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Eduardo Ramos
2010-2011
Índice
Ilustração 1 - Evolução da Comunicação - Desenho de Mike Keefe publicado no InToon.com, traduzido por Bruno
Cardoso
Pág.5
II. Sistemas de Comunicação
Introdução
Os Sistemas de Comunicação são uma parte fundamental do quotidiano de
todos nós, e muitas vezes usamo-los de uma forma tão intuitiva e estão tão banalizados
que praticamente nem nos apercebermos da sua existência, história, meios técnicos e
humanos por trás deles, etc.
Comecemos por definir Comunicação como sendo o processo de transferir informação,
no espaço e no tempo, de um ponto, denominado fonte, ou Transmissor, para outro,
denominado destino, ou Receptor. Um Sistema de Comunicação é o conjunto de
mecanismos que permite processar a informação desde a fonte até ao destino. Um
sistema de comunicação eléctrica é aquele que executa essa função através do uso de
dispositivos, fenómenos e sinais eléctricos.
Conversor Canal Conversor
Fonte de Transmissor de Receptor de Destino
Entrada Transmissão Saída
Ruido
Interferência
Distorção
Este sistema onde intervêm apenas os três elementos principais é também o chamado
triângulo da comunicação (Ilustração 4)
Sistemas de Comunicação
Via Rádio
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Ilustração 6 - Cabo Coaxial (esquerda), Cabo de Fibra Óptica (centro), Cabo de Pares Entrançados (direita)
Pág.7
Sistemas de Comunicação Via Rádio
Estes sistemas utilizam ondas electromagnéticas como elemento de ligação
entre o Transmissor e o Receptor. Como estas ondas possuem a propriedade de
irradiarem-se pelo espaço, dispensando e existência de quaisquer meios físicos para a
transmissão, a sua implantação é muito facilitada.
Quando comparados com os Sistemas de Comunicação Via Cabo, os Sistemas de
Comunicação Via Rádio apresentam as seguintes características:
Utilizam equipamentos electrónicos relativamente complexos para o
processamento dos sinais necessários à operação do sistema
A qualidade é menor e depende das condições de propagação da onda
electromagnética
Em compensação, os custos de implantação são menores para distâncias
superiores a algumas dezenas de quilómetros, apresentando óptima flexibilidade
para ampliações
Estas características tornam estes sistemas adequados para comunicações de
longa distância e comunicações móveis, e é sobre este tipo de comunicações
que nos iremos debruçar.
As ondas electromagnéticas
Como foi dito anteriormente os Sistemas de Comunicação Via Rádio baseiam o
seu funcionamento nas chamadas ondas electromagnéticas.
As comunicações rádio utilizam equipamentos que emitem sinais, que viajam sob a
forma de ondas (Ilustração 7). Essa viagem designa-se por propagação do sinal rádio.
O som também viaja (propaga-se) sob a forma de ondas sonoras, mas a semelhança,
porém, acaba aí, pois o som corresponde a uma vibração mecânica que se transmite
(propaga-se) e que por ser de natureza mecânica, só se pode deslocar em meios
materiais (sólidos, líquidos ou gasosos).
A velocidade de propagação das ondas sonoras no ar à temperatura ambiente (+25º) é
de 346,3 m/s, normalmente referenciada como 340 m/s.
O sinal rádio distingue-se do som, por ser de natureza electromagnética (e não
mecânica) não necessitando, portanto, de ar ou qualquer outro meio material para se
propagar. Com efeito, os sinais rádio podem viajar no espaço fora da atmosfera terrestre
onde não existe matéria.
As ondas de rádio e as ondas luminosas são casos especiais de ondas
electromagnéticas, que diferem entre si na frequência (as ondas luminosas possuem
frequência muito maior do que as ondas de rádio, ver Ilustrações 8 e 9). Todas as ondas
electromagnéticas propagam-se com a mesma velocidade no vácuo.
Pág.8
Ilustração 8 - Espectro electromagnético, com fontes físicas, produção prática e espectro de luz visível indicado
4
Ilustração 11 - Reflexão de ondas rádio de 10 Hz a 107 Hz na ionosfera
Estas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como árvores,
edifícios, de modo que é relativamente fácil captá-las num aparelho radiorreceptor.
Ondas de TV
As emissões de TV são feitas a partir de 5x107 Hz (50.000.000 Hz = 50 Mega Hertz = 50
MHz). É costume classificar as ondas de TV em várias bandas de frequência (faixa de
frequência), que são:
VHF : Very High Frequency
UHF : Ultra-High Frequency
SHF : Super-High Frequency
EHF : Extremely High Frequency
VHFI : Very high Frequency Indeed
As ondas de TV não são reflectidas pela ionosfera, de modo que, para estas ondas
serem captadas a distâncias superiores a 75 km, é necessário o uso de estações
repetidoras.
Microondas
Microondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores
electrónicos. Frequências mais altas que as microondas só as produzidas por
oscilações moleculares e atómicas.
As microondas são muito utilizadas em telecomunicações. As ligações de telefone e
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programas de TV recebidos "via satélite" de outros países são feitas com o emprego de
microondas.
Ilustração 13 - Transmissão de TV e telefonia com microondas
Luz visível
O nosso olho só tem condições de perceber frequências que vão de 4,3x1014 Hz
(430.000.000.000.000 Hz = 430 Tera Hertz = 430 THz) a 7x1014 (700.000.000.000.000
Hz = 700 Tera Hertz = 700 THz), faixa indicada pelo espectro como luz visível.
Nosso olho percebe a frequência de 4,3x1014 como a cor vermelha. Frequências abaixo
desta não são visíveis e são chamados de raios infravermelhos, que têm algumas
aplicações práticas:
Eles são os responsáveis pela troca de energia térmica através do vazio. Se
estas radiações não existissem, dois corpos que se encontrassem a uma
determinada temperatura mantê-la-iam sem alterações por tempo indefinido. No
entanto, dado que o corpo mais quente cede energia ao corpo mais frio, através
da radiação, ambas as temperaturas (quente e fria) acabam por compensar-se e
atingir uma mesma temperatura de equilíbrio
O transporte de energia necessário para a vida, por exemplo, do Sol até à Terra
ocorre unicamente através das radiações infravermelhas
Utilizados para aquecer ambientes, cozinhar alimentos e secar tintas e vernizes
Em medicina, têm amplo uso terapêutico, sendo empregados no tratamento de
sinusite, dores reumáticas e traumáticas. A radiação infravermelha penetra na
pele, onde sua energia é absorvida pelos tecidos e espalhada pela circulação do
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sangue
Existem aparelhos especiais que permitem ver um objecto pela detecção das
radiações infravermelhas que ele emite. Um exemplo prático é dado pelo
sistema de alarme infravermelho: qualquer interrupção de um feixe dessas
radiações ocasiona a criação de um impulso eléctrico no detector de controlo,
ligando o alarme. Esse sistema é usado, também nas portas de elevadores, para
evitar que elas se fechem sobre as pessoas
Um uso também muito comum do infravermelho é para o fabrico de comandos à
distância (telecomandos), preferíveis em relação as ondas de rádio por que não
sofrem interferências de outras ondas electromagnéticas como. Por exemplo, os
sinais de televisão
Os infravermelhos também são utilizados para comunicação a curta distância
entre os computadores e os seus periféricos
A fotografia é uma das actividades mais beneficiadas com a aplicação da
radiação infravermelha. Algumas emulsões fotográficas podem tornar-se
sensíveis a uma luz de comprimento de onda de até 1,1 micrómetro (m = 10-6
m = 0.000 001 m) – o infravermelho próximo da luz visível. Utilizando um certo
tipo de filme infravermelho colorido, as cores dos objectos apresentam-se
deslocadas de suas posições no espectro – a luz azul não aparece, os objectos
verdes ficam azuis, os vermelhos mostram-se verdes e os infravermelhos
colorem-se de vermelho.
A frequência de 7x1014 é vista pelo olho como cor violeta. Frequências acima desta
também não são visíveis, e recebem o nome de raios ultravioleta. Têm também algumas
aplicações:
Aplicações das radiações na cura de tintas, vernizes, adesivos e revestimentos
Os sistemas UV são largamente utilizados para proteger, decorar ou colar peças,
incluindo fibras ópticas, CDs / DVDs, cartões de crédito, produtos de madeira,
embalagens para alimentos, artes gráficas, peças automóveis e muitas outras
Parte importante da luz que o Sol envia para a Terra é luz ultravioleta. Os raios
ultravioletas do Sol têm energia suficiente para ionizar os átomos do topo da
atmosfera, criando assim a ionosfera. Devido ao seu intenso efeito químico, esta
radiação produz alterações químicas na pele humana, levando ao seu
escurecimento. Uma exposição excessiva à luz ultravioleta pode provocar o
cancro da pele. Felizmente o ozono existente na atmosfera absorve o que
poderia constituir feixes letais de ultravioleta
A grande actividade química das radiações ultravioletas confere-lhes poder
bactericida, sendo aproveitado na esterilização de alguns produtos.
Algumas substâncias quando sujeitas às radiações ultravioletas emitem luz
visível. Os átomos destas substâncias, chamadas fluorescentes, absorvem a
radiação ultravioleta (invisível), e irradiam radiação visível para o ser humano.
Os ponteiros de alguns relógios contêm vestígios dessas substâncias para
serem visíveis à noite.
Outras substâncias, designadas fosforescentes, mantêm a emissão de luz visível
durante algum tempo depois de terem sido sujeitas a radiação ultravioleta.
Devido a estas propriedades de fluorescência e fosforescência, as radiações
ultravioletas são utilizadas para detectar fraudes (notas ou bilhetes falsificados,
por exemplo)
A faixa correspondente à luz visível (faixa do espectro que o olho humano pode
visualizar) pode ser subdividida de acordo com o espectro a seguir.
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Ilustração 15 - Luz visível
Raios X
Os raios X foram descobertos, em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Röntgen. Os raios
X têm frequência alta e possuem muita energia. São capazes de atravessar muitas
substâncias embora sejam detidos por outras, principalmente pelo chumbo.
Esses raios são produzidos sempre que um feixe de electrões dotados de energia incide
sobre um obstáculo material. A energia cinética do feixe incidente é parcialmente
transformada em energia electromagnética, dando origem aos raios X.
Os raios X são capazes de impressionar uma chapa fotográfica e são muito utilizados
em radiografias, já que conseguem atravessar a pele e os músculos da pessoa, mas
são retidos pelos ossos.
Um material radioactivo pode emitir raios gama () durante muito tempo, até atingir uma
forma mais estável.
Raios gama () de alta energia podem ser observados também nos raios cósmicos que
atingem a alta atmosfera terrestre em grande quantidade por segundo.
Os raios gama () podem causar graves danos às células, de modo que os cientistas
que trabalham em laboratório de radiação devem desenvolver métodos especiais de
detecção e protecção contra doses excessivas desses raios.
Os raios gama (), também têm várias aplicações:
A radiação gama é utilizada no tratamento de tumores cancerígenos, porque
destrói às células malignas. O problema está em que se destrói também as
células sãs. É preciso muita perícia na sua utilização
A radiação gama () é amplamente utilizada na medicina nuclear no tratamento
de enfermidades como o cancro em um processo denominado teleterapia, onde
o paciente é exposto a uma fonte radioactiva emissora gama sem que haja
contacto físico com a tal fonte por um tempo pré determinado.
É utilizado também em cirurgias sem corte para eliminação de tumores
intracranianos que é feita por um aparelho denominado faca gama.
Sua aplicação mais conhecida é a Tomografia por Emissão de Positrões (PET),
onde a emissão gama é direccionada em vários feixes gama em direcção a
detectores que posteriormente remontam fatia a fatia toda a estrutura corpórea a
ser analisada.
As principais aplicações dos raios gama () são na indústria em gamografia para
observação de uma imagem de uma peça metálica numa placa fotográfica
submetida a uma radiação gama, permitindo detectar possíveis defeitos
Em medicina são também usados na esterilização de material hospitalar
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III. As comunicações Rádio na vida quotidiana
Como vimos anteriormente, as ondas electromagnéticas abrangem um largo espectro
de frequências e utilizações. As comunicações, com ou sem fios, utilizando ondas
electromagnéticas, começaram a ser usadas em meados do sec. XIX e aos poucos e
poucos, acompanhando as evoluções tecnológicas, da sociedade, e até do próprio
individuo e suas necessidades, foram crescendo em termos de penetração,
massificação e diversificando-se, sendo hoje um ―must have‖ de todos nós. A seguinte
lista referencia os principais equipamentos electromagnéticos usados para comunicar, e
a data do seu aparecimento:
Telégrafo eléctrico com fios, ~1840 (Morse)
Telecópia (fax), ~1843 (Alexander Bain)
Telefone eléctrico com fios, ~1876 (Bell)
Telégrafo eléctrico sem fios, ~1894 (Marconi)
Radiofonia, ~1905 (Reginald Fessenden)
Televisão, ~1920 (Charles Jenkins, Paul Nipkow)
Telefone sem fios (telemóvel), ~1946
Satélites de comunicações, ~1962
Redes de computadores, ~1976
Fibras ópticas, ~1980
Hoje em dia é praticamente impossível passarmos, e funcionarmos, pessoal e
empresarialmente falando, sem utilizar pelo menos um destes tipos de comunicação.
Para além das chamadas comunicações ditas ―fixas‖ (com fio), as comunicações móveis
(sem fios) assumem cada vez mais um papel de primordial importância, e o seu
desenvolvimento e utilização tem crescido a ritmos bastante acentuados. Veja-se por
exemplo os seguintes textos retirados do site O Pior de Tudo e Marktest:
http://opiordetudo.com/page/5/
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Posse de telemóvel acima de 90%
Os resultados mais recentes do Barómetro de Telecomunicações vêm mostrar que a taxa de
penetração de telemóvel em Portugal já está acima de 90%.
No trimestre móvel de Dezembro de 2009, o Barómetro de Telecomunicações contabiliza 8 416
mil indivíduos com posse ou utilização de telemóvel, o que representa uma penetração de 90.7%
entre os residentes em Portugal
com 10 e mais anos.
Esta taxa de penetração do serviço
móvel é superior junto dos jovens,
atingindo valores acima de 99%
junto dos que têm entre 15 e 34
anos, que se revelam assim os
mais adeptos destes
equipamentos.
Mas também entre os mais novos o
telemóvel é já um bem quase
omnipresente. Este Barómetro
contabiliza mais de meio milhão de
jovens entre os 10 e os 14 anos
com posse ou utilização de
telemóvel, o que representa uma
taxa de penetração de 91.0% junto
deste target.
O equipamento revela uma penetração bastante homogénea na sociedade, sendo apenas os
mais idosos (com mais de 64 anos) os que mostram menor taxa de penetração, de 67.5%.
http://www.marktest.pt/produtos_servicos/Barometro/default.asp?c=1024&n=2121&f=1023&a=10
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Meio milhão de jovens com telemóvel
O Barómetro de Telecomunicações contabiliza mais de meio
milhão de jovens entre os 10 e os 14 anos que possuem ou
utilizam telemóvel.
No trimestre móvel de Junho de 2006, o Barómetro de
Telecomunicações contabiliza 7 524 mil indivíduos com posse ou
utilização de telemóvel, o que representa uma penetração de
81.1% entre os residentes em Portugal com 10 e mais anos.
Esta taxa de penetração do serviço móvel é superior junto dos
jovens, atingindo os 97.2% junto dos que têm entre 15 e 24 anos,
que se revelam assim os mais adeptos desta tecnologia.
Mas também entre os mais novos o telemóvel é já um
equipamento quase omnipresente. Este Barómetro contabiliza
mais de meio milhão de jovens entre os 10 e os 14 anos com
posse ou utilização de telemóvel, o que representa uma taxa de
penetração de 88.3% junto deste target.
É a partir dos 44 anos que a curva de penetração deste serviço se mostra decrescente, embora
junto dos mais idosos, com mais de 64 anos, já atinja os 45.5%, o que significa que quase
metade destes indivíduos possui ou utiliza telemóvel.
A idade é, assim, a variável mais discriminante na análise de penetração deste produto, tal como
a classe social, que também apresenta diferenciações relevantes, com valores que vão desde os
96.8% junto dos indivíduos das classes alta e média alta até aos 57.7% junto dos pertencentes à
classe baixa.
Por sexo e região há menos diferenças de comportamento, embora os homens (85.8%) e os
residentes nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto (respectivamente, 87.4% e 87.0%)
apresentem valores superiores à média
http://www.marktest.pt/produtos_servicos/Barometro/default.asp?c=1024&n=1593
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Como é que se chegou a este estágio de desenvolvimento e utilização tão intensa dos
telemóveis e aparelhos de comunicações móveis?
IV. História e evolução das comunicações móveis
Os telemóveis são talvez a face mais visível do continuado desenvolvimento das
comunicações móveis, seus serviços, potencialidades, etc.
Desde o seu aparecimento em 1973, desenvolvido pelo Eng.º electrotécnico Martin
Cooper (Figura 17) e sua equipa, este tipo de equipamentos se tornou numa peça
fundamental do quotidiano, chegando em casos extremos quase a ser considerado
como se de uma ―peça de vestuário‖ se tratasse.
Ilustração 18 - Martin Cooper com o primeiro telemóvel Ilustração 19 - Evolução do tamanho dos telemóveis
Terceira geração (3G) – Geração com uso de tecnologia digital, com mais
recursos, e em desenvolvimento desde o final dos anos 90. Os sistemas 3G
oferecem uma grande quantidade de serviços, viabilizados pelo aumento da
largura de banda e implementação de políticas de QoS. Alguns serviços que se
destacam no 3G são os relacionados com a transmissão multimédia, vídeo-
conferência e LBS (Location Based Services). Inicialmente o 3G foi encabeçado
pelo ITU com o projecto IMT-2000. As diferentes propostas para o IMT-2000 é
que resultaram nas normas 3gpp e 3gpp2 que especificam as características dos
sistemas UMTS e 1xEVDO respectivamente. As duas principais tecnologias 3G
são:
o UMTS – evolução da linha GSM, que utiliza W-CDMA com 5MHz de
largura de banda na interface aérea.
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o 1xEVDO – evolução da linha IS-95 (CDMA), que utiliza CDMA com 1,25
MHz de largura de banda na interface aérea.
Com a crescente oferta de conteúdos multimédia nos diferentes ramos de
comunicações (telefone, TV por cabo, satélite, Internet de alta velocidade, etc.) tornou-
se inevitável que as comunicações móveis teriam de possibilitar este tipo de oferta.
Para que a plataforma fosse o mais robusta possível, uma vez que estava implícita uma
maior complexidade na concepção e implementação das redes, foram concertados
esforços entre os principais blocos a operar com redes de 2ª geração e diversos
fabricantes de equipamento através do 3GPP para se chegar a uma norma universal o
UMTS (Universal Mobile TeleCommunication System). Estes objectivos foram quase
atingidos, sendo o sistema comum na Europa e Ásia, no entanto como o espectro de
frequências estabelecido para este tipo de comunicações já se encontrava ocupado nos
Estados Unidos pela 2ª geração de telemóveis, ficou estabelecido que gradualmente os
Estados Unidos iriam libertando espectro para o UMTS à medida que fossem
substituindo os telemóveis de 2ª pelos de 3ª geração.
Os terminais de UMTS distinguem dos telemóveis da 1ª e 2ª geração pela diversidade
de formas que podem assumir não se resumindo apenas a interfaces de voz, podendo
assumir a forma de um interface adequado a um ou mais tipos de conteúdos multimédia
que sejam disponibilizados. Como a transmissão é feita por pacotes e estes podem ser
enviados por mais do que uma antena em simultâneo cabe aos terminais proceder à
descodificação quer dos pacotes quer do seu conteúdo. Para o sucesso de migração
para esta geração de terminais tem de se ter em conta a minimização do seu tamanho
face à sua capacidade multimédia, a incorporação de funcionalidades que poderão
aumentar a dificuldade de utilização, o aumento da capacidade de processamento que
poderá levar a um aumento de consumo assim como a incorporação da antena no
terminal que implicará uma diminuição da potência radiada, entre outros.
O UMTS devido às suas capacidades permite passar para as comunicações móveis
praticamente todos os serviços de multimédia fornecidos por outros canais de
comunicações, no entanto para aplicações mais complexas e que exijam maiores taxas
de transferência poderá não ser economicamente viável a sua utilização, embora sejam
tecnicamente possíveis.
De seguida passam-se a enumerar alguns serviços que podem beneficiar do UMTS:
Serviços de:
Mensagens simples como: SMS, E-mail, Fazer encomendas e Pagamentos
Transmissão de dados como: acessos a Fax, Internet de baixa e alta velocidade
Transmissão de voz: Telefonema, Voicemail, Teleconferência
Transmissão multimédia: Videotelefonema, Videoconferência, trabalho à
distância, tele-presença, jogos interactivos, banca e comércio electrónico,
Videoclips on Demand
A evolução (Ilustração 21) tende para permitir maiores mensagens compatíveis com
diversos tipos de informação: Som, Imagem, Vídeo, Texto, Transacções, etc., e
preparado para colher as vantagens da evolução tecnológica (e do aumento da largura
de banda que se verifica com o GPRS e UMTS, e demais novas tecnologias).
Foi assim criada uma nova especificação, o MMS - Multimedia Messaging Service que é
utilizado em maior escala à medida que vão sendo substituídos os telemóveis menos
recentes e que portanto não permitem o acesso a esses serviços (telemóveis de
geração inferior à 2.5G) pelos telemóveis que suportam as tecnologias GPRS e UMTS
(telemóveis de geração superior à 2.5G). Pág.25
V. Constituição de um telemóvel
Os telemóveis são dos dispositivos mais complexos que as pessoas usam no dia-a-dia.
Os telemóveis digitais modernos podem processar milhões de cálculos por segundo
para comprimir e descomprimir o fluxo de voz, entre outras coisas.
Se desmontar um telemóvel (Ilustração 22), vai descobrir que ele contém poucas peças
individuais:
Uma placa de circuitos que contém o "cérebro" (microprocessador, CPU) do
telefone
Uma antena (interna ou externa, consoante o modelo)
Um visor de cristal líquido (LCD) (monocromático ou policromático, consoante o
modelo)
Um teclado (diferente daquele que você encontra no controle remoto da TV)
(Pode existir fisicamente, ou virtualmente, consoante o modelo)
Um microfone
Um alto-falante
Uma bateria
A placa de circuito (Ilustrações 23 e 24) é o coração do sistema.
Nas fotos apresentadas vêem-se diversos chips de computador. Vamos falar sobre o
que fazem alguns dos chips individuais. Os chips de conversão analógico para digital e
digital para analógico traduzem o sinal de rádio emitido de analógico para digital e o
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sinal recebido de digital novamente para analógico. O processador de sinal digital (em
inglês, DSP) é um processador altamente personalizado e projectado para efectuar
cálculos de manipulação do sinal em alta velocidade.
O microprocessador (ou CPU, Ilustração 25) cuida de todas as tarefas requeridas pelo
teclado e pelo visor, é o responsável pelo controle de sinalização com a estação base,
além de coordenar todas as outras funções na placa.
Ilustração 25 - O microprocessador
Ilustração 27 - O cartão de memória Flash na placa de circuito Ilustração 28 - O cartão de memória Flash removido
Alguns telefones armazenam determinadas informações, como os códigos PIN e PUK,
na memória Flash interna (Ilustrações 27 e 28), enquanto outros usam cartões externos
similares aos cartões SmartMedia (Ilustração 29).
Ilustração 29 - O cartão flexível de estado sólido (SSFDC), mais conhecido como SmartMedia, foi originalmente
desenvolvido pela Toshiba (esquerda). Sua constituição (direita)
Ilustração 31 - Hewlett Packard iPAQ RZ1715 Pocket PC, Motorola MPx, Samsung SPH-i500, Motorola MPX100, T-Mobile
Sidekick
Um PDA não possui disco rígido. Ele armazena programas básicos (agenda de
endereços, calendário, bloco de anotações e sistema operativo) num chip de memória
somente leitura (ROM), que permanece intacto mesmo quando a máquina é desligada.
Seus dados e quaisquer programas que se acrescentem posteriormente são
armazenados na memória de acesso aleatório (RAM) do aparelho. As informações na
RAM permanecem acessíveis somente enquanto o aparelho estiver ligado. Devido ao
seu projecto, os PDAs conservam os dados na RAM em segurança porque continuam a
consumir uma pequena quantidade de energia, mesmo quando o aparelho está
desligado.
Os PDAs de menor potência possuem menores quantidades de memória RAM. No
entanto, diversos programas de aplicativos ocupam um espaço de memória significativo,
de modo que a maioria dos modelos tem uma capacidade maior de memória. Além
disso, os aparelhos Pocket PC geralmente requerem mais recursos e possuem até mais
memória RAM. Para fornecer memória adicional, muitos PDAs aceitam média flash
removível e cartões de expansão. Eles são úteis para armazenar arquivos grandes ou
conteúdo multimédia, como fotos digitais.
Alguns PDAs mais recentes, como o Palm Tungsten E2, usam memória flash em vez de
memória RAM. A memória flash não é volátil, o que significa que ela preserva os dados
e aplicativos que armazena, mesmo quando toda a energia da bateria se esgota.
Sistemas operativos
O sistema operativol contém as instruções pré-programadas que informam o que o
microprocessador deve fazer. Os sistemas operativos usados pelos PDAs não são tão
complexos quanto os usados pelos PCs. Eles possuem menos instruções, o que requer
menos memória.
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Ilustração 35 - Vista interna de um PDA. Uma placa de circuito desdobra-se do visor. No meio da placa de circuito de
camada única está o microprocessador e, à esquerda e acima, estão os chips de memória.
Visor LCD
Os PDAs usam uma visor LCD (mostrador de cristal líquido). Ao contrário dos visores
LCD para computadores e laptops, que são usadas unicamente como dispositivos de
saída, os PDAs usam seus visores para a entrada e saída de informações. Os visores
LCD dos PDAs são menores do que os dos laptops, mas variam de tamanho.
Actualmente todos os PDAs oferecem visores coloridos.
As telas dos PDAs possuem os seguintes recursos:
LCD TFT (thin-film transistor, transístor de película fina) para uso em ambiente
interno ou externo
Resoluções de pixel diferentes com resoluções mais altas para maior qualidade
Visor colorido
Iluminação traseira para leitura com pouca iluminação
Métodos de entrada
Os PDAs variam quanto à maneira como se faz a entrada de dados e comandos. Alguns
aparelhos usam exclusivamente uma caneta especial (stylus) e uma tela sensível, em
combinação com um programa de reconhecimento de escrita. Usando uma caneta
especial plástica, desenham-se caracteres na tela ou na área dedicada à escrita do
aparelho. O software no interior do PDA converte os caracteres em letras e números.
Nos aparelhos Palm, o software que reconhece essas letras chama-se Graffiti. O Graffiti
requer que cada letra seja registada de uma maneira determinada e deve-se usar um
alfabeto especializado.
Os PDAs Pocket PC oferecem três aplicativos de reconhecimento de escrita:
Transcriber, Letter Recognizer e Block Recognizer. O Letter Recognizer e o Block
Recognizer são similares ao Graffiti e requerem alfabetos especializados. Por outro
lado, o Transcriber reconhece a escrita "normal" se se escrever de modo legível. Ele
possui capacidade de reconhecimento de escrita similar à encontrada nos Tablet PCs.
Pág.35
Ilustração 37 - Teclado Logitech (967301-0403)
Caso não o utilizador não se adapte com a escrita no PDA, poderá usar determinados
um teclado miniatura próprios para o efeito. São parecidos com um teclado normal, a
única diferença é que são bem mais pequenos. Além disso, muitos aparelhos incluem
um pequeno (e geralmente desajeitado) teclado QWERTY (em inglês). Também poderá
ser usado um teclado de tamanho normal conectado ao PDA via bluetooth ou porta
USB. Cada modelo também possui alguns botões e indicadores de navegação para
comandar os aplicativos e rolar o visor através dos arquivos.
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VII. O uso dos equipamentos de comunicação móvel na
sociedade
Como vimos anteriormente o telemóvel sofreu neste seu pouco tempo de existência
uma constante e formidável evolução em todas as suas características.
No inicio do aparecimento do telemóvel, dado o seu custo elevado e pouca ―atracção‖
apenas alguns ―privilegiados‖ possuíam um: pessoas que pelas características do seu
trabalho, como a mobilidade frequente e necessidade de se estarem ―sempre‖
contactáveis ou poderem contactar, ou até como símbolo de status.
Com o advento das comunicações digitais tudo começa a modificar-se: Os
equipamentos são mais ―atractivos‖, mais baratos, possuem funcionalidades apetecíveis
e dentro em pouco o fenómeno da massificação do seu uso começa a surgir.
E como a procura fomenta a oferta… Todos os grandes (e mesmo pequenos)
fabricantes de equipamentos de comunicações e electrónica começam a fazer surgir no
mercado cada vez mais uma maior variedade de modelos. Tal como a ―pescadinha de
rabo na boca‖ uma coisa leva a outra e assiste-se a um aumento exponencial da oferta,
venda e uso de telemóveis.
Se por um lado esta massificação do uso do telemóvel permite qualquer um ter um
equipamento de comunicações móveis, estar sempre contactável e contactar sempre
que quiser, começa também a assistir-se a uma divisão do seu uso por determinados
nichos de idades, nicho social, nicho profissional etc.
Os mais novos usam o telemóvel sobretudo para jogar, ou para contactarem ou
serem contactados pelos pais
Os jovens/adolescentes usam o telemóvel essencialmente para comunicar (fala,
SMS, MMS, Messenger, etc.) e ouvir música
Os adultos usam o telemóvel sobretudo para comunicar através de voz e
mensagens
Os mais velhos usam o telefone praticamente só para atender e efectuar
chamadas
O telemóvel é, na sociedade actual, equiparado por muitos a um bem essencial, tal
como a comida, o vestuário, etc. Em quase todas as famílias, todos os membros do
agregado familiar possuem um ou mais telemóveis, inclusive crianças com menos de
dez anos. O telemóvel tornou-se um dos principais, se não o principal meio de
comunicação, permitindo que as pessoas comuniquem em tempo real, de várias formas.
Para os mais jovens e, por consequência com menos recursos existem as SMS que
estão a massificar-se na sociedade actual e, tornaram-se uma das principais formas de
comunicação.
Não obstante, para aqueles que estão longe das suas famílias ou entes queridos,
inventaram também a vídeo chamada que permite ver a pessoa com quem se está a
estabelecer a ligação em tempo real. Por outras palavras, os telemóveis traduziram-se
num grande avanço tecnológico, que facilitou bastante a comunicação, tornou-a
acessível às massas e, os constantes e avultados investimentos nesta área, assim
como, a proliferação das empresas de telecomunicações em todo o mundo, têm
contribuído para a criação de muitos postos de trabalho e, para o desenvolvimento
tecnológico.
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