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APRESENTAÇÃO

Caro (a) aluno (a),

Você está iniciando seu curso de Português no Ensino Médio, seja bem-
vindo !
Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo e juntos fazer
descobertas e vencer novos desafios.
Sabemos que a Língua Portuguesa está presente em nosso dia-a-dia, em
nossa comunicação, portanto é importante que saibamos usá-la e interpretá-la
corretamente para compreendermos melhor o mundo em que vivemos.
Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos contendo:
▪ Literatura Brasileira
▪ Leitura e Produção de Texto
▪ Estudo da Norma Padrão (gramática)
Lembre-se: o seu esforço e a sua dedicação são os fatores mais
importantes para o seu desenvolvimento e crescimento pessoal.
Desejamos que você consiga vencer ainda mais facilmente o desafio
desse mundo em constante evolução.
Estamos aqui para colaborar com esse desafio.
Então vamos começar !
Boa sorte !

Equipe de Português :

Cristiane, Ilza, Ivânia, Maura e Sandra.

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INSTRUÇÕES

Como estudar Português

1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos;

2. Se houver necessidade, para assimilar melhor o assunto, faça as atividades em seu


caderno. NÃO ESCREVA E NEM RASURE A APOSTILA, pois você a trocará e
outro aluno irá usá-la;

3. Depois que você terminar as atividades, consulte o gabarito de respostas que está
no final da apostila. Você que irá corrigir os exercícios;

4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra desconhecida;

5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se esqueça de fazer um rascunho
antes da redação final.

6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar tudo o que foi solicitado, em
seu caderno.

7. Sempre que houver dúvidas, procure esclarecê-las com o professor;

8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela estão disponíveis.

Bom estudo ! Bom aproveitamento !

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MÓDULOS 05 E 06

ÍNDICE

Literatura Brasileira

 Romantismo – Poesia.....................................................mód. 05
Romantismo – Prosa.......................................................mód. 06

Leitura e interpretação de texto

 Texto descritivo 1.............................................................mód. 05


Texto descritivo 2.............................................................mód. 06

Estudando a norma padrão

 Termos integrantes da oração..........................................mód. 05


Termos acessórios da oração...........................................mód. 06
Termos independentes da oração.....................................mód. 06

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ROMANTISMO

Dá-se o nome de Romantismo ao período literário que durou desde 1836 a 1881 (séc.
XIX).

Mas, você saberia diferenciar o termo romantismo da escola literária Romantismo?

Não!!!

Então, antes de mais nada, é necessário fazer uma distinção entre essas palavras.

A palavra romantismo é o comportamento caracterizado pelo sonho, pelo devaneio, por


uma atitude emotiva diante das coisas, que pode ocorrer em qualquer época da história. É
nesse sentido que se fala, hoje, em música, cinema e telenovela romântica.

O movimento histórico Romantismo designa uma tendência geral da vida e da arte; é


um estilo delimitado no tempo, um estilo de época do século XIX.
Nesse período, mais que em qualquer outro, o artista procurou focalizar em suas obras
um dos mais nobres sentimentos de ser humano que é o amor. Nunca antes, na história
literária, o sentimento amoroso fora tão valorizado.

AS CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO

São inúmeras as características do Romantismo, uma vez que a liberdade e a


independência, que estão no fundamento da atitude romântica, tornam o período rico e variado.
Influenciados por fatos sociais e políticos, o artista romântico volta-se para seu interior e,
numa atitude individualista, retrata uma realidade criada pela sua imaginação e emoção.
Daí surgem algumas características do Romantismo brasileiro, que veremos a seguir.

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1. Subjetivismo

É o culto do “eu”, pois o artista expressa seus sentimentos, sonhos e emoções de


forma individualista, contrapondo-se ao universalismo da era Clássica.

“Acordo do meu sonho tormentoso


E choro o meu sonhar!
E fecho os meus olhos, e de novo intento
O sonho reatar.
(...)”.
(Gonçalves Dias)

2. Sentimentalismo

A razão cede lugar à emoção. Há a supervalorização do amor e aparece, às vezes, a


religiosidade.

“Lerás porém algum dia


Meus versos d’alma arrancados
D’amargo pranto banhados,
Com sangue escritos...”
(Gonçalves Dias)

3. Nacionalismo

Retrata a supervalorização da terra, do índio (indianismo), a exaltação da natureza, o


saudosismo (volta ao passado do Brasil-Colônia).
Observe alguns desses traços nacionalistas presentes nessa estrofe do poema
“Canção do Exílio”.

“Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
(Gonçalves Dias)

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4. Idealização

Do herói - o índio brasileiro é dotado de valores e ações tais quais os heróis europeus
medievais. A exaltação de valores, às vezes, está além das limitações humanas.

“Valente na guerra
Quem há como eu sou?
(...)
Quem golpes daria
Fatais como eu dou?”
(Gonçalves Dias)

Do mundo – o artista busca refúgio num mundo imaginário, na morte. O desejo de


evasão, de fuga da realidade se manifesta.

“Por isso, é morte, eu amo-te e não temo.


Por isso, é morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda
Leva-me ao nada, leva-me contigo.”
(Junqueira Freire)

Da mulher – é retratada como sendo pura, angelical, carinhosa, inatingível, criada


pela imaginação do artista.

“Se uma lágrima as pálpebras me inunda,


Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!”
(Álvares de Azevedo)

5. Liberdade de expressão

Os poetas abandonam valores, idéias de caráter universal e se expressam de acordo


com as suas emoções e desejos.
Quanto à forma, a poesia abandona o rigor clássico da métrica, da rima e apresenta
uma linguagem mais simples, coloquial.

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“Não sabes criança? Estou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas, onde? No templo, no espaço, nas névoas
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.”
(Castro Alves)

Essas características fundem-se em momentos e obras distintos durante o período


romântico. Para facilitar o estudo do Romantismo, vamos dividi-lo em poesia e prosa.

ROMANTISMO – POESIA

O período romântico dedicado à poesia é dividido em três momentos.


São eles:
 PRIMEIRA GERAÇÃO
 SEGUNDA GERAÇÃO
 TERCEIRA GERAÇÃO

Vamos, agora, ver cada uma dessas gerações separadamente.

PRIMEIRA GERAÇÃO : NACIONALISTA OU INDIANISTA

Os escritores dessa geração dão preferência a temas nacionalistas, indianistas,


religiosos.

Autor de destaque: Gonçalves Dias.

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Observe como Gonçalves Dias abordou a temática nacionalista, exaltando a pátria
através de elogios à natureza e idealizando a figura indígena:

“Um dia vivemos!


“Nosso céu tem mais estrelas,
O homem que é forte
Nossas várzeas têm mais flores,
Não tema da morte;
Nossos bosques têm mais vida,
Só teme fugir;
Nossa vida mais amores.”
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.”

AUTOR E OBRA

Gonçalves Dias (1823-1864)


Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, Maranhão. Era filho de
um comerciante português e de uma cafuza (mestiça de negro e índio).
Fez seus primeiros estudos na sua cidade natal e depois foi para
Coimbra cursar Direito. Lá, iniciou suas atividades literárias e escreveu,
entre outros o poema “Canção do Exílio”.
Em 1845, quando retornou ao Brasil, publicou sua primeira obra
verdadeiramente romântica: “Primeiros Cantos”.
Viveu uma grande paixão por Ana Amélia a quem lhe fora negado o
casamento por preconceito racial; afinal, ele era um mestiço.
Em 1862, retornou à Europa em busca de tratamento.
De volta ao Brasil, morreu num naufrágio de navio, próximo ao
Maranhão.

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SEGUNDA GERAÇÃO: ULTRA-ROMÂNTICA OU BYRONIANA

É chamada de ultra-romântica ou byroniana devido a influência de Lord Byron, poeta


inglês que tinha o pessimismo como temática em suas obras.
Marcada por profundo sentimentalismo, os escritores desta geração preferiam temas que
abordassem a morte, a solidão, a tristeza o mistério e o sonho. Por isso, ficou conhecida,
também, como geração “mal-do-século”.

Autor de destaque: Álvares de Azevedo.

Leia agora, um fragmento do poema “Adeus, meus sonhos!” de Álvares de Azevedo, onde
o poeta, numa atitude pessimista, deseja a morte como solução para seus amores e sonhos
não concretizados.

ADEUS, MEUS SONHOS!

“Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!


Não levo da existência uma saudade!
E a tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
(...)

Que resta, meu Deus? Morra comigo


A estrela de meus cândidos amores
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!”

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AUTOR E OBRA

Álvares de Azevedo (1831-1852)

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo. Era o


segundo filho de uma família de classe média.
Aos três anos, deparou-se com a morte do irmão recém-nascido,
restando-lhe apenas a irmã a quem se refere, muitas vezes, em seus
poemas.
Aos dezesseis anos, iniciou sua produção literária. Morreu antes
de completar vinte e um anos, no Rio de Janeiro, vítima de tuberculose
e de um tumor na fossa ilíaca por ter sofrido uma queda de cavalo.
Como poeta da segunda geração, sua temática representa o
verdadeiro mal-do-século na poesia, sobretudo em relação ao amor
idealizado e à morte como fuga de suas insatisfações.

ESTUDO DO TEXTO

Agora vamos ler e analisar um poema de Álvares de Azevedo.

Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menos


Fechar meus olhos minha triste irmã ;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã !

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Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã !
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! Que céu azul! Que doce n’ alva


Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora


A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

(Álvares de Azevedo)

Vocabulário:
Afã : trabalho, lida, cansaço, fadiga
Louçã: fresca, vigorosa, graciosa
Alva : a primeira luz da manhã
Porvir: futuro

Curiosidade: O poema “Seu eu morresse amanhã” foi escrito por Álvares de


Azevedo poucos dias antes de sua morte. No dia do enterro do poeta, foi lido pelo
escritor Joaquim Manuel de Macedo.

ATIVIDADE I

 Agora, responda em seu caderno  :

1. Na 1ª estrofe, o eu-lírico mostra uma expectativa negativa em relação à atitude das


pessoas no dia de sua morte. Copie o verso que confirma essa afirmativa.

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2. Observe: “Eu perdera chorando essas coroas”. O eu-lírico lamenta a perda de “coroas” caso
morra. “Essas coroas”, na 2ª estofe, para ele são:

a-( ) glória, futuro, céu, sol.


b-( ) céu, doce n’alva, glória, aurora.
c-( ) glória, manhã, porvir, céu azul.

3. No poema, os elementos da natureza que representam vida em oposição ao desejo de


morte são:

a- ( ) sol, irmã, doce n’alva, natureza louçã.


b- ( ) sol, céu azul, doce n’alva, natureza louçã.
c- ( ) glória, manhã, porvir, céu azul.

4. A morte aparece como solução para a angústia do eu-lírico. Que verso da 4ª


estrofe conota essa idéia?
______________________________________________________

5. “Se eu morresse amanhã” é um poema que fala do pessimismo e da morte. Como se


chama a geração romântica que abordou essa temática?

______________________________________________________

TERCEIRA GERAÇÃO: CONDOREIRA

Essa geração ficou conhecida como condoreira por ter como símbolo o condor
(ave de alto vôo). Assim como o condor, os escritores dessa geração, através da arte literária,
alçaram vôos em busca da liberdade, denunciando injustiças e fazendo suas reivindicações
sociais.

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Logo, a temática desse período está ligada às questões sociais e políticas, tais como a
abolição da escravatura e o pensamento republicano.

Autor de destaque: Castro Alves.

O autor e a obra

Castro Alves (1844 – 1871)

Antonio Frederico de Castro Alves nasceu em Curralinho,


Bahia. Era filho de médico. Iniciou o curso de Direito em Recife e o
concluiu em São Paulo.
Paralelamente aos estudos, iniciou sua carreira de poeta,
destacando-se como excelente declamador e revolucionário.
Castro Alves se destacou, principalmente, por suas poesias de
caráter social. Voltado para a problemática da escravidão, ganhou o
cognome de “Poeta dos Escravos”.
O estilo condoreiro de Castro Alves, sobretudo na poesia
abolicionista, apresentou um vocabulário amplo, rico em figuras de
linguagem(metáforas,hipérboles,comparações,etc.),numa sonoridade
marcante.
Nos poemas de Castro Alves, a temática amorosa é tratada de
forma sensual e erótica.

Vamos, agora, ler partes de um dos poemas mais conhecidos de Castro Alves, “O Navio
Negreiro”.

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O poema relata o sofrimento dos negros e as péssimas condições a que eram
submetidos quando transportados da África para o Brasil.

Procure conhecer todo o poema, pois revela muita beleza e emoção.

O Navio Negreiro

Era um sonho dantesco... O tombadilho


Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas


Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue da mãe:
Outras, moças... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.

Senhor Deus dos desgraçados!


Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! Por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...

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São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Ontem simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...

CURIOSIDADE SOBRE O POEMA “O NAVIO NEGREIRO”

“O Navio Negreiro – tragédia no mar é o exemplo mais vibrante da poesia condoreira. Escrito
em abril de 1868, esse poemeto épico refere-se a uma situação anterior a 1850, ano em que o
tráfico negreiro foi proibido. O poema tornou-se o mais forte grito de indignação utilizado pela
campanha abolicionista.”
Emília Amaral

Vocabulário:

Dantesco: que lembra coisas terríveis descritas pelo escritor Dante Alighieri no “Inferno” de
sua obra Divina Comédia.
Tombadilho: parte do navio destinada a alojamentos.
Luzerna: grande luz, clarão.
Açoite: chicote, vergasta.
Espectro: fantasma; figura imaterial, real ou
imaginária, que povoa o pensamento.
Tufão: vendaval, furacão.
Mosqueado: que tem malhas ou manchas escuras.

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REVISANDO A LITERATURA

Agora, responda em seu caderno algumas questões sobre o que você aprendeu nesta
unidade 05.

1) Qual o período literário que durou o Romantismo?

2) Cite as características do Romantismo?

3) O período romântico dedicado à poesia é dividido em três momentos. Quais são estes
momentos?

4) Cada momento teve seu autor de destaque. Quem foram eles?

Muito bem! Confira suas respostas no gabarito, no final da apostila.

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TEXTO DESCRITIVO

Os textos que você vai ler e analisar, procuram retratar através de imagens criadas pela
sensibilidade do descritor, lugares, pessoas, objetos, os seres em geral. É a atividade lingüística
da descrição.
Descrever é detalhar, individualizar, levando o leitor a sentir, a imaginar, a visualizar o
objeto descrito. Por isso, o ato de descrever baseia-se na percepção, nos cinco sentidos.

Visão – audição – tato – paladar – olfato

O texto que propomos, a seguir apresenta de forma belíssima esse processo de criação e
construção de imagens pela linguagem. Leia-o com atenção.

Hino de Votorantim
Letra e Música: Lecy de Campos

Minha terra tem encantos,


Tem belezas naturais,
Tem jardins, fluviais recantos
E riquezas minerais...
Nas indústrias tem potência;
Tem igrejas para os fiéis,
Tem escolas, luz da ciência,
Nos esportes tem lauréis.

Refrão

O seu solo é um manancial


Fonte de riquezas mil,

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O seu clima é tropical
É um pedaço do Brasil,
E por isso com fervor
Hei de amar até o fim
Essa terra de esplendor
Este meu Votorantim.

Sons de máquinas, usinas


E de águas a rolar,
Em sussurros de surdinas
Pelo espaço a reboar;
São acordes de vitória
Num arcano musical,
Proclamando a sua glória
E pujança sem igual

Chaminés que, fumegantes


Estão sempre a evidenciar
As indústrias operantes
Que engrandecem o lugar,
Onde um povo exuberante
Que labuta sem cessar,
Construiu esse gigante
Portentoso e singular.

Vocabulário:
Laurel: coroa de louros; láurea, lauréola.
Manancial: nascente de água; olho-d'água; fonte.
Reboar: fazer eco; repercutir, retumbar.
Arcano: segredo, mistério.
Pujança: grandeza, poderio, magnificência.
Exuberante: animado, vivo.
Portentoso: maravilhoso, prodigioso.

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LECY DE CAMPOS

Nascido em Sorocaba (SP), em 11 de outubro de 1913,


Lecy de Campos, autor da letra e da música do Hino de
Votorantim, viveu neste município desde 1929. Faleceu em
1991.
O Hino de Votorantim, por ele composto, foi oficializado
em 28 de junho de 1972, através da lei municipal nº 213.
A Praça de Eventos leva o seu nome, em homenagem
a quem soube amar e dignificar esta cidade.

O texto que você leu é um hino feito para homenagear a cidade. Neste hino, o autor
percorre os caminhos de sua memória emotiva e expressa toda a sua emoção e sensibilidade
ao descrever um momento da cidade de Votorantim, em versos que nos levam a imaginar e a
recriar uma época dessa cidade que tanto ele amou.

Atividade II

1. No poema predominam aspectos:

a- ( ) narrativos
b- ( ) descritivos
c- ( ) argumentativos

2. Justifique a questão anterior assinalando a alternativa correta.

a- ( ) o poema narra os fatos acontecidos em Votorantim.


b- ( ) o poema descreve e caracteriza de forma subjetiva
a cidade de Votorantim.

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3. Releia o refrão e identifique o sentimento predominante que os versos expressam:

a- ( ) Amor
b- ( ) Saudade
c- ( ) Tristeza
d- ( ) Admiração

4. O autor descreve uma época da cidade, como se retratasse um momento instantâneo de


Votorantim. Essa época refere-se:

a- ( ) ao passado
b- ( ) à atualidade

No texto descritivo, o autor procura transmitir ao leitor


suas impressões sobre o objeto descrito, através de imagens
captadas pelos sentidos. Para isso, usa muita adjetivação e
comparações expressivas.

5. Certamente você gostou do hino. Copie a estrofe que você considera a mais bonita, a de
maior criatividade e inspiração.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________

Redação - Produzindo seu próprio texto

Descreva a rua onde você mora ou trabalha ou onde passou sua infância. Fale das casas,
das pessoas, de partes que lhe trazem lembranças. Relate algo acontecido ali, alguma cena
que ficou marcada em você. Lembre-se de como era há alguns anos e de como é agora.
Enfim, transforme em emoções, o retrato de sua rua. Escreva de 15 a 20 linhas.

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Nesta unidade, estudaremos também os termos integrantes da oração: o objeto direto, o
objeto indireto, o complemento nominal. Sem eles, a informação não fica completa, com
sentido.
Para podermos entender mais sobre esse assunto, vamos ler o trecho a seguir:

• O ar do avião é seco. Pingue soro fisiológico nas narinas a cada duas horas para
evitar que as mucosas se ressequem, facilitando a entrada de micróbios. O
mesmo vale para os olhos (use colírio).
• Tomar água e outros líquidos deixa o organismo sempre hidratado. O
recomendado é um copo a cada duas horas. Evite bebida alcoólica, que, entre
outras coisas, contribuem para a desidratação.
• Se o vizinho de poltrona tosse e espirra o tempo todo, não tenha vergonha de
usar a máscara cirúrgica. É a melhor forma de se proteger de microorganismos
transmitidos por via aérea.
• Em vôos longos, é sempre aconselhável fazer caminhadas pelo corredor para
evitar a formação de coágulos nas pernas, que poderão, no futuro, provocar
problemas mais sérios.

Revista Época On line , 17, maio, 1999.

 Responda em seu caderno  :

1) Localize no texto os complementos das seguintes formas verbais:


a. pingue ________________________________________________

23
b. tomar _________________________________________________
c. evite __________________________________________________
d. contribuem _____________________________________________
c. proteger (-se) ___________________________________________

Os complementos verbais que foram localizados recebem o nome de objeto, que pode
ser direto ou indireto.
Vejamos, então, a sua classificação.

OBJETO DIRETO

É o termo da oração que completa um verbo transitivo direto sem o auxílio de uma
preposição. Observe:

Pingue soro fisiológico.


 
V.T.D Obj. Direto

Tomar água e outros líquidos.


 
V.T.D Obj. Direto

OBJETO INDIRETO

É o termo da oração que completa um verbo transitivo indireto, através de uma


preposição. Observe:

Contribuem para desidratação.


  
V.T.I (prep.) Obj. Indireto

24
Proteger-se de microorganismos.
  
V. T. I (prep.) Obj. Indireto.

Como você pode observar os verbos que foram completados acima, têm como
complementos verbais, objetos diretos ou indiretos.

NÃO SE ESQUEÇA!
Principais preposições que acompanham um objeto indireto: com, por, ao, de, da, para,
em, à, sobre, etc.

O PRONOME OBLÍQUO NA FUNÇÃO DE OBJETO

Os pronomes oblíquos o, a, os, as são utilizados para substituir o objeto direto, enquanto
os pronomes oblíquos lhe, lhes são utilizados para substituir o objeto indireto.
Os outros pronomes oblíquos me, te, se também podem exercer a função de objeto.

Emprestei o livro.
 
V. T. D Obj. Direto

Emprestei- o.

Obj. Direto

O assunto interessa ao aluno.


  
Sujeito V. T. I Obj. Indireto

O assunto interessa-lhe.

Obj. Indireto

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COMPLEMENTO NOMINAL

O texto seguinte trata da divisão do trabalho nas sociedades indígenas:

As tarefas ligadas à produção dos alimentos,


dos utensílios e à prestação dos serviços são
definidas em função do sexo. Em antropologia, diz-
se que, nessas sociedades, há uma divisão sexual
do trabalho (em oposição àquelas em que há uma
divisão social do trabalho, em que grupos ou classes
sociais ocupam posições diferentes no processo de
produção). Há, portanto, tarefas femininas e tarefas
masculinas. Mesmo quando acontece de as
atividades masculinas serem mais prestigiadas que
as femininas, isso não chega a instaurar uma
desigualdade entre homens e mulheres, pois não
chega a haver, entre eles, relações de exploração. O
que a divisão sexual do trabalho expressa é a
complementaridade entre homens e mulheres no
processo de produção.

SILVA, Aracy Lopes da. A questão indígena na sala de aula. São Paulo, Brasiliense,1987, p.153-4.

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Veja:

produção dos alimentos


dos utensílios

 Responda em seu caderno  :


2. O substantivo produção exige um complemento? Por quê?
______________________________________________________

O termo que completa o sentido do substantivo produção é um complemento nominal.


O complemento nominal é um termo que completa o sentido de um nome e vem ligado a ele
por meio de uma preposição.

O complemento nominal completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios.

prep.

Tenho amor ao trabalho.


  
verbo (nome) complemento nominal
prep.

Vivo satisfeito com a vida.


  
verbo (adjetivo) complemento nominal

Estrutura do complemento nominal

1. Substantivo
2. Adjetivo Preposição Complemento nominal
3. Advérbio
1.Tenho respeito para com os mais velhos.
2.Estou contente com os resultados.
3.Votou contrariamente ao nosso candidato.

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→ LEMBRE-SE:
O complemento nominal, como o próprio nome indica, está completando um nome
(substantivo, adjetivo ou advérbio).

ATIVIDADE III

Responda em seu caderno. 


1. Classifique as palavras sublinhadas abaixo usando este código:

(D) objeto direto (I) objeto indireto

a- ( ) Não preciso de sua ajuda.


b- ( ) Vou tentar encontrar os culpados.
c- ( ) Alguém o viu no teatro.
d- ( ) Mandei-lhe um recado ontem.
e- ( ) Vou rasgar este documento.

2. Com relação às palavras sublinhadas abaixo, coloque:

(a) para complemento nominal


(b) para objeto indireto

1- ( ) Ele era muito útil à comunidade.


2- ( ) Ela não respondeu às minhas cartas.
3. ( ) Nunca lhe pediram satisfações.
4. ( ) Ela não tem mais confiança em ninguém.
5. ( ) A notícia agradou ao estudante.

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3. Nos exercícios abaixo, assinale a resposta correta para a função sintática do termo
sublinhado.

A) Ela me contou os pormenores da briga.

a- ( ) objeto indireto
b- ( ) objeto direto
c- ( ) complemento nominal

B) Agiu favoravelmente ao réu.

a- ( ) objeto direto
b- ( ) objeto indireto
c- ( ) complemento nominal

C) Sempre gostei de seus primos.

a- ( ) objeto direto
b- ( ) objeto indireto
c- ( ) complemento nominal

Agora, confira as suas respostas com o gabarito no final desta apostila.☺

PARABÉNS!
VOCÊ TERMINOU ESTA UNIDADE!
☺☺☺

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ROMANTISMO - PROSA

Na unidade anterior, você teve seus primeiros conhecimentos sobre o estilo literário
Romantismo. Aprendeu sobre suas principais características e alguns autores da poesia.
Vale lembrar que foi durante o Romantismo que a prosa literária ganhou expressividade.
Gradualmente se desenvolviam os centros urbanos, principalmente o Rio de Janeiro, e o
novo público se formando: jovens estudantes, mulheres da corte, aristocratas rurais,
profissionais liberais, militares, funcionários públicos.
Primeiramente surge o folhetim (histórias publicadas em capítulos nos jornais diários)
que, depois, foi se modificando de acordo com as transformações culturais e as novas
exigências do público.
Em 1844, foi publicado o 1º romance brasileiro chamado “ A Moreninha”, de Joaquim
Manuel de Macedo.
Joaquim Manuel de Macedo inaugurou entre nós o chamado romance urbano, aquele que
tem como cenário a cidade grande. No caso, o Rio de Janeiro, sede do Império. Essa categoria
será cultivada por outros escritores do período.

Conheçamos um pouco mais sobre o autor:

JOAQUIM MANUEL DE MACEDO

Nasceu em Itaboraí (RJ). Diplomou-se em Medicina, mas nunca exerceu a profissão. Foi
professor do Colégio Pedro II, a instituição de ensino mais conhecida daquele estado na época.
Exerceu duas vezes o cargo de deputado, foi também poeta, jornalista, historiógrafo, além de
professor e escritor de livros didáticos. Morreu no Rio de Janeiro, em 1882.

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Vamos, agora, ler o resumo da obra:

A MORENINHA

O enredo é simples: três estudantes de Medicina –


Augusto, Filipe e Leopoldo – passam um feriado na casa da avó de
Filipe, numa ilha. Augusto, que se considerava muito inconstante
no terreno amoroso, faz uma aposta: se ficasse apaixonado por
uma mulher durante mais de quinze dias, escreveria um romance
contando a história dessa paixão. Conhece Carolina (a
Moreninha), por quem se apaixona. O único obstáculo à união dos
dois é uma promessa de fidelidade feita por Augusto a uma
menina que conhecera tempos atrás e cujo paradeiro e
identidade ignora. No final, ocorre a coincidência que resolve o
conflito: a tal menina era a própria Moreninha.

 Joaquim Manuel de Macedo, além de A Moreninha,


também escreveu O Moço Loiro (1845), Os dois amores (1848) e
algumas peças de teatro.

José de Alencar, nosso mais importante prosador romântico, considerava Macedo “um
mestre”. A convivência que se iniciou nessa época entre os escritores contribui para a formação
de uma literatura nacional.

Falando em José de Alencar , saberemos a seguir, um pouco mais sobre este autor.

32
O AUTOR

JOSÉ DE ALENCAR

José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, Ceará. Era filho de uma união ilícita. O
pai era padre, abandonou o celibato e ingressou na carreira política, mudando-se para o Rio de
Janeiro onde José de Alencar iniciou seus estudos elementares. Mais tarde, foi para São Paulo
cursar Direito, porém a maior parte de sua vida viveu no Rio de Janeiro.
Assim como o pai, José de Alencar ingressou na carreira política chegando a ocupar o
cargo de Ministro da Justiça (1868 – 1870).
Foi também professor, crítico, advogado, teatrólogo, mas principalmente, um grande
romancista.
Morreu em 1877, vítima de tuberculose.

José de Alencar em suas obras, procurou retratar a vida na corte, ambientes urbanos e
regionais, o índio, a natureza tropical.

Para compreendermos melhor as características indianistas de José de Alencar,


leremos e analisaremos um fragmento da obra, “Iracema”.

Iracema, nome da personagem, é anagrama de América e símbolo do Brasil.

Conhecido também como “lenda do Ceará”, através desta história, José de Alencar quis
nos fazer conhecer, poeticamente, as origens de sua terra natal.

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Conheça um pouco da história lendo um trecho da obra quando Iracema conhece Martim.

TEXTO I

Iracema
José de Alencar

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como
seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu,
onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando
alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava–lhe o corpo a
sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre
esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o
canto.
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol
não deslumbra; sua vista perturba–se.
Diante dela e todo a contemplá–la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não
algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos
olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem–lhe o corpo.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de
sangue borbulham na face do desconhecido.
Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da
mágoa que causara. A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que
gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando
consigo a ponta farpada.
O guerreiro falou:
— Quebras comigo a flecha da paz?

34
— Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a
estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu ?
— Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já
possuíram, e hoje têm os meus.
— Bem–vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à
cabana de Araquém, pai de Iracema.
©2000 Enciclopédia
Koogan-HouaisDigital

Vocabulário

Iracema (*): em guarani significa “lábios de mel” – de ira, “mel, e tembe,” lábios “. Tembe na
composição altera-se em ceme; é também anagrama da palavra América”.
Jati (*): pequena abelha que fabrica delicioso mel.
Ipu (*): assim chamam ainda hoje no Ceará a certa qualidade de terra muito fértil, que forma
grandes coroas ou ilhas no meio dos tabuleiros e sertões, e é de preferência procurada para a
cultura,
Tabajara (*): senhor das aldeias; de taba, “aldeia”, e jará, “senhor”.
Oiticica (*): árvore frondosa, apreciada pela deliciosa frescura que derrama sua sombra,
Esparziam (*): espalhavam, derramavam, difundiam.
Sesta (*): hora que se descansa ou dorme após o almoço.
Ignotos (*): desconhecidos, ignorados.
Lesta (*): rápida, ligeira, ágil.
Uiraçaba (*): pequeno estojo para guardar as flechas.
Quebrou a flecha (*): era entre os indígenas a maneira simbólica de estabelecerem a paz entre
as diversas tribos, ou mesmo entre dois guerreiros inimigos.

(*) Os verbetes assinalados são do próprio José de Alencar, nas notas ao romance
Iracema.

35
ATIVIDADE I

 Responda em seu caderno:

1. Para caracterizar Iracema, José de Alencar utiliza-se dos elementos da natureza.


Relacione os traços físicos da 2ª coluna aos elementos comparativos da 1ª coluna:

(a) asa da graúna 1-( ) comprimento do cabelo


(b) talhe da palmeira 2-( ) lábios
(c) favo de jati 3-( ) agilidade
(d) baunilha 4-( ) sorriso
(e) de mel 5-( ) cor dos cabelos
(f ) ema selvagem 6-( ) hálito

2. Quando Iracema avista o guerreiro branco pela 1ª vez, ela estava

a- ( ) caçando
b- ( ) tomando banho
c- ( ) repousando

3. Que fato, no texto, perturba a paz de Iracema e dá início ao conflito?

4. Ao deparar-se com Iracema, o guerreiro branco é atingido por uma flecha atirada por ela.
Por que ele não revidou?

5. O que o guerreiro branco disse à Iracema mostrando ter conhecimento de um costume


indígena?

36
6. Iracema, no fragmento lido,

a-( ) é vista de forma preconceituosa pelo guerreiro branco.


b-( ) é idealizada como mulher inacessível.
c-( ) é retratada como elemento da natureza com a qual se integra.
d-( ) é uma índia feroz de maus instintos, mas que o guerreiro
branco tenta dominar.
e-( ) é retratada objetivamente sem o sentimentalismo do escritor.

7. Que raças estão simbolizadas no encontro de Iracema e Martim?

8. Assinale as características do Romantismo que podemos perceber


no fragmento lido:

a-( ) indianismo
b-( ) religiosidade
c-( ) idealização do herói
d-( ) saudosismo
e-( ) exaltação à natureza

37
Você estudou um fragmento do romance indianista de Alencar. Agora, lerá um
resumo da obra “Senhora”, romance urbano, e verá como o escritor retrata os costumes, os
valores e os conflitos sociais da sociedade carioca da época.

SENHORA

“Aurélia Camargo é uma moça pobre e órfã de pai, noiva


de Fernando Seixas. Seixas é um bom rapaz, porém tem o
desejo de ascender rapidamente na escala social e, por isso
troca Aurélia por outra moça de dote mais valioso. Aurélia
passa a desprezar todos os homens, e eis que, com a morte
de um avô , torna-se milionária e, por isso, uma das mulheres
mais cortejadas dos cortes do Rio de Janeiro. Como vingança,
manda oferecer a Seixas um dote de cem contos, mas sem
que fosse revelado o nome da noiva, só conhecido no dia do
casamento. Seixas aceita e se casam; porém na noite de
núpcias, Aurélia revela-lhe seu desprezo. Seixas cai em si e
percebe o quanto fora vil em sua ganância. Vivem como
estranhos na mesma casa durante onze meses, mas
socialmente formam o “casal perfeito”. Ao longo desse
período, Seixas trabalha arduamente até conseguir obter a
quantia que recebera como sinal pelo “acordo”. Devolve os
cem mil-réis à esposa e se despede dela. Nesse momento,
porém, Aurélia revela-lhe seu amor. Os dois, agora igualados
no amor e na honra, podem desfrutar o casamento, que ainda
não havia se consumado.”
Cereja et alli, 1999:97

38
REVISANDO A LITERATURA

Agora, responda em seu caderno as questões sobre o que você aprendeu nesta unidade
06.

1)Em que período a prosa literária ganhou mais expressividade?

2) Qual foi o primeiro romance brasileiro e, em que ano foi publicado?

3) José de Alencar, foi o nosso mais importante prosador romântico. O que ele retratava
em suas obras?

4)Qual a principal obra de José de Alencar? E como ficou conhecida esta obra?

Muito bem! Confira suas respostas no gabarito, no final da apostila.

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40
Na unidade anterior, você leu e analisou um texto descritivo sobre a cidade. Nesta,
leremos uma crônica jornalística.

O ciclista audaz
Nélida Piñon

Deixo o hotel apressada. Da calçada observo o movimento dos carros. Os ruídos da


cidade e a neurose coletiva extenuam-se. Olho os homens ao volante de seus ridículos carros.
Eles avançam em direção ao túnel novo, abandonam a luminosidade de Copacabana antes de
mergulhar no escuro da própria alma.
Na rua, três ciclistas emergem do trafégo insensato. Sob intrépida direção, suas
bicicletas celebram os rituais da vida e da velocidade. Presa àquele espetáculo de audácia,
sigo-os atenta. Aqueles homens, grudados às respectivas, aparentam desprezar as regras
intransigentes da existência.
Um deles atraiu-me a atenção. Vestido de verde, com um tecido colado ao corpo, recorda-
me um periquito perdido na densa e ingrata floresta. Parece-me de longe o mais afoito de
todos. Sem demonstrar respeito pelos carros, ele arrisca a vida com gosto, saliva de puro gozo.
Costura em meio ao tráfego como sua avó, no passado, decerto cerzira, meticulosa, a meia
furada do marido.
Observo, contudo, que a despeito do seu destemor, do seu espírito de aventura, algo lhe
falta no corpo, na bicicleta. E o que podia ser, se de fato pedala com desenvoltura. É uma seta
de prata disparada por um arqueiro ansioso.
Ao analisar seu corpo, constato ausência da perna direita. Para onde terá ido essa perna,
excursionando pela terra? Fascinada por semelhante desatino, que redime em parte a espécie
humana, reverencio nele o herói há muito buscado por mim. Um herói de pedigree modesto,
sem aura trágica, conspurcado apenas pelas agruras do cotidiano. E que embora seja filhado
de uma brasilidade humilhada, não renuncia aos prazeres com os quais sonha a cada
amanhecer, tão logo abandona o seu casebre. Sem dúvida um homem que, na ânsia de viver o
melhor da sua biografia, enfrenta a morte como se a pudesse derrotar.
Aflito e exaltado, ele ultrapassa os morros. Persegue a própria sombra projetada à frente,
e que norteia os seus devaneios. Neste esforço de exceder-se, o ciclista como que querendo
alcançar o mar, instala-se no barco da sua imaginação, singra solitário em busca do velocino
de ouro. Igual Jasão, herói grego, ele demonstra vocação de apreender os mitos que surgem
sob forma do carros, velocidade, fantasia, o caos de uma cidade. Na condição de herói
anônimo, cabe-lhe praticar atos miúdos, sem conseqüência. Gestos que importam a ele apenas,
no seu destino sem glória. Desprovido de eloqüência, suas atitudes, porém quebram os
grilhões da pobreza, do porvir sem água corrente, sem conforto, sem as moedas da
estabilidade. Ajudam a trasladá-lo, por instantes, para o céu, até o reino da visão poética. Para
que eu jamais o esqueça.’
Gazeta do Povo. Curitiba, 5ª feira, 08/08/96, p. 28.
41
Vocabulário:

Extenuar: enfraquecer, debilitar, gastar.


Emergir: aparecer, surgir.
Intrépida: corajosa, firme.
Audácia: ousadia,atrevimento.
Intransigente: intolerante, inflexível, rígido.
Densa: escura,espessa, compacta.
Afoito: corajoso,ousado.
Cerzir: costurar.
Meticulosa: cautelosa, cuidadosa, minuciosa.
Arqueiro: combatente que luta com arco.
Desatino: disparate, loucura.
Reverenciar: acatar, respeitar.
Aura: zona luminosa em torno de um corpo.
Conspurcar: mancha, corromper, perverter.
Agrura: obstáculos, dissabor, amargura, aflição.
Devaneio: fantasia, sonho.
Exceder: superar, ultrapassar.
Singrar: navegar.
Velocino: pele de carneiro.
Eloqüência: capacidade de falar e exprimir-se com facilidade,comover por meio da palavra.
Grilhão: corrente que prende, algema.
Porvir: o futuro.
Trasladar: transferir, transportar, mudar.

42
Como foi escrito no início, o que você leu foi uma crônica
jornalística.
Na crônica, o autor comenta fatos do cotidiano, procurando
transmitir esses fatos de modo bastante pessoal, refletindo sobre
os mesmos através de sua visão de mundo, de seus valores.
A autora da crônica, a escritora Nélida Piñon pertence à
Academia Brasileira de Letras e escreve, regularmente, para
jornais e revistas de grande circulação.
Nesse texto, como você observou, um fato chama a atenção
da cronista que, através de aspectos predominantemente
descritivos, procura refletir sobre a realidade, sobre o dia-a-dia
de nossa gente.

ATIVIDADE II

Releia o texto integralmente e consulte o vocabulário caso você desconheça o significado


de alguma palavra ou não consiga inferir pelo contexto. (Não é necessário consultar o
significado de toda palavra desconhecida, a não ser que esse desconhecimento esteja
dificultando a sua compreensão ou que essa palavra esteja repetida várias vezes sendo,
portanto, uma palavra-chave).

Compreender o significado de palavras, expressões é essencial para a construção do


sentido global dos textos que você lê. As questões 1 e 2 privilegiam esse tipo de conhecimento.

43
Agora, responda em seu caderno:

1. A cronista descreve um momento de uma cidade.

a) Que cidade está sendo descrita? Como você a identificou?

b) Que particularidade da cidade ela observa e descreve?

c) A que espetáculo de audácia ela se refere?

d) Que constatação ela faz ao observar um dos três ciclistas?

e) Dê as características físicas e psicológicas do ciclista.

f) Explique o título.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

Não só saber o significado das palavras é importante para chegarmos à compreensão do


que lemos. Também importante é conhecer, por exemplo, outros textos a que o autor faz
referência, outros assuntos, fatos, conceitos, a que o texto remete. É o que chamamos de
conhecimento do mundo. Ter esse conhecimento é essencial para a leitura compreensiva.
No texto lido, a cronista faz referência a Jasão, herói grego e ao velocino de ouro.
(velocino = pele de carneiro).

Vamos, resumidamente, ler a história de Jasão:

Diz a mitologia grega que o velocino de ouro estava guardado


por um dragão. Para recuperar a coroa de seu reino, Jasão tinha
que ir em busca do velocino de ouro. Jasão saiu, então, em um
barco, enfrentando os perigos do mar e todos os obstáculos que
vinham pela frente, em busca da pele de ouro do carneiro.

44
2. Agora, faça a associação dessa história com a descrição do ciclista audaz:

a) A quem o ciclista é comparado?

b) Que perigos do trânsito, enfrentados pelo ciclista são relacionados aos perigos do
mar e aos obstáculos que Jasão enfrentou?

c) Jasão é um herói grego, cantado em prosa e em verso. E o ciclista, que espécie


de herói é?

3. No texto “O ciclista audaz” a intencionalidade é:

a) ( ) descrever as peripécias dos ciclistas.


b) ( ) descrever a agitação do trânsito.
c) ( ) refletir sobre o trânsito perigoso, a audácia dos ciclistas e
associar essas idéias à luta diária de um cidadão comum ao
enfrentar as adversidades da vida.

4. Coerente com a resposta anterior, assinale o que você considera ser o tema do texto.

a) ( ) A agitação do trânsito.
b) ( ) A busca da felicidade.
c) ( ) O heroísmo anônimo e cotidiano do cidadão comum.

5. E para você, o que é ser um herói? Comente, justificando a sua opinião.

45
46
Na unidade anterior estudamos, os termos integrantes da oração, tais como: objeto
direto e indireto e outros.
Agora, estudaremos os termos acessórios da oração: adjunto adverbial, aposto e o
termo independente da oração: vocativo.

ADJUNTO ADVERBIAL

Observe os exemplos abaixo:

Os convidados chegaram tarde.


verbo adjunto adverbial.

Os alunos saíram da sala.


verbo adjunto adverbial

Compraram as frutas na feira.


verbo adjunto adverbial

As palavras destacadas são chamadas de adjunto adverbial.

Saiba que, o adjunto adverbial é o termo da oração que se refere ao verbo, ligando-se
a ele com ou sem preposição, e tem a função de indicar uma determinada circunstância.
Veja.

O adjunto adverbial, quando expresso por um advérbio, pode também se referir a


adjetivo ou advérbio, como nos exemplos a seguir:

Era uma aluna pouco expansiva.


adj. adv adjetivo

Falaram muito bem.


adj. adv adjetivo

47
TIPOS DE ADVÉRBIOS

Existem muitos tipos de advérbios, mas os mais comuns são:

1. de tempo (Quando?)

Hoje, ontem, amanhã, agora, já, antes depois, tarde, cedo, logo, outrora sempre,
nunca, jamais, etc. e as expressões que indiquem tempo.

2. de lugar (Onde?)

Aqui, lá, cá, debaixo, dentro, fora, longe, perto, além, adiante, etc. e as expressões
que indiquem lugar.

3. de modo (De que modo?)

Bem, mal, assim, devagar, depressa, atentamente, propositalmente, tranqüilamente,


amavelmente, etc. e as expressões que indiquem modo.

4. de intensidade (Quanto?)

Muito, pouco, mais, menos, bastante, demasiado, demais, meio, assaz, etc. e as
expressões que denotem quantidade ou intensidade.

5. de afirmação

Sim, certamente, realmente, etc.

6. de negação ATENÇÃO:
Os advérbios exercem na
frase, a função de
Não adjuntos adverbiais.

7. de dúvida
Talvez, acaso, porventura, provavelmente,etc.

48
LOCUÇÕES ADVERBIAIS

As expressões que indicam circunstâncias de tempo, lugar, modo, intensidade,


afirmação, negação, dúvida são também advérbios (adjuntos adverbiais).

Observe:
1.Os jequitibás cresciam no solo do sertão.
(Os jequitibás cresciam onde? “no solo do sertão” é um adjunto adverbial de lugar).

2. Ele saiu às oitos da manhã.


(Ele saiu quando? “às oitos da manhã” é um adjunto adverbial de tempo).

APOSTO
Observe os exemplos:

1.João Cardoso, bom velho, era amigo de novidades.

2.Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é cidade populosa.

A expressão “bom velho” está explicando (esclarecendo) um nome anterior João


Cardoso.
Assim também “a capital do Rio Grande do Sul” está explicando (esclarecendo) o
nome anterior.

As expressões “bom velho e capital do Rio Grande do Sul” são apostos. A palavra ou
expressão que explica (esclarece) um termo, geralmente anterior, chama-se aposto. O
aposto costuma vir depois de vírgulas ou travessões.

49
TERMO INDEPENDENTE DA ORAÇÃO

Vocativo
Agora observe as frases:
Olá! Amigo! Espere, homem! Ora, Antônio ,espere!

As palavras assinaladas são vocativos.


Vocativo é a palavra ou expressão que usamos para chamar alguém. Há sempre a
presença da vírgula separando os vocativos.

ATIVIDADE III

1. Observe os termos em destaque e relacione as colunas.


a) Hortência, a rainha do basquete, dribla os preconceitos 1.( ) vocativo
b) “Meu amor que torta divina”! 2.( ) Adjunto adverbial
(c) Temos confiança em nossos jogadores. 3 ( ) Objeto indireto
(d) Você sempre foi muito eficiente. 4. ( ) Aposto
(e) Carlos mostrou seu quarto ao amigo. 5. ( )Complemento nominal

2. Nas frases abaixo, escreva a circunstância expressa pelo adjunto adverbial sublinhado.
a. “Seis semanas depois, uniram eles seus destinos”.

b. Compraram as frutas na feira.

c. Eles não saíram de casa.

d. Talvez ele faça o exercício corretamente.

50
3. Nos exercícios abaixo. Assinale a reposta correta para a função sintática do termo
sublinhado.

a) Vamos, garotos, entrem na sala de aula!

a) ( ) aposto
b) ( ) vocativo,
c) ( ) adjunto adverbial

b) Pedro II, Imperador do Brasil, morreu no exílio.

a) ( ) vocativo
b) ( ) aposto
c) ( ) adjunto adverbial

c) Alguns homens saíram às pressas do recinto.

a) ( ) adjunto adverbial
b) ( ) aposto
c) ( ) vocativo

PARABÉNS!
VOCÊ TERMINOU ESTE MÓDULO.

51
GABARITO – MÓDULO 05

ATIVIDADE I

1- Fechar meus olhos minha triste irmã,


Minha mãe de saudade morreria.
2- c

3- b

4- A dor do peito emudecera ao menos.

5- Ultra-romântica ou byroniana.

REVISANDO A LITERATURA

1- 1836 a 1881.

2- Subjetivismo, sentimentalismo, nacionalismo, idealização do mundo, da mulher e


do herói.

3- 1ª Geração: Nacionalista ou indianista;


2ª Geração: Ultra-romântica ou byroniana;
3ª Geração: Condoreira.

4- 1ª Geração: Gonçalves Dias;


2ª Geração: Álvares de Azevedo;
3ª Geração: Castro Alves.

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO


ATIVIDADE II

1-b

2-b

3-a

4-a

5-pessoal

52
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO

 Responda em seu caderno:


1. a) soro fisiológico
b) água
c) bebida alcoólica
d) para a desidratação
e) de microorganismo

2. Sim. Para completar o sentido da palavra.

ATIVIDADE III
1. a) I
b) D
c) D
d) I
e) D

2. 1. a
2. b
3. b
4. a
5. b

3. a) b
b) c
c) b

GABARITO – MÓDULO 06

ATIVIDADE I
1) 1. b
2. e
3. f
4. c
5. a
6. d

2) c

3) Um rumor suspeito.
53
4) Porque o gesto de Iracema foi rápido.

5) “ – Quebras comigo a flecha da paz?”

6) c

7) Raça Indígena e raça branca.

8) a – c – e

REVISANDO A LITERATURA

1) No período do Romantismo.

2) Em 1844, “A moreninha”.

3) A cidade grande, no caso, o Rio de Janeiro, sede do Império.

4) “Iracema”, conhecida como lenda do Ceará.

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

Atividade II

1) a) Rio de Janeiro, Copacabana.


b) Os ruídos e a neurose coletiva.
c) Suas bicicletas celebram os rituais da vida e da velocidade.
d) Condição de herói anônimo, cabe-lhe praticar atos miúdos sem conseqüências.
e) vestido de verde, com um tecido colado ao corpo, ele arrisca a vida com gosto
de saliva de puro gozo.
f) um ciclista que enfrentava a morte como se a pudesse derrotar.

2) a) a Jasão.
b) herói, ele demonstrava vocação de apreender os mitos que surgem sob forma de
carros, velocidade, fantasia, o caos de uma cidade.
c) herói anônimo.
3) c

4) c

5) resposta pessoal.
54
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO

Atividade III

1) a) 4
b) 1
c) 5
d) 2
e) 3

2) a) tempo
b) lugar
c) negação
d) dúvida - modo

3) a) b - vocativo
b) b - aposto
c) a - adjunto adverbial

55
Para você pensar ...

" O Sucesso

significa nunca parar,

ou seja, sempre ir

em busca de algo mais ."

EQUIPE DE PORTUGUÊS / CEESVO

CRISTIANE - ILZA - IVÂNIA - MAURA E SANDRA

56
57
58
APRESENTAÇÃO
Caro (a) aluno (a),

Você está iniciando seu curso de Português no Ensino


Médio, seja bem-vindo !
Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo e
juntos fazer descobertas e vencer novos desafios.
Sabemos que a Língua Portuguesa está presente em
nosso dia-a-dia, em nossa comunicação, portanto é
importante que saibamos usá-la e interpretá-la
corretamente para compreendermos melhor o mundo em
que vivemos.
Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos
contendo:
▪ Literatura Brasileira
▪ Leitura e Produção de Texto
▪ Estudo da Norma Padrão (gramática)
Lembre-se: o seu esforço e a sua dedicação são
os fatores mais importantes para o seu desenvolvimento e
crescimento pessoal.
Desejamos que você consiga vencer ainda mais
facilmente o desafio desse mundo em constante
evolução.
Estamos aqui para colaborar com esse desafio.
Então vamos começar !
Boa sorte !

Equipe de Português :

Cristiane, Ilza, Ivânia, Sandra e Maura

59
INSTRUÇÕES

Como estudar Português

1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos;

2. Se houver necessidade, para assimilar melhor o assunto, faça as


atividades em seu caderno. NÃO ESCREVA E NEM RASURE A
APOSTILA, pois você a trocará e outro aluno irá usá-la;

3. Depois que você terminar as atividades, consulte o gabarito


de respostas que está no final da apostila. Você que irá
corrigir os exercícios;

4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra


desconhecida;

5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se esqueça


de fazer um rascunho antes da redação final.

6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar tudo o


que foi solicitado, em seu caderno.

7. Sempre que houver dúvidas, procure esclarecê-las com o


professor;

8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela


estão disponíveis.

Bom estudo ! Bom aproveitamento !

60
REALISMO (1881 – 1902)

Nesta unidade, você vai conhecer o Realismo, estilo literário que,


ao contrário do Romantismo, baseia-se em fatos da vida real.
Tratar de temas polêmicos não é privilégio dos escritores atuais, já
em 1881, os autores realistas escreviam romances, contos, crônicas,
poesias, retratando os problemas vividos pelos homens.
Eça de Queiroz, escritor realista de Portugal, escreveu:
“Outrora uma novela romântica, em lugar de estudar o homem,
inventa-o.
Hoje, o romance estuda-o na sua realidade social.”

 Veja os quadros:

Romantismo Realismo/Naturalismo
 
Imagina os fatos
Idealiza o homem Analisa os fatos
 Observa e estuda o homem.
Sonho de uma época 
 Retrato de uma época.
Fantasia 
Preocupação com a verdade.

O estilo

O realismo é contra o tradicionalismo romântico. Esperava-se que a


Literatura fosse científica, um meio de conhecimento da realidade.

Os escritores usavam seus personagens para, através deles, criticar as


injustiças cometidas pela burguesia, pelo clero.

Tinham como preocupação constante a observação da realidade


concreta do país, sem as idealizações dos românticos.

Pretendiam que a linguagem fosse simples, direta, com pouco uso do


sentido conotativo. Sempre, como destaque, estava a observação do
elemento psicológico do tipo brasileiro no fim do Império.

5
Sempre que falarmos de Realismo, estaremos falando de Machado de
Assis, pois foi o melhor representante do estilo Realista.

O AUTOR E OBRA

Machado de Assis, Joaquim Maria (1839-1908), romancista, contista,


dramaturgo e poeta que alcançou o ponto mais alto e equilibrado da
prosa realista brasileira. Nasceu no morro do Livramento, Rio de Janeiro,
filho de um pintor mulato e uma lavadeira açoriana. Órfão de ambos na
primeira infância, foi criado por uma mulher chamada Maria Ignês. Frágil,
gago, epilético, Machado de Assis tornou-se um adulto reservado e
tímido. Alfabetizou-se em uma escola pública e recebeu aulas de francês
e latim, mas foi um autodidata em sua vasta cultura literária. Aos 16 anos
trabalhava como tipógrafo-aprendiz na Imprensa Nacional. Antes dos 20
anos, já era jornalista no Correio Mercantil. Casou-se, aos 30 anos, com a
portuguesa Carolina Xavier de Novais, sua companheira de vida e
inspiradora da bela personagem dona Carmo, do livro Memorial de Aires.

Escreveu, na década de 1860, todas as suas comédias, irônicos


episódios do cotidiano em que já aparece sua decidida e definitiva recusa às
convenções sociais.
Nos anos 1870 e 1880, os contos e romances de sua fase romântica —
Contos fluminenses, Ressurreição, A mão e a luva, Helena e Iaiá Garcia —
esboçam, em finos retratos femininos, a força do papel social como segunda

6
e imposta natureza e as pressões que impelem os personagens a mudar de
status ou classe social.
Entre 1878 e 1880, antes do salto qualitativo que representa o romance
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), criou contos e poemas que se
tornaram obrigatórios em todas as antologias da língua portuguesa. Este
período é marcado pelo humor muito pessoal, o distanciamento crítico, a
sutileza de análise de atitudes e comportamentos humanos, tudo mesclado a
uma fina ironia em relação aos valores sociais. Exemplos disso são os
contos Filosofia de um par de botas, O alienista e os poemas A mosca azul e
Círculo vicioso.
Seguiram-se, entre outros, Histórias sem data (1884) e os romances
Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), em que a
crescente riqueza de temas e possibilidades narrativas vai desenhando, em
fina ironia, a sociedade e as forças do inconsciente que movem os interesses
de posição, prestígio, dinheiro e poder pelos quais esfalfam-se os homens,
gerando um mundo em que o pobre, o louco e o diferente são sempre
expulsos ou abandonados.

A essa altura, já considerado um dos maiores escritores brasileiros e


com grande prestígio no meio intelectual, Machado de Assis fundou, com
outros escritores, a Academia Brasileira de Letras, da qual foi o primeiro
presidente. Promoveu poetas e escritores novos — apesar de continuar
marcante seu temperamento “casmurro” e, ao final de sua vida, demonstrar
também um certo desligamento das questões políticas. Em seu último
romance, Memorial de Aires (1908), Machado de Assis revelou sua
desencantada, filosófica, mas quase terna compreensão e aceitação da
fragilidade e da futilidade humanas.
Considerado o pai do Realismo brasileiro, Machado de Assis nos
deixou muitas obras que foram divididas em duas fases.

7
Primeira fase – ciclo romântico

Até 1880

Embora o seu estilo não seja tão sentimentalista, suas obras, nesta
fase, são consideradas românticas.

São os romances: Ressurreição, A mão e a Luva. Helena e Iaiá Garcia.


E os livros de contos: Historia da Meia Noite e Contos Fluminenses.

Segunda fase – ciclo realista

A partir de 1881

Nesta fase, Machado de Assis aprimora-se como escritor. Seus


personagens são fortes psicologicamente. Agem com egoísmo,
pessimismo, vulgaridade e dissimulação.

Utiliza - se de capítulos curtos, frases curtas. Há uma conversa


direta com o leitor, fazendo sempre a análise da sociedade e a critica
aos valores românticos.

Além de Memórias Póstumas de Brás Cuba que foi a primeira obra


desta fase, Machado escreveu: Dom Casmurro, sua obra mais conhecida e
importante. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa consagrada obra.

RESUMO DA OBRA

Dom Casmurro

“Publicado em 1900, Dom Casmurro é narrado em primeira pessoa.


Bentinho conta a sua própria história, a partir de flashback da velhice para a
adolescência.
Órfão de pai, cresceu num ambiente familiar muito carinhoso - tia
Justina, tio Cosme, José Dias -, recebendo todos os cuidados da mãe ,
D.Glória, que o destinara à vida sacerdotal.
Entretanto, Bentinho não quer ser padre – namora a vizinha, Capitu, e
quer se casar com ela. D. Glória, presa a uma promessa que fizera, aceita a
idéia inteligente de José Dias de enviar um escravo ao seminário, para ser
ordenado no lugar de Bentinho.

8
Livre do sacerdócio, o moço se forma em Direito e acaba se casando
mesmo com Capitu. O casal viveu muito bem, Bentinho progredindo, mantém
amizade com Escobar e Sancha. A vida segue o seu curso. Nasce-lhe um
filho, Ezequiel.
Escobar morre e, durante o seu enterro, Bentinho começa a achar
Capitu estranha: surpreende-se contemplando o cadáver de uma forma que
ele interpreta como apaixonada.
A partir do episódio, Bentinho se consome em ciúmes e tem início uma
crise no casamento. Ezequiel se torna cada vez mais parecido com Escobar
– o que precipita em Bentinho a certeza de que ele não é seu filho. Em
conseqüência disso, o casal se separa. Capitu e Ezequiel vão para a
Europa. Algum tempo depois ela morre.
Já moço, Ezequiel volta ao Brasil para visitar o pai, que constata a
semelhança entre filho e o antigo colega de seminário. Ezequiel morre no
estrangeiro. Bentinho cada vez mais fechado em sua duvida, ganha o
apelido de “Casmurro” e se põe a escrever o livro de sua vida”.

Literatura História e Texto 2 – Samira Y.Campedelli.

Uma das características de Machado de Assis é escrever


capítulos curtos. Vamos exemplificar com um capitulo de Dom
Casmurro.

Estudo do texto

OLHOS DE RESSACA
Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis
despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos.
Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu,
amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria
arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns
instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira
lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...

9
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as
depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de
carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha
também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais
os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como
a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da
manhã.

Enciclopédia Koogan-Houaiss
Digital

ATIVIDADE I

Você leu um dos capítulos do romance Dom Casmurro, intitulado ”Olhos


de Ressaca”. Agora, responda em seu caderno.

1. Há nesse trecho um destaque especial para um personagem que estava


no velório. Ela é:

a-( ) a personagem Capitu.


b-( ) o próprio narrador.
c-( ) Escobar, o defunto.
d-( ) Sancha, a viúva.
________________________________________________________

2. O narrador percebe que Capitu:


a-( ) age com tamanha dor como se fosse a viúva, porém não quer
demonstrar seu sofrimento.
b-( ) finge descaradamente para enganar os presentes no velório.
c-( ) está no velório apenas para consolar a amiga.
d-( ) fica calada sem demonstrar sentimento algum.

__________________________________________________________

3. A figura de linguagem empregada pelo narrador na expressão ...”mas


grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora...” é
a-( ) hipérbole porque exagera.
b-( ) eufemismo porque ameniza a linguagem para chocar.
c-( ) antítese porque dá uma idéia de oposição.
d-( ) comparação porque compara os olhos de Capitu à onda do mar.
__________________________________________________________

10
4. Assinale a única alternativa que não está correta.
Percebemos que o narrador
a-( ) enxugou as lágrimas e ficou observando atentamente as reações mais
íntimas de Capitu.
b-( ) foi ao velório com único propósito de acompanhar o sepultamento do
amigo.
c-( ) observa a dor da viúva ao despedir-se do marido.
d-( ) vê que há em Capitu um sofrimento tão grande ou maior que o da
viúva.

ATIVIDADE II

1.Sobre Machado de Assis é correto afirmar que:

a-( ) é mestre em estudar seus personagens psicologicamente, descobrindo


sua intenções secretas, seus desejos mais ocultos.
b-( ) percebia a mediocridade da classe dominante e denunciava de forma
irônica e indireta, mostrando o egoísmo, dissimulação, a hipocrisia , os
interesses corruptos existentes nesta classe.
c-( ) é um excelente escritor em linguagem narrativa, seu estilo é perfeito.
Utilizava de recursos técnicos, tais como: a quebra da estrutura linear, a
fragmentação dos episódios, a onipresença do narrador.
d-( ) idealizava a figura feminina, colocando a mulher como ser perfeito,
inatingível.

__________________________________________________________

2. Sobre os escritores realistas, sabemos que:

a-( ) discordam das atitudes do clero, dos burgueses e da linha de


pensamento românticos.
b-( ) são deterministas e materialistas, isto é, defendem a idéia de que o
homem é um ser determinando pelo ambiente em que vive, pela carga
hereditária e pelo momento.
c-( ) vêem a natureza como um lugar acolhedor e a morte como a libertação
para seus males.
d-( ) investigam a psicologia e o sentimento dos personagens, afirmando que
apenas a razão consegue responder aos seus questionamentos.

11
Você estudou a vida e um pouco das obras de Machado de
Assis. Sabemos que este escritor é valioso demais para que seu
conhecimento fique apenas nesta unidade de estudo.
Procure outras obras didáticas para ampliar seus conhecimentos,
certo?

NATURALISMO

Você vai conhecer agora uma estética literária que assumiu o Realismo
integralmente, só que foi além.
Para os Naturalistas, a denúncia era muito mais importante que o
estilo. E assim focalizaram em suas obras os aspectos mais chocantes do
indivíduo: as taras, os desvios de comportamento, os problemas mais tristes e
degradantes que vive o ser humano.

Veja agora, um trecho de “O Cortiço” do escritor naturalista, Aluísio


Azevedo.

12
“A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a
“Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos,
anca de animal do campo. Tinha duas filhas, uma casada e separada do
marido. Ana das Dores, a quem só chamavam a “das Dores”, e outra
donzela ainda, a Nenen, e mais um filho, o Agostinho, menino levado dos
diabos, que gritava tanto ou melhor que a mãe. A das Dores morava em
sua casinha à parte, mas toda a família habitava o cortiço.”

Neste trecho, temos uma pequena amostragem do estilo do escritores


naturalistas. O lado mais cruel da existência humana é a matéria prima da
obra literária naturalista.

“Também cantou. E cada verso que vinha de sua boca de mulata


era um arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo bêbado de volúpia,
enroscava-se todo ao violão, e o violão e ele se gemiam com o mesmo
gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos
sensuais num desespero de luxúria que penetrava até ao tutano com
língua “finíssima de cobra.”

Você percebe que o escritor naturalista apresenta o homem reduzido ao


nível animal, numa atitude anti-romântica que idealizava o homem,
promovendo-o ao ser superior da Terra.
Há pesquisadores que afirmam: “o escritor naturalista se expressa como
um médico a quem cabe dissecar cadáveres.”

O AUTOR E A OBRA

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (1857 – 1913)

13
Aluísio de Azevedo nasceu em São Luís, Maranhão. Estudou no Liceu
Maranhense onde recebeu excelente formação. Tinha como vocação, a arte e
a pintura.
Com 19 anos, foi para o Rio de Janeiro e dedicou – se ao desenho e à
pintura na Imperial Academia de Belas Artes.
Contribuiu para jornais como: Semana Ilustrada, Zig Zag, O Mequetrefe,
O Fígaro.
Voltou para o Maranhão em 1878 após a morte de seu pai.
Em sua cidade natal, passou a colaborar na imprensa local e ajudou a
fundar o jornal anticlerical “O pensador”.

Em 1881, Aluísio de Azevedo inaugura o Naturalismo com a obra “O


Mulato”, na qual explora o preconceito de cor na sociedade maranhense.
Consagrou – se, também, com as obras Casa de Pensão e O Cortiço.
Nesta, o próprio cortiço é o personagem central. É ele que comanda a vida e o
destino de todos que nele residem. Esta obra consegue ser um retrato urbano
do Brasil pouco antes da Abolição e da Proclamação da República.

A tragédia em seus romances não vem de caracteres morais (de


dentro), vem do fatalismo das doutrinas deterministas (de fora).

Fique sabendo:

Aluísio de Azevedo é o grande nome do Naturalismo brasileiro.

Resumo da obra

O Cortiço

O cortiço é considerado o mais importante romance de Aluísio de Azevedo.


Nele estão presentes as mais marcantes características do Naturalismo:
condicionamento dos personagens ao meio físico; satisfação das
necessidades instintivas dos personagens; enfoque na hereditariedade física
e psicológica, determinantes do comportamento; uma visão
predominantemente biológica do ser humano; personagem com um destino

14
contra o qual não podem lutar, o romance funcionado como um documento da
realidade social que leva o leitor a refletir, dentre outras.
João Romão é um ganancioso comerciante de origem portuguesa, dono de
pedreira e de um terreno de bom tamanho, no Rio de Janeiro onde constrói
casinhas de baixo custo para alugar.
Uma ex-escrava negra, chamada Bertoleza, não só vive com o português,
como também o ajuda no armazém que ele mantém no lugar.
Aos pouco, forma-se o cortiço que incomoda o vizinho Miranda, dono de uma
loja próxima.
Chefe de uma família composta pela esposa Estela e pela filha Zulmira,
Miranda sempre reclama da situação sórdida do lugar. João Romão , por usa
vez, também não aprecia o vizinho e com ele manterá rivalidade. O cortiço
vai ganhando cada vez mais habitantes.
Quando Jerônimo, um operário português trabalhador na pedreira, muda-se
com a esposa Piedade para lá, a situação começa a sofrer alterações.
Jerônimo se apaixona pela mulata Rita Baiana, comprometida com o
capoeirista Firmo, morador de outro cortiço. Com a evolução dessa paixão,
Firmo e Jerônimo acabam se enfrentando e o português leva uma navalhada
do capoeirista. Entrementes, João Romão começa a se interessar por Zulmira,
filha do comerciante Miranda – sonha casar-se com ela e mudar de condição
social. Jerônimo, que acaba se juntando a Rita Baiana, arma uma cilada para
Firmo e o assassina a pauladas.

Literatura História e Texto 2 – Samira Y.Campedelli

Atividade III

Assinale as alternativas corretas:

1.Em relação à obra “O cortiço” é correto afirmar:

a-( ) analisa a influência que o meio exerce sobre os homens.


b-( ) apresenta o personagem numa visão coletiva.
c-( ) preocupa-se com a patologia (doença) humana.
d-( ) valoriza a natureza e demonstra grande amor à Pátria.
__________________________________________________________

2. A melhor explicação para a estética naturalista é:

15
a-( ) procura explicar cientificamente a conduta e o modo de ser dos
personagens, influenciados por fatores externos, que condicionam a vida do
homem.
b-( ) que as forças naturais, com a interferência apenas de Deus, moviam o
homem.
__________________________________________________________

3. “Ela saltou em meio da roda, com braços na cintura, rebolando as ilhargas


e bamboleando a cabeça (...) numa sofreguidão (...) carnal, num requebrado
luxurioso que a punha ofegante: já correndo de barriga empinada, já recuando
de braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer
grosso que nem azeite em que se não toma pé e nunca se encontra o fundo.”

O vocabulário do fragmento acima salienta os traços do :

a-( ) Romantismo
b-( ) Realismo
c-( ) Naturalismo
d-( ) Parnasianismo

__________________________________________________________

REVISANDO A LITERATURA

Vamos, agora, recordar algumas coisas que você


estudou nesta unidade. Então, pegue seu caderno e mãos a obra.

1) Observando os quadros da página 04 , compare os estilos


literários: Romantismo e Realismo/Naturalismo?

2) Qual era a preocupação constante no Realismo?

3) Como era a linguagem? E qual o melhor representante do estilo


Realista?

16
4) Os Naturalistas tinham a denúncia mais importante do que o estilo.
Quais os aspectos mais chocantes do indivíduo em suas obras?

5) Como é apresentado o homem pelo escritor naturalista?

6) Qual é o grande nome do Naturalismo brasileiro? E qual sua obra


mais famosa?

Depois de ter respondido a estas perguntas, vá até o gabarito e


confira suas respostas.

17
18
TEXTO PUBLICITÁRIO

PUBLICIDADE

Segundo Aurélio Buarque de Holanda “publicidade é a arte de se fazer


propaganda através de anúncios (ou cartazes), com fins políticos ou
comerciais, exercendo uma ação psicológica sobre o público.”
Assim como o público, as propagandas dos anunciantes sustentam
economicamente os jornais, revistas, emissoras de rádio e TV, constituindo-se
parte das informações veiculadas ao público.

Por isso, diariamente, estamos em contato com esse tipo de mensagem,


de informação, através dos meios de comunicação – são os textos
publicitários. Com sua linguagem criativa, associada, muitas vezes, a belas
imagens, o texto publicitário tenta convencer o leitor das qualidades do
produto anunciado, ou seja, tenta despertar no leitor o desejo de obter, de
possuir tal produto.

Para ler, compreensiva e criticamente esse tipo de texto, o leitor


deve: associar as palavras às imagens. Sem essa articulação, não
haverá compreensão.
Além disso, algumas noções sobre o modo de organização da
linguagem e os recursos comumente usados nesses textos, são importantes
para a sua compreensão.

Observe essas características a seguir:

Quanto à linguagem, o texto publicitário apresenta as


seguintes características:
- verbos,geralmente, no imperativo, induzindo a comprar;
- adjetivos, para enaltecer as qualidades do produto;
- períodos curtos, para o consumidor gravar melhor e para
facilitar a compreensão.

19
As mensagens do texto publicitário são direcionadas a um
determinado público consumidor. Geralmente, usam como recursos:

- o “slogan” (a síntese do que se quer transmitir imediatamente ao


leitor, destacando as qualidades do produto);
- a ilustração (através de fotos, desenhos ou gráficos...), relacionadas
ao texto da propaganda;
- as informações sobre o produto, sempre enaltecendo e enfatizando
só as qualidades;
- frase “chamariz” para despertar no leitor a curiosidade em ler o
texto.

Muitos textos usam também palavras ou expressões em línguas


estrangeiras, principalmente em inglês, para mostrar ao leitor/consumidor que
o produto é importado, ou similar aos produzidos em outros países e, por isso,
é melhor.

Vamos resumir o que conversamos até agora.

Para fazer uma análise de uma propaganda publicitária, você


deve:
⇒ identificar o produto anunciado;
⇒ observar a que público se destina;
⇒ analisar o “slogan”, procurando a relação entre ele, a
ilustração e o texto;
⇒ analisar os recursos visuais utilizados no anúncio,
procurando perceber que papel desempenham na
transmissão da mensagem;
⇒ analisar a argumentação usada para convencer o receptor a
adquirir o produto anunciado;
⇒ analisar a linguagem usada e o grau de criatividade de quem
concebeu o anúncio.

20
TEXTO COMENTADO

Leia a mensagem escrita e observe a ilustração/imagem, associando-


as. Analise-o, seguindo os comentários feitos.
1

2 Para combinar a academia com a


sorveteria, basta ser Criativa.
Você não
precisa Roupas confortáveis, bonitas,
de um atrevidinhas e muito práticas que
guarda- combinam entre si, combinam com
roupa
você e com qualquer ocasião.
para
cada Vista fique
ocasião. Criativa e
sta
pronta pra acontecer.
Vista
Criativa!

3
Criativa
Criativa
4 Jeito de vestir e de viver

1- Os verbos no imperativo foram circulados e os adjetivos foram


sublinhados com um traço.

21
Observe também, o uso de frases curtas.

2- Frase “chamariz” para atrair a atenção do leitor/consumidor.

3- Logotipo (marca)

4- “Slogan”

5- Ilustração (fotografia)

Você deve ter percebido que todo o modo de construir o texto foi
direcionado a um público alvo: à mulher.
Observe: quem gosta de cuidar da forma?
Observe também as qualidades e o nome (marca) do
produto e associe-os à figura da jovem.
O uso do pronome de tratamento você procura
estabelecer uma intimidade com o leitor/consumidor, como se o produto
tivesse sido feito, especialmente, para a pessoa que lê.
Enfim, você observou que todos os elementos do texto
são direcionados a um determinado público alvo e através do trabalho criativo
com a linguagem verbal e não-verbal (palavras e imagens) procura-se, então,
vender o produto que anuncia.



22
Proposta 1

1) Produza um texto publicitário para a roupa que a garota está usando


que seja criativo e que tenha vocabulário atual.
Observe que o público-alvo é a jovem moderna da classe média.
2) Invente a marca da roupa;
3) Crie um “slogan” para ela.

23
24
Caro (a) aluno (a), nossa sociedade está sujeita a regras a que devemos
obedecer. O mesmo acontece com a linguagem: ela tem normas, princípios
que precisam ser obedecidos.
Antes de qualquer coisa, é conveniente lembrar que nem todas as
pessoas falam da mesma forma. O uso que cada falante faz da língua varia
de acordo com sua idade, sua instrução, a região em que vive e a situação em
que a fala ocorre. As diferenças podem estar no vocabulário, na maneira de
pronunciar as palavras ou no tom de voz.
Em casa ou com os amigos, nós empregamos uma linguagem mais
informal do que nas provas da escola, Poe exemplo. Ao conversar com
nossos avós, não convém utilizar algumas gírias, pois eles poderiam ter
dificuldades em nos compreender.
É fácil verificar que não falamos do mesmo jeito com todas as pessoas.
Se estivermos em uma reunião de trabalho, em uma situação ou em um
contexto formal, nossa linguagem já não será a mesma. Nestes casos,
procuramos usar uma linguagem mais cuidada, escolhendo as palavras. Tudo
é questão de combinar a situação e a linguagem.
Numa dissertação solicitada num vestibular ou num concurso público já
precisamos empregar um vocabulário mais formal.
Esses fatos nos levam a concluir que existem níveis de linguagem: o
coloquial (informal) e o culto (formal).

LINGUAGEM COLOQUIAL OU INFORMAL:

É aquela empregada no cotidiano.


Geralmente é informal, incorpora gírias e expressões
populares e não obedece, necessariamente, às regras da gramática
normativa.

LINGUAGEM CULTA OU FORMAL:

Trata-se de uma linguagem mais formal, que segue os


princípios da gramática normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos
jornais e nos livros em geral.
Dominar uma língua, portanto, não significa apenas
conhecer normas gramaticais, mas sobretudo empregar adequadamente essa
língua em várias situações do dia-a-dia: na escola, com os amigos, num
exame de seleção e no trabalho.
Então, pensando nisso, é que nesta unidade
esclareceremos algumas dúvidas relacionadas a linguagem culta ou coloquial.

25
Veremos a seguir, alguns casos mais comuns da língua popular:

1) Repetir de ano (errado)


Repetir o ano (correto)

O aluno brasileiro relapso, displicente, repete o ano, o que é


estudioso, responsável, passa o ano.

2) Se é para engolir, esteja certo: os duzentos gramas são


bem mais digestivas que as duzentas gramas.
O grama : quando se refere à medida de peso;
A grama : quando se refere a capim.
Ex. A grama do jardim.

3) Nunca namorei com essa moça. (errado)


Nunca namorei essa moça. (correto)

Namorar essa moça é bem melhor, pois, no Brasil, principal é


namoramos alguém (e não com alguém.)

4) Ser de menor, ser de maior (errado)


Ser menor, ser maior (correto)

Ninguém é de menor nem de maior.


O importante é falar como a gente grande: sou menor, ou então,
como gente que entende sou maior.

26
5) Luvas se vestem ou se calçam? (ambas corretas)
Luvas, meias, sapatos, botas, chinelas e sandálias se vestem ou
se calçam, indiferentemente, porque calçar significa revestir pés,
pernas ou mãos com o vestiário que lhe é próprio.

6) Fazem dez anos que casei. (errado)


Faz dez anos que casei. (correto)

As pessoas realmente felizes dizem e escrevem: “Faz dez anos


que casei”
O verbo fazer, em orações indicativas de tempo, fica no
singular: faz vinte anos, fez cem anos, etc.

7) Menas roupa (errado)


Menos roupa (correto)

No causticante calor ou no mais rigoroso frio, procure usar


sempre menos roupa, caro leitor. Acredite: é mais saudável !
Resumindo: menas é palavra que não existe em nossa língua.
Use apenas menos.

8) Não guspa no chão! (errado)


Não cuspa no chão! (correto)

Se cuspir já não é recomendável, que se dirá, então, de guspir!


Não cuspa no chão caro leitor!

9) Comprar dois pão. (errado)


Comprar dois pães. (correto)

Não engula essa, caro leitor! Embora caros convém comprar dois
pães ou até mais.
Eis os plurais em – ães: alemães, cães, capelães, capitães,
escrivães pães, tabeliães, etc.
27
Depois que vimos alguns casos em que usamos, releia-os com
atenção, pois depois na avaliação nós veremos novamente.

Agora, recordaremos alguma coisa sobre verbos.


Vamos lá!!

VERBO

Verbo é a palavra que indica uma ação;


Ex.: Ninguém leu o livro.

Indica estado;
Ex.: A menina está feliz.

Indica um fenômeno da natureza.


Ex.: Choveu ontem em Salvador

Há também os modos verbais:

a- indicativo: a atitude é de certeza diante do fato.


Ex.: todos leram o livro.

b- subjuntivo: a atitude do falante expressa uma possibilidade, uma


hipótese.
Ex.: Talvez todos leiam o livro.

c-imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um pedido, um


conselho, um convite...
Ex.: Leiam o livro.

28
ATIVIDADE IV

Compare:

Você disse a verdade. Diga a verdade.


 
modo indicativo modo imperativo

Agora, responda em seu caderno: 

1) Nas frases seguintes os verbos estão no modo indicativo. Reescreva-


as, colocando os verbos no modo imperativo e fazendo as adaptações
necessárias:

a. Você escreveu a carta.

b. Ele ajudou os mais inexperientes.

c. Ela voltará logo.

d. Eles escreveram o resumo.


________________________________________________________

2) O modo imperativo denota conselho, ordem, pedido, súplica, convite.


Identifique, entre essas, a intenção de cada falante:

a. Pare com isso!


b. – Olha, Marília, a flauta dos pastores...
c. Senhor, não nos deixeis cair em tentação.
d. Não cuspa no prato em que você comeu.

29
TEMPOS VERBAIS

Presente (expressa um fato que acontece no momento): Cai uma forte


chuva.
Pretérito (passado : expressa um fato já ocorrido) : Caiu uma forte
chuva.
Futuro (expressa um fato que ainda não ocorreu): Cairá uma forte
chuva.

ATIVIDADE V

Exercícios, responda em caderno.

1- Indique se os verbos destacados nas orações abaixo exprimem


estado, fenômeno ou mudança de estado.

a. Quando se retiravam, riu-se ele pelo caminho à vontade.


b. Relampejava quando os dois saíram.
c. Luisinha tornara-se uma bela moça.
d. Leonardo viu que esta observação era verdadeira.

2- Passe as frases abaixo para os tempos verbais indicados nos


parênteses:

a- João gosta de futebol.(presente)


(pretérito)____________________________________________
(futuro). ____________________________________________

b- Eu e meus amigos iremos ao shopping.(futuro)


(presente)___________________________________________
(pretérito) ___________________________________________

c- Maria comprou um carro.(pretérito)


(presente)___________________________________________
(futuro) ____________________________________________

30
31
32
PARNASIANISMO

Neste módulo você irá conhecer mais um estilo literário, o


Parnasianismo.

Todas as pessoas, se não viveram momentos de grande paixão, de


devotamento ao ser amado, ainda vão viver.

Devido a essa dedicação ao outro, enviam cartas, mensagens, letras de


músicas, poesias, telefonam para expressar seus sentimentos...
Conheça agora, o poema de Olavo Bilac, no qual exalta a língua
portuguesa.

Língua Portuguesa
Olavo Bilac CURIOSIDADES...
Última flor do Lácio, inculta e bela, Flor do Lácio. Por
És, a um tempo, esplendor e sepultura: quê?
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela... A língua
portuguesa
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
originou-se do
Tuba de alto clangor, lira singela,
latim, falada pelos
Que tens o trom e o silvo da procela!
romanos da antiga
E o arrolo da saudade e da ternura!
região do Lácio, na
Itália.
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo! Mais tarde, os
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, romanos
conquistaram a
Em que da voz materna ouvi: “Meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Saiba mais....
Ganga – resíduo de jazida, em geral é
inaproveitável
Tuba – trombeta de metal
Clangor- som estridente
Trom – som de canhão
Silvo- som agudo
Procela- tempestade marítima

33
Na primeira estrofe, Bilac afirma que a língua portuguesa é preciosa
(ouro), mas, contém resíduo (ganga impura), ou seja, elementos lingüísticos
de que deve libertar-se para surgir brilhante.
Em “A bruta mina entre os cascalhos vela” vemos que a língua é um
metal precioso que se esconde em uma jazida inexplorada.
Nas três últimas estrofes, Bilac faz uma declaração de amor à língua
portuguesa.

A ÉPOCA

Contemporâneo ao Realismo no Brasil, o Parnasianismo ganhou força e


expansão em 1881. Alguns poetas de talento se empenharam muito para que
esta nova estética tivesse êxito.

Dentre eles estão: Alberto de Oliveira (Meridionais, 1884)


Raimundo Correia (Versos e Versões, 1887)
Olavo Bilac (Poesias, 1888)

“Estes fiéis seguidores da arte pela arte (de Théophule Gautier) dariam
a feição mais característica poesia anti-romântica”.

A partir de 1878 os poetas românticos passaram a criticar, através de


jornais, os simpatizantes do Realismo e
Fique por dentro.
Parnasianismo.
O vocábulo
Essa polêmica ficou conhecida como Batalha Parnaso está
do Parnaso e foi a mola propulsora que deu mais relacionado a uma
impulso aos poetas parnasianos. figura mitológica que
A primeira obra considerada parnasiana e dá nome a uma
Fanfarras, livro escrito em 1882 por Teófilo Dias. montanha na Grécia,
aonde os poetas iam
Mas o papel de implantação real do a busca de
Parnasianismo coube a Alberto de Oliveira, inspiração.
Raimundo Correia e Olavo Bilac.

Como vimos, o Parnasianismo ditava normas, que eram seguidas pelos


simpatizantes. Diferentes dos românticos que tiveram em mente o amor
idealizado, espiritual, o Parnasianismo apresentava um amor mais sensual.

Dize -lhe que o seu nome ensangüentava a boca.


Que o seu beijo não quis;
Golfa-me em sangue, vês? E eu murmurando-a louca;
Sinto-me tão feliz!
(Vicente de Carvalho) 34
Também a poesia parnasiana era descritiva.

Observe como o poeta Alberto de Oliveira descreve o vaso.

Vaso chinês
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente,uma vez, de um
perfumado
Contador sobre o mármore luzidio,
Entre um leque e o começo bordado.

Fino artista chinês, enamorado,


Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor
sombrio.(...)
Assim como o Realismo, o Parnasianismo fazia a análise crítica do
presente, em seus versos.

Cá baixo o que há? Tradições e iniqüidades


As tramas que urdes, e os punhos que aceras;
As feras nos sertões, e nas cidades
Tu, homem, tu inda pior que as feras.

Raimundo Correia

Em todas as poesias escritas nesse período, percebe-se uma


grande preocupação com a forma, um verdadeiro culto à forma.

Veja como Olavo Bilac escreveu sobre essa difícil tarefa de ser
poeta.

Profissão de fé
(Fragmentos)

(...) Invejo o ourives quando escrevo:


Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.

35
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servi-me.


Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso o ouro engasta a rima
Como um rubim

Quero que a estrofe cristalina,


Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.

Por que o escrever- tanta perícia,


Tanta requer,
Que oficio tal...nem notícia
De outro qualquer,

Assim procedo. Minha pena


Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!

Há nessa poesia: perfeição nos versos, apuro nas rimas, linguagem


apurada, um verdadeiro culto à forma.
Esta é a “arte pela arte” buscada, constantemente, pelos poetas
parnasianos: “a arte existe apenas e tão somente para criar a beleza”.

Vamos conhecer um pouquinho da vida de um dos poetas que assumiu


brilhantemente a estética parnasiana: Olavo Bilac.

36
Autor e obra

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac


nasceu no Rio de Janeiro a 16 de dezembro de
1865.
Ingressou nos cursos de Medicina e
Direito, porém não chegou a concluir nenhum
deles.
Dedicou-se ao jornalismo e à literatura.
Foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras, ao lado de Machado de
Assis. Em 1913 recebeu o título de “Príncipe
dos poetas”.

Estudo do texto

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,


Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego


Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua.
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício


Do mestre. E, natural o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,


Arte pura, inimiga do artifício,
È a força e a graça na simplicidade.
BILAC, Olavo.

37
ATIVIDADE I

Pela simples leitura do poema, você pôde perceber a


preocupação formal do poeta.
Responda em seu caderno:

1. De quantas estrofes se compõem o poema?


____________________________________________________

2. Você observou que o poema é composto de duas estrofes de


quatro versos e duas estrofes de três versos. Essa composição
poética, como você sabe, é chamada de soneto. O soneto,
desde o título até o fecho, tem as características da estética
parnasiana. Aponte duas delas:
____________________________________________________

3. O que é necessário, segundo o poeta, para que o efeito final do


poema agrade?
____________________________________________________

4. O poema nos mostra o sofrimento do poeta para concretizar sua


arte.

E você, também enfrenta dificuldades para realizar o seu trabalho


para que o mesmo fique perfeito?
Faça um comentário:
____________________________________________________

5. Vamos ler o poema “Plena Nudez” e assinalar as características


do Parnasianismo encontradas nele.

Plena Nudez

Eu amo os gregos tipos de escultura:


Pagãs nuas no mármore entalhadas;

38
Não essas produções que estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.

Quero em pleno esplendor, viço e frescura


Os corpos nus; as linhas onduladas
Livres: da carne exuberante e pura
Todas as saliências destacadas.

Não quero a Vênus opulenta e bela


De luxuriantes formas, entrevê-la
Da transparente túnica através:

Quero vê-la, sem pejo, sem receio,


Os braços nus. O dorso nu, os seios
Nus... Toda nua, da cabeça aos pés!
Raimundo Correia.

Assinale as características parnasianas presentes no poema:

a-( ) rimas ricas (quanto a classe gramatical)


b-( ) rimas perfeitas (quanto ao som)
c-( ) presença de descrições
d-( ) análise crítica da sociedade.
e-( ) visão mais sensual do amor.
6. Leia o soneto do grande poeta modernista Vinícius de Moraes, “
Soneto de Separação” e também o soneto “ Nel Mezzo Del Cammin”
( no meio do caminho) do poeta parnasiano Olavo Bilac.
Encontre semelhanças na forma e no conteúdo nos poemas desses
dois poetas que viveram em épocas tão diferentes.
Soneto de Separação
Vinicius de Moraes
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante 39
De repente, não mais que de repente.
Nel Mezzo Del Cammim
Olavo Bilac

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada


E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha

E paramos de súbito na estrada


Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo... Na partida


Nem o pranto teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,


Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

a) Semelhanças quanto à forma:

b) Semelhanças quanto ao conteúdo:

Depois de conhecer o Parnasianismo, você irá conhecer outra


importante escola literária: o Simbolismo.

SIMBOLISMO

O Simbolismo brasileiro inicia-se em 1893, com a publicação de dois


livros: Missal (coletânea de poemas em prosa) e Broquéis (poemas), de
Cruz e Sousa.

1
Nesta época, a literatura procura a valorização do mundo interior, sede
de valores espirituais e afetivos. A atitude do poeta, agora subjetiva,
assemelha-se à dos românticos, mas pretende ser mais radical: enquanto
os românticos estacionavam no nível da emoção, os simbolistas levam a
efeito um mergulho mais profundo, principalmente no que diz respeito ao
misticismo (disposição para crer no sobrenatural). Propõem uma arte
baseada na expressão de estados subjetivos, misteriosos, ilógicos, ou seja,
aquilo que só admite expressão simbólica, pois não pode ser codificado
pela razão.
Ao ler um poema simbolista, devemos nos deixar levar pelas
sugestões que provoca.
A fusão de poesia e prosa é característica do Modernismo antecipada
pelos simbolistas. O pequeno grupo de simbolistas agregou-se em torno de
Cruz de Souza, nosso mais importante autor desse estilo. A morte do
poeta, em 1898, provocou a dissolução do grupo.
Se na literatura européia o Simbolismo teve grande aceitação, o
mesmo não ocorreu no Brasil, pois esse estilo mal se fez notar pelo
público, acostumado a ler poesia parnasiana.
Hoje a pessoa simbolista é considerada fundamental para o
surgimento do Modernismo no Brasil.

AUTOR E OBRA

Cruz e Sousa, João da (1861-1898), poeta simbolista brasileiro.


Nasceu na condição de escravo em Florianópolis,
Santa Catarina. Alforriado e adotado pelo casal a
quem pertencia, recebeu o sobrenome Sousa,
com o qual ficou conhecido. Cruz e Sousa
concluiu seus estudos ainda sob a proteção de
seu antigo senhor. Em 1882, tornou-se diretor da
Tribuna popular, jornal de caráter abolicionista.
Em 1883, em virtude da discriminação racial,
abandonou Santa Catarina. Após longa
peregrinação pelo país como integrante de uma
companhia teatral, transferiu-se para o Rio de
Janeiro, onde passou a colaborar em diversos jornais.
Apesar das características parnasianas, a poesia de Cruz e Sousa
está marcada pelo simbolismo francês e pela obra do escritor português

2
Antero de Quental. Entre seus livros destacam-se Missal (prosa, 1893) e
Broquéis (poesia, 1893). Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos
sonetos (1905) foram publicados postumamente, graças ao esforço do
amigo Nestor Victor. Cruz e Sousa morreu tuberculoso em Sítio, Minas
Gerais.

“ Violões que choram” é um dos mais conhecidos poemas de Cruz e


Sousa. Desse poema, transcrevemos o trecho em que, empregando
inúmeras figuras de estilo, o poeta procura descrever o som dos violões.

Violões que choram

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,


Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo.


Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

Cruz e Souza

Vocabulário:
Plangente: que chora, triste, lastimoso.
Dormente: entorpecido.
Ignoto: desconhecido.
Velado: coberto com véu; disfarçado.
Volúpia: grande prazer.
Vórtice: redemoinho.
Vulcanizado: ardente, inflamado.

3
Outro conhecido autor do Simbolismo é Alphonsus de
Guimaraens. Conheça este autor:
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), poeta brasileiro, nascido em
Ouro Preto, Minas Gerais, com o nome de Afonso Henriques da Costa
Guimaraens. Representante do simbolismo na literatura brasileira estreou
em 1899 com dois volumes de versos, Setenário das dores de Nossa
Senhora e Câmara ardente. No ano seguinte, passou a colaborar em A
Gazeta, de São Paulo. A publicação de Kyriale, em 1902, consagrou-o nos
meios literários, mas não evitou que, no ano seguinte, tivesse graves
dificuldades financeiras porque seu cargo de juiz-substituto em Conceição
do Serro foi suprimido. Tornou-se, então, diretor do jornal político
Conceição do Serro, onde colaborariam Cruz e Sousa, José Severiano de
Resende e Archangelus de Guimaraens, seu irmão. Em 1906, obteve o
cargo de juiz municipal de Mariana, Minas Gerais, onde permaneceu até a
morte. Foi, essencialmente, um poeta místico. Publicou também um
volume em prosa, Mendigos (1920). Após sua morte, foram editadas mais
duas obras: Pauvre lyre (1921) e Pastoral aos crentes do amor e da morte
(1923).

Vamos ler um dos mais conhecidos poemas de Alphonsus de


Guimaraens.

Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,


Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,

4
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu


As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu


Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimaraens

Vocabulário:
Desvario: loucura.
Ruflar: bater de asas.

ATIVIDADE II

De acordo com o texto Ismália, responda em seu caderno, as


perguntas abaixo:

1. Qual o tema do texto?


2. Releia os dois últimos versos do poema e interprete-os
considerando a concepção cristã do mundo.

________________________________________________________

5
REVISANDO A LITERATURA

1) Em seu poema “Língua Portuguesa” , Olavo Bilac menciona o


termo “Flor do Lácio”, por quê?

2) Qual a primeira obra parnasiana?

3) Os parnasianos são diferentes dos românticos. Em que consiste


esta diferença?

4) Qual era a grande preocupação dos parnasianos em suas


poesias?

5) Em que ano surgiu o Simbolismo?

6) No que foi baseado o Simbolismo?

7) O Simbolismo foi bem aceito no Brasil?

6
7
No módulo anterior, você já conheceu um pouco do texto publicitário.
Enfim, você observou que todos os elementos do texto são direcionados a
um determinado público-alvo e através do trabalho criativo com a
linguagem verbal e não-verbal (palavras e imagens) procura-se, então,
vender o produto que anuncia.
Observe a propaganda abaixo e responda as perguntas que vem a
seguir.

8
Responda as perguntas em seu caderno, relacionadas com a
propaganda anterior.

1) Qual é o produto anunciado?

2) Para que tipo de público é destinado esse texto?

3) Copie a frase “chamariz” usada pelo autor do texto para atrair o


leitor.

4) Que tipo de ilustração aparece no texto?

5) Qual o “slogan” desse anúncio?

6) Para que tipo de pele serve o produto anunciado?

7) Copie do texto:
a) os adjetivos que o autor usou para “mostrar” como ficará sua
pele, usando BANANA BOAT:

8) Cite duas vantagens que o BANANA BOAT oferece.

9) Você acha que a mensagem da propaganda atingirá o público-


alvo? Justifique.

10) Se você fosse para a praia ou piscina, você compraria


BANANA BOAT? Justifique.

9
10
No módulo anterior, você viu alguns casos sobre a linguagem culta e
coloquial.
Neste módulo continuaremos a ver mais casos de dúvidas comuns à
gramática.

MAL ou MAU – Será que são termos sinônimos?

De jeito nenhum. A palavra mal é um advérbio e tem como


termo oposto a palavra bem, ou seja, pode ser substituído bem e a
oração continuará com sentido. Ex.: Ele está enxergando mal. (bem)
Já a palavra mau é um adjetivo e tem como termo oposto a
palavra bom, podendo ser substituído por esta, conservando a
coerência da oração. Ex.: João é um mau aluno. (bom)

Uso da palavra “ PORQUÊ ”

1. Por que separado e sem acento quando:

a) inicia uma pergunta direta


Ex.: Por que você foi embora? ( = por que razão)

b) para uma pergunta indireta


Ex.: Não sei por que você foi embora. ( = por que razão)

2. Por quê separado e com acento quando aparece no


final de uma pergunta.
Ex.: Você foi embora por quê ?

3. Porque junto e sem acento quando for uma


explicação, uma resposta ou justificativa.
Ex.: Ele foi embora porque estava doente.

4. Porquê junto e com acento quando significa o


motivo e vem depois do artigo o.

Ex.: Eis o porquê da sua atitude.

11
Ingressos GRÁTIS ou GRATUITO?

O correto é gratuitos. Por quê? Porque grátis é um advérbio e como


já estudamos a parte teórica, o advérbio serve para modificar um
adjetivo, um verbo ou mesmo um advérbio. Desta forma, usaremos
grátis quando estiver acompanhando uma destas três classes de
palavras. Como regra prática, podemos dizer que usaremos grátis
sempre que for possível substituição por de graça, gratuitamente.

Ex.: Compre um salgado e tome grátis um refrigerante.(= tome


gratuitamente)
Pedágio gratuito.
Viagem gratuita. Observe que não podemos fazer a
Lavagem gratuita. substituição por gratuitamente.

Ao INVÉS DE ou EM VEZ DE?

Ao invés de significa "ao contrário de" diferente de "em vez de", que
não exprime necessariamente alternativa inversa.

Ex.: Ao invés de subir, desceu.


Em vez de subir, ficou onde estava.

Basta lembrar que "invés" resulta da palavra "inverso".

A FIM ou AFIM ?

A locução "a fim" expressa objetivo, finalidade ("a fim de [algo]; a fim
de que [ação]").

"Afim" - adjetivo, exprime analogia, correspondência, afinidade,


parentesco (ex.: "idéias afins").

“Afim” - substantivo significa "parente afim".

12
Uso de MAIS, MAS e MÁS

Mais é o contrário de menos.


Ex.: Eu quero mais açúcar no café.

Mas é o mesmo que porém.


Ex.: Ela saiu , mas logo voltará.

Más é o mesmo que ruins.


Ex.: Como elas são más !

ESCREVA SEMPRE SEPARADO:

De repente ( Ele chegou de repente).

Por isso ( E foi por isso que voltei).

O que ( Não sei o que falarei a ela).

Uso de A GENTE E AGENTE

A gente : é usado na linguagem popular e substitui o pronome


nós.
Ex.: Hoje a gente fará duas provas.

Agente : significa membro da polícia ou de outra corporação.


Ex.: Aquele agente penitenciário foi promovido.

13
CRASE

Considere o emprego do a nestas duas partes de uma frase:

Nas férias iremos a + a praia.

Preposição Artigo que


exigida pelo acompanha o
verbo ir (ir a substantivo praia
algum lugar)

Reunindo esses dois segmentos, teremos a preposição a e, a seguir,


o artigo a. Essas duas palavras se juntam, constituindo o que
chamamos de crase.
Na escrita, para indicar que ocorre crase, empregamos o acento
grave: `.

Então veja:

Nas férias iremos a + a praia.

Nas férias iremos à praia.

Compare o exemplo anterior com estes outros casos:

Os jardineiros limparam ( ) + a praça.

O verbo limpar Artigo que


não exige acompanha o
preposição. substantivo
praça.
Os jardineiros limparam a praça. ( Não ocorreu crase porque faltou o
a preposição)

14
O pequeno barco voltou a + ( ) Manaus.

Preposição O substantivo
exigida por
voltar. ( voltar a
Manaus não
algum lugar) apresenta artigo.

O pequeno barco voltou a Manaus. ( Não ocorreu crase porque faltou


o a artigo)

Para ocorrer crase, são necessárias, portanto, duas condições:


1) A palavra depois do a tem que ser feminina e ter artigo.
2) A palavra anterior ao a tem que exigir a preposição a.

Existe um método prático para verificar se ocorre, ou


não, crase diante de uma palavra feminina. Veja como usá-lo:

• Troque a palavra feminina por uma masculina do mesmo tipo. Se


antes da palavra masculina aparece ao - use crase.

Exemplo: O explorador voltou a caverna.


O explorador voltou ao acampamento.

Como apareceu ao antes da palavra masculina, devemos usar crase


antes da feminina.
Então a frase fica assim:

O explorador voltou à caverna.

15
• Se antes da palavra masculina aparece apenas o – não use
crase.

Exemplo: O explorador conhecia a caverna.


O explorador conhecia o lugar.

Como antes da masculina apareceu apenas o, não é necessário


usar o sinal de crase. Então a frase fica assim:

O explorador conhecia a caverna.

CASOS DE CRASE OBRIGATÓRIA

Existem certas locuções em que o acento indicativo de crase é


obrigatório. Veja os dois casos mais comuns.

• Locuções adverbiais que indicam tempo e modo

Exemplos:
A festa de final de ano será realizada à noite. ( locução que indica
tempo)

A chuva começou às seis horas. (locução que indica tempo)

Os ditadores impõem à força suas mais absurdas vontades.


(locução que indica modo)

• Locuções formadas por a + palavra feminina + de

Exemplos:
A humanidade está à procura de um mundo melhor.
Os alunos estão à espera do final das aulas.
A loja fica à direita da ponte.

16
CASOS EM QUE NÃO OCORRE CRASE

1) Antes de palavras masculinas.


Ex.: Esse motor é motivo a óleo diesel.

2) Antes de verbos.
Ex.: Ela começou a observar melhor a natureza.

3) Antes de nomes de cidades.


Ex.: Ele chegou a Votorantim.

4) Entre palavras repetidas.


Ex.: Os candidatos ficaram frente a frente.

5) No a seguido de palavra no plural.


Ex.: A ganância leva as pessoas a situações constrangedoras.

ATIVIDADE III

1) Complete as frases com MAL ou MAU :

a) Ele era um __________ aluno.


b) Ana enxerga ___________ .
c) Estou hoje de __________ humor.
d) A garota está passando ____________.

2) Complete com POR QUE / PORQUE / POR QUÊ / PORQUÊ:

a) Venha ___________ precisamos de você aqui.


b) Não sei o ____________ de tanta discussão.
c) Nunca mais voltou aqui ______________ ?
d) ___________ você não foi viajar ?

17
3) Assinale a alternativa correta:

a) “Ingressos grátis para o show” – retire-os aqui.


b) Compre uma pizza e tome grátis um refrigerante.
c) Eu quero mas açúcar no suco.
d) A diretora saiu, mais voltará logo.

4) Assinale a alternativa incorreta:

a) Hoje a gente faremos uma prova.


b) De repente ele chegou na escola.
c) O agente penitenciário foi promovido.
d) E foi por isso que ela voltou aqui.

5) Assinale a alternativa correta:

a) O aluno voltou a escola.


b) A reunião será as oito horas.
c) Gostam de andar à pé.
d) A faxineira limpou a sala.

6) Assinale a alternativa incorreta:

a) O circo chegou à cidade.


b) Minha casa fica à esquerda da padaria.
c) O nosso dia à dia é bastante agitado.
d) Às vezes, penso em você.

7) Complete as lacunas com A ou à :

a) Ele nunca apoiou _____ mãe.


b) Luíza sempre telefona _____ irmã.
c) Moro em uma rua paralela _____ rodovia.
d) O menino deixou _____ cachorra amarrada _____ grade.
e) O show será _____ noite.
f) Ofereceu _____ todos um saboroso almoço.
g) O autor nos convidou ____ dar maior valor _____ vida.
h) Ficaram frente _____ frente com o juiz.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

18
GABARITO
MÓDULO 07

Atividade I

1) a
2) a
3) a
4) b

Atividade II

1) A e B
2) A e D

Atividade III

1) a
2) a
3) c

19
REVISANDO A LITERATURA

1) Romantismo: imagina e idealiza o homem, fantasia.


Realismo/Naturalismo: analisa os fatos, observa e estuda o homem,
preocupação com a verdade.

2) Com a observação da realidade concreta do país, sem a idealização dos


românticos.

3) Simples, direta, com pouco uso do sentido conotativo. O melhor


representante do Realismo é Machado de Assis.

4) As taras, os desvios de comportamento, os problemas mais tristes e


degradantes que vive o ser humano.

5) O homem reduzido ao nível animal.

6) Aluisio Azevedo e sua obra mais famosa, “ O Cortiço “.

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

Proposta 1 – respostas livres.

ESTUDANDO A NORMA PADRÃO

Atividade IV

1) a. Escreva a carta.
b. Ajude os mais inexperientes.
c.Volte logo.
d. Escrevam o resumo.

2) a. ordem
b. pedido
c. pedido
d. ordem

20
Atividade V

1) a. ação
b. fenômeno
c. mudança de estado
d. mudança de estado

2) a. João gostou...
João gostará...

b. Eu e meus amigos vamos...


Eu e meus amigos fomos...

c. Maria compra...
Maria comprará...

GABARITO
MÓDULO - 08

Atividade I

1) quatro estrofes.

2) Perfeição nos versos e apuro nas rimas.

3) A força e a graça na simplicidade.

4) Resposta . pessoal.

5) B, C e E.

6) A) são dois sonetos, ricos em rimas e a preocupação com a forma.

a) fala da partida e da ausência do(a) companheiro(a).

Atividade II

1) A loucura.
2) A alma sobrevive no espaço idealizado pela religião ( o céu ) e matéria
permanece no plano terreno.

21
REVISANDO A LITERATURA

1) A língua portuguesa originou do latim, falada pelos romanos da antiga


região do Lácio.

2) “ Fanfarras “, escrito em 1882 por Teófilo Dias.

3) Os românticos tiveram em mente o amor idealizado, espiritual e o os


parnasianos apresentam um amor mais sensual.

4) A grande preocupação com a forma, um verdadeiro culto à forma.

5) Em 1893, com a publicação de dois livros: Missal e Broquéis, de Cruz e


Sousa.

6) Era uma arte baseada na expressão de estudo subjetivo, misteriosos,


ilógicos, ou seja, aquilo que só admite expressão simbólica, pois não pode
ser codificado pela razão.

7) Não, pois esse estilo mal se fez notar pelo público, acostumado a ler poesia
parnasiana.

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

1) O protetor solar Banana Boat.

2) Para pessoas que gostam de ir a praia ou piscina,

3) Nas melhores praias do Brasil e do mundo, onde tem gente bonita , tem
Banana Boat.

4) Uma pessoa de biquíni.

5) “ Aproveite a vida, saia da sombra “.

6) Para pele sensível ao sol.

7) A) suave e macia.

8) Aproveitar a melhor estação do ano sem esquentar a cabeça, longe da


sombra.

9) Pessoal.

10) Pessoal.

22
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO

ATIVIDADE III

1) a) mau

b) mal

c) mau

d) mal

2) a) porque

b) porquê

c) por quê

d) por que

3) b

4) a

5) d

6) c

7) a) a

b) à

c) à

d) a - à

e) à

f) a

g) a - à

h) a

23
BIBLIOGRAFIA

 Proposta Curricular para o Ensino de Português - Ensino Médio -


Secretaria de Estado da Educação - Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas - São Paulo - 2. Ed. - 1992.

 Parâmetros Curriculares Nacionais - Português e Apresentação dos Temas


Transversais - Ministério da Educação e do Desporto - Secretaria da Educação -
Brasília - 1997.

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esta apostila foi elaborada pela
equipe de português do CEESVO
centro estadual de educação supletiva
de votorantim

professoras:
professoras - 2007
cristiane albiero
ilza ribeiro da silva
ivânia valente miranda
sandra mara romano
MAURA BERTACO TEOBALDO

DIREÇÃO:
DIREÇÃO:
ELISABETE MARINONI GOMES
MARIA ISABEL R. DE C. KUPPER

coordenação : neiva aparecida ferraz nunes

votorantim, JUNHO / 2007

Observação

material elaborado para uso exclusivo de cees,


sendo proibida a sua comercialização.

Apoio : prefeitura municipal de votorantim .

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