You are on page 1of 36

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


ENGENHARIA ELÉTRICA

RAFAEL GOMES DA SILVA


FERNANDO HENRIQUE MENEZES DE SÁ

RELATÓRIO FINAL - GERADOR DE ONDAS QUADRADAS E


TRIANGULARES
Salvador
2009
RAFAEL GOMES DA SILVA
FERNANDO HENRIQUE MENEZES DE SÁ

RELATÓRIO FINAL - GERADOR DE ONDAS QUADRADAS E


TRIANGULARES

Relatório apresentado à professora


Luciana Martinez para compor uma
avaliação parcial do projeto final da
disciplina Laboratório Integrado II,
Departamento de Engenharia Elétrica,
Universidade Federal da Bahia.

2
Salvador
2009
RESUMO

Esse relatório trata do projeto e confecção de um gerador de sinais


(onda quadrada e triangular) partindo-se de um sinal de entrada gerado por
uma fonte com alimentação simétrica.

Palavras-Chave: Amplificador operacional, multivibrador, biestável,


astável, integrado, comparador, capacitor, resistor, onda, quadrada, triangular,
amplitude, freqüência, offset.

3
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 05
2 OBJETIVOS 06
3 PROJETO E SIMULAÇÃO 07
3.1 PROJETO PRELIMINAR 07
3.1.2 ELABORAÇÃO DO CIRCUITO 11
3.1.3 ANÁLISE DO CIRCUITO 12
3.1.4 CÁLCULOS PRELIMINARES 15
3.1.5 COMPONENTES UTILIZADOS 19
3.2 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 20
4 RESULTADOS PRELIMINARES 23
4.1 MONTAGEM E TESTES 23
4.2 MODIFICAÇÕES DE PROJETO 24
5 TRABALHO FINAL 25
5.1 PROJETO EXECUTADO 25
5.2 PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO 26
5.3 PRODUTO FINAL 27
5.4 TESTES E RESULTADOS 28
6 COMENTÁRIOS FINAIS 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30
ANEXOS 31

4
1 INTRODUÇÃO

Os amplificadores operacionais são dispositivos extremamente versáteis


com uma imensa gama de aplicações em toda a eletrônica. Os amplificadores
operacionais são amplificadores de acoplamento direto, de alto ganho, que
usam realimentação para controle de suas características.

Os amplificadores são hoje encarados como um componente, um bloco


fundamental na construção de circuitos analógicos. Internamente, são
constituídos de amplificadores transistorizados em conexão série.
Externamente, são geralmente representados pelo símbolo abaixo, em que
convencionalmente só as entradas e saídas aparecem e não as conexões das
fontes de alimentação.

Figura A - Símbolo de um amplificador operacional

Os amplificadores operacionais são usados em amplificação, controle,


geração de formas de onda senoidais ou não em freqüências desde C.C. ate
vários Megahertz. Com emprego na realização das funções clássicas
matemáticas como adição, subtração, multiplicação, divisão, integração e
diferenciação, os amplificadores operacionais são os elementos básicos dos
computadores analógicos. São úteis ainda em inúmeras aplicações em
instrumentação, sistemas de controle, sistemas de regulação de tensão e
corrente, processamento de sinais e outros.

Nesse projeto, a fim de construir um gerador de ondas triangulares e


quadradas, serão utilizados, os amplificadores operacionais nas configurações
de multivibrador astável, multivibrador biestável e somador, além de
resistências, capacitâncias e chaves seletoras. Esses componentes, operando
em conjunto, fazem com que seja possível a montagem de um único circuito

5
capaz de gerar os dois tipos de onda com diferentes características a depender
da necessidade do usuário.

2 OBJETIVOS

Projetar e construir, utilizando apenas amplificadores operacionais,


capacitores, resistores, potenciômetros e chaves seletoras, um circuito capaz
de gerar sinais na forma de onda quadrada e triangular tal que:

I. A freqüência do sinal gerado possa ser variada entre 100 Hz e 1 kHz.

II. A amplitude do sinal gerado possa ser variada entre 0,5 Volt e 10 Volts.

III. Um “offset” (tensão DC) possa ser acrescentado ao sinal gerado, com
valor variável entre -5 Volts e 5 Volts.

6
3 PROJETO E SIMULAÇÃO

3.1 Projeto Preliminar

Para os fins do projeto serão utilizadas, basicamente, três configurações


distintas de amplificadores operacionais: multivibrador astável, amplificador
somador e multivibrador biestável. Sendo assim, de forma a garantir uma maior
compreensão acerca dessas diferentes utilizações de um amplificador
operacional, antes de abordar cada uma delas, será introduzido o conceito de
amplificador operacional ideal.

Amplificador Operacional Ideal

Figura B – Simbologia de um AMPOP ideal

• AMPOP ideal só amplifica a diferença dos sinais de entrada, nunca


amplifica o sinal comum às duas entradas. Portanto podemos dizer
que o AMPOP ideal nunca satura.

• AMPOP ideal não consome e nem fornece corrente através de suas


entradas, conseqüentemente a impedância das entradas do AMPOP
é infinita (R1 = α)

• AMPOP ideal tem impedância de saída nula (RO = 0). Isto significa
que a saída é uma fonte de tensão ideal independente da corrente
drenada pela carga acoplada à saída.

7
• AMPOP ideal deve ter ganho A = α (infinito), ou seja para que a
ampliação seja viável, inclusive para sinais de baixa amplitude o
ganho de tensão é infinito.

• AMPOP ideal deve ter um ganho A constante que independe do valor


da freqüência dos sinais de entrada, não deve introduzir defasagem
ou mesmo atraso no circuito e A é um número real e positivo.

• AMPOP ideal deve apresentar insensibilidade à temperatura.

Amplificador Operacional Somador

O amplificador somador tem a finalidade de somar dois ou mais valores


de entradas analógicas ou digitais em tempo real. Como exemplo pode-se
somar uma rampa, uma senóide e um nível contínuo instantaneamente em
tempo real.

Figura C - Circuito padrão de um AMPOP somador

A equação final do AMPOP somador da figura C é dada por:

Multivibrador Biestável

O multivibrador biestável é um circuito que possui dois estados estáveis


de saída. A mudança de um estado para o outro é possível através da
imposição temporária de um sinal de entrada adequado. A bi-estabilidade pode

8
ser obtida através de um amplificador com realimentação positiva. Nessa
condição o amplificador operará sempre na região de saturação. A figura D
mostra um AMPOP com realimentação positiva.

Figura D - Multivibrador Biestável

Obs.: O estado inicial do biestável é de difícil previsão, pois depende de


vários fatores como tensão de “offset” do AMPOP, seqüência de alimentação,
ruídos.

Este circuito é também chamado de comparador de tensões com


histerese ou disparador de schimitt (schimitt-trigger).

Multivibrador Astável

O multivibrador astável é um circuito que não possui estado estável de


saída indefinidamente. Dessa forma a saída oscila intermitentemente entre dois
níveis de tensão (Vsat+ e Vsat-). O circuito pode ser implementado a partir de um
biestável inversor realimentado por um circuito RC, como mostrado na figura E.

9
Figura E - Multivibrador Astável

Uma vez que o circuito é alimentado, devido à realimentação positiva a


saída assume rapidamente a condição de saturação (positiva ou negativa).
Considerando-se o capacitor inicialmente descarregado, o mesmo iniciará o
processo de carga (para Vsat+ ou Vsat-), até que sua tensão atinja o mesmo
valor da entrada + (VTH ou VTL), quando então ocorrerá a mudança de estado
da tensão de saída. O processo se repete indefinidamente enquanto o circuito
estiver alimentado. Percebe-se que a tensão de carga/descarga do capacitor é
exponencial, e a saída é uma onda quadrada (degrau) com período constante.

10
3.1.2 Elaboração do Circuito

De acordo com os conhecimentos explicitados anteriormente neste


projeto e com a ajuda do livro de microeletrônica indicado na bibliografia,
chegou-se à conclusão que o melhor circuito para desenvolver as
funcionalidades do projeto utilizando fonte simétrica é o circuito da figura 1
abaixo:

11
Figura 1 – Representação do circuito a ser simulado

É válido ressaltar que, conforme mencionado nos objetivos do projeto e


como pode-se perceber a partir da visualização do circuito, apenas foram
utilizados amplificadores operacionais, capacitores, resistores, potenciômetros
e chaves seletoras para a confecção do mesmo.

Assim, analisando o circuito acima em blocos, percebe-se que o


multivibrador astável é responsável por integrar o sinal (integrador), gerando
em sua saída uma onda triangular. Já o multivibrador biestável, que funciona
como um comparador, tem como entrada o sinal gerado pelo multivibrador
astável e gera em sua saída uma onda quadrada. Assim, através da chave
seletora, pode-se escolher qual dos dois sinais passará para o terceiro bloco do
circuito, formado pelo ampop somador. Assim, quando um desses sinais chega
ao ampop somador, pode ser adicionada a esse sinal uma tensão DC (offset)
cuja saída pode ser observada na saída do ampop somador.

12
3.1.3 Análise do Circuito

De posse dos conhecimentos abordados na discussão teórica, percebe-


se que o multivibrador biestável pode ser obtido fazendo-se a conexão de um
amplificador com uma malha de realimentação positiva, tendo um ganho de
malha maior que um. Assim, pode-se concluir que o circuito possui estabilidade
em dois estados , podendo permanecer em um destes
indefinidamente. Logo, por análise nodal do circuito da figura D temos:

Como o circuito possui estabilidade apenas para ,


tem-se que:

, onde

Dessa forma, percebe-se que ao colocar uma fonte na entrada


inversora, pode-se obter um “disparo” (também conhecido como trigger) do
circuito biestável. Assim, esse processo faz com que o valor de mude de
saturação positiva para saturação negativa ou vice-versa quando o valor de
aumentar até se igualar a . Entretanto, é fácil observar que depois de
igualado ao valor de , aumentar ainda mais não surtirá efeito algum no
estado adquirido pelo circuito.

Assim, para confeccionarmos um gerador de onda quadrada e triangular


é necessário que existam vários disparos, e que os mesmos ocorram de uma
forma periódica de forma a fazer com que a saída oscile (de forma quadrada ou
triangular). Portanto, a forma de onda desejada pode ser gerada utilizando um
multivibrador biestável com uma fonte que varie periodicamente entre os
valores de e .

13
Portanto, de acordo com o que foi visto na discussão teórica a respeito
dos multivibradores astáveis, percebe-se que o capacitor funciona como uma
fonte variável, proporcionando assim saída com forma de onda quadrada cujo
período deve ser calculado.

No carregamento do capacitor para o circuito da figura E tem-se que:

Mas, nesse caso: e , assim:

Como na condição inicial temos que , obtém-se o valor


da constante K:

Logo:

Quando , dizemos que se passou um tempo (tempo


necessário para a carga do capacitor). Assim, substituindo na equação de
encontrada, tem-se:

De maneira análoga, durante o intervalo de descarga , a tensão


para um instante qualquer (t), com t=0 no início de é dada por:

14
Assim, quando , dizemos que se passou um tempo
(tempo necessário para a descarga do capacitor). Portanto, substituindo na
equação de encontrada, tem-se:

Logo, sabendo-se que (fonte simétrica) e de posse dos


resultados encontrados, podemos encontrar uma equação para o período da
onda quadrada, que é dado pela soma entre o tempo de carga ( e o tempo
de descarga do capacitor:

Sabe-se que as formas de onda exponenciais geradas no circuito


astável podem ser mudadas para a forma triangular pela substituição do
circuito RC passa-baixas por um integrador. Como o mesmo faz com que a
carga e a descarga do capacitor ocorram de modo linear, temos que sua saída
será uma forma de onda triangular. Sendo assim, obtém-se o circuito principal
deste projeto (figura 1). Assim, com essa composição, e inserindo no circuito
uma malha de realimentação, o mesmo passará a gerar onda de forma
triangular na saída do integrador e onda de forma quadrada na saída do
circuito biestável. Assim, partindo desses conhecimentos, obtemos as
expressões abaixo para no gerador de ondas na forma triangular e
quadrada.

Mas, o período é dado por: , logo:

15
Assim, como a freqüência é dada por: , tem-se que a freqüência é
dada por:

3.1.4 Cálculos Preliminares

Ajuste da Freqüência

Conforme abordado anteriormente nos objetivos deste projeto, viu-se


que o gerador de funções projetado deve operar numa faixa de freqüência de
100 Hz até 10 kHz. Assim, adotou-se que .e .Com o
auxílio da tabela RETMA1, e a fim de facilitar futuramente a procura por
componentes para a montagem do projeto, o valor da capacitância também foi
escolhido de maneira conveniente, tendo em vista que serão usados
potenciômetros ao invés de utilizar capacitores variáveis. Assim foi escolhido o
valor de . Sendo assim, deve-se determinar os possíveis valores de
para que o circuito opere na faixa de freqüência desejada.

Para a freqüência mínima

Para a freqüência máxima

Assim, conclui-se que para operar na faixa de freqüência desejada, o


valor ajustado no potenciômetro deve variar entre .
1
Tabela RETMA – Tabela adotada pelos fabricantes a fim de padronizar os valores comerciais de
componentes eletrônicos.

16
Ajuste da Amplitude

Conforme abordado anteriormente nos objetivos deste projeto, viu-se


que o gerador de funções projetado deve operar numa faixa de amplitude que
varia entre 0,5 Volts e 10 Volts. Por conveniência, para garantir que o sinal
alcance a amplitude máxima desejada de 10 Volts, usaremos fontes de
alimentação simétrica de 15 Volts. Assim, analisando a figura 1 percebe-se que
após ser gerada a forma de onda desejada (quadrada ou triangular a depender
da posição da chave), esta irá passar por um amplificador somador ponderado,
através de um potenciômetro . Assim como todos os amplificadores do
circuito, o amplificador somador também possui alimentação simétrica, logo,
tem-se que Portanto, tem-se a fórmula
do somador ponderado da figura 1:

Analisando essa fórmula, percebe-se que são constantes,

portanto não irão exercer influência sobre a amplitude da onda, entretanto,


servirão para deslocá-la para cima ou para baixo (offset). Sendo assim, denota-
se que a amplitude da onda será dada por:

Como , tem-se que:

Sendo assim, o valor da resistência deve ser escolhido de forma


conveniente, portanto, utilizando um dos valores da tabela RETMA, escolheu-
se o valor de . Assim, utilizando esse valor de tem-se que:

17
Para a amplitude mínima :

Para a amplitude máxima

Assim, conclui-se que para operar na faixa de amplitude desejada, o


valor ajustado no potenciômetro deve variar entre .

Ajuste do Offset

Conforme abordado anteriormente nos objetivos deste projeto, viu-se


que o gerador de funções projetado deve ser capaz de suportar um offset
(acréscimo de tensão DC), com valor variável entre 5 Volts e -5 Volts.

Pela equação do somador ponderado, nota-se que o offset será o


acréscimo ou decréscimo de tensão dado à onda e pode ser calculado por:

Mas obtida anteriormente, vale . Assim, escolheu-se também


um valor conveniente (de maneira que o valor escolhido seja comercializável)
para a resistência .

Assim, analogamente ao que foi feito para o ajuste da amplitude e da


freqüência, tem-se que:

Para :

Para :

18
Como os valores encontrados para são difíceis de ser obtidos com
precisão utilizando um potenciômetro, para garantir um offset que varie entre -5
Volts e 5 Volts basta utilizar um potenciômetro que abranja a faixa de valores
de resistência entre e .

Como visto no desenvolvimento do projeto e observando os cálculos


acima, percebe-se que no circuito serão utilizados 3 potenciômetros (
que podem variar sua resistência de 0 até um valor pré-
determinado (característico do modelo de potenciômetro utilizado). Sendo
assim, quando o potenciômetro for ajustado para o valor 0, tem-se um curto
circuito. Dessa forma, a fim de evitar a ocorrência de curtos-circuitos, o que
poderia acarretar sérios danos e erros no circuito projetado, coloca-se
resistores correspondentes aos valores comercializáveis mais próximos do
valor mínimo que o potenciômetro deve assumir. Assim, em série com o
potenciômetro foi colocada uma resistência , em série com o
potenciômetro uma resistência e, finalmente, em série com o
potenciômetro , uma resistência . Assim, o circuito ficará:

19
Figura 2 – Circuito com resistências de ‘segurança’

3.1.5 Componentes utilizados

Sendo assim, a partir de toda a análise realizada e através da


observação do circuito da figura 2, conclui-se que os componentes a serem
utilizados na confecção do gerador de funções na forma quadrada e triangular
serão:

Quantidad
Componente e
Resistor de 1 kΩ 2
Resistor de 27 kΩ 3
Resistor de 2,2 kΩ 1
Resistor de 18 kΩ 1
Capacitor de 100 nF 1
Potenciômetro de 500
kΩ 1
Potenciômetro de 1 M 1
Potenciômetro de 50 1

20
kΩ
AMPOP uA741 3
Chave seletora 1

3.2 Resultados da Simulação

O circuito a ser simulado é o circuito da figura 3 abaixo. Nesta seção


exemplificaremos alguns resultados obtidos com a simulação do mesmo
através do software PSPICE.

Figura 3 – Circuito a ser simulado no PSPICE

Chaveamento para onda quadrada

21
Caso 1: Freqüência = 100 Hz / Amplitude = 12 V / Offset = 0

10V

0V

-10V

0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(U4:OUT)
Time

Caso 2: Freqüência = 200 Hz / Amplitude = 0.5 V / Offset = 0

500mV

0V

-500mV
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(U17:OUT)
Time

Caso 3: Freqüência = 200 Hz / Amplitude = 0.5 V / Offset = +5 Volts

22
5.5V

5.0V

4.5V
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(U4:OUT)
Time

Chaveamento para onda triangular

Caso 1: Freqüência = 100 Hz / Amplitude = 12 V / Offset = 0

10V

0V

-10V

0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(U4:OUT)
Time

Caso 2: Freqüência = 500 Hz / Amplitude = 0.5 V / Offset = 0

500mV

0V

-500mV
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(U17:OUT)
Time

Caso 3: Freqüência = 200 Hz / Amplitude = 0.5 V / Offset = +5 Volts

23
5.5V

5.0V

4.5V
0s 10ms 20ms 30ms 40ms 50ms 60ms 70ms 80ms 90ms 100ms
V(U17:OUT)
Time

4 RESULTADOS PRELIMINARES

4.1 Montagem e testes

O circuito mostrado na figura 3 foi implementado na placa de


prototipagem (protoboard) e alimentado com uma fonte de tensão simétrica de
15 V. Inicialmente, utilizando os valores calculados no pré-relatório, o circuito
não funcionou conforme pretendido e conforme havia funcionado na simulação
no PSPICE.

Sendo assim, a partir da análise dos resultados obtidos no


funcionamento do circuito na protoboard e após um maior aprofundamento e
observação, percebeu-se a necessidade de alterar alguns valores de
resistência, capacitância e ainda a posição de algumas resistências dado um

24
determinado referencial. Inicialmente, conforme abordado no pré-relatório, foi
usada uma capacitância de 10 nF, uma resistência e ainda
uma resistência de segurança . Sendo assim, alimentando o circuito
com essa configuração, percebeu-se que o mesmo não gerava a saída
esperada.

Após algumas pesquisas, vimos que isso ocorria devido ao processo de


‘Slew Rate’2, característico dos amplificadores operacionais, que nos diz que a
tensão de entrada num ampop deve ser pequena a fim de que não haja
saturação. Assim, após fazer as modificações necessárias, o circuito funcionou
normalmente conforme apresentado à professora Lucina Martinez em sala de
aula.

4.2 Modificações do Projeto

A fim de fazer com que a tensão de entrada fosse reduzida, foi


necessário alterar o ganho do ampop biestável. Para isso, mudamos o valor de
para .

Feita essa alteração, verificou-se que com a resistência de segurança


a onda triangular não conseguia alcançar a amplitude máxima
desejada (10 V), logo, foi necessário reduzir esse valor de a fim de que a
onda triangular também pudesse alcançar máxima amplitude. Portanto, definiu-
se que o valor da nova resistência seria de 1,8 (resistência 15 vezes
menor do que 27 ), tendo em vista que aumentamos o valor de para
.

2
Velocidade de varrimento. Mais detalhes no anexo 2.

25
Assim, devido à essa alteração no valor de , se usássemos um
capacitor de 10 nF, teríamos no cálculo da freqüência mínima (100 Hz):

Como é um valor bastante alto de resistência, percebemos


que seria bastante complicado encontrar um potenciômetro capaz de atingir
esse valor. Por isso, optou-se por usar uma capacitância de 100 nF, que fez
com que o valor máximo da resistência fosse de 375 k (valor alcançável
utilizando um potenciômetro de 500 k .

Também verificamos que no projeto original (pré-relatório) o offset


estava invertido, pois o potenciômetro que o regula (Rc) estava conectado na
alimentação negativa (-15 V). Assim, quando o potenciômetro era ajustado pra
fornecer +5 V de offset ele fornecia -5 V e vice-versa. Assim, foi feita a
correção colocando o potenciômetro Rc e a resistência de segurança RC em
série e ligando-os na alimentação positiva de +15 V.

O valor da fonte também foi alterado de 12 V para 15 V a fim de fazer


com que a onda na amplitude máxima exigida (10 V) fosse capaz de sofrer um
offset de +5 ou -5 volts sem que houvesse saturação.

5 TRABALHO FINAL

5.1 Projeto Executado

De posse das modificações já citadas temos como resultado o circuito


abaixo, que foi utilizado também para fazer a placa de circuito impresso:

26
Figura 4 – Circuito a ser implementado na placa de circuito impresso

5.2 Placa de Circuito Impresso

Para a placa de circuito impresso, como auxílio do software Eagle, foi


confeccionado o seguinte esquemático:

27
Figura 5 – Esquemático elaborado no Eagle

A partir do esquemático acima foi gerado o layout da placa abaixo:

Figura 6 – Layout da placa de circuito impresso elaborado no Eagle


5.3 Produto Final

Após confeccionada a placa de circuito impresso, soldamos na placa


todos os resistores, o capacitor, e 4 conectores (KRE) utilizados para ligar à

28
placa a chave seletora e os três potenciômetros de ajuste (freqüência,
amplitude e offset).

Para compor o acabamento final do gerador de onda quadrada e


triangular, foi utilizada uma caixinha3 de papelão com dimensões compatíveis
com o tamanho da placa (10x10 cm).

Dessa forma, a caixinha foi perfurada em pontos estratégicos de forma


que o usuário tem acesso aos potenciômetros a, à chave seletora e aos
bournes responsáveis pela alimentação do circuito e pela saída da onda
quadrada ou triangular. Isso faz com que o usuário ajuste a onda de acordo
com sua necessidade ou preferência quanto à amplitude, freqüência, offset e
quanto ao tipo de onda (quadrada ou triangular).

A caixinha conta ainda com legendas indicativas e um breve quadro de


especificações técnicas que servem para auxiliar o usuário quanto à sua
correta utilização.

Assim, para utilizar o gerador de onda quadrada ou triangular, basta


alimentar o circuito utilizando os bournes indicados e ajustar a onda da forma
conveniente utilizando a chave seletora e os potenciômetros de freqüência,
amplitude e offset.

5.4 Testes e Resultados

Durante a confecção do produto final foram realizados alguns testes


utilizando a fonte e o osciloscópio do laboratório Professor Silvio Loureiro.
3
Seguem no anexo 3 algumas fotos do produto final.

29
Nos primeiros testes verificamos que o circuito ainda não se encontrava
em perfeito estado de funcionamento, tendo em vista que o osciloscópio
apenas acusava uma saturação no +Vcc ou no –Vcc.

Assim, partindo para uma análise mais aprofundada do circuito, fazendo


o teste da continuidade com o multímetro, foi percebido que havia algumas
descontinuidades em algumas soldas, que logo foram reparadas.

Após esse reparo, o circuito foi testado novamente e constatou-se então


o seu perfeito funcionamento, gerando ondas quadradas e triangulares com
amplitude variando de 0,5 V até 10 V, com freqüências variando entre 100 Hz e
1 kHz e também com um offset variável de -5 V até 5 V.

COMENTÁRIOS FINAIS

Durante a realização desse projeto houve um maior contato dos alunos


com os amplificadores operacionais, o que possibilitou um enriquecimento de

30
conhecimento acerca dos mesmos, além da constatação de algumas das
diversas aplicações possíveis para um ampop.

Também é válido frisar que o projeto e confecção deste gerador de


ondas quadradas e triangulares possibilitaram aos alunos um maior contato
com as ferramentas computacionais utilizadas nesse tipo de projeto. Após isso,
percebe-se que há um maior domínio e compreensão de softwares úteis na
área de eletrônica como, por exemplo, o Eagle Layout Editor, software utilizado
na criação e design de layouts de placa de circuito impresso.

Entretanto, apesar do conhecimento adquirido, vale ressaltar o ruim


estado de conservação dos equipamentos utilizados durante os testes do
projeto no laboratório Professor Sílvio Loureiro, o que acabou por dificultar e
atrasar a conclusão do mesmo.

Sendo assim, pode-se concluir que esse projeto conseguiu alcançar


todos os seus objetivos, na medida em que foi confeccionado um produto final
bastante fácil de ser manuseado e completamente funcional, mostrando
apenas algumas das vastas aplicabilidades de um amplificador operacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

31
NOVA ELETRÔNICA. O amplificador Operacional. Disponível em:
<http://www.novaeletronica.net/q/eb/eb4/amp_op1.html>. Acesso em: 06 jun.
2009.

PERTENCE JUNIOR, Antônio. Amplificadores operacionais e filtros ativos:


teoria, projetos, aplicação e laboratório. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, c1988.
359 p.

SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth Carless. Microeletrônica. 4. ed. São Paulo:
Makron Books, 2004. 1270 p. ISBN 8534610444 (broch)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Departamento de Engenharia


Elétrica. Multivibrador Astável. Disponível em:
<http://www.eletr.ufpr.br/marlio/te051/parte7.pdf >. Acesso em: 06 jun. 2009.

ANEXOS

32
Anexo 1 – Tabela RETMA

A tabela RETMA é adotada pelos fabricantes a fim de padronizar os


valores comerciais de componentes eletrônicos.

É útil ter noção dos valores disponíveis no mercado ao se projetar um


circuito novo. Por exemplo, se desejo obter uma resistência de 2 Ohms, devo
saber que não existe um resistor comercial com esse valor. Logo, deve optar-
se por uma associação em série de dois resistores de 1 Ohm.

Os valores comerciais de resistores (e capacitores) são potências de 10


multiplicadas pelos valores abaixo.

1 12 15 18 22 27
0

3 39 47 56 68 82
3

Em casos muito especiais, é possível encomendar a um determinado


fabricante um lote de componentes com um valor não usual. Contudo, para a
maioria das aplicações esse requisito é facilmente contornado re-projetando os
valores ou encontrando uma associação equivalente.

Anexo 2 – Slew Rate

33
Slew Rate (velocidade de varrimento em Português) é um parâmetro
definido como a velocidade de resposta do amplificador instrumental a uma
variação de tensão na entrada, este valor na teoria deveria ser infinito, o que na
realidade não acontece. Logo, conclui-se que quanto maior for o valor deste
parâmetro melhor será o amplificador instrumental.

Definição: Slew-rate de um circuito é definido como a máxima taxa de


variação da tensão de saída.

onde vout(t) é a saída produzida pelo circuito em função do tempo t.

Slew rate fator limitante nos amplificadores

O estágio de entrada de amplificadores de potência geralmente é um


amplificador diferencial com uma característica de transcondutância. Isso
significa dizer que o estágio entra com a tensão de entrada diferencial e produz
uma corrente elétrica de saída no segundo estágio. A transcondutância é
tipicamente muito alta. Isso significa que a tensão de entrada deve ser pequena
para não causar uma saturação. Na saturação a saída é constante.

O segundo estágio geralmente comporta a compensação de frequência.


A característica passa-baixas desse estágio o aproxima de um integrador. Se o
segundo estágio tem um capacitor de compensação C e ganho A2, então o
slew rate pode ser expresso como:

onde Isat é a corrente de saída do primeiro estágio na saturação.

O slew rate ajuda nos a identificar qual é a máxima frequência aplicável


ao amplificador de modo a não haver distorções.

Anexo 3 – Fotos do produto final

34
Figura 1 – Vista superior da caixinha

Figura 2 – Vista geral da caixinha

35
Figura 3 – Vista interna da caixinha

36

You might also like