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Escola Superior de Educação do Porto - Instituto Politécnico do Porto

Ano Lectivo 2008/2009

Licenciatura em Educação Básica

Docente da Unidade Curricular: Sílvia Barros

Unidade Curricular: Psicologia do Desenvolvimento e da Educação

O Desenvolvimento da Personalidade
e o Desenvolvimento e Conhecimento Social dos 6-12 anos
Grupo III

Trabalho realizado por:


Arminda Paula Martins Ramos Coelho
Catarina Guimarães de Freitas Ribeiro
Débora de Oliveira Martins Peixoto
Diana Raquel Magalhães Pinto
Conceito de Personalidade

 Conjunto de aspectos de um indivíduo que o distingue dos outros e o tornam único.

 É um conceito abrangente, pois integra várias características pessoais: sentimentos,


pensamentos, emoções, comportamentos, atitudes, motivações, etc.

 A personalidade como conjunto de características organiza-se de forma única em


cada indivíduo – diferenciação – e é constituída por um conjunto de características
que se integram e combinam num todo – unicidade.

(BOCK, Ana M. B. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. Barra Funda: Saraiva, 2002.)
Factores que influenciam
a personalidade
Influências das experiências pessoais
 A personalidade é resultado da interacção combinada e dinâmica de vários factores.

 Cada indivíduo tem um conjunto de experiências pessoais. O modo como as


pessoas vivem essas experiências influencia a personalidade.
 É evidente que o modo como a pessoa encara uma situação, o significado que lhe
atribui, também depende das suas características psicológicas.
 A personalidade é uma construção dinâmica e interactiva, sendo o sujeito elemento
activo da sua própria história e projecto de vida.

(By Floyd H. Allport & Gordon W.Allport ,Personality Traits : Their Classification and Measurement, Journal of
Exper. Psychology. Vol. III, NO. 4, Aug., 1920, 28I-30I.1921)
Factores que influenciam
a personalidade
Influências hereditárias
 O conjunto de características que herdamos (fisiológicas, morfológicas e sexuais)
vão influenciar a personalidade.

 O funcionamento dos sistemas nervoso e endócrino detêm também grande influência


sobre o comportamento, podendo ter reflexos na vida psicológica.

 A constituição física, em parte herdada, pode influenciar a personalidade, ou seja, no


modo como o indivíduo se vê a si próprio, como se relaciona com os outros e como
enfrenta situações quotidianas. Mas não se pode falar da influência da
hereditariedade sem a relacionar com as influências do meio.

(By Floyd H. Allport & Gordon W.Allport ,Personality Traits : Their Classification and Measurement, Journal of
Exper. Psychology. Vol. III, NO. 4, Aug., 1920, 28I-30I.1921)
Factores que influenciam
a personalidade
Influências do meio

 É através da socialização que o comportamento individual é marcado segundo os


padrões de cultura de uma sociedade. Muitas características que consideramos
individuais são produto do meio social e cultural a que pertencemos, aliás, dentro de
uma sociedade cria-se formas de ser, estar, pensar e agir.

 Para além do carácter geral – pertencer a uma sociedade – também estamos


inseridos em determinados grupos sociais – família, escola, grupo de amigos, etc.
São estes agentes de socialização que mais influenciam a nossa forma de ser
e reagir.

(By Floyd H. Allport & Gordon W.Allport ,Personality Traits : Their Classification and Measurement, Journal of
Exper. Psychology. Vol. III, NO. 4, Aug., 1920, 28I-30I. 1921)
Principais características
da personalidade humana:
Singularidade

 Distingue-nos de todos os outros – diferenciação

Totalidade

 É um conjunto de aspectos de um indivíduo integrados numa unidade coerente

Continuidade

 As características mantêm-se relativamente estáveis ao longo da vida

Dinamismo

 Resulta de um processo de construção permanente influenciada por factores


internos e externos. Daí ser susceptível a mudanças.

(BOCK, Ana M. B. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. Barra Funda: Saraiva, 2002.)
Teorias Sobre a Personalidade
Teoria Psicanalítica de Freud
 Freud considera que as principais características da personalidade adulta têm
origem no modo como os conflitos da infância foram vividos e a forma como se lidou
com eles. O quadro que se segue mostra-nos a estrutura da personalidade:

Parte inconsciente do psiquismo. É orientado pelo princípio do


Id prazer, procura a satisfação imediata de pulsões,
essencialmente de carácter sexual, e dos desejos recalcados

Parte consciente. Orientado pelo princípio da realidade. Procura


controlar o id de forma socialmente aceitável. Tenta manter em
Ego
equilíbrio as pressões entre o id e o superego. Distingue-se do id
ao 1º ano de vida.
Parte ética e moral do psiquismo constituído pela interiorização
das normas sociais, morais, valores, atitudes sociais. Reflecte
Superego
as exigências sociais e culturais. Forma-se entre os 3 e os 5
anos.
Teoria Psicanalítica de Freud

 O conflito fundamenta-se em dois princípios antagónicos: princípio do prazer e


princípio da realidade. O primeiro visa a satisfação imediata de desejos e pulsões; o
segundo procura responder a exigências sociais. Cabe ao ego regular esta dinâmica
de princípios. A dinâmica da personalidade resulta do processo de equilíbrio
intrapsíquico.

 Para Freud a personalidade desenvolve-se nos estados psicossexuais. A cada


estádio corresponde um conflito entre a satisfação de pulsões e exigências sociais.
A formação da personalidade ocorre nos primeiros anos de vida.

(Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Volume 8, Editorial Verbo.)


Teoria Psicanalítica de Freud

 O id revela-se de diversas formas:

Estratégias inconscientes que visam


Mecanismos de defesa do ego
proteger o ego do conflito
Actos falhados Esquecimentos, lapsos quotidianos
Surgem quando os desejos ou pulsões são
Sintomas neuróticos
reprimidos

Através de técnicas (associação livre,


interpretação de sonhos e transferência) é
No contexto do tratamento
possível, com a orientação do analista,
psicanalítico
aceder ao inconsciente de modo a resolver
conflitos

(Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Volume 8, Editorial Verbo.)


Teoria psicossocial de Erikson
 Recordemos, ainda que de forma breve, as linhas mestras da sua teoria da
personalidade.
 A personalidade constrói-se ao longo das oito idades, desde o nascimento até à morte

 A energia que orienta este desenvolvimento é psicossocial; defende a personalidade


integrada com um contexto social

 Em cada estádio há tarefas necessárias a realizar para puder passar ao estádio seguinte

 Em cada estádio há duas vertentes: uma positiva e outra negativa

 Em todos os estádios há uma crise vivida pelo indivíduo

(Sprinthall, N.A. & Collins, W.A. (1999). Psicologia do adolescente. Uma abordagem desenvolvimentista. 2.ª Edição (Edição

original de 1988). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. )


Teoria psicossocial de Erikson
 É com a resolução dessa crise que o indivíduo adquire novas capacidades que desenvolvem
a sua personalidade
 Na 5ª idade (adolescência), a construção da identidade é a principal tarefa

 O facto da pessoa se sentir única (apesar de ter muito em comum com os outros) dá-lhe o
sentimento de identidade
 A personalidade, apesar das modificações que sofre ao longo da vida, tem um carácter
de especificidade que nos permite reconhecer-nos e ser reconhecidos

Sprinthall, N.A. & Collins, W.A. (1999). Psicologia do adolescente. Uma abordagem desenvolvimentista. 2.ª Edição (Edição
original de 1988). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. )
Teoria de aprendizagem social
de Bandura
 Bandura diz que a personalidade é essencialmente construída pelo conjunto de
aprendizagens, concretamente das que resultam das interacções sociais.
 Muitas das aprendizagens que fazemos são feitas por modelação

 É a observação, imitação e integração de informação que nos leva a adquirir novos


comportamentos
 O reforço pode ser directo (aplicado no sujeito) ou vicariante (aplicado no modelo)

(Georg Dietrich e Hellmuth Walter – " Vocabulário Fundamental de Psicologia ", Edições 70, Lisboa, 1970)
Teoria de aprendizagem social
de Bandura

 A aprendizagem por modelação orienta-se por modelos (pais, amigos, professores,


mass media)
 Os modelos são geralmente pessoas afectivamente mais significativas, que têm
características semelhantes à do sujeito (sexo, idade, interesses)
 Para Bandura a personalidade resulta da acção do meio, dos processos de
aprendizagem e das variáveis pessoais.

(Georg Dietrich e Hellmuth Walter – " Vocabulário Fundamental de Psicologia ", Edições 70, Lisboa, 1970)
Teoria fenomenológica da
personalidade de Rogers

 As pessoas procuram desenvolver o seu potencial ao longo da vida, tentam auto-


realizar-se, manter uma boa relação com os outros.
 Rogers defende que a pessoa tem a capacidade e oportunidade de se desenvolver
de modo mais eficaz e realista, ou seja, ter um potencial de crescimento.
 Rogers valoriza as interacções com os outros: construindo a sua personalidade com
características muito próprias, o sujeito procura também ser aceite pelos outros.

Rogers, C. (1983). Grupos de encontro, Moraes Editores.


Teoria fenomenológica da
personalidade de Rogers

 A personalidade depende do processo de integração das vivências no seu EU.

 A autenticidade, a aceitação e a empatia são factores que contribuem para


o crescimento pessoal.

Rogers, C. (1983). Grupos de encontro, Moraes Editores


Teoria da auto-realização de Maslow

 Desenvolveu a teoria da auto-realização: os seres humanos têm uma motivação


inata para realizar a seu potencial, de desenvolver as suas aptidões e
potencialidades.

 Contudo para atingir essa motivação é necessário alcançar as necessidades


anteriores na base.

(MASLOW, A. Motivation and Personality, 2nd ed., Harper & Row, 1970. )
Teoria das necessidades psicológicas
de Murray
 Segundo Murray, a construção da personalidade depende da satisfação de
necessidades – forças com origem tanto no interior como no exterior do organismo.
 São as necessidades que orientam os nossos processos mentais, como a memória,
a percepção, o pensamento, etc.
 Existem dois tipos de necessidades:

Necessidades de origem orgânica que


Necessidades viscerogénias
visam a sobrevivência

Necessidades que resultam das


Necessidades psicogénicas
anteriores e têm origem psicológica

(Calvin S. Hall e Gardner Lindzey – Capítulo "A natureza da teoria da personalidade"

in " Teorias da Personalidade " s/ data.)


Teoria das necessidades psicológicas
de Murray

 As necessidades socialmente aceitáveis, sendo satisfeitas, são necessidades


abertas. As não socialmente aceitáveis, ou seja, as que não são satisfeitas são
latentes.
 A pressão é o efeito que as pessoas têm num determinado momento sobre
a satisfação das necessidades.
 O conceito mais importante em Murray é o tema unidade – elemento que dá
continuidade à personalidade de uma pessoa. Resulta da maneira como se organiza
a relação entre as necessidades individuais e o seu contexto social.

(Calvin S. Hall e Gardner Lindzey – Capítulo "A natureza da teoria da personalidade"

in " Teorias da Personalidade " s/ data. )


A criança aos 6 e 7 anos

 1. Desenvolvimento psicológico  

 1.1. É o centro do seu próprio universo. Egocêntrica.  

 1.2. Sabe tudo e quer tudo; quer fazer tudo à sua maneira.  

 1.3. É dominadora, obstinada e agressiva.  

 1.4. Emocionalmente é excitável e desafiadora.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
A criança aos 8 e 9 anos

 1. Características psicológicas  

 1.1. Possui um grande afã de crescer e manifesta interesse pela sua anatomia
interna.  
 1.2. A sua personalidade é mais expressiva; os seus gestos são mais seus.  

 1.3. Sente-se consciente de si mesma como pessoa, reconhece algumas das


diferenças em relação aos outros e expõe-nas. Pensa muitas vezes em "si mesma".

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Características dos 8 aos 11 anos

 Introdução

 Unidade e variedade da inteligência

 Intuição

 Entra no uso da razão

 Entra na vida séria

 Comportamento

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
A criança dos 10 aos 12 anos

 1. Características psicológicas  

 1.1. É a idade do grande equilíbrio na sua evolução, embora sendo etapa de


transição. Mostra-se feliz, simpática, tranquila, amável, sincera, amigável.  
 1.2. Às vezes manifesta ataques de ira, mas sempre encontra um modo de
desafogar a irritação - são momentos breves e superficiais.  

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Desenvolvimento psicossocial no período escolar…

 O auto-conceito desenvolve-se continuamente desde a infância. O desenvolvimento


cognitivo, que ocorre durante o período escolar, permite às crianças desenvolver
conceitos mais realistas e mais complexos acerca delas próprias e do seu valor
pessoal, o controlo emocional e a compreensão. (Papalia, Olds e Feldman)

através

 Socialização: É um termo utilizado para descrever os processos através dos quais os


indivíduos partilham ou, pelo menos, antecipam formas de agir, pensar e sentir.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Segundo Piaget…
 Entre os 7 e os 12 anos a criança encontra-se no terceiro estádio de
desenvolvimento definido por Piaget como o estádio das operações concretas.

 É durante este estádio de desenvolvimento cognitivo que a criança é capaz de


formar sistemas representacionais: auto-conceitos vastos e inclusivos que
integram diferentes aspectos do “eu” da criança caracterizado por: tolerância,
equilíbrio e pela integração e avaliação de vários aspectos do “eu”.

 A criança adquire a capacidade de fazer operações mentais, organiza o pensamento


em estruturas de conjunto e os seus raciocínios lógicos são também reversíveis.

 Contudo estas operações são concretas, isto é, só são efectuadas na presença dos
objectos , nas situações vividas.

 Podemos concluir que quando a criança tem a noção da conservação da matéria


sólida, adquirida por volta dos 7 anos, ou da matéria líquida, cerca dos 8 anos, ela
é capaz de ter um raciocínio lógico reversível.
Origens da Auto-estima…
 Segundo ERIKSON (1982) um dos factores determinantes da auto-estima é a visão
das crianças acerca da sua capacidade para o trabalho produtivo; a questão a
resolver na crise do período escolar é indústria versus inferioridade.

 Erik Erikson utiliza a palavra indústria no sentido de produtividade, de mestria, de


desenvolvimento de capacidades, competências intelectuais, sociais, físicas
e escolares.

 Erikson define este estádio entre os 6 e os 12 anos de idade, ou seja, inicia-se com a
entrada da criança para a escola, o que lhe permite viver um grande número de
experiências.

 A escola tem por função ensinar as normas sociais vigentes, bem como o modo
como se desenrolam os relacionamentos interpessoais, isto é, o padrão de acção da
sua sociedade.
Auto-estima …
 É durante o período escolar que as crianças se tornam mais realistas, mais
equilibradas e mais compreensivas.

 A Auto-estima é uma componente importante do auto-conceito, ligando aspectos


cognitivos, emocionais e sociais da personalidade.

 Crianças com elevada auto-estima tendem a ser alegres; as que têm baixa auto-
estima tendem a ser deprimidas (Harter, 1990; Papalia, Olds and Feldman).

 Um humor depressivo pode baixar os níveis de energia, o que pode afectar


a realização da criança na escola e noutros contextos, conduzindo a uma espiral
descendente na auto-estima.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
 O lado negativo é o sentimento de inferioridade e de inadequação que lhe advém
de não se sentir confiante nas suas capacidades ou de não se sentir reconhecida
nem segura no seu papel dentro do grupo social a que pertence.

 O sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios cognitivos e a atitudes


regressivas.

 O aspecto positivo que se desenvolve após uma resolução bem desenvolvida desta
crise é a competência, uma visão de si próprio como sendo capaz de dominar
competências e completar tarefas.

Em resumo…

As crianças têm de aprender competências valorizadas na sociedade em que vivem


e o maior contributo para a auto-estima parece ser a quantidade de apoio social que
a criança sente, primeiro dos pais e colegas, depois dos amigos e professores.
A criança na família…
 Para compreender a criança na família, é necessário analisar o contexto familiar, a
sua atmosfera e estrutura, por outro lado, estas são afectadas por aquilo que está
para além das paredes de casa.

Segundo Bronfenbrenner:

Trabalho dos Pais


Estatuto socioeconómico
Divórcio
Segundo casamento
Valores culturais

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Atmosfera Familiar
As influências mais importantes do meio familiar no desenvolvimento da criança provêm
da atmosfera existente no lar: se têm apoio, afecto ou se este é dominado pela violência.

Comportamento Parental Trabalho dos Pais Pobreza e comportamento Parental

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Trabalho dos Pais
 O nível socioeconómico é um dos aspectos que contribui de maneira significativa
para a atmosfera do lar, o qual reflecte, em larga medida, o trabalho remunerado de
um ou ambos os pais.

 O impacto do trabalho dos pais depende de muitos factores: idade da criança, sexo,
temperamento e personalidade, se o trabalho é a tempo inteiro ou em part-time, o
tempo de cuidados que a criança recebe.

 Quanto mais elevado for o nível de satisfação dos pais no trabalho, mais eficazes
estes serão como Pais.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Comportamento Parental
 À medida que as vidas das crianças se modificam, o mesmo acontece às questões
entre elas e os pais e ao modo como essas questões são resolvidas.

 Durante o período escolar, o controlo do comportamento passa gradualmente dos


pais para a criança.

 O período escolar é um estádio transitório de co-regulação, no qual os pais e


criança partilham poder: os pais supervisionam mas as crianças tomam decisões
momento-a-momento.

 A co-regulação reflecte os aspectos sociais do desenvolvimento do auto-conceito da


criança.

 À medida que as crianças começam a coordenar o que querem com o que


a sociedade exige, conseguem antecipar mais facilmente a reacção das outras
pessoas ao que fazem, ou aceitar uma advertência de que os outros terão uma
melhor impressão delas se agirem de modo diferente.
Estrutura Familiar
 Famílias Intactas : grande parte da investigação tem concluído que as
crianças tendem a ter um melhor desenvolvimento em famílias tradicionais
ou intactas, ou seja, aquelas que incluem dois pais biológicos ou dois pais
que adoptaram a criança na infância ( Bray& Hetherington, 1993; Bronstein
et al,1993; D. A. Dawson, 1991).
As famílias tradicionais não têm de lidar com as perturbações e alterações
vividas em famílias destroçadas pelo divórcio, com pressões financeiras
nem psicológicas.

 Pais divorciados: As reacções das crianças ao divórcio dependem de um


número de factores incluindo idade, género e resiliência, o modo como os
pais lidam com a situação, a situação de custódia e circunstâncias que
rodeiam o segundo casamento de um dos pais. Algumas crianças
evidenciam efeitos negativos a longo prazo do divórcio parental.
Pobreza e Comportamento Parental

 Os pais que vivem em habitações pobres, que não sabem quando será a próxima
refeição e que sentem um controlo reduzido sobre as suas vidas, têm mais
probabilidades de se tornarem ansiosos, deprimidos e irritáveis.

 Estas perturbações podem levá-los a serem menos afectuosos e a darem menos


apoio aos seus filhos.

 A falta de recursos financeiros pode tornar mais difícil o apoio mútuo entre pai e
mãe, na educação dos filhos.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
 Viver numa família monoparental/ Viver numa família de segundo
casamento: As crianças que vivem com um só progenitor ou em famílias
resultantes de segundos casamentos de um dos pais, estão em situação de
risco de menor realização escolar e outros problemas. Nas famílias
monoparentais, estes efeitos parecem estar em grande parte relacionados
com baixos rendimentos.

 Filhos de pais Homossexuais: Vários estudos incidiram sobre


a identidade sexual e comportamento adequado ao género dos filhos de
homossexuais, o seu desenvolvimento pessoal, incluindo o auto-conceito,
o juízo moral e inteligência e ainda as relações sociais. Contrariamente às
crenças populares, pais homossexuais assumidos têm normalmente
relações positivas com os seus filhos e as crianças não apresentam maior
probabilidade de ter problemas sociais ou psicológicos do que aquelas que
foram educadas por pais heterossexuais ( C.J.Patterson; Paplia;Olds&
Feldman).
A criança no grupo de pares…
 Geralmente os grupos de pares são formados por crianças semelhantes em idade,
sexo, origem étnica e nível socioeconómico e que vivem próximo umas das outras.

 O grupo de pares tem várias funções desenvolvimentais positivas: ajuda as crianças


a desenvolver competências sociais, permite-lhes testar e adoptar valores
independentes dos pais, dá-lhes um sentimento de pertença e contribui para o auto-
conceito.

 À medida que as crianças começam a afastar-se da influência parental, o grupo de


pares abre novas perspectivas e liberta-as para fazerem juízos independentes.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Relações entre irmãos
 Como é que os irmãos afectam mutuamente o seu desenvolvimento…

 As relações entre irmãos são um laboratório para se aprender a resolver conflitos.

 O irmão mais velho tende a ser o chefe; os irmãos mais novos utilizam mais as
desculpas e justificações.

 Os irmãos influenciam-se mutuamente, não apenas directamente ( através das suas


acções), através das suas interacções, mas indirectamente, através do seu impacto
nas relações do outro com os seus pais.

 Os irmãos exercem uma influência mútua poderosa e os papéis de responsabilidade


dos irmãos, em sociedade não industrializadas, são mais significativos
e estruturados ao longo da vida do que nas sociedades industrializadas.
•Importância e prevalência das actividades entre pares avaliadas por crianças
do 5º e 6º anos.

Actividades mais comuns Actividades mais importantes

Conversar Desportos sem contacto físico

Sair Ver televisão

Passear pela escola Conversar

Falar ao telefone Falar ao telefone

Fazer a viagem de e para a escola Jogos físicos

Ver televisão Ir a festas

Jogos físicos Sair


Em Conclusão…
 Após a observação da tabela podemos concluir que actividades como
conversar, ou seja, actividades não competitivas, ofereciam oportunidades
para desenvolver relações sociais; as actividades competitivas como o
desporto ajudavam as crianças a desenvolver o seu auto-conceito.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Agressão e maus tratos entre Pares

 O período escolar é um tempo privilegiado para maus tratos entre pares (bullying).
 Os agressores são geralmente rapazes; as vítimas podem ser rapazes ou raparigas.
 Tanto agressores como vítimas são impopulares.
 As vítimas tendem a ter fracas competências atléticas e baixa auto-estima.

O que faz as crianças agirem de maneira agressiva?

 Muitas das vezes está no modo como processam a informação social, a que
aspectos do ambiente social prestam atenção e como interpretam o que
percepcionam. Quando crianças altamente agressivas ficam emocionalmente
alteradas, memórias de incidentes do passado podem distorcer as suas percepções
actuais, de tal modo que interpretam mal as intenções dos outros em relação a elas.
Isto pode conduzir a comportamentos agressivos.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Saúde Mental…
 Os problemas emocionais e comportamentais nas crianças no período escolar têm
crescido ao longo do tempo.

 As perturbações mais frequentes incluem fobia escolar e depressão infantil.

 As técnicas de tratamento incluem psicoterapia individual, terapia familiar, terapia


comportamental e terapia farmacológica.

 Em resultado das pressões da vida moderna, muitas das crianças estão a viver uma
infância encurtada e perturbada.

 A frequente mobilidade é uma fonte de stress. As crianças tendem a preocupar-se


com a sua segurança pessoal, a escola e a saúde.

(Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.)
Bibliografia…

 Papalia, Diane; Olds, Sally; Feldman, Ruth – O Mundo da Criança. 8ª ediçao. Mc Graw Hill.
 A Personalidade, página consultada em 13 de Dezembro de 2008, disponível em
http://www.educacao.te.pt/professores/index.jsp?p=177&idPrograma=25&idProgramasTemas=21
 Rogers, C. (1983). Grupos de encontro, Moraes Editores
 Sprinthall, N.A. & Collins, W.A. (1999). Psicologia do adolescente. Uma abordagem desenvolvimentista. 2.ª
Edição (Edição original de 1988). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
 By Floyd H. Allport & Gordon W.Allport ,Personality Traits : Their Classification and Measurement, Journal of
Exper. Psychology. Vol. III, NO. 4, Aug., 1920, 28I-30I.1921
 Calvin S. Hall e Gardner Lindzey – Capítulo "A natureza da teoria da personalidade" in " Teorias da
Personalidade " s/ data.
 (MASLOW, A. Motivation and Personality, 2nd ed., Harper & Row, 1970. )
 (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Volume 8, Editorial Verbo.)
 Holper, Christiane - Educação e Desenvolvimento Social da Criança. Presses Universitaires de France. 

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