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MANUAL

STC 5 – Redes de Informação e Comunicação

Eduardo Ramos

2010-2011
Índice

I. Evolução da comunicação humana ......................................................................................................................... 4

II. Sistemas de Comunicação ....................................................................................................................................... 6


Introdução ........................................................................................................................................................................ 6
Sistemas de Comunicação Via Cabo ............................................................................................................................... 7
Sistemas de Comunicação Via Rádio ............................................................................................................................... 8
As ondas electromagnéticas ...................................................................................................................... 8
Os diferentes tipos de radiações ............................................................................................................. 11
Características das principais radiações ................................................................................................. 11
III. As comunicações Rádio na vida quotidiana ......................................................................................................... 17

IV. História e evolução das comunicações móveis .................................................................................................... 20


As gerações das comunicações móveis ......................................................................................................................... 20
SMS - A Evolução .......................................................................................................................................................... 25
V. Constituição de um telemóvel................................................................................................................................ 26

VI. Constituição de um PDA ........................................................................................................................................ 29


Introdução ...................................................................................................................................................................... 29
Tipos de PDA ................................................................................................................................................................. 29
PDAs tradicionais ..................................................................................................................................... 29
Telefones inteligentes ............................................................................................................................... 30
O que os PDAs fazem .................................................................................................................................................... 31
Informações básicas ................................................................................................................................. 31
Sincronizar com PCs ................................................................................................................................ 31
Funções comuns ....................................................................................................................................... 32
Acessórios .................................................................................................................................................. 32
Componentes do PDA .................................................................................................................................................... 32
Microprocessadores e memória .............................................................................................................. 32
Sistemas operativos .................................................................................................................................. 33
Baterias ....................................................................................................................................................... 34
Visor LCD ................................................................................................................................................. 35
Métodos de entrada .................................................................................................................................. 35
VII. O uso dos equipamentos de comunicação móvel na sociedade ......................................................................... 37
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I. Evolução da comunicação humana

Ilustração 1 - Evolução da Comunicação - Desenho de Mike Keefe publicado no InToon.com, traduzido por Bruno
Cardoso

Podemos explicar a história da existência humana através das etapas do


desenvolvimento da comunicação. Sendo assim, essa evolução pode ser dividida em
eras:
Era dos Símbolos e Sinais – começou há cerca de 90 mil anos atrás. Os
hominídeos não falavam. Nesta era utilizavam gestos, sons e outros sinais
padronizados, os quais eram passados às novas gerações para que se pudesse
viver socialmente. Devido às dificuldades de codificação, descodificação e
memorização, conclui-se que era não era possível, nesta era, a formação de
uma cultura relativamente complexa.
Era da fala – inicia-se há cerca de 35 a 40 mil anos atrás, acredita-se com o
aparecimento do Cro-Magnon que é marcado pela cultura oral, a fala, e
possibilitou ao homem dar um salto no desenvolvimento humano, pois através
da fala foi possível transmitir mensagens complexas, e também contestar aquilo
que era exposto. Foi nesta época que o homem começou a incluir a arte como
forma de expressão, transmissão de ideias e acontecimentos, sendo as pinturas
rupestres as primeiras tentativas de armazenar informações.
Era Escrita – a escrita consolidou-se num período de tempo relativamente curto.
Começou a ter sentido quando se criaram significados padronizados para as
representações pictóricas, sendo este o primeiro passo para a criação da escrita.
No início a alfabetização era restrita a especialistas e cada sociedade criou uma
forma particular de escrita, tendo sido os sumérios quem primeiro transformou os
sons em símbolos, ou seja, os caracteres passaram a representar sílabas. Este
foi o primeiro passo para a escrita fonética.
Era da impressão – Com certeza que o invento de Gutenberg (Johannes
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Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, Mogúncia, c. década de 1390 - 3 de


Fevereiro de 1468, inventor e gráfico alemão que introduziu a forma moderna de
impressão de livros) modificou a forma como desenvolvemos e preservamos
nossa cultura. Mesmo com a perca do monopólio da escrita por padres, escribas,
elites e eruditos, não era possível falar-se em uma grande massa alfabetizada.
Através das transformações proporcionadas, foi possível a difusão da
alfabetização, a contestação do poder da Igreja Católica, inicio da organização
das empresas de comunicação, indústria livreira e imprensa (jornais e revistas).
Era da Comunicação de Massa – Inicia-se no século XIX com os jornais para
pessoas comuns, e também com o aparecimento dos media electrónicos, ou
seja, comunicação de massa, aquela destinada ao grande público, tendo sua
maior adopção com o surgimento do cinema, rádio e televisão, o que pode criar
uma indústria cultural.
Era dos computadores ou era da informação – surge com a popularização dos
computadores no uso quotidiano dos indivíduos. Essa é a era recente em que o
computador ainda está transformando a sociedade como os outros meios
transformaram as outras eras.

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II. Sistemas de Comunicação
Introdução
Os Sistemas de Comunicação são uma parte fundamental do quotidiano de
todos nós, e muitas vezes usamo-los de uma forma tão intuitiva e estão tão banalizados
que praticamente nem nos apercebermos da sua existência, história, meios técnicos e
humanos por trás deles, etc.
Comecemos por definir Comunicação como sendo o processo de transferir informação,
no espaço e no tempo, de um ponto, denominado fonte, ou Transmissor, para outro,
denominado destino, ou Receptor. Um Sistema de Comunicação é o conjunto de
mecanismos que permite processar a informação desde a fonte até ao destino. Um
sistema de comunicação eléctrica é aquele que executa essa função através do uso de
dispositivos, fenómenos e sinais eléctricos.
Conversor Canal Conversor
Fonte de Transmissor de Receptor de Destino
Entrada Transmissão Saída

Ruido
Interferência
Distorção

Ilustração 2 - Elementos de um Sistema de Transmissão

Como mostra a Ilustração 2 temos vários elementos funcionais num Sistema de


Comunicação completo, embora haja três elementos essenciais: o transmissor, o canal
de transmissão e o emissor, desempenhando cada um uma função característica,
podendo o Sistema de Comunicação ser visto de uma forma mais simplificada como
mostra a Ilustração 3.

Ilustração 3 - Sistema de Comunicação simplificado

Este sistema onde intervêm apenas os três elementos principais é também o chamado
triângulo da comunicação (Ilustração 4)

Ilustração 4 - Triângulo da comunicação

Os Sistemas de Comunicação utilizam variados meios de transmissão, sendo comum a


sua divisão em dois grandes grupos, conforme mostra a Ilustração 5.
Via Cabo

Sistemas de Comunicação

Via Rádio
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Ilustração 5 – Grupos dos Sistemas de Comunicação


Sistemas de Comunicação Via Cabo
O meio de comunicação utilizado nestes sistemas é, como o próprio nome sugere, um
cabo condutor, chamado linha de transmissão, seja ele um cabo cobre, cabo de fibra
óptica ou outro (Ilustração 6)

Ilustração 6 - Cabo Coaxial (esquerda), Cabo de Fibra Óptica (centro), Cabo de Pares Entrançados (direita)

As principais características deste sistema são:


Fiabilidade excelente e pouca flexibilidade para ampliações que não tenham sido
previstas no projecto inicial
Necessidade de grandes investimentos para a implementação da rede de cabos
e respectivos equipamentos de comutação
Estas características tornam estes sistemas adequados para comunicações de curta
distância, principalmente nas regiões urbanas.

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Sistemas de Comunicação Via Rádio
Estes sistemas utilizam ondas electromagnéticas como elemento de ligação
entre o Transmissor e o Receptor. Como estas ondas possuem a propriedade de
irradiarem-se pelo espaço, dispensando e existência de quaisquer meios físicos para a
transmissão, a sua implantação é muito facilitada.
Quando comparados com os Sistemas de Comunicação Via Cabo, os Sistemas de
Comunicação Via Rádio apresentam as seguintes características:
Utilizam equipamentos electrónicos relativamente complexos para o
processamento dos sinais necessários à operação do sistema
A qualidade é menor e depende das condições de propagação da onda
electromagnética
Em compensação, os custos de implantação são menores para distâncias
superiores a algumas dezenas de quilómetros, apresentando óptima flexibilidade
para ampliações
Estas características tornam estes sistemas adequados para comunicações de
longa distância e comunicações móveis, e é sobre este tipo de comunicações
que nos iremos debruçar.
As ondas electromagnéticas
Como foi dito anteriormente os Sistemas de Comunicação Via Rádio baseiam o
seu funcionamento nas chamadas ondas electromagnéticas.
As comunicações rádio utilizam equipamentos que emitem sinais, que viajam sob a
forma de ondas (Ilustração 7). Essa viagem designa-se por propagação do sinal rádio.

Ilustração 7 – O sinal rádio propaga-se sob a forma de ondas

O som também viaja (propaga-se) sob a forma de ondas sonoras, mas a semelhança,
porém, acaba aí, pois o som corresponde a uma vibração mecânica que se transmite
(propaga-se) e que por ser de natureza mecânica, só se pode deslocar em meios
materiais (sólidos, líquidos ou gasosos).
A velocidade de propagação das ondas sonoras no ar à temperatura ambiente (+25º) é
de 346,3 m/s, normalmente referenciada como 340 m/s.
O sinal rádio distingue-se do som, por ser de natureza electromagnética (e não
mecânica) não necessitando, portanto, de ar ou qualquer outro meio material para se
propagar. Com efeito, os sinais rádio podem viajar no espaço fora da atmosfera terrestre
onde não existe matéria.
As ondas de rádio e as ondas luminosas são casos especiais de ondas
electromagnéticas, que diferem entre si na frequência (as ondas luminosas possuem
frequência muito maior do que as ondas de rádio, ver Ilustrações 8 e 9). Todas as ondas
electromagnéticas propagam-se com a mesma velocidade no vácuo.
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Ilustração 8 - Espectro electromagnético, com fontes físicas, produção prática e espectro de luz visível indicado

Ilustração 9 - Espectro electromagnético com o espectro de luz visível indicado

Em meios materiais a velocidade de propagação destas duas classes de ondas


electromagnéticas podem ser diferentes, pois é comum que em meios materiais a
velocidade de propagação das ondas electromagnéticas dependa da frequência. Esta
dependência, por exemplo no vidro, já é perceptível até entre ondas luminosas com
cores diferentes: o luz violeta propaga se um pouco menos rapidamente do que a luz
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vermelha. Este fenómeno de dependência da velocidade de propagação com a


frequência é denominado dispersão.
A velocidade de propagação da luz no vácuo é de 299.792,458 km/s, normalmente
referenciada como 300.000 km/s, que é a máxima velocidade alcançada por uma onda
electromagnética segundo a Teoria da Relatividade de Albert Einstein.
Todas as ondas podem ser descritas em termos da sua velocidade (de propagação),
frequência, comprimento de onda e amplitude como ilustrado na Ilustração 10.

Ilustração 10 - Onda electromagnética e suas características

Podemos resumir as características das ondas electromagnéticas no seguinte:


São formadas por um campo eléctrico variável, E, e um campo magnético
variável, B. Estes campos evoluem no espaço como uma onda, daí a designação
de ―onda electromagnética‖. O produto destes dois campos resulta na densidade
de potência, S
O campo eléctrico é perpendicular ao campo magnético
São ondas transversais (os campos são perpendiculares à direcção de
propagação)
Propagam-se no vácuo com a velocidade "c"
Podem propagar-se num meio material com velocidade menor que a obtida no
vácuo
Existem características particulares das ondas electromagnéticas que
determinam as suas propriedades e aplicações, sendo as essenciais:
o O comprimento de onda  (letra grega lambda) é a distância entre dois
pontos consecutivos. Consequentemente  tem unidade de comprimento
(m).
o Frequência, f, é o número de cristas de ondas que passam em um dado
ponto de referência por unidade de tempo. A unidade de frequência é
igual ao inverso da unidade de tempo. Frequentemente usa-se a unidade
denominada hertz (Hz), 1Hz = 1 s-1. A frequência de 10 Hz significa que
10 cristas da onda passam por segundo em um dado ponto de referência.
É o inverso do período (representa o número de períodos existentes na
unidade de tempo f=1/T).
o Amplitude, A, dá uma medida de intensidade dos campos, medindo-se
nos casos do campo eléctrico em Volt por metro [V/m], e do campo
magnético em Ampére por metro [A/m]. A densidade de potência vem
expressa em Walt por metro quadrado [W/m²], medindo a potência
transportada pela onda por unidade de área.
o Direcção e velocidade de propagação, em espaço aberto, as ondas
electromagnéticas propagam-se em linha recta com velocidade próxima
de 300 000 km/s. Na vizinhança de obstáculos, como o relevo do terreno,
espelhos de água, construções, etc., a direcção de propagação pode ser
alterada por reflexão ou por difracção. A reflexão ou difracção sofridas
por uma onda electromagnética, em geral modificam também a sua
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amplitude, mas não alteram a frequência. Modificam ainda a polarização


da onda.
o Polarização, o campo eléctrico oscila sobre uma direcção vertical,
designada por polarização vertical (PV), em alternativa, é possível
escolher convenientemente a orientação da fonte de forma a ter o campo
eléctrico a oscilar sobre uma direcção horizontal, designada por
polarização horizontal (PH). A esta orientação espacial dos campos
electromagnéticos dá-se o nome de polarização.
O campo eléctrico em redor de um fio em um certo instante estará apontando num
sentido e, depois, no sentido contrário.
Esse campo eléctrico variável (E) irá gerar um campo magnético (B), que será também
variável. Por sua vez, esse campo magnético irá gerar um campo eléctrico, e assim por
diante.
Cada campo varia e gera outro campo que, por ser variável, gera outro campo: e está
criada a perturbação electromagnética que se propaga através do espaço, constituída
pelos dois campos em recíprocas induções.
Note que o campo eléctrico é perpendicular à direcção de propagação e o campo
magnético também, o que comprova que a onda electromagnética é uma onda
transversal.
Se existem n ondas por segundo passando por um ponto, e se o comprimento de onda
de cada onda é  , a distância viajada pela onda em 1 segundo é igual ao produto f . ,
o que corresponde a sua velocidade de propagação, isto é: c = f.λ
Esta equação define qualquer onda electromagnética.
Os diferentes tipos de radiações
A comunicação rádio estabelece-se quando um equipamento (receptor) captar o sinal
rádio emitido por outro equipamento (emissor).
Porém, em cada ponto, existem milhões de sinais rádio provenientes de diversas fontes
e servindo distintas classes de utilizadores como, por exemplo: Bombeiros, Polícia,
aeronáutica, Exército, Marinha, táxis, radioamadores, redes de transportes,
radiodifusão, difusão de televisão, etc.
Entenda-se que as comunicações rádio não são apenas as comunicações que o ouvido
humano pode captar. Dependendo da finalidade, equipamentos utilizados, distância
pretendida de captação, débito de transmissão da informação, etc., podemos ter
diferentes tipos de comunicação rádio num mesmo local de ―escuta‖.
Características das principais radiações
Ondas de Rádio
"Ondas de rádio" é a denominação dada às ondas desde frequências muito pequenas,
até 1012 Hz (1.000.000.000.000 Hz = 1 Tera Hz = 1THz), acima da qual estão os raios
infravermelhos.
As ondas de rádio são geradas por osciladores electrónicos instalados geralmente em
um lugar alto, para atingir uma maior região. Logo o nome "ondas de rádio" inclui as
microondas, as ondas de TV, as ondas curtas, as ondas longas e as próprias bandas de
rádio AM e FM.
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Ondas de rádio propriamente ditas


As ondas de rádio propriamente ditas, que vão de 104 Hz (10.000 Hz = 10 kilo Hz = 10
kHz) a 107 Hz, (10.000.000 Hz = 10 Mega Hz = 10 MHz) têm comprimento de onda
grande, o que permite que elas sejam reflectidas pelas camadas ionizadas da atmosfera
superior (ionosfera).

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Ilustração 11 - Reflexão de ondas rádio de 10 Hz a 107 Hz na ionosfera
Estas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como árvores,
edifícios, de modo que é relativamente fácil captá-las num aparelho radiorreceptor.
Ondas de TV
As emissões de TV são feitas a partir de 5x107 Hz (50.000.000 Hz = 50 Mega Hertz = 50
MHz). É costume classificar as ondas de TV em várias bandas de frequência (faixa de
frequência), que são:
VHF : Very High Frequency
UHF : Ultra-High Frequency
SHF : Super-High Frequency
EHF : Extremely High Frequency
VHFI : Very high Frequency Indeed
As ondas de TV não são reflectidas pela ionosfera, de modo que, para estas ondas
serem captadas a distâncias superiores a 75 km, é necessário o uso de estações
repetidoras.

Ilustração 12 – Emissão de Ondas de TV

Microondas
Microondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores
electrónicos. Frequências mais altas que as microondas só as produzidas por
oscilações moleculares e atómicas.
As microondas são muito utilizadas em telecomunicações. As ligações de telefone e
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programas de TV recebidos "via satélite" de outros países são feitas com o emprego de
microondas.
Ilustração 13 - Transmissão de TV e telefonia com microondas

As microondas também podem ser utilizadas para o funcionamento de um radar. Uma


fonte emite uma radiação que atinge um objecto e volta para o ponto onde a onda foi
emitida. De acordo com a direcção em que a radiação volta, pode ser descoberta a
localização do objecto que reflectiu a onda.

Ilustração 14 - Funcionamento de um radar, usando microondas

Luz visível
O nosso olho só tem condições de perceber frequências que vão de 4,3x1014 Hz
(430.000.000.000.000 Hz = 430 Tera Hertz = 430 THz) a 7x1014 (700.000.000.000.000
Hz = 700 Tera Hertz = 700 THz), faixa indicada pelo espectro como luz visível.
Nosso olho percebe a frequência de 4,3x1014 como a cor vermelha. Frequências abaixo
desta não são visíveis e são chamados de raios infravermelhos, que têm algumas
aplicações práticas:
Eles são os responsáveis pela troca de energia térmica através do vazio. Se
estas radiações não existissem, dois corpos que se encontrassem a uma
determinada temperatura mantê-la-iam sem alterações por tempo indefinido. No
entanto, dado que o corpo mais quente cede energia ao corpo mais frio, através
da radiação, ambas as temperaturas (quente e fria) acabam por compensar-se e
atingir uma mesma temperatura de equilíbrio
O transporte de energia necessário para a vida, por exemplo, do Sol até à Terra
ocorre unicamente através das radiações infravermelhas
Utilizados para aquecer ambientes, cozinhar alimentos e secar tintas e vernizes
Em medicina, têm amplo uso terapêutico, sendo empregados no tratamento de
sinusite, dores reumáticas e traumáticas. A radiação infravermelha penetra na
pele, onde sua energia é absorvida pelos tecidos e espalhada pela circulação do
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sangue
Existem aparelhos especiais que permitem ver um objecto pela detecção das
radiações infravermelhas que ele emite. Um exemplo prático é dado pelo
sistema de alarme infravermelho: qualquer interrupção de um feixe dessas
radiações ocasiona a criação de um impulso eléctrico no detector de controlo,
ligando o alarme. Esse sistema é usado, também nas portas de elevadores, para
evitar que elas se fechem sobre as pessoas
Um uso também muito comum do infravermelho é para o fabrico de comandos à
distância (telecomandos), preferíveis em relação as ondas de rádio por que não
sofrem interferências de outras ondas electromagnéticas como. Por exemplo, os
sinais de televisão
Os infravermelhos também são utilizados para comunicação a curta distância
entre os computadores e os seus periféricos
A fotografia é uma das actividades mais beneficiadas com a aplicação da
radiação infravermelha. Algumas emulsões fotográficas podem tornar-se
sensíveis a uma luz de comprimento de onda de até 1,1 micrómetro (m = 10-6
m = 0.000 001 m) – o infravermelho próximo da luz visível. Utilizando um certo
tipo de filme infravermelho colorido, as cores dos objectos apresentam-se
deslocadas de suas posições no espectro – a luz azul não aparece, os objectos
verdes ficam azuis, os vermelhos mostram-se verdes e os infravermelhos
colorem-se de vermelho.
A frequência de 7x1014 é vista pelo olho como cor violeta. Frequências acima desta
também não são visíveis, e recebem o nome de raios ultravioleta. Têm também algumas
aplicações:
Aplicações das radiações na cura de tintas, vernizes, adesivos e revestimentos
Os sistemas UV são largamente utilizados para proteger, decorar ou colar peças,
incluindo fibras ópticas, CDs / DVDs, cartões de crédito, produtos de madeira,
embalagens para alimentos, artes gráficas, peças automóveis e muitas outras
Parte importante da luz que o Sol envia para a Terra é luz ultravioleta. Os raios
ultravioletas do Sol têm energia suficiente para ionizar os átomos do topo da
atmosfera, criando assim a ionosfera. Devido ao seu intenso efeito químico, esta
radiação produz alterações químicas na pele humana, levando ao seu
escurecimento. Uma exposição excessiva à luz ultravioleta pode provocar o
cancro da pele. Felizmente o ozono existente na atmosfera absorve o que
poderia constituir feixes letais de ultravioleta
A grande actividade química das radiações ultravioletas confere-lhes poder
bactericida, sendo aproveitado na esterilização de alguns produtos.
Algumas substâncias quando sujeitas às radiações ultravioletas emitem luz
visível. Os átomos destas substâncias, chamadas fluorescentes, absorvem a
radiação ultravioleta (invisível), e irradiam radiação visível para o ser humano.
Os ponteiros de alguns relógios contêm vestígios dessas substâncias para
serem visíveis à noite.
Outras substâncias, designadas fosforescentes, mantêm a emissão de luz visível
durante algum tempo depois de terem sido sujeitas a radiação ultravioleta.
Devido a estas propriedades de fluorescência e fosforescência, as radiações
ultravioletas são utilizadas para detectar fraudes (notas ou bilhetes falsificados,
por exemplo)
A faixa correspondente à luz visível (faixa do espectro que o olho humano pode
visualizar) pode ser subdividida de acordo com o espectro a seguir.
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Ilustração 15 - Luz visível

Raios X
Os raios X foram descobertos, em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Röntgen. Os raios
X têm frequência alta e possuem muita energia. São capazes de atravessar muitas
substâncias embora sejam detidos por outras, principalmente pelo chumbo.
Esses raios são produzidos sempre que um feixe de electrões dotados de energia incide
sobre um obstáculo material. A energia cinética do feixe incidente é parcialmente
transformada em energia electromagnética, dando origem aos raios X.
Os raios X são capazes de impressionar uma chapa fotográfica e são muito utilizados
em radiografias, já que conseguem atravessar a pele e os músculos da pessoa, mas
são retidos pelos ossos.

Ilustração 16 - Funcionamento de um equipamento de raios X

Os raios X são também bastante utilizados no tratamento de doenças como o cancro.


Têm ainda outras aplicações: na pesquisa da estrutura da matéria, em Química, em
Mineralogia e outros ramos:
Através de raios X pode-se determinar as coordenadas de cada átomo existente
numa determinada proteína. Depois, um programa de computador transforma a
sequência de átomos em imagens, permitindo ver a estrutura da proteína e
medir propriedades importantes da proteína.
Por exemplo, pode-se estudar como é que uma enzima é capaz de catalisar um
determinado substrato e não outro; pode-se perceber como é que um
medicamento funciona e outro não. Esta é uma das áreas de estudo da Biologia
Molecular
Médicos e dentistas usam um aparelho que emite raios x para obter radiografias
e diagnosticar problemas nos órgãos de seus pacientes (fracturas, cáries, etc.)
Os raios X são um dos processos mais simples na área da radiologia, pelos raios
X podem ser identificadas fracturas ósseas, pneumonia entre outras coisas. Os
raios X são muito importantes para a medicina.
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Raios Gama (Raios )
As ondas electromagnéticas com frequência acima da dos raios X recebem o nome de
raios gama ().
Os raios gama () são produzidos por desintegração natural ou artificial de elementos
radioactivos.

Ilustração 17 – Processo de decaimento de uma amostra radioactiva

Um material radioactivo pode emitir raios gama () durante muito tempo, até atingir uma
forma mais estável.
Raios gama () de alta energia podem ser observados também nos raios cósmicos que
atingem a alta atmosfera terrestre em grande quantidade por segundo.
Os raios gama () podem causar graves danos às células, de modo que os cientistas
que trabalham em laboratório de radiação devem desenvolver métodos especiais de
detecção e protecção contra doses excessivas desses raios.
Os raios gama (), também têm várias aplicações:
A radiação gama é utilizada no tratamento de tumores cancerígenos, porque
destrói às células malignas. O problema está em que se destrói também as
células sãs. É preciso muita perícia na sua utilização
A radiação gama () é amplamente utilizada na medicina nuclear no tratamento
de enfermidades como o cancro em um processo denominado teleterapia, onde
o paciente é exposto a uma fonte radioactiva emissora gama sem que haja
contacto físico com a tal fonte por um tempo pré determinado.
É utilizado também em cirurgias sem corte para eliminação de tumores
intracranianos que é feita por um aparelho denominado faca gama.
Sua aplicação mais conhecida é a Tomografia por Emissão de Positrões (PET),
onde a emissão gama é direccionada em vários feixes gama em direcção a
detectores que posteriormente remontam fatia a fatia toda a estrutura corpórea a
ser analisada.
As principais aplicações dos raios gama () são na indústria em gamografia para
observação de uma imagem de uma peça metálica numa placa fotográfica
submetida a uma radiação gama, permitindo detectar possíveis defeitos
Em medicina são também usados na esterilização de material hospitalar
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III. As comunicações Rádio na vida quotidiana
Como vimos anteriormente, as ondas electromagnéticas abrangem um largo espectro
de frequências e utilizações. As comunicações, com ou sem fios, utilizando ondas
electromagnéticas, começaram a ser usadas em meados do sec. XIX e aos poucos e
poucos, acompanhando as evoluções tecnológicas, da sociedade, e até do próprio
individuo e suas necessidades, foram crescendo em termos de penetração,
massificação e diversificando-se, sendo hoje um ―must have‖ de todos nós. A seguinte
lista referencia os principais equipamentos electromagnéticos usados para comunicar, e
a data do seu aparecimento:
Telégrafo eléctrico com fios, ~1840 (Morse)
Telecópia (fax), ~1843 (Alexander Bain)
Telefone eléctrico com fios, ~1876 (Bell)
Telégrafo eléctrico sem fios, ~1894 (Marconi)
Radiofonia, ~1905 (Reginald Fessenden)
Televisão, ~1920 (Charles Jenkins, Paul Nipkow)
Telefone sem fios (telemóvel), ~1946
Satélites de comunicações, ~1962
Redes de computadores, ~1976
Fibras ópticas, ~1980
Hoje em dia é praticamente impossível passarmos, e funcionarmos, pessoal e
empresarialmente falando, sem utilizar pelo menos um destes tipos de comunicação.
Para além das chamadas comunicações ditas ―fixas‖ (com fio), as comunicações móveis
(sem fios) assumem cada vez mais um papel de primordial importância, e o seu
desenvolvimento e utilização tem crescido a ritmos bastante acentuados. Veja-se por
exemplo os seguintes textos retirados do site O Pior de Tudo e Marktest:

China: nº de telemóveis aumenta 10 milhões por mês

http://opiordetudo.com/page/5/
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Posse de telemóvel acima de 90%
Os resultados mais recentes do Barómetro de Telecomunicações vêm mostrar que a taxa de
penetração de telemóvel em Portugal já está acima de 90%.
No trimestre móvel de Dezembro de 2009, o Barómetro de Telecomunicações contabiliza 8 416
mil indivíduos com posse ou utilização de telemóvel, o que representa uma penetração de 90.7%
entre os residentes em Portugal
com 10 e mais anos.
Esta taxa de penetração do serviço
móvel é superior junto dos jovens,
atingindo valores acima de 99%
junto dos que têm entre 15 e 34
anos, que se revelam assim os
mais adeptos destes
equipamentos.
Mas também entre os mais novos o
telemóvel é já um bem quase
omnipresente. Este Barómetro
contabiliza mais de meio milhão de
jovens entre os 10 e os 14 anos
com posse ou utilização de
telemóvel, o que representa uma
taxa de penetração de 91.0% junto
deste target.
O equipamento revela uma penetração bastante homogénea na sociedade, sendo apenas os
mais idosos (com mais de 64 anos) os que mostram menor taxa de penetração, de 67.5%.

http://www.marktest.pt/produtos_servicos/Barometro/default.asp?c=1024&n=2121&f=1023&a=10
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Meio milhão de jovens com telemóvel
O Barómetro de Telecomunicações contabiliza mais de meio
milhão de jovens entre os 10 e os 14 anos que possuem ou
utilizam telemóvel.
No trimestre móvel de Junho de 2006, o Barómetro de
Telecomunicações contabiliza 7 524 mil indivíduos com posse ou
utilização de telemóvel, o que representa uma penetração de
81.1% entre os residentes em Portugal com 10 e mais anos.
Esta taxa de penetração do serviço móvel é superior junto dos
jovens, atingindo os 97.2% junto dos que têm entre 15 e 24 anos,
que se revelam assim os mais adeptos desta tecnologia.
Mas também entre os mais novos o telemóvel é já um
equipamento quase omnipresente. Este Barómetro contabiliza
mais de meio milhão de jovens entre os 10 e os 14 anos com
posse ou utilização de telemóvel, o que representa uma taxa de
penetração de 88.3% junto deste target.
É a partir dos 44 anos que a curva de penetração deste serviço se mostra decrescente, embora
junto dos mais idosos, com mais de 64 anos, já atinja os 45.5%, o que significa que quase
metade destes indivíduos possui ou utiliza telemóvel.
A idade é, assim, a variável mais discriminante na análise de penetração deste produto, tal como
a classe social, que também apresenta diferenciações relevantes, com valores que vão desde os
96.8% junto dos indivíduos das classes alta e média alta até aos 57.7% junto dos pertencentes à
classe baixa.
Por sexo e região há menos diferenças de comportamento, embora os homens (85.8%) e os
residentes nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto (respectivamente, 87.4% e 87.0%)
apresentem valores superiores à média

http://www.marktest.pt/produtos_servicos/Barometro/default.asp?c=1024&n=1593
Pág.19

Como é que se chegou a este estágio de desenvolvimento e utilização tão intensa dos
telemóveis e aparelhos de comunicações móveis?
IV. História e evolução das comunicações móveis
Os telemóveis são talvez a face mais visível do continuado desenvolvimento das
comunicações móveis, seus serviços, potencialidades, etc.
Desde o seu aparecimento em 1973, desenvolvido pelo Eng.º electrotécnico Martin
Cooper (Figura 17) e sua equipa, este tipo de equipamentos se tornou numa peça
fundamental do quotidiano, chegando em casos extremos quase a ser considerado
como se de uma ―peça de vestuário‖ se tratasse.

Ilustração 18 - Martin Cooper com o primeiro telemóvel Ilustração 19 - Evolução do tamanho dos telemóveis

As comunicações móveis e nomeadamente os telemóveis passaram por uma série de


gerações desde o seu aparecimento, assistindo-se a uma constante (e ás vezes até
irritante) evolução constante dos modelos, funcionalidades, características etc.
Então o que é um telemóvel, e qual foi a sua evolução até aos dias de hoje?
Um telemóvel é um aparelho de comunicação por ondas electromagnéticas que permite
a transmissão bidireccional de voz e dados utilizáveis em uma área geográfica que se
encontra dividida em células (de onde provém a nomenclatura celular), cada uma delas
servida por um transmissor/receptor. A invenção do telemóvel ocorreu em 1947 pelo
laboratório Bell, nos EUA.
Os telemóveis fornecem uma incrível variedade de funções e novos aparelhos são
lançados a um ritmo acelerado. Dependendo do modelo de telefone, podemos:
Armazenar informações de contactos
Fazer listas de tarefas a realizar
Agendar compromissos e gravar lembretes
Usar a calculadora embutida para cálculos simples
Enviar ou receber e-mail
Obter informações (notícias, entretenimento, cotações da bolsa) da Internet
Jogar
Enviar mensagens de texto
Integrar outros dispositivos como PDAs, leitores MP3 e receptores de GPS
As gerações das comunicações móveis
Há diferentes tecnologias para a difusão das ondas electromagnéticas nos telefones
móveis, baseadas na compressão das informações ou na sua distribuição:
Pág.20

Primeira geração (1G) - Estes primeiros sistemas foram concebidas no final da


década de 1970, sendo que a maioria deles foi implementado no início dos anos
80. Os sistemas 1G eram todos com transmissão de voz analógica, geralmente
com modulação FM (Frequency Modulation). A baixa capacidade destes
sistemas frente à grande procura de mercado e a existência de um grande
número de padrões, acabou motivando o desenvolvimento dos sistemas
celulares 2G. Alguns exemplos de sistemas 1G são:
o AMPS – Advanced Mobile Phone Service (Adotado no Brasil)
o TACS – Total Access Communication System
o NMT – Nordic Mobile Telephone
o Radicom 2000
o RTM - Radio Telefono Mobile
o JTACS - Japan Total Access Communications System
A primeira geração de telemóveis, suportada por sistemas analógicos, permitia apenas
transmitir voz no mesmo país. O conjunto do telefone e bateria tinha, na maior parte dos
casos, as dimensões de uma folha A4 e pesava muito.
As redes analógicas eram pouco seguras e quando o sinal era fraco sofriam
interferências.

Segunda geração (2G) – Geração com tecnologia digital, desenvolvida no final


dos anos 80 e início dos anos 90. Os sistemas 2G são na maioria digitais. De
fato, o N-AMPS é considerado um sistema 2G por atender os requisitos de
aumento de capacidade, só que manteve a voz analógica. O IS-54, também
chamado de D-AMPS (Digital AMPS), manteve o canal de controlo igual ao do
AMPS, ou seja, digitalizou os canais de voz, mas manteve a sinalização de
controlo com as características do sistema 1G AMPS. Já os sistemas IS-136, IS-
95, PDC e GSM, são sistemas 2G que trouxeram grande modificações tanto no
transporte de tráfego (transmissão de voz digital e dados em baixa taxa) como
de sinalização de controlo. Os sistemas 2G foram superados pelos 3G (terceira
geração). Alguns exemplos de sistemas 2G são:
o N-AMPS – Narrow AMPS - padrão proprietário da Motorola
o IS-54 (TDMA) – Interim Standard 54, conhecido no Brasil como D-AMPS
o IS-136 (TDMA) – Interim Standard 136, conhecido no Brasil como TDMA
o IS-95 (CDMA) – Interim Standard 95, conhecido no Brasil como CDMA
o GSM – Global System for Mobile Communications
o PDC – Personal/Pacific Digital Cellular

Segunda geração e meia (2,5G) – É uma evolução da 2G, com melhorias


significativas em capacidade de transmissão de dados e na adopção da
tecnologia de pacotes e não comutação de circuitos) Os sistemas 2,5G foram
desenvolvidos para colmatar as deficiências dos sistemas 2G na parte de
transmissão de dados. Os requisitos 2G para taxa de transmissão de dados,
ficava em 9,6 kbps ou 14,4 kbps. Na década de 1990, houve a necessidade de
ampliar as taxas para responder à crescente procura. Os sistemas 2,5G
conseguem atender taxas de até 144 kbps. Alguns exemplos de tecnologias
2,5G são:
o IS-95B – Evolução CDMA com taxas de até 115,2 kbps
o HSCSD – Evolução GSM com taxas de até 28,8 kbps
o GPRS – Evolução GSM com taxas de até 57,2 kbps
Pág.21

o EDGE – Evolução GSM com taxas de até 128 kbps


o 1xRTT – Evolução CDMA com taxas de até 144 kbps
O terminal móvel é transportado pelo subscritor do serviço, enquanto que o subsistema
do terminal de base controla a ligação com o primeiro. O subsistema de rede tem a
função de controlar as ligações entre o terminal móvel e os outros subscritores de redes
móveis ou fixas, assim como o controlo de mobilidade (que permite que o subscritor
possa estar a variar a sua localização física durante a transferência de dados/voz).
Outra implementação do sistema GSM foi o cartão SIM. Este fornece ao subscritor
mobilidade entre terminais diferentes, utilizando, para este fim, dois números de
identificação: o IMEI (International Mobile Equipment Identity), do terminal móvel, e o
IMSI (International Mobile Subscriber Identity), do cartão SIM.
O serviço mais básico fornecido é a comunicação de voz. Esta é codificada digitalmente
e enviada através da rede GSM num sinal digital. Existe também um serviço de
emergência onde é necessário introduzir um código de três dígitos para o activar.
Os utilizadores do serviço GSM podem enviar e receber dados, a velocidades até
9600bps, de utilizadores de, entre outras, POTS (Plain Old Telephone Service) e ISDN.
Outros serviços incluem SMS (Small Message Service), que permite o envio de
mensagens alfanuméricas com um tamanho máximo de 160 bytes, fornecendo ao
emissor uma aviso de recepção.
São também permitidos os reencaminhamentos e barramento de chamadas,
identificação de chamadas e chamadas em espera, entre muitos outros.
Um dos mais recentes serviços adicionados ao GSM é o WAP, onde se tenta aproximar
a Internet da comunicação móvel. Para isso desenvolveu-se a WML (Wireless Markup
Language), uma linguagem derivada da HTML com características especialmente
concebidas para redes móveis. No terminal móvel adicionou-se um pequeno browser
que efectua pedidos a uma WAP Gateway que, por sua vez, retira a informação de um
servidor de Internet e a envia para o cliente WAP, passando a informação por um filtro
de modo a traduzir esta para WML caso necessário.
Outro serviço com o objectivo de permitir uma maior aproximação da Internet é o GPRS.
Este é um serviço de transferência de dados que consegue atingir velocidades de
transferência de 171.2kbps. Assim consegue-se um acesso à Internet (usando o
terminal móvel como meio de ligação de um computador à Internet) bastante rápido. No
entanto os recursos apenas são alocados quando estão a ser necessários, libertando-os
para outros utilizadores.

Terceira geração (3G) – Geração com uso de tecnologia digital, com mais
recursos, e em desenvolvimento desde o final dos anos 90. Os sistemas 3G
oferecem uma grande quantidade de serviços, viabilizados pelo aumento da
largura de banda e implementação de políticas de QoS. Alguns serviços que se
destacam no 3G são os relacionados com a transmissão multimédia, vídeo-
conferência e LBS (Location Based Services). Inicialmente o 3G foi encabeçado
pelo ITU com o projecto IMT-2000. As diferentes propostas para o IMT-2000 é
que resultaram nas normas 3gpp e 3gpp2 que especificam as características dos
sistemas UMTS e 1xEVDO respectivamente. As duas principais tecnologias 3G
são:
o UMTS – evolução da linha GSM, que utiliza W-CDMA com 5MHz de
largura de banda na interface aérea.
Pág.22

o 1xEVDO – evolução da linha IS-95 (CDMA), que utiliza CDMA com 1,25
MHz de largura de banda na interface aérea.
Com a crescente oferta de conteúdos multimédia nos diferentes ramos de
comunicações (telefone, TV por cabo, satélite, Internet de alta velocidade, etc.) tornou-
se inevitável que as comunicações móveis teriam de possibilitar este tipo de oferta.
Para que a plataforma fosse o mais robusta possível, uma vez que estava implícita uma
maior complexidade na concepção e implementação das redes, foram concertados
esforços entre os principais blocos a operar com redes de 2ª geração e diversos
fabricantes de equipamento através do 3GPP para se chegar a uma norma universal o
UMTS (Universal Mobile TeleCommunication System). Estes objectivos foram quase
atingidos, sendo o sistema comum na Europa e Ásia, no entanto como o espectro de
frequências estabelecido para este tipo de comunicações já se encontrava ocupado nos
Estados Unidos pela 2ª geração de telemóveis, ficou estabelecido que gradualmente os
Estados Unidos iriam libertando espectro para o UMTS à medida que fossem
substituindo os telemóveis de 2ª pelos de 3ª geração.
Os terminais de UMTS distinguem dos telemóveis da 1ª e 2ª geração pela diversidade
de formas que podem assumir não se resumindo apenas a interfaces de voz, podendo
assumir a forma de um interface adequado a um ou mais tipos de conteúdos multimédia
que sejam disponibilizados. Como a transmissão é feita por pacotes e estes podem ser
enviados por mais do que uma antena em simultâneo cabe aos terminais proceder à
descodificação quer dos pacotes quer do seu conteúdo. Para o sucesso de migração
para esta geração de terminais tem de se ter em conta a minimização do seu tamanho
face à sua capacidade multimédia, a incorporação de funcionalidades que poderão
aumentar a dificuldade de utilização, o aumento da capacidade de processamento que
poderá levar a um aumento de consumo assim como a incorporação da antena no
terminal que implicará uma diminuição da potência radiada, entre outros.
O UMTS devido às suas capacidades permite passar para as comunicações móveis
praticamente todos os serviços de multimédia fornecidos por outros canais de
comunicações, no entanto para aplicações mais complexas e que exijam maiores taxas
de transferência poderá não ser economicamente viável a sua utilização, embora sejam
tecnicamente possíveis.
De seguida passam-se a enumerar alguns serviços que podem beneficiar do UMTS:
Serviços de:
Mensagens simples como: SMS, E-mail, Fazer encomendas e Pagamentos
Transmissão de dados como: acessos a Fax, Internet de baixa e alta velocidade
Transmissão de voz: Telefonema, Voicemail, Teleconferência
Transmissão multimédia: Videotelefonema, Videoconferência, trabalho à
distância, tele-presença, jogos interactivos, banca e comércio electrónico,
Videoclips on Demand

Terceira geração e meia (3,5G) – Evolução da 3G e entre as principais


vantagens deste serviço está o acesso à internet a uma velocidade de
transmissão que varia entre os 1.8Mbps e os 3.6Mbps, cerca de quatro a cinco
vezes mais que a velocidade da 3G. As principais tecnologias 3.5G são:
o HSDPA - (High-Speed Downlink Packet Access) é uma tecnologia para
transmissão de dados que cria canais e mecanismos no UMTS para a
transmissão de dados em alta velocidade. Teoricamente a tecnologia
Pág.23

pode atingir 14,4 Mbps em condições especiais de tráfego e ruído. Na


prática esta condição é raramente alcançada sendo mais justo avaliar a
tecnologia pela sua taxa de transmissão média em torno de 512 kbps no
downlink.
o HSPA - High Speed Packet Access e é a união de duas tecnologias
UMTS: HSDPA e HSUPA.
o HSUPA - HSUPA é a sigla para High-Speed Uplink Packet Access. A
tecnologia é também conhecida pela sigla EUL (Enhanced Uplink) e foi
publicada pelo 3gpp na versão 6 do UMTS. O HSUPA junto com o
HSDPA é também designado como HSPA (High-Speed Packet Access).
A tecnologia HSUPA implementa o E-DCH (Enhanced Dedicated
Channel) que é o canal uplink que implementa as funcionalidades para
transmissão de dados em até 5,76 Mbps. De fato, na versão 7 do UMTS
que introduz MIMO na interface aérea, a taxa de transmissão pode
chegar até 11,5 Mbps.

Quarta geração (4G) - Em desenvolvimento e já apresentada a nova tecnologia,


conhecida por LTE (Long Term Evolution), que permite velocidades de banda
larga móvel de, pelo menos, 100 a 150 Mbps, sendo assim possível, num futuro
muito próximo, uma utilização de todas as potencialidades da internet a
velocidades ultra-rápidas
Os operadores de telecomunicações estão lentamente a iniciar a introdução de serviços
da terceira geração (3G). À medida que as tecnologias de acesso aumentam, serviços
de voz, vídeo, multimédia, e serviços de dados de banda larga, tornam-se cada vez
mais integrados dentro na rede.
A esperança depositada no 3G era que permitisse construir uma verdadeira rede global
de alta-velocidade, dadas as suas limitações, ainda não vai ser possível.

Ilustração 20 - Relação Débito de Dados - Mobilidade de várias tecnologias.

A 4ª Geração é suposto fornecer alta-velocidade, alta-capacidade, baixo custo por bit e


serviços baseados em IP. O objectivo é fornecer débitos de dados de 20 Mbps. O mais
provável é que a rede 4G seja uma combinação de várias tecnologias (as redes
celulares actuais, as redes 3G, as redes WiFi, fixas, etc.) trabalhando em conjunto
usando um protocolo de interface adequado (por exemplo IP móvel).
Pág.24

A evolução das comunicações móveis, deu-se sobretudo, das necessidades crescentes


do indivíduo, nomeadamente da necessidade e procura de um fácil e rápido acesso a
novos conteúdos, novas formas de comunicação, etc. Se nos primórdios do telemóvel,
apenas era possível comunicar com simples mensagens de texto monocromáticas, hoje
em dia é possível comunicar usando toda a espécie de conteúdos gráficos,
policromáticos e multimédia.
SMS - A Evolução
A grande vantagem das mensagens SMS é também a sua maior desvantagem. O facto
de serem curtas permitem que sejam rápidas e viáveis de utilizar em quantidades
brutais e com pouco esforço por parte dos sistemas de comunicação envolvidos (a
média Europeia situa-se nas 26 biliões de mensagens por mês), mas como
contrapartida não serve para outro tipo de comunicação de maior tamanho e aplicação.

Ilustração 21 - Evolução dos conteúdos possíveis de enviar via telemóvel

A evolução (Ilustração 21) tende para permitir maiores mensagens compatíveis com
diversos tipos de informação: Som, Imagem, Vídeo, Texto, Transacções, etc., e
preparado para colher as vantagens da evolução tecnológica (e do aumento da largura
de banda que se verifica com o GPRS e UMTS, e demais novas tecnologias).
Foi assim criada uma nova especificação, o MMS - Multimedia Messaging Service que é
utilizado em maior escala à medida que vão sendo substituídos os telemóveis menos
recentes e que portanto não permitem o acesso a esses serviços (telemóveis de
geração inferior à 2.5G) pelos telemóveis que suportam as tecnologias GPRS e UMTS
(telemóveis de geração superior à 2.5G). Pág.25
V. Constituição de um telemóvel
Os telemóveis são dos dispositivos mais complexos que as pessoas usam no dia-a-dia.
Os telemóveis digitais modernos podem processar milhões de cálculos por segundo
para comprimir e descomprimir o fluxo de voz, entre outras coisas.

Ilustração 22 - Nokia 5110 desmontado

Se desmontar um telemóvel (Ilustração 22), vai descobrir que ele contém poucas peças
individuais:
Uma placa de circuitos que contém o "cérebro" (microprocessador, CPU) do
telefone
Uma antena (interna ou externa, consoante o modelo)
Um visor de cristal líquido (LCD) (monocromático ou policromático, consoante o
modelo)
Um teclado (diferente daquele que você encontra no controle remoto da TV)
(Pode existir fisicamente, ou virtualmente, consoante o modelo)
Um microfone
Um alto-falante
Uma bateria
A placa de circuito (Ilustrações 23 e 24) é o coração do sistema.

Ilustração 23 - A frente da placa de circuito Ilustração 24 - A parte traseira da placa de circuito

Nas fotos apresentadas vêem-se diversos chips de computador. Vamos falar sobre o
que fazem alguns dos chips individuais. Os chips de conversão analógico para digital e
digital para analógico traduzem o sinal de rádio emitido de analógico para digital e o
Pág.26

sinal recebido de digital novamente para analógico. O processador de sinal digital (em
inglês, DSP) é um processador altamente personalizado e projectado para efectuar
cálculos de manipulação do sinal em alta velocidade.
O microprocessador (ou CPU, Ilustração 25) cuida de todas as tarefas requeridas pelo
teclado e pelo visor, é o responsável pelo controle de sinalização com a estação base,
além de coordenar todas as outras funções na placa.

Ilustração 25 - O microprocessador

Os chips de memória ROM e memória Flash (Ilustrações 27 e 28) permitem o


armazenamento do sistema operativo e de todos os recursos relacionados com a
personalização do telemóvel, como a agenda de telefones, imagens, músicas, etc. A
secção de radiofrequência (RF) e energia faz a gestão da energia e recarga, e também
lida com as centenas de canais de FM. Finalmente, os amplificadores RF manipulam os
sinais que entram e saem da antena.

Ilustração 26 - O visor e os contactos do teclado

O visor (Ilustração 26) cresceu consideravelmente em tamanho devido ao aumento do


número de recursos dos telemóveis, e em qualidade (mais cores e melhores visores). A
maioria dos telemóveis oferece agendas telefónicas, calculadoras e jogos embutidos. E
muitos dos telefones incorporam algum tipo de PDA ou navegador Web.
Pág.27

Ilustração 27 - O cartão de memória Flash na placa de circuito Ilustração 28 - O cartão de memória Flash removido
Alguns telefones armazenam determinadas informações, como os códigos PIN e PUK,
na memória Flash interna (Ilustrações 27 e 28), enquanto outros usam cartões externos
similares aos cartões SmartMedia (Ilustração 29).

Ilustração 29 - O cartão flexível de estado sólido (SSFDC), mais conhecido como SmartMedia, foi originalmente
desenvolvido pela Toshiba (esquerda). Sua constituição (direita)

Ilustração 30 - O alto-falante, o microfone e a bateria de manutenção do telemóvel

É incrível como os telemóveis reproduzem sons de boa qualidade utilizando alto-


falantes e microfones tão minúsculos (Ilustração 30). Na foto acima, o alto-falante tem
aproximadamente o tamanho de uma moeda, e o microfone não é maior do que a
bateria do relógio de pulso ao lado, que é usada para o chip do relógio interno.
O que é surpreendente é que toda essa funcionalidade, que somente 30 anos atrás
ocuparia todo um andar de um prédio de escritórios, agora está presente numa ―caixa‖
que cabe confortavelmente na palma das nossas mãos.
Pág.28
VI. Constituição de um PDA
Introdução
A principal finalidade de um assistente digital pessoal (PDA) é actuar como um
organizador electrónico ou agenda portátil de planeamento diário. Ele é fácil de usar e
capaz de partilhar informações com o PC. Ele deve ser uma extensão do PC, e não um
substituto.
Os PDAs, também chamados de handhelds ou palmtops, definitivamente evoluíram ao
longo dos anos. Eles não gerem as informações pessoais, como contactos,
compromissos, listas de coisas a fazer, emails, etc. Os dispositivos de hoje também
podem conectar-se à internet, actuar como dispositivos de posicionamento global (GPS)
e executar software multimédia. E ainda mais, os fabricantes combinaram os PDAs com
telemóveis, reprodutores multimédia e outros equipamentos electrónicos.

Ilustração 31 - Hewlett Packard iPAQ RZ1715 Pocket PC, Motorola MPx, Samsung SPH-i500, Motorola MPX100, T-Mobile
Sidekick

Conforme as suas capacidades continuam a crescer e evoluir, o aparelho PDA padrão


está a transformar-se.
Tipos de PDA
PDAs tradicionais
Os PDAs tradicionais de hoje são descendentes dos aparelhos originais PalmPilot e
Microsoft Handheld PC. Os aparelhos Palm executam o sistema operacional Palm OS e
os Pocket PCs da Microsoft executam o Windows Mobile. As diferenças entre os dois
sistemas são menores do que já foram.
Pág.29

Ilustração 32 - Handheld palmOne Tungsten T5

Conhecidos por sua facilidade de uso, os PDAs Palm OS possuem:


Uma vasta biblioteca de aplicativos de terceiros (mais de 20 mil) que se pode
adicionar ao sistema (a maioria dos aparelhos vem equipada com software de e-
mail, produtividade e multimédia)
Uma versão actualizada do aplicativo de reconhecimento de escrita Graffiti
Sincronização tanto com computadores Windows quanto Macintosh, usando o
Palm Desktop
Visores menores que a dos Pocket PC, para acomodar uma área dedicada ao
Graffiti no aparelho (alguns aparelhos Palm de última geração agora incorporam
uma área virtual para Graffiti no visor, resultando em maior área de
visualização).
A maioria dos aparelhos Palm é feita pela palmOne, que oferece as linhas de produtos
Zire e Tungsten.
Pocket PC é o nome genérico para os PDAs baseados no Windows Mobile e os seus
recursos padrão incluem:
Versões Pocket de aplicativos Microsoft, como o Microsoft Word, Excel e Outlook
(alguma formatação é perdida entre o Pocket e as versões padrão dos
documentos)
Sincronização com o Microsoft Outlook em um PC Windows (a sincronização
com sistemas de e-mail diferentes do Outlook ou com computadores Macintosh
requer software adicional)
Três aplicativos de reconhecimento de escrita: Transcriber, Letter Recognizer
(similar à nova versão do Graffiti) e Block Recognizer (similar ao Graffiti original)
Uma área de escrita virtual, que maximiza o tamanho do visor
Windows Media Player para conteúdo multimédia.
Telefones inteligentes

Ilustração 33 - Handheld palmOne Treo 650

Um telefone inteligente é tanto um telemóvel com capacidades de PDA, como um PDA


tradicional com capacidades de telemóvel acrescentadas. As características destes
aparelhos incluem:
Um provedor de serviço móvel para lidar com os serviços telefónicos e de dados
Acesso à internet através das redes celulares de dados
Várias combinações de recursos de telemóvel e PDA, dependendo do aparelho
(por exemplo, nem todos os telefones inteligentes oferecem capacidade de
reconhecimento de escrita)
Pág.30

Diversos sistemas operativos diferentes, incluindo Windows Mobile Pocket PC


Phone Edition, o Palm OS, o Blackberry OS para telefones inteligentes
Blackberry e o Symbian OS para telefones inteligentes da Panasonic, Nokia,
Samsung e outros.
O que os PDAs fazem
Informações básicas
Até os PDAs mais básicos trabalham com a gestão de informações pessoais padrão
(PIM), executam softwares de aplicativos e sincronizam informações com PCs. Eis
alguns detalhes adicionais sobre esses recursos básicos:
Lidar com funções PIM padrão
Todos os PDAs vêm com algum tipo de gestão de informações pessoais (em inglês,
PIM) que lida com as seguintes tarefas para manter sua organização:
Armazena informações de contactos (nomes, endereços, números de telefone,
endereços de e-mail)
Gera listas de coisas a fazer
Toma notas
Apresenta uma lista de compromissos (agenda e calendário)
Lembra compromissos (relógio e funções de alarme)
Faz cálculos
Executa softwares aplicativos
Os PDAs executam aplicativos de software especializados:
Os aparelhos Windows Mobile vêm com versões Pocket do Word, Excel, Internet
Explorer e Outlook (incluindo funções de e-mail e gestão de informações
pessoais), junto com o Windows Media Player e gravação de lembretes de voz
A maioria dos aparelhos Palm OS inclui aplicativos como DataViz Documents to
Go (compatíveis com Microsoft Word, Excel e PowerPoint), palmOne Media
(para fotos e vídeo), software de e-mail VersaMail e software de navegação na
web
Todos os tipos de aparelhos podem executar outros tipos de software, incluindo
jogos, multimédia, controle de gastos, dieta e exercícios, viagem, médicos,
horários, impostos e referência
Sincronizar com PCs
Os PDAs são projectados para serem um complemento do PC, por isso precisam
funcionar com a mesma informação em ambos os lugares. Se se agendar um
compromisso no computador do escritório, deverá existir uma sincronização com o PDA.
Caso se adicione um novo número telefónico, contacto, etc. no PDA, deve-se
oigualmente sincronizar as informações com o PC.
Os aparelhos Pocket PC da Microsoft usam o software de sincronização ActiveSync, ou
o Windows Mobile Device Center, enquanto que os dispositivos Palm OS utilizam o
HotSync.
A vantagem da sincronização é que sempre temos um cópia de backup (reserva) dos
dados, o que pode ser um salva-vidas em caso de quebra, roubo ou falta de energia do
PDA.
Pág.31
Funções comuns
Hoje, a maioria dos PDAs incorpora funções sem fio e multimédia do mesmo tipo. As
funções encontradas na maioria dos aparelhos (mas não necessariamente em todos)
incluem:
Conectividade sem fio de curto alcance usando infravermelho (IV ou IR, em
inglês) ou tecnologia Bluetooth. O infravermelho é encontrado na maioria dos
PDAs e requer uma linha de vista directa entre os aparelhos. É comummente
usado para fazer a sincronização com um computador notebook que possua
uma porta infravermelha. O Bluetooth faz a conexão sem fio (é uma tecnologia
de frequência de rádio que não requer uma linha de vista directa) com outros
dispositivos com capacidade Bluetooth, como um microfone e auscultador de
ouvido (headset) ou uma impressora
Conectividade à internet e rede corporativa por meio de Wi-Fi e pontos de
acesso sem fio
Suporte a Wireless WAN (Wide Area Networks, redes de área ampla sem fio); as
redes de celulares de dados que proporcionam conectividade à internet por meio
de aparelhos de telefonia inteligente
Um slot para cartão de memória que aceita CompactFlash, MultiMediaCard e
cartões Secure Digital, actuando estes como armazenamento adicional para
arquivos e aplicativos.
Suporte de áudio/vídeo para arquivos MP3, MP4, DIVx e um microfone, tomada
para alto-falante e tomada para auscultador de ouvido
Acessórios
Os PDAs com tecnologia de ponta oferecem recursos multimédia, de segurança e de
expansão que não são encontrados em aparelhos de menor custo:
Um slot para cartão de entrada/saída Secure Digital Input/Output (SDIO) para
periféricos de expansão contidos em um cartão SDIO, por exemplo, um cartão
Bluetooth, um cartão Wi-Fi ou um cartão GPS (sistema de posicionamento
global)
Uma câmara digital embutida para instantâneos de imagens digitais e captura de
pequenos vídeos
Recursos de segurança integrados, como um leitor de impressões digitais
biométrico
Capacidades de GPS incorporadas
Componentes do PDA
Microprocessadores e memória
Assim como os computadores de escritório e laptops comuns, os PDAs utilizam
microprocessadores. O microprocessador é o cérebro do PDA e coordena todas as suas
funções de acordo com as instruções programadas. Ao contrário dos PCs de escritório e
laptops, os PDAs usam microprocessadores menores e mais baratos. Apesar de esses
microprocessadores terem a tendência de serem mais lentos que seus correspondentes
PCs, eles são adequados para a tarefa que os PDAs executam. Os benefícios de um
tamanho e preço menor superam a desvantagem das baixas velocidades.
Pág.32
Ilustração 34 - As peças que podem compor um PDA:

Um PDA não possui disco rígido. Ele armazena programas básicos (agenda de
endereços, calendário, bloco de anotações e sistema operativo) num chip de memória
somente leitura (ROM), que permanece intacto mesmo quando a máquina é desligada.
Seus dados e quaisquer programas que se acrescentem posteriormente são
armazenados na memória de acesso aleatório (RAM) do aparelho. As informações na
RAM permanecem acessíveis somente enquanto o aparelho estiver ligado. Devido ao
seu projecto, os PDAs conservam os dados na RAM em segurança porque continuam a
consumir uma pequena quantidade de energia, mesmo quando o aparelho está
desligado.
Os PDAs de menor potência possuem menores quantidades de memória RAM. No
entanto, diversos programas de aplicativos ocupam um espaço de memória significativo,
de modo que a maioria dos modelos tem uma capacidade maior de memória. Além
disso, os aparelhos Pocket PC geralmente requerem mais recursos e possuem até mais
memória RAM. Para fornecer memória adicional, muitos PDAs aceitam média flash
removível e cartões de expansão. Eles são úteis para armazenar arquivos grandes ou
conteúdo multimédia, como fotos digitais.
Alguns PDAs mais recentes, como o Palm Tungsten E2, usam memória flash em vez de
memória RAM. A memória flash não é volátil, o que significa que ela preserva os dados
e aplicativos que armazena, mesmo quando toda a energia da bateria se esgota.
Sistemas operativos
O sistema operativol contém as instruções pré-programadas que informam o que o
microprocessador deve fazer. Os sistemas operativos usados pelos PDAs não são tão
complexos quanto os usados pelos PCs. Eles possuem menos instruções, o que requer
menos memória.
Pág.33
Ilustração 35 - Vista interna de um PDA. Uma placa de circuito desdobra-se do visor. No meio da placa de circuito de
camada única está o microprocessador e, à esquerda e acima, estão os chips de memória.

Os PDAs e os telefones inteligentes normalmente possuem um de dois tipos de


sistemas operativos: Palm OS ou Windows Mobile. Entretanto, a RIM tem um SO
específico para seus aparelhos Blackberry e o sistema operativo Symbian opera em
alguns telefones inteligentes (Nokia, por exemplo)
Baterias
Os PDAs obtém a sua energia através de baterias. Alguns modelos usam baterias
alcalinas (AAA), enquanto outros usam baterias recarregáveis (de lítio, níquel-cádmio ou
hidreto metálico de níquel). A vida da bateria depende do tipo de PDA e da forma como
se o utiliza. Algumas das coisas que podem drenar as baterias:
Sistema operativo (o PocketPC requer mais energia em virtude de possuir
maiores requisitos de memória)
Mais memória
Conexões sem fio, como Wi-Fi e Bluetooth
Iluminação traseira do visor
A vida da bateria pode variar de horas a dias, dependendo do modelo do PDA e de seus
recursos. A maioria dos PDAs possui sistemas de gestão de energia para prolongar a
vida da bateria. Mesmo se as baterias estiverem com pouca carga e não se puder ligar
a máquina (ela dará uma série de avisos antes que isso aconteça), geralmente haverá
energia suficiente para preservar a memória RAM.
Caso as baterias se esgotem completamente ou se remova as mesmas, a maioria dos
aparelhos possui uma bateria de emergência interna que fornece energia por curto
prazo (geralmente 30 minutos ou menos) até que se instale outra de reposição. Se toda
a energia for consumida, os PDAs perderão todos os dados contidos na memória RAM.
Isso torna o backup ou a sincronização do PDA extremamente importante.
Além da energia da bateria, muitos PDAs vêm com adaptadores CA para funcionar com
corrente eléctrica residencial, ou até um adaptador para automóveis.
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Ilustração 36 - Componentes do PDA: estojo, tela de cristal líquido e placa de circuito. Este modelo vem na cor preta,
mas você pode comprar capas intercambiáveis em várias cores.

Visor LCD
Os PDAs usam uma visor LCD (mostrador de cristal líquido). Ao contrário dos visores
LCD para computadores e laptops, que são usadas unicamente como dispositivos de
saída, os PDAs usam seus visores para a entrada e saída de informações. Os visores
LCD dos PDAs são menores do que os dos laptops, mas variam de tamanho.
Actualmente todos os PDAs oferecem visores coloridos.
As telas dos PDAs possuem os seguintes recursos:
LCD TFT (thin-film transistor, transístor de película fina) para uso em ambiente
interno ou externo
Resoluções de pixel diferentes com resoluções mais altas para maior qualidade
Visor colorido
Iluminação traseira para leitura com pouca iluminação
Métodos de entrada
Os PDAs variam quanto à maneira como se faz a entrada de dados e comandos. Alguns
aparelhos usam exclusivamente uma caneta especial (stylus) e uma tela sensível, em
combinação com um programa de reconhecimento de escrita. Usando uma caneta
especial plástica, desenham-se caracteres na tela ou na área dedicada à escrita do
aparelho. O software no interior do PDA converte os caracteres em letras e números.
Nos aparelhos Palm, o software que reconhece essas letras chama-se Graffiti. O Graffiti
requer que cada letra seja registada de uma maneira determinada e deve-se usar um
alfabeto especializado.
Os PDAs Pocket PC oferecem três aplicativos de reconhecimento de escrita:
Transcriber, Letter Recognizer e Block Recognizer. O Letter Recognizer e o Block
Recognizer são similares ao Graffiti e requerem alfabetos especializados. Por outro
lado, o Transcriber reconhece a escrita "normal" se se escrever de modo legível. Ele
possui capacidade de reconhecimento de escrita similar à encontrada nos Tablet PCs.
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Ilustração 37 - Teclado Logitech (967301-0403)

Caso não o utilizador não se adapte com a escrita no PDA, poderá usar determinados
um teclado miniatura próprios para o efeito. São parecidos com um teclado normal, a
única diferença é que são bem mais pequenos. Além disso, muitos aparelhos incluem
um pequeno (e geralmente desajeitado) teclado QWERTY (em inglês). Também poderá
ser usado um teclado de tamanho normal conectado ao PDA via bluetooth ou porta
USB. Cada modelo também possui alguns botões e indicadores de navegação para
comandar os aplicativos e rolar o visor através dos arquivos.

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VII. O uso dos equipamentos de comunicação móvel na
sociedade
Como vimos anteriormente o telemóvel sofreu neste seu pouco tempo de existência
uma constante e formidável evolução em todas as suas características.
No inicio do aparecimento do telemóvel, dado o seu custo elevado e pouca ―atracção‖
apenas alguns ―privilegiados‖ possuíam um: pessoas que pelas características do seu
trabalho, como a mobilidade frequente e necessidade de se estarem ―sempre‖
contactáveis ou poderem contactar, ou até como símbolo de status.
Com o advento das comunicações digitais tudo começa a modificar-se: Os
equipamentos são mais ―atractivos‖, mais baratos, possuem funcionalidades apetecíveis
e dentro em pouco o fenómeno da massificação do seu uso começa a surgir.
E como a procura fomenta a oferta… Todos os grandes (e mesmo pequenos)
fabricantes de equipamentos de comunicações e electrónica começam a fazer surgir no
mercado cada vez mais uma maior variedade de modelos. Tal como a ―pescadinha de
rabo na boca‖ uma coisa leva a outra e assiste-se a um aumento exponencial da oferta,
venda e uso de telemóveis.
Se por um lado esta massificação do uso do telemóvel permite qualquer um ter um
equipamento de comunicações móveis, estar sempre contactável e contactar sempre
que quiser, começa também a assistir-se a uma divisão do seu uso por determinados
nichos de idades, nicho social, nicho profissional etc.
Os mais novos usam o telemóvel sobretudo para jogar, ou para contactarem ou
serem contactados pelos pais
Os jovens/adolescentes usam o telemóvel essencialmente para comunicar (fala,
SMS, MMS, Messenger, etc.) e ouvir música
Os adultos usam o telemóvel sobretudo para comunicar através de voz e
mensagens
Os mais velhos usam o telefone praticamente só para atender e efectuar
chamadas
O telemóvel é, na sociedade actual, equiparado por muitos a um bem essencial, tal
como a comida, o vestuário, etc. Em quase todas as famílias, todos os membros do
agregado familiar possuem um ou mais telemóveis, inclusive crianças com menos de
dez anos. O telemóvel tornou-se um dos principais, se não o principal meio de
comunicação, permitindo que as pessoas comuniquem em tempo real, de várias formas.
Para os mais jovens e, por consequência com menos recursos existem as SMS que
estão a massificar-se na sociedade actual e, tornaram-se uma das principais formas de
comunicação.
Não obstante, para aqueles que estão longe das suas famílias ou entes queridos,
inventaram também a vídeo chamada que permite ver a pessoa com quem se está a
estabelecer a ligação em tempo real. Por outras palavras, os telemóveis traduziram-se
num grande avanço tecnológico, que facilitou bastante a comunicação, tornou-a
acessível às massas e, os constantes e avultados investimentos nesta área, assim
como, a proliferação das empresas de telecomunicações em todo o mundo, têm
contribuído para a criação de muitos postos de trabalho e, para o desenvolvimento
tecnológico.
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No entanto, o uso massivo deste aparelho, acarreta grandes desvantagens,


nomeadamente, o facto de destruir as relações interpessoais e o diálogo entre as
famílias e prejudicar a saúde, em especial o desenvolvimento cerebral, devido às
radiações que estes emitem. Ou seja, quanto mais tempo se passar ao telemóvel maior
é a probabilidade de se contrair uma doença inerente à utilização deste aparelho. Em
suma, neste momento, seria incongruente abolir os telemóveis em função das suas
desvantagens, porém incentivar através de campanhas de prevenção, entre outros
métodos, é um procedimento a intensificar.

Outra conclusão a que se podemos chegar é que apesar do telemóvel ser um


equipamento massificado, é também cada vez maior o número de terminais tipo PDA
(Personal Digital Assistant) que não é mais do que um computador de dimensões
reduzidas, dotado de grande capacidade computacional, cumprindo as funções de
agenda e sistema informático de escritório elementar, com possibilidade de
interconexão com um computador pessoal e uma rede informática sem fios — Wi-Fi —
para acesso a correio electrónico e internet.
Os PDAs de hoje possuem grande quantidade de memória e diversos softwares para
várias áreas de interesse, desde uma versão do pacote Office (Word, Excel, Power
Point) até leitores de ficheiros PDF, DIVx, etc, etc. Para além das aplicações
normalmente fornecidas com os equipamentos são milhares as aplicações existentes na
Internet, e que facilmente se pode efectuar o download e instalar no PDA (isto também é
válido para os telemóveis em geral)
Os modelos mais sofisticados possuem modem (para acesso à internet), câmara digital
acoplada (para fotos e filmagens), visor colorido (Touch ou não), rede sem fios
embutida, Bluetoth, GPS, etc.
Os PDAs guardam das agendas electrónicas somente as dimensões, pois sua utilidade
e aplicabilidade estão se aproximando cada vez mais rapidamente dos computadores
de mesa.
Tipicamente as pessoas que usam, ou preferem um PDA a um telemóvel, são aquelas
que tentam tirar o máximo uso do mesmo, acabando por o terminal móvel ser quase
uma extensão do seu computador, ficheiros, trabalho, empresa, etc.
Outro comentário que se poderá fazer relativamente ao telemóvel e o seu uso prende-se
que muitas vezes o seu uso, e o adquirir de um determinado modelo acaba por ser
quase como uma questão de status (―Olha, comprei o último modelo da marca XPTO!‖)
nomeadamente quando os modelos adquiridos são as chamadas edições especiais
(que muitas vezes custam uma pequena fortuna). Não é que os mesmos tenham
alguma característica ou funcionalidade a mais, ou melhor, do que os modelos ―normais‖
mas sim, o facto de terem o nome de determinado designer, marca, ou característica
especial (incrustação de diamantes, banhado a ouro, caixa em titânio, etc.) que os faz
serem colocados num pedestal e serem objecto de desejo… ainda que, muitas vezes
impossível de concretizar.
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Bibliografia, Webgrafia
- Manual Comunicações, Carlos Ferreira de Castro, 2.ª edição, revista e actualizada,
Escola Nacional de Bombeiros
- Google.com
- Ondas Electromagnéticas (http://www.algosobre.com.br/fisica/ondas-
eletromagneticas.html)
- Wikipedia, http://pt.wikipedia.org
- Comunicações Moveis, http://www.cedet.com.br/index.php?/O-que-e/Comunicacoes-
Moveis
- Como funcionam os telefones celulares, http://informatica.hsw.uol.com.br/celular.htm
- Etapas da evolução da Comunicação - http://pt.shvoong.com/social-sciences/1696310-
etapas-da-evolu%C3%A7%C3%A3o-da-comunica%C3%A7%C3%A3o/
Como funcionam os PDAs - http://eletronicos.hsw.uol.com.br/palmtops.htm

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