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Margarida de Carvalho Silveira

Engª Elétrica – Hab. Eletrotécnica


Engª de Segurança do Trabalho
Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 1
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

INTRODUÇÃO

1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO

O homem, através da história, vem desenvolvendo métodos para descrever,


medir e correlacionar os fenômenos da natureza. Ao movimento da física associam-se
três quantidades básicas que são: o comprimento, a massa e o tempo. Durante décadas, a
medição dessas unidades tem sido realizada por três sistemas, que são: o centímetro-
grama-segundo (CGS), o metro-kilograma-segundo (MKS) e o sistema inglês de
unidades, tabela 1.
Toda unidade de medida baseia-se em algum padrão aceito internacionalmente,
por exemplo: o segundo foi originalmente definido em termos do dia solar, mas
recentemente foi redefinido em termos da radiação atômica do césio. As unidades CGS
e MKS, têm seus nomes derivados das unidades por eles usadas, conhecidas por sistema
métrico. As unidades inglesas são chamadas de unidades britânicas de engenharia.
Muitas unidades, como aquelas usadas em quantidades elétricas, baseiam-se nas
unidades relacionadas na tabela 1.

Tabela 1 – Unidades Físicas


Sistema de Unidades Comprimento Massa Tempo
CGS centímetro (cm) grama (g) segundo (s)
MKS (MKSA) metro (m) kilograma (kg) segundo (s)
Inglês pé (pé) libra-força (32 lbf) segundo (s)

Em alguns casos é vantajoso ou necessário converter um conjunto de unidades


para outras pelo uso do fator de conversão, que é uma igualdade que relaciona duas
unidades diferentes. A tabela 2 relaciona, alguns desses valores dos fatores de
conversão. E um método para a utilização desses fatores de conversão é a divisão de
ambos os lados da igualdade por um dos lados, de forma a obter uma relação igual a 1.
Por exemplo: 1 pol. = 2,54 cm, então:
1 pol 2,54cm
1 ou 1
2,54cm 1 pol

Tabela 2 – Fatores de conversão mais comuns


1 polegada (pol.) = 2,54 centímetros (cm)
1 metro (m) = 39,37 polegadas (pol.)
1 libra (lb) = 453,6 gramas (g)
1 kilograma (kg) = 2,2046 libras (lb)
1 newtom (N) = 0,224 libra-foraça (lbf)
1 pé-libra-força = 1,3549 joules (J)
1 horse-power (hp*) = 746 watts (W)

OBS: * A unidade horse-power (1 hp = 746 W) não é equivalente a unidade cavalo-


vapor (1 cv = 735 W).

Para fazermos a conversão do hp em watt ou vice-versa, a equação pode se


multiplicada por ambas as relações sem alterar os valores, uma vez que o efeito é de
uma multiplicação por 1. Uma vez escolhida a relação correta, o resultado é o
cancelamento da unidade desejada.
Exemplo 1: Converta 0,577 horse-power (hp) em seu valor equivalente em watt.

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746W
0,577 hp   430W
hp
Por volta de outubro de 1965, o Institute of Electrical and Electronics Engenieers
(IEEE) adotou o Sistema Internacional de Unidades (S) proposto pela 11ª Conferência
Geral de Pesos e Medidas, acontecida na França, em 1960. O Sistema Internacional
inclui como subsistema o sistema MKS para mecânica e o MKSA, englobando a
mecânica, a eletricidade e o magnetismo. As unidades básicas do sistema MKSA são: o
metro, o kilograma, o segundo e o ampère. O ampère será discutido posteriormente.

2 – PREFIXOS DAS UNIDADES DO SISTEMA INTERNACIONAL (SI)

Na maioria dos casos, as quantidades consideradas são muito maiores ou


menores que a unidade básica definida pelo sistema MKSA. Ao invés de alterar a
unidade básica, um prefixo é adicionado definindo um múltiplo ou submúltiplo da
unidade básica. Estes prefixos usados no SI são mostrados na tabela 3.

Tabela 3 – Prefixos do Sistema Internacional (SI)


Prefixo Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada
tera T 1012
giga G 109
mega M 106
kilo K 103
mili m 10-3
micro  10-6
nano n 10-9
pico p 10-12
femto f 10-15
atto a 10-18

EXERCÍCIOS PROPOSTOS:

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1) Escreva cada um dos seguintes valores nas unidades indicadas (utilize


potência de 10 quando necessário).
a) 5.600.000  em megaohms
b) 2,2M  em ohms
c) 0,013k V em volts
d) 20.000 A em ampères
e) 0,25m A em microampères
f) 10.000 V em quilovolts
g) 4.000.000 W em megawatts (MW)
h) 200n s em segundos

2) Escreva cada um dos seguintes números na forma de números decimais.


a) 0,006 x 102
b) 400 / 103
c) (0,5 x 0,03) / 10-2
d) (3,1 x 10-1)(2 x 10-2)
3) Escreva os seguintes números em notação científica, isto é, um número
decimal de 1 a 10 seguido da potência de 10 adequada.
a) 120.000
b) 0,0008 x 103

4) Faça as operações indicadas. Escreva a resposta em notação científica.

a)
3,2  10 2   1,4  10 1 
 2  10 3    4  10 2 
300 4  10 5   10 2 
b)
12  10 2

5) Arredonde os seguintes números até três algarismos significativos.


a) 3,825
b) 3,825
c) 0,004152
d) 2.096
e) 0,001205 x 10-3

6) Faça as operações indicadas. Arredonde as respostas com precisão de três


algarismos.

a)
 8,31  10 0    5,7  10 3 
 2,1  10 1   3,0  10 6 
790 0,0014   0,01
b)
0,000006 500.000

2 – ELETRICIDADE – TEORIA ELETRÔNICA DA MATÉRIA

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2.1 – Introdução

A eletricidade é o fenômeno que está intimamente ligada a nossa vida. Pois é


através dela que possível iluminar, aquecer e refrigerar equipamentos usados tanto nas
instalações prediais, quanto na indústria. Seu uso possibilita, na indústria, elevados
índices de qualidade e produtividade.
A energia é uma das formas de energia mais valiosa, por ser fácil de transportar,
de transformar-se em outro tipo de energia, de realizar trabalho, de iluminar e etc.
Temos algumas fontes de energia elétrica como: carvão de pedra, gás coque,
óleos naturais e recursos hidráulicos.

2.2 – O que é a eletricidade?

A eletricidade não pode ser pesada nem medida materialmente, só pode ser
percebida através do choque no corpo humano, isto é, o choque ocorre quando há o
contato direto com o condutor.
A eletricidade só pode ser medida de forma indireta, através dos efeitos
térmicos, ou das forças magnéticas.

2.3 – Partículas fundamentais da matéria

Matéria é tudo que possui massa e ocupa lugar no espaço. Toda matéria
existente no universo é composta por imensos aglomerados de partículas fundamentais.
Partículas estas que, dependendo de como são aglomeradas, dão origem a uma
infinidade de substâncias que se apresentam com diferentes aspectos com relação a
densidade, cor, cheiro, grau de dureza, maleabilidade, porosidade, consistência, etc.
Por exemplo, a substância água (H2O). Se pegarmos porções cada vez menores
de água, até conseguirmos a menor porção dessa substância, e ainda teremos água, e
teremos chegado à molécula de água. Portanto, molécula a menor porção de uma
substância que ainda conserva as suas propriedades.
Como é impossível efetuarmos a tarefa de dividirmos uma molécula, pois suas
dimensões fogem a nossa percepção devido às suas minúsculas dimensões. Porém,
imaginemos que pudéssemos ir além e que dividíssemos a molécula de água. Neste
momento não teremos mais uma molécula de água, mas sim dois átomos de hidrogênio
e um átomo de oxigênio.

H2O Átomos de hidrogênio


Separação
Átomo de oxigênio
Molécula de água
Assim, concluímos que as moléculas são formadas por átomos, que por sua vez
são as partículas que caracterizam os elementos da natureza. São conhecidos mais de
cem elementos químicos diferentes.
Classificamos a matéria de acordo com os átomos em: composto e elemento.
Nos elementos, temos todos os átomos iguais, por exemplo: alumínio, cobre, carbono,
etc. E, um composto é formado por vários elementos, exemplo: água, madeira, etc.
O átomo (em grego quer dizer indivisível) até há pouco tempo julgava-se
indivisível. No entanto, com o advento da física nuclear, isto se tornou possível.

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Com isso, concluímos que um átomo não é uma partícula única, ele é composto
por outras partículas elementares que são os prótons, elétrons e os nêutrons. Os elétrons
estão dispostos em camadas ao redor do núcleo do átomo, denominadas de K, L, M, N,
O, P e Q., figura 01, e que por sua vez possuem respectivamente: 2, 8, 18, 32, 32, 18, 8
e 2 elétrons e suas camadas. Cada átomo pode ter uma ou mais camadas.

Elétrons

Prótrons

K L M N O P Q

Núcleo

Nêutrons

Órbitas

Fig.01 – Elétrons ao redor do núcleo do átomo

Os elétrons giram ao redor do núcleo, ou centro do átomo. Se aplicarmos energia


suficiente, alguns dos elétrons de valência ou das camadas mais externas abandonarão o
átomo. Estes elétrons são chamados de elétrons de valência ou elétrons livres. O
movimento destes elétrons livres é que produz a corrente elétrica num condutor
metálico.
Quando a eletricidade flui através do condutor, apenas os elétrons se
movimentam. Os átomos permanecem imóveis em seu lugar.
A mesma quantidade de elétrons introduzida no começo de um fio deve sair na
extremidade oposta, figura 02.

Elétron entrando
Elétron saindo

Figura 02 – Elétron introduzido na ponta esquerda sai na ponta direita


A velocidade com que o “empurrão” entre os elétrons se propaga é muito
grande, mas a velocidade dos elétrons, na verdade, é pequena.
O exemplo da figura 02 mostra como um impulso elétrico pode propagar-se
rapidamente, apesar dos elétrons deslocarem-se devagar.

2.4 – Carga elétrica das partículas

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Os prótons e os elétrons possuem propriedades de atração e repulsão. As


propriedades de atração e repulsão entre prótons e elétrons são chamadas de propriedade
elétricas. Prótons com prótons se repelem, elétrons com elétrons também se repelem, e
prótons com elétrons se atraem, figura 03.
F F F F F F

Próton Próton Elétron Elétron Próton Elétron

Figura 03 – Propriedades de atração e repulsão


Para que essas propriedades sejam diferenciadas, convencionou-se que os
prótons apresentam carga elétrica positiva e os elétrons carga elétrica negativa. Os
nêutrons por não apresentares propriedades de atração ou repulsão, diz-se que eles não
apresentam carga elétrica, figura 04.

 Elétron  Próton Nêutron

Figura 04 – Carga elétrica


Concluímos que:

 Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais opostos de atraem.

Em um átomo, normalmente temos número de prótons igual ao número de


elétrons. Neste caso, o átomo apresenta uma carga resultante nula, pois:
 Os elétrons e prótons apresentam mesmo valor de carga elétrica, porém de
sinais contrários.
Sendo assim, dizemos que:
 Quando um átomo possui igual número de prótons e elétrons ele está
eletricamente neutro.
No entanto, nem sempre um átomo está neutro. Quando um átomo perde um ou
mais elétrons, sua carga resultante fica positiva, pois o número de prótons supera o
número de elétrons. Então:
 Quando um átomo apresenta número de prótons maior que o número de
elétrons, dizemos que ele é um íon positivo ou cátion, figura 05.
Exemplo:

Átomo ionizado (cátion)


3 prótons e 2 elétrons

Por05 outro
Figura – Átomolado um (cátion)
ionizado átomo pode também ganhar elétrons e se ionizar
negativamente.

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 Quando um átomo apresenta número de prótons menor que número de


elétrons, dizemos que ele é um íon negativo ou ânion, figura 06.

Átomo ionizado (ânion)


3 prótons e 4 elétrons

Figura 06 – Átomo ionizado (ânion)

3 – FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA

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3.1 – Bateria Química

Uma pilha química voltaica consiste numa combinação de matéria que são
utilizadas para converter energia química em energia elétrica. Uma bateria é constituída
pela ligação de duas ou mais pilhas.
Podemos fazer uma pilha com dois bastões (elétrons) de matérias diferentes,
como carbono e zinco colocados em uma solução condutora (eletrólito), figura 07.

A
 
Eletrodos

Legenda:
Zinco
Zn
Carbono

Eletrólito

Figura 07 – Pilha química

Na figura 07, o zinco vai se dissolvendo, assim como cada átomo de zinco que
vai do eletrodo para o eletrólito, deixa dois elétrons e fica no eletrólito com um íon de
zinco positivo, com falta de dois elétrons. Isso torna o eletrodo de zinco cada vez mais
negativo. Conseqüentemente o íon de zinco no eletrólito atrai elétrons da placa de
carbono tornando este eletrodo cada vez mais positivo, o eletrólito tende a se carregar
positivamente pela presença de íons positivos do zinco, na tentativa de tornar-se neutro
o eletrólito atrai elétrons do carbono para a solução.

Concluindo:
 No eletrodo de zinco ficam cargas negativas;
 No eletrodo de carbono ficam cargas positivas;
 Os eletrodos ficam com potências diferentes;
 É possível notar a presença de uma corrente elétrica através do amperímetro.

3.2 – Gerador

O gerador é uma máquina que usa a indução eletromagnética para produzir uma
tensão por meio da rotação de bobinas de fio estacionárias. A maior parte da energia
consumida no mundo é produzida por geradores, figura 08.

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N SILVEIRA
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Figura 08 - Gerador
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3.3 – Por Aquecimento

Pelo aquecimento do ponto de solda de dois metais diferentes, resulta uma


tensão elétrica (pirômetro), figura 09.

Figura 09 - Aquecimento

3.4 – Pela Luz

Perante a incidência de um facho luminoso sobre uma camada de selênio ou de


telúrio depositada sobre um corpo de ferro, forma-se a diferença de potencial.

3.5 – Por Atrito

Atritando uma haste de vidro com um pedaço de couro, as hastes ficam


eletrizadas, ou seja, os elétrons se acumulam ou são atraídos sobre as mesmas,
(eletricidade estática), figura 10.
+ +
+ +
+ +
+ +
Couro Couro + +
Couro
+ +
+ +
+ +
+ +
+ +
Figura 10 – Por atrito

3.6 – Por Cristais Piezelétricos

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Destacando-se o quartzo, alguns cristais, tem a propriedade de desenvolver


cargas elétricas, quando suas superfícies ficam sob a ação de solicitações mecânicas de
torção ou de compressão, figura 11.

Figura 11 – Cristais Piezelétricos

4 – CONSERVAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA

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A característica principal da energia é a sua conservação. A energia não pode ser


criada nem destruída, só pode ser transformada. Sempre que necessitarmos uma
quantidade de energia para a realização de uma atividade, essa energia deve ser obtida
por meio de transformações, a partir de uma outra forma de energia já existente.
A energia pode assumir diferentes formas como: elétrica química, nuclear,
térmica, luminosa, e cinética. Quando da ocorrência de fenômenos no universo, seja a
fissão de um núcleo atômico, a emissão de luz por uma estrela, a queda de uma pedra na
gravidade terrestre, ou o funcionamento de um motor de carro, alguma transformação de
energia também acontece.

F o n t e s de E n e r g i a

Energia Hidráulica
Energia Térmica Usina Hidrelétrica de Itaipu projeto
Usina Térmica de Figueira - PR binacional Brasil /Paraguai - PR

Energia Solar
Comunidade de Pescadores
Ilha do Mel - PR

Energia Eólica
Usina Eólica de Palmas - PR

Figura 12 – Tipos de Fontes de Energia

Fontes de energia, figura 12, são os materiais ou fenômenos a partir dos quais
podemos obter alguma forma de energia. Com o desenvolvimento da tecnologia, foram
descobertas várias fontes de energia, tais como: petróleo e seus derivados; carvão
vegetal; carvão mineral; lenha; álcool; cursos d’água; átomos de alguns elementos
químicos.
Há poucas décadas foram descobertas novas fontes de energia, tais como: o sol
(pelo uso direto de energia que é emite por ele); os ventos e o gás natural (metano,
CH4).

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4.1 – Eletricidade Estática

Chamamos de eletricidade estática as cargas elétricas em repouso.


Todos os corpos tendem a ficar em equilíbrio elétrico, pois os átomos destes
tendem a manter-se com o mesmo número de prótons e elétrons, figura 13(a), (b) e (c).

  
     
     
     
     
     
    

Figura 13 – Corpos carregados


Corpo eletricamente neutro; b) Corpo com carga elétrica negativa (excesso de elétrons); c)
Corpo com carga elétrica positiva (falta de elétrons).

4.2 – Carga Elétrica

Certos átomos têm a capacidade de doar ou receber elétrons, portanto é possível


fazer uma transferência de elétrons de um átomo para outro. Quando isto acontece,
deixa de existir o equilíbrio entre as cargas elétricas, sendo assim, o corpo pode adquirir
polaridade elétrica positiva (caso tenha doado elétrons), ou polaridade negativa (caso
ganhe elétrons).
A carga elétrica de um próton é chamada de carga elétrica elementar,
representada por e. E seu valo no SI é: e = 1,6x10-19 Coulomb (C).
A carga elétrica de um elétron é negativa, mas em módulo, é igual a carga do
próton: - e = - 1,6x10-19 Coulomb (C).
Os nêutrons têm carga elétrica nula. Mas como num átomo o número de prótons
é igual ao número de elétrons, então a carga total do átomo é nula.

4.3 – Lei de Coulomb

Em 1785, o francês, Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), realizou o


estudo das forças que se manifestam entre as cargas elétricas.
Coulomb considerou duas cargas puntiformes Q1 e Q2, separadas por uma
distância d, figura 14. Diz ainda que, entre elas haverá um par de forças, que poderá ser
de atração ou repulsão, dependendo do sinal das cargas. Porém, em qualquer caso, a
intensidade das forças será dada por:
Q .Q
F  k. 1 2 2
d
onde:
 F   é a intensidade de força, em módulo, e a sua unidade é o N.
 Q1  e Q2  são as cargas elétricas, em módulo, e sua unidade é o
Coulomb (C).
 m2 
 k  é a constante elétrica do meio, e sua unidade é  N .  .
 c2 

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m2
k  9 x10 9 N .
c2
 d  é a distância entre as cargas elétricas, é dada em metros (m).
Q1 Q2

Figura 14 – Cargas Puntiformes

Se mantivermos fixos os valores de cargas e variarmos apenas a distância entre


elas, o gráfico da intensidade de força em função da distância torna-se uma parábola,
figura 15.

4F

Exemplo: Duas cargas puntiformes estãoHipérbole Cúbica


no vácuo e são separadas por uma
F
distância de 4,0 cm. Sabendo que seus valores são Q1 = –6,0x10-6 C e Q2 = 8,0x10-6 C,
determine as características das forças entre elas.
F
Solução: Como as cargas têm sinais opostos, as forças entre elas, são de atração,
e pela Lei da ação4
e reação essas forças têm a mesma intensidade, que é dada pela Lei
d
de Coulomb. 0 d
Q .Q d 2d
Como: F  k . 1 22 2 e k = 9,0x109 (N.m2)/C2
d
Figura 15 – Gráfico: Intensidade de Força em Função da Distância

F  9 x109
 6x106 8x106  

F  27 x10 2 N
 4x102  2
4.4 – Campo Elétrico

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Pela Lei de Coulomb, temos duas cargas puntiformes, que embora estas duas
cargas não se toquem, elas exercem uma força uma sobra a outra, e sempre que uma
carga sofre a ação de uma força sobre a outra, ela é dita como campo elétrico de força
(ou campo elétrico).
Q .Q
F  k. 1 2 2 (Lei de Coulomb)
d
Se uma carga Q2 é levada para o campo de outra carga Q1, uma força é exercida
em Q2 de acordo com a equação da Lei de Coulomb. Porém, se Q2 é relativamente
pequena comparada a Q1, então ela não perturba o campo de Q1, e a intensidade de
campo elétrico no ponto ocupado por Q2 pode ser medida em termos de força exercida
na carga Q2. Então temos, a intensidade de campo defina como sendo a força elétrica
por unidade de carga em um ponto particular do espaço.

E
F  Newtons 
Q  Coulomb

4.5 – Lei das Cargas Elétricas

Cargas elétricas iguais se repelem e cargas opostas se atraem.

  + +

(a) (b)
+ 

(c)

Figura 16- Cargas elétricas:


(a) e (b) Iguais se repelem; (c) Diferentes se atraem

4.6 – Eletrização Por Contato

Ao colocarmos corpos carregados eletricamente com cargas contrárias entre si,


em contato, ou um corpo neutro em contato com um corpo eletricamente carregado,
ocorre uma transferência de cargas negativas, a isto chamamos de Transferência de
Carga por Contato.
Ao colocarmos em contato dois condutores, um eletrizado e outro neutro, a
carga elétrica se espalha pelos dois, porém o contato maior fica com mais quantidade de
carga.
E, quando o condutor neutro é maior, mesmo assim, continua praticamente
neutro, pois os elétrons ficam muitos “diluídos”.

Chamamos de aterramento a ligação feita a terra.

4.7 – Descarga Por Arco Voltaico

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Quando aproximamos dois corpos eletricamente carregados, com cargas


elétricas opostas, os elétrons poderão pular do corpo negativo para o corpo positivo,
mesmo sem que eles se toquem, temos aí a descarga por arco elétrico ou voltaico.

5 – ELETRICIDADE DINÂMICA

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Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

A eletricidade dinâmica é referente ao movimento de cargas elétricas de um


átomo para outro num determinado condutor.

P
r
ót
ons

E
l
ét
ron
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F
i
gur
a17
–Mo
vi
men
t
o d
os
Elé
t
ron
sn
umc
on
du
t
or

5.1 – Grandezas Elétricas

5.1.1 – Tensão Elétrica ou ddp (diferença de potencial)

A diferença de potencial (ddp): É um estado físico em que dois corpos possuem


a tendência de permutar cargas elétricas entre si. Por exemplo, temos um corpo “A”
carregado positivamente e um corpo “B” carregado negativamente, figura 18. Neste
caso o corpo “A” está com falta de elétrons e o corpo “B” com excesso de elétrons.
Assim, pela lei natural do equilíbrio o corpo “B” tende a ceder elétrons para o corpo
“A” até que seja estabelecido o equilíbrio. Dizemos então, que entre os corpos “A” e
“B” existe uma diferença do potencial ou ddp. E para que a ddp seja mantida utilizamos
um mecanismo para repor as cargas que se deslocam mantendo uma corrente fluindo
indefinidamente pelo fio condutor. Este mecanismo é chamado de força eletromotriz
(fem). E Força eletromotriz é uma energia que faz com que a diferença de potencial se
mantenha entre dois corpos ou entre dois pólos.

ddp
+ + + 
+ +   
A B
Figura 18 – Corpos A e B carregados
positivamente e negativamente

Porém, para haver diferença de potencial, não é necessário que as cargas dos
corpos sejam de sinais contrários. Os exemplos abaixo mostram que entre os corpos há
diferença de potencial.

ddp ddp
    + + + +
     + + +
A B A B
(a) O corpo “A” tem a tendência de ceder (b) O corpo “B” tem a tendência de ceder
elétrons para “B” até que ambos fiquem elétrons ao corpo “A” até seu equilíbrio
com a mesma quantidade de cargas satisfatório. (OBS: Só os elétrons podem
se deslocar)

ddp ddp
 + +
 +
A B A B
_____________________________________________________________________________________
(c) O corpo “B” encontra-se neutro. (d) O corpo “B” é que tem a tendência de
MARGARIDA DE CARVALHO SILVEIRA de ceder elétrons para o corpo “A”
Assim, o corpo “A” tem a tendência
ceder elétrons para “B”
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Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

A unidade usada para a diferença de potencial (ddp) e para a força eletromotriz


(fem), no sistema internacional (SI) é o VOLT, representado pela letra “V”. E, a ddp ou
a fem é medida com um instrumento chamado Voltímetro, que é colocado em paralelo
com o dispositivo que se quer fazer a medição.
A soma das diferenças de potencial de todas as cargas é conhecida como força
eletromotriz (f.e.m.).
 E  V R

Para medirmos a tensão elétrica utilizamos um aparelho denominado voltímetro.

Símbolo do voltímetro: V

Figura 19 – Símbolo de Voltímetro

A tensão deve ser medida colocando-se o voltímetro ligado em paralelo com a


carga.

U V

Figura 20 – Ligação do Voltímetro

Unidades de Medidas – Padrões de Tensão:  1 Megavolt = 1x106 V = 1 MV


 1 Quilovolt = 1x103 V = 1 KV
 1 Volt = 1x100 V = 1V
 1 Milivolt = 1x10-3 V = 1 mV
 1 Microvolt = 1x10-6 V = 1 V

Voltagens mais comuns utilizadas:  Residencial -----110 V e 220 V


 Industrial -------110 V, 220 V, 380 V, etc
 Pilha ------------1,25 V e 1,5V
 Bateria ----------3 V, 9 V e 12 V

5.1.2 – Corrente Elétrica

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MARGARIDA DE CARVALHO SILVEIRA
Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 18
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

Em um condutor qualquer, os elétrons livres executam uma série de movimentos


desordenados estimulados por minúsculas quantidades de energia fornecidas pela luz,
por radiação ou pela temperatura ambiente.
Se este condutor for utilizado para fazer uma conexão entre dois corpos com
diferença de potencial, então o movimento dos elétrons passará a ser ordenado. Isto
ocorrerá porque o corpo carregado negativamente irá ceder elétrons ao corpo carregado
positivamente, através do fio condutor. Daí surge a corrente elétrica, portanto:
“Corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas elétricas num condutor, sujeito a
uma ddp”.
A unidade de corrente é o ampère (A).

(a)
(b)
Figura 21 – Surgimento da Corrente Elétrica no condutor
Movimento desordenado dos elétrons no condutor;
b) Movimento ordenado dos elétrons no condutor.

Antigamente, quando o conhecimento acerca da estrutura atômica da matéria era


pouco, não era conhecido o sentido da corrente elétrica. Foi então que, convencionou-se
um sentido para ela. E nessa convenção, admitia-se que o fluxo de cargas elétricas
processava-se do pólo positivo para o pólo negativo, surgindo daí o sentido
convencional de corrente. Porém, nos metais como a corrente elétrica é devido ao
deslocamento ordenado dos elétrons, o sentido convencional era errado. No entanto, nas
soluções iônicas e nos semicondutores utilizados nos componentes eletrônicos, a
corrente não é constituída apenas por deslocamento de elétrons, é também devido ao
deslocamento de cargas positivas, portanto nesses casos o sentido convencional está
correto. O sentido da corrente nos metais é chamado de sentido eletrônico (do pólo
negativo para o pólo positivo).

A corrente elétrica é avaliada por uma grandeza chamada intensidade de


corrente, cuja sua unidade é o C / s, também conhecida como ampère (A).
Intensidade de Corrente Elétrica é a razão entre a quantidade de cargas que passa
numa seção transversal e o respectivo tempo gasto para fazê-lo.
Q
I onde: I = intensidade de corrente, em Ampère (A)
t
Q = Quantidade de cargas elétricas, em Coulomb(C)
t = Intervalo de tempo, em segundos (s)

Símbolo do Amperímetro:
A
Figura 22 – Simbologia de Amperímetro
A medição da corrente é feita utilizando-se o aparelho denominado amperímetro.
Este deve ser instalado em série com a carga a qual se quer medir o valor da corrente.

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 19
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

I
A
+

U

Figura 23 – Ligação do Amperímetro

Unidades de Medidas – Padrões de Corrente Elétrica:


 1 Quiloampèr = 1x103 A = 1 KA
 1 Ampèr = 1x100 A = 1 A
 1Miliampèr = 1x10-3 A = 1 mA
 1 Microampèr = 1x10-6 A = 1ª

5.1.3 – Intensidade de Corrente Elétrica:

É a razão entre a quantidade de cargas que passa numa seção transversal e o


respectivo tempo gasto para fazê-lo.
I
Q
I
t

onde: I = Intensidade de corrente (A)


Q = Quantidade de cargas elétricas,
em Coulomb (C)
t = Intervalo de tempo, em segundos (s). Seção transversal

Exemplo: Em um condutor, a quantidade de cargas que passam por uma seção


transversal em 30 segundos é igual a 150 C. Qual é a sua intensidade de corrente
elétrica?
Solução:
Q 150
I  I   I  5A
t 30

5.1.4 – Densidade de Corrente:

É a relação entre a intensidade de corrente e a área da seção transversal do


condutor.
Ao pegarmos dois condutores de diferentes diâmetros, e seções, e fizermos que
por estes condutores seja percorrida uma intensidade de corrente, temos a certeza que o
número de cargas elétricas que circularão nesses condutores é o mesmo. Porém, o
condutor de menor seção ficará com cargas mais concentradas. Então, dizemos que a
densidade de corrente elétrica no condutor de menor seção é maior que a do condutor de
maior seção.
I
d
S

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 20
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

onde: d = Densidade de corrente elétrica (A/mm2)


I = Intensidade de corrente elétrica (A)
S = Área da seção transversal do condutor (mm2)

5.1.4 – Conceitos de Resistência Elétrica

Cada material possui uma resistência própria, que é chamada de resistência


específica. Esta resistência está associada ao número de elétrons na camada de valência.
E, podemos dizer que, quanto maior o número de elétrons de valência, maior é a
dificuldade de obtermos portadores de cargas (elétrons livres), portanto maior é a
resistência (menor condução de corrente). Os materiais classificam-se quanto a
resistência em: condutores, isolantes, supercondutores e semicondutores.
a) Condutores: São os materiais que apresentam até 3 (três) elétrons de
valência e apresentam muitos elétrons livres à temperatura ambiente,
portanto possuem baixa resistência elétrica.
b) Isolantes: São os materiais que apresentam muitos elétrons de valência, com
esta camada praticamente completa e estável. Assim, apresentam poucos
elétrons livres à temperatura ambiente, portanto possuem alta resistência
elétrica.
c) Supercondutores: São aqueles materiais que, sob determinadas condições
como baixas temperaturas apresentam resistência elétrica nula. Estes
materiais têm a grande vantagem de não apresentarem perdas térmicas na
condução de corrente elétrica. Em 1911, o físico holandês Kammerlingh
Onnes, apresentou pela primeira vez o fenômeno da supercondutividade. Ele
utilizou o mercúrio resfriado até a temperatura do gás Hélio líquido, ou seja,
alguns graus acima do zero absoluto (-273,15 °C). O físico suíço Karl
Alexander Muller obteve a supercondutividade utilizando uma cerâmica com
óxido de cobre a uma temperatura mais alta, 35 K (Kelvin),
aproximadamente -238 °C. Atualmente, a supercondutividade tem sido
muito pesquisada, e já temos notícia de obter o fenômeno em cerâmicas a
temperatura de 123 K (-150 °C).
d) Semicondutores: São aqueles materiais como: o Silício, o Germânio, o
Arseneto de Gálio, entre outros, que possuem a característica de
apresentarem alta resistência sob determinadas condições e baixa resistência
em outras condições. E, as propriedades desses cristais são utilizadas para a
fabricação de componentes eletrônicos como: diodos, transistores, circuitos
integrados e os microprocessadores.

É IMPORTANTE LEMBRAR: NÃO EXISTE NEM ISOLANTE IDEAL E


NEM CONDUTOR IDEAL EM TEMPERATURA AMBIENTE.

5.1.4.1 – Resistência Elétrica: É a oposição que um condutor oferece à


passagem da corrente elétrica, isto é, oposição exercida pelos elementos do condutor.
Também podemos dizer que, resistência elétrica é o quociente entre a diferença de
potencial e a corrente elétrica em um condutor. Sua unidade é o ohm ().
R R
Simbologia de Resistência Elétrica: ou

Figura 24 – Simbologia de Resistência Elétrica

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 21
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

Medição da Resistência Elétrica: A medição da resistência elétrica é feita através


do instrumento chamado ohmímetro, este instrumento deve ser ligado ao circuito em
série com a carga, observando-se que o circuito deve estar desenergizado.

Unidades de Medida – Padrões de Resistência Elétrica


 1 Gigaohm = 1x109  = 1G
 1 Megaohm = 1x106  = 1 M
 1 Quilohm = 1x103  = 1 K
 1 Ohm = 1x100  = 1 

Observação: As resistências na ordem de Megaohm (M) e Gigaohm (G), são


consideradas resistências de isolação.

5.1.4.2 – Resistência Elétrica (Pela Lei de Ohm): É a razão entre a diferença


de potencial e a corrente elétrica que passa por um condutor.

Fonte de I
fem E
Regulável

E
R
I
onde: R = Resistência elétrica ()
E = Tensão elétrica, ou seja, diferença de potencial (V)
I = Corrente elétrica (A)
A resistência elétrica de um material depende basicamente de quatro fatores, que
são: comprimento do fio, da área da seção transversal do fio, do tipo de material
(resistência específica do material) e da temperatura.
l
R
S
onde: R = resistência elétrica do material ()
 = resistividade ou resistência específica (constante do material) ()
l = comprimento do material (m)
S = área da seção transversal (m2)

Tabela de Resistividade dos Materiais

Material Resistividade ()


Cobre 1,7 x 10-8
Alumínio 2,9 x 10-8
Prata 1,6 x 10-8
Mercúrio 98 x 10-8
Platina 11 x 10 -8
Ferro 10 x 10-8
Tungstênio 5,6 x 10-8
Constantan 50 x 10-8
Níquel-cromo 110 x 10-8

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 22
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

Niquelina 30 x 10-8
Carbono 6000 x 10-8
Zinco 6 x 10-8
Aço 13 x 10-8
Níquel 10 x 10-8

OBS.: Os valores desta tabela são valores aproximados, pois a sua precisão
depende da composição exata do material.

Classificação dos materiais quanto à resistência

5.1.5 – Potência Elétrica

Para melhor entender este conceito, considere o circuito de uma lâmpada ligada
a um gerador, figura 25, submetida a uma diferença de potencial V, suposta constante, e
sendo percorrida por uma corrente elétrica de intensidade i. Durante um intervalo de
tempo t, essa lâmpada recebe uma quantidade de energia elétrica E, equivalente à
energia potencial elétrica perdida por uma carga q que passou por ela. A potência
recebida pela lâmpada é dada pela seguinte equação:
V
P
t

No SI, a energia é medida em J (joule) e o intervalo de tempo em s (segundos).


Sendo assim, a potência é medida na unidade J/s, denominada watt (W). Em mecânica,
1 W = 1 J/s. q i
A
+

L
V

q i

B
Figura 25 – Circuito de uma lâmpada ligada a um gerador
Agora busquemos uma equação que relacione potência, diferença de potencial e
intensidade de corrente. Para isso, observemos a figura 25. Temos que a energia
recebida pela lâmpada no intervalo de tempo t é a diferença entre a energia potencial
  
elétrica que a carga q tem em A E p A e a que ela tem em B E p B : 
E  E p A  E pB

Como E p  q  v , temos que: E  q  v A  q  v B  q   v A  v B  , e sendo q e


 v A  v B  quantidades negativas, o produto delas é positivo. Então podemos escrever a
seguinte equação: E  q  v A  v B
Sendo representado por V o módulo da diferença de potencial entre os pontos A
e B, a energia E pode ser escrita como: E  q  V .
E q
Agora lembrando que: P  e i , temos a seguinte equação:
t t

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 23
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

E q V
P  V i então: P V i
t t

Portanto, obtivemos a expressão desejada, que relaciona potência elétrica (P),


tensão (V) e a corrente elétrica (I). A unidade de potência elétrica é o Watt (W).

Medição da Potência Elétrica: O instrumento a ser utilizado para medir a


potência elétrica é o Wattímetro, que deve ser ligado em série e em paralelo com a carga
a que se quer mediar a potência.
W
Simbologia do Wattímetro:

W Figura 26 – Simbologia do Wattímetro


+

U

Figura 27 – Ligação do Wattímetro

Unidades de Medida – Padrões de Potência Elétrica


 1 Megawatt = 1x106 W = 1MW
 1 Quilowatt = 1x103 W = 1KW
 1 Watt = 1W
 1 Miliwatt = 1x10-3 W = 1mW

5.1.5 – Freqüência Elétrica

Quase toda energia elétrica que consumimos é sob a forma de corrente alternada.
E, chamamos de corrente alternada porque o seu sentido muda periodicamente, ora flui
numa direção, ora em outra. O número de inversões, ou seja, número de ciclos por
segundo é chamado de freqüência elétrica. A freqüência elétrica é representada pela
letra “f” e a sua unidade é o Hertz (Hz). No Brasil, a freqüência elétrica muda 60 ciclos
por segundo, que é igual a 60 Hz.
O intervalo de tempo para que um ciclo se complete é denominado de “período”.

Medição da Freqüência Elétrica: O instrumento utilizado para medir a


freqüência é o freqüencímetro, que deve ser ligado em paralelo com o circuito, o qual se
quer fazer a medição.

Simbologia do Freqüencímetro: F

Figura 27 – Simbologia do Freqüencímetro


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Unidades de Medida – Padrões de Freqüência


 1 Megahertz = 1x106 Hz = 1 MHz
 1 Quilohertz = 1x103 Hz = 1 KHz
 1 Hertz = 1 Hz

3 – CORRENTE ELÉTRICA

3.1 – Introdução

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 25
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

Neste capítulo, estudaremos situações em que os portadores de cargas elétricas


se movem num sentido preferencial. Dizemos então, que os condutores dão percorridos
por correntes elétricas.
A Eletrodinâmica refere-se ao estudo das correntes elétricas, suas causas e os
fenômenos que produzem no trajeto por onde passam os portadores de cargas elétricas
livres.
Na atualidade, a corrente elétrica tem uma importância fundamental, pois está
presente nos sistemas de iluminação residenciais e urbanos, nos eletrodomésticos em
geral, nas indústrias, nos aparelhos de comunicações, nos veículos de transportes etc.
Sua importância é tal que, é só imaginar o caos que ocorreria se todas as fontes
de energia elétrica parassem de funcionar e, não pudéssemos mais gerar correntes
elétricas.
Porém, as correntes elétricas podem causar desagradáveis surpresas, como por
exemplo, o choque elétrico, que nada mais é do que efeitos produzidos por correntes
elétricas em alguma região do nosso corpo, ou no caso da ocorrência de correntes
excessivas eventuais, que danificam os eletrodomésticos.
Encontramos alguns conceitos de corrente elétrica, como por exemplo:
1) Corrente elétrica: é o movimento ordenado, isto é, o movimento com
direção e sentido preferenciais, de portadores de cargas elétricas.
2) Corrente elétrica: é o movimento ordenado de cargas elétricas.
3) Corrente elétrica: é o fluxo ordenado de partículas portadoras de cargas
elétricas.
Segundo André-Marie Ampère (1775-1836), podemos dizer que:
1) Corrente elétrica: é um movimento ordenado de cargas elementares.
2) Corrente elétrica: pode ser um simples jato de partículas no vácuo, como
acontece num cinescópio de TV, em que um feixe de elétrons é lançado
contra a tela.
Porém, na maioria dos casos a corrente elétrica não ocorre no vácuo e sim no
interior de um condutor. Portanto, se aplicarmos uma diferença de potencial no fio
condutor, surge nele uma corrente elétrica formada pelo movimento ordenado de
elétrons.
Não podemos dizer que todo movimento de cargas elétricas seja uma corrente
elétrica. Pois, no fio condutor mesmo antes de aplicarmos a diferença de potencial, já
existe um movimento de cargas elétricas. Todos os elétrons livres estão em movimento
devido à agitação térmica. No entanto, esse movimento é caótico e não há corrente
elétrica.
Ao aplicarmos a diferença de potencial, esse movimento caótico continua a
existir, mas a ele se sobrepõe um movimento ordenado, de tal forma que, os elétrons
livres do fio passam a se deslocar ao longo do fio, É assim que se forma corrente
elétrica.
Portanto, segundo André-Marie Ampère, o conceito correto de corrente elétrica
é o apresentado no item “3”.
3) Corrente elétrica, é o movimento ordenado dos elétrons dentro de um fio
condutor, desde que seja aplicada uma diferença de potencial nos terminais
deste fio condutor.

3.2 – Corrente Contínua

Corrente Contínua (CC ou DC, em inglês, quer dizer direct current), é conhecida
como corrente elétrica ou corrente galvânica, que é o fluxo constante e ordenado de

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 26
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

elétrons sempre numa mesma direção, como mostra a figura 01. Este tipo de corrente é
gerado por baterias grandes (6, 12 ou 24V), pequenas baterias (geralmente 9V), pilhas
(1,2 e 1,5V), dínamos, células solares e fontes de alimentação de várias tecnologias, que
retificam a corrente alternada para produzir corrente contínua. Normalmente a corrente
contínua é utilizada para alimentar aparelhos eletrônicos, entre 1,2V e 2,4V, e os
circuitos digitais de equipamentos de informática como: computadores, modens, hubs e
etc.
O circuito de corrente contínua possui um pólo negativo e outro positivo, quer
dizer, é polarizado, e cuja intensidade de corrente é mantida. Dizemos que, a
intensidade de corrente cresce no início até um ponto máximo, mantendo-se contínua,
ou seja, não se altera. E, quando desligada, diminui até zero e extingue-se.
Bateria
INCLUDEPICTURE "http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8f/Current_rectification_diagram.png/22

Metade da Onda Retificada


Onda Completa Retificada


Figura 01 - Formas de Onda da Corrente Contínua

 Bateria: Dispositivo que armazena energia química tornando-a


disponível na forma de energia elétrica. Também constituem de
dispositivos eletroquímicos tais como uma ou mais células galvânica,
células combustíveis ou células de fluxos.
 Pilha, célula galvânica, pilha galvânica ou pilha voltaica: É um
dispositivo que utiliza reações de óxido-redução para converter
energia química em energia elétrica. A reação química utilizada será
sempre espontânea.
Nas pilhas, temos dois eletrodos que são constituídos geralmente de
metais diferentes, que fornecem a na qual ocorrem as reações de
oxidação e redução. Estes eletrodos são colocados em dois
compartimentos separados, imersos por sua vez em um meio
contendo íons em concentrações conhecidas e separadas por uma plca
ou membrana porosa, podendo ser composta por argila não-
vitrificada, porcelana ou outros materiais. A duas metades desta
célula eletro-química são chamadas de compartimentos e têm por

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Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

finalidade separar os dois reagentes participantes da reação de óxido-


redução, do contrário, os elétrons seriam transferidos diretamente do
agente redutor para o agente oxidante. Finalmente, os dois eletrodos
são conectados por um circuito elétrico localizados fora da célula,
recebendo a denominação de circuito externo, garantindo o fluxo de
elétrons entre os eletrodos.

Não devemos confundir pilhas com baterias. As pilhas são dispositivos que
apenas convertem energia química em elétrica, enquanto que as baterias fazem a
interconversão entre energia química e elétrica.
 Dínamo: É um aparelho que gera corrente contínua convertendo
energia mecânica em elétrica, através da indução eletromagnética. O
dínamo é constituido por um ímã e uma bobina. A energia mecânica,
por exemplo de um rio, faz girar um eixo ao qual se encontra o ímã,
fazendo alternar os pólos norte e sul na bobina, e por indução geram
uma energia elétrica. O contrário, a bobina no eixo, também é
possível.
As polaridades são invertidas a cada 180° de rotação para que o
dínamo gere uma corrente contínua, ao contrário dos alternadores que
transformam energia de movimento em energa elétrica alternada, ou
seja, que possuem pausas, mas são tão rápidas que nada se percebe.
 Células fotoelétricas ou fotovoltáicas: São dispositivos capazes de
transformar a energia luminosa, proveniente do sol ou de outra fonte
de luz em energia elétrica. A célua fotoelétrica pode funcionar como
geradora de energia elétrica a partir da luz, ou como um sensor capaz
de medir a intensidade luminosa.
Ao conjunto de células fotoelétricas chamamos de Placa
Fotovoltaica, cujo uso hoje á bastante comum em lugares afastados
da rede elétrica convencional. Existem placas de várias potências e
tesões diferentes para os mais diversos usos. Em residências rurais,
algumas empresas concessionárias de distribuição usam placas de
75W de pico e 12V para guardar energia em baterias de 100Ah. Este
sistema fotovoltaico gera energia suficiente para iluminar uma
residência com 3 lâmpadas de 9W e uma tomada para rádio ou TV de
6”. Célula fotoelétrica, também é um termo usado para componentes
eletrônicos capazes de medir intensidade luminosa, transformando-a
em corrente elétrica proporcional. Nesta categoria, inclui-se os
fotodiodos, fototransistores, LDRs (resistores dependentes de luz, à
base de sulfeto de cádmio), fotocélulas de selênio, etc. Uma aplicação
típica deste sensores de luz é em fotômetros, usados para medir a
iluminação de uma cena a ser fotografada.

Células Solares: São as células geradoras de energia que aporveitam


principalmente a luz solar para gerar energia elétrica. Atualmente, as
células solares comerciais ainda apresentam baixa eficiência de
conversão, da ordem de 16%. Existem células fotovoltaicas com
eficiência de até 28%, fabricadas em arsenieto de gálio, mas seu alto
custo limita a produção dessas células solares para o uso da indústria
espacial.

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 28
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A energia gerada através de células solares é considerada uma forma


de energia limpa, por não gerar nehum tipo de resíduo, sendo alvo de
estudos nos diverso institutos de pesquisa do mundo. A luz solar
produz até 1.000 Watts de energia por metro quadrado (1.000 W/m 2),
o que representa um enorme potencial energético.
 Fonte de Alimentação: É um aparelho ou dispositivo eletrônico
constituído por 4 blocos de componentes eletrônicas, que são: um
transformador de força, um circuito retificador, um filtro capacitivo
e/ou indutivo e um regulador de tensão.
Uma fonte de alimentação é usada para transformar a energia elétrica
sob a forma de corrente alternada (CA) da rede em uma energia
elétrica de corrente contínua (CC), mais adequada para limentar
cargas que precisam de energia em corrente contínua.
Numa fonte de alimentação do tipos liear, a tensão alternada da rede
elétrica é aumentada ou reduzida por um transformador, retificada
por diodos ou pontes de diodos retificadores para que somente os
ciclos positivos ou os negativos possam ser usados, e a seguir são
filtrados para reduzir o ripple (ondulação) e finalmente regulados
pelo circuito regulador de tensão.
 Retificação: É o processo de conversão de corrente alternada em
corrente contínua, usando diodos ou válvulas eletrônicas e filtragem,
mediante uso de condensadores eletrolíticos. A retificação pode ser
de meia onda (um diodo) ou de onda completa (2 ou 4 diodos), sendo
que o sistema de 4 diodos chamamos de ponte retificadora.

3.3 – Corrente Alternada

Um pouco da história do surgimento da corrente alternada. A corrente alternada


surgiu quando J. Westinghouse contratou Nikola Tesla para construir uma linha de
transmissão entre Niágara e Búfalo. Thomas Edison fez o possível para desacreditar
Nikola Tesla, mas o sistema polifásico de Tesla foi adotado. Tesla provou que a
corrente alternada é a forma mais eficaz de se transmitir uma corrente elétrica por
longas distâncias, pois nela os elétrons invertem o seu sentido várias vezes por segundo.
Na primeira metade do século XX havia sistemas de corrente alternada de 25 Hz
no Canadá (em Ontário) e no norte dos EUA. Em alguns casos destes sistemas
perduram até hoje por conveniência das fábricas industriais que não tinham interesse em
trocar o equipamento para que operasse a 60 Hz, por exemplo nas quedas de Niágara.
As baixas freqüências facilitam a construção de motores de baixa rotação.
Também existe sistemas de 16,67 Hz em ferrovias da Europa, na Suíça e Suécia.
Na indústria têxtil, aviões, navios, espaçonaves e em grandes computadores são
usados sistemas AC de 400Hz.
Temos no Brasil uma variação na freqüência da rede elétrica de 60 Hz. Na
América do Sul os países que também utilizam a freqüência de 60 Hz são: Equador,
Peru, Venezuela e Colômbia. Nos outros países como a Argentina, Bolívia, Chile e o
Paraguai, a freqüência é de 50 Hz, bem como na Europa.
A corrente alternada, figura 02, foi adotada para transmissão de energia elétrica a
longas distâncias devido à relativa facilidade que esta apresenta para ter o valor de sua
tensão alternada por intermédio de transformadores. No entanto as primeiras
experiências foram feitas em corrente contínua (CC ou DC, em inglês, quer dizer direc
current).

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 29
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

INCLUDEPICTURE "http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/02/Simple_sine_wave.svg/250px-Simple

Figura 02 – Forma de Onda da Corrente Alternada

Corrente Alternada (CA ou AC, em inglês, quer dizer, alternating current), é


uma corrente elétrica cuja magnintude e direção da corrente varia periódicamente, ao
contrário da corrente contínua cuja direção permanece constante e que possui pólos
positivo e negativo definidos. A forma de onda usual em um circuito de potência CA é
senoidal, por ser a forma de transmissão de energia mais eficiente. Entretanto, em certas
aplicações, diferentes formas de ondas são utilizadas, tais como: triangular ou ondas
quadradas, conforme figura 03.
a) Forma de Onda
O objetivo
e, i de estudarmos a corrente alternada é muito importante, devido ao fato
Quadrada
de que o consumo de quase toda a corrente elétrica que consumimos é da forma
alternada, e para melhor entendermos estudaremos à princípio o funcionamento do
gerador elementar.
Dá-se o nome de forma de onda, a representação gráfica t da geração alternada.
Esta forma de onda mostra as variações de correntes ou tensões no tempo, conforme
figura 03.
As tensões e correntes que são utilizadas nos prédios residenciais, industriais e
comerciais é do tipo alternadab)senoidal.
Forma de Onda Dente de
A corrente alternada éSerra
utilizada pelas inúmeras vantagens que ela oferece em
relação à corrente
e, i contínua, como:
 Facilidade de geração em larga escala;
 Baixa perda na transmissão para altas potências;
 Geradores de alta capacidade; t
 Facilidade de transformação de níveis de tensão e corrente, e;
 As máquinas de CA são mais econômicas (mais baratas, manutenção
menos freqüente, e menor tamanho).
c) Forma de Onda
Senoidal
e, i

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MARGARIDA DE CARVALHO SILVEIRA

Figura 03 – Formas de ondas de Corrente e Tensão.


a) Forma de Onda Quadrada; b) Forma de Onda Dente de Serra; c) Forma de Onda Senoidal.
Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 30
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

3.4 – Gerador Elementar

O funcinamento do gerador elementar é do tipo de fonte fem, que gera corrente


alternada. Dizemos gerador elementar por ser um modelo simplificado dos grandes
geradores. Portanto, o funcionamento é o mesmo dos grandes geradore encontrados nas
grandes usinas.
Na figura 04, vemos uma espira entre os pólos de um ímã. Se esta espira efetuar
um movimento de rotação no interior do campo magnético onde está imersa, certamente
ficará sujeita a uma variação de fluxo magnético. Pela Lei de Faraday, sabe-se que se
houver uma variação do flçuxo em um condutor, nele será induzida uma fem. Portanto,
a espira girando dentro do campo magnético terá em seus terminais uma fem induzida.
Estudemos agora, detalhadamente, como se gera uma corrente alternada, através
desse processo. Observemos o gerador de frente e em corte, conforme figura 05 (a) e
(b).

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Figura 04 – Gerador Elementar de C.A. simples


Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 31
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

Seccionando o gerador, vemos os pólos N – S e a espira, onde o traço horizontal


representa a parte de trás da espira, e os dois círculos ao lado representam as seções transversais
dos condutores que formam a espira vista de frente, figura 05 (a).
Para relacionarmos as grandezas envolvidas, consideremos a espira na seguinte posição,
figura 05 (b).

a) Gerador Elementar – em corte visto a) Grandezas envolvidas na


de frente espira
Figura 05 – a) Gerador Elementar em corte visto de frente;
b) Grandezas envolvidas na espira.

A espira que gira com velocidade tangencial v (m/s), imersa num campo
magnético onde a indução é B.
O ângulo , é o ângulo formado entre o vetor velocidade tangencial v e o vetor
indução B. E a espira possui um comprimento l (m).
A Lei de Faraday para um condutor que corta um campo magnético é dada pela
equação 3.1, e mostrada na figura 06.

e  Blvt Eq. 3.1

onde:
e = tensão induzida no condutor (V);
B = indução magnética em Tesla (T);
l = comprimento do condutor sujeito N S
vt
ao campo (m);
vt = velocidade com que o condutor
Figura
Figura 3.4 –06 – Espira
Espira gira gira
com com velocidade
velocidade tangencial
corta o campo transversalmente (m/s). tangencial

Observando o nosso gerador, vemos que ele é constituído de dois condutores


(que formam a espira). E, estes condutores deslocam-se com velocidade tangencial
constante v. Porém, a velocidade transversal ao campo, que é a velocidade com que os

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Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

condutores cortam as linhas de força do campo, não permanece constante. Para tanto,
basta considerarmos a espira em duas posições distintas, figura 07 (a) e (b).


v
N S N S

a) Condutor posição vertical (b) Condutor posição horizontal


N Figura 07 – Deslocamento
S de condutores com velocidade constante
Na figura 07 (a), apesar da espira se deslocar com velocidade v, ela não corta
nenhuma linha de força, portanto sua velocidade transversal é nula, conseqüentemente a
tensão induzida também é nula. Na figura 07 (b), a velocidade com que a espira corta as
linhas de força é a própria velocidade tangencial v, porque o condutor está cortando o
máximo de linhas de força, e conseqüentemente nesta posição a fem induzida será
máxima.
Então na fórmula e  B.l.vt devemos considerar essa variação da velocidade
transversal em função do movimento de rotação da espira.
Em uma posição qualquer da espira, a velocidade transversal pode ser
determinada em função da velocidade tangencial e do ângulo , figura 08.
Analisando a figura 08, concluímos que:
N S

Figura 08 – Posição qualquer de uma espira


vt
sen   , S
N v
onde vt  v sen
sendo vt = velocidade transversal

Portanto, para o gerador elementar temos:


e  Blvt mas vt  v sen , e logo temos: e  Blv sen  Eq. 3.2

O máximo valor que podemos obter é Blv , e isto ocorre quando seno  = 1, isto
é,  = 90°. Então podemos escrever a tensão instantânea através de seu valor máximo:
e  Emáx sen  (tensão instantânea) Eq. 3.3
Analisemos agora, a espira em diversas posições, e montemos o gráfico da
variação da tensão gerada em função do ângulo , conforme figura 09 (a), (b), (c) e (d).
Inicialmente a espira encontra-se na posição onde  = 0.
N S

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Figura 09 – Gráficos das posições de tensão em função do ângulo 
(a)  = 0°; (b)  = 90°; (c)  = 270°; e (d)  = 360°
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A tensão gerada será: e  Emáx sen 0  e  0 V


Na posição 2,  = 90°, portanto e  Emáx sen 90  e  Emáx
0

Na posição 3,  = 180°, portanto a tensão gerada é: e  E máx sen 180


0

Quando  = 270°, e  E máx sen 270 , e  Emáx


0

E finalmente, quando a espira completa uma volta, temos  = 360° e a tensão é:


e  E máx sen 360 0 , e  0 V .
Para outros valores de ângulos, fazemos o mesmo cálculo. Assim, para  = 30°,
temos e  0,5 Emáx ; e para  = 60°, temos e  0,866 Emáx ; e assim sucessivamente.

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Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

Assim, montaremos o gráfico, figura 10, obtendo a curva de variação da tensão gerada
em função do ângulo .

Figura 10 – Gráfico da Curva de Variação da Tensão em função de 

Desta forma surge a tensão alternada senoidal. Na prática, esses ciclos se


repetem, pois o rotor, ou seja, a espira continua girando. Em nossas redes de energia, ocorrem
60 desses ciclos a cada segundo. Daí se diz que a freqüência da rede é 60 Hz.
A equação e  Emáx .sen é válida também quando se trata da corrente ficando:
i  I máx .sen .
3.5 – Freqüência e Período

Chamamos de ciclo ao conjunto de valores positivos e negativos de uma


senóide, conforme figura 11.
A freqüência (f) de uma tensão ou corrente alternada é o número de ciclos que
ocorre em uma unidade de tempo. A unidade da freqüência é o Hertz (Hz).
O período (T) é o tempo necessário à ocorrência de um ciclo. Sua unidade é o
segundo (s).
1 1
1 ciclo  T segundos Donde: T e f 
f T
f ciclos  1 segundo
Semi-ciclo

Ciclo

Temos ainda, uma Figura


fórmula
11 que relaciona
– Gráfico de umaCiclo
freqüência com a velocidade e o
número de pólos do gerador.
nP
f  Onde: f = freqüência (Hz);
120
n = número de rotações por minuto (rpm);

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Apostila – ELETRICIDADE BÁSICA 35
Cap. 1 – UNIDADES E FATORES DE CONVERSÃO IFBAHIA

P = número de pólos do gerador.

3.6 – Valores de uma Corrente ou Tensão Alternada

3.6.1 – Valor máximo ou Valor de Pico: É o valor que equivale a máxima


amplitude da senóide, que vai do eixo  até o valor máximo da tensão ou corrente,
figura 12.

Figura 12 – Gráfico Valor Máximo ou Valor de Pico

3.6.2 – Valor de Pico a Pico: É o valor compreendido entre o valor máximo


positivo e o valor máximo negativo de tensão ou corrente, figura 13.

E pp  2.Emáx (V) e I pp  2.I máx (A)

Figura 13 – Gráfico Valor Pico à Pico

3.6.3 - Valor Instantâneo: O valor instantâneo pode ser encontrado através de


duas maneiras, que são em função do ângulo “” e do tempo “t”.
a) Em função do ângulo “”:
Pelo gerador elementar temos: e  Blv. sen 
Emáx

e  E máx . sen  i  I máx .sen


Então:

b) Em função do tempo “t”:

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Pelo gerador elementar, a espira perfaz um ângulo “”, gastando para isso
um tempo “t”.
A relação entre o ângulo percorrido e o tempo gasto é a velocidade angular
(), dada em rad/s.

   t   2f onde f  freqüência (Hz)
t
A expressão do valor instantâneo em função do tempo fica:
e  Emáx . sen  t  ou e  Emáx . sen  2ft 
i  I máx .sen  t  ou i  I máx .sen  2ft 

3.6.4 – Valor Médio: É a média dos valores instantâneos em um semi-ciclo,


figura 14.

, 2
Eméd  .Emáx ou Eméd  0,637.Emáx (V)

e
2
I méd  .I máx ou I méd  0,637.I máx (A)

Figura 14 – Gráfico Valor Médio

3.6.5 – Valor Eficaz (rms): É o valor da corrente alternada que produz o mesmo
efeito que uma corrente contínua aplicada a uma resistência. Isto é, o valor eficaz
corresponde à altura de um retângulo de base igual a um semi-ciclo e área equivalente a
esse semi-ciclo, figura 15.

, Emáx
E ou E  0,707.Emáx (V)
2
e
I máx
I ou I  0,707.I máx (A)
2

Figura 15 – Gráfico Valor Eficaz

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