX. POSTAL: 287 – TANGARÁ DA SERRA - MT
e-mail: ivanete@unemat.br - hellen@unemat.br - need@unemat.br
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1. IDENTIFICAÇÃO
1.1. Título:
EDUCAÇÃO ESCOLAR E RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL
1.2.Unidade e/ou Departamento:
Núcleo de Estudos de Educação e Diversidade _ NEED
Universidade do Estado de Mato Grosso- Campus Universitário de Tangará da Serra
Rodovia MT 358, Km 07, S/N, Bairro: Jardim Aeroporto, CEP: 78.300-000
C.P: 287 E-mail: tangará@unemat.br Fone/fax: (65) 329-3314/3320
1.3. Proponente:
Vilma Aparecida de Pinho.
Graduação: Licenciatura Plena em Educação Física. Mestrado: Educação – Relações
Raciais no Cotidiano Escolar - UFMT/2003
Equipe:
Geni Conceição Figueiredo
Graduada em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa, Espanhola, Inglesa e
respectivas literaturas. Especialista em Língua Portuguesa. Professora do Departamento
de Letras
Waldinéia Lemes da Cruz Alves
Graduada em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa, Espanhola e respectivas
literaturas. Técnica-docente do CELTS – Centro de Ensino de Línguas de Tangará da
Serra.
Jeovani Lemes de Oliveira
Graduação:Licenciatura Plena em Letras.
Colaboradores: Joyce K. Gonçalves e Adauson José da Silva
Consultora Convidada:
Sandra Maria Rodrigues dos Santos
Sub-Coordenadoria de Negros e Afrodescendentes no NEED
Assessora Pedagógica Municipal
1.4. Número de Bolsistas Previsto:
O projeto a ser desenvolvido não necessitará de bolsistas.
1.5 Área Temática: O projeto tem como área temática a Educação.

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1.6. Período De execução:
O projeto terá início Agosto de 2005 e término em Agosto de 2006 (12 meses).
1.7 Público alvo:
Docentes da rede pública da Educação Básica; Discentes das licenciaturas da
UNEMAT-Campus de Tangará da Serra; Núcleos pedagógicos: Campo Novo dos
Parecis e Sapezal; docentes da UNEMAT-Campus Universitário de Tangará da Serra.
1.8 Produto que será gerado:
Grupos de Trabalho; Encontro de Consciência Negra; Publicação do Diário de Bordo da
Viagem a Mata-Cavalo.

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2. INTRODUÇÃO
Tangará da Serra localiza-se na Região Sudoeste de Mato Grosso a 240 Km da
capital. O município nasceu de um projeto imobiliário da SITA-Sociedade Imobiliária
Tupã na Segunda metade do século XX.
Diferentes movimentos migratórios povoaram a região, antigo território dos
índios Paresí. A implantação de usinas para produção de álcool e açúcar trouxe do
nordeste trabalhadores sazonais,cuja grande parte deles se instalou nos municípios de
Tangará da Serra, Nova Olímpia, Campo Novo do Parecís.
Este quadro de diversidade etno-racial fez com que a UNEMAT propusesse à
Assessoria Pedagógica, responsável no município pela implementação das políticas
educacionais do estado de Mato Grosso e asseguradoras da discussão nas unidades
escolares da rede pública de ensino, este programa de formação continuada dos
professores da rede estadual de educação visando atender não apenas a atual legislação
que assegura o ensino de História e Literaturas Africanas, como também colaborar para
quebra de tabus e preconceitos há muitos estabelecidos em relação ao afro-descendente
e ás suas manifestações histórico-religiosos-culturais.
Para a viabilização do projeto Educação Escolar e Relações Raciais no Brasil,
prevê-se o estabelecimento de parcerias entre a UNEMAT- Campus de Tangará da
Serra e outras instituições e/ou empresas que estejam preocupadas em garantir ao
afrodescendente o exercício pleno de sua cidadania, não em uma perspectiva de
neutralizar ou “esbranquiçar” suas manifestações mais características, mas sim de
vivenciá-las em toda sua plenitude.

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3.OBJETIVOS
3.1. Gerais
Constituir grupos de estudos e trabalhos sobre as manifestações etno-cultural de
afrodescendentes.
3.2. Específicos
• Instrumentalizar os professores de Educação Básica para o cumprimento da
determinação legal que institui a obrigatoriedade do ensino de literatura afro-
brasileira no ensino médio;
• Ampliar no interior da UNEMAT, Campus de Tangará da Serra, a discussão
sobre cultura e história africana;
• Reconhecer e valorizar formas de produção e socialização do conhecimento que
são características dos afrodescendentes no Brasil;
• Discutir a formação de professor a partir de um recorte étnico racial no contexto
dos cursos de Letras e História;
• Estimular, nas escolas públicas a criação de grupos de estudo e pesquisa sobre
temáticas relacionadas à realidade dos afrodescendentes.

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4. JUSTIFICATIVA
A diversidade marca a vida social do Brasil. Diferentes características regionais
e culturais ordenam de maneiras diferenciadas a apreensão do mundo, a organização
social nos grupos e regiões, os modos de relação com a natureza, a vivência religiosa. O
campo e a cidade propiciam às suas populações vivências e respostas culturais diversas,
que implicam ritmos de vida, ensinamentos de valores e formas de solidariedade
distintas. Os processos migratórios colocam em contato grupos sociais com diferenças
de fala, de costumes, de valores, de projetos de vida.
Freqüentemente, porém, esse processo complexo presente na vida brasileira é
ignorado e/ou descaracterizado. Na escola, onde a diversidade está presente diretamente
naqueles que constituem a comunidade, essa presença tem sido ignorada, silenciada ou
minimizada.
A idéia veiculada na escola de um Brasil sem diferenças, formado originalmente
pelas três raças – o índio, o branco e o negro – que se dissolveram, dando origem ao
brasileiro, também tem sido difundida nos livros didáticos, neutralizando as diferenças
culturais e, às vezes, subordinando uma cultura uniforme, depreciando as diversas
contribuições que compuseram e compõem a identidade nacional.
Por outro lado, há um “mito da democracia racial” brasileira. Assim, na
sociedade em geral, discriminações praticadas com base em diferenças ficam ocultas
sob o manto de uma igualdade que não se efetiva, empurrando para uma zona de sombra
a vivência do sofrimento e da exclusão.
Este é o quadro perverso presente nas unidades escolares de forma voluntária ou
involuntária, e trabalhar com os docentes, ação a que este projeto se propõe, poderá
representar a recuperação, de maneira não depreciativa dos conhecimentos dos
afrodescendentes como parte de um processo social de conscientização e afirmação de
identidades e singularidades até então adormecidas sob o manto de uma “democracia
racial”.

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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É impossível compreender a discriminação racial sem recorrer ao contexto
socioeconômico em que acontece e à estrutura autoritária que marca a sociedade. As
produções culturais não ocorrem “fora” de relações de poder: são constituídas e
marcadas por ele, envolvendo um permanente processo de reformulação e resistência.
Ambas: desigualdade social e discriminação articulam-se no que se
convencionou denominar “exclusão social”: impossibilidade de acesso aos bens
materiais e culturais produzidas pela sociedade e de participação na gestão coletiva do
espaço público-pressuposto básico da democracia.
Historicamente, registra-se dificuldade para se lidar com a temática do
preconceito e da discriminação racial/étnica. No âmbito escolar, há manifestações de
racismo, discriminação social e étnica, por parte de professores, de alunos, da equipe
escolar, ainda que de maneira involuntária ou inconsciente. Tais atitudes representam
um desrespeito aos direitos dos professores, alunos e funcionários discriminados,
trazendo consigo obstáculos ao processo educacional pelo sofrimento e constrangimento
a que estas pessoas se vêem expostas.
Embora, tardiamente, conquistou-se, na Constituição de 1988, os seguintes
direitos:
Art. 5º, parágrafo XLII: “A prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
Art. 5º, parágrafo VI e IX: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença...; é livre
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação”.
Estes itens, com teor antidiscriminatório,podem ainda garantir Mecanismos de
proteção e promoção de identidades étnicas, bem como o apoio e o incentivo a
valorização e difusão das manifestações afrodescendentes.
A aplicação e o aperfeiçoamento da legislação vigente são decisivos, porém
insuficientes. A escola tem um papel fundamental a desempenhar no processo de
reconhecimento da problemática social, cultural e étnica existente no país.
Primeiramente, porque é um espaço em que convivem estudantes de diferentes origens,
costumes e crenças religiosas, assim, ao analisar as relações entre eles, valoriza-se a
alteridade como elemento constitutivo do “eu”, propiciando conhecer melhor que somos

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e quem podemos ser. Em segundo lugar, porque as regras de convivência com o
diferente são aí ensinadas. E finalmente, é na escola que os conhecimentos
sistematizados sobre o país e o mundo são apresentados à criança fornecendo subsídios
para debates e discussões sobre questões sociais.

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6. MATERIAIS E MÉTODOS
O projeto se propõe a criação de um grupo composto por docentes de todos os
níveis de ensino e alunos das licenciaturas do Campus Universitário de Tangará da
Serra, em especial a de Letras e História.
A metodologia usada constituir-se-á de palestras, seminários, viagens de campo
e eventos culturais que serão determinados por profissionais integrantes do próprio
grupo.
O material originado e acumulado nas discussões será organizado em forma de
Kit e encaminhado aos participantes do projeto.

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7. RESULTADOS ESPERADOS
A realização do “I Encontro de Afrodescendentes do Médio Norte
Matogrossense e a publicação do Diário de Bordo da Visita ao Quilombo remanescente
de Mata-Cavalo.

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8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
O projeto terá início em Agosto de 2005 e término em Agosto de 2006.
Etapas Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
1.Seleção X
Bibliográfica
2. Formação X X
dos GTS

3.Organização X X
do Material:
Kit Zumbi
4.Evento: X
“Consciência
Negra”
5.Sistematização X
dos resultados
do Evento
6. Discussão nos X
GTS
7.Viagem de X
Campo
8.Sistematização X X
do “Diário de
bordo da
Viagem”
9.Apresentação X
dos resultados
do projeto

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9. ORÇAMENTO
1. DESPESAS DE CUSTEIO
1.1. Pessoa Jurídica Quantidade Custo Unit. (R$) Custo Total(R$)
Publicação: Diário de Bordo 150 10,00 1.500,00
Fotocópias 3000 0,10 300,00
Sub-total 1.800,00
1.2. Material de consumo
Cartuchos tinta color Hp 3420 02 135,00 270,00
Cartuchos tinta preto Hp 3420 01 119,00 119,00
Combustível - Díesel 900,00
Alimentação 848,00
Papel A 4 03 16,00 48,00
Sub-total 2.185,00
Total 3.985,00
2. DESPESAS DE CAPITAL
2.1. Material Permanente Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)
Aquisição de Acervo 29 35,00 1.015,00
Bibliográfico
Sub-total 1.015,00
Total 1.015,00
3. DESPESAS DE CUSTEIO (recursos vinculados à folha de pagamento)
3.1. Professor Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$)
Professores 03 38.950,64 116.851,92
Sub-total 116.851,92
3.2 Técnico Administrativo
Funcionário 01 11.074,77 11.074,77
Sub-total 11.074,77
Total 127.926,69

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4. QUADRO RESUMO DOS CUSTOS E ORIGEM DOS RECURSOS
DESPESAS Origem dos Custo Total (R$)
Recursos
1. DESPESAS DE CUSTEIO FIDPEX 3.985,00
2. DESPESAS DE CAPITAL FIDPEX 1.015,00
3. DESPESAS DE CUSTEIO(folha de pagamento)* UNEMAT 127.926,69
TOTAL GERAL 132.926,69
* professores com 10 horas disponíveis para projeto de extensão. Não há impacto em
folha. Funcionário com 10 horas disponível para projeto liberado pelo chefe imediato.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BASTIDE, R. Estudos Afrobrasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1973.
• BRASIL, Ministério da Educação_Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasília,
2001.
• HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 21 edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
• IANNI, O . Raças e classes sociais no Brasil. 3ª edição. São Paulo: Brasiliense,
1987.
• IBAZEBO, Isimeme. Explorando a África. São Paulo: Ática, 2001.
• MAUCLER, Christian e MORIOT, Henri. As civilizações da África. São Paulo:
Lello e Irmão, 1990.
• MOKHTAR, G. História Geral da África II_ A África antiga. São Paulo: Ática,
UNESCO, 1990.
• OLIVER, Roland. A Experiência Africana: da Pré-história aos Dias Atuais. Rio de
Janeiro: Zahar, 1994.
• SILVA, Alberto da Costa. A Enxada e a Lança à África antes dos Portugueses. São
Paulo: Nova fronteira, 1996.

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