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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA

FILIPE AZEREDO DE MORAES

PROJETO DE GRADUAÇÃO - ECO


DA PUC-PR - CAMPUS CURITIBA

CURITIBA
2008
Para você.
FILIPE AZEREDO DE MORAES

PROJETO DE GRADUAÇÃO - ECO

DA PUC-PR - CAMPUS CURITIBA

Projeto apresentado ao curso


Desenho Industrial Programação
Visual Disciplina Prática Projec-
tual, da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná como requisito
básico da graduação.

CURITIBA
2008
SUMÁRIO

1- O QUE É HISTORIA EM QUADRHOS?


........................................................................ página 06

2- HISTORIA ORIGEM.........................................página 06

3- A SARJETA OCULTA......................................página 08

4- COMUNICAÇÃO..............................................página 14

5- PROJETO ECO................................................página 20

6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................página 21
1. O QUE É HISTORIA EM QUADRINHOS?

Em senso comum : Quadrinhos são apenas revistas coloridas, cheias de


arte sofrível, aventuras idiotas e sujeitos de colante. De material de con-
sumo infantil e descartável.

Uma definição estreita demais, que descarta a potencialidade da energia


ilimitada, emocionante e aparentemente oculta dentro dos quadrinhos.

Will Eisner usa o termo Arte Seqüencial para descrever as historias em


quadrinhos; uma seqüência de imagens inter-relacionadas.

2. HISTORIA ORIGEM

A origem real dos quadrinhos é tão incerta e indeterminável quanto a


nossa.
Vista pela primeira vez junta de suas irmãs; a arte e a música, dentro da
barriga de sua genitora: a magia do inconsciente.
Marcando um dos primeiros passos da comunicação dentro das antigas
cavernas do paleolítico. Permanecendo grudadas à suas irmãos na re-
ligião ou do antigo misticismo, durante o desenvolvimento das grandes
civilizações. Como a Grécia, o Egito, e os primeiros americanos (Maias e
Incas).
Cada uma destas civilizações demonstrava uma forma única e própria de
contar as suas historias; o povo Maia por exemplo através de junção de
grandes pedaços de pele escreviam em forma de seqüências em zigue-
zague. Utilizando símbolos e cores; não muito diferente das historias em
quadrinhos de hoje: Com personagens alados, ou com corpos de serpente
cheios de referencias de identificação para com o leitor, com nomes estra-
nhos; “8-cervos, Garras-de-juguatirica”.
Um manuscrito em imagem pré colombiano, brilhantemente colorida e pin-
tada conta a historia do grande herói militar e político 8-cervos ou Garras
de Tigre, com uma leitura de seqüências em ziguezigue
A tapeçaria de 70 metros “Bayeux Tapestry” detalha a conquista norman-
da da Inglaterra de 1066. Em ordem cronológica da esquerda para direita,
como o códice mexicano não há requadros mais claros divisões de cenas
por assunto.

Há poucas seqüências de imagens na arte egípcia, o descendente dos


hieróglifos é a palavra escrita e não os quadrinhos. A pintura para a tumba
de “Menina”, uma antiga escriba egípcia é uma exceção e muito próxima
da leitura em ziguezigue pré-colombiana.
e muitas outras artes seqüenciais antigas espalhadas pelo mundo com
grande potencial a ser explorado; como a Coluna de Trajano em Roma,
como a Pintura Grega na Grécia e os arabescos japoneses,por exemplo.
As antigas representações culturais trazem consigo parte da essência das
hqs, o encantamento associado a conselhos e lições morais. Vide estas
representação citada de uma mitologia antiga.
As hqs realizaram suas primeiras travessuras durante a idade media,
como padre santo Erasmo. Considerado como uma heresia e sacrilégio
pelo seu antigo berço; a sociedade humana. O que não a impediu de re-
alizar novas façanhas através dos séculos, mudando em tempos e tempos
de ferramentas e métodos:.
A desenvolvimento da imprensa foi fundamental para a proliferação dos
quadrinhos antigos e modernos; a arte que servia aos ricos e poderosos
poderiam ser desfrutadas por todos.
Certos gostos populares são atemporais, como bem ilustra “As torturas de
Santo Erasmo” data de 1.460 dc.
A sofisticação da historia com imagem atingiu o apogeu inicialmente com
William Hogarth; com seu traço sintético e seus quadros que juntos for-
mam uma grande seqüência.

O gravurista Rodolf Topher foi o primeiro quadrinista moderno, explorando


a potencialidade com muito humor em suas chapas metálicas. Influen-
ciando muitas revistas inglesas de caricatura do inicio do século xx; as
primeiras histórias em quadrinhos floresciam num fluxo regular de fantasia
mesmo não sendo reconhecidas em sua época.

Artistas como Lynd Ward e o Frans Maserel mantiveram viva a potenciali-


dade vindoura através de ricas xilogravuras. A “woodcult novels” é consid-
erada um dos grandes elos perdidos junto com a “Week of Kindness”. Um
romance em colagem de Max Ernst; 182 colagens em seqüência muito
semelhante à leitura visual de um cinema mudo ou de fotonovelas.
A potencialidade e origem dos quadrinhos são muito mais antigas que o
século xx, na verdade como toda arte não existe data especifica
As figuras em seqüência finalmente estão sendo reconhecidas como
uma excelente ferramenta de comunicação, mas poucos a referem como
quadrinhos.
Nesta definição; nenhum gênero, nenhum assunto, nenhum estilo é cita-
do.
Não se diz nada sobre papel e tinta, sobre processos de impressão; ne-
nhum material é excluído ou proibido.
Não há definição de traços pretos e cores chapadas, nem de anatomia e
nem de arte representacional de qualquer tipo. Assim como de nenhuma
escola de arte ou de filosofia.
A quantidade de historias em quadrinhos hoje é quase infinita, mesmo as-
sim grande parte do potencial continua oculto.
3. A SARJETA OCULTA

As historias em quadrinhos permaneceram ocultas e invisíveis por vári-


os séculos, apresentando-se com uma gama variada de materiais de
base(pedra, madeira, areia, seda, argila, papiro, pele, papel, metal, pixel)
O mesmo vale para as ferramentas de execução(pincel, tinta, grafite,
martelo, agulha, bico de pena, software, entre outros) E para os gêneros-
temas-(poesia, romance, biografia, comedia, aventura, ação, erótica, ter-
ror, entre outros) No entanto é a imaginação a fonte primaria com a gama
mais variada, que engloba todas as outras e a si mesma.
È com esta “grande” imaginação que as historias aparentemente banais
do cotidiano tornam-se melhores, trazendo junto o potencial emocional da
historia.

“ Nossa idéias pertencem ao mundo conceitual, não podem ser vistas,


ouvidas, cheiradas, tocadas ou subordinadas. São apenas idéias, e tudo
mais desde do inicio pertence ao mundo sensorial. O mundo exterior a
nós; Indo além de nós mesmo encontramos a visão, o olfato, o tato, o pal-
adar e o som de nossos corpos e do mundo que nos cerca. E logo desco-
brimos que os objetos também podem atravessar esta fronteira, sendo
nossas extensões começam a brilhar com vida que nos emprestamos. O
mundo inteiro parece pulsar com vida, trocando a aparência do mundo
fisico pela ideia da forma; o Cartum coloca-se no mundo dos conceitos.”

A palavra ícone pode representar uma pessoa, local, coisa ou ideia. È


uma categoria de símbolos, onde a semelhança visual do objeto com o
leitor é fundamental e envolvente.
Na figura esta identificação é gradual, definida pelo nível e poder de sín-
tese de realidade, de linguajem, de abstração do observador.
De um circulo e um ponto ao foto realismo; do simples ao complexo.
As linhas curvas e linhas abertas do tio patinhas de Carl Barks passam
uma sensação de juventude e inocência. Enquanto na obra de Eisner uma
ampla gama de estilos e de traços capturam uma gama de estado de es-
pírito e de emoções.

Uma combinação estimulante de cenários realistas e personagens


icônicos;por exemplo, trazem o leitor para um mundo sensorial estimulan-
te. (Como os rítmicos desenhos japoneses e os detalhistas europeus.)

O espaço vazio entre os quadrinhos, chamada de sarjeta é responsável


por grande parte da existência dos quadrinhos. Conectando os quadros e
a imaginação do leitor para criar ritmo, tempo e espaço na leitura. A ideia
de que os elementos omitidos de uma obra são tão partes dela quanto os
incluídos é típica do oriente há vários séculos.

Uma boa arte seqüencial ocorre quando os quadros visíveis e invisíveis


estão em pleno equilíbrio. Onde o olho deste leitor é o vinculo e todos
seus outros sentidos tornam-se um só. Envolvidos pela junção dos quad-
ros das historias que fragmentam o tempo e o espaço, oferecendo um
ritmo recortado de momentos desassociados. Mas a conclusão nos per-
mite conectar a estes momentos e concluir mentalmente uma realidade
continua e unificada.
Na linguajem oriental em vez de atuar como uma ponte entre momentos
distintos o leitor deve compor um único momento, utilizando fragmentos
dispersos. Estabelecendo um equilíbrio e sentido de lugar, uma combina-
ção silenciosa e de presença no equilíbrio; entre o homem e a natureza.
Um mundo oculto e invisível torna-se conscientes e voluntário pelo es-
timulo do leitor. Em um estado “meditativo”, onde a abstração fluir natural-
mente.
O linguajem do invisível pelo abstrato faz parte da essência dos quadrin-
hos, de difícil aceitação pelos meios de comunicação mais nobres. Oriun-
do das artes expressionista com a arte sinestésica, que traz consigo uma
comunicação direta com o leitor; empatia.
O mesmo vale para qualquer historia a ser contada só que em um nível
mais abstrato, reconhecendo o potencial emocional e enriquecendo a sua
volta. Por exemplo; dentro do universo dos mangás uma simples e icôni-
ca espada torna-se ricamente detalhada, contendo inúmeros símbolos
gráficos com conteúdo historico e geográfico. Hoje um leitor de qualquer
lugar do planeta pode ver esta espada e reconhecer um mundo inteira-
mente novo. Voando além do universo do mangá, avançando rumo à fonte
essencial Partindo deste ato de reflexão, ou de meditação (foco total de
atenção) para o ato de auto expressão, do auto conhecimento. (este pro-
cesso ocorre começa muitas vezes em um tempo de piscar de olhos)

Sempre começamos este processo confundindo a palavra como a ima-


gem e vice-versa, como crianças. As maneiras de combinar a palavra e
a figura são virtualmente ilimitadas, associadas diretamente com a nossa
origem e necessidade de expressão, como toda a arte. Os quadrinhos
oferecem recursos tremendos para todo os roteiristas e desenhistas; Con-
stancia e conteúdo, uma chance de ser ouvido em toda parte e sem medo
de compromisso. Oferecendo uma gama de versatilidade com toda a
fantasia e potencial do cinema e da pintura. Além da intimidade da palavra
escrita.

È pedir demais que um único sentido seja responsável pela transmissão


de tantas experiências mas nos fazemos isto acontecer usando a força de
nossas próprias mãos experiências para absorver o mundo. Nos lidamos
com o mundo invisível dos sentidos e emoções mas em todos os aspectos
os quadrinhos são uma arte do invisível.
O que vc vê não é o que vc obtém, se tudo que estiver (mesmo agora) for
só papel e tinta. No fim o que obtém é o que você dá.

4. COMUNICAÇÃO

Todos somos seres em estado isolamento aparentemente profundo, in-


compreendidos por dentro. As mídias são um subproduto de nossa in-
capacidade de comunicação menta a mente. Os meios da comunicação
servem como ponte entre as mentes. Hoje os quadrinhos são uma das
poucas formas de comunicação de massa que vozes individuais ainda
tem chance de ser ouvidas.

Visto por este ângulo, os quadrinhos torna-se um vinculo para a comuni-


cação pura; inicialmente pessoal e intimista. Comunicando diretamente a
existência de um individuo ao outro através de símbolos e outras formas
de representações.
Se lembrarmos do seu grande potencial; já muito bem explorado na an-
tiguidade e juntarmos com as possibilidades que podem ser exploradas
dentro dos 6 passos da arte;

1º Ideia e Objetivo.
Os impulsos, as idéias, as emoções, as filosofias, os objetivos da obra, O
“teor” da obra.
2º Forma.
A forma que assume.. um livro ou um desenho, ou uma cadeira, ou uma
canção, ou uma escultura ou um gibi por exemplo.

3º Idioma.
A “escola” de arte, o vocabulário de estilos ou gestos ou assuntos, o gêne-
ro ao qual a obra pertence, ou gênero próprio.

4 º Estrutura.
O conjunto de tudo, composição e arranjo dos elementos.

5º Habilidade
Construir a obra pelo conhecimento prático e inventivo.

6º Superfície
Valores do produto, o acabamento ou aspectos aparentes na primeira ex-
posição superficial da obra.
Em todas as artes é a superfície que as pessoas apreciam com mais fac-
ilidade, independente do conteúdo interno.

Lembrando que dar um passo para trás não necessariamente indica estar
voltando. E sim buscando o potencial que ainda se encontra inerte e es-
condido em si. Sem medo por exemplo de fluir da estrutura para a ideia.
São poucos mas grandes os pioneiros da revolução da comunicação que
foi o século xx . Seja através da arte ou da narrativa; McCay, Spielgelman,
Henrriman, Sterret, Moebius. Schulz, Barks, Hergé, Eisner e Nakazawa.

O equilíbrio na narrativa visual é energético, conseguintemente geram


expansão.
Os Mangás trazem forte renovação e difusão dentro da sociedade midiáti-
co nipônica, vide os manuais de comunicação e expandindo para o mundo
com globalização cultural do XXI.

Pela internet os quadrinhos avançam em um meio de comunicação sem a


imprensa pela primeira vez. Em busca de uma comunicação mais pura, a
comunicação pela essência.
Ampliando, durante, a rede de leitores e de produção.
Assim como a noção de existência das historias em quadrinhos, partici-
pando e interferindo muito mais com os outros meios de comunicação.
Como o cinema, a televisão e a própria internet.
“Entre cada pagina o leitor fica solto, como um trapezista no ar da imagi-
nação. Até ser sempre apanhado pelos braços infalíveis do quadro
seguinte”.

È preciso pega lo rapidamente senão cai na confusão e no tédio. Mas em


alguns casos a conclusão pode ser tão manipulada que o leitor tem que
aprender a voar.”
O leitor que apreende a voar e ver por si mesmo. Reflete conscientemente
sobre o tema da obra, equilibrando e evoluindo junto e internamente. Pas-
sando a informação em seguida para um ser próximo; para a realidade,
finalmente entendo com mais sinceridade o universo em sua volta.

A evolução da comunicação não é mais a comunicação direta para as


massas, e sim comunicação interna entre as pessoas. Compreendendo
o invisível através do visível, como a representação dos sentidos e das
emoções.

Um pequeno passo que pode gerar grandes frutos no futuro. Se as idé-


ias em essência dominarem o trabalho e determinarem suas formas elas
podem expandir e espalhar. Então o ciclo pode recomeçar, e um mundo
novo pode surgir. Um universo de possibilidades com potencial pratica-
mente infinito rumo ao futuro.
5. PROJETO ECO

Ultimamente os quadrinhos que retratam o cotidiano trazendo reflexão


para o dia a dia tem aumentado a procura, diferente da era de ouro e
prata dos
quadrinhos modernos. Compreendendo o invisível através do visível,
como a representação dos sentidos e das emoções

O objetivo do projeto é captar fragmentos destas reflexões modernas e


reintroduzi-las em aplicações matérias mais presentes no cotidiano atual.

A palavra Eco é uma metáfora gráfica para representar a transposição de


uma ideia de uma hiperealidade através de fragmentos que reverberam
reflexões na mente do observador junto dos sentidos e das emoções.
Projeto consiste em desenvolvimento de divulgação da marca e aplica-
ções em produtos de forma real e virtual.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- MEC.LOUD, Scott. Desvendando os Quadrinhos

2- MEC.LOUD, Scott. Reinventando os Quadrinhos

3- LUYTEN, Sonia. Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses

4- NAKAZAWA, KEIJI. Gen- Pés Descalços

5- CLARK. ALAN; CLARK. LAUREL, Comics Uma História Ilustrada

6- MARNY. JACQUES. Sociologia das Histórias em Quadrinhos

7- MOYIA. ÁLVARO. História das historias em Quadrinhos

8- FLUSSER. VILÉM, O Mundo Codificado

9- CAPRA. FRITJOF, O Ponto de Mutação

10- MARVEL. Uncanny x-men # 455; páginas 31, 32, 43

11- MARVEL. Uncanny x-men # 196; página 12

12- MARVEL. Kick-Ass # 01; capa

13- MC CAY, WINSOR. Nemo in Slumberland (1905)

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