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Dicionário

      A língua é uma espécie de cola social. Se perde vigor, o processo é de desagregação.
Nenhuma língua deixa de receber continuamente palavras de outras línguas - mas, quanto
menos se estuda a própria língua, e quanto mais uma cultura é influenciada por outra, maior é
o número de vocábulos tomados de empréstimo, mesmo no caso de haver equivalentes na
língua. Precisamos conhecer nossa língua para nos conhecermos como nação em nossas
qualidades e defeitos, lacunas e grandezas

Mapear e registrar as palavras usadas numa língua é fundamental. Os dicionários estabelecem


a geografia e a anatomia da língua que usamos. São peças vitais no desenvolvimento de
qualquer povo. Não há grandes nações sem bons dicionários.

Para que servem os dicionários? Qual sua utilidade?

      Fonte de informação de uso freqüente e generalizado, o dicionário é extremamente útil. É a


primeira obra de consulta a que recorremos para saber o significado de uma palavra, para
checar sua ortografia e para conferir sua pronúncia exata ou sua categoria gramatical

      Consulta ao dicionário enciclopédico

      No dicionário enciclopédico é possível encontrar informações sobre os principais assuntos


científicos, humanísticos e artísticos e também sobre a vida dos mais ilustres personagens das
ciências e das artes, tudo organizado por ordem alfabética. Nomes de pessoas devem ser
procurados pelo último sobrenome conhecido. Exemplo: Fernando Pessoa deve estar no
verbete Pessoa, Fernando. No caso de pseudônimos, como Molière (Jean-Baptiste Poquelin),
deve-se procurar pelo pseudônimo. Na lombada de cada volume existe geralmente a primeira e
a última palavra tratada em cada tomo.

Alguns elementos permitem localizar a informação que procuramos num livro:

 Sumário ou índice geral, em que estão indicados os capítulos e subtítulos do livro, pela
ordem em que aparecem
 Prólogo ou introdução, com dados e comentários sobre o autor e a obra. Às vezes
convém ler o prólogo após a leitura do livro, para evitar que a opinião do comentarista
influencie demasiadamente a nossa
 Índices (temático, de autores, de topônimos, de ilustrações). Geralmente eles se
encontram no final do livro e permitem localizar alfabeticamente aquilo que
procuramos, dando indicação da página
 Bibliografia, também ordenada alfabeticamente, indica outros textos em que o assunto
foi tratado

Para que servem os dicionários? Qual sua utilidade?

      Fonte de informação de uso freqüente e generalizado, o dicionário é extremamente útil. É a


primeira obra de consulta a que recorremos para saber o significado de uma palavra, para
checar sua ortografia e para conferir sua pronúncia exata ou sua categoria gramatical

      Consulta ao dicionário enciclopédico


      No dicionário enciclopédico é possível encontrar informações sobre os principais assuntos
científicos, humanísticos e artísticos e também sobre a vida dos mais ilustres personagens das
ciências e das artes, tudo organizado por ordem alfabética. Nomes de pessoas devem ser
procurados pelo último sobrenome conhecido. Exemplo: Fernando Pessoa deve estar no
verbete Pessoa, Fernando. No caso de pseudônimos, como Molière (Jean-Baptiste Poquelin),
deve-se procurar pelo pseudônimo. Na lombada de cada volume existe geralmente a primeira e
a última palavra tratada em cada tomo.

Alguns elementos permitem localizar a informação que procuramos num livro:

 Sumário ou índice geral, em que estão indicados os capítulos e subtítulos do livro, pela
ordem em que aparecem
 Prólogo ou introdução, com dados e comentários sobre o autor e a obra. Às vezes
convém ler o prólogo após a leitura do livro, para evitar que a opinião do comentarista
influencie demasiadamente a nossa
 Índices (temático, de autores, de topônimos, de ilustrações). Geralmente eles se
encontram no final do livro e permitem localizar alfabeticamente aquilo que
procuramos, dando indicação da página
 Bibliografia, também ordenada alfabeticamente, indica outros textos em que o assunto
foi tratado

      3. Variedade

      Há diferentes tipos de dicionário. Entre os mais comuns destacam-se:

 Dicionários gerais da língua: em versão extensa ou adaptada a usos escolares. Contêm


um grande número de palavras, definidas em suas várias acepções ou significados.
 Dicionários etimológicos: trazem a origem de cada palavra, sua formação e evolução.
 Dicionários de sinônimos e antônimos: definem o significado das palavras,
apresentando as que são equivalentes ou afins –palavras sinônimas – e as de
significados opostos – palavras antônimas.
 Dicionários analógicos: reúnem as palavras por campos semânticos, ou por analogia a
uma idéia. Não costumam ser organizados por ordem alfabética.
 Dicionários temáticos: reúnem o vocabulário específico de determinada ciência, arte ou
atividade técnica: Dicionário de Comunicação, de Astronomia e Astronáutica.
 Dicionários de abreviaturas: muito úteis, facilitam a comunicação, principalmente nesta
época repleta de abreviaturas e siglas.
 Dicionários bilíngües ou plurilíngües: explicam o significado dos vocábulos estrangeiros
e sua correspondência com os vocábulos nativos.

Há outros tipos de dicionário, que atendem às mais diversas finalidades: de dúvidas e


dificuldades de uma língua, de frases feitas, de provérbios.

      Os dicionários no Brasil


O Vocabulário Português, de Raphael Bluteau, lançado entre 1712 e 1728, é considerado a
primeira tentativa bem-sucedida de edição de um dicionário da língua portuguesa. Entre os
pioneiros destaca-se, porém, o Dicionário da Língua Portuguesa, de Antônio Moraes Silva.
Publicado em Lisboa, em 1789, é reconhecido como o melhor e o mais completo dicionário da
língua. A segunda edição desse Dicionário, enriquecida e publicada em 1813, é considerada a
produção definitiva de Moraes Silva.

      Entre os dicionaristas de produção mais recente sobressaem: Francisco Caldas Aulete
(1823-1878), autor do Dicionário Caldas Aulete; Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925),
que escreveu Lições de Filologia Portuguesa; José Rodrigues Leite e Oiticica (1882-1957), autor
de Estudos de Fonologia. Na segunda metade do século XX, destaca-se o trabalho de Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira (1910-1989), que lançou a primeira edição do Novo Dicionário da
Língua Portuguesa em 1975. A segunda edição revisada e ampliada é de 1986. A grande
difusão dessa obra popularizou tanto o autor que seu nome tornou-se sinônimo de dicionário:
Você me empresta um aurélio?

      5. Organização dos dicionários

 Remissões: em algumas palavras aparece ao final um V, abreviatura de Ver Também,


que remete o leitor a outra palavra do dicionário.
 Etimologia: origem da palavra, vem normalmente entre parênteses.
 Significados especiais: são aqueles relativos às linguagens específicas.
 Verbete: conjunto de informações, acepções e exemplos que dizem respeito a um
vocábulo.
 Acepções: cada palavra tem vários ou diferentes significados, as chamadas acepções.
Elas especificam-se conforme a ordem escolhida em cada dicionário: a partir das
acepções mais antigas ou por sua importância e uso mais freqüente. Pequenos
números separam os diversos significados.

Categoria gramatical       Alguns exemplos de línguas especiais


      Linguagem jurídica e administrativa

      O campo do direito é muito amplo. Existe o direito civil, o penal, o administrativo, o
mercantil, o canônico, o processual, entre outros. Essa diversificação resulta em um vocabulário
muito variado e específico:

      Características da linguagem jurídica

 -Objetividade: é extremamente importante, pois a subjetividade dificultaria sua função


social
 -Amplitude: é necessário legislar para todos os cidadãos
 -Clareza e concisão: ela precisa ser compreendida por todos os interlocutores

      Terminologia jurídica e administrativa

     

 Palavras obtidas da linguagem cotidiana: extrajudicial, decreto-lei


 Palavras e expressões latinas: ab initio (desde o princípio); ipso facto (por isso mesmo);
usufruto
 Termos arcaicos: débito (em vez de dívida)
 Fórmulas: em virtude do acordado...
 Abundância de apartes e citações

      Linguagem bancária

      O sistema bancário, dedicado a negociar dinheiro e realizar outras operações comerciais e
financeiras, tem um léxico próprio:

      Léxico bancário

 -Investimento: aplicação de capitais em títulos


 Crédito: empréstimo de dinheiro
 Juros: valor pago pelo empréstimo recebido
 CDB: Certificado de Depósito Bancário

Linguagem da informática

      A informática é um campo de atividade que se ocupa do tratamento da informação em um


meio físico automatizado, o computador. Sua linguagem, bastante específica, vem-se
incorporando com rapidez à língua cotidiana:

      Léxico da informática

 Computador: aparelho eletrônico de processamento de dados


 Hardware: conjunto de componentes físicos do computador
 Software: conjunto de programas do computador
 Programa: conjunto de instruções de uma linguagem de computador que permite
solucionar um tipo determinado de problema
 Caracteres: símbolos utilizados para escrever dados e programas
 Bit: é o menor elemento de armazenamento de informação
 Byte: é a unidade mínima que representa um caractere ou número composto por 8 bits
 Programa-fonte: programa escrito pelo programador em linguagem simbólica:
Assembler, Cobol, Fortran, Basic
 Entradas: dados e programas que podem ser colocados no computador
 pode-se ler e atualizar a informação por meio dos programas instalados no
computador

Linguagem do cinema e da teledramaturgia

      Os métodos e técnicas empregados no cinema e na teledramaturgia possuem uma


linguagem variada e bastante característica:

      Léxico do cinema e da teledramaturgia

     

 Tema e argumento: mensagem do filme, apresentada em seqüências e cenas


 Roteiro cinematográfico: apresenta os diálogos, situações dos personagens,
movimentos das câmeras, planos, iluminação e sons
 Planos:
 Grande plano geral (GPG) – enquadramento geral da paisagem

      6. Uso dos dicionários

      Todo dicionário tem sua organização e suas finalidades explicadas em um prólogo. É
importante lê-las para saber como aproveitar todas as possibilidades da obra. Embora as
informações sobre a língua em seu conjunto sejam objeto dos dicionários gerais – de palavras e
enciclopédicos –, vários dicionários especializados podem trazer um enfoque lingüístico
(dicionários de sinônimos, analógicos, etimológicos) ou enciclopédico (dicionários de psicologia,
de informática, de cinema, de literatura). Os dicionários, além disso, geralmente trazem como
apêndice, no começo ou no final, uma lista das abreviaturas utilizadas e dos sinais de
pontuação específicos. Conhecê-los também facilita o manuseio.

      7. Funções dos dicionários gerais

      Suas principais funções são:

 Definir o significado das palavras e sua representação ortográfica.


 Informar a etimologia das palavras, explicando se elas se originam do latim, do grego,
do árabe, de alguma outra língua antiga ou se é o caso de empréstimo de alguma
língua estrangeira moderna.
 Informar a categoria gramatical da palavra (substantivo, verbo, pronome etc.) e outros
aspectos gramaticais (gênero, número).
 Auxiliar, como instrumento de estudo de uma língua estrangeira.
 Ajudar a uniformizar e manter a unidade da língua.

 Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa


 (Antônio Houaiss )

     Um Novo Paradigma

      Concebido como a obra máxima de referência da língua portuguesa, o dicionário Houaiss
foi desenvolvido por uma equipe formada por mais de 150 especialistas - lexicógrafos,
redatores, etimólogos, professores, datadores, revisores. O padrão de excelência da pesquisa e
o rigor na realização da obra, em todas as suas etapas, consagram o dicionário Houaiss como o
maior, o mais completo e moderno dicionário da língua portuguesa.

      Comparável aos mais eficientes dicionários do mundo, o Houaiss apresenta a mais ampla
seleção de verbetes já feita em nossa língua. Mas não é apenas na quantidade de informação
por página que o dicionário Houaiss se distingue de qualquer outro. A profundidade e a
amplitude desta informação é que o tornam um divisor de águas, estabelecendo um novo
paradigma de saber na língua portuguesa

      Os números do Houaiss

      + de 228 mil verbetes

      + de 380 mil definições

      + de 3.000 páginas

      + de 90% de caracteres do que os demais dicionários

      A qualidade da informação

      Os números do Houaiss surpreendem pela quantidade de informação colocada à disposição


do leitor. Sem dúvida, trata-se de obra monumental da língua - o dicionário Houaiss tem
aproximadamente o dobro do volume de informação dos similares disponíveis no mercado. Mas
há que se destacar a mais significativa contribuição do dicionário Houaiss à nossa língua.

      Incorporando características que representam o que há de mais moderno em termos de


dicionários, em todo o mundo, o Houaiss é muito mais completo, exato e informativo:

 Maior número de verbetes.


 Maior número de acepções por palavra.
 Maior número de sinônimos, citados no Houaiss como parte integrante do verbete, e
não por de remissão.
 Extensas informações de gramática.
 A data em que cada palavra começou a ser usada na língua portuguesa.
 Os elementos mórficos, ou elementos usados na composição de palavras, se
apresentam como verbetes individuais. No Houaiss, existem mais de 50 mil verbetes de
elementos mórficos.
 Homônimos (palavras que se pronunciam ou se escrevem da mesma forma, mas com
significados diferentes).
 Parônimos (palavras quase iguais a outra na forma e no som).
 Coletivos.
 Antônimos.
 Maior número de expressões populares. Por exemplo: no verbete cachaça são dadas
422 expressões populares, sinônimos de cachaça.
 Evolução do sentido das palavras ao longo do tempo.
 Razões da derivação de um sentido para outro e sua localização regional.
 Ortografias históricas.
 Terminologia científica e técnica.
 Lusismos, africanismos, asiatismos e gírias.
 Vozes de animais.
 A última palavra em classificação botânica.
 A mais recente classificação zoológica.
 A mais recente nomenclatura de terminologia anatômica
       O homem que amava as palavras
       O quinto dos sete filhos de uma família de imigrantes libaneses nasceu no Rio de
Janeiro - mas muito cedo ganhou o mundo. Aos 16 anos, o jovem Antônio Houaiss
começou a ensinar o português e nunca mais parou, trabalhando como professor a vida
inteira. Intelectual brilhante e extremamente disciplinado, Houaiss foi tradutor, crítico,
escritor, lexicógrafo, diplomata, membro da Academia de Ciência de Lisboa, presidente
da Academia Brasileira de Letras e Ministro da Cultura, consagrando-se como o maior
conhecedor da língua portuguesa em tempos modernos.
       Autor de 19 livros, Houaiss foi o relator da IV Comissão da Assembléia Geral das
Nações Unidas, cuja atribuição era conduzir o processo de descolonização de países
africanos e asiáticos, na década de 60. Desenhou, organizou e realizou, em dez anos,
as duas enciclopédias mais importantes já feitas no Brasil, a Delta-Larousse e a Mirador
Internacional.
       Crítico literário, especialista em bibliologia, documentação e lexicografia, Houaiss
assinou a erudita tradução em português de Ulysses, de James Joyce. Foi autor de dois
dicionários bilíngües inglês-português, organizou o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, sendo o porta-voz brasileiro do Projeto
do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa - aprovado pelo Congresso Nacional em
1995.
       Há exatamente 15 anos, ele deu início à elaboração de sua obra máxima: o
dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Assumiu o desafio e o compromisso de fazer
o mais completo dicionário da nossa língua, acompanhou todas as etapas de criação e
elaboração da obra - até sua morte em 1999. O dicionário foi concluído por sua equipe,
hoje reunida no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia, no Rio de Janeiro

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