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Método “Jurisprudencial Pleno”

A palavra Jurisprudência derivada do latim “iurisprudentia” ocorre da junção do termo


júris que significa lei e prudentia que significa conhecimento. Logo significa que
jurisprudência é a capacidade de tomar decisões de forma racional, com experiencia e
saber obtido no fim de contas é a noção de justiça, isto é, a criar leis e resolver
conflitos tendo como base a ética e os valores morais.

O método jurisprudencial pleno foi um método criado com o objectivo de combater as


causas de decadência causadas pela burocratização da actividade jurisprudencial.

Este método privilegia muito o ensino cultural-jurisprudencial, pois acredita que é este
o único que possibilita combater as causas dessa decadência de forma racional e
prática de modo a resolver os casos de forma justa.

Com este método a investigação científica deixa de ser prioritária, pois este método
não vê o estudo do direito como um ensino profissional, mas sim como um estudo que
integra a sensibilidade para a justiça, os sentido de equidade, bom senso decisório,
experiência aplicada, argúcia argumentativa, capacidade criativa, pois a resolução do
caso não emana do dever ser prefixado mas do que é justo (in Curso de Direito
Romano do Professor Eduardo Vera-Cruz Pinto).

Este método deve estar permanentemente interligado com o ars inveniendi (arte de
criar), que coloca a imaginação e a fantasia como dois aspectos fulcrais para a criação
de novas leis que sejam mais justas e integrem uma sociedade onde a injustiça, o
desrespeito e a falta de confiança reinam. É a criação de soluções jurídicas
fundamentadas na lei e no sentimento de justiça no seio de uma comunidade.
Desde a Antiguidade Clássica até aos dias de hoje, o método Jurisprudencial Pleno é
capaz de persistir na formação de juristas. De salientar, formar Homens, no sentido de
indivíduos justos, honestos e íntegros.
O método Jurisprudencial Pleno simboliza o dever cultural perante a sociedade de que
o Direito é fundado e formado na Antiguidade Clássica, essencialmente na Era
Romana.

Nos dias de hoje a noção de direito não segue como bases este método nem o ars
inveniendi, nos nossos dias o direito é aplicado através da força de o Estado que obriga
as pessoas a cumprirem as leis de uma forma «cega», isto é, a população está de tal
forma mecanizada que já não se importa com a justiça, o que importa é que as leis
sejam cumpridas parece que vivemos numa sociedade controlada pelo Estado onde
nós pessoas somos uma espécie de “robôs”.

Esta forma de Direito foge completamente ao método e ao ars inveniendi, dai a


disciplina de direito romano preocupar-se com o ensinamento de este método, pois
para além de ser a base de ensinamento é também uma forma de preparar os alunos e
de lhes abrir novos horizontes para a formulação de leis que sejam justas.

A problemática da criação de “legislador-político” e de “juiz-funcionário”, que no


primeiro caso mostra a beneficiação própria e tendências irracionais de cada partido
tornam a formulação de leis desde logo «impuras» e que não representam a justiça.
No segundo caso, o juiz de hoje tornou-se um autêntico «robot» que apenas resolve
casos, mediante a experiência obtida ao longo da carreira e sem colocar em causa ou
pondo questões sobre a justiça que está a fazer e perdeu uma característica essencial
de um jurista que é o ars inveniendi.

A leccionação de Direito Romano com iurisprudentia recorda e revela à comunidade


que o Direito é das pessoas e não do Estado enquanto instituição jurídica.
“O direito romano deve ser estudado como um modelo: ele nos mostrou qualidades
não de hoje ou de ontem. Mas de todos os tempos.” in História das Instituições do
Direito Romano de Paulo Mêrea.

Esta frase, que surge na sebenta do Professor Eduardo Vera-Cruz demonstra-nos a


noção de direito que emanava na Antiguidade Clássica e que foi esquecida pelos juízes,
advogados e juristas de hoje. Daí ser importante voltar as bases do direito Romano
para que se possa formar juízes que tenham capacidade de resolver os casos de forma
justa o que de facto demonstra a importância desta cadeira, pois eu sendo um aluno
de 1º ano de Direito julgo que Direito Romano é a base para a formação de juristas
capazes de resolver os casos utilizando o ars inveniendi, isto é, utilizando a consciência
e a racionalidade como forma de resolver com justiça todos os casos a que forem
presentes

Para terminar, o método jurisprudencial pleno envolvido pela ars inveniendi consegue
dar a entender que esta foi a forma como Roma engrandeceu, face à visão de
moralidade social e que há capacidade em cada um de nós para se tornar um jurista
caracterizado por valores ético-sociais.

Concluindo, o método jurisprudencial pleno é a leccionação de um Direito Romano


fundado no ideal da formação de juristas que possuíam várias características essenciais
como referi anteriormente e onde o ars inveniendi é a base para renovação de um
Direito que, infelizmente não vive na plenitude para a procura da Iustitia.

Ivo Cordeiro(21494)- Subturma 8

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