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Thais:

Por que o senhor acha que no Brasil, estão as respostas para os problemas do futuro
do mundo?
O que é que aqui tem de diferente, de especial, que nos outros países não existe?

Reverendo Watanabe:
“O Brasil, foi escolhido por Deus, para construir o modelo do Paraíso Terrestre. É a
missão deste país. É a missão deste povo”.
O brasileiro nunca pensou nisso. Mas esse é o seu destino. E o destino tem que ser
cumprido, porque é o plano e a Vontade de Deus.
Aqui é um país que tem raças do mundo inteiro. E todos os países do mundo têm, pelo
menos, um representante vivendo aqui.

Em toda a história do Brasil, para cá vieram imigrantes do primeiro barco português,


que aportou, e até hoje, nunca mais cessou a vinda de estrangeiros. Portugueses,
espanhóis, holandeses, italianos, japoneses, chineses, coreanos, africanos, alemães,
judeus, árabes, e outros povos, para cá um dia vieram, em busca de um sonho de vida
maior.
Cada bagagem, que descia do avião ou navio, não estava carregada só de roupas. Em
todas elas, o que mais se encontrava era o sonho de uma vida melhor a esperança da
escolha certa, a força do recomeço.
Claro que muitas tristezas vinham junto também, muita dor de partida, muita perda
deixada, muito medo no peito. Mas todos para cá foram atraídos, como mariposas
atraídas pela luz, como a abelha atraída pelo mel.
Em outros paises, como na América do Norte, a mesma imigração aconteceu. Mas é
diferente, muito diferente. Lá cada povo que chegou, foi formando núcleos, guetos. Os
iguais sempre ficando perto dos iguais. Até hoje, é assim que vivem. Não se misturam.
Os bairros, as lojas, as escolas, são separadas. Cada coisa servindo apenas a um grupo
social, ético ou religioso. Ë certo que convivem relativamente bem, são pacíficos. Mas
não se misturam, apenas se respeitam ou se suportam, forçadas pela lei. Nos Estados
Unidos o negro é negro. No Brasil negro é: negro, mulato, mameluco, multicolorido.

Quando um japonês reza e cultua seus antepassados, em sua linhagem só existem


japoneses.
Quando um africano faz o mesmo, só cultura africanos. Alemanha. Turquia, Índia e em
qualquer país do mundo o mesmo acontecerá. Só no Brasil é diferente. O mundo
espiritual dos brasileiros é a própria humanidade. Em nosso reino espiritual estão
reunidas todas as raças do mundo.
Todos estão juntos lá em cima, convivendo bem, dialogando, se respeitando e é por
isso, que todos nós nos damos bem, aqui embaixo também.
O verdadeiro significado da palavra humanidade é exatamente isso. Universais, é o que
somos. Seres universais: a verdadeira face do povo brasileiro.

Meishu-Sama diz: “Quanto mais mistura de sangue houver, mais forte será a raça que
vai nascer.”

No Brasil é assim. Mesmo que o brasileiro não tenha consciência dessa diferença aqui é
especial.
Podemos encontrar famílias que têm muitas raças juntas. Muita miscigenação.
Eu conheço vários núcleos familiares, que têm em sua formação europeus, asiáticos,
africanos, ou descendentes dessas raças. Isso é o verdadeiro ensinamento de Meishu-
Sama, colocado na prática.
Por isso Meishu-Sama escolheu o Brasil, para aqui construir o Paraíso Terrestre.

Brasileira é raça escolhida pelo alto, por Deus. Precisa acordar para isso.
Muitos que aqui vivem se queixam, reclamam, lamuriam. Querem ser salvos, e ficam
como os mendigos, mendigando ajuda. Já está na hora de pararmos de mendigar para
começamos a oferecer. Quem oferece é muito mais corajoso, do que quem pede.
O brasileiro é muito forte, e fica a vida toda, achando que precisa que os outros façam
alguma coisa por ele.
Não podemos mais ser mendigos de Vida. Precisamos isso sim, dar vida. Na podemos
mais ser mendigo de soluções. Precisamos isso sim, dar as saídas.
Somos um país do terceiro mundo é verdade, mas somos grandes, capazes e
inteligentes: nós mesmos vamos achar os caminhos que precisam ser trilhados.

Ou nos conscientizamos de que fomos escolhidos, para ser uma raça especial, ou vamos
nos transformar na pior raça do mundo.
O brasileiro precisa parar de menosprezar a si mesmo. Não gostamos da política, dos
políticos, nem do “povinho” que aqui vive, e não nos orgulhamos das maravilhas que
aqui existem. Menosprezamos tudo.
Menosprezamos e não crescemos e menosprezamos. E o círculo vicioso não pára.
Ficamos sempre no mesmo lugar.

Só nos orgulhamos de nós mesmos, quando ganhamos uma copa do Mundo, ou quando
o Airton Senna, após uma vitória na Fórmula um, levantava a bandeira com orgulho.
Apenas aí nos orgulhamos. Todo resto da nossa vida sentimos vergonha de sermos
brasileiros. Ë necessário e urgente dizermos um basta a isso, se quisermos mudar nosso
destino e de nosso país.

Meishu-Sama diz com muita sabedoria: “Lamúria atraí Lamúria. Gratidão gera
Gratidão”.

Vamos começar a abrir os olhos e a alma. Aqui tem sol abundante, tem água abundante,
e um solo mais abundante ainda.

Todos nós precisamos sentir essa missão, que foi atribuída a nossa vida de brasileiros.
Não quero que só as pessoas religiosas pensem assim. Meu desejo, é que este seja o
pensamento do político, do empresário, do profissional da multinacional, do estudante,
da dona de casa, enfim, de todos nós.

Foi feita no Brasil, há pouco tempo, a campanha da fome, pelo sociólogo Betinho. Uma
campanha bonita. A conscientização de que a mudança tem que estar em nossa atitude.
Que tal fazermos a campanha do orgulho do povo brasileiro?
Precisamos nos conscientizar de que a mudança profunda está dentro de nós.
Precisamos sentir muito orgulho pelo que somos, pelo que temos, e principalmente, o
orgulho de estarmos todos juntos. O universo inteiro está aqui no Brasil.

Não temos que ser salvos. Temos, isto sim, que salvar a humanidade.
Será que essa campanha pega? É apenas isso que falta no Brasil de hoje.
É isso que não levamos para casa, após um dia de trabalho; é isso que o estudante não
aprende na escola; é isso que não é dito na feira, enquanto fazemos nossas compras.

A igreja Messiânica fala muito na trilogia: Verdade, Bem e Belo.


Falamos também do perfeito equilíbrio, entre o Sol, Lua e Terra, ou fogo, água e solo.
Fogo, água, e terra = os três elementos da vida. Essa é a verdadeira essência do
Universo.
Se uma delas deixasse de existir, não haveria mais vida no universo.

O sol é fogo, masculino. A lua é água, feminino. Um atrai, o outro, é atraído.


Sol e lua juntos significam clarear. Sol é a representação do homem. Lua é a mulher.
Terra é o filho, o fruto, o resultado da união.

Meishu-Sama significa: Senhor da Luz. Senhor do Clarear.

O que quero agora acrescentar é o seguinte:


Os orientais são da raça amarela, que é representada pelo fogo.
Os ocidentais são a raça branca, representada pela água.
Os africanos e indianos, são a raça preta, representada pela terra.

O fogo precisa da água, a água precisa da terra, a terra precisa do fogo.


Assim, os três elementos do universo, sabem que um não sobreviverá sem o outro.
Nenhum dos três se sente mais forte do que outro. Nem mais importante. Nem mais
belo. Nem mais sábio.
E assim, num perfeito equilíbrio, o universo foi criado e na mesma perfeita harmonia
vivem.

No Japão, existe uma palavra, que é muito sábia; Izunome. Seu significado é: equilíbrio
e força. E sua forma se assemelha a uma cruz.

Vamos considerar que o povo oriental é a linha vertical dessa cruz.


Porque vertical, inflexível, obediente, espiritualista, são características do oriental.
Vamos considerar agora, que o povo ocidental, é a linha horizontal desta cruz.
Porque mais horizontais são os ocidentais: são alegres, abertos, espalhafatosos,
afetuosos, materialistas.
Para que a cruz tenha força e gire, as duas linhas são imprescindíveis.
Para que o mundo chegue no século 21 com equilíbrio, oriente e ocidente precisam estar
em perfeita harmonia.

O Brasil reuniu em suas terras, em suas matas, em suas praias, o oriente e o ocidente
num só corpo, numa só alma. Por isso, daqui sairá a energia, que transformará o mundo
num Paraíso Terrestre.

Tudo no universo é o resultado da soma, do equilíbrio das formas do Izunome.


Veja: a representação do homem é a linha vertical; a representação da mulher, a linha
horizontal.
Do cruzamento dessas duas linhas, é que nasce o filho.

O arroz tem a linha vertical em sua forma. O trigo tem a forma horizontal.
O oriental come arroz; o ocidental come pão e massas. E o brasileiro come os dois.

O oriental sempre usa o movimento para dentro puxando. O ocidental faz o movimento
empurrando, para fora. Isso se repete, quando usamos a espada, o serrote, a porta.
O japonês puxa, o brasileiro empurra. Sempre o japonês faz o movimento para si, e o
brasileiro para fora.

O oriental para dentro, o ocidental para fora. Até para contar os dedos, essa é a ordem.
O oriental, à medida que vai contando, vai fechado os dedos e ao final está com todos
eles fechados, na palma da mão. O ocidental vai contando e vai abrindo-os; ao final está
com a mão toda aberta.

Em uma discussão, o ocidental impõe sua opinião, fala mais; o oriental se recolhe,
escuta, e pouco fala.

Para que o mundo dê certo, os dois movimentos são importantes, necessários,


imprescindíveis. Precisa haver o cruzamento das duas maneiras de ser e de viver.
Precisa empurrar e voltar. Ir e vir. Dar e receber.
Repare no movimento da respiração: vai e vem, vai e vem, sempre.
Do primeiro respirar do neném, ao último suspiro do moribundo, por toda a vida , a
respiração do homem vai e vem.
Se fizermos uma analogia com a própria vida. Veremos quão sábio é o movimento da
respiração.
Quando o ar é inspirado para nossos pulmões, é quando recebemos amor, carinho, afeto,
vida.
Quando sai o ar, no movimento da expiração, é o momento da doação, da dádiva, da
entrega.
O egoísta só quer receber. O altruísta só sabe dar.
O importante é dar e receber.
Por toda a vida. Por todo o tempo, não podemos apenas querer receber, é tolo, pequeno,
frágil.
Se só entrasse ar dentro de nós, explodiríamos.

Também o inverso é perigoso, se apenas sair o ar, se só quisermos dar, dar, dar, um dia
morreremos sem ar.

É preciso amar. É preciso ser amado.


Quando quisermos fazer o outro feliz, é preciso dar amor.
Quando precisarmos de coragem, é preciso receber amor.

É neste pêndulo da vida, do eternamente vai e vem, que a sabedoria humana precisa se
inspirar.

É nesse pêndulo que o Brasil e Japão se localizam. É o eixo de rotação da salvação da


humanidade. Cada um desses países está na ponta desse eixo.

Do Japão vêm às palavras iluminadas de Meishu-Sama. Do Brasil partirá a luz do


Johrei.

O brasileiro é especial. Muito especial.


Ë um artista por natureza. Tem arte na veia, música na alma e amor na pele.
O brasileiro é colorido, não é um povo branco e preto, ou sem cor, e sua cor nasce da
alma.
É um povo flexível que consegue se adaptar em qualquer lugar do mundo.
É comunicativo. Quente. Alegre, com o calor humano.
Tem muita compaixão e é inteligente.
É puro, ingênuo e malicioso ao mesmo tempo.
Ë apaixonado pela vida, pela música, pelo sol.
É namorador, mas é fiel também.
Tem pureza na alma.
E o mais importante: gosta do outro ser humano, seja este qual for.

Meishu-Sama diz: “sejam homens universais”.


Não é esta a característica do brasileiro? Universalismo?
Onde houver um brasileiro, tenha certeza de que ele já terá conquistado, quem estiver ao
seu lado.

O brasileiro tem que amadurecer seus sentimentos. Procurar se fortalecer, para crescer.
Veja nossos jovens, por exemplo: são determinados e tem uma energia maravilhosa.
Qualquer esporte que treinem, acabam ganhando. Ou seja, quando há o esforço do
crescimento, há a vitória.
Nossos jovens têm futuro, força, determinação. Basta querer, para poder, não é assim o
ditado?

O Brasil é um país jovem, que pulsa cheio de energia. Alguns países já pararam de
crescer, e contam isso com muito orgulho. Quem não pode mais crescer é porque parou
de ser fértil, parou de gerar a vida, não tem mais energia de caminhar e entrou na
menopausa.

O Brasil é um jovem inexperiente.


Aquele jovem que não sabe a força que tem, nem sabe que é tão bonito, viçoso e capaz e
que atrai os olhares de todos, por onde passa.
O Brasil é um jovem que tem a vitalidade e a coragem do cavalo novo.
Aquele cavalo que carrega o mundo nas costas e nem se dá conta do que é capaz de
fazer.
É aquele jovem rude e sensível. O brilhante que ainda não foi lapidado.
O Brasil é o futuro. Ou o celeiro do mundo, como foi chamado por muito tempo.

Daqui partirá o amanhã. Aqui nascerá o sol da esperança. Aqui se encontra a porta do
futuro.

Eu, Tetsuo Watanabe, nascido no Japão, mais brasileiro que muitos brasileiros, digo
com orgulho, no mais profundo de minha alma:
“Há 33 anos escolhi esta terra, para construir meu lar. Aqui formei alunos, orientei
discípulos. Fiz filhos, criei-os, perdi-os, amei-os.
Orientei pessoalmente mais de 150.000 pessoas. A cada uma delas dei um pedaço de
minha alma, de meu amor, e às vezes, até minhas lágrimas, do meu coração.
Conheço o Brasil palmo a palmo. Por todas suas estradas estive ministrando palestras e
dizendo a todos que me ouviam, que a chave da felicidade consiste em fazermos os
outros felizes.
E em minhas mãos, através do Johrei, sei que farei minha parcela de vida. Sei que
cumprirei minha missão, que é de embelezar, salvar e contribuir para que o mundo fique
melhor."

Quando vou ao Japão, meus amigos japoneses dizem que não sou mais japonês, que não
tenho mais hábitos japoneses e eu cheio de orgulho, respondo:
“Não sou mais um japonês, não sou brasileiro, mas sei que sou do mundo, sou um ser
Universal”.

Quando o Reverendo Watanabe falou isso, dei por encerrada a entrevista.


Nada mais poderia ser dito. Todas as mensagens tinham sido verbalizadas. Tudo que
era importante tinha sido registrado. Desliguei o gravador, respirei fundo e fiquei
pensando.
Percebi nesse momento, uma leve vibração em minhas mãos, como se estivesse
emocionada. A alegria tinha tomado conta do meu peito, e da mina respiração.
Percebi-me inspirando fundo, como que querendo guardar dentro de minha alma a
emoção daquele instante.
Percebi-me expirando solenemente, como que querendo me dar à vida.
Era exatamente isso o que eu estava sentindo.
Uma enorme alegria de viver. Uma vontade de doar minha vida para ajudá-lo naquele
projeto, que já não era apenas dele, e sim pertencia a todos os brasileiros que
acreditaram em suas palavras, como eu acreditara também.
O projeto de fazermos um mundo melhor era meu projeto e de mais 250.000 brasileiros
que sabiam da importância de tudo que havia sido dito.

Precisava de um tempo para digerir, praticar, pensar, meditar, e executar tudo que
havia vivido e ouvido, naqueles encontros.

Não ia tão cedo me esquecer da importância de cumprimos a missão de nossas vidas;


nem de termos metas claras e lutarmos com unhas e dentes, para a realização de todas
elas; nem da importância do esforço, para subirmos ao mais alto vôo; nem poderia me
esquecer de abrir a janela e ouvir a natureza me sussurrar conselhos de vida; e me
lembraria para o resto da minha vida, da importância das palavras, e o cuidado que
devemos ter ao pronunciar impropérios, queixas e juras irrealizáveis; e saber que a
chave da felicidade está sempre em minhas mãos, e que só preciso abrir o coração do
outro com essa chave, fazendo-o feliz.

Quero me lembrar sempre, de deixar meu ouvido e minha alma atentos para poder
conseguir ouvir Deus me dando orientações de vida.

Mas, o que mais fundo ecoava em meu corpo e em minha alma, era o orgulho de
pertencer a esta terra maravilhosa chamada Brasil.
Terra grande, fértil, bonita e livre.
Terra amada, querida, corajosa e meiga.
Obrigada Brasil!
Obrigada, por me acolher em seus braços quentes e macios.
Obrigada, por me dar impulso de que necessito, para continuar a seguir sempre o meu
vôo de brasileira, feliz, apaixonada, e mensageira de Meishu-Sama.
Obrigada, meu amigo, mestre, guru, Tetsuo Watanabe!
Quando estiver com o fôlego recobrado, virei novamente importuná-lo de gravador a
postos, para que o senhor nos dê outras respostas e sabedoria de vida.
Até lá, Reverendo! Obrigada, pela lição de vida e de amor!

Thais Alves.

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