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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO


ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
419 REGISTRADO(A) SOB N°

ACÓRDÃO IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIH
*03160295*

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Embargos de Declaração n° 990.10.128425-1/50000, da
Comarca de São Paulo, em que é embargante COOPERATIVA
HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS - BANCOOP sendo embargado
MÁRCIO PINTO FERREIRA.

ACORDAM, em 4 a Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "REJEITARAM OS EMBARGOS. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos


Desembargadores TEIXEIRA LEITE (Presidente) e ENIO
ZULIANI.

São Paulo,26 de agosto de 2010.

FRANCISCO LOUREIRO
RELATOR
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: 990.10.128425-1/50000


COMARCA: SÃO PAULO
JUIZ: GUILHERME FERREIRA DA CRUZ
EBTE: COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS - BANCOOP
EBDO: MÁRCIO PINTO FERREIRA

VOTO Ne 11.002

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - Inexistência de


vícios no aresto - Caráter infringente inviável -
Prequestionamento de matéria amplamente debatida
no aresto - Embargos rejeitados.

São embargos de declaração opostos contra o


V. Acórdão de fls. 313/319, opostos pela apelante COOPERATIVA
HABITACINOAL DOS BANCÁRIOS - BANCOOP, com o propósito de
obter a integração do julgado e prequestionar a matéria suscitada.

Sustenta a embargante, em apertada síntese,


que o acórdão foi omisso, por desconsiderar a natureza jurídica da
COOPERATIVA, aplicando o CDC, e por não considerar documentos
trazidos aos autos pela embargante, que supostamente autorizariam a
cobrança do saldo residual discutido. Prequestiona uma série de
dispositivos legais da Lei 5.764/71.

Em razão do exposto e pelo que mais


argumenta em suas razões recursais (fls. 322/328), pede, ao final, o
provimento do seu recurso.

É o relatório.

1. Rejeito os embargos, de caráter nitidamente


infringente.

Embargos de Declaração n 2 990.10.128425-1/50000 - SÃO PAULO - VOTO n s 11.002 - L - fl. 1


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PODER JUDICIÁRIO
T R I B U N A L DE J U S T I Ç A D O E S T A D O DE S Ã O PAULO

O Acórdão foi absolutamente claro ao deixar


assentado que, apesar do regime cooperativo, não é dado à
COOPERATIVA dar quitação do preço dos imóveis e, anos depois,
cobrar saldo residual, o que configura venire contra factum proprium.

Independentemente do regime adotado, óbvio


que nenhuma das partes pode agir de forma contrária à boa-fé, como fez
a embargante no caso concreto.

Quanto aos documentos juntados pela


COOPERATIVA, também foi a decisão transparente ao entender que não
são suficientes para demonstrar a necessidade de cobrança de saldo
residual dos cooperados da seccional TORRES DE PIRITUBA.

Sob o pretexto de ter encontrado supostas


omissões no Acórdão, a embargante utiliza-se do presente recurso para
insurgir-se contra o decisum, o que não se admite.

Como é elementar, não se admitem embargos


declaratorios com o propósito de questionar a correção do julgado e
obter, em conseqüência, a substituição da decisão recorrida por outra.
Lembre-se que não se trata e nem se agita a questão de erro material
evidente do acórdão, ou manifesta nulidade, que permitiriam, em casos
excepcionais, a inversão do julgado.

Não há como utilizar os embargos de


declaração - recurso de integração - como recurso atípico de
substituição, para rediscutir questões já examinadas.

2. Quanto ao prequestionamento, evidente não


se prestar o julgado a responder verdadeiro questionário elaborado pela
parte, muito menos há necessidade de apontar cada artigo de lei, ou
precedentes dos tribunais, a respeito de todos os aspectos e pontos
abordados.

Embargos de Declaração n 8 990.10.128425-1/50000 - SÃO PAULO - VOTO n a 11.002 - L - fl. 2


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Não se exige enumeração de dispositivos


legais, pois "não cabe esse recurso em matéria cível para o Judiciário
mencionar qual a lei, ou o artigo dela, ou da Constituição Federal etc,
que esteja a aplicar. Deixar de fazê-lo não é omissão no sentido legal:
não existe tal pressuposto para a completude do julgamento cível. Essa
substituição de natureza tópica é assunto para qualquer intérprete. Para a
fundamentação do julgado o necessário e suficiente é que se trabalhe
mentalmente com os conceitos vigentes contidos no sistema jurídico"
(Embargos de Declaração no 147.433-1/4-01, São Paulo, 2a Câmara
Civil, citados nos Embargos de Declaração no 199.368-1, julgado
pela 1a Câmara, Relator Desembargador Guimarães e Souza).

Não houve qualquer ofensa a preceito de lei


federal. O que se fez foi interpretar leis federais frente aos fatos, em
consonância com a interpretação emanada da doutrina e dos Tribunais
Superiores.

Diante do exposto, pelo meu voto, rejeito os


embargos declaratórios.

INCISCO LOUREIRO
Relator

Embargos de Declaração n 2 990.10.128425-1/50000 - SÃO PAULO - VOTO n 2 11.002 - L - fl. 3

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