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Jesus é o Centro

"Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si


mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos
tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra" (Efésios 1:9-10).

Asaph Borba com muita propriedade diz do Senhor Jesus em uma de suas canções:
"Tu és a fonte de vida, o centro de todas as coisas". Jesus tem em si a condensação da criação e
a sublimidade dos céus e da provisão de Deus. Foi do agrado do Deus Altíssimo que tudo
convergisse em Cristo e esse mistério nos foi revelado nestes últimos dias. Jesus é a máxima
expressão do amor de Deus, é o Filho Amado que foi dado por nós, para que fôssemos feitos
também filhos de Deus. Jesus é o cordeiro de Deus, é a oferta que o Pai fez e tudo Ele depositou
em Jesus. Reflita bem sobre a obra do Senhor, para que, em tempo algum caiamos nas
armadilhas do mundo que tenta reduzi-lo a mera influência ou personagem histórico. Jesus é
o nosso tudo e sem Ele a nossa existência individual e como Igreja desaparece completamente.
Nada ou ninguém podem interpor-se entre Deus e os homens como que substituindo Jesus,
nada. Sendo atentos assim, poderemos desfrutar de todas as bênçãos espirituais nas regiões
celestiais em Cristo (Efésios 1:3) e nos tornarmos cada vez mais fortes e ativos para o Reino de
Deus.
Recordo ter abordado recentemente um momento da vida de João Batista e o seu
ministério. João foi diligente em seu serviço na preparação do povo bem disposto. Tendo sido
indagado sobre sua identidade protestou não ser ele mesmo o Cristo, mas alguém que viria
antes, adiante dEle como fora profetizado (João 1:19-23). É muito comum nos dias de hoje,
pelos muitos apelos emocionais que ministérios tomam, seja por ignorância, seja por dolo, que
homens comuns acabem ocupando o lugar do Senhor no coração dos crentes, uma lástima!
João insistiu em revelar sua identidade, para que a fé do povo que ele preparou estivesse firme
no intuito de encontrar o verdadeiro Senhor, o noivo a quem se entregaria a noiva (João 3:28-
29). A nossa confiança deve apoiar-se na Rocha que é Cristo e cada ministro, tendo em sua
peregrinação grandes oportunidades de oferecer segurança ao rebanho, como bom
despenseiro da Graça deve apontar para o Cristo, para o Senhor e Salvador das nossas almas.
Por isso João ainda reforça diante dos seus amados discípulos: "Importa que ele cresça e que
eu diminua" (João 3:30). Vejam que não é somente o crescer de Jesus em sua importância no
coração dos discípulos, mas também que João, como mestre amaríssimo diminuísse!
O amor aos que nos socorreram e nos fizeram engatinhar, andar e correr é que nos
faz apegados aos rostos dos pastores da igreja, mas estes são apenas mordomos da graça,
despenseiros que, cuidando de seu próprio asseio e comunhão, procuram comunicar Cristo
aos corações para que Ele brilhe. Reside nessa abnegação um verdadeiro peso de glória e
galardão que lhes será concedido, mas tão somente se mostrarem-se cuidadosos e zelosos de
seu serviço ao Senhor, preparando o rebanho com todos os preparativos que se faz para as
bodas. O cordeiro os receberá assim como todos os demais, porque ministros de Deus são
também ovelhas do Seu aprisco e sujeitos às mesmas paixões que todos os demais. Importa
que Cristo cresça em todos os corações e que tudo o mais diminua. Essa é a única maneira de
preservarmos a integridade de muitos de nossos irmãos, pastores e líderes, dando a eles a
honra que lhes é devida como irmãos, mas nunca os colocarmos na posição de Jesus, a qual
jamais quereriam ocupar.
João estava consciente de sua distinção quando assumiu seu ministério e começou a
ensinar e batizar; sabia que seu envolvimento com todos construiria laços muito fortes, mas
não recuou, pois sabia que o Senhor teria o controle de tudo “Importa que Ele cresça” era o seu
pensamento permanente. Infelizmente para alguns discípulos, o rompimento do cordão
umbilical só se daria pela morte de João, o que de fato ocorreu. Ele, João, entendendo
perfeitamente o propósito do Senhor em sua morte, aceitou sua partida com resignação,
sabendo que os seus amados discípulos estariam enfim em mãos perfeitas, aquelas que não
deixam qualquer alma se perder. Quando João morreu, seus discípulos não se dispersaram,
mas correram para aquele que foi o centro de seu ministério: Jesus!
Ministérios de homens têm seus dias contados pela vida ou integridade de seus
líderes: fere-se o pastor e as ovelhas se dispersam. Nós temos por âncora segura da alma o
próprio Jesus que penetrou no Santo dos Santos e realizou por nós eterna redenção. Este
mesmo Jesus que vive para sempre, para interceder por nós, Ele é o verdadeiro Pastor das
ovelhas, é o verdadeiro Pastor das nossas almas! Ferido foi como cordeiro imaculado, mas
ressurgiu como Leão para guardar o seus. Aleluia! Corramos, pois a Ele, pois somos todos
homens, nada além de pó e é nesta condição que, por misericórdia do Pai, muitos de nós
estaremos oferecendo uns aos outros ombros e rostos.
Amemo-nos uns aos outros como bem o Senhor nos ordenou, mas não teríamos nada
a oferecer se não fosse o próprio Senhor pelo Seu Espírito a ministrar. Portanto, sem sombra
de dúvida, a nossa segurança e garantia de comunhão uns com os outros reside na nossa
busca e comunhão individual com Jesus. Busquemos então avidamente estarmos cada vez
mais próximos do Senhor, fazendo valer em primeiríssimo lugar o nosso amor para com Ele,
num verdadeiro reflexo do seu imenso amor pra conosco, para que jamais se desfaça a
verdadeira e eterna comunhão dos santos. Se todos nós buscamos a Jesus e a Sua comunhão,
quanto mais próximos dEle, mais próximos uns dos outros.
Procurei em todas as oportunidades despertar o coração de todos para o Evangelho
verdadeiro que se expressa ao próximo de forma viva e eficaz, mas nunca deixei de apresentar
o Evangelho das boas novas de Cristo. Sem uma nova vida e um novo coração, não temos o
que oferecer e um mero convívio social não nos fará unidos. Busquemos então um contato
mais verdadeiro com o Senhor pela leitura e meditação e também pela oração, para termos
em nós mesmos as palavras proféticas capazes de curar e salvar, fortalecer e revigora aquele
que nos procura. Apresentemos à alma sequiosa a água viva da fonte que o Senhor fez jorrar
de nós.
Tendo a certeza de que a semente que é Jesus, a Palavra viva, já está florescendo e
frutificando entre muitos e que, não sendo nós o centro, ou pastores das almas (Graças a
Deus!), a unidade da fé, que não depende de palavras de homens, jamais será quebrada. Rogo
ao Senhor que Ele, como centro do nosso amor e do nosso coração, preserve cada um em seu
chamado, em seu estado, a fim de promover o seu riquíssimo amor e graça para com todos os
eleitos de Deus.

"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com
todos vós. Amém" (II Coríntios 13:13).

Valmir Vale
Taubaté, 15 de dezembro de 2008

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