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DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ÁREA DE FITOTECNIA
HORTICULTURA GERAL
NOTAS DE AULA: 2a PARTE
RECIFE
2003
Capítulo VI: Propagação Assexuada ou Vegetativa
1. Introdução
2. Estruturas Naturais
• Estaquia:
É qualquer parte destacada da planta mãe, capaz de regenerar folhas e raízes formando uma
planta completa. É um importante processo de propagação vegetativa.
As estacas podem ser de caule, raiz, folha, e gemas. Por exemplo, a fruta-pão é propagada
por estaca de raiz.
⌦ Estacas de caule podem ser:
a) Herbáceas: quando se utiliza a ponta do ramo para obtenção da estaca. Ex: pingo-de-ouro, Ixora,
etc.
b) Semi-herbáceas ou semilenhosas: quando se utiliza parte intermediária dos ramos. Ex: acerola,
roseira, videira, figueira, marmeleiro, romãzeira, aveleira, cirigueleira, limeira, etc.
c) Estacas Lenhosas: utiliza a parte basal dos ramos. Estacas lignificadas.
⌦ Estaca de raiz: utiliza o rizoma, por exemplo: o rizoma da bananeira, da fruta-pão, etc;
⌦ Estaca de folha: a parte utilizada é a folha com ou sem pecíolo, pedaço da folha. Ex: violeta
africana, palma forrageira, etc.
Para a obtenção de estacas, deverão ser obedecidos alguns critérios como: tamanho, que
deverá ser de 20 a 30 cm de comprimento ou com a presença de três a cinco gemas; a partir de um
ramo poderá se obter várias estacas; e a quantidade de brotos e raízes, que irá depender das
substâncias de reservas sendo recomendado esta aquisição no final do período chuvoso.
Alguns fatores afetam o enraizamento, como:
− Relação C/N (carbono/nitrogênio);
− Espécie: depende da consistência do caule e da rapidez de crescimento da planta;
− Idade dos ramos: até dois anos é o mais recomendado, pela maior facilidade de enraizamento;
− Época do ano: no caso das herbáceas poderá ser obtida durante o ano todo, enquanto que em
lenhosas será após fase de repouso;
− Posição do ramo: recomenda-se da área mediana;
− Nutrição: pobre, melhor;
− Ambiente: recomenda-se a temperatura durante o dia 21° a 26°C e a noite entre 15° a 21°C;
− Parte do ramo: inferior melhor (maioria das espécies)
Indução de enraizamento:
− Hormônios: AIA (ácido indol-acético), ANA (ácido naftaleno acético);
− Substrato: areia, solo, vermiculita e “água”.
• Mergulhia:
Quando a parte vegetativa regenerada está ligada à planta mãe. Pode ser em alguns casos um
processo natural. É uma técnica pouco usada, em plantas hortícolas em larga escala, sendo mais
comum em plantas que se adaptam naturalmente a este método.
Esta técnica consiste em enterrar um ramo ou parte de um ramo não destacado da mãe. O
ramo enterrado se enraíza, formando uma nova planta, quando então se procede ao desmame.
Convém ir cortando aos poucos para que a plantinha vá acostumando a viver exclusivamente à suas
próprias custas.
Há dois tipos de mergulhia:
⌦ Mergulhia de Solo: utilizada em plantas herbáceas. Neste caso, o galho é levado até o
solo, onde se faz uma cova. Faz-se um anelamento no local onde se deseja que enraíze, fixa o galho
no solo e cobre, conforme as figuras abaixo. Após o enraizamento, se faz o desmame, tendo então, a
nova muda.
• Enxertia:
Envolve a união de partes da planta por meio da regeneração de tecidos. Sobrepõe duas
plantas diferentes, proporcionando a união física que lhes permitem desenvolver-se como uma
única planta. A grande vantagem da enxertia é poder reunir em um único indivíduo, características
diferentes de dois ou mais indivíduos. É o principal método de propagação, largamente utilizado em
citrus, pessegueiro, macieira, ameixeira, pereira, abacateiro, noz-macadâmia.
Partes de uma planta propagada por enxertia:
1. Porta-Enxerto ou cavalo:
A planta que fornece a raiz é dita porta-enxerto ou cavalo.
O porta-enxerto pode ser uma planta inteira ou uma parte da raiz. O enxerto pode ser uma
gema, pedaço de caule, etc. Pode ser homogêneo, quando praticado entre plantas da mesma espécie
ou heterogêneo, se utilizar espécies diferentes. O porta-enxerto deve conter características
desejáveis de raiz, como sistema radicular com boa formação, resistência a patógenos ou pragas de
solo, resistência a salinidade, estresse hídrico, etc. Exemplo: Sementes de laranjeira, pessegueiro,
mangueira, abacateiro, caquizeiro, mirtáceas, caramboleira, jaqueira; e estacas de videira, pereira,
marmeleiro, macieira, ameixeira, figueira, roseira.
2. Enxerto ou cavaleiro – parte aérea:
Diz respeito à parte que conterá características desejáveis de copa como bom formato e
tamanho de copa, produção com características desejáveis de mercado, como formato e coloração
de fruto. Utiliza-se um segmento de ramo que será denominado de garfo ou uma gema com uma
pequena porção de casca, denominado de borbulha.
3. Interenxerto – enxerto intermediário:
O enxerto intermediário, normalmente pertence a uma cultivar diferente do enxerto e do
porta-enxerto, sendo compatível com ambos, e conferindo característica desejável à copa. Como
exemplo, temos a cultivar de macieira Fuji, utilizando o porta-enxerto Marubakaido, ambos muito
vigorosos. Utiliza-se neste caso, como interenxerto o porta-enxerto M-9, de efeito ananizante. Este
porta-enxerto permite a redução do vigor da cultivar-copa (Fuji) facilitando o manejo do pomar.
Finalidade da enxertia:
− Aproveitamento de características favoráveis do porta-enxerto: Pode definir características
importantes da copa, como vigor, produtividade, qualidade do fruto e resistência a fatores
adversos, além da adaptação a diferentes condições de solo e de clima e a ocorrência de pragas e
patógenos.
− Propagação de plantas com difícil multiplicação por outros métodos: Se a propagação por outro
método for inviável, a enxertia pode permitir a propagação.
− Alteração da cultivar-copa em plantas adultas: Utilizando-se a sobreenxertia, pode-se alterar a
copa de um pomar já adulto. Isto pode ocorrer por questões de mercado, hábito de crescimento
inadequado, frutos de baixa qualidade, suscetibilidade a pragas e doenças e outros. Estes fatores
podem exigir a mudança da cultivar-copa.
− Correção de deficiências de polinização: Pode-se utilizar a sobreenxertia para resolver
problemas de polinização, ou mudando a cultivar-copa ou fazendo sobreenxertia em apenas
alguns galhos da planta.
− Recuperação de partes danificadas da planta: No caso de perda da copa ou parte desta, pela
incidência de pragas e patógenos é possível, utilizando técnicas de enxertia, recuperar esta copa.
− Estudo de viroses: Utilizada no caso de indexação, quando se deseja verificar se a planta matriz
está isenta de viroses.
Tipos principais de enxertia:
a) Borbulhia;
b) Garfagem;
c) Encostia.
a) Borbulhia: é o processo mais utilizado. Neste caso o enxerto é uma gema com uma pequena
porção de casca. Pode ser do tipo escudagem ou anelamento. Para que o enxerto vingue, deve
haver afinidade entre o cavalo e o cavaleiro. Deve haver o entrelaçamento dos tecidos de ambos,
havendo circulação da seiva.
Tipos de borbulhia:
⌦ Borbulhia em T normal;
b) Garfagem: o enxerto é um ramo. Faz-se uma fenda no topo do galho e encosta-se o enxerto,
previamente cortado em bisel. O enxerto recebe o nome de garfo. Também chamado de enxertia de
fenda. Utilizado em: Videira, macieira, pereira, amexeira, caquizeiro, figueira, sapoti, caju,
jabuticaba.
Tipos de garfagem:
⌦ Fenda cheia;
⌦ Meia fenda;
⌦ À inglesa (simples e composta, embutida ordinária e na coroa).
Vantagens da Enxertia:
⌦ Multiplicar fielmente cultivares, o que não seria possível por reprodução sexuada;
⌦ Permite o cultivo de fruteiras em solos que lhes são impróprios, mas propícios aos porta-
enxertos;
⌦ Plantas enxertadas crescem menos do que as de pé-franco. Ideal para algumas fruteiras: para
facilitar a colheita e os tratos culturais;
⌦ Alguns porta-enxertos são imunes, tolerantes ou resistentes a determinadas pragas e doenças;
⌦ Plantas enxertadas frutificam mais rapidamente. Ex.: laranjeira enxertada – 2 anos, pé-franco –
5 a 6 anos;
⌦ É possível fazer novos enxertos em plantas adultas, melhorando o pomar;
⌦ É possível obter uma árvore com diversas variedades. Por exemplo: laranjas pêra, bahia, seleta,
serra d’água, etc. no mesmo pé.
Objetivos da enxertia:
⌦ Obter floração e frutificação em períodos mais curtos;
⌦ Obter resistência a pragas e doenças;
⌦ Reproduzir mudas com as características desejáveis;
⌦ Exploração em terrenos impróprios;
⌦ Modificar o porte da planta;
⌦ Restaurar ou substituir a copa das plantas;
⌦ Assegurar a criação de outras variedades; e
⌦ Influir na qualidade do fruto.
Vale salientar que a área na qual a muda será cultivada deverá ter uma boa infra-estrutura,
viável.
2. Tipos de viveiros
4. Dimensionamento do viveiro
Para a implantação do viveiro poderá ser utilizada uma única espécie ou diversas espécies,
dependendo da capacidade do mercado, do tipo de clientela, das condições ambientais, das
exigências climáticas de várias espécies. Vale salientar que a economia de escala reduz os custos
unitários sem diminuir a qualidade.
6. Instalações
⌦ Vantagens:
- Controle ambiental: Temperatura, Umidade Relativa (UR) e Fotoperíodo
- Maximiza a Produção
- Reduz tempo necessário para propagação
- Permite a produção de mudas em diferentes épocas do ano
- Temperatura e Umidade controladas
- Nebulização: Mantém elevada a U.R. do ar – estacas de folha são favorecidas por
temperaturas e U.R. elevadas; aumenta a velocidade de crescimento.
- Estufas no Brasil: elevada Temperatura (35º e 40ºC – limita o desenvolvimento das raízes
na maioria das espécies lenhosas).
7. Recipientes
• Tubetes:
- Formato cônico, plástico rígido, cor preta;
- Estrias: impedem o enovelamento das raízes;
- Sistema de suporte: ficam suspensos (poda aérea);
- São reutilizáveis.
• Bandejas:
- Plástico ou poliestireno expandido;
- Células com formato piramidal invertido com capacidade de até 20 cm3;
- Reutilizáveis.
• Citropotes ou containers:
- Plástico rígido preto;
- Grande volume de substrato;
- Repicagem a comercialização.
⌦ OBS.: Rizomas, bulbos, estolhos, rebentos, etc. são plantados diretamente no campo.
8. Desplantação de Mudas
Corresponde ao arranquio das mudas do solo do viveiro, isto é, o transplante para o local
definitivo.
Evitar mudas doentes, desnutridas ou “passadas”.
Tipos de mudas:
• Tronco único de 3 a 4 ramos ou pernadas;
• 15 cm de diâmetro;
• 50 a 60 cm acima do solo.
⌦ Raízes nuas:
- De sementeiras;
- Poda do sistema radicular e de folhas;
- Comercialização: em feixes, embaladas em sacos de estopa úmidos, tratados com
fungicidas.
⌦ Com torrões:
- Cultivadas no viveiro na própria embalagem;
- Arrancadas com torrão e embaladas em balaios ou casca de bananeira.
9. Tendência
Substituir os viveiros a céu aberto por viveiros telados, evitando a contaminação das
mudas por patógenos e ataques de pragas.
Capítulo VIII: Micropropagação ou propagação vegetativa in vitro
1. Introdução
• Custo e mão-de-obra: mudas mais caras, devido ao meio nutritivo e 70% da mão-de-obra;
• Distância entre pesquisa e micropropagação comercial (custo excessivo e baixo rendimento);
• Pouco conhecimento sobre o efeito dos fatores físicos: comprimento do dia, intensidade da luz,
composição espectral da luz, fase gasosa (O2, CO2 e etileno) e a temperatura diurna e noturna;
• Infecções internas: fungos e bactérias endógenas;
• Ocorrência de mutações: principal barreira da propagação comercial. Elas ocorrem devido à
instabilidade cromossômica das células. A intensidade depende do tipo de propagação, dos
reguladores de crescimento, do grau de diferenciação, do genótipo, do número de sub-cultivos, do
número de células do explante e do nível de ploidia;
• Produção de compostos tóxicos in vitro, como os fenóis. Observa-se um escurecimento da
superfície injuriada do explante e do meio;
• Dificuldade de enraizamento em plantas lenhosas;
• Aclimatação.
• Estádio 04 – Aclimatação
⌦ Casa de Vegetação.
⌦ Fatores que afetam na aclimatação: Umidade, temperatura e taxa fotossintética.
Capítulo VIII: Instalação de uma empresa hortícola
Wilson Magela Gonçalves
Luciane Vilela Resende
1. Introdução:
É uma unidade de produção que possui elevado nível de capital de exportação (dinheiro) e
alto grau de comercialização (quando maior parte da produção é destinada à comercialização),
tendo como objetivos técnicos a sobrevivência, o crescimento e a busca do lucro.
Portanto, uma atividade é tida como empresarial quando busca, dentre outros objetivos, o
lucro. Atingirá maior ou menor lucro a empresa que for mais eficiente no uso de seus fatores de
produção: terra, capital e mão-de-obra.
Terra: bem utilizada no que se refere às características do solo, manejo, como rotação de
culturas, erosão, cobertura do solo, conservação do solo.
Capital: emprego em tecnologias como insumos agrícolas, equipamentos, construção de
estufas, etc.
Mão-de-obra: investir em mão-de-obra qualificada principalmente na realização de tarefas
específicas e distribuí-las adequadamente, por exemplo. Saber a quantidade de mão-de-obra que vai
ser utilizada por períodos de tempo, determinando-se épocas de maior e menor demanda.
É uma empresa rural ligada à produção, manuseio e manutenção das culturas hortícolas. É
caracterizada em função dos diversos ramos da horticultura como: horticultura, olericultura,
floricultura, paisagismo, plantas medicinais e viveiros.
No planejamento (instalação) devem ser observadas peculiaridades intrínsecas a cada uma
destas atividades, como por exemplo: ciclo (anuais ou perenes), tipo de produto comercializado
(folha, fruto, flores, mudas, etc), forma de cultivo (convencional ou protegido), destino da
produção. Estas características dentre outras, faz com que haja uma classificação das modalidades e
tipos de empresas.
As empresas hortícolas são classificadas em modalidades diferentes e em 2 tipos.
ESPECIALIZADA DIVERSIFICADA
VANTAGENS - maior facilidade administrativa; - redução dos riscos;
- maior eficiência no uso de - possibilidade de melhor
recurso; aproveitamento dos
- maior eficiência de mão-de-obra recursos. Ex: terra
DESVANTAGENS - maiores riscos; - dificuldades
- possibilidade de não administrativas.
aproveitamento total de recursos
Uma vez definida a modalidade, o tipo de empresa e as áreas que a compõe, é preciso
administrá-la. A administração utiliza-se do processo administrativo. Este se compõe de:
1. Planejamento: consiste em fazer os planos que orientarão a produção e servirão de guia para o
controle do produtor.
2. Organização: agrupar e estruturar todos os recursos da empresa (físicos e humanos), consiste no
arranjo (layout) das benfeitorias e plantações, preparo de máquinas e equipamentos, etc.
3. Direção: execução do que foi planejado e organizado.
4. Controle: medir e corrigir o desempenho do que foi planejado. Verificar se está de acordo com o
que foi planejado e apontar as falhas.
Dentro do processo administrativo temos o planejamento e organização.
Observar vários aspectos associados a momentos de decisão. Estas decisões fazem parte do
planejamento.
O planejamento da produção procura determinar antecipadamente o que vai ser produzido,
quanto vai ser produzido, quando vai ser produzido e como vai ser produzido.
Considera ambiente interno e externo.
• O que plantar?
Para isso deve-se observar determinados aspectos, como mercado, viabilidade econômica,
tecnologia disponível, modalidade de exploração.
⌦ Análise de mercado: busca de informações de preços e produtos nos principais pontos de
consumo do país e na própria região, onde se localiza a empresa rural.
Busca de informações em instituições governamentais, jornais, bolsas de mercadorias, etc.
Observar as variações e tendências de preços de diversos produtos agropecuários, facilitando
a tomada de decisões sobre o que plantar. Opção pelo mercado (canais de comercialização).
Verificar qual o melhor destino para a produção, se mercado local, regional, nacional ou
exportação. Se for local: verificar hábitos da população se for regional ou nacional ao nível de
CEASAS. Analisar períodos de safra e entressafra para obtenção melhor de preços. Pode-se optar
por consumidores mais requintados, supermercados, hotéis, indústrias de processamento, etc.
⌦ Tecnologia disponível: analisar a tecnologia disponível e verificar se ela está acessível aquele
empresário especificamente. A tecnologia pode existir, mas não significa que o empresário poderá
utilizá-la naquele momento (falta de capital, falta de treinamento). Ex.: semente híbrida, plantas
transgênicas, plasticultura, fertirrigação, etc.
⌦ Viabilidade econômica: analisar preços praticados no mercado, elaborar custos de produção. É
fator definido da tecnologia. É compensador ou não usar determinada tecnologia.
⌦ Modalidade de exploração: se diversificada ou especializada. Tendência => especialização –
facilidade de administração
• Quanto plantar?
Para definir quanto plantar deve-se analisar:
⌦ Mercado: demanda, canais distribuidores como CEASAS, capacidade instalada e efetiva de
indústrias processadoras.
⌦ Responsabilidade de recursos: terra, capital e matéria orgânica. Capital próprio ou linhas de
crédito.
⌦ Viabilidade econômica: definir a quantidade que maximiza a renda. Para isto, existem
metodologias que indicam as quantidades que vão maximizar a renda, minimizar os custos pagar
todas as despesas (ponto de equilíbrio).
⌦ Domínio da tecnologia: define quanto plantar. Se não houver domínio no início do
empreendimento, com a experiência acumulada, o empresário aumentará a área de produção.
• Quando plantar?
Analisar a sazonalidade do mercado. Períodos de safra e entressafra. Definir qual sua melhor
estratégia, plantar o ano todo ou na entressafra. Caso ocorra pela entressafra, providenciar
tecnologia para tal, como estufas, irrigação, cobertura do solo, etc. Para este aspecto existe uma
metodologia definida as curvas de sazonalidade:
⌦ Obtenção dos preços nominais;
⌦ Conversão destes para preços reais (corrigidos por determinado índice – IGP), para torná-los
comparáveis;
⌦ Indústria define o quando plantar. Diversificada: obedece a uma programação cíclica para que
se tenha sempre produto em oferta. Portanto sempre teremos os diversos estágios de uma
determinada cultura ao mesmo tempo. Este aspecto é válido para culturas anuais. Em culturas
perenes o quando plantar obedece a dois fatores básicos: quando começar a produzir e/ou quando
renovar a cultura com base no seu ciclo biológico.
• Como plantar?
Definir tecnologias que serão utilizadas e as formas mais modernas.
• Considerações finais:
Por que trabalhar de forma empresarial?
⌦ Administração profissional;
⌦ Planejamento da produção;
⌦ Visão de mercado;
⌦ Agricultura de precisão;
⌦ Controle gerencial.
• Exemplo:
Uma das formas de se estabelecer a época de plantio é utilizar-se da análise de sazonalidade.
Em algumas culturas podemos utilizar tecnologias que possibilitam o plantio em época que propicie
a colheita num período em que os preços mais altos são praticados. Utilizaremos a seguir o exemplo
da cultura da banana, mas a metodologia pode ser utilizada para qualquer cultura.
Preço pago aos produtores e volume comercializado de banana ‘Pacovan’ na CEAGEPE:
Apesar das CEASA’s estarem perdendo espaço no processo de comercialização, ainda são
as principais referências para o produtor em termos de venda da produção e formação de preço. Na
CEASA – Recife (CEAGEPE), o melhor preço é conseguido no inverno – período de chuvas (abril-
agosto), para a banana ‘Pacovan’ (Quadros 1 e 2) e (Figura 1).
Quadro 1: Preços reais para a banana ‘Pacovan’ na CEASA – Recife no período de 1990 a 1999
(R$/kg)
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL MED
1990 0,31 0,33 0,39 0,37 0,62 0,76 0,69 0,74 0,48 0,52 0,42 0,35 5,98 0,50
1991 0,30 0,29 0,32 0,60 0,77 0,78 0,71 0,64 0,44 0,36 0,28 0,25 5,74 0,48
1992 0,23 0,24 0,38 0,43 0,32 0,52 0,47 0,47 0,36 0,24 0,19 0,16 4,01 0,33
1993 0,40 0,38 0,36 0,52 0,60 0,66 0,56 0,64 0,54 0,38 0,30 0,37 5,71 0,48
1994 0,36 0,47 0,59 0,72 0,80 0,93 0,73 0,53 0,60 0,50 0,42 0,40 7,05 0,59
1995 0,38 0,45 0,51 0,66 0,79 0,69 0,72 0,69 0,62 0,57 0,45 0,46 6,99 0,58
1996 0,33 0,39 0,57 0,68 0,72 0,78 0,79 0,65 0,41 0,25 0,20 0,22 5,99 0,50
1997 0,28 0,30 0,31 0,31 0,30 0,30 0,29 0,28 0,29 0,25 0,21 0,21 3,33 0,28
1998 0,27 0,33 0,42 0,53 0,53 0,63 0,64 0,64 0,53 0,33 0,42 0,41 5,68 0,47
1999 0,47 0,46 0,45 0,52 0,53 0,53 0,54 0,51 0,46 0,42 0,43 0,38 5,70 0,47
TOTAL 3,33 3,64 4,30 5,34 5,98 6,58 6,14 5,79 4,73 3,82 3,32 3,21
MEDIA 0,33 0,36 0,43 0,53 0,60 0,66 0,61 0,58 0,47 0,38 0,33 0,32
Ín d ic e s E sta c io n a is d e C o m e rc ia liz a ç ã o d a B a n a n a P a c o v a n
(C E A S A - R e c ife - 1 9 9 0 a 1 9 9 9 )
180
160
140
Percentual (%)
120 I_ s _ m in
100 I_ s a z ona l
80 I_ s _ m a x
60 M _base
40
20
0
ja n fev m ar abr m ai ju n ju l a go set ou t nov d ez
P e río d o
Quadro 2: Índices estacionais (%) de comercialização da banana Pacovan (CEASA - Recife - 1990
a 1999)
jan Fev Mar Abr mai Jun jul ago set Out nov dez
60,46 67,84 82,69 115,53 108,8 118,72 117,56 108,48 100,86 67,77 57,57 56,03
75,12 82,42 97,42 123,59 129,69 142,65 137,58 129,79 105,54 81,92 69,27 67,81
93,34 100,11 114,77 132,21 154,58 171,4 161 155,28 110,45 99,02 83,33 82,05
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte: CEAGEPE, 2000.
1990 5078,0 3920,0 4307,0 3139,0 2650,0 2117,0 2323,0 2487,0 2679,0 3696,0 3901,0 40859,0 40859,0 3404,9
1991 4468,0 3492,0 3295,0 2578,0 1996,0 1909,0 2044,0 2436,0 2886,0 3745,0 3645,0 36295,0 36295,0 3024,6
1992 3633,0 3236,0 2367,0 2400,0 2081,0 2170,0 2523,0 2489,0 3413,0 2878,0 3309,0 33989,0 33989,0 2832,4
1993 2880,0 2537,0 2719,0 2183,0 1940,0 2088,0 1705,0 1867,0 2332,0 2252,0 1859,0 26734,0 26734,0 2227,8
1994 2242,0 1644,0 1520,0 897,0 1253,0 1118,0 1541,0 2015,0 2549,0 2886,0 3480,0 24512,0 24512,0 2042,7
1995 3166,0 2331,0 2495,0 2284,0 2340,0 2286,0 2203,0 2700,0 3521,0 4985,0 5227,0 37722,0 37722,0 3143,5
1996 3628,0 3253,0 2937,0 2621,0 2883,0 2236,0 2837,0 3168,0 3428,0 4578,0 4409,0 40575,0 40575,0 3381,3
1997 4202,0 3560,0 3479,0 3180,0 3216,0 3058,0 3616,0 3837,0 4395,0 5101,0 5630,0 47777,0 47777,0 3981,4
1998 3477,0 2495,0 2401,0 2215,0 2367,0 2141,0 2351,0 2434,0 3199,0 3283,0 2982,0 32392,0 32392,0 2699,3
1999 2465,0 2069,0 2363,0 2022,0 1914,0 1887,0 2751,0 2094,0 2561,0 2707,0 2756,0 28433,0 28433,0 2369,4
TOTAL 35239,0 28537,0 27883,0 23519,0 22640,0 21010,0 23894,0 25527,0 30963,0 36111,0 37198,0 349288 3492 88,0
MEDIA 3523,90 2853,70 2788,30 2351,0 2264,0 2101,0 2389,4 2552,70 3096,30 3611,0 3719,80 Média/mês = 2,8 mil t