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1 INTRODUÇÃO

O estudo proposto visa uma discussão das principais contribuições africanas


vocabulares como: “carimbo, moleque, caçote, banzo, dendê, caxumba” ( todas
de origem banto segundo Pessoa de Castro (2005)), diluídos no Português do
Brasil. Diante disso, será feita uma pesquisa de campo para a coleta desses
influxos linguísticos encontrados em diferentes discursos proferidos pelos
falantes da comunidade remanescente Alegre Barreiros, localizada no
município de Itaguaçu da Bahia para uma análise semântica diacrônica
verificando suas mudanças ou sua permanência nos traços deixados por seus
antepassados que se refugiaram nesta localidade nos tempos de escravidão.

Os nossos estudos a respeito desses étimos africanos tiveram início no III


semestre com a temática: “Casa grande ou senzala: A contribuição do negro na
formação Linguística cultural no olhar de Freire”, no qual tivemos como meta
analisar os diferentes olhares em relação ao negro e sua contribuição
linguística para a formação cultural; no IV semestre com: “A nossa língua
portuguesa: influências misturas e particularidades”, onde pretendíamos
oferecer uma melhor visão da história da Língua Portuguesa do Brasil,
desmitificando a obsoleta idéia de que a mesma deve ser cópia do modelo
europeu; no V semestre trabalhamos com: “As heranças linguísticas e seus
efeitos na formação do Português Brasileiro”, que teve como objetivo analisar
parte das contribuições das línguas africanas aqui no Brasil, a fim de identificar
e compreender sua formação, importância e conhecimentos, possibilitando a
valorização da mesma; já no VI semestre foi pesquisado: “A contribuição do
Banto no Português do Brasil”, objetivando o resgate de algumas dessas
contribuições negras esquecidas, principalmente o legado lexical deixado por
esses povos em nosso vocabulário.

Para tanto, fez-se necessário uma contextualização histórica dos fatos que
marcaram o início da formação do português, desde a Península Ibérica, a
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contribuição indígena até as línguas africanas, em especial do grupo banto,


advindos da extensão abaixo da linha do Equador dos países: Congo
Brazzaville, Angola, Nigéria, entre outros, que enriqueceram amplamente o
português popular, através de adaptações das estruturas africanas, alterando
para sempre a língua nacional.

A cultura afro-brasileira em todas as suas variadas facetas tem sido alvo de


desrespeito e preconceito, desde os tempos coloniais até a atualidade. Mesmo
após lutas e condenações contra a discriminação e etnocentrismo pós-
colonialista e o estigma causado pela escravidão ainda estão fortemente ativos
na sociedade, reverberando sob forma de exclusão social e falta de
oportunidades em vários segmentos para a ascensão pessoal e intelectual
desses sujeitos.

Diante do período histórico da conquista do nosso país e, em seguida, a


imposição idiomática à escravização indígena e negra e a fusão advindas
desses contextos, evidenciou-se a inquestionável miscigenação étnico-cultural
modificando a língua portuguesa. Assim, essa afirmativa veio auxiliar em nossa
pesquisa no ato de explorar a origem linguística do grupo banto nos falares
provenientes da comunidade remanescente Alegre Barreiros mostrando como
a cultura africana se encontra mais próxima do nosso país, transcendendo a
expectativa da grande maioria dos brasileiros.

O que nos motivou na escolha desse tema foi quando ao ingressarmos na


universidade nos deparamos com textos que continham inúmeras palavras de
origem africana, assim, percebemos o quanto éramos leigos referindo-se a
esses conhecimentos. Então, surgiu uma curiosidade sobre essa cultura e
principalmente tratando-se do seu idioma. No decorrer dos semestres tivemos
as disciplinas Língua e cultura africana, Tradição e ruptura em literatura de
língua portuguesa, fazendo com que aguçasse ainda mais o nosso interesse
por essa temática; só a partir daí, começamos a pesquisar as contribuições
linguísticas desses étimos africanos diluídos em nosso português.
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Depois de todo esse levantamento bibliográfico sobre esta etnia e devido a


nossa necessidade de aquisição de conhecimentos nessa área, refletimos e
chegamos a uma conclusão: se nós estudantes só tivemos acesso a esses
conhecimentos a partir da nossa inserção na universidade, então o número de
falantes desprovidos dessas informações era grande em nossa sociedade,
principalmente referindo-se a comunidades mais isoladas, no caso específico:
Alegre e Barreiros. No entanto, ainda não sabíamos se essa lacuna veio do
pré-conceito ou do apagamento cultural. Por isso, resolvemos contribuir por
meio de um estudo sobre as transformações semânticas de alguns desses
vocábulos, levando em conta os resultados da comparação de significados dos
mesmos que foram herdados no passado até os dias atuais, onde
investigaremos a provável mudança semântica das palavras de origem
africana, principalmente o banto na comunidade remanescente.

2 JUSTIFICATIVA

Conhecer melhor a própria língua e suas características é algo fundamental


para os falantes de qualquer idioma, resultando em uma melhor compreensão
do mesmo referente às contribuições em seus principais aspectos presentes
nos dialetos que compõem a língua de uma nação. Consequentemente,
desvendando e conhecendo as raízes que deram origem ao idioma, o
estudioso terá uma compreensão mais abrangente do mesmo.

Sendo a língua um processo de interação entre os seus falantes, ambos


mediados pela comunicação, a mesma deveria ser vista não só como objeto de
fala, mas também como órgão de mudanças e renovações. Por isso a
necessidade de se buscar significações para explicar esses fenômenos
linguísticos dos étimos africanos que se encontram no português brasileiro
diluídos, enraizados, mas permanecendo às vezes ignorados e esquecidos.
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E ainda, dentro deste contexto de reconhecimento, é imprescidível o


entendimento sobre como estes léxicos se desenvolveram na fala cotidiana,
adquirindo diferentes significados a partir de ocorrências discursivas
diversificadas, como é o caso, em português, da palavra “ponto”.

Cabe aqui não só à apresentação da polissemia, mas diferentes tipos de


mudança léxico-semântica, como o significado contextual nas mudanças
pejorativas e ameliorativas, nas mudanças devidas ao tabu e, por fim, na
especialização, ampliação e restrição do significado.

Em estudos realizados anteriomente, dentre os quais citamos o levantamento


realizado pela direção geral de estatísticas citado por Mussa (apud Mattos e
Silva,?), sobre a quantidade de negros e afrodescendentes, nota-se a
superioridade dos mesmos em relação ao número de brancos e outras etnias,
o que leva a interpretar que os africanos e afrodescendentes foram os maiores
disseminadores do português brasileiro:

FORMAÇÃO POPULACIONAL DO BRASIL


1530-1600 1601-1700 1701-1800 1801-1850 1851-1890

africanos 20% 30% 20% 12% 2%


Negros - 20% 21% 19% 13%
brasileiros
Mulatos - 10% 19% 34% 42%
Brancos - 5% 10% 17% 24%
brasileiros
europeus 30% 25% 22% 14% 17%

Índios 50% 10% 8% 4% 2%


integrados
Fonte: Mussa, 1991: 163

Diante dos dados apresentados, é notável a presença crescente do negro e


seus descendentes superando a todos os outros representantes étnicos,
resultando em um número muito maior de falantes do português popular
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modificado e distinto do europeu. Nessa pespectiva, mostraremos através


desse estudo a relevância dos influxos linguísticos dos étimos africanos na
comunidade remanescente supracitada, o quanto esses elementos morfo-
lexicais e semânticos dessas línguas contribuíram para um vocabulário
brasileiro mais diversificado e ao mesmo tempo diferente, enriquecendo as
múltiplas funções de uso da língua vernácula.

3 QUESTÃO NORTEADORA

Observando contextos advindos da oralidade e escrita na sociedade brasileira,


percebemos a presença marcante dos vocábulos provenientes das línguas
africanas. Devido a nossa necessidade na aquisição de conhecimentos nessa
área, e outras pessoas a nossa volta estarem quase totalmente alheias a tais
informações, tornou-se necessário um levantamento bibliográfico a respeito
dessa cultura, para uma melhor compreensão referente às línguas africanas,
principalmente as de origem banto que mais participaram na formação do
português do Brasil.

Observamos alguns vocábulos étimos africanos presentes no português falado


no cotidiano superando, inclusive, as nossas expectativas e percebemos o
quanto foi forte o elemento negro no português brasileiro. Então na busca de
uma bibliografia qualificada e fontes que nos auxiliasse na investigação das
raízes do nosso idioma, utilizamos a pesquisa de Cláudia e Domingas: “O
elemento negro no léxico do português falado nas comunidades
remancescentes de quilombo de Alegre/Barreiros”, que nos ofereceu
conhecimento de um grande acervo lexical banto largamente usado no
cotidiano. Dessa forma, surgiu o questionamento acerca da mudança
diacrônica na semântica desses vocábulos e de outros a serem pesquisados:
como se deram as principais contribuições dos falares africanos (banto) e a
variação semântica que estes étimos sofreram em diferentes contextos
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discursivos no processo de formação linguística identitária nos falares


pertencentes a Alegre e Barreiros.

4 HIPÓTESES

A primeira hipótese que norteou o nosso trabalho foi a fusão dos elementos
morfo-lexicais das línguas africanas com a língua portuguesa. Conforme
Pessoa de Castro (2001), essa contribuição possibilitou o enriquecimento da
matriz européia, tornando o idioma brasileiro vernáculo multilíngue.

Outra provável resposta para entender os influxos linguísticoculturais desses


povos escravizados foi à vivência espontânea entre senhores e negros, a partir
daí, deu-se início a esses elementos morfo-lexicais na oralidade. De acordo
com Mattos e Silva (2004), os escravizados ao chegarem ao Brasil foram
obrigados a aprenderem a língua do colonizador, e posteriormente seria o
principal disseminador do português brasileiro.

Ocorreram mudanças de significado no decorrer do tempo em muitas palavras


que foram deixadas como legado da cultura africana (banto) em nosso idioma.
Para Ullman (1977), essas alterações semânticas se concretizaram
largamente, mais ainda do que muitas transformações próprias da língua: “De
todos os elementos linguísticos arrebatados no seu curso, o significado é,
provavelmente, o que menos resiste à mudança.” (p.385). A afirmação do
teórico ratifica a tendência natural do que é vivo está em metamorfose, pois “a
língua move-se ao longo do tempo numa corrente que ela mesma constrói.”
(SAPIR apud. Ullman, 1958).
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5 OBJETIVO GERAL

Discutir sobre os influxos lingüísticos dos étimos-africanos e suas relações de


significados ao longo do tempo encontrados nos falares da comunidade
remanescente Alegre Barreiros, contribuindo para com seus falantes na
desconstrução da obsoleta e excluidora idéia edificada ao longo da história
nacional: a dos elementos culturais (dentre os quais o idioma) negro-africano
como sendo inferiores aos demais povos.

5.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os Objetivos específicos desse estudo são:

a) perceber as causas de mudanças ocorridas ao longo do tempo nos


elementos morfo-lexicais do étimo africano encontrados nos falares dos
moraderes da comunidade Alegre e Barreiros;

b) compreender e valorizar essas contribuições lexicais, enquanto


processo estrutural sociológico no contexto da variação semântica;

c) identificar a origem, o grupo e o grau de formalidade dessas línguas


africanas, facilitando assim um conhecimento mais abrangente dessa
variedade lingüística cultural fazendo com que esses moradores se
reconheçam e se valorizem como pessoa por pertencerem a estas
descendências.
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6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho será desenvolvido em princípio, por meio de uma pesquisa


sociolinguística laboviana nas comunidades Alegre e Barreiros, onde serão
entrevistados dez informantes, sendo que, a mesma terá duração de uma hora
cada.

Após a coleta de dados, que serão analisadas por meio de uma transcrição,
nas falas dos entrevistados palavras de origem africana, que ainda
permanecem vivas no dialeto pertencente à comunidade em questão e os
diferentes papéis assumidos por estes vocábulos em contextos discursivos
variados.

Na segunda etapa, será feita a pesquisa de cunho bibliográfico, em que serão


estudadas as contribuições dos teóricos: Yeda Pessoa de Castro em Falares
Africanos na Bahia, Rosa Virgínia Mattos e Silva em Ensaios Para uma Sócio-
história do Português Brasileiro, Renato Mendonça em A Influência Africano no
Português do Brasil, entre outros que se aprofundaram na análise linguística
dos povos africanos e seus influxos no português do Brasil, principalmente dos
grupos pertencentes ao Banto.

Numa terceira etapa, a pesquisa será qualiquantitativa na qual os dados


coletados serão analisados e interpretados à luz dos semanticistas, tais como
Ullmann (1977), dentre outros.

7 REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa tem como principais teóricos: Renato Mendonça, Yeda Pessoa de


Castro e Mattos e Silva, que tanto vem contribuindo para o andamento do
nosso trabalho. Tais autores fundamentam importantes estudos acerca dessa
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temática: As Influências Linguísticas Africanas e Suas Contribuições na


Formação do Português Brasileiro. Para o conceito de variação linguística e
mudança semântica, servirão de base teórica Mollica (2004), Amaral (1976),
Guimarães (1995), Rector & Yunes (1980) e Ullmann (1977).

As influências das línguas africanas compartilharam e enriqueceram nosso


vocabulário e é de extrema importância entender como essa contribuição se
deu no português. O seu reconhecimento é relevante para a singularidade e
pluralidade cultural do nosso país, conforme afirma Mendonça: “A contribuição
do negro é opulenta no folclore brasileiro. O léxico brasileiro apresenta uma
cópia dos vocábulos africanos a qual não é tão desprezível como a têm
pintado.” (MENDONÇA, 1973, p. 70). Diante dessa inferência sobre a língua,
vê-se que não têm sido suficientes os argumentos de alguns linguistas para
excluir ideologias equivocadas, desigualdades e estereótipos racistas diante
dos falares africanos na nossa língua.

Sendo assim, segundo Pessoa de Castro (2005), o português do Brasil


acompanhado do acréscimo de suas contribuições, principalmente lexicais do
étimo africano, originou um novo português, divergente do europeu, não só
pelas heranças adquiridas em seu vocabulário, mas também em sua estrutura
interna. Segundo Mattos e Silva:

A primeira tarefa cultural do negro brasileiro foi a de aprender a falar o


português que ouvia aos berros do capataz. Teve de fazê-los para
comunicar-se com seus companheiros de desterro, oriundos de
diferentes povos. Fazendo-o, se reumanizou... conseguindo dominar
a nova língua, não só a refez, emprestando a singularidade ao
português do Brasil,mas também possibilitou sua difusão por todo o
território (RIBEIRO (1995), apud Mattos e Silva, 2004 p.83 grifos da
autora).

Dessa forma, os negros constituíram-se em elementos ativos na transformação


do português Brasileiro, modificando-a significativamente tanto na estrutura
como em seu léxico, por meio do convívio entre senhor e os africanos
escravizados.
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O mesmo se dá em relação à mudança semântica, cujo conceito busca na


diacronia a explicação para variadas nuances de significação em que as
palavras, em diferentes estágios da língua, adquiriram ou com o próprio tempo,
ou influenciadas por outras línguas – neste caso específico, as línguas
africanas do grupo banto – ou com o contato com a cultura e a sociedade,
constituindo uma nova identidade linguística. Nestes casos, reportar-nos-emos
às significações citadas anteriormente no corpo desta pesquisa, a polissemia,
que é a mudança de significado de uma palavra através dos tempos a partir de
diferentes contextos; as mudanças pejorativas, como é o caso da própria
palavra negro, embutida de preconceito e pronunciada pelo colonizador mais
como ofensa do que determinação da etnia; as mudanças ameliorativas, que
segundo Ullmann (1977), é mudança do termo, antes como significado
negativo para um positivo, em negrinha a mudança para neguinha sofre não
apenas a alteração morfológica e lexical, mas mudança de sentido; as
mudanças por tabu, geradas a partir do contexto cultural que passam a ser
proibidas e substituídas por outros termos, por exemplo, estar enfermo soa
gravidade, mas dodói é suavizado na fala das amas-de-leite, um eufemismo; o
mesmo acontece na restrição, ampliação e especialização dos significados
que, a partir de diferentes situações, o vocábulo, por influência de outras
palavras africanas, no processo de derivação ou hibridização, adquire novos
significados ou limitam o seu uso a determinados contextos. Como exemplo da
ampliação, temos caçuá (CASTRO, 2005) em que o significado original é cesta
de palha, usada para transportar alimentos e amplia o significado, designando
também a cangalha; e bojo de pesca, em que se transporta a isca.

Portanto o estudo desses teóricos será de grande valia no entendimento e


aprofundamento para se compreender a ocorrência dessas influências
linguísticas africanas no português do Brasil. Dentre algumas contribuições
importantes ressaltamos o reconhecimento e valorização da cultura e língua
negra em nossa sociedade principalmente dos povos remanescentes da
comunidade Alegre Barreiros.
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8 APÊNDICE A - CRONOGRAMA
Atividade Fev Mar Abr Mai Jun Ago Set Out Nov Dez
Montagem
do projeto

Coleta
Bibliográfica

Elaboração
do projeto de
pesquisa

Entrega do
pré-projeto
de
pesquisa

Entrega do
Projeto ao
CEP

Coleta dos
Dados

Tratamento
dos dados

Elaboração
da
monografia

Revisão da
monografia
Entrega da
monografia

Defesa da
monografia
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APÊNDICE B – ORÇAMENTO

Materiais de consumo

Especificação Quantidade Valor/unidade Valor total

Folha de oficio 300 0,5 15,00


Caneta 05 1,00 5,00
Lápis 02 0,40 0,80
Borracha 02 0,50 1,00
Classificador 02 1,00 2,00
Envelope 20 0,30 6,00
Corretivo 1 1,80 1,80
Pen drive 1 18,00 18,00
Mp4 1 60,00 60,00
Cartucho 2 85,00 170,00
Computador 1 1.100,00 1.100,00
Impressora 1 289,00 289,00

Subtotal --------------- -------------- 1.678,60

Custo de serviços contratados

Especificação Quantidade Valor/unidade Valor total

Fotocópia 100 0,10 10,00


Encadernação 5 3,00 15,00

Subtotal ------------ ----------- 25,00

Total orçamentário

Especificação Subtotal
Materiais de consumo 1.678,60
Remuneração de serviços contratados 25,00

Total 1.703,60
Fonte Provedora: Própria
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APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO –


TCLE – 1° VIA

CARTA DE CESSÃO

Xique-Xique, ____ de março de 2010

Eu,
_______________________________________________________________,
morador(a) da comunidade de Alegre/Barreiros, reconhecidas como
quilombola em 04/03/2004 , segundo a Lei 7.668 de 22 de agosto de 1988, no
D.O nº 43, seção I, f.07, declaro para os devidos fins que cedo os direitos de
minha entrevista, concedida nos dias ____ e ____, bem como as imagens e
gravações feitas com moradores da região para a pesquisa de Iniciação
Científica do Trabalho de Conclusão de Curso, orientado pela professora Líbia
Gertrudes de Melo e realizado pelos discentes André da Cunha Santos, Aureni
Teixeira dos Santos, Ueloine Miranda da Silva sobre a história destas
comunidades, objeto de estudo dos mesmos, para usá-la integralmente ou em
partes, sem restrições de prazos e citações, desde a presente data. Da mesma
forma, autorizo o uso de terceiros, que podem ouvi-la e usar o texto final que
está sob a guarda da referida professora e alunos.

Assinatura:
_____________________________________________________________
(Nome/identidade)
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APÊNDICE E – PRICIPAIS QUESTÕES A SEREM PESQUISADAS

Esta pesquisa tem o objetivo de investigar a mudança cronológica lexical em


alguns vocábulos de origem africana banto no português do Brasil. Este
questionário servirá como base para conhecer determinados contextos no qual
o indivíduo está inserido, visando contribuir para um maior conhecimento das
raízes e consequentemente do português do Brasil, além de obter um maior
contato com a cultura africana em geral que influenciaram direta e
indiretamente na formação do idioma e enriquecera a cultura Brasileira, no
caso nos limitamos a nossa pesquisa em Alegre e Barreiros, visamos em tal
pesquisa oferecer subsídios por meio da mesma na luta contra o preconceito
etnicocultural africano, através da sua aplicação e avaliação dos dados
coletados. Tem o propósito de conhecer a realidade vivenciada pelos
moradores da comunidade remancescente supracitada em e suas
particularidades lingüísticas.

Qual o seu nome e sua idade?

Como é a vida aqui na comunidade?

Conte-nos um pouco sobre a sua infância.

Você se lembra de como eram seus pais, a vida que levavam, o


comportamento familiar.

Quais as brincadeiras e diversões da sua época?


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Gostaríamos de saber um pouco sobre as festas que aconteceram e


ainda acontecem aqui.

O que mudou nessas festas? Em sua opinião quais eram as melhores,


as antigas ou atuais?

Qual a religião das pessoas daqui da comunidade?

Antigamente frequentava algum representante religioso aqui na


comunidade?

Qual seu nível de escolaridade?

Em que escola você estudou?

Fale-nos um pouco de um professor que marcou essa época.

Quais as comidas típicas daqui?

Como os pais criavam seus filhos?

Quais os meios de sobrevivência das pessoas daqui da comunidade?

Como era a produção da lavoura e o que se plantava e colhia?


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