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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho

JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA

LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE

CURITIBA – PR
2010
JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA

LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE

Monografia apresentada para obtenção


do título de Especialista no Curso de
Pós-Graduação Lato Sensu em
Engenharia de Segurança do Trabalho,
Pontifícia Universidade Católica do
Paraná -PUC-PR.
Orientador: Prof. Antonio Denardi Jr.

CURITIBA – PR
2010
JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA

LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança


do trabalho, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito à
obtenção do título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

Dr. Ing. Irionson Antonio Bassani


Prof.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Roberto Serta
Prof.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Curitiba, 18 de Maio de 2010.


DEDICATÓRIA

Este trabalho dedico aos nossos familiares,


colegas de curso e professores.
5

AGRADECIMENTOS

Inicialmente quero agradecer a minha família, por seu carinho,


compreensão e apoio.
Agradeço a meu orientador Prof. Antonio Denardi Jr., pelo ensinamento,
incentivo e exemplo de trabalho e serenidade que mostrou ao longo do
desenvolvimento desta dissertação.
Aos membros da banca examinadora, que contribuíram opinando e
sugerindo.
Ao Prof. Dr. Ing. I. A. Bassani, por todo o tempo que dispensou em me
ajudar, pelo exemplo de dedicação ao trabalho e ao estudo.
A "PUC - Pontifícia Universidade Católica do Paraná" pelo apoio e
disponibilização de recursos liberados e horas aula para capacitação.
Aos colegas e amigos do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho
minhas sinceras considerações.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolvimento
desta dissertação.
6

RESUMO

O objetivo fundamental deste trabalho esta baseado no intuito de registrar


leis, normas, preceitos, princípios, decretos, atuações, acontecimentos e
jurisprudências por meio de um método baseando em pesquisas documentais e
bibliográficas que permitam atingir um aprimorado conhecimento sobre o tema. O
método científico com o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos foram
adotados para se atingir a mais real percepção, veracidade e ciência dos fatos que
venham a contribuir para a elaboração de laudos periciais de Insalubridade,
especificando a atuação do Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Enfatiza-se o valor e a necessidade das atribuições do “Engenheiro de
Segurança no Trabalho” e conseqüentemente do “Médico do Trabalho”,
demonstrando a competência e a necessidade do mesmo para a elaboração de
laudos periciais, aprovando todas as disposições enquadradas na lei para a sua
integral aplicabilidade.
Apresentam-se, com a finalidade de um melhor entendimento na
preparação dos laudos periciais, atividades insalubres, agentes nocivos, agentes
físicos, agentes químicos e agentes biológicos, adicionais de insalubridade, graus de
insalubridade, equipamentos de proteção individual e outros, na expectativa de
prover elementos, dados e informações para os peritos.
Demonstramos também nesta monografia fundamentos, embasamentos
legais e modelos para a elaboração de documentos de acordo com os
requerimentos imprescindíveis para uma legítima emissão do laudo pericial.
Apresentam-se considerações para elaboração de laudos periciais de
Insalubridade, apoiado em instrumentos que se consideram necessários na coleta
de dados. Na sua avaliação final, define para a importância da emissão dos laudos
periciais de acordo com as exigências legais, destacando a importância do
profissional habilitado e competente para desempenhar sua função técnica e prestar
laudos que esclarecem e corroboram na elucidação das influências nocivas aos
trabalhadores em seu ambiente de trabalho.
Percebe-se então a necessidade do disposto neste trabalho, que servirá
de balizamento e apontamento aprimorado para contribuir para o fortalecimento
virtuoso da metodologia dos laudos periciais de Insalubridade.

Palavras-chave: Pericia em Insalubridade. Laudo Pericial.


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LISTA DE SIGLAS

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica


ART. Artigo
CA - Certificado de Aprovação
CC - Código Civil
CF/88 - Constituição Federal de 1988
CIPA - Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
CPC - Código de Processo Civil
CREA - Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia
CTL - Consolidação das Leis do Trabalho
DRT - Delegacia Regional do Trabalho
EC - Emenda Constitucional
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva
EPI - Equipamento de Proteção Individual
LDR - Leis Decretos, Resoluções
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NR - Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SDI - Seção de Dissídios Individuais
SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho
SSMT - Secretaria Segurança e Medicina do Trabalho
SSST/MTb - Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho / Portaria do Ministério
do Trabalho
STF - Supremo Tribunal Federal
TJSC - Tribunal de Justiça de Santa Catarina
TRT Tribunal Regional do Trabalho
TST - Tribunal Superior do Trabalho
8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
1.1. APRESENTAÇÃO...............................................................................................11
1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................12
1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................12
1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................12
1.3. ENUNCIADO DO PROBLEMA............................................................................13
1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................................14
1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA........................................................................15
2. REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITOS...........................................................16
2.1 PERITO................................................................................................................16
2.2 ASSISTENTE TÉCNICO......................................................................................16
2.3 PERÍCIA...............................................................................................................16
2.3.1 Perícia Judicial..................................................................................................17
2.3.2 Perícia Extra-Judicial.........................................................................................17
2.4 EXAME PERICIAL................................................................................................18
2.5 POSTURA E PERFIL DO PERITO......................................................................18
2.6 ATRIBUIÇÕES LEGAIS DO PERITO CRIMINAL................................................19
2.7 LAUDO PERICIAL................................................................................................20
2.8 A PERÍCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO...........................................................21
2.8.1 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC...........................................................22
2.8.2 PODER DE PESQUISAS DO PERITO.............................................................24
2.9 PODERES DO PERITO E ASSISTENTES TÉCNICOS......................................24
2.10 AGENDAMENTO DA PERÍCIA .........................................................................24
2.11. LIVRE APRECIAÇÃO PELO MAGISTRADO................................................... 26
3. NOÇÕES GERAIS. LEGISLAÇÃO. REFERENCIAL TEÓRICO ...........................26
3.1 CAPÍTULO V – CLT. OPERAÇÕES INSALUBRES.............................................26
3.2 PERICIA E O FORO JUDICIAL. ..........................................................................29
3.3 PERITOS LEGALMENTE HABILITADOS. ..........................................................29
3.4 DA HABILITAÇÃO – Lei 7410/85.........................................................................32
3.5 LEI Nº 11.690, DE 9 DE JUNHO DE 2008...........................................................32
3.6 LEGISLAÇÃO FEDERAL LEI No 5.869/73..........................................................32
3.7 DOLO OU CULPA DO PERITO. .........................................................................34
9

3.8 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA – Lei 2.848/40..............................35


3.9 NORMAS E PROCEDIMENTOS DE PERÍCIA JUDICIAL ..................................35
3.10 QUEM DEVE FAZER A CLASSIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE? .................35
4 NORMAS REGULAMENTADORAS ......................................................................36
4.1 NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................38
4.2 NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES: ......................................39
5. ATIVIDADES INSALUBRES.................................................................................41
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE........................................................43
6. O MINISTÉRIO DO TRABALHO E A PERÍCIA.....................................................43
6.1 JURISPRUDÊNCIA..............................................................................................44
7. BASE DE CÁLCULO. SÚMULAS DO TST...........................................................46
7.1 SÚMULAS DO STF..............................................................................................47
7.2 CLASSIFICAÇÂO DA ATIVIDADE INSALUBRE PELO MTb...............................49
8. POSICIONAMENTOS JUDICIAIS. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE...............49
9. PORTARIA N.º 3.311 DE 29 DE NOVEMBRO DE 1989.....................................54
10. ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO ..............................................................................................................54
11. JURISPRUDÊNCIAS DO TST.............................................................................57
11.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR TRABALHO EXPOSTO A RUÍDO.....57
11.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CONTATO COM AGENTES QUÍMICOS..58
12. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL...............................................58
12.1 ELIMINAÇÃO OU DIMINUIÇÃO DO GRAU DE INSALUBRIDADE COM O USO
DE EPI’S. ...................................................................................................................59
12.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTES AOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL. .............................................................................................................59
13. CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADES INSALUBRES.................................61
13.1 GRAUS DE INSALUBRIDADE...........................................................................62
13.2. ENQUADRAMENTO DA INSALUBRIDADE.....................................................62
13.2.1. Agentes Nocivos ............................................................................................62
13.2.2. Riscos Ambientais..........................................................................................63
13.2.3. Agentes Físicos..............................................................................................63
13.2.4. Agentes Químicos..........................................................................................63
13.2.5. Agentes Biológicos.........................................................................................64
14. AVALIAÇÃO PERICIAL – INSALUBRIDADE.....................................................65
10

15. LEVANTAMENTO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO AOS RISCOS


AMBIENTAIS.............................................................................................................65
15.1 LIMITE DE TOLERÂNCIA..................................................................................66
15.1.2. Limite De Tolerância Para Iluminação............................................................66
15.1.3. Limite De Tolerância Para Ruído...................................................................67
15.1.4. Pressão Acústica / Ruído Contínuo ou Intermitente......................................67
15.1.5. Pressão Acústica / Ruído de Impacto............................................................67
15.1.6. Limites De Tolerância Para Exposição ao Calor ...........................................67
16. CONSIDERAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE
LAUDOS PERICIAIS.................................................................................................68
17. ESTRUTURA DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL................................................68
17.1 SUGESTÕES DAS ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDO
PERICIAL...................................................................................................................69
17.2 FLUXO DO LAUDO PERICIAL......................................................................... 69
17.3 ETAPAS DE APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL....................................71
17.4 FORMULAÇÃO DE QUESTIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDOS
PERICIAIS. ................................................................................................................73
18 QUESITOS PARA INSALUBRIDADE – FORMULAÇÃO....................................73
18.1 QUESITOS IMPERTINENTES...........................................................................75
19. NOMEAÇÃO........................................................................................................76
20. HONORÁRIOS PERICIAIS..................................................................................77
20.1 PROPOSTA DE HONORÁRIOS........................................................................77
21. CONSIDERAÇÕES, CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES FINAIS..................78
REFERÊNCIAS..........................................................................................................80
ANEXOS.....................................................................................................................83
Anexo I - MODELO DE PETIÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO LAUDO
Anexo II - MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL
Anexo III - MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL
Anexo IV - MODELO DE LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE
Anexo V - MODELO PADRÃO ESTIMATIVA HONORÁRIOS DE PERÍCIA JUDICIAL
Anexo VI - MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL
Anexo VII - INSTRUÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO DE INSALUBRIDADE
Anexo VIII - MODELO LAUDO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO DE INSALUBRIDADE
Anexo IX - EXEMPLO PRÀTICO DE UM LAUDO TÉCNICO
11

1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

A ocupação profissional exerce uma função expressiva na formação do


ser humano, interferindo na inclusão social e na constituição da individualidade e
identificação. O trabalho pode ser julgado como sustento para concretizações,
realizações e bem-estar na vida da pessoa, ou também como incômodo, desgosto e
aflição. As condições do ambiente físico do trabalho intervêm significativamente
sobre a saúde física, mental, psicológica e social do trabalhador. Com o objetivo de
propiciar satisfação e qualidade de vida no ambiente de trabalho, buscar a
segurança e à promoção da saúde ocupacional, suprimindo acidentes, doenças
profissionais, riscos no trabalho e ambientes insalubres, diversos programas,
métodos, normas e critérios que estabeleçam diretrizes a serem seguidas devem ser
empregados e incrementados pelas organizações.
Ambientes insalubres podem acarretar danos à saúde dos empregados,
devem ser ponderadas e avaliadas por todos os aspectos, buscando abranger todos
os seus conflitos sobre as condições e meio ambiente do trabalho, promovendo um
método de analise e diagnóstico constante. São fatos relevantes para um
acompanhamento da experiência adquirida por profissionais para enriquecer o
assunto com subsídios para a preparação de laudos periciais de insalubridade
direcionados e executados por profissionais legalmente habilitados com formações
em engenharia de segurança e medicina do trabalho, que determinarão a
insalubridade ou não dos ambientes de trabalho, preparando-se para que seja
desenvolvida uma nova e atual metodologia para evolucionar a legislação vigente.
Este trabalho aborda assuntos relacionados à preparação de “Laudos
Periciais de Insalubridade” fundamentados por profissionais legalmente habilitados e
com formações em “Engenharia de Segurança do Trabalho”, ressaltando a
aplicabilidade da Lei nº. 6.514 de 22 de Dezembro de 1977 portaria nº 3.214 de 08
de Junho de 1978 e nº 6/2001 e suas normas regulamentadoras NR-1 a NR-33.
Destaca-se a seriedade e a necessidade de se apontar a obrigatoriedade
da perícia para a classificação e caracterização do adicional de insalubridade, por
profissional perito legitimamente habilitado, que perante as Leis, Normas e Portarias,
fundamentem o quadro de atividades insalubre designado de acordo com o âmbito
judiciário ou administrativo e necessitará ater-se excepcionalmente ao seu trabalho
técnico.
Determina-se que o “Engenheiro de Segurança do Trabalho” e o “Médico
do Trabalho” que possuem autonomia, autoridade e formação para conferir, aprovar
e determinar se o local de trabalho é ou não insalubre.
Considerou-se significante apresentar informações nos estudos da
“Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho” com opções de designar
aparatos construtivos, que minimizassem as inconsistências causadas pelo trabalho
em operações insalubres.
A intervenção profissional apóia uma influência significativa na
investigação da atuação designada à segurança do trabalho, baseado no
conhecimento tecnológico dos profissionais de engenharia de segurança e medicina
do trabalho, seguindo como orientação para balizar alternativas e trilhar opções de
ponderação que são capazes de direcionar uma atuação confiável.
12

Por este trabalho temos que concluir que ações históricas e concretas são
também levadas como fatos legais por jurisprudências comprovadas, pois para este
assunto que não possui obras contemporâneas amplas e atualizadas, direcionadas
e fundamentas ao estudo da prova pericial em fatos e por agrupamento de
similaridade de ações, da discussão e compreensão das metodologias de
realizações de perícia dentro do sentido mais amplo, sendo fundamentadas por
profissionais habilitados, autoridades e pelo âmbito judiciário ou administrativo.

1.2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é simplificar, esclarecer e sistematizar a


prática para a elaboração de laudos periciais de insalubridade. Este trabalho
pretende oferecer aos peritos habilitados, quanto à aprendizagem nas diferentes
formas, metodologia de realização pericial e seus desdobramentos.
Abordar o assunto Laudos Periciais de Insalubridade nas Condições
Ambientais do Trabalho com atuação especifica do Engenheiro se Segurança do
Trabalho. Pesquisando uma relação ainda maior sobre este assunto, também
enfatizar a perspectiva de que este trabalho possa ser aproveitado como material de
subsídio profissional, de forma resumida deseja-se envolver, os fundamentais
aspectos pertinentes sobre o tema. Desta forma, por meio de fundamentação
teórica, organizar uma metodologia especifica para a elaboração de laudos periciais.
O objetivo deste trabalho é confiar que a habilidade, informação e o
conhecimento contribuam para o aprimoramento da legitimação e da realidade,
assegurando a aplicabilidade das leis e doutrinas para garantir a elaboração de
laudos periciais de Insalubridade.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Promover a conscientização, a divulgação e ampliar o conhecimento em


relação ao assunto Laudos Pericial através das Leis, Normas,
Orientações, Jurisprudências, especificados neste trabalho.
• Promover o conhecimento, a sabedoria e a informação da sistemática do
processo e da aplicação e aproveitamento dos Laudos Periciais em
Insalubridade através da Estrutura, Fluxo, Etapas de Apresentação e
Modelos de Laudos Periciais. (respectivamente páginas: 69, 73,82).
• Identificar Normas Regulamentadoras (NR’s) pertinentes aos Laudos
Periciais de Insalubridade. (página: 35)
• Identificar Portarias e Leis relacionadas aos Laudos Periciais em
Insalubridade. Leis do MTb (página 42 e 48), Leis do TST (página 45),
Posicionamentos Judiciais (página 49) e Portarias (página 52), todas
relacionadas aos Laudos Periciais de Insalubridade.
• Relacionar Atividades e Operações Insalubres através do seu
enquadramento (pagina 61) e aos limites de tolerância (pagina 65).
• Apresentar roteiro básico para a formalização e apresentação de Laudo
Pericial de Insalubridade (exemplificados nas paginas: 68 e 69).
13

• Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho especialmente no que


tange aos parâmetros para enquadramento da exposição aos agentes
nocivos baseada na PORTARIA Nº 3214, DE 08.06.78 (página 65).
• Como realizar a formulação de Quesitos adequados para a elaboração do
Laudo Pericial de Insalubridade (página 73).
• Posicionamentos Judiciais, Jurisprudências e Casos Reais de Perícia de
Insalubridade (página 49).
• Transformar esta dissertação em um material de apoio prático que
apresenta um estudo específico e propício com um contexto apropriado
para o assunto em pauta.

1.3 ENUNCIADO DO PROBLEMA

Com o aparecimento das máquinas, instrumentos, equipamentos,


ferramentas, construções, produção, industrialização, e principalmente com o
avanço tecnológico, fortalecido pela Revolução Industrial, alastrou-se com
freqüência os casos de acidentes originados pelo trabalho. Como decorrências
ocorreram indispensáveis adequações das condições de trabalho para não lesar o
bem-estar, a saúde e a integridade física do empregado.
A CLT elaborou as normas da Segurança e Medicina do Trabalho, e
também das atividades de seus órgãos reguladores, com o caráter de prevenção,
mitigação e moderação de acidentes no trabalho. Com a promulgação da CF/88 este
assunto adquiriu enfoque Constitucional. Em meio às normas que regulamentam e
integram a Medicina e Segurança do Trabalho, destaca-se a NR-15, que especifica
todas as atividades insalubres no ambiente de trabalho. O adicional de
insalubridade, ponto de estudo integro às normas de Medicina e Segurança do
Trabalho, é entendido pelos funcionários que realizam trabalhos em locais nocivos à
saúde como reconhecimento e recompensa pelo exercício do trabalho penoso e
perigoso. (Sergio Pinto Martins).
O principal problema é a inadequação dos ambientes de trabalho, gerados
basicamente pela falta de conhecimento e de profissionais corretamente habilitados,
capacitados e preparados para reconhecer e diagnosticar possíveis riscos nocivos à
saúde dos trabalhadores. Outro problema é a escassez de bibliografia e de material
didático relacionado com seus respectivos procedimentos a serem tomados depois
de um episódio de acidente de trabalho ou do conhecimento das doenças
ocupacionais.
Na tratativa deste trabalho procurou-se então apresentar um estudo
atualizado para debater o seguinte tema: “Como preparar laudos periciais de
insalubridade no ambiente de trabalho, elaborado por profissionais aptos legalmente
habilitados e com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho?”
A réplica deste questionamento será objeto de estudo deste trabalho e
será orientado pela dissertação, redação, síntese, tópicos e pesquisa a seguir
relacionados:

• Qual é o perfil e conhecimento necessário do engenheiro de segurança do


trabalho apto para elaborar laudos periciais de insalubridade neste processo?
• Qual é a autonomia e a perspectiva dos profissionais de engenharia de
segurança do trabalho nesta conjuntura?
14

• Que subsídios a orientação, a preparação, a laboração e a eficácia dos laudos


periciais trarão para assegurar o efetivo aproveitamento do direito legal, da lei
vigente e da justiça imparcial nas avaliações das atividades com suspeitas de
insalubridade?
• Qual a caracterização e distinção que comprova e confirma o trabalho como
insalubre? Sendo caracterizado como trabalho insalubre, a maioria dos laudos
periciais é lavrado como improcedente, parcialmente procedente ou totalmente
procedente?

Portanto, buscaremos aprofundar o assunto para obter conhecimento suficiente


para a qualificação necessária ao profissional, para que o resultado final seja um
documento lícito e imparcial de credibilidade e, especialmente, colaborador no
controle e melhoria do ambiente de trabalho, especificamente neste trabalho
relacionado a laudos periciais em insalubridade.

1.4 JUSTIFICATIVA

Procurando uma relativa compreensão dos conhecimentos técnicos e ensinamentos


que nos vem sendo lecionados nesta especialização, com a realidade concreta
encontrada pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho em seu ambiente
profissional, escolheu-se por tratar e aprofundar o Assunto “Laudos Periciais de
Insalubridade”. Conclui-se que o desenvolvimento deste estudo demanda do
profissional uma sabedoria extensa e ampla, com uma contínua reciclagem de todos
os assuntos relacionados à Engenharia de Segurança, do Ambiente de Trabalho e
da Saúde do Trabalhador.
Destacando a grande relevância e valor que um Engenheiro de Segurança
do Trabalho apresenta com a ascensão, promoção e preservação da saúde e
inabalável busca na integridade física dos trabalhadores, esta monografia pretende
analisar e atender as exigências judiciais e legais referentes à Política de Segurança
do Trabalho em todas as empresas e corporações.
A dificuldade da compreensão dos agentes nocivos à saúde dos
trabalhadores, que serão comprovados nos laudos judiciais de insalubridade,
elaborados após a devida perícia técnica, embasadas pelas avaliações
imprescindíveis e com a aplicação dos devidos equipamentos de controle, medição
e devidamente calibrados, permitirão entendimento por parte dos empregadores de
que os trabalhadores são suscetíveis aos agentes nocivos e carentes de soluções
imediatas e efetivas. Espera-se que este trabalho influencie os empregadores para
adotar ações concretas e palpáveis para esta solução.
A legislação contemporânea na área de segurança e saúde do trabalhador é
ampla, porém estas leis necessitam ser efetivadas e consolidadas de fato, por meio
de orientações técnicas e práticas para o seu bem emprego e aproveitamento a
favor do progresso das condições de segurança, saúde e meio ambiente de
trabalho.
Analisando estas questões, justifica-se na elaboração deste trabalho
colaborar com assuntos pertinentes aos Laudos Periciais em Insalubridade,
buscando apresentar contribuições para minimizar as conseqüência negativas
suportadas pelos trabalhadores quando expostos aos riscos nocivos nos seus
ambientes de trabalho, recomendando ações correlatas e princípios conhecidos,
15

examinando seus efeitos e conseqüências para que se estabeleçam subsídios e


parâmetros orientadores para resoluções de desvios à conduta do empregador e
direito do trabalhador.

1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA

Os procedimentos metodológicos e as técnicas adotadas são


apresentados a seguir.
Procedimentos de coleta e análise dos dados: Os dados foram estudados
e coletados por meio de pesquisa documental e bibliográfica em fontes primárias e
secundárias, e qualifica-se a apreciação dos mesmos em documentos técnicos..
Na apresentação deste trabalho para explanar o preceito e efetivar a
preparação de laudos periciais de engenharia de segurança do trabalho, registrando
a ação do engenheiro de segurança, selecionou-se como fundamentação teórica a
análise da Legislação existente, como a CLT, MTb, CPC, NR, dentre outras.
Os resultados e as análises da coleta de todos os subsídios bibliográficos
e documentais, agrupados, sintetizados e avaliados, sustentaram a concepção de
um documento desenvolvido com uma seqüência coerente e exata das fases de um
Laudo Pericial de Insalubridade nas Condições Ambientais de Trabalho.
Elaborou-se neste trabalho uma relação de todas as leis para atender a
legislação Brasileira nas diversas esferas: Cível, Trabalhista, Penal, Criminal dentre
outros. Buscaram-se em suas teorias os conhecimentos científicos indispensáveis
para entender os acontecimentos e ampliar os seus argumentos práticos, teóricos e
políticos. Desta forma, procurou-se esquadrilhar uma relação dentro do mais
oportuno e prático modelo plausível, aos múltiplos ambientes ao qual o Profissional
Perito da Engenharia de Segurança venha a ser envolvido.
Permanentemente durante o desenvolvimento desta pesquisa foi
imprescindível um aprofundamento da bibliografia para se ajuizar sobre as
conjunturas e hipótese teóricas e empíricas. Foi abordada uma bibliografia
específica na área da segurança do trabalho, corroborando e legitimando o trabalho
do profissional que se dedica na análise dos processos adequados, confiáveis e
sustentáveis.
Neste trabalho foi também utilizada uma abordagem comparativa para
avaliar elementos concretos, abstratos e gerais de casos baseados nos ambientes
de trabalho que apresentem situações nocivas à saúde.
Destacam-se neste trabalho as Normas Regulamentadoras, Leis,
Portarias, Modelos e outros instrumentos relacionados aos laudos periciais e laudos
periciais de insalubridade e destaca-se também o conhecimento e a experiência dos
profissionais da área de Engenharia de Segurança, para contribuir com a prática da
aplicabilidade dos laudos periciais. Este trabalho baseou-se do preceito aferido pela
Constituição Federal, pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT (Decreto-Lei nº
5.452, de 01/05/1943 Art. 60), pela Jurisprudência do TST e pelas Orientações
Jurisprudenciais – O.J. e demais legislações atualizadas que abordam a matéria em
pauta.
Espera-se assim promover iniciativas que venham a contribuir com a
melhoria das condições de meio ambiente de trabalho, transpondo impedimentos
que depreciem a saúde, o bem estar e a integridade física do trabalhador.
16

2. REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITOS

2.1 PERITO

Deriva do latim PERITUS, que significa pessoa hábil, experiente, que


possui sabedoria e demonstra conhecimento no vocabulário técnico do Direito, o
profissional que nomeado pelo Juiz, ou indicado pelos membros do Júri, em uma
ação ou pleito, vai tomar parte ou elaborar uma perícia.
Perícia é a diligência executada pelo perito, com a finalidade e
determinação de elucidar ou comprovar acontecimentos que envolvam
essencialmente o conhecimento e sabedoria do especialista, do perito habilitado
profissionalmente, jamais contestando que cada ciência contempla sua específica
matéria e objeto em concordância com seus próprios preceitos e regra.
Perito “é aquele profissional que é nomeado por iniciativa do Juiz”. Faz a
perícia, lavra e assina o laudo.
Perito Judicial “é o profissional habilitado e nomeado pelo Juiz para
apreciar, opinar e julgar sobre um fato, questões técnicas de sua especialização”;

2.2 ASSISTENTE TÉCNICO

Posteriormente à nomeação do perito pelo Juiz, podem as partes ou


apenas uma delas, recomendar um “assistente técnico”, nomeado de “Perito da
Parte” que atende com os mesmos requisitos éticos, profissionais e autonomia e
também elabora o laudo técnico.

2.3 PERÍCIA

“É o exame técnico hábil, competente, adequado, eficiente de algum


episodio, evento, ocorrência, realizada por pessoa habilitada ou perito, para
determinado fim, conclusão, com finalidade judicial ou extrajudicial”. (Oliveira,
Sebastião).
“Perícia é um ferramenta especial de comprovação, exame ou revelação,
científica ou técnica, da veracidade de conjunturas, episódios ou ocorrências”;
Na perícia existe restrição do assunto sob apreciação, não é legal ao
perito exceder da matéria julgada.
NBPJ-2 (Norma Brasileira de Perícia Judicial) - A perícia judicial, quando
relacionada a profissões regulamentadas, será praticada por profissionais
legalmente habilitados, com títulos e qualificações registrados nos órgãos
fiscalizadores do exercício de suas profissões e ainda, distinta capacidade moral,
competência técnica e sabedoria profissional.
17

É o depoimento de um ou mais profissionais técnicos com a finalidade de


julgar um evento cuja essência não pode ser avaliada ou juridicamente contemplada,
senão sustentada em particulares informações científicas ou técnicas; consideração
sustentável da perícia é que juízes e requerentes convocam o testemunho e as
contribuições dos técnicos para deliberar e decidir dúvidas remanescentes.
(D´AUREA).
Perícia é o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a
levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa
solução do litígio, mediante laudo pericial ou parecer judicial, em conformidade com
as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
A perícia enquadra-se dentre os meios das provas dos atos jurídicos como
sendo a principal e mais eficaz forma de comprovação de prova entre autor e réu,
fato que pela determinação jurídica contemporânea, quem acusação deve provar,
com exceção do Código de Defesa do Consumidor.
Os principais meios de prova são os seguintes: confissão, depoimento
pessoal, documentos particulares, da inspeção, prova documental, prova pericial,
prova testemunhal.

2.3.1 PERÍCIA JUDICIAL

O parágrafo segundo do artigo 195 da CLT estabelece: “Quando a


insalubridade ou periculosidade for argüida perante a Justiça, o juiz nomeará perito
habilitado, engenheiro do trabalho ou médico do trabalho, e quando não houver,
requisitará a perícia ao órgão competente do MTE.
A perícia judicial é regida pela lei processual trabalhista e
subsidiariamente pelo Código de Processo Civil (art. 8º CLT - parágrafo único). No
processo trabalhista, o artigo 3º da Lei 5.584, de 26/06/70, estabelece que a perícia
seja realizada por perito único designado pelo juiz, que fixará o prazo de entrega do
laudo. No parágrafo único do referido artigo, fica estabelecido que as partes podem
indicar os assistentes técnicos, cujo laudo deve ser apresentado no mesmo prazo do
perito oficial.

2.3.2 PERÍCIA EXTRA-JUDICIAL

Ressalta-se que a norma legal determina a prova pericial como método


obrigatório para a caracterização da insalubridade, não se aplicando neste caso,
subsidiariamente o Código Processo Civil, no qual o juiz poderá dispensar a prova
pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem as questões de
fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos (art. 427, CPC).
O Parágrafo primeiro do artigo 195 da CLT estabelece que seja facultado às
empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao
Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste
com o objetivo de caracterizar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
2.4 EXAME PERICIAL
18

É o exame de determinado acontecimento realizado por profissional


habilitado ou perito, para deliberação judicial ou extrajudicial.

• Saliba, Tuffi Messias: “A operação que, por encargo da autoridade judiciária,


é atribuída a pessoas peritas em cada ciência ou arte e que se obrigam a
expor o fato, ou sobre questão que lhes é submetida, todas as informações
necessárias, para esclarecimento dos magistrados, e isto porque estes, por
si mesmos, não poderiam, ou muito dificilmente poderiam conhecer o que
os peritos por sua ciência ou arte estão em melhores condições para
explicar”.

• Guimarães, Deocleciano Torrieri: “Trabalho que exige notória especialização


no seio da Engenharia de Segurança do Trabalho, com o objetivo de
esclarecer ao Juiz de Direito e outras autoridades formais, fatos que
envolvam ou modifiquem as condições de trabalho previstas em lei.

• Oliveira, Sebastião Geraldo: “É, pois, o exame hábil com o objetivo de


resolver questões ordinariamente originárias de controvérsias, dúvidas e de
casos específicos ou previstos em lei”.

Exame pericial é o esclarecimento que se investiga na essência, validade,


realidade e veracidade de um episódio ou obra. Juridicamente, é o elemento de
convencimento utilizado para elucidar o juízo da essência do evento em que se
fundamenta o direito do requerente. Os recursos de que se emprega o intelecto,
para o conhecimento da verdade, constituem a prova. Na prática a prova pericial tem
por desígnio corroborar com a verdade em uma afirmação. (Martins, Sergio Pinto).

2.5 POSTURA E PERFIL DO PERITO

O perito precisar ser digno, idôneo e íntegro como cidadão com distinta
habilidade de disputa, possuir uma formação honrosa. Sua personalidade e
concepção moral são diferenciadas pela independência, equilibrando a sua eficácia
com tranqüilidade, para alcançar uma conclusão sublime e impetrar os elementos
que o guia a expor a veracidade do caso.
O perito ao comprometer-se fica protegido de uma credibilidade que
necessita ser resguardada e respeitada sob qualquer circunstância. Essa
autoridade, que necessita ser respeitada, fica dependente a sua conduta como
cidadão integro que deve predominar, além de sua competência técnico-profissional,
ética, moralidade e honestidade.
O perfil do Perito deve abranger conhecimento geral e profundo da
ciência, da teoria e sobrepostas em suas diferentes apresentações organizacionais
públicas e privadas, além de diferentes áreas correspondentes, como exemplo:
conhecimento do direito processual civil, em particular quanto ao caráter e rotina
referente à perícia, e de legislação correspondentes são fundamentais à atuação
adequada ao desempenho pericial, coligados com predicado de dignidade que o
tornam perspicaz, crítico hábil e controlado, aprecia criteriosamente fatos ao seu
redor, ponderado, controlado, ajuizado, decisivo, imparcial, concepção ética
19

superior. Reconhece o perito profissional por, pois é prevenido, crítico, minucioso,


intenso, indagativo, com costume de extrair dos episódios reais por ele observados
toda a verdade dos mesmos.
A autoridade técnica do perito deve justificar sua nomeação pelo juízo.
Para tanto, deve se atualizar e dominar as seguintes matérias:

• Constituição Federal — CF88.


• Código Civil.
• Código do Processo Civil – CPC.
• Consolidação das Leis do Trabalho — CLT.
• Legislações complementares.
• Súmulas do Supremo Tribunal Federal (STF).
• Súmulas do Tribunal Federal de Recursos (TFR).
• Enunciados do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O Perito alcança detalhamento técnico especializado que o juiz não


dispõe. Por mais exatos e sofisticados que sejam os trabalhos periciais não
determinam deliberações judiciais. A experiência do juiz permite-lhe contestar o
laudo em uma decisão processual, sem desmerecer o trabalho do perito com esta
atitude.

2.6 ATRIBUIÇÕES LEGAIS DO PERITO CRIMINAL

Sistematização das Atividades Profissionais esta prevista na atividade 06


do Art. 5º que destaca a atividade de perícia e laudo técnico, pertinentes ao assunto
periciais: “vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico,
auditoria, arbitragem”. (Anexo I da Resolução Nº 1010 De 22 de Agosto de 2005).
Os códigos das atividades profissionais encontram-se apontados em uma
tabela que mostra a codificação das atividades a serem conferidas ao egresso no
campo de abrangência das competências que lhe serão conferidas no campo de
atuação profissional de sua formação.
O nº de ordem da atividade geral (a.6) possui as seguintes ordens
específicas e pertinentes ao Engenheiro de Segurança do Trabalho com a função de
perito técnico: “a.6.1 vistoria, a.6.2 perícia, a.6.3 avaliação, a.6.4 monitoramento,
a.6.5 laudo, a.6.6 parecer técnico e a.6.7 auditoria.”
Este Anexo II da Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, contém a
Tabela de Códigos de Competências Profissionais, em conexão com a
sistematização dos Campos de Atuação Profissional das profissões inseridas no
Sistema CONFEA/CREA. Nas categorias da engenharia, arquitetura e urbanismo,
agronomia (nº de ordem do setor 4), o campo de atuação da engenharia de
segurança do trabalho (nº de ordem do setor 4.1), demonstram a aplicabilidade da
elaboração de laudos periciais, são elas:
O nº de ordem do setor: 4.1.04 descreve: “vistoriar, avaliar, realizar
perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre
grau de exposição a agentes agressivos de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos),
riscos físicos, químicos e biológicos, tais como poluentes atmosféricos, ruídos, calor,
radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e
locais insalubres e perigosos.”
20

E o nº de ordem do setor: 4.1.25 descreve: “elaborar laudo técnico das


condições ambientais nos locais de trabalho - LTCAT.”

São atribuições legais dos Peritos Criminais segundo Daniel Bezerra Bevenuto:

• Supervisionar, classificar, ordenar, aconselhar, encaminhar, destacar e


executar perícias criminais em geral.
• Esquematizar, administrar e coordenar as atividades científicas.
• Ministrar subsídios elucidativos para a instrução de inquéritos policiais e
processos criminais.
• Requerer tarefas especializadas de inquérito e exame policial.
• Destacar diligências técnico-científicas de nível superior de apreciação e
investigação na área forense.
• Provir a levantamentos fotográficos e a apreciações periciais, laboratoriais,
ambientais, químicos, físicos, biológicos e microbiológicos legais.
• Prover pareceres periciais sobre trabalhos técnicos.
• Gerar laudos periciais.
• Preparar matéria especifica sobre os assuntos diversos com relação ao
ambiente de trabalho.
• Praticar ações indispensáveis aos procedimentos das perícias técnicas.
• Desempenhar atividades profissionais periciais relacionadas pertinentemente
às atribuições legalmente reservadas às classes profissionais a que
pertencem.

2.7 LAUDO PERICIAL

Uma definição apropriada para Laudo Pericial é a “Peça escrita e


fundamentada em que os peritos expõem as observações colhidas e as conclusões
a que chegaram sobre o exame da matéria pericial (arts. 978 e 1045 do CPC).”
(Academia Brasileira de Letras Jurídicas, p. 322).
“Relatório contendo a exposição por escrito das conclusões a que
chegaram os peritos, sob matéria técnica a respeito da qual foram consultados”.
(arts. 433, 978 e 1045 do CPC) (Dicionário Jurídico, Magalhães e Malta, V. II).
O laudo técnico é peça técnica formal elaborada por pessoa juridicamente
habilitada, com caráter auxiliar constitutivo de direito. Tem a mesma função do
parecer médico pericial: aduzir esclarecimentos ao leigo sobre determinada situação
específica.
Segundo Nunes (1994), perícia é um exame realizado por técnico, ou
pessoa de comprovada aptidão e idoneidade profissional, para verificar e esclarecer
um fato, ou estado ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que
com um deles tenha relação ou independência, a fim de concretizar uma prova ou
oferecer o elemento de que necessita a Justiça para poder julgar.
“É o resultado da perícia, expresso em conclusões escritas e
fundamentadas, onde serão apontados os fatos, circunstâncias, princípios e parecer
sobre matéria submetida a exame do especialista, adotando-se respostas objetivas
aos quesitos” (Bustamante, 1994).
21

O Laudo Pericial é o parecer técnico resultante do trabalho efetivado pelo


Perito, normalmente por escrito. Deve ser lavrado pelo próprio Perito, mesmo
quando houver Assistentes Técnicos.
O Laudo pericial é um documento que merece fé pública e judicial, será
tomado pelo juízo como documento oficial, que irá fornecer uma conclusão a um
litígio. Mas também é o laudo que é alvo de impugnação pelas partes, deve o perito
lavrar com elevada veracidade e atenção a tarefa realizada para anunciar o fato de
maneira inequívoca e prática, de formato compreensível que todos possam
compreender o laudo. Portanto é o laudo que conduz para os autos uma eficácia de
comprobação dos acontecimentos, e que dele resulte em uma deliberação. Um
laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção demandar conhecimentos
técnicos e científicos específicos, e que se reservar a contribuir, ao alcance do
presumível, uma veracidade a respeito de determinadas ocorrências e de suas
decorrências. O Perito compõe o laudo exclusivamente com os efeitos técnicos e
científicos. O Juiz julga as implicações jurídicas desses fatos mencionados pelo
perito e das conclusões deste. O Perito elucida os fatos, o Juiz fixa as implicações
de direito.
O Perito necessita apresentar o cuidado de descrever e documentar, da
forma mais objetiva possível, a ocorrência com fundamentações nos quais deseja
desenvolver sua alegação e apresentar as suas conclusões. O desempenho do
perito se assemelha muito com o próprio papel do Juiz. O Perito examina fatos e
emite um julgamento fundamentado em sua apropriada capacitação, respeitado a
base da racionalidade e do domínio da alegação técnica e científica.
A finalidade do trabalho pericial é afastar as imprecisões existentes a
respeito de determinados fatos e sobre as suas decorrências práticas. O Perito não
emite um ajuizamento ou conselho jurídico, mas seu trabalho deve induzir em
consideração os efeitos jurídicos que a prova pericial se reserva a determinar.
O laudo pericial é um elemento do processo, que tem caráter de ser
interpretado e julgado pelo Juiz ou Tribunal, como qualquer outro instrumento de
prova e de afirmação. É necessário que todos possam entendê-lo. Sua escrita deve
ser clara, sucinto e acessível. O apropriado profissional não redige de forma que só
outros especialistas o entendam. É importante compor convenientemente o Laudo.
Inicia apresentando os membros, os objetos e a Perícia realizada. Descreve-se o
enunciado e a pesquisa das questões primordiais. Responde aos questionamentos
elaborados pelos membros. Finaliza observando fatos relevantes. No anexo devem
ser informados os processos empregados, os documentos examinados, fotografias e
outros subsídios de importância não listados no corpo do Laudo.
Depois da entrega do Laudo, o Juiz intima as partes envolvidas para
tomarem ciência e conhecimento do Laudo Pericial. Existe um tempo determinado
para que as partes envolvidas se pronunciem. As partes possuem a opção de
concordar com o Laudo ou divergir, contrapor, requerer acareamento e explicações,
estabelecer questionamentos suplementares ou ainda rejeitar o Laudo e solicitar a
realização de nova perícia.
Caso haja necessidades de se prestar esclarecimentos o Perito pode ser
convocado em audiência. Os quesitos que necessitarem de esclarecimentos
deverão ser informados com antecedência ao Perito. Não avisando com a devida
antecedência o Perito tem a faculdade declarar a complexidade do litígio e requerer
prazo para replica. Também é de direito do perito, quando o trabalho adicional é
expressivo, demandando tempo, empenho e gastos extras, o Perito pode solicitar
reavaliação dos honorários. (Marco Aurélio Stumpf González).
22

Para elaborar um laudo pericial de insalubridade tem-se como objetivo


analisar as condições do meio ambiente de trabalho, considerando o cumprimento
das leis pertinentes em vigor.

2.8 A PERÍCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

A perícia para a qualificação da insalubridade é regulada e requerida pela


legislação processual trabalhista e impetrado pelo disposto no Código de Processo
Civil, conforme o artigo 8º, parágrafo único da CLT Decreto-lei N.º 5.452, assim
disposto:
“As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência,
por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do direito do trabalho, e de acordo com os usos e costumes, o direito
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular
prevaleça sobre o interesse público.”
“Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do
trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais
deste.”
O artigo 8º, parágrafo único, da CLT, autoriza a subsidiariedade do direito
comum em auxílio do Direito do Trabalho, desde que não haja lei específica para tal
nem incompatibilidade com princípios fundamentais trabalhistas.

2.8.1 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC.

Fluxo dos Atos da Perícia: CPC, Seção VII, Da Prova Pericial.

Art. 420. Seção VII. Da Prova Pericial: “A prova pericial consiste em


exame, vistoria ou avaliação”.
Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.

Comentário: a prova pericial deve ser realizada por perito para


constatação de eventos ou ocorrências que interessam ao litígio. A perícia
demonstra através de provas contundentes, especificadas por profissionais
notadamente conhecedores do assunto e conseqüentemente com habilidades
técnicas e científicas que desenvolveram, por determinação da autoridade e
mediante obediência legal, corroborar com o esclarecimento dos acontecimentos e
ocorrências específicas.
“Prova pericial é o conjunto dos fatos produtores da convicção, apurados
no processo”. (Amaral M. Santos).
23

“Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que


não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em
que se funda a ação ou a defesa. (Código de Processo Civil - CPC Art. 332)”.

Art. 421 CPC. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a
entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação
do despacho de nomeação do perito:
I - Indicar o assistente técnico.
II - Apresentar quesitos.

§ 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir


apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência
de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente
examinado ou avaliado.

Art. 422: O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi


cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos
são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.

Art. 423: O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por
impedimento ou suspeição
(art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o
juiz nomeará novo perito.

Art. 424: O perito pode ser substituído quando:


I. Carecer de conhecimento técnico ou científico;
II. Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi
assinado.
Parágrafo Único: No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a
ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda impor multa ao
perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do
atraso no processo.

Art. 425 do CPC. Poderão as partes apresentar, durante a diligência,


quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência
à parte contrária.

Art. 426 do CPC. Compete ao juiz:


I - Indeferir quesitos impertinentes.
II - Formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa.

Tem-se no artigo 427 do CPC: “O juiz poderá dispensar prova pericial


quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de
fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerarem suficientes”.
Por meio do Juiz Arbitral, em qualquer etapa do processo, qualquer um
dos magistrados poderá reivindicar que as partes envolvidas no processo
apresentem suas próprias comprovações e provas para o seu franco desígnio
(Artigo 32 - Lei n.º 9.307/96).
24

Art. 428: Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se
à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se
requisitar a perícia.

2.8.2 PODER DE PESQUISAS DO PERITO

O perito para a laboração do laudo, na imperativa de atender o que foi a


ele designado, necessitará desempenhar o que foi solicitado pelo magistrado, para a
laboração da sua função tem a decisão de valer-se de todos os meios de prova
cabíveis no disposto jurídico, conforme artigo 429 do CPC, a seguir descrito.

2.9 PODERES DO PERITO E ASSISTENTES TÉCNICOS.

Art. 429 – Para o desempenho de sua função, podem o perito e os


assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder
de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas,
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.
A apuração dos fatos pelo perito deve se pautar nas perguntas que lhes
são formuladas (quesitos), mas sobretudo, deve ele ainda complementar seu
trabalho com outras informações consideradas por ele elucidativas, desde que
sempre seja observada a matéria discutida.

2.10 AGENDAMENTO DA PERÍCIA

Lei nº 10.358, de 27 de dezembro de 2001. Alteram os dispositivos da Lei


n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 431-A: As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou
indicados pelo perito para ter início à produção da prova.

Art. 432 do CPC - Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar
o laudo dentro do prazo. O juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo
o seu prudente arbítrio.

Artigo 31 - Parágrafo 3º - O perito apresentará o seu parecer técnico em


10 (dez) dias, a contar da data da diligência. Sendo mais de um perito e conflitante
os pareceres entregarão os respectivos trabalhos no mesmo prazo.
Artigo 31 - Parágrafo 4º - A pedido fundamentado poderá ser prorrogado o
prazo do parágrafo antecedente, por igual tempo.

Necessita ser ressaltada a legislação vigente quanto a prazos para


entrega de laudo pericial, apontado no artigo 433 do CPC, assim como no seu
parágrafo único.
25

Art. 433 CPC – O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado


pelo juiz, pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único - Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no
prazo comum de dez dias após a apresentação do laudo, independente de
intimação.
Deve-se ressaltar que no Direito Processual do Trabalho o artigo 3º da Lei
n.º 5.584, de 26.06.70, delibera que “Os exames periciais serão realizados por perito
único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo.”
Parágrafo único: “Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente,
cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob
pena de ser desentranhado dos autos. As partes possuem competência para
recomendar seus assistentes técnicos que formarão os seus referentes laudos para
serem deliberados pelo juiz a favor do perito.
Mesmo que anunciado no Art. 433 do CPC que o perito oficial e o
assistente técnico necessitam apresentar em separado os seus laudos, institui-se
que não existe impedimento que os peritos assistentes assinem o laudo pericial,
desde que durante os trabalhos periciais eles tenham participado e assessorado o
perito oficial, e que entre o assistente técnico e o perito oficial não existam
desacordo quanto ao Laudo.
É adequado observar neste momento a divergência dos prazos propostos
para entrega dos pareceres e laudos periciais, tanto na esfera cível, regidos pelo
Parágrafo único do art. 433 do CPC, quanto na esfera trabalhista regido pelo
Parágrafo único do art. 3º da Lei nº 5584/70, que dizem:

Art. 433 do CPC. Parágrafo único – “Os assistentes técnicos oferecerão


seus pareceres no prazo comum de dez dias após a apresentação do Laudo,
independente de intimação". (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).
Art. 3º. Parágrafo único – “Permitir-se-á a cada parte a indicação de um
assistente, cujo Laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o
perito, sob pena de ser desentranhado dos autos”. (Lei No 5.584, De 26 de Junho de
1970).
Acrescentamos ainda que o Código de Ética Profissional do Perito
Judicial, aprovado pela Assembléia Geral Ordinária ASPEJUDI - Associação dos
Peritos Judiciais, de 01.12.1994, aconselha que o perito oficial comunique e
compartilhe com o assistente técnico e reciprocamente.

Art. 435 do CPC. “A parte, que desejar esclarecimento do perito e do


assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência,
formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos”.
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a
prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco)
dias antes da audiência.
26

2.11 LIVRE APRECIAÇÃO PELO MAGISTRADO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 436


DO CPC.

Art. 436 in caput: "O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo
formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos”.
É inidônea a prova, se o perito não tem conhecimento técnico necessário
para a elaboração do Laudo, conforme estabelecido nos artigos 147/CPC e 342/CP,
"in verbis": "O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas,
responde pelos prejuízos que causar à parte, fica inabilitado, por dois anos, a
funcionar em outras perícias e incorre na sanção que a lei penal estabelecer”.
De acordo com o preceito do livre convencimento do magistrado, na esfera
do campo judicial, o juiz não fica unicamente subordinado ao laudo pericial,
facultando de elucidar o seu escopo baseando-se em outros subsídios de provas
juntados ao processo.
Em decorrência do princípio da não adstrição do juiz ao laudo na
concepção da formação do seu convencimento, o juiz não está limitado ao laudo
pericial, tendo a habilidade de compor a sua livre persuasão com dados ou
ocorrências corroborados nos autos. A lei processual autoriza o Juiz, como diretor
do processo, mas não lhe obriga, a determinar realização de nova perícia. (STJ, 4ª
T., Resp 24035-2-RJ, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, 6.6.1995, DJU 4.9.1995, p.
27834).
Art. 437. O juiz poderá determinar de ofício ou a requerimento da parte, a
realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente
esclarecida.
Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que
recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos
resultados a que esta conduziu.
Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para
a primeira.
Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao
juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.
Art. 846 do CPC - A produção antecipada da prova pode consistir em
interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial.

3 NOÇÕES GERAIS: LEGISLAÇÃO - REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CAPÍTULO V - CLT. Seção XIII - DAS ATIVIDADES.

No Art.189 consta que: “Serão consideradas atividades ou operações


insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados aos agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos”. (Artigo discutido no item ATIVIDADES INSALUBRES
deste trabalho).
27

No Art.190 consta que: “O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das


atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de
caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos,
meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses
agentes”.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de
proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem
aerodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou incômodos.

No Art.191 da CLT consta que: A eliminação ou a neutralização da


insalubridade ocorrerá: com a adoção de medidas que conservem o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância.
Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador,
que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho,
comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua
eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.
O Senado Federal Pelo Projeto de Lei do Senado Nº 460, de 2009, altera
o Art. 1º Seção XIII (das atividades penosas, insalubres ou perigosas) do Capítulo V
do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, para regulamentar a concessão do adicional de
insalubridade.

O adicional de insalubridade é pago a todos os empregados que


trabalham expostos em atividades ou operações insalubres, acima do limite de
tolerância ou nas atividades previamente mencionadas nos Anexos da NR 15, da
Portaria nº 3.214/78.
O adicional de insalubridade é um direito constitucional, previsto
atualmente no artigo 7º, inciso XXIII de nossa Constituição Federal. Na CLT, o
adicional de insalubridade também encontra previsão legal, especialmente em seu
capítulo V (Da Segurança e Medicina do Trabalho), que na seção XIII, trata das
atividades insalubres ou perigosas, artigos 189 e seguintes. Incube a NR-15 regular
as atividades e operações insalubres. Também existem normas que regulam este
respectivo adicional.
O adicional de insalubridade tem finalidade claramente salarial, já que
procura recompensar o empregado pelo ambiente insalubre, perigo, imprudência,
risco ou desgaste freqüente em seu trabalho, sendo conseqüentemente o próprio
empregado indenizado pela prática do trabalho em situações prejudiciais à sua
saúde.
Observando o artigo 192 da CLT, Art. 1º A Seção XIII “Das Atividades
Penosas, Insalubres ou Perigosas” do Capítulo V do Título II, vigora com as
seguintes modificações:

Art. 192-A. “São consideradas atividades ou operações penosas, na forma


de regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que,
por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, submetem o trabalhador à
fadiga física, mental ou psicológica.”
§ 1º A eliminação ou a neutralização da penosidade ocorrerá com a
adoção de medidas que a reduzam a níveis aceitáveis, nos termos de
regulamentação do Ministério do Trabalho e do Emprego.
28

§ 2º O exercício de trabalho em condições penosas, acima dos limites de


tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegura a
percepção de adicional de, respectivamente, 40 % (quarenta por cento), 20% (vinte
por cento) e 10% (dez por cento) do salário do empregado, segundo se classifiquem
nos graus máximos, médios e mínimos excluídos os acréscimos resultantes de
gratificações ou prêmios.
Os adicionais das atividades penosas, insalubres ou perigosas quando
pagas aos trabalhadores, agregam todos os pecúlios trabalhistas, como por
exemplo, férias acrescidas de 1/3, décimo terceiro salário e Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço, em meio a outras verbas.
Deve-se observar que é vetada a concepção cumulativa dos adicionais de
insalubridade, conforme o subitem 15.3, NR-15, Portaria n. 3.214, o trabalhador
exposto a dois agentes insalubres de distintos graus de insalubridade responde
unicamente sobre aquele de maior grau. Para os agentes nocivos com o mesmo
grau de insalubridade os adicionais não se somam. Por exemplo, um empregado
exposto ao agente nocivo com percentual de insalubridade alto de 40% e médio de
20%, terá direito a receber o percentual de insalubridade somente referente aos
40%, embora a exposição deste trabalhador se acumule para dois ou mais agentes
insalubres, o que pode acarretar em um maior prejuízo à saúde do trabalhador. Esta
limitação cumulativa é sancionada pelo Ministério de Trabalho. (Sebastião Geraldo
de Oliveira - Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador).

No Art.193 CLT § 2º consta que os adicionais de penosidade,


insalubridade e periculosidade não são devidos cumulativamente, ressalvado o
direito do empregado de optar pelo adicional de valor mais elevado.

No Art.194 da CLT consta: “O direito do empregado ao adicional de


insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde
ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo
Ministério do Trabalho”. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977). O Direito
do empregado ao adicional de insalubridade cessará com a eliminação das
condições que justificavam concessão deles. O pagamento do adicional de
insalubridade é feito enquanto existir a condição especial de trabalho mais gravosa.
Cessada a condição especial, cessa para o empregado o direito ao adicional
respectivo. Assunto complementar sobre esta pauta consta na Súmula nº 248 do
TST disposta neste trabalho.

O Art.195 CLT apresenta que: “A caracterização e a classificação da


penosidade, da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério
do Trabalho e Emprego, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho
ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho e Emprego.

§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais


interessadas requererem ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização de
perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e
classificar ou delimitar as atividades penosas, insalubres ou perigosas.
§ 2º Argüida em juízo penosidade, insalubridade ou periculosidade, seja
por empregado, seja por sindicato em favor do grupo de associados, o juiz designará
perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao
órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego.
29

§3o O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação


fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-ofício da perícia.

O direito do adicional de insalubridade, quando aprovado pelo Juiz, será


designado pelo magistrado, profissional habilitado para realizar a perícia. Quando
não existir a figura do perito, o próprio juiz solicitará a perícia ao órgão competente
do Ministério do Trabalho, na caracterização das atividades insalubres. Acontece
que surgem dificuldades para se atender este dispositivo legal visto que, atualmente,
de acordo com o Ministério do Trabalho, existem poucos servidores efetivos
disponíveis e habilitados para desempenhar esta função.

O Art.196 CLT apresenta que: “Os efeitos pecuniários decorrentes do


trabalho em condições de penosidade, insalubridade ou periculosidade serão
devidos a contar da data de inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, respeitadas as normas do art. 11.”

O Art. 827, da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe: "O Juiz ou


Presidente poderá argüir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará,
para ser juntado ao processo, o Laudo que os primeiros tiverem apresentado."
A divergência entre a Consolidação das Leis do Trabalho e o Código de
Processo Civil é irrelevante no caso do compromisso, porque, uma vez que o perito
aceitou o encargo, o compromisso está implícito, por ser dever profissional cumprir
escrupulosamente a missão determinada pelo Poder Judiciário, no prazo que lhe for
assinado, sob as penas da lei.
O assistente técnico é de escolha da parte, com a função de auxiliar no
descobrimento da verdade. Entretanto, o assistente técnico poderá através de
elementos consubstanciados, trazidos aos autos, relatados em Laudo, ser uma peça
de suma valia ao deslinde da lide, conforme dispõe o artigo 436 do Código de
Processo Civil.

3.2 PERÍCIA E O FORO JUDICIAL.

Os processos pertinentes à perícia compreendem atos do advogado, juiz,


autor, assistente técnico se indicados, do advogado do réu, perito do Juízo,
conforme abaixo:

• Advogado: Avalia ou contesta a ação, requer as provas (parcial e outras),


indica assistente técnico e formula quesitos.
• Assistente Técnico: auxilia a parte que o contratou na elaboração de quesitos,
conserva-se em conexão com o perito e busca assisti-lo no provimento de
subsídios e informações, acompanha os trabalhos periciais e explana,
questiona, argúi ou não, o laudo desenvolvido pelo perito.
• Juiz: nomeia o perito, elabora e ordena o julgamento e delibera a
concretização de provas documental, testemunhal, pessoal, inspeção,
depoimento, exibição, pericial, dentre outras.
• Perito: reconhece a nomeação, a ação em exercício e confirma o nome das
partes. Procedimento técnico: prepara o laudo pericial, notifica os assistentes
técnicos da inspeção ao objeto do litígio, examina o local, descreve, expõe
fatos, relata episódio, descreve eventos, registra cenários, fotografa, etc.
30

3.3 PERITOS LEGALMENTE HABILITADOS.

Perante a indispensável necessidade de se instituir profissionais para


atuarem como peritos ou assistentes técnicos nas pericias de Engenharia de
Segurança do Trabalho é possível que os magistrados, juízes, autoridades do
âmbito judiciário, deparem com dúvidas para confirmar se estes profissionais são
legalmente habilitados.
Para distinção, averiguação e classificação se a atividade é ou não
insalubre, de acordo com as clausulas do Ministério do Trabalho Lei 6.514 de
22.12.1977 art. 195, o local de trabalho deverá ser analisado por um perito
Engenheiro de Trabalho ou um Médico do Trabalho, registrado no Ministério do
Trabalho. Destaca-se que o dispositivo legal da Lei 6.514 referenciava de que estes
profissionais fossem unicamente registrados no Ministério do Trabalho. Na pratica
este processo esta alterado devido ao aparecimento da regulamentação dos cursos
e das atribuições do Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e de
Especialista em Medicina do Trabalho, com funções específicas associadas aos
seus pertinentes Conselhos de Classe. (Zung Che Yee).
Para cursos de Especilização em Engenharia de Segurança do Trabalho,
para o Engenheiro ser habilitado é indispensável que ocorra o registro do título
mediante apreciação da documentação comprobatória. Portanto não abrange o
campo da instituição de ensino, mas exclusivamente o próprio acadêmico quando
requer o seu registro de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. A
análise da documentação é realizada inteiramente na instância de câmara da
modalidade do profissional envolvido. O Curso de Especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho é o único curso que gera novas atribuições.
O registro junto ao MEC do curso de Especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho se dá obedecendo ao Parecer n.º 19/87 do Conselho
Federal de Educação. Este parecer define quantas horas aula deve ter o curso (no
mínimo 600hs) e disciplinas obrigatórias a serem ministradas. Este é o critério de
apreciação seguido pelo CREA-PR. (Adriana Cristina Casagrande Costa de Souza /
CREA-PR. 24/09/2009).

Legislação Pertinente:

• Lei n.º 7410/1985, dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos


em Engenharia de Segurança do Trabalho.
• Resolução 359/91 do CONFEA, dispõe sobre o exercício profissional, o registro
e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho e dá outras
providências.
Nota: Tecnólogos em segurança do trabalho não podem apostilar curso de pós
em engenharia de segurança do trabalho. Os tecnólogos podem apostilar outras
pós (no entanto essas não geram títulos nem atribuições). SSA 31.463.
• Resolução 359/91: Art. 3º - Para o registro, só serão aceitos certificados de
cursos de pós-graduação acompanhados do currículo cumprido, de
conformidade com o Parecer nº 19/87, do Conselho Federal de Educação.
(Adriana Cristina Casagrande Costa de Souza/CREA-PR. 24/09/2009).
31

O profissional habilitado em Perícia Técnica é o Engenheiro de Segurança


do Trabalho. Este pode ser de qualquer modalidade profissional, portador do
certificado de conclusão de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho, em nível de Pós-Graduação, devidamente registrado junto aos Conselhos
Regionais, conforme determinação do art. 2°da Resol ução CONFEA 359, de
31.07.1991.
Atualmente é muito conciso o elenco de peritos oficialmente indicados
pela CGJ - Corregedoria Geral da Justiça (Poder Judiciário) na internet
(http://www.tj.pr.gov.br/cgj/), Neste termo o cartório necessitará alimentar uma
listagem organizada dos expertos do juízo, por especialidade, com os referentes
currículos e informações necessárias aos atos de comunicação. (Art. 114 do CNCGJ
- Código de Normas da Corregedoria Geral de Justiça).

Art. 114 - A escolha de perito recairá sobre profissional devidamente


inscrito no órgão de classe.
A resolução 359, de 31.07.1991 do CONFEA (Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia) aponta com relação à prática profissional, ao
registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, e promove outras
provisões.
Para comprovar se o perito, ou o assistente técnico, encontra-se
legalmente habilitado e regularmente registrado no CREA, além de confirmar
conexão em um dos preceitos profissionais moderados no parágrafo único do art. 1°
da Resolução 359 do CONFEA, precisa atender as demais condição como ser
portador da carteira de identidade profissional com as necessárias anotações
constantes nesta resolução, necessita-se confirmar pelo meio do portal do CREA da
Unidade da Federação aonde o profissional localiza-se vinculado e ratificar por meio
de Certidão protocolada a anuidade quitada.

O anexo I da resolução nº 1010 de 22 de agosto de 2005 (CONFEA)


sistematiza as atividades profissionais e demonstra a tabela de códigos de
atividades profissionais e o glossário que determina de forma peculiar as atividades
profissionais, constituídas no Capitulo II Art. 5º da Resolução 1.010, de 2005 das
atribuições para a execução de atividades na esfera das competências profissionais.
Este Art. 5º descreve: “Para efeito de fiscalização do exercício profissional
dos diplomados no âmbito das profissões inseridas no sistema CONFEA/CREA, em
todos os seus respectivos níveis de formação, ficam designadas as seguintes
atividades, que poderão ser atribuídas de forma integral ou parcial, em seu conjunto
ou separadamente, observadas as disposições gerais e limitações estabelecidas nos
arts. 7º, 8°, 9°, 10 e 11 e seus parágrafos, desta Resolução”
32

3.4 DA HABILITAÇÃO - LEI Nº 7.410, DE 27 de NOVEMBRO de 1.985

Dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em


Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do
Trabalho, e dá outras providências.

Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do


Trabalho será permitido, exclusivamente:

I - ao Engenheiro ou Arquiteto portador de certificado de conclusão de


curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a ser ministrado
no País, em nível de pós-graduação;
II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia
de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do
Trabalho;
III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho
expedido pelo Ministério do Trabalho até a data fixada na regulamentação desta Lei.
Parágrafo único - O curso previsto no inciso I deste Artigo terá o currículo
fixado pelo Conselho Federal de Educação, por proposta do Ministério do Trabalho,
e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos de que trata o inciso II, na
forma da regulamentação a ser expedida.

Art. 3º - O exercício da atividade de Engenheiros e Arquitetos na


especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho dependerá de registro em
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, após a regulamentação
desta Lei, e o de Técnico de Segurança do Trabalho, após o registro no Ministério
do Trabalho.

3.5 LEI Nº 11.690, DE 9 DE JUNHO DE 2008

Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos


O artigo 159 do Decreto-Lei no 3.689 (03.10.41) do Código de Processo
Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações: “O exame de corpo de delito e
outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso
superior.”
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do
exame.
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação,
ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico.
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão.
33

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à


perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de
10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes,
salvo se for impossível a sua conservação.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.

3.6 LEGISLAÇÃO FEDERAL. LEI No 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973

Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos.


Institui o Código de Processo Civil.

Seção II
Do Perito. O perito judicial é o profissional de distinta aptidão técnica,
habilitado e designado pelo juiz para apreciação das questões de sua especialidade,
conseqüentemente quando a prova do fato esta sujeito ao conhecimento técnico ou
científico aquém do campo jurídico. (Arts. 145 do CPC – Código de Processo Civil)

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou


científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.
§ 1º. Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário,
devidamente inscrito no órgão de classe competente, respeitado o disposto no
Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)
§ 2º. Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que
deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
(Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984).
§ 3º. Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que
preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de
livre escolha do juiz. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina
a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo.
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias,
contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar
renunciado o direito a alegá-la (art. 423). (Redação dada pela Lei nº 8.455, de
24.8.1992).
34

3.7 DOLO OU CULPA DO PERITO

Art. 147 – CPC: “O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2
(dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal
estabelecer”.
Implicações Legais: Para um melhor entendimento, o dolo, nos termos da
lei, está caracterizado quando a pessoa praticou o ato de forma intencional, ou seja,
é premeditado.
Designado o perito pelo juiz, as partes serão notificadas do mandato de
nomeação. Da intimação do início a correr o prazo de cinco dias para que
recomendem seus assistentes técnicos e ofereçam os quesitos a serem
respondidos. Arts. 421 e 422 do CPC – Código de Processo Civil, a seguir descritos:

Art. 421 – O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a


entrega do laudo.
§ 1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação
do despacho de nomeação do perito:
I – indicar o assistente técnico;
II – apresentar quesitos.
§ 2º – Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir
apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência
de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente
examinado ou avaliado.

Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi


cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos
são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. (Redação
dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

Art. 423 – O perito pode escusar-se (artigo 146) ou ser recusado por
impedimento ou suspeição (artigo 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente
a impugnação, o juiz nomeara a novo perito.

Art. 424. O perito pode ser substituído quando: (Redação dada pela Lei nº
8.455, de 24.8.1992).
I - carecer de conhecimento técnico ou científico.
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi
assinado. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).
Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a
ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao
perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do
atraso no processo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na


inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos
ou documentos elucidativos que considerar suficientes. (Redação dada pela Lei nº
8.455, de 24.8.1992).
35

3.8 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA.

DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. - Código Penal.

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como


testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade
da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001).
§ 2º. O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001).

3.9 NORMAS E PROCEDIMENTOS DE PERÍCIA JUDICIAL

No campo da ocupação pericial de forma ampla, ou seja, da atividade


geral no seu contexto, não evidenciando qual o assunto ou a especialidade técnica
abordada, foram desenvolvidas Normas de Perícias Judiciais. Estas normas formam
recentemente amparadas por uma entidade de Perícia: IBPA - lnstituto Brasileiro de
Perícia e Arbitragem, ainda não foram objeto de discussões ou de homologação
para vigência em todo o território nacional. Criadas originalmente pela Associação
dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, tais normas (NPPJ’s) não possuem
caráter obrigatório, tais normas necessitam ser apresentadas como indicações,
sugestões e aconselhamentos de conduta e procedimento.

3.10 QUEM DEVE FAZER A CLASSIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE

A Lei 6.514/77, Capítulo V – da Segurança e da Medicina do Trabalho, art.


195, refere-se à consideração que a classificação de Insalubridade e Periculosidade,
de acordo com as Normas do Ministério do Trabalho, necessita ser realizada por
Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, o que comprova
imparcialidade factível das atribuições dos respectivos profissionais.
Segundo Zung Che Yee (2008), há dois critérios habitualmente aceitos
para caracterizar a atividade de insalubridade: critério subjetivo e critério objetivo.
No critério subjetivo o adicional de insalubridade exclusivamente é devido
quando o trabalhador manifestar sintomas de doença profissional ou ocupacional.
Neste caso é indispensável o exame medico para caracterizar a insalubridade,
evento em que somente o profissional da medicina ocupacional se legitima
competente a caracterizar a atividade insalubre.
36

No critério objetivo o elemento da pericia será unicamente o ambiente do


trabalho, e não o trabalhador. Assim sendo não se deve falar em competência
exclusiva do Médico do Trabalho. Este é o procedimento de julgamento de
insalubridade adotado no Brasil

4 NORMAS REGULAMENTADORAS

Norma Regulamentadora, ou NR, são as normas que necessitam ser


seguidas pelos empregados, empregadores e os terceirizados, para o bem-estar,
preservação da saúde e garantia da segurança dentro do ambiente de trabalho. As
NRs regulamentam e providenciam orientações sobre processos obrigatórios
pertinente à medicina e segurança no trabalho no Brasil. Como anexos da
Consolidação das Leis do Trabalho, são de observância obrigatória por todas as
empresas.
De acordo com a Lei nº 6.514 de 22 de Dezembro de 1977, as Normas
Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho foram aprovadas
em 8 de julho de 1978, por meio da Portaria nº 3.214, do Ministério do trabalho. São
elas:

NR-1 - Disposições gerais


NR-2 - Inspeção prévia
NR-3 - Embargo ou interdição
NR-4 - Serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do
trabalho
NR-5 - Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA
NR-6 - Equipamento de proteção individual – EPI
NR-7- Programa de controle médico de saúde ocupacional
NR-8 - Edificações
NR-9 - Programa de prevenção de riscos ambientais
NR-10 - Instalações e serviços em eletricidade
NR-11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais
NR-12 - Máquinas e equipamentos
NR-13 - Caldeiras e vasos de pressão
NR-14 - Fornos
NR-15 - Atividades e operações insalubres
NR-16 - Atividades e operações perigosas
NR-17 - Ergonomia
NR-18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
NR-19 - Explosivos
NR-20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis
NR-21 - Trabalho a céu aberto
NR-22 - Trabalhos subterrâneos
NR-23 - Proteção contra incêndios
NR-24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
NR-25 - Resíduos industriais
NR-26 - Sinalização de segurança
37

NR-27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério


do Trabalho e da Previdência Social
NR-28 - Fiscalização e penalidades
NR-29 - Segurança e saúde no trabalho portuário
NR-30 - Segurança e saúde no trabalho aquaviário
NR-31 - Segurança e saúde no trabalho da agricultura e pecuária
NR-32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços em saúde

De acordo com a Lei n 6514 de 22.12.1977, no Capítulo V da Segurança e


da Medicina do Trabalho, Seção I – Disposições Gerais, Art. 154 que vigora com a
seguinte redação: “A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste
Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que,
com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras e regulamentos
sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos
estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de
trabalho”

Art. 157 - I, que vigora a seguinte redação: “Cabe às empresas cumprir e


fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho”.
As Normas Regulamentadoras referentes à segurança e medicina do
trabalho são de conhecimento obrigatório pelas empresas privadas e públicas de
administração diretas e indireta, e igualmente obrigatórias pelos órgãos dos poderes
legislativos e judiciários que possuam empregados regidos pela CLT.
O alcance do conteúdo das Normas Regulamentadoras é aplicado a todas
as instituições ou empresas contratantes e aos sindicatos que as representam.
Deve-se observar que as Normas Regulamentadoras não isentam as
empresas da obrigatoriedade do cumprimento de outras disposições que estejam
contidas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios, e ainda as que forem acordadas em convenções e acordos coletivos de
trabalho.
As normas gerais de insalubridade da CLT são complementadas pelas
disposições estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, levando-se em consideração
as particularidades de cada atividade ou setor de trabalho (art. 200 da CLT).
A Portaria Ministério do Trabalho Nº 3.214, de 8/06/1978, aprova as
Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis
do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, atende à determinação
do artigo 190 da CLT. As discriminações dos agentes classificados nocivos à saúde,
com os limites de tolerância mencionados, estão nas disposições complementares e
encontrar-se previstos nos anexos da Norma Regulamentadora NR-15, descrita a
seguir.
38

NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO.

4.1 NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS. (Numeração da própria NR 1)

1.7. Cabe ao empregador:

a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre


segurança e medicina do trabalho; (101.001-8 / I1).

b) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando


ciência aos empregados, com os seguintes objetivos: (101.002-6 / I1)

I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;


II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e
cumprir;
III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição,
pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas;
IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de
acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;
V - adotar medidas determinadas pelo MTb;
VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as
condições inseguras de trabalho.

c) Informar aos trabalhadores: (101.003-4 / I1)

I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;


II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela
empresa;
III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de
trabalho.

d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização


dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho. (101.004-2 / I1)

1.8. Cabe ao empregado:

a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina


do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;
b) Usar o EPI fornecido pelo empregador;
c) Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras -
NR;
d) Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;
39

4.2 NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES. (Numeração da própria


NR 15).

Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 12, de 12 de novembro de 1979 23/11/79
Portaria SSMT n.º 01, de 17 de abril de 1980 25/04/80
Portaria SSMT n.º 05, de 09 de fevereiro de 1983 17/02/83
Portaria SSMT n.º 12, de 06 de junho de 1983 14/06/83
Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983 15/09/83
Portaria GM n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990 26/11/90
Portaria DSST n.º 01, de 28 de maio de 1991 29/05/91
Portaria DNSST n.º 08, de 05 de outubro de 1992 08/10/92
Portaria DNSST n.º 09, de 05 de outubro de 1992 14/10/92
Portaria SSST n.º 04, de 11 de abril de 1994 14/04/94
Portaria SSST n.º 22, de 26 de dezembro de 1994 27/12/94
Portaria SSST n.º 14, de 20 de dezembro de 1995 22/12/95
Portaria SIT n.º 99, de 19 de outubro de 2004 21/10/04
Portaria SIT n.º 43, de 11 de março de 2008 (Rep.) 13/03/08

15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:


15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12;
15.1.2 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990)
15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14;
15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes
dos Anexos n.º 7, 8, 9 e 10.
15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral.

15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os


subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional,
incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:
15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas


considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo
vedada a percepção cumulativa.

15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do


pagamento do adicional respectivo.
15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:

a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho


dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
40

15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde


do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de
segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional
devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua
eliminação ou neutralização.
15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através
de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à
saúde do trabalhador.

15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais


interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização
de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e
classificar ou determinar atividade insalubre.
15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que
comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional
devido.

15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.

15.7 O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do MTb nem a
realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades onde
não houver perito.

ANEXOS DA NR-15:

• ANEXO N.º 1: Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente.


• ANEXO N.º 2: Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto.
• ANEXO N.º 3: Limites de Tolerância para Exposição ao Calor.
• ANEXO N.º 4: (Anexo revogado pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de
novembro de 1990).
• ANEXO N.º 5: Radiações Ionizantes.
• ANEXO N.º 6: Trabalho Sob Condições Hiperbáricas (Título alterado pela
Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983).
• ANEXO N.º 7: Radiações Não-Ionizantes.
• ANEXO N.º 8: Vibrações.
• ANEXO N.º 9: Frio.
• ANEXO N.º 10: Umidade.
ANEXO N.º 11: Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada por
Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho.
ANEXO N.º 12: Limites De Tolerância para Poeiras Minerais.
• ANEXO N.º 13: Agentes Químicos.
ANEXO N.º 14: Agentes Biológicos. (Aprovado pela Portaria SSST n.º 12,
de 12 de novembro de 1979).
41

A determinação do grau de insalubridade é definida pela regulamentação


do MTb através da Portaria n. 3.214, NR-15, conforme o quadro que se segue:

Tabela: Atividades ou operações que exponham o trabalhador a graus de


insalubridade.

Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual

1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos 20%


limites de tolerância fixados no Quadro constante do
Anexo 1 e no item 6 do mesmo Anexo.
2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de 20%
tolerância fixados nos itens 2 e 3 do Anexo 2.
3 Exposição ao calor com valores de IBUTG, superiores aos 20%
limites de tolerância fixados nos Quadros 1 e 2.
4 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de
novembro de 1990)
5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade 40%
superior aos limites de tolerância fixados neste Anexo.
6 Ar comprimido. 40%
7 Radiações não-ionizantes consideradas insalubres em 20%
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.
8 Vibrações consideradas insalubres em decorrência de 20%
inspeção realizada no local de trabalho.
9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção 20%
realizada no local de trabalho.
10 Umidade considerada insalubre em decorrência de 20%
inspeção realizada no local de trabalho.
11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores 10%, 20% e
aos limites de tolerância fixados no Quadro 1. 40%
12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores 40%
aos limites de tolerância fixados neste Anexo.
13 Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, 10%, 20% e
consideradas insalubres em decorrência de inspeção 40%
realizada no local de trabalho.
14 Agentes biológicos. 20% e 40%

5 ATIVIDADES INSALUBRES

Para um melhor entendimento das atividades insalubres, seguem algumas


definições e conceitos.
O termo "insalubre" vem do latim e significa tudo aquilo que acarreta
doença, compreende-se que a insalubridade é o atributo de insalubre. Em resumo,
pode-se interpretar uma atividade insalubre como aquela que contribui e causa
danos à saúde do empregado, causar, com o decorrer do tempo, enfermidades,
doenças e outras adversidades incômodas. O significado legal de insalubridade é
prestado pelo artigo 189 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos subseqüentes
termos:
42

A CLT em seu bojo traz no Artigo 189 da CLT - Caput: “Serão


consideradas ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos”.
Analisando o exposto no Art. 189 da CLT, constata-se que ele é
tecnicamente apropriado dentro dos princípios da Higiene do Trabalho. Na esfera da
saúde ocupacional, a Higiene do Trabalho é uma ciência que aborda o
reconhecimento, avaliação e controle dos agentes nocivos possíveis de levar o
empregado a adquirir doença profissional, quais sejam por agentes físicos (frio,
radiações, vibrações, calor, ruído e umidade), agentes químicos (gases e vapores,
poeira, fumos e névoas), agentes biológicos (vírus, microorganismos e bactérias).
De acordo com os princípios da Higiene do Trabalho, o evento da doença
profissional, em meio a diversos fatores, esta sujeito á natureza, intensidade e
período de exposição ao agente nocivo.
De acordo com estes fatores foram estabelecidos limites de tolerância
para os mencionados agentes, que representam um valor numérico inferior ao qual
se confia que a maior parte dos trabalhadores em contato com estes agentes
nocivos, durante a sua vida profissional, não ira adquirir doenças profissionais.
Conseqüentemente, pelo panorama prevencionista, não devem ser denotados com
exatidão e sim como parâmetros para julgamentos e controle dos ambientes de
trabalho.
Deste modo, para o legislador, uma atividade apenas será considerada
como insalubre, se preenchidos determinadas condição, previamente estipulados
pelo Ministério do Trabalho.
Baseando-se no artigo 189 da CLT, observa-se que a insalubridade será
caracterizada exclusivamente quando o limite de tolerância for ultrapassado; isto é, a
lei abordou a questão do direito ao adicional, deixando o aspecto prevencionista a
critério da regulamentação do Ministério do Trabalho, conforme preceitua o artigo
190 da CLT, que constitui o quadro de atividades insalubres, as normas de
caracterização da insalubridade, os limites de tolerância e os meios de proteção.
Em resumo, são insalubres as atividades ou operações que exponham o
homem a agentes nocivos à saúde. Cabe ao Ministério do Trabalho aprovar o
quadro das atividades e operações consideradas insalubres. O Ministério do
Trabalho caracteriza e classifica os agentes insalubres quanto à natureza e
nocividade.
Quanto à natureza são classificados em químicos, físicos ou biológicos.
Exemplo de agente insalubre químico: chumbo.
Exemplo de agente insalubre físico: ruído.
Exemplo de agente insalubre biológico: protozoários.
Quanto à nocividade os agentes foram classificados em três graus:
máximo, médio e mínimo.
A CF/88 – art. 7º, XXIII, determina que é direito dos trabalhadores o
“adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei.”
43

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Vale observar que a configuração da insalubridade depende de uma


apreciação criteriosa dos requisitos estabelecidos pela Lei e só assim deverá ser
considerado esta atividade como insalubre. Deve-se ressaltar que a apreciação de
determinada atividade far-se-á de global, ou seja, há a obrigação de que a atividade
desenvolvida pelo empregado exponha o trabalhador ao contato com um agente
nocivo, que este agente nocivo encontre-se acima do limite de tolerância
estabelecido pelo Ministério do trabalho e ainda, que este contato persista por
determinado espaço de tempo.
Por limites de tolerância necessita-se compreender como um limite
definidor, fundamentado pelo Ministério do Trabalho, posteriormente a execução de
perícia técnica, por médico ou engenheiro do trabalho, ou por ambos, no qual se
estabeleça os "limites de um ser humano"; ou seja, conforme a qualidade do
trabalho, a natureza do agente e o período de exibição a este agente, o Ministério do
Trabalho baliza quais serão as atividades qualificadas insalubres e qual será o grau
de insalubridade.

6 O MINISTÉRIO DO TRABALHO E A PERÍCIA

Tendendo a mais integra segurança para o trabalhador e poupando


amplas disputas judiciais para afirmar a incidência da insalubridade, a CLT no artigo
190, construiu que o enquadramento das atividades e operações insalubres será
compilado pelo Ministério do Trabalho.
Na ocorrência de uma ação reclamatória trabalhista, o Juiz do Trabalho
necessitará deliberar a execução de uma perícia técnica, por engenheiro ou médico
do trabalho da sua confiança, que por meio de um laudo técnico irá revelar se
aquela classe ou ainda aquele definido empregado que contesta este direito, se
enquadra nas condições definidas para a caracterização da atividade insalubre.
O abstrato é que a situação de trabalho sujeito a agentes agressivos
novos, mesmo que claramente presentes, esperam longo tempo para seu
validamento como insalubres.
O amplo infortúnio é que as contestações jurídicas à reverência destas
condições de trabalho estão sempre centralizadas nos adicionais que aspiram
indenizar o malefício e não suprimir o risco ou resguardar a saúde.
Concluí-se que o objetivo desta parcela pecuniária, o adicional de
insalubridade, labora como uma autorização para que o trabalhador possa manter-
se exposto ao agente nocivo, visto que é inferiormente dispendioso para a empresa
do que efetivamente investir no ambiente de trabalho para que se torne
suficientemente seguro e saudável.
A compreensão do empresário falha exatamente nesta questão em
observar que o objetivo do adicional de insalubridade, não se designa unicamente a
ser pago como favorecimento ao empregado, mas sim, para mitigar a negligência
com o ambiente de trabalho.
44

Promulga a CLT que os adicionais de periculosidade e insalubridade não


podem ser auferidos concomitantemente, obrigando o empregado, segundo indica o
parágrafo 2º do artigo 193, selecionar um deles.
Lê-se na CLT que o adicional de insalubridade e o de periculosidade não
se incorpora ao salário, quando interrompido o agente que lhes garante o direito,
descontinuara também o referente direito.

6.1 JURISPRUDÊNCIAS

Em decorrência ao constante e contemporâneo aprimoramento legislativo,


em especial no que confirmar aos processos rolados e em conseqüência do novo
entendimento de proporcionar suporte, proteção e serviço resguardado aos
trabalhadores, relacionaram uma maior influencia dos juízes às determinações dos
órgãos jurisdicionais, tribunais e superiores. Como podemos comprovar com a
criação de súmulas vinculantes, emendas e clausulas à aplicação de estudo de
casos jurídicos na determinação de disposições judiciais. Torna-se um entendimento
imperativo e indispensável aos quais todos os outros tribunais e juízes, bem como
todos os Poderes Judiciários e a Administração Pública haverão de acompanhar. Na
prática, adota força de lei, gerando um vínculo jurídico e atribuindo efeito de lei que
compreende todos os trabalhadores ou membros do direito judiciário.
Ressalta-se o descrito nas Súmulas do TST que é a instância mais
elevada de julgamento para assuntos abrangendo o direito do trabalho no Brasil.

TST Súmula nº 17: Adicional de Insalubridade. (RA 28/1969, DO-GB


21.08.1969 - Cancelada - Res. 29/1994, DJ 12.05.1994 - Restaurada - Res.
121/2003, DJ 21.11.2003. cancelada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e
10.07.2008).
“O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei,
convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre
este calculado.”
Comentário: O embasamento da incidência do adicional de insalubridade
é o salário mínimo, exceto quando instituído o salário profissional. O adicional de
insalubridade não impacta sobre outros adicionais, gratificações etc.
Jurisprudência: Notícias do Tribunal Superior do Trabalho de 14/10/2009.
Piso regional é usado para cálculo de adicional de insalubridade: Tribunal Regional
do Trabalho da 4ª Região (RS) condenou a Azaléia S.A. a pagar adicional de
insalubridade a um ex-empregado da empresa com base no piso salarial regional,
aprovado por lei estadual para vigorar no território gaúcho. Isso porque, na
convenção coletiva da categoria do trabalhador, havia proibição expressa quanto à
utilização do salário normativo pactuado (ou seja, do menor salário pago aos
profissionais daquela categoria) para fins de cálculo de adicional de insalubridade.
Nessas condições, afirmou o relator, a decisão do Regional, em vez de violar o
dispositivo constitucional que trata do reconhecimento das convenções e acordos
coletivos (artigo 7º, inciso XXVI) como alegado pela empresa, na verdade o
respeitou, ao estabelecer uma alternativa para servir de base de cálculo do
adicional. (RR- 791/2006-331-04-00.2) (Lilian Fonseca). Esta matéria tem caráter
45

informativo, sem cunho oficial. Consulta em Abril 2010 no site http://www.tst.gov.br/


do Tribunal Superior do Trabalho.
A súmula 17 do Tribunal Superior do Trabalho, como já dito anteriormente,
os percentuais de remuneração do adicional de insalubridade possuem como base o
salário mínimo, entretanto, existe uma exceção a regra. Para os trabalhadores que
possuem piso salarial fixado por Lei, Convenção Coletiva de Trabalho ou Sentença
Normativa, o valor da remuneração do adicional de insalubridade apresentará como
base este valor e não o salário mínimo como acontece para os demais casos.

TST Súmula n.º 47 do TST: “O trabalho executado em caráter intermitente,


em condições insalubres, não afasta só, por essa circunstância, o direito à
percepção do respectivo adicional.”
Comentário: Se o empregado não esta em contato durante todo o período
da sua jornada de trabalho com o agente nocivo, e a freqüência é intervalada. Neste
episódio o adicional de insalubridade é devido ao trabalhador proporcionalmente ao
período de exposição.
Intermitente denota interrupções, ou paralisações não contínuas. Mesmo
ocorrendo de forma descontínua, porém de forma freqüente ou usual, existe o risco
e por conseqüência estabelece ao trabalhador o direito ao adicional de
insalubridade.

TST Súmula nº 80: Eliminação da Insalubridade - Aparelhos Protetores -


Adicional de Insalubridade.
“A eliminação da insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo, exclui a
percepção do adicional respectivo.” (RA 69/1978, DJ 26.09.1978 - Mantida - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003).
Comentário: extinguindo-se o agente insalubre, interromperá para o
trabalhador o direito ao adicional de insalubridade devido ao caráter de salário-
condição.

TST Súmula nº 139: Incorporada Adicional de Insalubridade - Cálculo de


Indenização.
“Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração
para todos os efeitos legais.” (ex-OJ nº 102 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997 - RA
102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982 - Ex-Prejulgado nº 11 a Orientação
Jurisprudencial nº 102 da SBDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005).
Comentário: Persistindo a natureza específica de trabalho agravante,
penoso e crítico, comprovando-se insalubre, é obrigatório o adicional de
insalubridade ao trabalhador e os respectivos reflexos nos ganhos (decorrência
expansionista do salário).
Não há direito adquirido ao adicional de insalubridade (art. 194 da CLT).
Porém, enquanto presente, o adicional gera reflexo nas verbas trabalhistas, como o
pagamento das férias, décimo terceiro salário, aviso-prévio, FGTS (também sobre
40%), indenização, contribuição previdenciária. Este é o efeito expansionista.
46

7. BASE DE CÁLCULO. SÚMULAS DO TST

Súmula nº 187: Adicional de Insalubridade - Salário Regional – TFR: “O


adicional de insalubridade incide sobre o salário regional.” (23-10-1985 - DJ 30-10-
85).
Em face do efeito vinculante do verbete editado pelo STF, o TST, por meio
da Resolução nº 148/2008, promoveu:

i) O cancelamento da OJ nº 2 da SDI-1 e
ii) A alteração da Súmula nº 228, confere a seguinte redação:

TST Súmula nº 228: Adicional de Insalubridade - Base de Cálculo.

“A partir de 09 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante


nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre
o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento”. (redação
alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008 - Res. 148/2008, DJ 04 e
07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008. (Suspensa).
“O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo
de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas no Enunciado nº 17.”
(Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003).
Comentário: O embasamento da incidência do adicional de insalubridade
é o salário mínimo, exceto quando instituído o salário profissional.

O artigo 192 da CLT determina que sua base de cálculo seja o salário
mínimo, contudo, com a promulgação da CF/88 ocorrer à ambigüidade quanto a
aplicação desta base de cálculo, pois o art. 7º, inciso IV da CF/88 proíbe a
vinculação do salário mínimo para qualquer finalidade. Em estudos doutrinários e
nos processos jurisprudenciais dos tribunais o debate ao reconhecimento da base
de cálculo do adicional de insalubridade é usualmente configurado. Em resumo, as
deliberações firmadas nas Súmulas 17 e 228 do TST, e também na O.J. -
Orientação Jurisprudencial nº 2 da SDI do TST. O motivo de ser inconstitucional ou
não empregar o salário mínimo como base de cálculo é uma questão ainda em
debate, pretexto pelo qual confere pretexto à aplicação de outras bases de cálculo.
Também merece transcrição a notícia veiculada pelo sítio do STF em 30/04/2008:
“Notícias STF de 30 de Abril de 2008: “A vinculação de adicional de insalubridade ao
salário mínimo é inconstitucional”. (Súmulas do TST).
O Tribunal Superior do Trabalho, contestando o teor da Súmula Vinculante
nº 04 do STF, deliberou em sessão do Pleno, apresentar uma nova redação e editou
a resolução nº 148/2008 Súmula nº 228, determinando o salário básico como base
de cálculo para o adicional de insalubridade, a partir da sua promulgação em 9 de
maio de 2008 da Súmula Vinculante nº 4, do STF, que veda a utilização do salário
mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado.
47

Aproveitando o assunto em pauta, vale lembrar a Orientação Judicial da


SDBI-1 sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade:

Nº 2 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. MESMO


NA VIGÊNCIA DA CF/1988: SALÁRIO MÍNIMO. Inserida em 29.03.1996 (cancelada
na sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2008) – Res. 148/2008, DJ 04 e
07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008.
Nº 47 – HORA EXTRA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE
CÁLCULO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008) – Res.
148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008.
A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário
contratual mais o adicional de insalubridade.

TST Súmula nº 248: Reclassificação ou Descaracterização da


Insalubridade - Direito Adquirido - Princípio da Irredutibilidade Salarial
“A reclassificação ou descaracterização da insalubridade, por ato da
autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa
a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.” (Res. 17/1985, DJ
13.01.1986 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003).
Comentário: A partir do momento que o agente nocivo deixar de ser
considerado como insalubre pelo Ministério do Trabalho (abolido da classificação),
cessará para o trabalhador a prerrogativa ao relativo adicional, sem prejuízo por não
mais existir a condição especial de trabalho insalubre.
Com esta posição, o adicional de insalubridades não possui natureza
indenizatória visando obter o ressarcimento e reparação de prejuízos, reflete no
cancelamento do adicional, sem agravo a direito adquirido ou ao preceito da
irredutibilidade salarial. Como exemplo, após 26.02.1991 foram efetivamente
removidas do universo jurídico as normas causais do direito ao adicional de
insalubridade por iluminamento inadequado no local de trabalho, como previsto na
Portaria nº 3751/1990 do Ministério do Trabalho (Orientação Jurisprudencial
Transitória n. 57 – TST, nº 153 da SBDI-1 - DJ 20.04.2005).
Quando há supressão do agente da listagem do Ministério do Trabalho, o
empregado deixará de ganhar o adicional de insalubridade. A perda do adicional é
comprovada pela sua essência de salário condição. Descontinuada a condição
específica de trabalho mais gravosa, finalizará para o empregado o direito ao
adicional referente.
Na esfera do Direito do Trabalho, os adicionais de insalubridade não se
conservam vinculados aos contratos de trabalho, ainda que sejam designados de
salário e discriminados na folha de pagamento, pois de acordo com o artigo 194 da
CLT o texto legal trabalhista: “o direito do empregado ao adicional de insalubridade
cessará com a eliminação do risco á sua saúde ou integridade física nos termos
desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do trabalho”.
Para constatar a eliminação do adicional de insalubridade necessitará do
laudo pericial, analisando às condições e o ambiente de trabalho. Esta análise deve
integrar os Equipamentos de Proteção Individual e os Equipamentos de Proteção
Coletiva utilizados.
O adicional de insalubridade tem natureza salarial: salário-condição. O
adicional de insalubridade é devido apenas enquanto permanecer a condição
específica de trabalho mais perigosa e crítico, ou seja, o fato gerador do acréscimo
salarial. Este fato gerador do acréscimo salarial na insalubridade é conseqüência da
48

exposição do trabalhador aos agentes nocivos à saúde. O pagamento do adicional


de insalubridade é contemplado enquanto perdurar a situação especial de trabalho
mais gravosa. Descontinuada a condição especial, finaliza para o empregado a
vantagem ao adicional respectivo.

TST Súmula nº 289: Fornecimento do Aparelho de Proteção do Trabalho -


Adicional de Insalubridade
“O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o
exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas
que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as
relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.” (Res. 22/1988, DJ
24.03.1988 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003)
Comentário: Não é satisfatório unicamente o provimento do EPI para
eliminar o empregador do pagamento do adicional de insalubridade. Outros diversos
controles que levam à redução ou eliminação da nocividade precisam ser
abordados, por exemplo, os controles relativos ao uso efetivo do equipamento pelo
trabalhador. O empregador tem a obrigação de fiscalizar se o empregado está
utilizando o equipamento.

TST Súmula nº 293: Perícia - Agente Nocivo Diverso do Apontado na


Inicial - Adicional de Insalubridade - Causa de Pedir.
“A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições
nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica
o pedido de adicional de insalubridade.” (Res. 3/1989, DJ 14.04.1989 - Mantida -
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003)
Comentário: Interrogada em juízo o adicional de insalubridade, é
imperativo a perícia técnica desempenhada pelo médico ou engenheiro do trabalho
obrigatoriamente habilitado nomeado pelo juiz (art. 195, § 2º da CLT).
Se o trabalhador deduz trabalhar em condições insalubres, ingressa com
reclamação trabalhista contestando o adicional de insalubridade. Para que o juiz
defina ou não o pagamento da devido pecúlio, é obrigatória a comprovação do
agente nocivo à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho.
A comprovação da influência do agente sobre o trabalhador e qual é o
agente nocivo, é realizada por perícia técnica desempenhado por profissional que
tenha conhecimento técnico especializado, sendo este o engenheiro do trabalho ou
médico do trabalho.

TST Súmula nº 349: Validade do Acordo ou Convenção Coletiva de


Compensação de Jornada de Trabalho em Atividade Insalubre
“A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação
da jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da
autoridade competente em matéria de higiene do trabalho”. (art. 7º, XIII, da CF/1988;
art. 60 da CLT) (Res. 60/1996, DJ 08.07.1996 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20
e 21.11.2003)

STF - Súmula nº 194: “É competente o ministro do trabalho para a


especificação das atividades insalubres.” (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
13/12/1963. Fonte de Publicação: Súmula da Jurisprudência Predominante do
Supremo Tribunal Federal – Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa
Nacional, 1964, p. 98).
49

STF - Súmula nº 307: “É devido o adicional de serviço insalubre,


calculado à base do salário mínimo da região, ainda que a remuneração contratual
seja superior ao salário mínimo acrescido da taxa de insalubridade.” (Data de
Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963. Fonte de Publicação: Súmula da
Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal – Anexo ao Regimento
Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 137).

STF - Súmula nº 460: “Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia


judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade
entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência
Social.“ (De 01/10/1964, Fonte: DJ de 8/10/1964, p. 3647; DJ de 9/10/1964, p. 3667;
DJ de 12/10/1964, p. 3699).
“Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em
reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as
insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social”.
Comentário: Quando o trabalhador deduz que trabalha sob condições
insalubres, a petição será desconsiderada apenas quando, mesmo verificado a
existência do agente, este não ocasionar prejuízo à saúde do trabalhador ou quando
a perícia não verificar a influência do agente insalubre. Na primeira conjuntura, o
agente é achado no ambiente de trabalho, contudo, dentro do limite de tolerância.
Na segunda, não é identificado agente determinado. O adicional de insalubridade
unicamente será pago quando a perícia encontrar um dos agentes presentes da
listagem do Ministério do Trabalho.
A especificação do enquadramento das atividades insalubres é ato do
Ministério do Trabalho, que por sua autonomia, deliberou a NR-15, que aborda o
adicional de insalubridade, presentes na Portaria n.º 3.214. Implica que o perito
necessita permanecer restrito somente as circunstâncias elencadas nesta Norma
Regulamentadora, conseqüentemente não é suficiente o reconhecimento no próprio
laudo elaborado pelo perito que a atividade é considerada como insalubre.
Para corroborar o explicitado, segue entendimentos do TST que exigem o
requisito do enquadramento oficial da atividade tida por insalubre na Portaria
expedida pelo Ministério do Trabalho, como alguns posicionamentos judiciais
extraídos pela Internet do site www.tst.gov.br/jurisprudencia, onde demonstram a
importância do laudo judicial e também as diferentes linhas de decisões:

7.2 CLASSIFICAÇÂO DA ATIVIDADE INSALUBRE PELO MINISTÉRIO DO


TRABALHO

“Adicional de insalubridade. Há necessidade de que a classificação da


atividade insalubre esteja expressamente relacionada na norma administrativa
elaborada pelo ministério do trabalho e emprego, não bastando a simples
constatação por laudo pericial. As atividades realizadas por pedreiro, relacionadas
ao preparo e transporte de argamassa e concreto, que utilizam cimento, areia e
brita, não são consideradas insalubres, visto que essas atividades não se amoldam
à classificação estabelecida no anexo 13 da nr 15 da portaria nº 3.214/78, nem
podem ser classificadas como de fabricação e manuseio de álcalis cáusticos,
conforme entenderam as instâncias ordinárias. Recurso de revista conhecido e
50

provido”. (TST-RR-456/2004-461-04-00.2).( Autoridade: Tribunal Superior do


Trabalho. 1ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº 456-2004-461-4-0. Data:
14/11/2007. urn:lex:br:tribunal.superior)

8.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - ATENDENTE DE BERÇÁRIO

Fundamenta-se no laudo do perito, segundo o qual a reclamante


trabalhava em berçário. Conclui que, embora as crianças atendidas não fossem
pacientes em isolamento, por doenças infecto-contagiosas, situação prevista no
Anexo XIV da Norma Regulamentar nº 15, a reclamante estaria exposta a contágio,
no caso de uma das crianças viesse a contrair esse tipo de doença. Argumenta,
ainda, que a reclamante trabalhava como atendente de creche, com crianças sadias,
pelo que sua atividade não pode ser classificada como insalubre, pois não está
prevista no Anexo 14 da Norma Regulamentar nº 15. Aponta violação do art. 190 da
CLT e divergência jurisprudencial.
Nos termos do art. 190 da CLT, a tipificação e a regulamentação das
atividades consideradas como insalubres competem ao Ministério do Trabalho. O
direito ao adicional de insalubridade, portanto, está condicionado à classificação da
atividade desenvolvida pelo empregado na relação elaborada pelo órgão
competente, mesmo que o laudo do perito tenha efetivamente confirmado a
presença do agente insalubre no local de trabalho. Ao perito cabe apenas classificar
o grau de insalubridade do agente nocivo, para efeito de fixação do percentual que
irá incidir sobre o salário mínimo, nos termos do art. 192 da CLT.
Nesse sentido a orientação da jurisprudência ao consignar o entendimento
de que está o empregador desobrigado do pagamento do adicional de insalubridade,
quando a atividade desempenhada pelo empregado não está classificada na relação
oficial do Ministério do Trabalho (Orientação Jurisprudencial nº 4/SDI-1).
Realmente, a omissão do Ministério do Trabalho tem sua razão de ser, pois não há
como se considerar insalubre um berçário, que, pela própria condição de seus
ocupantes, repele, e deve ser repelido com veemência, a idéia de que possa estar
contaminado por agentes nocivos à saúde das crianças. (PROC. Nº TST-RR-
89740/2003-900-04-00.0).

8.2 DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DEFICIÊNCIA DE ILUMINAMENTO.

Tribunal Superior do Trabalho. 5ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº


301045-1996-0-0-0. Data: 09/02/1999. (urn:lex:br:tribunal.superior.trabalho).
“Adicional De Insalubridade. Iluminação. Foi Definitivamente Expurgada A
Deficiência De Iluminação Como Agente Insalubre A Partir De 26/02/91, Em Face
Do Disposto No Parágrafo Único Do Art. 2º Da Portaria 3.751/90. Assim, Deve O
Pagamento Do Adicional Em Epígrafe Ser Limitado A Tal Data, Visto Que, Para A
Percepção Do Referido Acréscimo, Necessário É Que Esteja Classificada A
Atividade Insalubre Na Relação Oficial Elaborada Pelo Ministério Do Trabalho, Não
Bastando A Constatação Por Laudo Pericial. Recurso Conhecido E Provido”.
51

O adicional de insalubridade em decorrência de iluminação deficiente só é


devido até 23.02.91, considerando-se o disposto na Portaria GM/MTPS nº 3.751/90,
que revogou o subitem 15.1.2, o Anexo 4 e o item 4 do Quadro de Graus de
insalubridade, todos da Norma Regulamentadora nº 15, inserida na Portaria
MTb/GM nº 3.214/78. Aplicação do Enunciado de Súmula número 8 deste Regional.

8.3 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - SERVIÇOS DE LIMPEZA EM GERAL

Nos termos da jurisprudência pacificada nesta Corte Superior,


consubstanciada na Orientação Jurisprudencial n° 4 da SBDI-1, não basta a
constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado
tenha direito ao respectivo adicional, mas é necessária também a classificação da
atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho, sendo
que a limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem
ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por prova pericial,
porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do
referido Ministério. Assim sendo, laborando o Obreiro em serviços de limpeza em
geral, mesmo que em hospitais, ele não faz jus ao adicional em comento.
(Orientação Jurisprudencial N° 4 DA SBDI-1 DO TST) (Tribunal Superior do
Trabalho. 4ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº 765212-2001-0-0-0. Data:
01/06/2005. urn:lex:br:tribunal.superior.trabalho).

8.4 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO.

O trabalho de limpeza de sanitários e recolhimento de lixo é passível de


enquadramento na previsão do Anexo 14 da NR 15 da Portaria nº 3.214/78.
(Tribunal Superior do Trabalho. Subseção Especializada em Dissídios Individuais 1.
Acórdão do Processo Nº 1864-1997-8-17-0. Data: 02/09/2009)

8.5 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS SOLARES. INDEVIDO

Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de


insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto (art. 195, CLT e NR 15 MTb,
Anexo 7) (Título: Acórdão do Processo Nº 308589-1996-0-0-0. Data: 13/09/1999.
(urn: lex: br: tribunal.superior.trabalho, 1999-09-13;308589-1996-0-0-0. inserida em
08.11.2000).

8.6 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHADOR RURAL. EXPOSIÇÃO AOS


RAIOS SOLARES

O adicional de insalubridade tem por objetivo compensar o trabalhador


que preste serviço em local insalubre. O trabalho rural a céu aberto não se enquadra
nessa hipótese. Por outro lado, cabe ressaltar que a orientação jurisprudencial da
52

SDI firmou-se no sentido de que, para a concessão do adicional de insalubridade,


não basta a simples constatação por laudo pericial, devendo as atividades
insalubres serem assim classificadas na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho, conforme estabelece o art. 190 da CLT, o que não é o caso do trabalho
executado a céu aberto. Embargos conhecidos e providos.
Precedentes: E-RR-15940/90 - Min. Rider de Brito - DJ 9/10/98 - Decisão
unânime; E-RR-43338/92, Ac.1521/96 - Min. Francisco Fausto - DJ 28/6/96 -
Decisão unânime; E-RR-1213/88, Ac. 2251/94 - Min. Francisco Fausto - DJ 27/10/94
- Decisão por maioria; e E-RR-15118/90, Ac.2534/93 - Min. Ney Doyle - DJ 29/10/93
- Decisão por maioria.

8.7 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHO EM TELEFONIA


(TELEMARKETING) COM USO DE FONES DE OUVIDO - AUSÊNCIA DE
CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE COMO INSALUBRE NA RELAÇÃO OFICIAL DO
MINISTÉRIO DO TRABALHO - INCIDÊNCIA DA ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL Nº 4, I, DA SBDI-1 1.

Conforme estabelece o art. 190 da CLT, o Ministério do Trabalho aprovará


o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios
de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos,
os meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses
agentes. 2. Nesse mesmo sentido segue a Orientação Jurisprudencial nº 4, I, da
SBDI-1, segundo a qual não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo
pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo
necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo
Ministério do Trabalho-. (RR-1125/2004-023-04-00.0; Relatora Ministra Maria
Cristina Irigoyen Peduzzi; in DJ 23.3.2007).

8.8 LIMPEZA EM RESIDÊNCIAS E ESCRITÓRIOS E A RESPECTIVA COLETA DE


LIXO NÃO PODEM SER CONSIDERADAS ATIVIDADES INSALUBRES.

A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não


podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo
pericial, porque não se encontram entre as classificadas como lixo urbano na
Portaria do Ministério do Trabalho. OJ nº 4 da SDI-1 do TST. Recurso de revista a
que se dá provimento. Deve ser conhecido o recurso de revista por contrariedade à
OJ nº 4 da SDI-1 do TST.
Mesmo que o laudo pericial tenha dito que havia a insalubridade em grau
máximo, a questão é de legalidade. O perito não pode legislar sobre o que é ou não
insalubre, mas apenas enquadrar os casos nas hipóteses legais.
Cita-se a OJ nº 4 da SDI-1 do TST:
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial
para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho.
53

II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não


podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo
pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na
Portaria do Ministério do Trabalho. (Tribunal Superior do Trabalho. 5ª Turma. Título:
Acórdão do Processo Nº 1072-2006-1-4-40. Data: 04/03/2009. urn: lex: br:
tribunal.superior.trabalho; rr: 2009-03-04;1072-2006-1-4-40).

9 PORTARIA N.º 3.311 DE 29 DE NOVEMBRO DE 1989

“Estabelece os princípios norteadores do programa de desenvolvimento do Sistema


Federal de Inspeção do Trabalho e dá outras providências”.

Considerando:

• O inciso XXIV, do artigo 21, da Constituição Federal.


• A convenção n.º 81, da Organização Internacional do Trabalho - Decreto
n.º 95.461, de 11 de dezembro de 1987.
• As Normas do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo
Decreto n.º 55.841, de 15 de março de 1965.
• As disposições previstas na Consolidação das Leis do Trabalho.
• O parágrafo 1.º; do artigo 7.º da Lei n.º 7.855, de 24 de outubro de 1989.

É de incumbência da União instituir, conservar e realizar a Inspeção do


Trabalho. Ficam constituídos os princípios orientadores do Programa de
Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho. O Sistema Federal
de Inspeção do Trabalho tem por objetivo garantir, em todo território nacional, a
aplicação das disposições legais e regulamentares, compreendendo as convenções
internacionais sancionadas, dos atos e disposição das autoridades competentes e
do acordo coletivo do trabalho, no que se refere à qualidade, período e a situação de
trabalho, bem como a assistência e ao resguardo dos trabalhadores na prática da
sua ocupação.
As perícias para caracterização de insalubridade ou periculosidade
requeridas ao MTb só deverão se atendidas se coincidirem com as prioridades
estabelecidas e justificarem a sua realização (formulário 8 – Vide: Anexos). Nesses
casos, a empresa periciada deverá ser submetida a uma inspeção completa e
notificada para eliminar os riscos e as irregularidades encontradas. Quando se tratar
de requerimento de entidade sindical, esta deverá ser sensibilizada a assumir o
compromisso junto ao órgão através de ordens de serviços como tarefa especial,
pela chefia competente; (Anexo II, Plano Geral De Ação Na Área De Segurança E
Saúde Do Trabalhador - Da Execução, Portaria N.º 3.311 De 29/11/89).
As notificações ou recomendações para correção de condições inseguras,
insalubres e/ou perigosas devem privilegiar as medidas de proteção coletiva,
somente determinando o uso do EPI como medida transitória como medida
complementar quando, esgotados, os recursos técnicos, não tenha sido possível
eliminar totalmente o risco. (Anexo II, Plano Geral de Ação na Área de Segurança e
Saúde do Trabalhador - Da Execução, Portaria N.º 3.311 De 29/11/89).
54

10 ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO


TRABALHO SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS.

SUBSEÇÃO I do TST: OJ SDI-1 4, OJ SDI-1 171.

OJ SDI 2 - Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Mesmo na


vigência da CF/88: salário mínimo. (Inserida em 29.03.1996. Cancelada - Res.
148/2008, DOe do TST 04/07/2008 - Republicada no DJ de 08.07.2008 em razão de
erro material).

OJ SDI 3 - Adicional de insalubridade. Base de cálculo, na vigência do


Decreto-lei nº 2.351/1987. Piso Nacional de Salários. (Inserida em 14.03.1994.
Cancelada em decorrência da sua conversão na Orientação Jurisprudencial
Transitória 33 da SDI-I - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).
Orientações Jurisprudenciais Transitórias da Subseção I da Seção de
Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho Nº 33.
Adicional de insalubridade. Base de cálculo, na vigência do Decreto-lei nº
2.351/1987: Piso Nacional de Salários. (Nova redação em decorrência da conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 3 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005). Na
vigência do Decreto-Lei nº 2.351/1987, o piso nacional de salários é a base de
cálculo para o adicional de insalubridade. (ex-OJ nº 3 da SDI-1 - inserida em
14.03.94).

OJ SDI 4 - Adicional de insalubridade. Lixo urbano. (Inserida em


25.11.1996 . Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação
Jurisprudencial nº 170 da SDI-I - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial
para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho.
II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não
podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo
pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na
Portaria do Ministério do Trabalho. (ex-OJ nº 170 da SDI-I - inserida em 8.11.00)

OJ SDI 47. Hora extra. Adicional de insalubridade. Base de cálculo.


(Inserida em 29.03.1996. Nova redação - Res. 148/2008, DJe do TST 04/07/2008 -
Republicada no DJ de 08.07.2008 em razão de erro material)
A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário
contratual mais o adicional de insalubridade.

OJ SDI 102 - Adicional de insalubridade. Integração na remuneração.


(Inserida em 01.10.1997. Cancelada em decorrência de sua incorporação à nova
redação da Súmula nº 139 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração
para todos os efeitos legais.
55

OJ SDI 103 - Adicional de insalubridade. Repouso semanal e feriados.


(Inserida em 01.10.1997. Nova redação - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).
O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e
feriados.

OJ SDI 121 - Substituição processual. Diferença do adicional de


insalubridade. Legitimidade. (Inserida em 20.11.1997. Nova redação - Res.
129/2005, DJ. 20.04.2005).
O sindicato tem legitimidade para atuar na qualidade de substituto
processual para pleitear diferença de adicional de insalubridade.

OJ SDI 153 - Adicional de insalubridade. Deficiência de iluminamento.


Limitação. (Inserida em 26.03.1999. Cancelada em decorrência da sua conversão na
Orientação Jurisprudencial Transitória nº 57 da SDI-I - Res. 129/2005, DJ.
20.04.2005).
Somente após 26.02.1991 foram, efetivamente, retiradas do mundo
jurídico as normas ensejadoras do direito ao adicional de insalubridade por
iluminamento insuficiente no local da prestação de serviço, como previsto na
Portaria nº 3751/1990 do Ministério do Trabalho.

OJ SDI 165 - Perícia. Engenheiro ou médico. Adicional de insalubridade e


periculosidade. Válido. Art. 195, da CLT. (Inserida em 26.03.1999).
O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o
engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e
periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional
devidamente qualificado.

OJ SDI 171 - Adicional de insalubridade. Óleos minerais. Sentido do termo


"manipulação". (Inserida em 08.11.2000).
Para efeito de concessão de adicional de insalubridade não há distinção
entre fabricação e manuseio de óleos minerais - Portaria nº 3.214 do Ministério do
Trabalho, NR 15, Anexo XIII.

OJ SDI 173 - Adicional de insalubridade. Raios solares. Indevido. (Inserida


em 08.11.2000).
Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de
insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto (Art. 195, CLT e NR 15 MTb,
Anexo 7).
56

TÍTULO III DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO.

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS SOBRE DURAÇÃO E CONDIÇÕES


DE TRABALHO.

SEÇÃO X - Do Trabalho em Minas de Subsolo.

Art. 295 - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser


elevada até 8 (oito) horas diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais, mediante acordo
escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa
prorrogação à prévia licença da autoridade competente em matéria de higiene do
trabalho.
Parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser
inferior a 6 (seis) horas diárias, por determinação da autoridade de que trata este
artigo, tendo em vista condições locais de insalubridade e os métodos e processos
do trabalho adotado.

SEÇÃO IV - Dos Métodos e Locais de Trabalho

Art. 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente, o


Ministro do Trabalho e da Administração poderá estabelecer derrogações totais ou
parciais às proibições a que alude o artigo anterior, quando tiver desaparecido, nos
serviços considerados perigosos ou insalubres, todo e qualquer caráter perigoso ou
prejudicial mediante a aplicação de novos métodos de trabalho ou pelo emprego de
medidas de ordem preventiva.

CAPÍTULO IV - DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR.

SEÇÃO I - Disposições Gerais

Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho:


I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro
para esse fim aprovado pela Secretaria de Segurança e Medicina do
Trabalho;
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67).
57

11 JURISPRUDÊNCIAS DO TST

(Fonte: http://www.tst.gov.br/ASCS/materias_tematicas/insalubridade.php )

14/10/2009 - Piso regional é usado para cálculo de adicional de insalubridade

28/08/2009 - Ausência de perícia não impede pagamento de insalubridade

30/03/2009 - Perícia técnica oficial não pode ser suprida por laudo do próprio
empregador

12/01/2009 - Insalubridade: base de cálculo permanece salário mínimo até


regulamentação

26/08/2008 - Insalubridade: SDI-2 suspende julgamento até decisão do STF sobre


Súmula 228

30/07/2008 - TST envia ao STF esclarecimentos sobre Súmula 228, suspensa por
liminar

27/06/2008 - TST fixa novo critério para adicional de insalubridade

21/02/2008 - Salário efetivo será base para cálculo de adicional de insalubridade

19/02/2008 - Lixo hospitalar garante insalubridade em grau máximo

27/11/2007 - Amianto: só exposição acima do limite assegura insalubridade

11.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR TRABALHO EXPOSTO A RUÍDO.

“A reclamada aduz que, embora o laudo pericial tenha concluído que os


equipamentos de proteção neutralizavam os ruídos existentes no local de trabalho, o
acórdão regional entendeu devido o adicional de insalubridade. Aponta violação ao
art. 191 da CLT e colaciona restos ao cotejo de teses.
O acórdão regional concluiu pela ineficácia do fornecimento dos
equipamentos de proteção para efeito de neutralizar os agentes insalubres.
Constata-se que a decisão recorrida fundamentou-se na inospitalidade do local de
trabalho, bem como no fato de os empregados não suportarem o uso contínuo e
prolongado do equipamento, para refutar a conclusão pericial de que o uso do EPI
neutralizava o agente insalubre.
O julgador não está adstrito ao laudo pericial, pois vigora no ordenamento
jurídico brasileiro o sistema da persuasão racional no campo da valoração
probatória, a teor do art. 131 do CPC. Note-se que o cerne da questão é saber se o
julgador poderia ou não infirmar a conclusão do laudo pericial relativamente à
neutralização dos agentes insalubres. Assim, não tem pertinência a apontada
violação literal ao art. 191 da CLT, o qual prevê as hipóteses em que ocorrerá a
58

eliminação ou neutralização do agente nocivo à saúde, ressaltando em seu inciso II


que o uso do equipamento deve diminuir a intensidade do agente nocivo ao nível de
tolerância.

11.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CONTATO COM AGENTES QUÍMICOS.

O Regional concluiu que o reclamante estava exposto a agentes químicos


por laborar na limpeza de banheiros da reclamada. A limpeza e a coleta de lixo em
residências e escritórios não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda
que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram entre as classificadas
como lixo urbano, na Portaria do Ministério do Trabalho.
Com efeito, dispondo o artigo 190 da CLT que a elaboração e a aprovação
do quadro de atividades e operações insalubres é de competência do Ministério do
Trabalho, a classificação do lixo de banheiro, ou dos produtos químicos utilizados na
limpeza e manuseados pelo reclamante devem estar enquadrados na norma legal,
ainda que se configure sua constatação por meio de laudo pericial.
Este é o entendimento da iterativa, atual e notória jurisprudência desta
Corte, consubstanciada no Boletim de Orientação Jurisprudencial nº 170 da SDI,
incorporada à Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 do TST. (PROC. Nº TST-
RR-431/1999-007-17-00.1) (Tribunal Superior do Trabalho. 4ª Turma. Acórdão do
Processo Nº 431-1999-7-17-0. Data 09/11/2005).
Provimento CSM 797/2003 do Conselho Superior da Magistratura
determina que a nomeação de peritos esteja sujeito a antecipado procedimento de
habilitação.

12 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’s

Conforme a Norma Regulamentadora NR-6 (Equipamento de Proteção


Individual) da Portaria nº 3214 de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e
Emprego, contempla-se como Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo
dispositivo de uso individual dedicado à resguardar a integridade física e a saúde do
trabalhador.
Todos os Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, devem estar
aprovados nas Normas Técnicas de Ensaios e os Requisitos Obrigatórios
constantes dos Anexos I e II desta Portaria. (Art. 1º Portaria Nº 121).

“Comprovada, por perícia técnica, a existência do agente insalubre, a


conseqüência é o direito ao adicional correspondente. À empresa cabe o ônus de,
além de fornecer o EPI, fiscalizar o seu uso efetivo e correto (TRT-13 - 13 R - Ac. nº
10147)”.

O empregador é obrigado a equipar os trabalhadores gratuitamente, com


EPI apropriado ao risco e em perfeito estado de utilização, manutenção e
funcionamento, nas seguintes situações:
• Quando as medidas de proteção coletiva se mostrarem tecnicamente
inviáveis, apresentando insegurança e ineficiência e acarretarem os
59

riscos de acidentes e/ou de doenças profissionais relacionadas ao


trabalho.
• Enquanto os controles e meios de proteção coletiva encontrarem-se
em implementação.
• Em situações específicas para suprir e atender casos de emergência.

12.1 ELIMINAÇÃO OU DIMINUIÇÃO DO GRAU DE INSALUBRIDADE COM O USO


DE EPI’S.

Apropriadamente o uso correto dos equipamentos de proteção por parte


dos trabalhadores tem minimizado o grau de insalubridade e em muitos casos
neutralizando suas conseqüências. Os equipamentos de proteção individual são
designados pela NR-6 que por Lei estabelece que sejam fornecidos pelos
empregadores de forma gratuita e obrigatória aos empregados. Contudo a obrigação
de prover os EPI´s por parte dos empregadores estabelece igualmente obrigação de
uso pelos empregados. A Lei determina que os equipamentos de proteção individual
sejam de uso obrigatório por parte dos empregados, e o trabalhador que se negar a
utilizá-los estabelece pretexto legal para demissão por justa causa.
A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação
do pagamento do adicional, podendo a eliminação ou neutralização ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral, que conservem o ambiente
de trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de
avaliação pericial, por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à
saúde do trabalhador.

12.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL.

Consta nas Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (Atualizadas pelas


Resoluções nº 160/2009), parágrafo 80 - Insalubridade (RA 69/1978, DJ
26.09.1978). Integra em seu texto: “A eliminação da insalubridade mediante
fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder
Executivo exclui a percepção do respectivo adicional”.
Publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 - dia 2 de outubro de 2009.
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Portaria Nº 121, de 30 de
Setembro de 2009.
“Estabelece as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios
aplicáveis aos Equipamentos de Proteção Individual - EPI enquadrados no Anexo I
da NR-6”.
O equipamento de proteção individual – EPI criado na Lei 6.514 de
22/12/77 – Art. 166, 167 – NR-6- Portaria 3214 – 08.06.78 MTE. Alterada pela
Portaria 25 de 15.10.01 declara que o EPI é de uso pessoal, e tem por desígnio
neutralizar a ação de agentes que podem acarretar prejuízo ao trabalhador e
resguardá-lo contra prováveis agravos à saúde ocasionados pelas condições de
60

trabalho. O EPI deve ser de uso limitado e restrito, busca-se em primeiro lugar
suprimir, paralisar ou atenuar o risco, com adoção de processos alternativos e
normas de proteção coletiva. Quando o uso do EPI for indispensável é importante
observar as medidas apropriadas quanto a sua seleção e recomendação, pois o uso
e o fornecimento são regulamentados pelo MTE.
As obrigações corretivas ou indicações para a retificação das condições
inseguras, insalubres e/ou perigosas necessitam enfatizar as medidas de proteção
coletiva, unicamente determinar o uso do EPI como medida temporária e provisória,
somente em ações complementares e se já foram esgotadas todas as alternativas
técnicas possíveis para eliminar o risco. (3.8 - Anexo II, Plano Geral De Ação Na
Área de Segurança e Saúde do Trabalhador - Da Execução, Portaria N.º 3.311 de 29
de Novembro de 1989).
O EPI possui caráter preventivo e é um dispositivo de proteção usado
quando é improvável a eliminação do risco, pode ser aplicado também quando for
necessário como complemento a proteção coletiva em tarefas ocasionais e em
exposições de breve período.
Nos termos da Súmula nº 289 do TST, o simples provimento do
equipamento de proteção pelo empregador não o exime da prestação do adicional
de insalubridade, necessitando-lhe aplicar as medidas que acarretam na redução ou
supressão da nocividade, entre as ações necessárias estão medidas relativas ao
uso adequado e eficaz do equipamento, pelo trabalhador. Destaca-se que não basta
somente fornecer o EPI, é necessário demonstrar o controle, fiscalização e
treinamento para a correta utilização com seus respectivos registros.
Indica-se a necessidade do emprego adequado dos EPI’s para suas
respectivas e apropriadas tarefas perante aos riscos pertinentes que podem
acarretar no local de trabalho. A neutralização dos riscos por meio do uso do EPI é
de complexa comprovação, os EPI’s mesmo que aprovados pelo Ministério do
Trabalho (CA) e usados com supervisão, instruções e normas de uso não garantem
a sua eficácia, necessitando de uma medição aprofundada. Um dos identificadores
da eficácia dos EPI’s pode ser constatado por meio das avaliações dos laudos e
exames periódicos dos trabalhadores.
A seleção do EPI necessita ser realizado por profissional apto e
competente, informado sobre as características do equipamento e das qualidades
em que o trabalho é efetuado. É imprescindível reconhecer as características
construtivas, qualidades técnicas e especialmente o grau de proteção que o
equipamento necessita atender. Precisa-se constatar também se o equipamento se
molda e ajustar satisfatoriamente ao trabalhador e se este se adapta ao
equipamento.
A supressão total das atividades e ambientes insalubres, penosos ou
perigosos é um objetivo impraticável, porém, o empregador, o legislador e as
autoridades do direito necessitam buscar a redução ou supressão do risco, não
através de medidas do uso de equipamentos de proteção individual, mas sim por
modificações do processo e diminuição da jornada de trabalho. Neste caso
precisamos levar em consideração os princípios de Liliana Allodi Rossit (2001): “a
solução que nos parece mais adequada não é o pagamento de adicionais e sim a
redução da jornada de trabalho, com pagamento integral de salário, de tal modo que
a exposição aos agentes insalubres ou perigosos seja menor, minimizando-se os
efeitos prejudiciais à saúde dos trabalhadores”
61

13 CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADES INSALUBRES

Súmula 349 - Acordo de compensação de horário em atividade insalubre,


celebrado por acordo coletivo. Validade (Res. 60/1996, DJ 08.07.1996). Súmulas Do
Tribunal Superior Do Trabalho (Atualizadas pelas Resoluções nº 160/2009).
“A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de
jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da
autoridade competente em matéria de higiene do trabalho”. (art. 7º, XIII, da CF/1988;
art. 60 da CLT).
Tomando por base o artigo 60 da CLT, TÍTULO II DAS NORMAS GERAIS
DE TUTELA DO TRABALHO, CAPÍTULO II DA DURAÇÃO DO TRABALHO, SEÇÃO
II Da Jornada de Trabalho, que traz:

Art. 60 – “Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes


dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho",
ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, quaisquer
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito,
procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos
de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias
federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim”.
Desta forma, as prorrogações, inclusive a prorrogação de jornadas de
trabalho nos locais insalubres, são permitidas somente após prévia autorização do
Ministério do Trabalho, que é a autoridade competente em matéria de higiene do
trabalho.
Tomando por base o artigo 142 da CLT, CAPÍTULO IV DAS FÉRIAS
ANUAIS. (Redação deste Capítulo dada pelo Decreto-lei nº 1535, de 13-04-77, DOU
13-04-77). SEÇÃO IV Da Remuneração e do Abono de Férias, que traz:

Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que


lhe for devida na data da sua concessão.
§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou
perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da
remuneração das férias.

Lembrando da proibição legal expressa do labor efetuado pelo menor em


atividades tidas por insalubres, conforme se vê estatuído no artigo 405, inciso I da
CLT, “Ao menor não será permitido o trabalho: I - nos locais de serviços perigosos
ou insalubres”, bem como na Carta Magna vigente, nos termos do artigo 7º, XXXIII,
conforme segue: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social: a proibição de trabalho insalubre aos
menores de dezoito anos”.
62

13.1 GRAUS DE INSALUBRIDADE

Defini-se de acordo com o que aponta a tabela de graus de insalubridade,


combinada com os anexos da NR-15, sendo três graus: máximo, médio e mínimo.
Para o grau máximo, o adicional de insalubridade é de 40%, para o grau médio é de
20% e para o grau mínimo é de 10%, sobre o salário mínimo.
De acordo com o artigo 7°, XXIII, da Constituição F ederal, existe o
entendimento de que o adicional seria calculado sobre a remuneração do
empregado e não sobre o salário mínimo.
Segundo Araújo, a NR-15 estabelece dois tipos de critérios para
caracterização da insalubridade: quantitativos e qualitativos.
No critério quantitativo configura-se a insalubridade quando a
concentração do agente de risco encontra-se acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelos anexos 1, 2, 3, 5, 8,11 e 12 da NR-15.
No critério qualitativo a insalubridade é caracterizada por avaliação pericial
da exposição ao risco, pelo inspeção da situação de trabalho para os agentes
listados nos anexos 6, 7, 9, 10,13, 13-A e 14 da NR-15.
Exemplificando: O anexo 5 trata sobre radiações ionizantes e é
considerada de grau máximo. O anexo 7 versa sobre radiações não ionizantes e é
considerado de grau médio. O anexo 11 apresenta os agentes químicos, e pode ser
considerado de grau mínimo, médio e máximo, conforme o agente.

13.2 ENQUADRAMENTO DA INSALUBRIDADE

13.2.1 AGENTES NOCIVOS

Podemos considerar como agentes agressivos ou nocivos: ruído, calor,


agentes químicos, agentes biológicos, trabalho em turnos, horas extras freqüentes,
trabalho noturno, tarefas uniformes ou periódicas. Na realidade é a junção ou a
multiplicação destes agentes que ocasionam para o trabalhador implicações
diversas, como o descontentamento, cansaço, fadiga, estresse, doenças
ocupacionais e até acidentes de trabalho.
A classificação dos agentes nocivos ou a associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física, bem como o tempo de exposição
considerado para fins de concessão de aposentadoria especial constam do Anexo IV
do Decreto nº 3.048/99 - Regulamento da Previdência Social.
Conforme o item 9.1.5 da NR-9 “Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA” descreve-se como riscos ambientais os agentes físicos,
químicos e biológicos encontrados nos ambientes de trabalho, que em função de
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
trazer detrimento à saúde do trabalhador. Necessita-se ressaltar as tabelas das
atividades e operações insalubres - Portaria 3.214/78 do MTB - NR 15 - Ministério do
Trabalho e Emprego.
A higiene ocupacional é uma ciência dedicada à prevenção,
reconhecimento, ponderação e domínio dos riscos originários, existentes ou
provenientes dos postos de trabalho, que são capazes de prejudicar a saúde e o
63

bem estar dos trabalhadores, analisando os possíveis transtornos sobre o


trabalhador e o ambiente de trabalho.

13.2.2 RISCOS AMBIENTAIS

Para efeito da NR-9, item 9.1.9, que trata do PPRA/DA, “são considerados
riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador.”

De acordo com a IN-99/2003, artigo n. 150, os agente nocivos são


considerados condições específicas que declinam e depreciam a saúde e a
integridade física do trabalhador, conforme consta no Decreto n. 3048, de 06 de
maio de 1999, a presença aos agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos ou a
associação desses agentes, em concentração, magnitude e tempo de exposição que
supere os limites de tolerância ou que acarrete o contagio em condições prejudiciais
à saúde.

13.2.3 AGENTES FÍSICOS

De acordo com o item 9.1.5.1 da NR-9, consideram-se agentes físicos as


diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores.
São os riscos provenientes dos agentes que possuem a decorrência de
alterar as características físicas do ambiente de trabalho. Por exemplo, máquina que
geram muito ruído, e com isso provocam a emissão de ondas sonoras que alteram a
pressão acústica do ambiente e que incide prejudicialmente sobre os ouvidos dos
trabalhadores.
Os riscos físicos se caracterizam por: exigirem um meio de transmissão
(em geral o ar) para propagarem sua nocividade, agirem mesmo sobre pessoas que
não têm contato direto com a fonte do risco e em geral ocasiona lesões crônicas,
mediatas.
São agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas (frio ou calor), radiações ionizantes e não ionizantes, umidade; bem como
o infra-som e ultra-som.

13.2.4 AGENTES QUÍMICOS

De acordo com o item 9.1.5.2 da NR-9, entende-se por agente químico as


substâncias, compostos ou produtos que possuem a capacidade de penetrar no
organismo pelas vias respiratórias, na forma de poeiras, fumos, neblinas, névoas,
gases ou vapores, ou que, pela característica da atividade de exposição, pode
64

apresentar contato ou serem absorvidos pelo trabalhador através da pele ou por


ingestão.
Os agentes químicos são representados pelas substâncias químicas que
se encontram nas formas líquida, sólida e gasosa. Existe um grande número de
produtos e substâncias intensamente empregadas ou produzidas no meio industrial,
uma multiplicidade muito grande de novos agentes químicos são desenvolvidos
rotineiramente, devido à constante aprimoramento de novos processos. Quando
adsorvidos pelo corpo humano podem causar reações tóxicas e lesão à saúde.
Ressaltam-se as doenças pulmonares, as irritações das vias aéreas superiores,
enxaquecas, asbestose, náuseas, sonolência, silicose e pneumoconiose, dentre
outras. Substâncias que reagem quimicamente com o organismo humano
provocando lesões mediatas ou imediatas, dependendo da: composição,
concentração, via de penetração e tempo de exposição.
São agentes químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores,
substância sou compostos ou produtos químicos em geral, absorvidos por via
respiratória, pela pele ou pelo trato gastrointestinal (ingestão) com ação nociva;

13.2.5 AGENTES BIOLÓGICOS

Conforme descreve o item 9.1.5.3 da NR-9, consideram-se agentes


biológicos os microorganismos que são capazes de desencadear doenças em
decorrência da contaminação e pela própria natureza do trabalho. Por decorrência
possuem a capacidade de proliferar doenças infecto-contagiosas, como exemplo a
hepatite. Infecções variadas externas, exemplo: dermatites, e internas, como
exemplo: doenças pulmonares. Podem ainda proporcionar infecções cutâneas ou
sistêmicas, podendo ocasionar contágio. Como são raramente visíveis, os riscos que
comportam nem sempre são considerados. A insalubridade é caracterizada por
avaliações qualitativas nas atividades que envolvem agentes biológicos,
São agentes biológicos: bactérias, fungos (leveduras e bolores), parasitas,
protozoários, vírus e outros microrganismos com ação patogênica;
A legislação relacionou e definiu os percentuais devidos no exercício de
atividades que envolvem agentes biológicos.
A insalubridade será caracterizada pela avaliação qualitativa, do seguinte
modo:
a) Insalubridade de Grau Máximo (40%): Trabalhos ou operações, em
contato permanente, com:
– pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como
objetos de seu uso não previamente esterilizados.
– carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de
animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, brucelose,
tuberculose).
– esgotos (galeria e tanques); e
– lixo urbano (coleta e industrializaçã o).

b) Insalubridade de Grau Médio (20%): Trabalhos e operações em contato


permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em:
– hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação
65

e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se


unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que
manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados);
– hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos
destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal
que tenha contato com tais animais);
– contato em laboratórios com animais destinados ao preparo de soro,
vacinas e outros produtos;
– laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao
pessoal técnico);
– gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se
somente ao pessoal técnico);
– cemitérios (exumação de corpos);
– estábulos e cavalariças; e
– resíduos de animais deteriorados.
Contato permanente com pacientes, animais ou material infecto-
contagiante é o trabalho resultante da prestação de serviço contínuo e obrigatório,
decorrente de exigência firmada no próprio contrato de trabalho, com exposição
permanente aos agentes insalubres.

14 AVALIAÇÃO PERICIAL - INSALUBRIDADE: PORTARIA Nº 3214, DE 08.06.78

Além da avaliação pericial da exposição aos agentes nocivos, deverá ser


efetuada também a inspeção da situação de trabalho para os agentes listados nos
seguintes anexos:

• Ruído contínuo ou intermitente - NR-15 anexo 1.


• Ruídos de impacto - NR-15 anexo 2.
• Calor - NR-15 anexo 3.
• Radiações ionizantes - NR-15 anexo 5.
• Trabalho sob condições hiperbáricas (grau máximo) NR-15 anexo 6.
• Radiações não ionizantes - (grau médio) NR-15 anexo 7.
• Vibrações - NR-15 anexo 8.
• Frio (grau médio) NR-15 anexo 9.
• Umidade excessiva (grau médio) NR-15 anexo 10.
• Agentes químicos com limites de tolerância - NR-15 anexo 11.
• Poeiras minerais - NR-15 anexo 12.
• Agentes químicos (sem limites de tolerância) (grau mínimo, médio e
máximo) NR-15 anexo 13.
• Agentes biológicos - NR-15 anexo 14.

Para a caracterização de insalubridade, indicam-se as devidas medições


informando os pontos e locais das mesmas e o equipamento utilizado, com o
objetivo de enriquecimento deste laudo e oferecer mais informações técnicas.
66

15 LEVANTAMENTO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS.

A avaliação da exposição aos riscos ambientais pelos trabalhadores foram


abordadas neste tópico de maneira que venham a colaborar em relação às vistorias
aos postos trabalho, onde o perito designado realiza os levantamentos dos riscos
potenciais que provocam perigo ao trabalhador, com aporte na NR-15 e na Lei
6.514, aprovada pela Portaria 3.214/78.
No Anexo ___ consta modelo de apresentação de laudo técnico para
julgamento da insalubridade que mostra assunto pertinente a avaliação da
exposição aos riscos ambientais com seus respectivos limites de tolerância para
ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, calor, radiações ionizantes,
trabalho sob condições hiperbáricas, radiações não ionizantes, vibrações, frio,
umidade, agentes químicos com limites de tolerância, poeiras minerais, agentes
químicos, agentes biológicos.

15.1 LIMITE DE TOLERÂNCIA

Definição da ACGIH (American Conference of Governmental Industrial


Hygienists): “Os limites de exposição referem-se a concentrações de substâncias
químicas dispersas no ar, bem como a intensidade de agentes físicos de natureza
acústica, eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmica, e representam
condições às quais se acredita a maioria dos trabalhadores possa estar exposta,
repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde”.
Definição da NR 15: “Entende-se por limite de tolerância a concentração
ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de
exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua
vida laboral”.
Conhecer o grau de dano do agente de risco é fundamental para
estabelecer prioridades de ação. Portanto, é preciso conhecer os limites de
tolerância e a toxicidade dos agentes.

15.1.2 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA ILUMINAÇÃO

Os limites de tolerância relacionados à iluminação era contemplada na NR


15 Anexo 4, que foi revogado pela Portaria 3.751, de 13/11/1990. Atualmente é parte
integrante da NR 17. A iluminação não é considerada agente físico, segundo os
critérios da NR 15 para fins de caracterização de insalubridade.
De acordo com a Norma Regulamentadora Nº 17, item 17.5.3.3. Os níveis
mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores
de iluminâncias estabelecidas na NBR 5413, norma brasileira registrada no
INMETRO.
67

15.1.3 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO

Conceito de limite de tolerância para ruído: Parâmetro de exposição


ocupacional que representa condições sob as quais se acredita que a maioria dos
trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, sem sofrer efeitos adversos à
sua capacidade de ouvir e entender uma conversação normal.

15.1.4 PRESSÃO ACÚSTICA / RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE

Para pressão acústica ruído contínuo ou intermitente fundamenta-se o


Anexo 01, da NR-15, que trata dos limites de tolerância. Para a obtenção das
medidas do nível da pressão acústica, analisa-se a área de trabalho do reclamante
empregando o equipamento cdenominado de decibelímetro, na altura aproximada
do ouvido do trabalhador. Utiliza-se o decibelímetro informando no laudo a sua
marca, modelo e número de série, podendo ser utilizado equipamento eletrônico ou
dosimetria. O aparelho deverá ser ajustado para o circuito de compensação ‘A’ e
circuito de resposta lenta. O instrumento de medição necessitará ser manipulado e
calibrado de acordo com as instruções do fabricante.

15.1.5 PRESSÃO ACÚSTICA / RUÍDO DE IMPACTO

Para pressão acústica ruído de impacto fundamenta-se o Anexo 02, da


NR-15. Para o levantamento das medidas do nível da pressão acústica percorre-se
a área de trabalho do reclamante empregando o decibelímetro, na altura aproximada
do ouvido do trabalhador, o trabalhador deverá estar realizando as suas atribuições
normalmente e na ocasião do impacto rotineiro ou previsível. O aparelho deverá ser
ajustado para o circuito de compensação ‘C’ e circuito de resposta rápida. Utiliza-se
o decibelímetro informando no laudo a sua marca, modelo e número de série,
podendo ser utilizado equipamento eletrônico ou dosimetria. O instrumento
necessitará ser manipulado e calibrado de acordo com as instruções do fabricante.

15.1.6 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR.

Fundamenta-se no Anexo 03, da NR-15. Para a caracterização da


sobrecarga térmica visando à caracterização de atividades e/ou operação insalubre
no local de trabalho, localiza-se o termômetro para a medição no local onde
permanece o trabalhador que executa a mesma função do reclamante, na altura
aproximada da região do corpo mais atingida.
Utiliza-se o termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e
termômetro de mercúrio comum. Utiliza-se o termômetro apontando no laudo a sua
marca, modelo e número de série. O aparelho deverá ser calibrado de acordo com
as instruções do fabricante.
68

16 CONSIDERAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE LAUDOS


PERICIAIS.

Uma vez nomeado, o perito deve examinar os autos e estimar seus


honorários. Essa primeira fase compreende a leitura dos autos identificando a
petição inicial (exordial), a réplica do réu/reclamado, conferindo especial atenção à
decisão do juízo e aos quesitos que deverão ser respondidos. Na fase do
Planejamento os seguintes tópicos são de relevância:

• Verificar quem são as partes envolvidas


• Verificar se o objeto da perícia é sua competência.
• Levantar documentos apensados
• Verificar o nº de quesitos e sua natureza.
• Prazo para entrega do Laudo
• Indicação de Assistentes Técnicos
• Diligências necessárias
• Local de realização da perícia
• Grau de acesso aos elementos necessários
• Volumes do processo
• Necessidade de equipe auxiliar
• Necessidade de consulta a legislação
• Definição dos procedimentos a serem utilizados
• Quantificação de horas para realização do trabalho.
• Estimar o custo da elaboração do laudo

Eventual recusa de acesso a documentos ou outras dificuldades devem


ser comunicadas formalmente ao juízo. O trabalho do perito é técnico e não policial.
A documentação e registro de todas as fases são importantes para ajustes no
planejamento e eventual justificativa de solicitação de extensão de prazo.

17 ESTRUTURA DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL

O Laudo Técnico deve ocorrer fora da esfera da Justiça. Dentre os itens


de um Laudo Técnico Pericial, a fundamentação dos pareceres é de suma
importância. Na interpretação das leis e normas, pode-se recorrer a técnicas
existentes, tais como: interpretação gramatical, lógica, histórica, jurisprudência,
direito comparado e outros.

O Laudo Pericial deve ter no mínimo os seguintes itens:

• Identificação do processo e das partes.


• Síntese do Objeto da Perícia.
• Metodologia adotada para os trabalhos periciais.
• Identificação das diligências realizadas.
• Transcrição dos quesitos.
69

• Respostas aos quesitos.


• Conclusão.
• Outras informações, a critério do perito, entendidas como
importantes para melhor esclarecer ou apresentar o Laudo Pericial.
• Rubrica e assinatura do perito, que nele fará constar sua categoria
profissional e o seu número de registro em CREA.

17.1 SUGESTÕES DAS ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDO PERICIAL.

• PLANO 1: Conhecer o objeto da perícia.

Evento 1 - Identificar os fatos objeto de pedir da ação e da contestação.


Evento 2 - Analisar os quesitos ofertados e confrontá-los com o objeto da
perícia deferida pelo magistrado.

• PLANO 2: Obter Elementos - Termo de diligência.

Evento 1 - Elaboração do termo de diligência.


Evento 2 - Retorno de pedido às partes.
Evento 3 - Obtenção de elementos com terceiros.
Evento 4 - Pedido de prazo e elementos ao Magistrado.

• PLANO 3: Estruturar o Laudo Pericial.

Evento 1 - Elaboração do laudo.


Evento 2 - Prólogo de encaminhamento.
Evento 3 - Abertura.
Evento 4 - Considerações preliminares.
Evento 5 - Quesitos.
Evento 6 - Respostas.
Evento 7 - Conclusões.
Evento 8 - Assinatura do Perito.
Evento 9 - Anexos.
Evento 10 - Pareceres.

17.2 FLUXO DO LAUDO PERICIAL

1. Litígio.
2. Pedido da perícia.
3. Nomeação do perito do judicial.
4. Intimação das partes para apresentar os quesitos.
5. Apresentação do assistente pericial.
6. Convocação do perito.
7. Para proposta de honorários.
8. Apresentação da proposta de honorários do perito judicial.
9. Comunicação as partes pelo juízo para contestação.
70

10. Não havendo contestação é dado prazo para depósito dos honorários
pela parte de direito.
11. Marcado prazo para início da perícia.
12. Início da perícia.
13. Realização de diligências.
14. Apresentação do laudo.
15. Solicitação da liberação dos honorários.

O Laudo Técnico Pericial deve ser claro, objetivo, fundamentado e


conclusivo. Todos os dados e elementos que o perito julgar importantes e possam
contribuir efetivamente para o convencimento do juiz devem ser levantados.
O juiz, em sua decisão, na falta de disposições legais ou contratuais, pode
recorrer à jurisprudência, analogia, equidade e outros princípios e normas gerais do
Direito (principalmente o Direito do Trabalho) e, ainda, de acordo com os usos e
costumes e o Direito Comparado (art. 8º da CLT).
Já o perito, na interpretação das leis e normas, especialmente daquelas
que determinam a avaliação qualitativa do agente, deverá recorrer aos princípios e
normas da Higiene Industrial e da Segurança e Medicina do Trabalho para o correto
enquadramento da insalubridade.

1- Critério adotado:
O perito deve mencionar a legislação, normas, etc., em que se baseou
para a elaboração da prova pericial (critério qualitativo e/ou quantitativo).

2- Instrumentos utilizados:
Todos os instrumentos utilizados nas medições devem ser especificados
no Laudo Técnico
Pericial, incluindo marca, modelo, tipo, fabricante, faixas de leitura,
certificado de calibração, etc.

3- Metodologia de avaliação:
A metodologia utilizada na avaliação deve ser descrita sucintamente no
Laudo Técnico Pericial. A NR 15 e seus anexos estabelecem metodologia
simplificada de avaliação, especialmente para os critérios qualitativos. Também
poderá ser utilizada a metodologia prevista na Portaria n.º 3.311 de 29.11.1989.

4- Descrição da atividade e condições de exposição:


O perito deve descrever detalhadamente as atividades desenvolvidas pelo
reclamante, bem como os locais de trabalho com os respectivos agentes insalubres /
perigosos presentes. Para tanto, poderá utilizar-se de informações do pessoal das
áreas, ouvir testemunhas, verificar documentos, fazer fotografias, etc. (art. 429 -
CPC).

5- Dados obtidos:
Todos os dados relativos aos locais de trabalho e a exposição do
empregado devem ser especificados de forma objetiva e clara. Esses dados devem
incluir resultados de avaliações quantitativas, tempo de exposição, certificados de
análises químicas, áreas de risco, croquis, tabelas e gráficos necessários à
compreensão do laudo.
71

6- Grau de insalubridade:
Quando constatada a insalubridade, o perito deve informar o seu grau
(mínimo, médio ou máximo), que é variável de acordo com o agente insalubre.

7- Resposta aos quesitos formulados pelas partes:


São de suma importância os quesitos formulados pelas partes. O perito
deve estudá-los cuidadosamente antes de realizar a prova pericial e procurar
respondê-los de maneira objetiva e fundamentada. Devem ser evitadas respostas
lacônicas, a menos que as mesmas tenham sido respondidas no corpo do laudo ou
outros quesitos. Deve-se salientar, ainda, que os juízes decidem com base no Laudo
Técnico Pericial; por esse motivo, o Laudo Técnico Pericial deverá ser bastante
claro, objetivo e fundamentado, no sentido de facilitar seu julgamento e decisão.

8- Conclusão pericial:
Neste item o perito deverá explicitar claramente se a atividade analisada
foi ou não considerada insalubre ou perigosa. Em caso positivo, deverá também ser
mencionado o grau de insalubridade e o embasamento legal. (Manual: Prova
Pericial em Insalubridade e Periculosidade)

17.3 ETAPAS DE APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL.

1) Primeiro requerimento:
• Endereçamento ao juiz a quem é dirigida, disponibilizar um campo
para o despacho.
• Inclui-se o número dos autos indicando se é RT (Reclamação
Trabalhista), PS (Procedimento Sumaríssimo), ou outro.
• Inclui-se o código da petição (disponível no Serviço de Distribuição).
• Mencionar o nome do reclamante e o nome do reclamado.
• Incluir o nome do perito mencionando o seu registro junto ao
Ministério do Trabalho e do CREA regional de sua inscrição,
• Indicar a data, horário e local da perícia.
• Datar a petição.
• Assinar a petição.

2) Após a realização da perícia;


• Providenciar uma petição apresentando o laudo.
• O cabeçalho é o já exposto no primeiro requerimento
• Na petição será evidenciado que o laudo esta sendo apresentando,
com laudas impressas, numeradas e rubricadas, e fotografias se existirem.
• Quando não requerido anteriormente pelo juiz, o perito pode postular
os honorários devidos citando o valor ou anexando-se uma planilha com o
demonstrativo descriminando os honorários. (Anexos).
72

3) O corpo do laudo pericial e a petição descrita no item anterior é


distribuído conforme o trabalho do perito, de acordo com o que é interessante na
solução do litígio.

Demonstra-se como sugestão de valiosa importância, alguns pontos


abaixo relacionados para elaboração do Laudo Pericial:

• Objetivo da Pericia: De forma objetiva esclarecer o motivo da


realização da perícia.
• Visita Pericial: Informar o local e a data em que a perícia foi
realizada. Informar também o nome e função das pessoas que
acompanharam a mesma.
• Reclamada: Informar o nome da empresa ré, e se possível a
finalidade do empreendimento. Com base nesta finalidade deve-se
conjuntamente com este item indicar o grau de risco da empresa.
• Reclamante: Indicar o nome do autor, função e período trabalhado
na empresa.
• Descrição das Atividades: Informar as obrigações e atividades que o
reclamante exercia na empresa.
• Descrição do Local de Trabalho: Apresentar e descrever o local de
trabalho, com suas condições, possíveis medidas, se possível relacionar
fotografias.
• Identificar e descrever os equipamentos envolvidos na atividade do
empregado.
• Averiguar o cumprimento da NR 7 (PCMSO) e NR 9 (PPRA) através
de registros e documentos, analisando em cada caso a caracterização e a
avaliação da atividade do trabalhador reclamante em cada um destes
programas.
• Descrever os Equipamentos de Proteção Individual utilizados pelo
reclamante, verificar a ficha de fornecimento, CA e reposição, assinada
pelo reclamante onde identifica o tipo, nível de proteção, certificado de
aprovação e fabricante.
• Se a empresa ministrava treinamento, esta informação deve ser
mencionada pelo perito que se certificará através dos registros
documentais.
• Averiguar precisamente as argumentações das partes para análise
do adicional, enquadramento legal, informando qual parte da NR é
aplicável ao caso. Mencionar os aspectos técnicos se existirem, como
sistema de ventilação, sinalização, filtros, aquecimento, pintura, etc.
• Verificar a existência de trabalho semelhante. Trabalhador
realizando a mesma tarefa com as mesmas funções que o reclamante
executava.
• Avaliar o risco ambiental para o trabalhador.
• Descrever nas considerações finais, em poucos parágrafos, as
conclusões e afirmar se o trabalhador tem direito ao adicional de
insalubridade, mencionar o grau, enquadrando-se no dispositivo legal,
datar e assinar.
73

17.4 FORMULAÇÃO DE QUESTIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDOS


PERICIAIS.

Quesitos são perguntas de caráter técnico ou científico que deverão ser


discorridas pelo perito. São valorizadas pelo juiz, pois mitigam contestações,
discussões e diligências dispensáveis ou prolongadas.
A elaboração dos quesitos encontra-se profundamente ligados com a
natureza do processo e a aquisição das provas técnicas para auxiliar o
entendimento de convicção do juiz. Esclarece-se que em função das
particularidades que o tema discorre os quesitos encontram-se agrupados por
natureza de questionamento:

1. Ações de insalubridade contemplando ações de cobrança de


adicionais por ruídos, por agentes biológicos, agentes químicos e agentes múltiplos.
2. Ações de Acidentes de Trabalho que servem de subsídios para o
uso de ações de cobrança de insalubridade e periculosidade.
3. Ações previdenciárias que possuem uma visível analogia com as
ações de insalubridade e periculosidade.

Balizaremos nesta dissertação as ações de laudos periciais com


similaridade e analogia as ações de insalubridade.
Para sistematizar todas as ações a serem abordadas e para o melhor
direcionamento ou para serem adaptadas as necessidade que cada caso requer,
seguem questionamentos ordenados de forma a assessorar a elaboração dos
laudos periciais.
Quesitos principais: quesitos suplementares, pedido de esclarecimento,
quesito indeferido, quesitos pertinente, quesitos impertinentes.

1. Questionamentos sobre o cumprimento da legislação específica de


segurança do trabalho.
2. Questionamentos sobre as condições de trabalho.
3. Questionamentos sobre os treinamentos e/ou orientações recebidos
pelo autor.
4. Detalhamento sobre as condições e conjunturas de acidente.
5. Questionamentos sobre o uso e o fornecimento de equipamentos de
proteção individual – EPI’s.
6. Questionamento sobre as ocasionais exposições de riscos.
7. Questionamentos sobre medidas preventivas de acidentes.
8. Questionamentos sobre ações inseguras cometidas pelo acidentado.
9. De aplicação genérica.

18 QUESITOS PARA INSALUBRIDADE.

01. Informar as datas de admissão e demissão do reclamante.


02. Informar a jornada de trabalho do reclamante.
03. Informar a função exercida pelo reclamante no período imprescrito.
04. Descrever detalhadamente o local de trabalho do reclamante.
74

05. Informar o dia da vistoria técnica, o horário do início e término, bem


como o nome e função dos acompanhantes.
06. Descrever detalhadamente todas as atividades desenvolvidas pelo
reclamante;
07. Informar qual o nível de ruído a que ficou exposto o reclamante.
08. Descrever o instrumento de medição utilizado, informando ainda se o
mesmo encontra-se devidamente calibrado.
09. Informar se o reclamante ficava exposto a agentes químicos
constantes do quadro nº1, do anexo nº 11, da NR/15, Portaria 3214/78 do Ministério
do Trabalho.
10. Informar se a reclamada forneceu EPI’s ao reclamante.
11. Caso positivo, descrevê-los.
12. Informar o registro e função do empregado visualizado como
paradigma do reclamante.
13. Descrever os equipamentos de proteção individual que o empregado
acima citado utilizava por ocasião da vistoria técnica.
14. Avaliar o artigo 191 - II da CLT, quanto à alínea “b” do item 15.4.1 da
NR/15, da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho determinam que “A eliminação
ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer com a utilização de equipamento
de proteção individual”.
15. Informar se o reclamante, laborou em condições insalubres justificando
a sua conclusão.

18.FORMULAÇÃO DE QUESITOS: EFEITO DA PERCEPÇÃO DO ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE

• O profissional necessita conduzir sua perícia para convergência dos


aspectos técnicos composto no documento processual pertinente. É insalubre o que
a legislação dita como insalubre.
• A conclusão sobre a prerrogativa ou não à concepção do adicional
de insalubridade é da alçada exclusiva do julgador.
• Variar a relação técnica em analogia jurídica desviar-se ao domínio
de competência do perito, sendo da jurisdição específica do magistrado.
• As apreciações técnicas entre as condições examinadas na
localidade de trabalho e as prescritas legalmente necessitam ser apontadas e
dissertadas minuciosamente no laudo pericial de maneira a dirimir dúvidas e elucidar
a afirmação do magistrado.
• Todo laudo técnico é singular, as provas e técnicas precedentes
necessitar ser utilizadas com extrema prudência.
• Ao avaliar o uso dos EPI’s, o perito precisa concentrar sua atenção
nos equipamentos que possuem ligação real e concreta com os agentes nocivos
considerados. Outros EPI’s que não dizem respeito a analise do agente nocivo em
pauta, mesmo que tenha relevância para indicar a apropriada política de segurança
da empresa, devem ser desconsiderados.
• Toda perícia técnica é um prática singular para o profissional que a
elabora, devem-se levar em consideração todos os dados e subsídios adquiridos,
até mesmo as informações provenientes dos assistentes técnicos.
75

No escopo de um melhor entendimento a respeito da laboração de laudos


periciais ressalta-se a importância do uso das terminologias apropriadas de autor ou
reclamante, réu ou ré, reclamada ou reclamado.
Ação plúrima é a litígio jurídico onde são múltiplos os reclamantes, ou em
decorrência de substituição processual, quando o sindicato autor substitui os
empregados, necessitando serem todos os trabalhadores envolvidos identificados na
ação jurídica, com a indicação da ocorrência de cada um.
Na elaboração do laudo pericial, ou ainda na sua conclusão, o perito
jamais deve recomendar qual a base de cálculo do adicional que está avaliando,
visto que este julgamento é do magistrado. Por exemplo, caso o perito contemplar
pela presença de insalubridade, deve meramente corroborar tal ocorrência e não
citar se o adicional é de 30% sobre o salário ou sobre determinados tributos. Se o
perito contemplar a presença de insalubridade no ambiente de trabalho,
simplesmente deve ratificar tal ocorrência e mencionar qual é o grau de
insalubridade: mínimo, médio ou máximo e não fazer referência se é de 10%, 20%
ou 40% sobre o salário base, salário mínimo, salário contratual ou sobre a
remuneração.
As respostas aos quesitos do juízo e dos autores / reclamantes ou réus /
reclamados devem obedecer aos prazos e serem pautadas em exames realizados
em diligências e formalizadas em laudo. Os tipos de exames podem ser assim
classificados:

• Vistoria: verificação e constatação de situação, coisa ou fato


circunstancial;
• Indagação: obtenção de testemunho de conhecedores do objeto da
perícia.
• Investigação: busca da elucidação de fatos velados;
• Arbitramento: determinação de valore em controvérsia sempre
baseado em critérios técnicos;
• Avaliação: determinação do valor de coisas, bens, direitos,
obrigações, despesas e receitas,
• Certificação: autenticidade conferida ao laudo pericial em virtude da
fé pública gozada pelo perito.

18.1 QUESITOS IMPERTINENTES

Compete ao juiz indeferir quesitos impertinentes, formular os que


entenderem necessários ao esclarecimento da causa. Não deve o perito subordinar
sua apreciação a fatos, pessoas, situações ou efeitos. Sob pena de invalidar a lisura
de seu trabalho pelo cerceamento da necessária independência. Resumindo, a
postura do perito deverá se caracterizar por:

• Limitação da matéria a ser examinada;


• Pronunciamento restrito às questões
• Meticuloso e eficiente exame de campo pré fixado;
• Escrupulosa referência ao objeto examinado;
• Imparcialidade de pronunciamento, e,
76

• O perito deve exibir uma correção funcional, evidenciando


conhecimento adequado e aplicado de maneira objetiva na resposta aos quesitos.
Especial trato deve ser aplicados na redação de comentários, sempre pertinentes,
importantes e isentos. A correção pode ser comprometida pela inobservância de
revisões e a observação pelo magistrado de deslizes deixados no laudo.
• A concisão é a grande qualidade do trabalho que jamais será
medido pelo volume: um laudo prolixo só depõe contra seu autor.

19 NOMEAÇÃO

A nomeação do perito deverá decorrer de contato pessoal, formal, adrede


marcado nas dependências e durante o expediente do Fórum, mediante
apresentação de currículo e referências profissionais. Nomeação e manutenção de
perito requer procedimento diligente, digno e confiável. Muitos juízes mantêm
registros pessoais sobre a qualidade dos trabalhos individuais de peritos, sobretudo
no que concerne aos prazos observados, objetivando orientar suas nomeações. Tais
registros são comungados pela comunidade de magistrados, pois uma má
nomeação atinge, também, a pessoa e a carreira do juiz.
Nada deve ser antecipado às partes: o laudo é endereçado ao juiz que
nomeou o perito. Seu dever se resume em:

• Realizar as diligências obrigatórias (art. 429 do CPC);


• Elaborar o laudo e apresentá-lo em juízo (art.433), e
• Se necessário, prestar esclarecimentos em audiência (art. 435).

Acertos cartorários pleiteando nomeações é grave falta contra a


honestidade de propósitos do perito.
O contato com as partes se reduz à ocasião das diligências, com os
assistentes ao longo das pesquisas e com os funcionários cartoriais no âmbito do
Fórum. Neste último caso, atente-se para se evitar intimidades e presentes que
possam indicar a cooptação de nomeações, atitude desmoralizante para o perito e
prejudicial ao funcionário da justiça.
A boa fama do perito deve depender da qualidade de seu trabalho,
sempre tempestivo e fundamentado por sólidos argumentos e notório saber
profissional. O perito deve respeitar o sigilo do que for apurado durante a execução
do seu laudo, abstendo-se de divulgar conclusões extemporâneas. Trata-se de
virtude gravada no Código de Ética e protegida pelo Código Civil (art. 144):
"Ninguém pode ser obrigado a depor de fatos, a cujo respeito, por estado ou
profissão, deva guardar segredo." É prudente, portanto, que comentários e
esclarecimentos ocorram somente em juízo. A notória especialização que deve
adjetivar o perito é fruto de sua formação, especialização, prática profissional e
constante aperfeiçoamento.
77

20 HONORÁRIOS PERICIAIS

ENUNCIADO 236 DO TST - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO


A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia.

ART. 790 - B - CLT


A Responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita.

Honorários adiantados, Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do


assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver
requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou
determinado de ofício pelo juiz.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo
pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a
essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e
com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo,
facultada a sua liberação parcial, quando necessária. (Parágrafo acrescentado pela
Lei nº 8.952, de 13.12.1994).

Fatores pertinentes para a elaboração dos honorários:

• A relevância, o vulto e a complexidade dos serviços a executar;


• As horas que serão consumidas em cada fase da realização do trabalho;
• A qualificação do pessoal técnico que irá participar da execução dos serviços;
• O prazo fixado;
• A forma de reajuste se houver;
• O lugar onde serão prestados os serviços.

20.1 PROPOSTA DE HONORÁRIOS

Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver


indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo
autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.

20.2 DEPOSITO DOS HONORÁRIOS

Como fator se segurança ao perito, temos o depósito antecipado dos


honorários, pois a Justiça na acata aquele de não se pronuncia. O profissional
necessita requerer que seja realizado o depósito dos honorários antes do início dos
trabalhos conforme prevê a lei CPC, art. 19. Entretanto se não acontecer o deposito
dos honorários, o Perito necessita ajuizar ação para receber a sua verba, conforme
descrito o item V do art. 585 do CPC e letra “f” do art. 275 do CPC.
78

A ação para cobrança dos honorários prescreve no prazo de um ano a


contar da sentença, parágrafo 6, item X do artigo 178 do Código Civil e inciso II,
parágrafo 5 do artigo 206 do CC/2002.
A estimativa inicial de honorários deverá ser objetiva na sua abrangência
para apresentação ao judiciário, pois as partes podem requere quesitos
suplementares (CPC, artigo 425). Se a proposta inicial não previr quesitos
suplementares o perito arcará com o prejuízo, pro este motivo sugere-se que seja
requerida ao juiz a possibilidade de completar a verba honorária em caso de serem
deferidos quesitos complementares. Modelo de petição para proposta de honorários
consta nos anexos.

21 CONSIDERAÇÕES, CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES FINAIS

A contribuição deste trabalho centrou-se em apresentar procedimentos,


rotinas, sistematização, para elaboração de Laudos Periciais de Insalubridade, para
que se buscasse uma conduta pautada na legislação existente, enfocando a atuação
do Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Na complexidade e no emaranhado das leis, portarias, normas
regulamentadoras, etc., apresentaram-se dados para utilização pelos profissionais
de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho destacando-se as pertinentes
aos procedimentos para elaboração de Laudos Periciais de Insalubridade.
Trouxe subsídios para aqueles que vierem a trabalhar na elaboração de
laudos, da construção e utilização de um modelo baseado na legislação, que possa
atender as suas necessidades enquanto profissional habilitado para desempenhar a
função.
Esta era a proposta deste trabalho, com o objetivo primeiro de sistematizar
informações para prática de elaboração de laudo pericial de Insalubridade em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, para que efetivamente se
conheça as ações que devem ser desenvolvidas, e se perceba a importância do
mesmo, na garantia da aplicabilidade dos princípios éticos e legais apontados nas
diferentes situações.
Concluem-se então a importância dos laudos periciais de Insalubridade e
a participação dos profissionais de Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho interligando conhecimentos, normas e práticas para uma correta utilização
dos recursos existentes, compartilhando os conhecimentos adquiridos, na tentativa
de melhorá-los e ampliá-los, trazendo questões do cotidiano e do saber profissional.
Conclui-se também, que a presente monografia constitui-se em
instrumento de alerta aos profissionais que atuam nesta área, no sentido de
efetivamente elaborarem laudos periciais, para que através deles, possam garantir a
aplicabilidade da legislação vigente.
Deixa-se uma referência concreta que poderá servir de aporte para a
produção de novos e melhores conhecimentos na área de laudos periciais de
Insalubridade.
O grande mal é que as discussões jurídicas a respeito destas condições
de trabalho estão sempre centradas nos adicionais que pretendem indenizar o dano
e não eliminar o risco ou proteger a saúde.
79

No fim, o adicional, esta parcela pecuniária, funciona como se fosse um


permissivo para que o trabalhador possa manter-se exposto ao agente nocivo, já
que, claro, é menos oneroso para a empresa do que efetivamente investir no
ambiente de trabalho para que se torne satisfatoriamente saudável.
É exatamente neste ponto que falta a percepção do empresário em notar
que o "plus", denominado adicional de insalubridade, não se destina objetivamente a
ser pago ao empregado, mas, sim, a desestimular a negligência com o ambiente de
trabalho.
Os Laudos Periciais de Insalubridade tem como finalidade comprovar,
elucidar levantar e promover as condições ambientais dos locais de trabalho dos
funcionários relacionadas aos agentes nocivos e críticos existentes, para
reconhecer, validar e proporcionar ações adequadas de proteção, e regras e meios
de conscientização, com este caráter, o Laudo Pericial de Insalubridade, de acordo
com a característica do ambiente e da atividade de trabalho, determinar se o
operário tem ou não direito de receber os adicionais de insalubridade.
As amostras e modelos expostos nos anexos a seguir, tomarão como
base e servirão de subsídios para todos os profissionais que atuarem na área da
Perícias em Engenharia de Segurança do Trabalho, destinado a termos um
procedimento e metodologia que venha a colaborar na evolução e desenvolvimento
dos Laudos Periciais, motivando a eficiência, agilidade e exatidão técnica na sua
preparação.
80

REFERÊNCIAS

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Ilustradas - 3 Vol. 7ª edição. Editora: Giovanni Moraes de Araújo, Ano: 2009.

BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental.


São Paulo: Editora: Atlas. Edição: 3a. Ano: 2010.

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 3. edição. São Paulo:
LTr, Ano: 2007.

BEVENUTO, Daniel Bezerra. A Prova Pericial: O Quimerismo Genético e Suas


Implicações para o Mundo do Direito. Jus Navigandi, ano 13, n. 2191, 1 jul. Ano:
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Trabalho. Editora: LTR, 3ª edição. São Paulo. Ano: 2008.

CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 14. ed. rev. e atual. São Paulo:
Saraiva, Ano: 2007.

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GONZAGA, Paulo. Perfil Profissiográfico Previdenciário. 3. ed. São Paulo : LTr,


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GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri (Org.), Dicionário Técnico Jurídico. 9 ed.


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JESUS, Damásio E. De. Código Penal Anotado. 18.ed., atual. São Paulo: Saraiva,
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LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7. ed.


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MANNRICH, Nelson. Consolidação das leis do trabalho. Editora: Revista dos


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MANOLE, Jurídica. Constituição Federal. Editora: Manole. Edição: 6. Ano: 2009.


Manuais de Legislação Atlas - Segurança e Medicina do Trabalho – Coordenação
e supervisão da Equipe Atlas – 61ª Edição. Ano: 2007.

MANUAIS DE PROCEDIMENTO DA JUSTIÇA FEDERAL, v. 07 - Procedimento


Ordinário, 2ª ed., p. 35. Portal da Justiça Federal, Administrado pelo Conselho da
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PEREIRA, Fernandes José. CASTELLO FILHO, Orlando. Manual Prático de como


Elaborar uma Perícia Técnica de Insalubridade, Periculosidade de Nexo - 3ª
Edição. Editora: LTR. Ano: 2009.

PORTARIA nº 3.214 de 08 de Junho de 1978 e nº 6/2001. NR nº 8. DF. Disponível


em: <http://www.mte.gov.br/> e Lei nº. 6.514 de 22 de Dezembro de 1977.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Site oficial: < www.presidencia.gov.br/legislacao >

SAAD, Eduardo Gabriel. CLT Comentada. 40 ed. Editora: LTr, 2007.


82

SALIBA, Tuffi M.; Saliba, Sofia C. Reis. Legislação de Segurança, Acidente do


Trabalho e Saúde do Trabalhador. 4ª Edição. Editora: Ltr. Ano: 2007.

SALIBA, Tuffi Messias. CORRÊA, Márcia Angelim Chaves. Insalubridade e


Periculosidade - Aspectos Técnicos e Práticos. 9ª edição. Editora LTr – São
Paulo. Edição 2009.

SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de avaliação e controle de poeira e outros


particulados. Sub-Título: PPRA. Editora: LTr. Edição: 3ª - 2007.

SAROLDI, Maria José Lopes de Araújo. Pericia Ambiental e suas Áreas de


Atuação. Editora: Lumen Juris. Ano de publicação: 2009.

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Manuais de Legislação Atlas. Ed.


Atlas. 54ª ed. Ano: 2004.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO – Convenções sobre Segurança e


Saúde no Trabalho. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/> acesso em 02 de Abril
de 2010.

SENADO FEDERAL. Site oficial: < http://www.senado.gov.br/sf/ >

SHERIQUE, Jaques. Aprenda Como Fazer - PPP, RAT/FAP, PPRA/NR9, PPRA-


DA. Editora: LTR, São Paulo, 6ª Edição. Ano: 2010.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA. Site:


http://sobes.org.br/site/artigos/.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Site oficial: < http://www.stf.jus.br/ >

TAVARES, Jose Da Cunha. Tópicos de Administração Aplicada à Segurança do


Trabalho. 9ºEd. Editora: SENAC - SP. Ano: 2009.

TRIBUNAIS REGIONAIS DE TRABALHO. TRT/SP Nº 00506200625202007. 2ª


Região (São Paulo), 28 Julho 2009. Disponível em: <www.trt.gov.br> acesso em
Abril 2010.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Jurisprudências. Disponível em: <


www.tst.gov.br/jurisprudencia > Acesso em: Março 2010.

VIEIRA, S.I. - O Perito Judicial - Aspectos Legais e Técnicos. São Paulo: LTr,
2006.
83

ANEXOS
84

Anexo I
MODELO DE PETIÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO LAUDO

EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUÍZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE ____________/____.

Processo n.º:

Reclamante:

Reclamado:

_____________________, Engenheiro de Segurança do Trabalho - SSMT -

_________, CREA/__- ______, perito do juízo nomeado e compromissado nos autos

da reclamação trabalhista acima, tendo efetuado as diligências necessárias ao

cumprimento de seu mandato, vem apresentar seu laudo pericial com referência a

insalubridade do ambiente e local de trabalho do trabalhador com referência ao

processo citado e requerer a sua juntada aos autos para os fins de direito.

Termos em que

P. Deferimento

_________, ___ de _________ de 2010.

________________________________

Eng. ____________________________

SSMT - __________________________

CREA/___- _______________________

Perito Judicial - ____________________

(Fonte: Fernandes José Pereira, Manual Prático).


85

Anexo II
MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

EXM(A). SR(A). DR(A).


JUÍZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE __________________/___.

Processo n.º:
Reclamante:
Reclamado:

_________________, CREA _____ -_, exercendo a especialidade de Engenheiro de


Segurança do Trabalho, registro SSMT -______, CREA/__- ___, Perito Judicial
nomeado e compromissado nos autos da reclamação trabalhista acima tendo
procedido a análise dos autos, diligenciado às dependências da empresa
Reclamada, vem apresentar e submeter à apreciação de V. Ex.ª os resultados do
trabalho em:

LAUDO PERICIAL
I – INTRODUÇÃO
II - LEVANTAMENTO TÉCNICO
III - DESCRIÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO
IV - ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO
V - ATIVIDADES DO RECLAMANTE
VI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
VII - RESPOSTAS AOS QUESITOS DO RECLAMANTE
VIII - RESPOSTAS AOS QUESITOS DA RECLAMADA
IX – CONSIDERAÇÕES FINAIS
X – ENCERRAMENTO
(Fonte: http://www.unesp.br)
86

Anexo III
MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

LAUDO TÉCNICO PERICIAL DE INSALUBRIDADE


ANEXO 8 - NR 15 - VIBRAÇÕES No.
Data:
CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA
Razão Social - RS
Alteração RS
C.N.P.J.
Endereço
CEP Município
C.N.A.E. (Portaria MTb No. Grau de
01/95) Risco
DADOS DO FUNCIONÁRIO
Nome / Identidade / CTPS
Função
Data Admissão / Saída
CARACTERÍSTICAS DO LOCAL OBJETO DA PERÍCIA
Setor / Local de
Trabalho
Os limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para a
Critério Adotado Normalização - ISSO, em suas normas ISSO 2631 e ISSO/DIZ 5349 ou suas
substitutas.
Marca: Tipo Série
Instrumental Utilizado
Data Calibração:
Metodologia de
Avaliação
Descrição das
Condições de
Tempo de Exposição
às Vibrações
Resultados da
Avaliação
Medidas para
Eliminação e/ou
Neutralização da
A insalubridade, quando constatada, será de grau médio (por exemplo).
CONCLUSÃO
INFORMAÇÕES PERICIAIS
Perícia Realizada em: Data: Horário:
Acompanhantes / Informantes
Nome e Assinatura do
Engenheiro de Segurança.
CREA No. ............
(Fonte: Insalubridade e Periculosidade - Aspectos Técnicos e Práticos)
87

Anexo IV
MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

MODELO DE LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE

Reconhecimento e Especificação dos Riscos 01.


Identificação do Local Laboratórios: Química / Física / Sigla: Salas 100 /
de trabalho Microbiologia 200 / 300

Atividades do Setor Aulas praticas com uso de reagente como solvente orgânicos, inflamáveis,
Avaliado: carcinogênicos, corrosivos, ácidos como metanol, lugol, clorofórmio, hidróxido
de sódio, acido sulfúrico, acido clorídrico, benzeno, hexano, éter etílico,
clorofórmio, sódio metálico, utilização de equipamentos que emitem calor,
como estufas, bico de bunsen e etc.

CALOR
Avaliado dB (A) 55 a 60 dB Máxima exposição 85 dB -
RISCOS FÍSICOS diária permitida (dB) 08h00 min
Avaliado Lux 400 a 610 Lux Mínima exposição 300 Lux
diária Permitida (Lux)
Produtos Químicos
RISCOS QUÍMICOS
RISCOS Materiais Biológicos
BIOLÓGICOS
RISCOS DE Contaminação pelas vias respiratórias, cutâneas, mucosas, queimadura
ACIDENTES térmica, químicas, perfuro cortante...
MEDIDAS DE CONTROLE EXISTENTES:
Inexistente; ou; Óculos de proteção, luvas de proteção, jaleco, capela e sistema de exaustão.

MEDIDAS DE CONTROLE NECESSÁRIAS PARA DIMINUIR OU NEUTRALIZAR A


INSALUBRIDADE:
Óculos de proteção para manipulação com químicos, luvas especificas, mascaras semi faciais
especificas, uniformes, descartes e acondicionamento de resíduos adequado, todo mobiliário em
madeira deve ser revestido com fórmica, piso em cerâmica, armazenamento de químicos e
inflamáveis em local separado e ventilado (na impossibilidade os armários devem ser em madeira
revestida, com cobertura na parte superior das portas) os assentos em material de fácil
descontaminação, capela, exaustor, climatizador no ambiente, chuveiro e lava olhos de
emergência...

CONCLUSÃO
De acordo com os anexos da NR - 15 "Atividades e Operações Insalubres" da portaria 3.214/78 do
MTE, há ou não há exposição a agentes Insalubres de Grau ..........

(Fonte: www.sso.com.br)
88

Anexo V

MODELO PADRÃO DE ESTIMATIVA DE HONORÁRIOS DE PERÍCIA JUDICIAL

Demonstração da composição dos honorários - Quadro Horçamentário

Demonstrativo das horas alocáveis para a elaboração do Laudo Pericial Extrajudicial –


1. Custos Diretos e Indiretos Processo(s):
JCJ/Vara(s):
Cartório:
Autor(es):
Réu(s):
(a) Custos Diretos no Processo - Do Horas R$ por hora Parciais em
Pessoal Envolvido Alocadas R$
Compromisso e Carga 0 0 0
Diligências e Vistorias 0 0 0
Análise Autos/Docs./Relatórios 0 0 0
Pesquisa e Levantam. de Dados 0 0 0
Exames e Análises Técnicas 0 0 0
Descrição e Conclusão Técnica 0 0 0
Conferência Reservada 0 0 0
Planejamento / Execução / Cálculos 0 0 0
Cálculos e Elaboração de Anexos 0 0 0
Redação do Laudo 0 0 0
Reuniões com Assistentes Técnicos 0 0 0
Montagem Laudo 0 0 0
Revisão/Assin./Entrega do Laudo 0 0 0
Revisão Técnica 0 0 0
Subtotais 0 0 0
(b) Custo Indireto no Porcesso - Total Horas R$ por Hora Parciais em
Material Alocadas R$
Depreciações, en. El., veículos etc. 0 0 0
Outros Custos fiscais e econômicos 0 0 0
Total da Estimativa de honorários 0 0 0
Subtotais 0 0 0
2. CUSTOS INDIRETOS HORAS ITEM VLR. HORA TOTAIS EM
Custo Hora do Escritório em Função 0 R$
0 R$
0
dos Custos Fixos Mensais:
Gastos de Infra-estrutura (Depreciação, 0 0 0
Amortização, Aluguéis, Água, Luz,
Telefone, Seguros, Manutenção de
Equipamentos, Impostos)
Subtotais 0 0 0
3. RESUMO R$
Custos Diretos 0
Custos Indiretos 0
TOTAL DOS HONORÁRIOS PERICIAIS 0
(Fonte: www.manualdepericias.com.br)
89

Anexo VI
MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

MINISTÉRIO DO TRABALHO
SECRETARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO
DIVISÃO/SEÇÃO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

Laudo pericial de [ ] Insalubridade N.º ________ / ________

[ ] Periculosidade

Data e hora da perícia ____ / ____ / ____ ______ Hs.


1 - Identificação
2 - Identificação do local periciado
3 - Descrição do Ambiente de Trabalho
4 - ANÁLISE QUALITATIVA
4.1 - Da função do trabalhador
4.2 - Das etapas do processo operacional
4.3 - Dos possíveis riscos ocupacionais
4.4 - Do tempo de exposição ao risco

5 - ANÁLISE QUANTITATIVA
5.1- Análise quantitativa da insalubridade
5.1.1 - Descrição da aparelhagem, da técnica empregada e do método de avaliação
5.1.2 - Resultados obtidos
5.1.3 - Interpretação e análise dos resultados
5.2 - Análise quantitativa da periculosidade
5.2.1 - Discriminação da área
5.2.2 - Delimitação da área de risco
5.2.3 - Interpretação e análise dos resultados

6 - CONCLUSÃO
6.1 - Fundamento científico
6.2 - Fundamento legal

7 - PROPOSTA TÉCNICA PARA CORREÇÃO


7.1 - Imediatas
7.2 - Mediatas

8 - MEDIDA ADOTADA PELO ÓRGÃO REGIONAL

CIDADE:___________ UF: ____ DATA:______ ASSINATURA:___________


90

Anexo VII
INSTRUÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO DE INSALUBRIDADE.

1 - IDENTIFICAÇÃO

Neste item deve constar a identificação do laudo como: n.º do processo, nome e
endereço postal da empresa, nome do requerente.

2 - IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL PERICIADO

Neste item deve constar os elementos necessários à identificação do local no qual


a perícia é realizada, tais como: Divisão de..., Seção..., da fábrica..., localizada
no....

3 - DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO

Neste item deve constar os elementos necessários à caracterização do ambiente


de trabalho, tais como: arranjo físico, metragens da área física, condições gerais de
higiene, ventilação, iluminação, tipo de construção, cobertura, paredes, janelas,
piso, mobiliário, divisória etc.

4 - ANÁLISE QUALITATIVA

4.1 - Da função do trabalhador - esclarecer, com os verbos no infinitivo, todos os


tipos de tarefas que se compõe a função. Ex.: Auxiliar Administrativo - a)
datilografar textos. b) anotar recados. c) atender telefone etc....
4.2 - Das etapas do processo operacional
- observando o desenrolar das atividades e/ou do movimento do maquinário,
especificar as fases do método de trabalho, inclusive questionando o supervisor de
turma e, sempre, um ou mais empregados.
4.3 - Dos possíveis riscos ocupacionais - o técnico especializado deve ser capaz de
perceber e avaliar a intensidade dos elementos de risco presentes no ambiente de
trabalho ou nas etapas do processo laborativo, ou ainda corno decorrentes deste
processo laborativo. Este item pressupõe o levantamento, em qualidade, dos riscos
a que se submete o trabalhador durante a jornada de trabalho.
4.4 - Do tempo de exposição ao risco - a análise do tempo de exposição traduz a
quantidade de exposições em tempo (horas, minutos, segundos) a determinado
risco operacional sem proteção, multiplicado pelo número de vezes que esta
exposição ocorre ao longo da jornada de trabalho. Assim, se o trabalhador ficar
exposto durante 5 minutos, por exemplo, a vapores de amônia, e esta exposição se
repete por 5 ou 6 vezes durante a jornada de trabalho, então seu tempo de
exposição é de 25 a 30 min/dia, o que traduz a eventualidade do fenômeno. Se,
entretanto, ele se expõe ao mesmo agente durante 20 minutos e o ciclo se repete
por 15 a 20 vezes, passa a exposição total a contar com 300 a 400 min/dia de
trabalho, o que caracteriza uma situação de intermitência. Se, ainda, a exposição
se processa durante quase todo ou todo o dia de trabalho, sem interrupção, diz-se
que a exposição é de natureza continua.
91

5 - ANÁLISE QUANTITATIVA

E a fase que compreende a medição do risco imediatamente após as


considerações qualitativas, guardando atenção especial á essência do risco e ao
tempo de exposição. Esta etapa ou fase pericial só é possível realizar quando o
técnico tem convicção firmada de que os tempos de exposição, se somados,
configuram uma situação intermitente ou continua. A eventualidade não ampara a
concessão do adicional, resguardados os limites de tolerância estipulados para o
risco grave e iminente.

Tanto o instrumental quanto a técnica adotados, e até mesmo o método de


amostragem, devem constar por extenso, de forma clara e definida no corpo do
laudo. Idêntica atenção deve ser empregada na declaração dos valores,
especificando, inclusive, os tempos horários inicial e final de cada aferição. Já a
interpretação e a conseqüente análise dos resultados necessitam estar de acordo
com o prescrito no texto legal, no caso, a Norma Regulamentadora. Caso a
contrarie, será nula de pleno direito.

6 - CONCLUSÃO

6.1 - Fundamento científico - se o instituto de insalubridade e da periculosidade


pressupõe o risco de adquirir doença ou de sofrer um acidente a partir de exposição
a elementos agressores oriundos do processo operacional ou dele resultantes, o
técnico tem que demonstrar, obrigatoriamente, toda a cadeia de relação causa e
efeito existente entre o exercício do trabalho periciado com a doença ou o acidente.
O fundamento científico compreende, então, as vias de absorção e excreção do
agente insalubre, o processo orgânico de metabolização, o mecanismo de
patogenia do agente no organismo humano e as possíveis lesões.

6.2 - Fundamento legal - é tudo aquilo estritamente previsto nas Normas


Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, Portaria MTb n.º
32141/78 e Lei nº 6.5141/77. As "Atividades e Operações Insalubres" - acham-se
listadas na NR 15 e Anexos, ao passo que as "Atividades e Operações Perigosas"
são aquelas enquadradas nas delimitações impostas pela NR 16 e Anexos, sem
contar com os textos da Lei nº 6.514177, artigos 189 e 196, e do Decreto nº
93A12186, este último específico para os riscos com energia elétrica.

As situações laborativas não previstas na legislação, e portanto omissas, não


podem ser objeto de conclusão pericial, quer em juízo, quer a serviço da
fiscalização do MTb, sob pena de nulidade jurídica.

As dúvidas e os casos omissos devem ser dirimidos pela SSMT/MTb consoante o


disposto no art. 155, CLT, e NR 01, tem 1.10, Portaria n0 06183, MTb, cabendo a
esta instância superior emitir a competente decisão final sobre a matéria de fato
apurada, acolhendo-a ou não.
92

7 - PROPOSTA TÉCNICA PARA CORREÇÃO

Neste item devem constar as propostas para eliminação da insalubridade através


da utilização de medidas de proteção ambiental.

Propor medidas de proteção ambiental significa estabelecer um conjunto


sistemático de ações têcnico-cientificas eficazes para transformar, a curto e médio
prazos, um ambiente insalubre em outro salubre. Entre estas medidas destacam-
se: alteração do método operacional ou de uma das etapas desse método,
utilização de medidas de proteção coletiva e, nos casos previstos na NR 6.2, os
equipamentos de proteção individual.

8 - MEDIDAS ADOTADAS PELO ÓRGÃO REGIONAL

Neste item devem constar as medidas adotadas pelo órgão regional do MTb
quando ficar caracterizada atividade insalubre ou perigosa - Lei n.º 6.514177, artigo
191, incisos 1 e II, e parágrafo único, Portaria n~ 3.214178, NR 15, subitem
15.4.1.1, e Portaria n.º 12183, NR 9, item 9A, alínea a.
93

Anexo VIII
MODELO DE LAUDO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO DE INSALUBRIDADE.

EMPRESA
Razão Social:

Estabelecimento / nome de fantasia:

C.N.P.J. : . . / - C.N.A.E. : . -

Rua / Avenida: Bairro:

Cidade/Estado: CEP: . -

FONE: 0 _ _ ( )- FAX: 0__( )-

GRAU DE RISCO: ELABORADO EM : / /

Quantificação de empregados:
Homens:

Mulheres:

Menores de 18 anos:

Acompanhou a avaliação técnica dos locais de trabalho o(a) Sr.(a):

R.G. . . - SSP -

Tópicos descritos a seguir:

• Objeto.
• Avaliação da exposição aos riscos ambientais.
• Interpretação dos dados coletados.
• Classificação das atividades insalubres.
• Enquadramento legal.
• Fixação dos adicionais de insalubridade.

(Fonte: Proposta de Modelo LTCAT por Alessandro R. Borssati e Celso V. Piinto /


Material Aula de Higiene do Trabalho - Riscos Físicos do Professor Roberto Serta da
PUC PR Especialização Eng. Seg. do Trabalho).
94

OBJETO

O presente laudo trata de avaliação pericial conclusiva sobre as condições de


exposição a agentes insalubres e/ou perigosos com a finalidade de definir o
enquadramento da(s) atividade(s) analisadas, nos termos dos Artigos 189 a 193 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), das Normas Regulamentadoras (NR) nº
15 e 16 da Portaria nº 3214/78, da Lei nº 7.639/85, regulamentada pelo Decreto nº
93.412/86, e da Portaria nº 3.393, de 17.12.87.

SETORES E POSTOS DE TRABALHO PERICIADOS

SETOR POSTO DE TRABALHO TAREFAS EXECUTADAS

RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS

SETOR POSTO DE TRABALHO AGENTES

AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS.

A - AGENTES QUÍMICOS COM LIMITE DE TOLERÂNCIA

Equipamento utilizado: Bomba de Aspiração marca _____________, modelo


_______, com coletadores marca _________, modelo _________, colhidas dez
amostras para cada ponto selecionado, colocada na altura e angulo
correspondentes ao nível respiratório do trabalhador nos pontos de trabalho,
respeitados intervalos de vinte minutos entre cada amostragem. Funcionamento das
máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em
ritmo normal nos postos de trabalho avaliados. Medição realizada das ____:____ às
____:____ de ___/ ___/___, incluindo MANGANÊS.

PONTO DE TEMPO DE UM N.º DE p.p.m.


TRABALHO AGENTE TAREFA CICLO CICLOS/ ou
JORNADA mg/m3
95

B - AGENTES QUÍMICOS SEM LIMITE DE TOLERÂNCIA.

Contato continuado dos trabalhadores com os agentes abaixo descritos, com


exposição qualitativamente importante durante a jornada. Funcionamento das
máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em
ritmo normal nos postos de trabalho avaliados.

PONTO DE TEMPO DE UM N.º DE CICLOS


TRABALHO AGENTE TAREFA CICLO / JORNADA

C - POEIRAS MINERAIS

Equipamento utilizado: Impactador (impinger) marca _____________, modelo


_______, com seletor de diâmetro aerodinâmico _________, colhidas dez amostras
para cada ponto selecionado, colocada na altura e angulo correspondentes ao nível
respiratório do trabalhador nos pontos de trabalho, respeitados intervalos de vinte
minutos entre cada amostragem. Funcionamento das máquinas em ritmo de
produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos
de trabalho avaliados. Medição realizada das ____:____ às ____:____ de ___/
___/____ .

PONTO DE TEMPO DE N.º DE % DE QUARTZO


TRABALHO AGENTE TAREFA UM CICLO CICLOS / FIBRAS/CM3
JORNADA MG/M3

D - AGENTES QUÍMICOS NÃO INCLUÍDOS NA NR-15.

Contato continuado dos trabalhadores com os agentes abaixo descritos, com


exposição qualitativamente importante durante a jornada. Funcionamento das
máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em
ritmo normal nos postos de trabalho avaliados.

PONTO DE TEMPO DE N.º DE CICLOS /


TRABALHO AGENTE TAREFA UM CICLO JORNADA
96

E - RUÍDO

Equipamento utilizado: Decibelímetro / dosímetro marca _____________, modelo


_______, microfone colocado na altura e angulo correspondentes aos ouvidos dos
trabalhadores nos pontos de trabalho, no circuito de compensação "A" e circuito de
resposta lenta ( SLOW ) para ruído contínuo e compensação "C" e resposta rápida
(FAST) para ruído de impacto. Aparelho com calibração aferida em ___/___/___ .
Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim
como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados. Medição
realizada das ____:____ às ____:____ de ___/ ___/___.

PONTO DE TAREFA TEMPO DE UM N.º CICLOS/ RUÍDO


TRABALHO CICLO JORNADA dB(A)

F - VIBRAÇÕES

Contato continuado dos trabalhadores com vibrações intensas, com exposição


qualitativamente importante durante a jornada. Funcionamento das máquinas em
ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos
postos de trabalho avaliados.

TEMPO DE UM N.º DE CICLOS /


PONTO DE TRABALHO TAREFA CICLO JORNADA

G - RADIAÇÃO IONIZANTE

Resultados das ultimas cinco dosimetrias :

DATA RESULTADOS

2
97

H - TEMPERATURAS ANORMAIS

CALOR

Equipamento utilizado: Termômetros marca _____________, modelo _______(de


globo, bulbo úmido e bulbo seco ), colocado na altura e posição correspondentes
aos corpos dos trabalhadores nos pontos de trabalho. Aparelho com calibração
aferida em ___/___ / ___ . Funcionamento das máquinas em ritmo de produção
normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho
avaliados. Medição realizada das ____:____ às ____:____ de ___/ ___/___, céu
____________ e sem chuva, temperatura de _____ºC à sombra.

PONTO DE TAREFA TEMPO DE N.º DE TEMP. TEMP. TEMP.


TRABALHO UM CICLO CICLOS / DE BULBO SECO ou
JORNADA GLOBO ÚMIDO IBUTG

FRIO

Equipamento utilizado: Termômetro marca ______________ , com escala de


medição de -30 a +60 ºC.

PONTO DE TAREFA TEMPO DE N.º DE CICLOS /


TRABALHO UM CICLO JORNADA TEMPERATURA

I - PRESSÃO ATMOSFÉRICA ANORMAL

Jornada diária completa, sempre à disposição do empregador para a execução


das tarefas nas condições de trabalho hiperbárico.

( ) Sim ( ) Não

J - AGENTES BIOLÓGICOS

Jornada diária completa, sempre à disposição do empregador para a execução


das tarefas nas condições de exposição aos agentes biológicos citados.

( ) Sim ( ) Não
98

INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

A - Com relação a ruído:

Consideraremos como exposições contínuas aquelas em que, nos Postos de


Trabalho, o trabalhador permanece exposto sempre aos mesmos níveis de pressão
sonora oriunda do ambiente de trabalho, e variáveis para os Postos de Trabalho
expostos a ruídos diferentes em um ou mais de um ponto de trabalho, então
realizados os cálculos de dose de ruído segundo a equação:

C1 C2 C3 Cn
Dose = -------- + -------- + -------- + ... + --------
T1 T2 T3 Tn

ANEXO 1 da NR-15 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU


INTERMITENTE

Nível de ruído Máxima exposição diária


dB (A) PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas
92 3 horas e 30 minutos
93 3 horas
94 2 horas e 40 minutos
95 2 horas e 15 minutos
96 2 horas
97 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 30 minutos
99 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
99

Resultando no quadro:

NPS - dB(A) Dose de ruído


POSTO DE TRABALHO Exposição contínua Exposição variável

B - Com relação a calor:

Realizados os cálculos de IBUTG conforme a equações :

* sem carga solar: IBUTG = 0,7 . tbn + 0,3 . tg

* com carga solar: IBUTG = 0,7 . tbn + 0,1 . tbs + 0,2 . tg

Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural


tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco

Realizadas análise das funções em cada posto de trabalho, considerados os


critérios de descanso no próprio local de trabalho (Quadro n.º 1 do Anexo n.º 3 da
NR-15) e descanso térmico em outro local (Quadro n.º 2 do Anexo n.º 3 da NR-15),
respeitadas as taxas de metabolismo por atividades, previstas no Quadro n.º 3 do
Anexo n.º 3 da NR-15, usando as equações :

Para cálculo da taxa de metabolismo média ponderada para uma hora:

__ Mt . Tt + Md . Td
M = ----------------------------
60

Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho


Md - taxa de metabolismo no local de descanso térmico
Tt - soma dos minutos no local de trabalho, por hora
Td - soma dos minutos no local de descanso térmico

Para cálculo da taxa de metabolismo médio ponderado para uma hora :

______ IBUTGt . Tt + IBUTGd . Td


IBUTG = ------------------------------------
60

IBUTGt - IBUTG no local de trabalho


Tt - soma dos minutos no local de trabalho, por hora
IBUTGd - IBUTG no local de descanso térmico
Td - soma dos minutos no local de descanso térmico
100

QUADRO 3.

TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE.

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h


Sentado em Repouso 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços
e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços
e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada,
principalmente com os braços. 150
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e
pernas. 180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada,
com alguma movimentação. 175
De pé, trabalho moderado em máquina ou
bancada, com alguma movimentação. 220
Em movimento, trabalho moderado de levantar
ou empurrar. 300
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou
arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 440
Trabalho fatigante 550

Resultando no quadro:

Descanso no mesmo local Descanso em outro local


Tempo
POSTO DE IBUTG Tipo da Trabalho/ IBUTG METABOLISMO
TRABALHO atividade Descanso MÉDIA
101

CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES INSALUBRES

GRAU DE CONDIÇÕES
SETOR POSTO DE AGENTES INSALUBRIDADE DE PERICU-
TRABALHO LOSIDADE

ENQUADRAMENTO LEGAL

INSALUBRIDADE: PORTARIA Nº 3214, de 08.06.78

• Ruído contínuo ou intermitente - Anexo 1.


• Ruídos de impacto - Anexo 2.
• Calor - Anexo 3.
• Radiações ionizantes - Anexo 5.
• Trabalho sob condições hiperbáricas - Anexo 6.
• Radiações não ionizantes - Anexo 7.
• Vibrações - Anexo 8.
• Frio - Anexo 9.
• Umidade - Anexo 10.
• Agentes químicos com limites de tolerância - Anexo 11.
• Poeiras minerais - Anexo 12.
• Agentes químicos (sem limites de tolerância) - Anexo 13.
• Agentes biológicos - Anexo 14.

FIXAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.

A Norma Regulamentadora nº 15, item 15.2, da Portaria 3214/78 estabelece que o


exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a
percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo, equivalente a:

• 40% (quarenta por cento), para insalubridade grau máximo;


• 20% (vinte por cento), para insalubridade grau médio;
• 10% (dez por cento), para insalubridade grau mínimo.
102

GRAUS DE INSALUBRIDADE

• MÁXIMO: Radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas, poeiras


minerais, alguns agentes químicos (Quadro nº 1 do Anexo nº 11 e Anexo nº 13
da NR-15) e alguns agentes biológicos (Anexo nº 14 da NR-15);
• MÉDIO: Ruído, calor, radiações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, alguns
agentes químicos (Quadro nº 1 do Anexo nº 11 e Anexo nº 13 da NR-15) e
alguns agentes biológicos (Anexo nº 14 da NR-15);
• MÍNIMO: Alguns agentes químicos (Quadro nº 1do Anexo nº 11 e Anexo nº 13 da
NR-15).

MEDIDAS DE CONTROLE PROPOSTAS.

SETOR AGENTE / EQUIPAMENTO PROPOSTA PARA CORREÇÃO

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) PROPOSTOS

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
SETOR POSTO DE TRABALHO INDIVIDUAL (EPI)

QUALIFICAÇÃO DO PERITO.

Nome/assinatura R.G. nº

. . - SSP -

Médico do Trabalho ( ) CREA / CRM


Engenheiro de Segurança ( )

Local: Data:
103

Anexo IX
EXEMPLO PRÀTICO DE UM LAUDO TÉCNICO.
(Fonte: BEVENUTO, Daniel Bezerra. A Prova Pericial)

Este exemplo abaixo serve como referência para uso em ocasiões especificas sendo
que poderá ser alterado e aceitamos sugestões para tanto.

LAUDO TÉCNICO

Processo nº Reclamante:
Reclamada:
Assunto: Perícia de Insalubridade
Local:
Acompanhantes:

- Técnico de Segurança da Empresa: ______________________


- Engenheiro de Segurança da Empresa: ____________________
- Funcionário da Empresa: _______________
- Reclamante: ___________________

• Data da Perícia: ____/____/_________ às _____ hs

Função do Reclamante:
Período de Trabalho do Reclamante:
Função 1 : __ de _________de __________à __de __________ de ___________
Função 2 : __ de _________de __________à __de __________ de ___________

Setor:

Local de Trabalho: O reclamante trabalhou em um prédio (exemplo: de grandes


dimensões coberto com telhas galvanizadas sobre estrutura metálica) de pé direito
___ metros. Coberta de telhas de _____ apoiadas sobre ________. Neste pavilhão
de grandes dimensões existiam _____ máquinas, divisórias de ______, etc.
___iluminado e ____ ventilado, _____ iluminação artificial.

Atividade do Reclamante: O reclamante trabalhou na seção de _____________


onde fez diversos serviços os quais descreveremos a seguir:

• Descrever toda a função do reclamante, horário de trabalho, sua posição (de


pé, sentado ou ...)
• Utilizava os seguintes EPI's ; (descreva-os); observando a existência de termo
de entrega de EPI's.
• Os trabalhadores utilizavam na época da vistoria os seguintes EPI's (
descreva-os)
104

ANÁLISE DA ATIVIDADE QUANTO A INSALUBRIDADE.

O Perito verifica o local de trabalho do reclamante onde analisa todos os tipos


possíveis de agentes agressivos químicos, físicos e biológicos mencionados na NR
15 da Portaria nº 3214/78 de 08 de junho de 1.978.

AGENTES FÍSICOS:

Nível de Ruído: O nível de ruído no local foi medido com o decibelímetro de Marca
______, operando no circuito de compensação A e circuito de resposta lenta slow,
devidamente calibrado e foram obtidos os seguintes valores que são descritos a
seguir:

Seção A: ____ dBa


Seção B: ______dBa
( Consultar NR15 - Anexo 01 )

Calor: Foi medido com o termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e
termômetro de mercúrio comum na Seção A próximo ao __________ e tivemos as
seguintes medidas:
Tbn =
Tg =
Tbs =

O índice de bulbo úmido e termômetro de globo calculado foi o seguinte:


______________.

Conforme a NR 15 Anexo 03 o limite de exposição ao calor com regime de trabalho


intermitente com descanso no próprio local de trabalho é de _______, com atividade
(leve, moderada ou pesada) portanto a atividade (é ou não é) insalubre devido ao
calor.

Outros Agentes Físicos: Não foram constatados a existência de outros agentes


agressivos físicos que pudessem caracterizar a insalubridade na Portaria nº 3214/78
tais como calor, umidade, frio, vibrações e radiações.
(Caso seja constatado outro agente físico que pode caracterizar a insalubridade,
citá-lo).

Agentes Químicos: Foram constatados a existência de agentes agressivos químicos


na atividade do reclamante que pudessem caracterizar a insalubridade prevista na
Portaria 3214/78 e Anexos. Tais agentes são os seguintes;

Vide anexo 11, 12 e 13 da NR 15 da Portaria n.º 3214/78. Conforme o agente é


classificado a insalubridade.
105

Agentes Biológicos: Não foram constatados a existência de agentes agressivos


biológicos na atividade do reclamante os quais pudessem caracterizar insalubridade
prevista na referida Portaria. Caso for constatado insalubridade citar o agente
biológico.

Quesitos do Reclamante:

Quesito A.
Quesito B:
Quesito C

Quesitos da Reclamada:

Quesito 1:
Quesito 2:
Quesito 3:.

A Perícia é eminentemente técnica onde verifica a insalubridade de acordo com


Normas existentes.

Conclusão: As atividades da reclamante na reclamada (sim ou não) eram insalubres,


pois (sim ou não) estava exposto a agentes agressivos físicos, químicos ou
biológicos nos termos da Portaria nº 3214/78 de 08 de junho de 1.978

____________________________________
Nome do Perito
Função

Observações: Deverão ser citados todos os processos de medição, aparelhagem


utilizada, todas as observações decorrentes da vistoria, como por exemplo, rótulos
de produtos utilizados pela operação, quantidade de trabalhadores no local, número
de máquinas funcionando próximo ao local vistoriado, divisórias existentes. Se
possível, anexar fotos do local vistoriado.

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