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TEMPOS
BELICOSOS
A REVOLUÇÃO FEDERALISTA NO
PARANÁ E A REARTICULAÇÃO DA VIDA
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
(1889–1907)
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 3
ISBN: 978-85-61801-06-9
CDD 981.62
CDU 94(7/8)(81)
4 Rafael Augustus Sêga
TEMPOS
BELICOSOS
A REVOLUÇÃO FEDERALISTA NO
PARANÁ E A REARTICULAÇÃO DA VIDA
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
(1889–1907)
2ª edição
Curitiba – 2008
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 5
www.institutomemoria.com
.br
Conselho Editorial
Formado por profissionais com titulação mínima de Doutor, e sólida experiência acadêmica, os
membros do Conselho Editorial chancelam a qualidade das obras aprovadas para publicação.
Prof. Dr. Luiz Felipe Viel Moreira – COORDENADOR de Santa Maria, Brasil (1985). É professora adjunta da
– Pós-Doutorado pela Universidade Nacional de Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Integra o
Córdoba, Argentina – UNC. Doutor em História Social Conselho Editorial da Revista Brasileira de Direito
pela Universidade de São Paulo, Brasil – USP. Mestre Ambiental.
em História pela Universidade Federal do Rio Grande Profa. Dra. Elaine Rodrigues – Doutorado em História
do Sul, Brasil – UFRGS. Professor Associado do e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista –
Departamento de História e do Programa de Pós- Júlio de Mesquita Filho, Brasil – UNESP (2002). Mestre
graduação em História da Universidade Estadual de em Educação pela Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil – UEM, com pesquisas em História da Brasil – UEM (1994). Graduada em Pedagogia pela
América Latina. Universidade Estadual de Maringá, Brasil – UEM
Prof. Dr. Carlos Roberto Antunes dos Santos – Pós- (1987). Atualmente é professora Adjunta do
Doutorado em História da América Latina pela departamento de Fundamentos da Educação e do
Universidade de Paris III, França. Doutor em História Programa de Pós-Graduação em Educação da
pela Universidade de Paris X – Nanterre, França. Universidade Estadual de Maringá, Brasil – UEM.
Mestre em História do Brasil pela Universidade Federal Prof. Dr. Rafael Augustus Sêga – Doutorado em
do Paraná, Brasil – UFPR. Professor da Universidade História do Brasil pela Universidade Federal do Rio
Federal do Paraná, Brasil – UFPR. Reitor da Grande do Sul, Brasil – UFRGS. Mestre em História do
Universidade Federal do Paraná, Brasil – UFPR Brasil pela Universidade Federal do Paraná, Brasil –
(1998/2002). Membro do Conselho Nacional de UFPR. Professor da Universidade Tecnológica Federal
Educação (2003/ 2004) e do Conselho Superior da do Paraná, Campus Curitiba – UTFPR. Pós-doutorando
CAPES (2003/2004). em Ciência Política na Universidade Federal do
Prof. Dr. Paulo Roberto Cimó Queiroz – Doutorado Paraná, Brasil – UFPR.
em História Econômica pela Universidade de São Prof. Dr. Luc Capdevila – Pós-Doutorado, Professor
Paulo, Brasil – USP. Mestre em História pela Titular da Universidade de Rennes 2, França, em
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, História Contemporânea e História da América Latina e
Brasil – UNESP. Professor da Universidade Federal de Diretor do Mestrado de História das Relações
Mato Grosso do Sul, Brasil – UFMS. Internacionais. Membro do Conselho Científico da
Prof. Dr. Guido Rodríguez Alcalá – Doutorado em Universidade de Rennes 2 e do Conselho Editorial de
Filosofia, na Diusburg Universität (1983), com bolsa da várias revistas científicas (CLIO Histoire, Femmes,
Konrad Adenauer Stiftung. Mestre em Literatura, na Sociétés; Nuevo Mundo Mundos Nuevos; Diálogos;
Ohio University e The University of New México, com Takwa). Especialista em História Cultural sobre
bolsa de estudos da Fulbright-Hays Scholarship. conflitos sociais contemporâneos, dirige atualmente um
Graduado em Direito pela Universidade Católica de programa de investigação multidisciplinar sobre a
Assunção (Paraguai). Autor de numerosos livros de Guerra do Chaco.
poesia, narrativa e ensaio, tendo já sido publicado no Prof. Dr. Domingo César Manuel Ighina – Doutorado
Brasil a novela Caballero (tchê!, 1994) e o ensaio em Letras Modernas pela Universidade Nacional de
Ideologia Autoritária (Funag, 2005). Córdoba, Argentina – UNC. Diretor da Escola de Letras
Profa. Dra. Jalusa Prestes Abaide – Pós-Doutorado da Faculdade de Filosofia e Humanidades da
na Université de Saint Esprit de Kaslik, Líbano (2006). Universidade Nacional de Córdoba, Argentina.
Doutora em Direito pela Universidade de Barcelona, Professor da cátedra de Pensamento latino-americano
Espanha (2000). Mestrado em Direito pela da Escola de Letras da Universidade Nacional de
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil – UFSC Córdoba. Membro do Conselho Editorial da Revista
(1990). Graduada em Direito pela Universidade Federal Silabário.
6 Rafael Augustus Sêga
DEDICATÓRIA
E
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
Cláudio DeNipoti
Historiador, Doutor em História
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 11
12 Rafael Augustus Sêga
S U M Á RI O
INTRODUÇÃO........................................................................... 13
CAPÍTULO 1
O solapamento do império e os prenúncios da República ....... 31
1.1. A política imperial ........................................................... 32
1.2. As dificuldades da implantação da República no Brasil ...57
CAPÍTULO 2
Os percalços do novo regime e a Revolução Federalista ......... 75
2.1 A trama episódica ............................................................. 86
2.2 A urdidura historiográfica ............................................... 108
CAPÍTULO 3
A Revolução Federalista no Paraná e a rearticulação da vida
político-administrativa do Estado...................................... 123
3.1 A formação histórica do Paraná ...................................... 124
3.2 O contexto socioeconômico da Província do Paraná ....... 131
3.3 A dinâmica político-partidária do Paraná
no século XIX ................................................................. 146
3.4 As representações no discurso político da imprensa
paranaense...................................................................... 156
3.5 Ensaio biográfico ............................................................ 195
3.6 O “consulado” de Vicente Machado ............................... 209
CONCLUSÃO ........................................................................... 217
REFERÊNCIAS ........................................................................ 221
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 13
14 Rafael Augustus Sêga
INTRODUÇÃO
1
Apesar de a ata final de pacificação ter sido lavrada em Pelotas, o armistício leva o nome
de Piratini porque “nos primeiros dias de julho, deram-se ordens de suspensão das
hostilidades, e a 10, na Estação (de trem) Piratini (hoje na cidade de Pedro Osório), foi
lavrada a primeira ata da conferência de pacificação.” In: FRANCO, Sérgio C. Júlio de
Castilhos e sua época. Porto Alegre: Editora da UFRCS, 1996. p. 143.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 15
2
CARNEIRO, David A. S. O Paraná e a revolução federalista. São Paulo: Atena, 1944.
p. 89-99.
3
SECUNDINO JR., Octávio. O solar do barão. Paranaguá: edição de autor, [s/ d.]. p. 265.
4
GRAMSCI, Antônio. Maquiavel, a política e o Estado Moderno. Rio de Janeiro: Civili-
zação Brasileira, 1991. p. 54.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 17
5
Partimos dos conceitos de “consciência real” e “consciência possível” propostos por
Lucien Goldmann, na qual a consciência real de uma classe social é fruto das distorções
impostas pela vivência empírica e a consciência possível corresponderia a uma visão de
mundo mais elaborada e coerente com sua condição de classe. (GOLDMANN, Lucien.
Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Difel, 1967. p. 87).
6
HOBSBAWM, Eric J. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 26.
18 Rafael Augustus Sêga
7
GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Companhia das Letras,
1987. p. 97.
8
KOTHE, Flávio R. Para ler Benjamin. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. p. 99.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 19
9
SANTOS, Carlos R. A. Por uma nova leitura da revolução: pensar a revolução fora da
revolução. In: WESTPHALEN, Cecília M. (Org.). Revolução Federalista. Curitiba:
Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, 1977. p. 79-80.
20 Rafael Augustus Sêga
10
SANTOS, Carlos R. A. Op. cit., p. 80.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 21
11
FRANCO, Sérgio C. A guerra civil de 1893. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1993,
p. 56.
22 Rafael Augustus Sêga
12
KOTHE, Flávio R. Op. cit., p. 100.
13
CHAUÍ, Marilena. O que é Ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 108.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 23
14
LEVÊQUE, Pierre. História política. In: BURGUIÈRE, André. Dicionário das ciências
históricas. Rio de Janeiro: Imago, 1993. p. 382.
24 Rafael Augustus Sêga
15
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1989. p. 1 -14.
16
ARIES, Philippe. A história das mentalidades. In: LÊ GOFF, Jacques. A história nova.
São Paulo: Martins Fontes, 1995. p. 153-176.
17
THOMPSON, Edward. P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, v. 1 (A árvore da liberdade), 1987. p. 9.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 25
18
TÉTART, Philippe. Pequena história dos historiadores. Bauru: EDUSC, 2000. p. 126.
19
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados. São Paulo:
CEBRAP, n. 11, 1991. p. 173. Nesse caso, o autor refere-se ao estruturalismo e ao marxismo.
20
HUNT. Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. l6.
21
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1987.
26 Rafael Augustus Sêga
22
BAZCKO, Bronislaw, Imaginação social. Enciclopédia Einaudi – Anthropos-Homem
Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1985, v. 5. p. 297.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 27
23
FALCON, Francisco. A identidade do historiador. Estudos Históricos. Rio de Janeiro:
CPDOC/FGV, v. 9, n. 17, 1999. p. 23.
24
RÉMOND, René. Por que a história política? Estudos Históricos. Rio de Janeiro: CP-
DOC/ FGV, v. 7, n. 13, 1994. p. 7.
25
TÉTART, Philippe. Op. cit., p. 128-129.
28 Rafael Augustus Sêga
26
Entrementes, a historiografia mais recente tem questionado a existência de um projeto
castilhista, como é o caso da tese de doutorado de Gunter Axt, Génese do Estado Buro-
crático-burguês no Rio Grande do Sul, defendida na USP em 27 jun. 2001.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 29
27
BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa: Publicações Europa-América, 1987. p. 60.
28
Do original: Historians must deal with a vanishedpast that hás left most ofits traces in
written documents. The translation ofthese words from the documents into a story
thatseeks to be faithful to the past constitutes the historian's particular struggle with the
truth. It requires a rigorous attention to the details ofthe arquivai records as well as
imaginative casting ofnarrative and interpretation. In: APPLEBY, Joyce; HUNT, Lynn;
JACOB, Margareth. Telling the truth about history. New York: W. W. Norton and
Company, 1994. p. 249. Tradução de Thelma Belmonte.
30 Rafael Augustus Sêga
29
Esses documentos foram coligidos pelos pesquisadores da Casa da Memória de Curitiba
no mistério do Exército no Rio de Janeiro, quando das comemorações do centenário da
Revolução Federalista no Paraná em 1994.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 31
CAPÍTULO 1
O SOLAPAMENTO DO IMPÉRIO E
OS PRENÚNCIOS DA REPÚBLICA
30
MATTOS, Ilmar R. Do império à república. Estudos Históricos. Rio de Janeiro: CP-
DOC/GV. v. 2, n. 4, 1989. p. 163.
31
CASTRO, Celso. A proclamação da república. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. p. 7.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 33
32
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da USP-FDE, 1996. p. 217.
33
MATTOS, Ilmar R. Op. cit., idem.
34
Sobre a independência do Brasil ver: DIAS, Maria Odila. A interiorização da metrópole,
In: MOTTA, Carlos G. M. (Org.). 1822 – Dimensões. São Paulo: Perspectiva, 1972 e
OLIVEIRA, Cecília H. S. A independência e a construção do império. São Paulo: Atual,
1995.
34 Rafael Augustus Sêga
37
OLIVEIRA, Ricardo C. O silêncio dos vencedores; genealogia, classe dominante e
estado no Paraná. Curitiba: Moinho do Verbo, 2001. p. XIX.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 37
38
PICCOLO, Helga I. L. Vida política do século 19; da descolonização ao movimento
republicano. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998. p. 46.
39
FAORO, Raymundo. Os donos do poder; formação do patronato político brasileiro. Rio de
Janeiro: Globo, 1989. p. 392.
38 Rafael Augustus Sêga
40
CARVALHO, José M. A construção da ordem; a elite política imperial & Teatro de
sombras; a política imperial (Edição reunida). Rio de Janeiro: Editora da UFRJ e Relume
Dumará, 1996. p. 129.
41
CARVALHO, José M. Op.cit., p. 212.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 39
42
CALDEIRA, Jorge et alii. CD-ROM Viagem pela História do Brasil. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 1997.
43
“A combinação da cultura do café e do uso de escravos proporcionou novo alento ao
sistema escravista. Como a planta demorava para dar os primeiros frutos – em torno de
oito anos –, era necessário um grande capital para se entrar no negócio. Mesmo na eco-
nomia capitalista, a concorrência com o modo de produção escravista era quase impossí-
vel: entre investir em algo que, mesmo dando um retorno menor, não exigia muito capital,
e uma custosa aventura de longo prazo, os capitalistas da época sempre preferiam a pri-
meira hipótese. Já os proprietários de escravos, obrigados a investir na compra de cativos
antes de começar a produzir, achavam atraente a perspectiva de esperar oito anos. Um
senhor que já pagou por seu escravo não tinha grandes gastos para alimentá-lo enquanto
amadureciam os cafezais, pois afinal os próprios escravos plantavam a comida. Por esse
motivo, o mercado de café tornou-se na prática um monopólio brasileiro: não havia no
mundo nação capaz de comprar escravos e investir no produto de longa maturação. E o
próprio crescimento do mercado de café incentivava as aplicações em escravos e novas
plantações, reforçando os vínculos entre o café e os escravos africanos.” In CALDEIRA,
Jorge et alii. Op. cit.
40 Rafael Augustus Sêga
44
FRAGOSO, João L. Economia brasileira no século XIX: mais do que uma plantation
escravista-exportadora. In: LINHARES, Maria Y. (org.). História geral do Brasil. Rio de
Janeiro: Campus,1990. p. 160-161.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 41
45
“A notícia da existência das ervas paranaenses já alcançara a Corte. Em novembro de
1729, carta régia ordenava ao Governador Rodrigo César de Menezes, a remessa de um
caixote de ervas à Corte, bem como a receita para seu correto uso. O Rei, atendendo às
recomendações de Pardinho, pela Provisão Régia, de 29 de abril de 1722, concedeu aos
moradores de Paranaguá, liberdade de comércio. (...) Os ervais eram nativos, cobrindo
dilatada extensão do seu território. Estavam por toda parte e sem custar o mínimo esforço
aos seus habitantes, podiam colher as folhas, secá-las ao fogo, quebrá-las miudamente e
vendê-las aos engenhos que as beneficiavam para a exportação. O mate e apenas o mate,
conforme observação dos viajantes que passavam, continuava a ocupar os paranaenses,
nas horas de trabalho, na sua produção, como nas horas de lazer, no uso do chimarrão.
(...) A erva-mate significava o produto de maior exportação em volume e valor, dirigida
para o Prata e para o Chile.” WESTPHALEN, Cecília. Comércio exterior do Brasil
meridional. Curitiba: CD, 1999. p. 93 e 110.
46
“No decorrer do século XIX, o sistema capitalista, que se constituía em nível mundial,
transformava-se no sentido de subverter as condições de produção vigentes no mundo que
a ele se integrava. Vencida uma fase de acumulação primitiva, a vitória da fábrica mo-
derna, da produção mecanizada e da aplicação da ciência à tecnologia, impunha redefini-
ções em escala internacional. Numa primeira fase, este processo em curso implicara a
ruptura do chamado “pacto colonial”, a extinção dos monopólios e a liberdade de comér-
cio, desembocando no processo de independência das colônias latino-americanas. Num
segundo momento, a exigência para a expansão capitalista traduziu-se na eliminação do
trabalho servil.” In: PESAVENTO, Sandra. O Brasil contemporâneo. Porto Alegre: Edi-
tora da UFRGS, 1991. p. 11.
42 Rafael Augustus Sêga
47
MENDES JR., Antonio et alli, CD-ROM Brasil História. São Paulo: Digitalmídia, 1995
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 43
48
WACHOWICZ, Ruy C. História do Paraná. Curitiba, Vicentina: 1988. p. 132-135.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 45
49
PETRONE,Teresa S. Imigração assalariada. In: HOLANDA, Sérgio B. (Org.). História
Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, t. II, v. 3, 1985. p. 278.
50
BALHANA Altiva P. Imigração no Paraná. In: SOARES, Luis R. N. Dicionário histórico
biográfico do estado do Paraná. Curitiba: Chain/Banestado, 1991. p. 207-208.
51
MATTOS, Ilmar R. Op. cit., p. 164.
46 Rafael Augustus Sêga
52
“Se o Império não estivesse já em fase de declínio, se as estruturas que o marcavam não
estivessem já carcomidas, enfim se a monarquia não estivesse politicamente condenada,
tais “questões” não teriam passado de assuntos meramente episódicos, retratados apenas
em monografias específicas. Nas circunstâncias, no entanto, representaram o rompimento
definitivo do Estado brasileiro com dois setores sociais muito importantes e, por isso
mesmo, tanto mais significativos enquanto bases de apoio do sistema monárquico: a Igre-
ja e o Exército”. MENDES JR., Antonio et alii, Op. cit.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 47
56
CALDEIRA, Jorge et alii, Op. cit.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 49
57
No Rio Grande do Sul à época, o oficialato não pertencia obrigatoriamente à classe média,
uma vez que existiam muitos oficiais oriundos das grandes famílias proprietárias de terra.
50 Rafael Augustus Sêga
58
RIBEIRO JR., João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 2001. p. 19.
52 Rafael Augustus Sêga
59
HOLANDA, Sérgio B. Da maçonaria ao positivismo. In: HOLANDA, Sérgio B. (Org.).
História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, t. II, v. 5, 1985. p. 302.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 53
60
CARVALHO, José M. Entre a liberdade dos antigos e a dos modernos: a república no
Brasil. Pontos e bordados; escritos de história e política. Belo Horizonte: Editora da
UFMG, 1999. p. 88.
54 Rafael Augustus Sêga
61
“O setor decrépito segue o trono, o setor em ascensão busca a República. Na Convenção
de Itu (18 de abril de 1873), dentre 133 convencionais, 78 são lavradores, para 55 de ou-
tras profissões (12 negociantes, 10 advogados, 8 médicos etc.). Ainda mais: muitos desses
fazendeiros eram senhores de escravos, mas não apenas senhores de escravos, o que levou
os republicanos, divididos entre liberais e moderados, a um acordo, que eludia o proble-
ma abolicionista, transferindo-o aos partidos monárquicos, que o deveriam resolver antes
de instaurado o novo regime. Com isso conciliavam-se os fazendeiros aos abolicionistas,
entregue aos primeiros a direção do partido. O abolicionismo seria exigência imediata
dos círculos democráticos, igualitários, e não dos liberais e federalistas, realidades que
não se confundem.” FAORO, Raymundo. Op. cit., p. 456-457.
56 Rafael Augustus Sêga
62
VIZENTINI, Paulo G. F. Divididos pelo Rio Grande, unidos contra ele. In: GONZAGA,
Sergius; FISHER, Luís A.; BISSÓN, Carlos A. (Orgs.). Nós, os gaúchos/2. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 1998. p. 155-156.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 57
63
WESTPHALEN, Cecília M. et alii. História do Paraná. Curitiba: Grafipar, 1969. p. 148-
149.
58 Rafael Augustus Sêga
64
OLIVEIRA, Lúcia L. As festas que a república manda guardar. Estudos Históricos. Rio
de Janeiro: CPDOC/FGV. v. 2, n. 4, 1989. p. 173.
65
CASALECCHI, José E. A proclamação da república. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 90.
66
SOUZA, Maria do C. C. O processo político-partidário na primeira república. In:
MOTTA, Carlos G. (Org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1985. p. 162.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 59
67
COSTA, Samuel G. Introdução. In: CARNEIRO, David; VARGAS, Túlio. História
biográfica da república no Paraná. Curitiba: Banestado, 1994. p. 3.
68
WESTPHALEN, Cecília; BALHANA, Altiva. A república no Paraná. Revelações e
conferências. Curitiba: SBPH, 1989. p. 49-50.
60 Rafael Augustus Sêga
69
FRANCO, Sérgio C. Júlio de Castilhos e sua época. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
1996. p. 82.
70
FRANCO, Sérgio C. Op. cit., p. 94.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 61
no poder por vinte e cinco anos). E ainda, podia governar por de-
creto e tinha a prerrogativa de nomear o próprio vice. O legislativo
estadual gaúcho (“Assembléia dos Representantes”) restringiu sua
ação à elaboração e aprovação do orçamento. Castilhos procurou
criar um governo autoritário de inspiração positivista. Com a nova
Constituição, o grupo ligado a Júlio de Castilhos assegurou-se per-
petuamente no poder, pondo fim ao revezamento dos tempos impe-
riais. Estava plantada a semente da discórdia que traria como fruto
dois anos e meio de uma guerra cruel e fratricida.
Em termos nacionais, a instalação relativamente tranqüila do
regime republicano fez com que seu artífice, marechal Manuel
Deodoro Fonseca (1827–1892), assumisse a presidência do mesmo
e tomasse as primeiras medidas para a sua estabilização, formando
o primeiro gabinete republicano com ministros civis e militares
engajados na ruptura, como se vê a seguir: Pasta da Justiça – Cam-
pos Sales (cafeicultor paulista), Pasta da Guerra – Benjamin Cons-
tant (positivista, ocuparia a Pasta da Instrução Pública, Correios e
Telégrafos no ano seguinte), Pasta das Relações Exteriores – Quin-
tino Bocaiúva (republicano “histórico”), Pasta da Marinha – Eduar-
do Wandenkolk (militar de carreira), Pasta do Interior – Aristides
Lobo (republicano “histórico”), Pasta da Agricultura, Comércio e
Obras Públicas – Demétrio Ribeiro (positivista) e Pasta da Fazenda
– Rui Barbosa (ex-liberal). A consumação do regime se daria dois
dias depois com a partida de Dom Pedro II para Paris.
As primeiras medidas tomadas pelo Governo Provisório vi-
savam superar as deficiências mais prementes, acumuladas do perí-
odo imperial. Dentre elas podemos destacar a separação da Igreja e
do Estado, a secularização dos cemitérios, o estabelecimento do
registro civil de nascimentos e casamentos, a abertura de linhas de
crédito e a convocação da Assembléia Constituinte no ano seguinte.
Não obstante, em termos econômicos é de bom alvitre acom-
panhar o quadro do País na passagem do Império para a República,
descrito por Nelson Werneck Sodré:
71
SODRÉ, Nelson W. A república; uma revisão histórica. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 1989. p. 76.
72
“Embora criada pelo Império para ser seu ponto de apoio na região, a Província do
Paraná não recebia deste qualquer privilégio, ao contrário, sofria com graves problemas
econômicos e políticos. Sua economia era basicamente extrativista, seja a partir da extra-
ção da madeira, seja da erva-mate, cujo surto econômico propiciará o desenvolvimento
cultural de sua capital. Apesar deste desenvolvimento, o estado era o 18º em popula-
ção, ficando à frente somente do Espírito Santo, Mato Grosso e Amazonas, e 2/3 de seu
território ainda se encontrava desocupado e mesmo suas fronteiras não eram bem defi-
nidas. Talvez por estes fatores a tese de que o Paraná era um mero local de ligação e
passagem, uma estância para tropeiros tenha se consolidado, esquecendo que neste pe-
ríodo praticamente todo o país vivia em condições precárias e encontrava-se com a
maior parte de seu território desabitado.” PEREIRA, Luís F. L. Paranismo: o Paraná
inventado; cultura e imaginário no Paraná da Primeira República. Curitiba: Aos
Quatro Ventos, 1998. p. 23-24.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 63
73
SODRÉ, Nelson W. Op. cit., p. 76-77.
64 Rafael Augustus Sêga
74
PESAVENTO, Sandra J. O Brasil contemporâneo. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
1991. p. 22.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 65
75
SOUZA, Maria do C. C. Op. cit., p. 163-164.
66 Rafael Augustus Sêga
76
BELLO, José M. História da República. São Paulo: Nacional, 1983. p. 72.
77
MONTEIRO, Hamilton M. Op. cit., p. 39.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 67
78
CARONE, Edgard. A república velha: evolução política. São Paulo: Difel, 1971. p. 80.
68 Rafael Augustus Sêga
79
MONTEIRO, Hamilton M. Op. cit., p. 42-43.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 69
80
FAUSTO, Boris. Pequenos ensaios de história da república (1889–1945). São Paulo:
Cadernos CEBRAP, n. 10, 1973. p. 2.
70 Rafael Augustus Sêga
81
FLORES, Moacyr. Dicionário de história do Brasil. Porto Alegre: Editora da PUCRS,
1996. p. 244.
82
LEVI, Lucio. Federalismo. Dicionário de Política. Brasília. Editora da UnB, 1991. p.
481.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 71
83
CARDOSO, Fernando H. Dos governos militares a Prudente – Campos Sales. História
Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1985.t. III, v. 1. p. 43.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 73
84
“A República não alterou, imediatamente, a política externa do Império. De fato, logo
após o golpe militar de 15 de novembro, os Estados Unidos desfrutaram de invejável po-
pularidade entre os brasileiros, como acentuou Oliveira Lima. Os governos de Deodoro e
Floriano empurraram o Brasil para o eixo de Washington, com a ajuda de Salvador de
Mendonça, nomeado Ministro naquela capital. Era uma forma de contestar o passado e
de resistir ao predomínio da Inglaterra, implantado desde os tempos coloniais”.
BANDEIRA, Moniz. Presença dos Estados Unidos no Brasil. Rio de Janeiro: Civiliza-
ção Brasileira, 1973. p. 166.
85
QUEIROZ, Suely R. R. Os radicais da república. São Paulo: Brasiliense, 1986, p 149.
74 Rafael Augustus Sêga
CAPÍTULO 2
86
GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Companhia das Letras,
1987. p. 88.
87
“Esse tempo forte, composto de momentos de efervescência da vida política, caracteriza
os primeiros dez anos da República (1889-98), também chamados de ‘anos entrópicos’,
nos quais a quantidade de desafios parece ser maior que a capacidade dos atores de erra-
dicar a ignorância sobre o que se passava. Nessa ‘década de caos’ se buscou, sem êxito,
construir as bases da obediência legítima.” OLIVEIRA, Lúcia L. As festas que a repúbli-
ca manda guardar. Estudos Históricos. Rio de Janeiro: CPDOC/FGV. v. 2, n. 4, 1989.
p. 175-176.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 77
88
JANOTTI, Maria de L. M. Os subversivos da república. São Paulo: Brasiliense, 1986.
p. 138.
89
POULANTZAS, Nicos. Poder político e classes sociais. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
p. 74-82.
78 Rafael Augustus Sêga
90
“Assim, as simples formas produtivas, dinheiro e mercadoria do capital não nos reve-
lam frações desse mesmo capital. Essas formas, assumidas sucessivamente por um ca-
pital individual no seu movimento cíclico, só se transformam em frações do capital
quando encaramos este último a partir de um novo prisma, isto é, como um todo, como
capital social total. Deste ponto de vista, essas formas não são mais fases sucessivas de
um capital individual, mas funções específicas de um grupo de capitalistas permanen-
temente dedicados a elas. Temos, então, por efeito da divisão social do trabalho, essas
funções substantivadas, confiadas, permanentemente, a uma categoria particular de
capitalistas. A forma produtiva se transforma em capital produtivo, a forma mercadoria
em capital comercial e a forma dinheiro em capital bancário, funções específicas do
processo social de produção.” PERISSINOTTO, Renato M. Classes dominantes e he-
gemonia na República Velha. Campinas: Editora da UNICAMP, 1994. p. 21.
91
POULANTZAS, Nicos. Op.cit. (Nota 4), idem.
92
Para Poulantzas, os efeitos pertinentes da ação de uma fração autônoma de classe aconte-
cem em condições históricas concretas e não apenas nas relações econômicas, mas no cer-
ne da batalha política: “De fato, as classes sociais só existem na luta de classes, em di-
mensão histórica e dinâmica. A constituição e mesmo a delimitação das classes, das fra-
ções, das camadas, das categorias só pode ser feita considerando-se essa perspectiva his-
tórica da luta de classes.” POULANTZAS, Nicos. As classes sociais no capitalismo ho-
je. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1978. p. 29.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 79
93
QUEIROZ, Suely R. R. Os radicais da república; jacobinismo: ideologia e ação 1893–
1897. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 269-270.
94
POULANTZAS, Nicos. O Estado, o poder e nós. In: BALIBAR, Etienne. (Org.). O Esta-
do em discussão. Lisboa: Edições 70, 1981. p. 98.
95
POULANTZAS, Nicos. Op. cit. (Nota 4), p. 137.
80 Rafael Augustus Sêga
96
SAES, Décio. A formação do Estado burguês no Brasil (1888–1891). Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1985. p. 181-192.
97
GORENDER, Jacob. A burguesia brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 21.
98
OLIVEIRA, Ricardo C. O silêncio dos vencedores; genealogia, classe dominante e estado
no Paraná. Curitiba: Moinho do Verbo, 2001. p. 228.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 81
99
WEFFORT, Francisco C. Estados e massas no Brasil. Revista Civilização Brasileira. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, n. 7, maio de 1966. p. 140-141.
82 Rafael Augustus Sêga
100
PRADO JR., Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1945. p. 249.
101
O economista Paul Singer assim insere o Brasil na economia mundial do período:
“Como participante da divisão internacional do trabalho, o Brasil era produtor especiali-
zado num artigo de sobremesa – o café – numa matéria-prima extrativa – a borracha –
que estava em vias de ser produzida de uma forma superior, em plantações, não no
Brasil mas muito significativamente em outros países. Mesmo como produtor primário,
o Brasil conheceu uma série de fracassos: foi superado pelos Estados Unidos duas ve-
zes, uma após a Guerra (Americana) pela Independência e outra após a Guerra da Se-
cessão, no mercado mundial do algodão; no mercado internacional de açúcar, o Brasil
foi superado pelas ex-colônias espanholas, particularmente Cuba, sobretudo após a
Guerra Hispano-Americana (1898); finalmente, no mercado mundial da borracha, a
hegemonia brasileira foi derrubada, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, pela
competição das plantações de seringueiras no Extremo Oriente. O Brasil apenas man-
tém seu predomínio no mercado do café e uma posição de certa importância no do
cacau. Dado o tamanho do país e de sua população, seu desempenho na divisão inter-
nacional do trabalho parece medíocre . SINGER, Paul. O Brasil no contexto do capita-
lismo internacional. In: FAUSTO, Boris (Org.). História Geral da Civilização Brasi-
leira. São Paulo: Difel, 1985. t. III, v. 1. p. 349-350.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 83
102
LOVE, Joseph L.O Rio Grande do Sul como fator de instabilidade na República Velha.
In: FAUSTO, Boris (Org.). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel,
1985. t. III, v. 1. p. 99 e 110-111.
103
“Os chamados ‘conflitos regionais’ são, na verdade, conflitos entre São Paulo e Minas,
por um lado, e os outros estados, chefiados pelo Rio Grande do Sul, por outro lado.
Não havia, portanto, um conflito generalizado e aleatório de todos os estados entre si,
mas sim, um padrão. Os conflitos regionais foram, portanto, entendidos como conflitos
entre os setores da classe dominante voltados para o mercado externo, que justamente
devido à regionalização da economia agroexportadora, tomaram a forma de uma luta
entre regiões, de uma luta entre unidades da Federação. Assim, essencialmente, procu-
ramos entender tais conflitos de classe e não como conflitos entre ‘oligarquias regio-
nais’. (...) Conseqüentemente, quando falamos em ‘hegemonia’ na Primeira República
devemos falar em hegemonia de uma classe e não de uma região. Falar em hegemonia
de uma região é estar preso às aparências com que a regionalização da economia
agroexportadora recobriu a luta de classes no interior do bloco no poder na Primeira
República.” PERISSINOTTO, Renato M. Op. cit., p. 245-246.
84 Rafael Augustus Sêga
104
JANOTTI, Maria de L. M. Op. cit., p. 83.
105
ERÖS, J. S. Revolução. Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: FGV, 1987. p.
1075.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 85
106
PASQUINO, Gianfranco. Revolução. Dicionário de Política. Brasília. Editora da UnB,
1991. p. 1121. Observação: o termo “revolução” é largamente usado no Rio Grande do
Sul e no Uruguai para designar qualquer espécie de movimento insurreto.
107
Bronislaw Baczko tece considerações bem apropriadas sobre o antagonismo gerado do
choque de forças modernizadoras frente às tradicionais e que ajudam a subsidiar o
entendimento da Revolução Federalista: “Quando uma colectividade se sente agredida
pelo exterior – por exemplo, uma comunidade de tipo tradicional agredida por um poder
centralizado moderno de tipo burocrático –, ela põe em marcha, como meio de autode-
fesa, todo o seu dispositivo imaginário, a fim de mobilizar as energias dos seus membros,
unindo e guiando as suas ações.” BAZCKO, Bronislaw, Imaginação social. Enciclopé-
dia Einaudi – Anthropos-Homem. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1985,
v. 5. p. 310.
86 Rafael Augustus Sêga
108
CARVALHO, José M. Brasil 1870–1914: a força da tradição. Pontos e bordados; escri-
tos de história e política. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999. p. 117.
109
Alinhando-se a esse entendimento, o notável trabalho de Maria de Lourdes Mônaco Janotti
sobre o assunto, Os subversivos da república, já visto anteriormente, esclarece: “A reso-
lução de Saldanha da Gama de aderir, decididamente, à Revolta da Armada mais uma vez
veio entusiasmar os monarquistas que, assim como os demais leitores do manifesto do al-
mirante, julgaram chegada a hora da luta pela restauração. Datado de 7 de dezembro de
1893, o manifesto (...) referia-se, a princípio, à anterior não participação do signatário de
qualquer idéia de revolta ou conluio. Contudo, o próprio governo levava-o a empreender
uma luta pela libertação da Pátria, agora nas mãos do militarismo e do ‘mais infrene ja-
cobinismo’. E seu patriotismo impelia-o a combater a anarquia, o descrédito e a ‘asfixia
de todas as liberdades’. (...) Os mais próximos trataram de mostrar a inconveniência de
um texto que, tão claramente, revelava a preferência do autor pelo sistema monárquico
bem como suas intenções de promover um plebiscito sobre o regime a ser adotado no país.
Mas Saldanha não se dobrou às advertências de que haveria muita exploração em torno
de suas afirmações. Manteve a versão original, provocando a ira dos seus adversários e
até mesmo de revolucionários. Mais se esforçavam, tanto federalistas quanto membros da
Armada, em combater os boatos que os acoimavam de restauradores”. JANOTTI,
Maria de L. M. Op.cit., p. 70-71.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 87
110
FRANCO, Sérgio C. A guerra civil de 1893. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1993.
111
SENA, Davis R. de. O grande desafio brasileiro: Guerra Civil 1892/5. Rio de Janeiro:
Edição de autor, 1995.
112
BENTO, Cláudio M., Cel. Contribuição paulista ao combate à Revolução na Armada e à
Guerra Civil (1893–1895). Revista A Defesa Nacional. Rio de Janeiro, n. 769, jul./set.
1995. p. 119-140.
113
MURICY, José C. S. A revolução de 93 nos estados de Santa Catarina e Paraná;
memórias. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1946.
114
FLORES, Moacyr; FLORES, Hilda A. H. Rio Grande do Sul: aspectos da revolução de
1893. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1999.
115
DOURADO, Ângelo. Voluntários do martírio; narrativa da Revolução de 1893. Porto
Alegre: Martins Livreiro, 1992.
116
ESCOBAR, Wenceslau. Apontamentos para a história da revolução rio-grandense de
1893. Brasília: Editora da UnB, 1983.
117
MOURA, Euclydes B. de. O vandalismo no Rio Grande do Sul, antecedentes da revo-
lução de 1893. Porto Alegre: Martins Livreiro, 2000.
88 Rafael Augustus Sêga
belicoso deve ser procrastinado para 1896, pois nesse ano se encer-
ra a “trajetória liberal, após a proclamação da República até o
Congresso Federalista de 23 de agosto de 1896” 118.
Formalmente, a Revolução Federalista tem como baliza inicial
a invasão de uma coluna de maragatos de Gumercindo Saraiva (1851–
1894) ao Rio Grande do Sul em 05 de fevereiro de 1893, quando,
vindos de Aceguá, no Uruguai, eles transpuseram a fronteira e acam-
param em um capão em Ana Correia, próximo ao rio Jaguarão, no
município de Bagé. E o marco de encerramento mais difundido é a
assinatura do Armistício de Piratini, firmado entre republicanos e
federalistas em 23 de agosto de 1895, lavrado no município de Pelotas.
Todavia, acreditamos que a Revolução Federalista deva ser
enquadrada em um contexto bem mais amplo que aquele das duas
datas limítrofes, pois:
118
ROSSATO, Luciana. Imagens construídas; imaginário político e discurso federalista
no Rio Grande do Sul (1889–1896). Florianópolis: Dissertação de mestrado, PPG em
História/UFSC, 1999. p. 8.
119
PICCOLO, Helga I. L. O Congresso Nacional e a Revolução Federalista. In: III Simpósio
Fontes para a história da Revolução de 1893. Bagé: mimeografado, 28 a 30 de abril de
1993. p. 2.
120
Para Sandra Jatahy Pesavento, a prática da degola tem raízes culturais e econômicas: “O
certo é que de ambos os lados generalizou-se a prática da ‘degola’, forma de execução
rápida e barata, uma vez que não requeria o emprego de arma de fogo. Consistia, na sua
maneira mais usual, em matar a vítima tal como se procedia com os carneiros: o indiví-
duo era coagido a, de mãos atadas nas costas, ajoelhar-se. Seu executor, puxando sua ca-
beça para trás, pelos cabelos, rasgava sua garganta, de orelha a orelha, seccionando as
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 89
carótidas, com um rápido golpe de faca. (...) Os executores de todos estes atos eram mem-
bros da massa rural empobrecida. Peões de estâncias, ‘crias’ de fazenda, agregados dos
senhores de terra, marginais do campo, despossuídos: foi toda uma massa coagida a lutar
por interesses completamente alheios. Acostumados a obedecer, a viver na dependência
de coronéis, sem opção de vida, sem terra, sem recursos, brutalizados, a população anô-
nima dos campos executou atos cruéis e habituou-se ao crime.” PESAVENTO, Sandra J.
A Revolução Federalista. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 89-91.
121
BENTO, Cláudio M., Cel. Uma possível explicação para a violência na revolução de
1893-95. Revista A Defesa Nacional. Rio de Janeiro, n. 768, abr./jun. 1995. p. 142.
122
VERÍSSIMO, Érico. Os devaneios do general. In: MOREIRA, Maria E.; BAUMGARTEN,
Carlos A. (Orgs.). Literatura e guerra civil de 1893. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
1993. p. 47.
90 Rafael Augustus Sêga
123
FLORES, Elio C. No tempo da degolas; revoluções imperfeitas. Porto Alegre: Martins
Livreiro, 1996. p. 10-11.
124
FRANCO, Sérgio C. Júlio de Castilhos e sua época. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
1996. p. 124.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 91
125
Do original: Although some of these three to four hundred men had firearms (generally of
some antique variety), most carried only a lance and a long kife. Rather surprisingly,
given the size and capability of the Brazilian army just seven years before the tum of the
twentieth century, the plan of this montonera was to invade the Brazilian subcontinent and
force its government to its knees. Gumercindo Saraiva's montonera present us with an
interpretative problem. Inevitably, one wonders: Were these men crazy? Why did they start
a bloody civil war against a vastly superior force? How were they able to march six
hundred miles north through the Brazilian states of Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
and Paraná, to threaten – if only for a moment – the country's political and economic
heartland? More difficult than explaining their fleeting success (for though not
professional soldiers, these men were impressive milítary athletes) is explaining their
motivation and, above all, their resolve to fight on for thirty long months, animated only by
the most far-fetched hopes. CHASTEEN, John C. Heroes on horseback; a life and times
of the last gaucho caudillos. Albuquerque: University of New México Press, 1995. p. 9-
10. Tradução de Thelma Belmonte.
92 Rafael Augustus Sêga
126
RUAS, Tabajara; BONES, Elmar. A cabeça de Gumercindo Saraiva. Rio de Janeiro:
Record, 1997. p. 139.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 93
127
LOVE, Joseph L. O regionalismo gaúcho e as origens da Revolução de 1930. São
Paulo: Perspectiva, 1975. p. 183.
94 Rafael Augustus Sêga
128
PESAVENTO, Sandra J. República velha gaúcha: 'Estado autoritário e economia'. In:
DACANAL, José; GONZAGA, Sergius. (Orgs.). RS: economia & política. Porto Alegre:
Mercado Aberto, 1979. p. 199-200.
129
CHASTEEN, John C. Op. cit.. p. 83-84.
130
LEAL, Victor N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Omega, 1986. p. 20.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 95
131
CARVALHO, José M. Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual.
Pontos e bordados; escritos de história e política. Belo Horizonte: Editora da UFMC,
1999. p. 1 33.
132
BAZCKO, Bronislaw, Op. cit., p. 299.
96 Rafael Augustus Sêga
133
CUNHA, Euclides da. Os sertões: a campanha de Canudos. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1984. p. 203.
134
ESCOBAR, Wenceslau. Op. cit., p. 118.
135
ESCOBAR, Wenceslau. Op. cit., p. 121.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 97
136
PESAVENTO, Sandra J. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1992. p. 17.
98 Rafael Augustus Sêga
137
Do original: “The republicans received a disquieting intimation of what lay in store when
Saravia's men crept into the outskirts of Bagé in the small hours of the morning and made
off with most of the garrison's two thousand mounts. A few weeks later, Saravia's column
paraded into a town almost halfway to Porto Alegre, routing a tiny garrison and receiving
a hero's welcome from the townspeople. He was gone before Telles could react. Saravia
tied his Republicans pursuers in knots as he tuned and twisted through the área east of
Bagé, then back through the headwaters of the Rio Negro, trouncing the Republican
cavalry just as often as he could separata it from the infantry whose murderous firepower
he could not match. Hotly pursued by government forces at a place called Serrilhada,
Aparicio led the Maragatos in a feigned refreai followed by a sudden reversal and a
compact counterattack against the pursuing cavalry (who had left their supporting
infantry behind) – a classic gambit of the guerra gaucha.” CHASTEEN, John C. Op. cit.,
p. 87. Tradução de Thelma Belmonte.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 99
138
MARTINS, Hélio L. A revolta da Armada História Naval Brasileira. Rio de Janeiro:
Serviço de Documentação da Marinha do Brasil, t. l A, v. 5, 1995. p. 249.
102 Rafael Augustus Sêga
139
Para o historiador catarinense Carlos Humberto Pederneiras Corrêa, o Governo Provisório
acabou se transformando em uma “nau sem rumo”: “A divergência entre as diversas
facções representadas no Governo revolucionário era constante, separando-os e impedindo
o almejado fortalecimento dos ideais contra Floriano Peixoto. As intrigas e acusações
mútuas afastaram os gaúchos e suas pretensões iniciais de participarem do Governo.
Por outro lado, a falta de organização interna, com pouca sustentação política aliada
aos parcos recursos financeiros esgotaram a razão de ser de uma tentativa séria, en-
volvendo líderes do quilate de Silveira Martins, Custódio de Melo e outros políticos
civis e militares de igual importância, no fim, tornou-se uma aventura sem conseqüên-
cias para a nação. Desta maneira, o Governo, criado com propósitos tão diversos, sem
nenhuma identidade ideológica, onde se misturavam pensamentos republicanos federa-
listas e centralistas, monárquicos, positivistas, militares e civilistas, enfim, tão pouco
prováveis de se misturarem, mesmo que visando unicamente a queda do Governo de
Floriano Peixoto, pouca ou nenhuma possibilidade de sucesso poderia ter do ponto de
vista político estratégico.” CORRÊA, Carlos H. P. O Governo Provisório do Desterro,
SC, l893/1894. In: Anais da XIII reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa His-
tórica. Curitiba: SBPH, 1994. p. 43.
140
MARTINS, Hélio L. Op. cit., p. 251.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 103
141
LOVE, Joseph L. Op. cit. (Nota 42), p. 72.
104 Rafael Augustus Sêga
142
DOURADO, Ângelo. Op. cit., p. 69-71.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 105
143
DOURADO, Ângelo. Op. cit., p. 186.
106 Rafael Augustus Sêga
144
Do original: The wounded general's aides carried him to camp, where he pleaded for cold
water, continued to issue orders (“tell to Aparicio to watch his flank”), and begged those
around him to keep his personal riding gear from falling into Republicans hands. Aparicio
took one look at him, turned away in anguish, and left without speaking. Gumercindo
covered his face with his hands. “They’ve killed me”, he said several times, but he was
still alive when they loaded into a cart after dark, and as the strickem Maragatos marched
through the night, Dourado, fearful of panic in the ranks, rode beside the cart issuing
optimistic prognoses. When the hopeful insurgents camped in the morning, however, he let
the army know that Gumercindo was dead. CHASTEEN, John C. Op. cit., p. 108.
Tradução de Thelma Belmonte.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 107
145
HAHNER, June E. Relações entre civis e militares no Brasil (1889–1898). São Paulo:
Pioneira, 1975. p. 151.
146
QUEIROZ, Suely R. R. Op. cit., p. 11-12.
108 Rafael Augustus Sêga
147
PENNA, Lincoln de A. O progresso da ordem; o florianismo e a construção da
república. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1997, p 187.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 109
148
HAHNER, June E. Op. cit., p. 155.
110 Rafael Augustus Sêga
149
HOBSBAWM, Eric J. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
150
A respeito dos trabalhos acadêmicos produzidos no Rio Grande do Sul sobre a Revolução
Federalista ver: PICCOLO, Helga I. L. A Revolução Federalista no Rio Grande do Sul:
considerações historiográficas. In: ALVES, Francisco das N.; TORRES, Luiz H.
(Orgs.). Pensar a Revolução Federalista. Rio Grande: Editora da FURG, 1993. p. 65-
82, complementada na Revista do IHGB, n. 381.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 111
151
Podemos atestar essa postura em: VERNALHA, Milton M. Maragatos X Pica-Paus.
Curitiba: Lítero-Técnica, 1984. p. 371-379.
112 Rafael Augustus Sêga
152
DOURADO, Ângelo. Op. cit., p. 1.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 113
153
ESCOBAR, Wenceslau. Op. cit., p. 3.
154
PICCOLO, Helga l. L. Op. cit. (Nota 65), p. 69.
114 Rafael Augustus Sêga
155
PICCOLO, Helga I. L. Op. cit. (Nota 65), p. 76.
156
FREITAS, Décio. A revolução da degola. In: POSSAMAI, Zita (Org.). Revolução
Federalista de 1893. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Cultura – Caderno Ponto &
Vírgula, 1993. p. 22.
157
FRANCO, Sérgio C. O sentido histórico da Revolução de 1893. In: Fundamentos da
cultura Rio-Grandense, 5ª série. Porto Alegre: Faculdade de Filosofia da UFRGS,
1962. p. 100.
158
Utilizamos aqui um paper produzido pelo autor para o curso de pós-graduação em
história na UNICAMP (sem data) e que traz as linhas gerais de seu trabalho final de
doutorado.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 115
159
PICCOLO, Helga I. L. Op. cit. (Nota 65), p. 71.
160
LOVE, Joseph. Op. cit. (Nota 42), p. 77.
116 Rafael Augustus Sêga
161
PESAVENTO, Sandra J. Op. cit. (Nota 35), p. 40.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 117
162
É interessante ver a análise de José Murilo de Carvalho para essa obra: “Dos quatro
trabalhos sobre revoltas, saliento o de Hélio Leôncio Martins, intitulado ‘A Revolta da
Armada’. Trata-se de uma excelente narrativa da revolta de 1893, que atende ao requi-
sito que mencionei no início destes comentários: uma simpatia com o objeto acompa-
nhada do necessário distanciamento para permitir uma visão equilibrada e crítica. O
autor consegue este equilíbrio, embora tratando de tema que até hoje desperta reações
apaixonadas. O que lhe pediria é acrescentar notas e indicação das fontes utilizadas.
As notas e referências foram sem dúvida deixadas de lado por razões práticas, pois es-
tamos diante de um historiador experimentado, mas elas fazem falta para a orientação
do leitor.”. CARVALHO, José M. Relatório. In: Anais do congresso de história da
república. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1989. p. 16.
118 Rafael Augustus Sêga
164
JANOTTI, Maria de L. M. Op. cit., p. 265.
165
HAHNER, June E. Op. cit., p. 182.
120 Rafael Augustus Sêga
166
PENNA, Lincoln de A. Op. cit., p. 194.
167
CARVALHO, José M. A ortodoxia positivista no Brasil: um bolchevismo de classe
média, Pontos e bordados; escritos de história e política. Belo Horizonte: Editora da
UFMC, 1999. p. 199.
168
GINZBURG, Cario. Mitos, emblemas e sinais; morfologia e história. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989. p. 143-179.
122 Rafael Augustus Sêga
169
Essa metáfora foi inspirada em Carl. E. Schorske: “O historiador é o tecelão, mas a
qualidade do tecido depende da firmeza e cor dos fios. Ele tem que aprender um pouco
de fiação com as disciplinas especializadas, cujos estudiosos, na verdade, perderam o
interesse de utilizar a história como uma de suas modalidades básicas de entendimento
– mas ainda sabem melhor do que o historiador o que constitui, em seu ofício, um fio
resistente de cor firme. O rústico tecido caseiro do historiador será menos fino que o
deles, mas, se imitar o método de confecção, ele fiará fios bastante prestáveis para a
talagarça que é chamado a fazer”. SCHORSKE, Carl E. Viena fin-de-siècle; política e
cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 17.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 123
124 Rafael Augustus Sêga
CAPÍTULO 3
170
LEVI-STRAUSS, Claude. Tristes trópicos. Lisboa: Edições 70, 1986. p. 147.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 125
171
MAGALHÃES FILHO, Francisco. Evolução histórica da economia paranaense. Revista
Paranaense de Desenvolvimento. Curitiba: BADEP, abril de 1996. p. 132.
128 Rafael Augustus Sêga
Quem viaja pelos Campos Gerais, não pode por vezes reprimir
um movimento de admiração, ao contemplar aquelas verdejantes
174
CARNEIRO, Newton. Debret no Paraná. In: PRADO, João F. A. Jean-Baptiste
Debret. São Paulo: Editora Nacional/USP, Série Brasiliana, 1973. p. 82.
175
SAINT-HILAIRE, Auguste. Viagem pela comarca de Curitiba. Curitiba: Farol do
Saber, 1995. p. 32.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 131
176
ABREU, Aluízio F. et alii. Campos e pinheirais; Taunay e outros. Curitiba: Farol do
Saber, 1995. p. 7.
177
GRAF, Márcia E. de C. Imprensa periódica e escravidão no Paraná. Curitiba: Secre-
taria do Estado da Cultura e do Esporte, 1981.
178
MARTINS, Romário. História do Paraná. 4. ed., Curitiba: Farol do Saber, 1995. p. 409.
132 Rafael Augustus Sêga
179
MAGALHÃES FILHO, Francisco. Op.cit., p. 135-136.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 133
180
MACHADO, Brasil P. Formação histórica dos Campos Gerais. In: MACHADO, Brasil
P.; BALHANA, Altiva P. (Orgs.). Campos Gerais, estruturas agrárias. Curitiba:
Faculdade de Filosofia da UFPR, 1968. p. 30.
134 Rafael Augustus Sêga
181
MACHADO, Brasil P. Op. cit., p. 32-33.
182
MACHADO, Brasil P. Op. cit., p. 39.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 135
183
NORBECK, Edward. Sociedade Camponesa (Peasant Society). Dicionário de Ciências
Sociais. Rio de Janeiro: FGV, 1987. p. 1.140.
136 Rafael Augustus Sêga
184
SAINT-HILAIRE, Auguste. Op. cit., p. 76.
185
“Durante o século XVIII, ela (a classe senhorial) sofrera violentas restrições ao seu
poder por parte do Estado Colonial português, representado pelo Capitão General.
Quando veio a revolução da Independência, adotaria os seus princípios liberais que a
viriam libertar do poder da Capitania. (...) Obtida a emancipação da província do
Paraná, em 1853, o poder local é inteiramente restituído às classes superiores locais e,
especialmente, à classe dos fazendeiros dos Campos Gerais, que passam a exercer o
poder político da Província, principalmente através da liderança das famílias fazendeiras
dos Marcondes e dos Araújos. De fato, a lideranças exercida pelos fazendeiros se pro-
cessa sob a forma de oligarquias”. MACHADO, Brasil P. Op. cit., p. 41-42.
186
WESTPHALEN, Cecília M. Comércio exterior do Brasil meridional. Curitiba: CD,
1999. p. 189.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 137
187
IANNI, Otávio. O progresso econômico e o trabalhador livre. In.: HOLANDA, Sérgio
B. (Org.). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, t. II, v. 3,
1985. p. 298.
188
WESTPHALEN, Cecília M. Op. cit. (Nota 17), p. 165.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 139
189
MAGALHÃES FILHO, Francisco. Op. cit., p. 136.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 141
190
“A gênese e o desenvolvimento da indústria do mate (no Paraná) podem ser compara-
dos a processos semelhantes ocorridos na Europa a partir de sistemas de putting-out.
(...) Em seus primórdios, a burguesia mercantil que se instalou nesse ramo dedicava-se
ao comércio da erva beneficiada por produtores autônomos. Posteriormente, ela come-
çou a envolver-se na produção, comprando erva pré-beneficiada para moê-la e embalá-
la em suas casas de soque. Somente a partir de 1820 ou 1830, começaram a ser intro-
142 Rafael Augustus Sêga
192
SANTOS, Carlos R. A. História da alimentação no Paraná. Curitiba: Farol do Saber,
1995. p. 92.
144 Rafael Augustus Sêga
193
SANTOS, Carlos R. A. Op. cit., p. 59.
194
PADIS, Pedro C. Formação de uma economia periférica: o caso do Paraná. Curitiba:
Secretaria do Estado da Cultura e do Esporte, 1974, p 52.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 145
195
RIBEIRO, Luiz C. Op. cit. (Nota 22), p. 70.
196
PESAVENTO, Sandra J. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1992. p. 75-76.
197
COSTA, Samuel G. Introdução. In: CARNEIRO, David: VARGAS, Túlio. História
biográfica da república no Paraná. Curitiba: Banestado, 1994. p. 3.
146 Rafael Augustus Sêga
198
RIBEIRO, Luiz C. Op. cit. (Nota 22), p 68.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 147
199
RIBEIRO, Luiz C. O sonho do progresso. Tradição/Contradição. Curitiba: Museu de
Arte Contemporânea do Paraná, 1986. p. 113.
148 Rafael Augustus Sêga
200
CARNEIRO, David A. História do período provincial do Paraná. Curitiba: Banestado,
1994. p. 11.
201
CARVALHO, José M. A construção da ordem; a elite política imperial & Teatro de
sombras; a política imperial (Edição reunida). Rio de Janeiro: Editora da UFRJ / Re-
lume Dumará, 1996. p. 192.
150 Rafael Augustus Sêga
202
É o caso de Luís Fernando Lopes Pereira: “No Paraná deste período do final agonizante
do Império, os liberais dominam a Assembléia Provincial e o presidente da província
era conservador. Mas, à época, poucas diferenças existiam entre os ditos partidos da
ordem. Aliás, em termos de Paraná falar em partidos políticos já era um grande exagero,
pois os mesmos não passavam de agrupamentos de pessoas com interesses particulares,
em geral orbitando a influência das grandes, tradicionais e poderosas famílias curiti-
banas que dominavam a cena política local.” PEREIRA, Luís F. L. Paranismo: o Pa-
raná inventado; cultura e imaginário no Paraná da Primeira República. Curitiba: Aos
Quatro Ventos, 1998. p. 22.
152 Rafael Augustus Sêga
203
MARTINS, Wilson. A invenção do Paraná, estudo sobre a presidência Zacarias de Góes
de Vasconcelos. Curitiba: Imprensa Oficial, 1999. p. 61.
204
A doutrina liberal que viria mais tarde influenciar os revoltosos federalistas era tributária
dos ditames filosóficos apregoados pelos iluministas em oposição ao Antigo Regime, na
defesa dos princípios da liberdade política, da igualdade jurídica, do estado de direito
fundado em um “contrato social” firmado entre governantes e governados, que, quando
desrespeitado, dava, aos últimos, o direito de sublevação. Os liberais consideram a
liberdade humana a base do direito natural, o qual tem como dever a defesa da vida
humana, expressa na propriedade privada e consolidada no livre desenvolvimento do
espírito e das faculdades do ser individual. In: CARNEIRO, Newton L. G. A identida-
de inacabada, o regionalismo político no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora
da PUCRS, 2000. p. 38.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 153
205
PEREIRA, Magnus R. M. Op. cit., p. 21.
206
RIBEIRO, Luiz C. Op. cit. (Nota 22), p. 71.
207
“Nasceu na Lapa em 1842. Bacharel em Direito por São Paulo em 1867. Advogou em
Sorocaba e no Rio de Janeiro. Republicano histórico e abolicionista. Presente na Con-
venção de Itu em 1873. Senador Constituinte republicano pelo Paraná. Ministro do Su-
premo Tribunal Federal. Diretor do Banco da República. Presidente da Intendência
Municipal (prefeito) do Rio de Janeiro. Presidente do Banco do Brasil. Jurisconsulto
internacional, membro do Tribunal de Haia. Escritor. Livre pensador. Faleceu em
1920.” OLIVEIRA, Ricardo C. O silêncio dos vencedores; genealogia, classe domi-
nante e estado no Paraná. Curitiba: Moinho do Verbo, 2001. p. 262-263.
154 Rafael Augustus Sêga
208
MARTINS, Romário. Op. cit., p. 433.
156 Rafael Augustus Sêga
209
OLIVEIRA, Ricardo C. Op. cit., p. 171-172.
210
Inspiramo-nos aqui na conhecida palavra de ordem usada durante a Guerra Civil Espa-
nhola (1936–1939), lançada por Isidora Dolores Ibárruri Gómez (1895–1989), cogno-
minada “La Pasionaria”, símbolo da resistência republicana contra os falangistas, a-
deptos de Francisco Franco e apropriadamente referida pela professora Odah R. G. Cos-
ta em seu texto 1893–1894 Paraná: dele, não passaram!.In: ALVES, Francisco das N.;
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 157
213
Apud: BIAGI, Orivaldo L. O imaginário e as guerras da imprensa – estudo das cober-
turas realizadas pela imprensa brasileira da Guerra da Coréia (1950–1953) e da Guerra
do Vietnã na sua chamada “fase americana” (1964–1973). Campinas: Departamento de
História da UNICAMP, tese de doutorado, 2001. p. 7.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 159
214
BIAGI, Orivaldo L. Op. cit., p. 1.
215
“É por meio do imaginário que se podem atingir não só a cabeça, mas, de modo especial,
o coração, isto é, as aspirações, os medos e as esperanças de um povo. É nele que as
sociedades definem suas identidades e objetivos, definem seus inimigos, organizam seu
passado, presente e futuro.” CARVALHO, José M. A formação das almas; o imagi-
nário da República no Brasil. São Paulo: Companhia da Letras, 1990. p. 10.
216
CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. São Paulo: Paz e
Terra, 1982. p. 177.
217
CHARTIER, Roger. A história cultural – entre práticas e representações. Rio de
Janeiro: Difel, 1990. p. 17.
160 Rafael Augustus Sêga
218
FÁVERO, Leonor L.; KOCH, Ingedore G. V. Lingüística textual: introdução. São
Paulo: Cortez, 2000. p. 25.
219
FÁVERO, Leonor L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1993. p. 69.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 161
220
WESTPHALEN, Cecília M. República no Paraná. In: SOARES, Luis R. N. (Org.).
Dicionário histórico-biográfico do Estado do Paraná. Curitiba: Chain – Banestado,
1991. p. 402.
221
A República. Curitiba, 05.01.1893.
162 Rafael Augustus Sêga
222
A República. Curitiba, 10.01.1893.
223
“Na semiologia, ‘referente’ é aquilo que o signo designa; contexto. Tradicionalmente,
aplica-se o conceito de referente com relação aos objetos do mundo real a que as pala-
vras das línguas naturais se referem.” CD-ROM Dicionário Aurélio Eletrônico. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
224
“A referência é exofórica quando a remissão é feita a algum elemento da situação
comunicativa, isto é, quando o referente está fora do texto.” KOCH, Ingedore G. V.
A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1991. p. 20.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 163
225
A República. Curitiba, 20.01.1893.
164 Rafael Augustus Sêga
226
A República. Curitiba, 27.01.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 165
parte dos especuladores, que por ambição uns, outros por ódios,
por falta de patriotismo todos, têm levado ao seio da população a
ameaça e o terror, e algumas vezes o luto, a desolação, e a morte.
Em breve pois, estará assegurada a paz pública, e firme o gover-
no dos republicanos. E nem é de esperar outra atitude dos des-
cendentes dos “gaúchos” heróis de 35, cujos feitos imortais são
outros tantos padrões de glória para os filhos daquela terra227.
Novamente nesse trecho, percebe-se a exaltação do governo
versus a execração dos separatistas. A República brasileira aqui é
duplamente enaltecida, quando fez fugir os indivíduos “perversos e
maus” (os marujos da Armada) e no estabelecimento da paz públi-
ca contra os “especuladores que causam terror, luto, desolação e
morte”. Observa-se também uma certa admiração pelos farroupi-
lhas “heróis de 35”, os quais são comparados a deuses pelos seus
“atos imortais” como “padrões de glória”.
Lancemos o olhar para a terra legendária da geração de 35. Se al-
go nos pode turvar a vista, é com certeza a lágrima, oriunda da
mágoa, a mais sincera, derivada da dor, a mais profunda, filha da
angústia, a mais aflitiva. É horrível, em verdade, ver, com os olhos
da alma, aquele belo e límpido céu sinistramente listrado de lín-
guas de fogo, ver aquele sol esplêndido e fulgurante empanado pe-
los novelos de fumo, ver aqueles pampas formosos, onde o gaúcho
rio-grandense desafia todas as cóleras da natureza, juncados de
cadáveres de irmãos! E por quê? Pela ambição desmedida de um
Júpiter tonante que não tem tido a nobreza de se resignar à posi-
ção de vencido228.
É bom lembrar que os dois lados contendores se arvoravam
em herdeiros políticos dos farroupilhas de 1835 e que o lexema
“gaúcho” ainda não tinha sido generalizado como adjetivo gentílico
dos naturais do Estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Tal admi-
ração é agora associada à solidariedade dos governistas paranaenses
para com os republicanos, em que aqueles choram o infortúnio
destes por terem seus pampas “juncados de cadáveres”, provenien-
tes de uma guerra regida, de um lado, por um deus (Júpiter – refe-
rência a Gaspar Silveira Martins) impiedoso, sinistro e inconforma-
do e, para contrapor, Júlio de Castilhos, no editorial de três de março,
227
A República. Curitiba, 05.02.1893.
228
A República. Curitiba, 01.03.1893.
166 Rafael Augustus Sêga
229
Documentos do Arquivo Histórico do Exército (Casa da Memória de Curitiba),
28.02.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 167
230
A República. Curitiba, 08.03.1893.
231
A República. Curitiba, 21.03.1893.
168 Rafael Augustus Sêga
232
A República. Curitiba, 25.03.1893.
233
A República. Curitiba, 05.04.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 169
Não deixa de ter certo interesse e certa graça o modo por que a
oposição do país “presta seu apoio” à causa da revolução rio-
grandense. Pela do Paraná, podemos estender o nosso juízo às
outras e por isso assinalemos um fato muito do conhecimento de
nossa imprensa e de todo o Estado. Transmitido daqui para o Rio,
logo em começo da Revolução, um telegrama em que se declarava
que “a oposição do Paraná obedecia à sanha do sr. dr. Gaspar
Martins”. (...) E isso pela razão muito simples que as simpatias que
demonstram pela causa revolucionária não significam outra coisa
que o prazer que lhe causam as dificuldades que surgem para a re-
pública, pela ameaça ao governo e pelas esperanças e pelos so-
nhos que engendram a ilusória expectativas do auxílio às suas trê-
fegas ambições234.
234
A República. Curitiba, 18.05.1893.
170 Rafael Augustus Sêga
235
A República. Curitiba, 25.05.1893.
236
A República. Curitiba, 01.06.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 171
237
A República. Curitiba, 23.07.1893.
172 Rafael Augustus Sêga
238
A República. Curitiba, 26.07.1893.
239
A República. Curitiba, 01.08.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 173
no. De que lado está a razão e o direito? De que lado está o erro?
Só poderão dizê-lo aqueles que de mais de perto conhecem a polí-
tica do vizinho Estado. O que eu entendo porém, é que, é preciso
depor a oposição. Deixem os governos de tomar posições falsas e de
ofender com atos levianos a integridade nacional que serão ga-
rantidos embora a contragosto dos adversários apaixonados 240.
240
A República. Curitiba, 03.08.1893.
241
Mensagem dirigida ao Congresso Legislativo do Estado do Paraná pelo 1º vice-
governador Dr. Vicente Machado da Silva Lima, Curitiba, 15.08.1893.
242
COTTA, Maurizio. Parlamento. In: BOBBIO, Norberto et alii (Orgs.). Dicionário de
Política. Brasília: Editora da UnB, 1991. p. 880.
174 Rafael Augustus Sêga
245
A República. Curitiba, 08.10.1893.
176 Rafael Augustus Sêga
246
A República. Curitiba, 14.10.1893.
247
Documentos do Arquivo Histórico do Exército (Casa da Memória de Curitiba), 31.10.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 177
248
Documentos do Arquivo Histórico do Exército (Casa da Memória de Curitiba), 13.11.1893.
249
A República. Curitiba, 18.11.1893.
250
A República. Curitiba, 21.11.1893.
178 Rafael Augustus Sêga
251
A República. Curitiba, 02.12.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 179
252
Documentos do Arquivo Histórico do Exército (Casa da Memória de Curitiba), 03.12.1893.
180 Rafael Augustus Sêga
253
A República. Curitiba, 22.12.1893.
254
Documentos do Arquivo Histórico do Exército (Casa da Memória de Curitiba), 31.12.1893.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 181
255
VERNALHA, Milton M. Maragatos X Pica-Paus. Curitiba: Lítero-Técnica, 1984.
p. 199-201.
256
FRANCO, Sérgio C. A guerra civil de 1893. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1993.
p. 74.
182 Rafael Augustus Sêga
257
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 52.
258
CARNEIRO, David A. S. O Paraná e a revolução federalista. São Paulo: Atena,
1944. p. 146.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 183
259
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 56.
260
Documentos do Arquivo Histórico do Exército (Casa da Memória de Curitiba), 25.02.1894.
184 Rafael Augustus Sêga
261
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 57.
262
CAROLLO, Cassiana L. Simbolismo: características, grupos, evolução. In: SOARES,
Luis R. N. (Org.). Dicionário histórico-biográfico do Estado do Paraná. Curitiba:
Chain – Banestado, 1991. p. 456.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 185
263
“(...) an impromptu orator climbed onto a table and waxed lyrical on the subject of
courage and heroism until Gumercindo had him interrupted so that the wounded could
be taken to the hospital.” CHASTEEN, John C. Heroes on horseback; a life and times
of the last gaucho caudillos. Albuquerque: University of New México Press, 1995. p.
106. Tradução de Thelma Belmonte.
264
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 59.
265
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 59.
266
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 60.
267
FRANCO, Sérgio C. Op. cit., p. 78.
186 Rafael Augustus Sêga
268
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 62.
269
FRANCO, Sérgio C. Op. cit., p. 78.
270
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 64.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 187
271
FRANCO, Sérgio C. Op. cit., p. 79.
272
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 65.
273
FRANCO, Sérgio C. Op. cit., p. 81.
274
Almanaque Paranaense. Curitiba, janeiro de 1896. p. 66.
188 Rafael Augustus Sêga
Vários são os elementos que entram nesse plano de ruína: aos fal-
sos republicanos e conspiradores de 1892 reuniram-se os outros
contingentes de despeito e de indisciplina: os especuladores da
bolsa, que procuravam a reabilitação necessária dos desastres eco-
nômicos à custa do desastre, para eles indiferente, da Pátria, al-
guns oficiais da marinha aliciados por um chefe saído há pouco
do governo que tinha reprimido os primeiros atos de conspiração;
outro alto representante da classe, até então inimigo pessoal e polí-
tico do primeiro, e propugnador da idéia restauradora, e todos es-
ses elementos, de natureza heterogêneas, fundiram-se na mesma
ação e pensamento dos chamados “federalistas” do Rio Grande
do Sul, mensageiros da depredação e do morticínio, ao mando de
um antigo ambicioso político que, com o advento da República,
ficou privado dos privilégios de que astutamente gozava no regi-
me decaído276.
275
A República. Curitiba, 05.05.1894.
276
Mensagem dirigida ao Congresso Nacional pelo Marechal Floriano Peixoto, vice-
presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, por ocasião da abertura da pri-
meira sessão ordinária da segunda legislatura, sessão de 07.05.1894. In: Anais do Se-
nado Federal e da Câmara dos Deputados (Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul, Serviço de Pesquisa, Documentação Histórica e Museu do “Solar dos
Câmara”, Porto Alegre).
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 189
277
A República. Curitiba, 12.05.1894.
190 Rafael Augustus Sêga
278
Mensagem dirigida ao Congresso Legislativo do Estado do Paraná pelo 1º vice-
governador Dr. Vicente Machado da Silva Lima, Curitiba, 18.05.1894.
279
Resumidamente, Odah Regina Guimarães Costa relata a obra empresarial do Barão de
Serro Azul da seguinte forma: “Ildefonso Pereira Correia, por tradição de família, que
exercia papel destacado na comunidade paranaense e nas esferas político-
administrativas do Império e do partido conservador, ele próprio eleito deputado pro-
vincial, em 1877, e camarista da cidade de Curitiba, ocupando a presidência da Câma-
ra Municipal, sendo agraciado pelo governo imperial com a comenda da Ordem Rosa
e, em 1888, com o título de Barão de Serro Azul, exercendo a Presidência da Província
do Paraná, além da projeção no cenário industrial da erva-mate e da madeira e em to-
das as iniciativas de progresso da época e nos acontecimentos políticos que envolveram
a Revolução Federalista e que culminaram no seu brutal desaparecimento, teve sempre
projeção e ascendência social, tendo oportunidade de aumentar sua fortuna particular,
gerindo seus negócios, ampliando-os e aplicando os lucros na dinamização de suas
empresas e na sua renovação e constante aperfeiçoamento, além da sua diversificação,
aluando nos setores mais rendosos da economia paranaense, o ervateiro e o madeirei-
ro.” COSTA, Odah R. G. Ação empresarial do Barão de Serro Azul. Curitiba: Secre-
taria do Estado da Cultura e do Esporte, 1981. p. 23-24.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 191
280
A República. Curitiba, 15.05.1894.
281
VIEIRA, Maria do Pilar de Araújo et alii. A pesquisa em história. São Paulo: Ática,
1989. p. 54.
282
FRANCO, Sérgio C. Op.cit., p. 82.
192 Rafael Augustus Sêga
283
A República. Curitiba, 09.06.1894.
284
FRANCO, Sérgio C. Op.cit., p. 82.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 193
285
Códice do Arquivo Público do Estado do Paraná, referente à correspondência de 23.08. 1894.
Obs.: registramos em nossa pesquisa outro ofício com conteúdo da mesma espécie por
parte da legação da Áustria-Hungria em 28.08.1894, mas não achamos necessário re-
produzi-lo por causa da semelhança de conteúdo.
286
ESCOBAR, Wenceslau. Apontamentos para a história da revolução rio-grandense
de 1893. Brasília: Editora da UnB, 1983. p. 286.
287
A República. Curitiba, 18.08.1894.
288
Anais do Senado Federal (Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul,
Serviço de Pesquisa, Documentação Histórica e Museu do “Solar dos Câmara”, Porto
Alegre), sessão de 10.05.1895.
194 Rafael Augustus Sêga
289
A República. Curitiba, 21.08.1894.
290
A República. Curitiba, 25.09.1894.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 195
291
JEANNENEY, Jean-Noël. A mídia. In: RÉMOND, René. (Org.). Por uma história
política. Rio Janeiro: FGV/UFRJ, 1996. p. 224-225.
292
CAPELATO, Maria H. R. Os arautos do liberalismo; imprensa paulista (1920–
1945). São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 12.
196 Rafael Augustus Sêga
293
CHAUSSINAND-NOGARET, Guy. Biográfica, história. In: BURGUIÈRE, André.
Dicionário das ciências históricas. Rio de Janeiro: Imago, 1993. p. 95-97.
294
SOUZA, Laura de M. O diabo e a terra de Santa Cruz. São Paulo: Companhia das
Letras, 1986. p. 335.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 197
295
WESTPHALEN, Cecília M. Verbetes biográficos. In: SOARES, Luis R. N. (Org.).
Dicionário histórico-biográfico do Estado do Paraná. Curitiba: Chain – Banestado,
1991. Sá, Jesuíno M. de Oliveira e, Conselheiro. p. 422-423; Westphalen, Emygdio.
p. 555-556; Santos, Generoso Marques, Presidente. p. 429-430; Batista, Bonifácio José
Batista, Barão de Monte Carmelo. p. 37; Batista, Firmino Teixeira, Coronel Vivida.
p. 37-38; Marcondes, Amazonas de Araújo, Coronel. p. 274-275; Borba, Telêmaco
Augusto Enéas Morocine, Coronel. p. 40; Silva, Francisco Xavier da, Presidente. p. 441.
198 Rafael Augustus Sêga
296
MACHADO, Brasil P. Op.cit., p. 47.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 199
298
BENGHI, Lina. Camargo, Affonso Alves de, Pres. do Paraná. In: SOARES, Luis R. N.
(Org.). Dicionário histórico-biográfico do Estado do Paraná. Curitiba: Chain – Ba-
nestado, 1991. p. 48.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 201
299
OLIVEIRA, Ricardo C. Op. cit., p. 241.
300
SÊGA, Rafael A. A capital Belle Époque, a reestruturação do quadro urbano de Curiti-
ba durante a gestão do prefeito Cândido de Abreu (1913–1916). Curitiba: Aos Quatro
Ventos, 2001. p. 31-38.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 203
301
LEÃO, Ermelino A. Contribuições históricas e geográficas para o dicionário do
Paraná. Curitiba: Empresa Gráfica Paranaense, 1926. p. 288.
302
OLIVEIRA, Ricardo C. Op. cit., p. 257.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 205
303
OLIVEIRA, Ricardo C. Op. cit., p. 254-265.
304
CONSTITUIÇÕES DO BRASIL. (1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1967) Organizado
por ALENCAR, Ana V. A. N.; RANGEL, Leyla C. B. Brasília: Subsecretária de Edi-
ções Técnicas do Senado Federal, 1986. p. 116.
206 Rafael Augustus Sêga
3ª Legislatura (1897–1899)
a) Brasílio Ferreira da Luz, médico militar, ligado ao
PRF.
b) Bento José Lamenha Lins, bacharel em direito,
ligado ao PRF.
c) Leôncio Correia, jornalista, escritor e professor,
ligado ao PRF.
d) Manoel de Alencar Guimarães, bacharel em direito,
ligado ao PRF.
4ª Legislatura (1900–1902)
a) Bento José Lamenha Lins, bacharel em direito, ligado
ao PRF
b) Carlos Cavalcanti de Albuquerque, engenheiro
militar, ligado ao PRF.
c) João Cândido Ferreira, médico, ligado ao PRF.
d) Manoel de Alencar Guimarães, bacharel em direito,
ligado ao PRF.
5ª Legislatura (1903–1905)305
a) Cândido Ferreira de Abreu, engenheiro civil, ligado
ao PRF.
b) Carlos Cavalcanti de Albuquerque, engenheiro
militar, ligado ao PRF.
c) Manoel de Alencar Guimarães, bacharel em direito,
ligado ao PRF.
d) Antônio Augusto de Carvalho Chaves, bacharel em
direito, ligado ao PRF.
6ª Legislatura (1906–1908)
a) Antônio Augusto de Carvalho Chaves, bacharel em
direito, ligado ao PRF.
b) Manoel de Alencar Guimarães, bacharel em direito,
ligado ao PRF.
c) Vítor Ferreira do Amaral e Silva, médico, ligado ao
PRF.
305
Bento José Lamenha Lins, do PRF, foi eleito nessa legislatura, mas renunciou.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 207
306
Assumiu no lugar de Ubaldino do Amaral Fontoura, do PRF, que renunciou.
307
Assumiu no lugar de José Pereira dos Santos Andrade, do PRF, que renunciou.
308
Assumiu no lugar de Arthur Ferreira de Abreu, do PRF, que renunciou.
208 Rafael Augustus Sêga
309
Assumiu no lugar de Vicente Machado da Silva, do PRF, que renunciou.
310
Assumiu no lugar de Francisco Xavier da Silva, do PRF, que renunciou.
311
CONSTITUIÇÕES DO BRASIL. Op. cit., p. 117.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 209
312
OLIVEIRA, Ricardo C. Op. cit., p. 254.
313
BECKER, Jean-Jacques. A opinião pública. In: RÉMOND, René. (Org.). Por uma
história política. Rio de Janeiro: FGV/UFRJ, 1996. p. 189.
210 Rafael Augustus Sêga
314
WESTPHALEN, Cecília M. Lima, Vicente Machado. In: SOARES, Luís R. N. (Org.).
Dicionário histórico-biográfico do Estado do Paraná. Curitiba: Chain – Banestado,
1991. p. 257-258.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 211
315
Anais do Senado Federal (Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul,
Serviço de Pesquisa, Documentação Histórica e Museu do “Solar dos Câmara”. Porto
Alegre), sessão de 25.06.1895.
212 Rafael Augustus Sêga
316
Idem, sessão de 31.08.1895.
317
Ibidem; sessão de 07.10.1895.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 213
318
PENNA, Lincoln de A. República brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 91.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 215
319
Júlio de Castilhos faleceu em 1903, mas Borges de Medeiros já havia assumido o
governo do Estado gaúcho em 1898, quando exerceu dois mandatos. Em 1908, passou o
governo para Carlos Barbosa e elegeu-se sucessivamente em 1913, 1918 e 1923.
216 Rafael Augustus Sêga
CONCLUSÃO
O Paraná tem uma identidade política tão clara quanto vários outros
estados. Se no Rio Grande do Sul a questão sempre passa pela
maneira como o Rio Grande se relaciona com o poder central,
apesar de sua peculiaridade e de seus sentimentos oposicionistas
crônicos, no Paraná a questão se apresenta a partir de como e de
que maneira o Paraná conduz o seu situacionismo em relação ao
centro de poder real ou virtual, ao centro de poder efetivo a ao
que se construirá. A política paranaense sempre esteve com a
tendência nacional vitoriosa, seja em 1842, 1853, 1894, 1930,
1932, 1945, 1961, 1964, 1982, 1994 e em 2000. Esse tem sido o
destino da formação geopolítica paranaense, ser uma ponte de
união, de consolidação e de situação na política brasileira em su-
as inflexões320.
320
OLIVEIRA, Ricardo C. O silêncio dos vencedores; genealogia, classe dominante e
estado no Paraná. Curitiba: Moinho do Verbo, 2001. p. xxiii. Em 2002, a tendência de
alinhamento do Paraná com o poder central foi mantida, com a eleição de Roberto
Requião para o cargo de governador. Apesar de ser do PMDB, Requião sempre se de-
clarou aliado do candidato petista Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente do Brasil.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 219
321
CARNEIRO, David A. S. O Paraná e a revolução federalista. São Paulo: Atena,
1944. p. 266.
220 Rafael Augustus Sêga
322
Como na célebre passagem do livro Il Gattopardo, na qual o jovem personagem
Tancredi argumenta a seu aristocrático tio don Fabrizio, príncipe de Salina (cuja dinas-
tia tinha como símbolo uma espécie rara de leopardo), que era hora de este apoiar a uni-
ficação da Itália: “– Se queremos que tudo fique como está, é preciso que tudo mude.”.
In: LAMPEDUSA, Giuseppe T. O leopardo. São Paulo: Edibolso, 1976. p. 37.
Tempos Belicosos: a Revolução Federalista no Paraná 221
REFERÊNCIAS
www.institutomemoria.com
.br
PARADIGMAS