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Marilene Borges de lima

Análise Literária e Contexto Sócio Econômico do livro de Marcos

Trabalho apresentado como avaliação


parcial da disciplina de Contextualização
do Novo Testamento Professor Rodrigo do
curso de Teologia do Instituto Metodista
da Amazônia.

1 - Análise Literária

Do ponto de vista literário podemos dizer que o livro de Marcos antecede os outros
dois livros dos evangelhos, sendo ele, portanto o livro mais antigo e mais próximo da tradição
oral da época de Jesus, tornando-se a nossa fonte principal de pesquisa. Fora de marcos só são
identificáveis unidades de tradição transmitidas isoladamente ou pequenos grupos de unidades
por ex: Os discursos polêmicos, as parábolas, a narração da paixão (Mc 2:1-3; 35; 4:1-32;
4,35,43). Quanto às fontes de Marcos o estudioso Thiel extraiu três evangelhos completos, um
deles antecede a Pedro; Hisrsch pensa num evangelho Petrino que se teria difundido a partir de
uma fonte, graças ao trabalho dos doze; D. F. Robsom aposta num livro resumido composto a
partir de duas fontes. Dentre estes citados existem ainda várias outras hipóteses sobre as
prováveis fontes de Marcos, porém nenhuma dessas é convincente segundo Kümmel, pois não
existe um critério objetivo de organização das várias passagens de Marcos em uma ou mais
fontes escritas pré-existentes; São questionáveis para apoiar a hipótese de redação posterior;
para ser preciso Kümmel diz que “O evangelista teria combinado entre si pequenas coleções de
diversas tradições e unidades dispersas da tradição, resultando disso tudo uma apresentação
mais ou menos coerente”. Nenhuma preocupação de índole biográfico-cronológica havia na
intenção de Marcos seja pela livre ligação dos textos individualmente tomados mediante
partículas, ou ainda pela falta de qualquer relação geográfica ou praguimática.
O Autor do evangelho atribuído a Marcos segundo Kümmel não era um mero
copilador, transmissor de uma tradição, ou divulgador, mas sim um autor que fazendo uso de
sua consciência reelaborou a tradição, reconheceu-o o estudo da história da redação e ainda
nota-se por algumas peculiaridades literárias de sua composição. Marcos se expressa num estilo
simples e popular não omitindo dados insignificantes da tradição, não coloca as várias tradições
uma após a outra, mas, faz uso do expediente literário de maneira a preencher tempo, prepara o
espírito do leitor para o que virá logo adiante e ainda dá uma visão conjunta do acontecido sem
caracterizar expressamente suas poucas alusões á atividades doutrinárias de Cristo. De certa
forma Marcos exibe de maneira meio que resumida e grosso modo, certa organização
geográfica (Galiléia; Galiléia e adjacências; caminhada para Jerusalém; Jerusalém; ver § 6.1).
De 10 em diante Marcos se refere claramente à subida de Jesus para Jerusalém e a sua ultima
permanência lá, isto está de acordo historicamente com a realidade de Jesus cujo domicílio
estava na Galiléia, teria exercido lá a maior parte de suas atividades, e sua subida a Jerusalém
antes de sua morte. Quanto aos dados geográficos discrepantes referentes á Galiléia
provavelmente tenha sido arrumação da tradição (Marxsen).
Segundo Kümmel a estrutura de Marcos está, pois de acordo com determinados
cenários geográficos. Esta estrutura no que tem de principal, foi moldada pela tradição, trazendo
a marca da concepção teológica do significado da Galiléia como o lugar da atividade
escatológica de Jesus e do ponto de partida da evangelização dos gentios, que é guiado em sua
marcha pelo ressuscitado. Jerusalém aparece então não só como o lugar da morte de Jesus, mas,
também como o lugar da origem do ódio mortal dos judeus contra Jesus.
Há ainda uma estrutura de natureza sistemática de Marcos no que diz respeito à
Cristologia e soteriologia na segunda parte do evangelho segundo Kümmel é uma construção
consciente do evangelista, igualando-o com os demais apóstolos. Não há uma idéia clara quanto
ao objetivo que induziu o evangelista a introduzir essas teorias dogmáticas.

2 – Contexto Sócio econômico e histórico

Baseado em Pápias, Eusébio, Clemente e outros estudiosos a composição de Marcos


se deu em Roma, mas se encararmos de outro prisma, nada aponta em direção a Roma, e o mais
provável é que se trate mesmo de uma comunidade cristã oriental composta por gentios.
Vivendo debaixo do domínio do grande império romano a capital Jerusalém que era
governada sob a dinastia dos herodianos ostentava o luxo em suas construções a cada quatro
anos Herodes organizava festas com jogos espetaculares; no santuário recém-construído os
cultos eram realizados com intenso brilho. A corte regia a vida oficial; Herodes vivia sob forte
segurança por medo de insurreições de seus súditos com razão. Dentre a corte havia também os
escravos, os homens livres, os eunucos e o exercito. A cultura era extremamente influenciada
pelo helenismo, porém conservavam sua essência oriental. Segundo o costume as crianças em
seus primeiros anos eram educadas pela mãe depois estudava com os doutores e príncipes. Para
sustentar todo o luxo e criadagem que não era pouca a corte contava com os impostos que eram
cobrados dos súditos. Em Jerusalém bebia-se o vinho de mesa em copos de cristal sem misturar-
lhe água, criava-se assim um ambiente festivo onde todos dançavam, participavam da festa os
convidados citados por nomes ou por convites previamente escritos antes da festa. Estes
banquetes parece ter vigorado da Palestina ou do Egito. Um véu suspenso do lado de fora da
casa indicava as pessoas que ainda seriam acolhidas era retirado após ser servida a terceira
entrada. Segundo um relato digno de fé os hierosolimitanos convidavam, para ceia pascal, os
pobres da rua. Em certas ocasiões da vida política todo o povo de Jerusalém era convidado. Era
comum naquela época a poligamia muito encontrada nas casas de maior poder econômico
devido ao alto gasto.
Jerusalém por se tratar de uma das principais cidades comerciais atraiu o capital
nacional do país: altos negociantes, grandes proprietários de imóveis, arrendatários de impostos
e pessoas que viviam de rendas, entre os membros do sinédrio existiam alguns representantes
dessa classe como: “O conselheiro Nicodemos”,” José de Arimatéia”. A nobreza sacerdotal
fazia parte dos meios ricos, o Sumo Sacerdote Ananias, o chefe dos sacerdotes. Segundo o que
nos transmite a tradição, reinava grande luxo nas famílias pontifícias.
Além dos altos negociantes tínhamos também os pequenos comerciantes que
exploram sua loja nos mercados, além desse os artesãos que não trabalhavam como assalariados
fazem parte da classe média, essa classe gozava de maiores oportunidades na medida em que
estava ligada ao templo e aos peregrinos. No templo, funcionários e operários recebiam alta
remuneração. O comércio Hoteleiro era mantido, quase exclusivamente pelos peregrinos, este
constituía importante fonte de renda para o comércio de gêneros alimentícios e para as
profissões responsáveis pelo reabastecimento.
Para conhecer a classe pobre da palestina ficamos reduzidos á fontes literárias, ora
tudo que se refere á por menores fica muito a desejar. Temos, portanto a viúva pobre de
Jerusalém que deitou sua oferta no gazofilácio, aquilo que não bastava para sua manutenção
diária; outra que dispunha apenas de um pouco de farinha para sua a oferta alimentar, fato que
motivou comentário do sacerdote; Outro pobre procurava pegar 4 rolas e levava 2 ao templo.
Não há, portanto á nossa disposição elementos garantidos sobre a situação dos pobres, porém é
preciso distinguir aqueles que subsistiam pelo trabalho dos que viviam da ajuda alheia.
È confirmado em vários papiros o comércio de escravos na palestina do sec. III, eles
não representavam grande papel na economia rural é o que se deduz das informações rabínica e
neotestamentária assim como dos papiros egípcios, eles são encontrados, sobretudo nas cidades,
como domésticos.
Fatores determinantes para o desenvolvimento das condições econômicas dos
habitantes de Jerusalém: A situação econômico-geográfica era uma cidade montanhosa, pobre
de água, carente de matérias primas para as profissões, com localização pouco favorável para o
comércio e ao tráfico, isto acarretava um custo de vida muito alto. Tudo na cidade passava a ser
mais caro que no campo.
Em meio á vários conflitos de guerra e de lutas por poder no império de Cesar os
direitos da comunidade cultual de Jerusalém foi renovada dentro outros privilégios. Garantiu-se
o exercício irrestrito do culto, tanto para a comunidade do templo como para as comunidades
sinagogais no império. A partir daí, o judaísmo se encontrava sob a proteção do Estado
Romano. Este ato foi uma estratégia política de manter o poder sobre os súditos.

Fontes Bibliográficas

JEREMIAS, Joachim. Jerusalém no tempo de Jesus: pesquisa de história econômico-social no


período neotestamentário; Tradução de M. Cecília de M. Duplat; revisão de Onório Dalbosco.
São Paulo: Paulus, 1983.

KÜMMEL, Werner Georg. Introdução ao Novo Testamento; (Tradução de 17º edição...). São
Paulo. Paulus. 1982.

LOHSE, Eduard. Contexto e Ambiente do Novo testamento; ( Tradução: Hans Jorge Witter) –
São Paulo. Paulinas. 2000.
2- Delimitação

Por entendermos que os textos originais bíblicos do Novo testamento foram escritos de
maneira contínua sem divisões de parágrafos, capítulos ou versículos1, sendo provavelmente um
dos motivos para essa estruturação o maior aproveitamento dos recursos disponíveis da época.
Torna-se, portanto necessário a delimitação do texto em estudo, com o objetivo de
identificarmos o início, meio e fim da Perícope a ser analisado exegeticamente e por meio de
critérios pré-estabelecidos percebermos a coesão da unidade e sua coerência textual.

2.1- Coesão

As subdivisões em textos como capítulos e versículos que encontramos hoje nos escritos
bíblicos não é obra dos autores originais, mas provém de interpretações e traduções posteriores.
Para estabelecermos nos escritos a delimitação de uma Perícope é de fundamental
importância que esta apresente em sua estrutura “pé e cabeça”, ou seja, forme um todo coeso e
orgânico, de forma que seu início e fim sejam perfeitamente identificáveis2.

2.2- Coerência

Na delimitação de uma Perícope além de apresentar em sua forma estrutural início meio e
fim precisa também conter um assunto central ou pensamento normativo que perpassa a
Perícope3 e se diferencia do assunto anterior e posterior.
A Coerência interna na Perícope constitui-se uma unidade autônoma com um assunto
próprio que se diferencia dos demais temas abordado que lhe antecedem ou que possam estar
adiante deste. Nos evangelhos esse critério se torna fácil de ser aplicado, visto que apresenta
várias unidades de sentido próprio. Para tal recorremos à análise de mudanças evidentes no
texto que nominamos de indícios.

2.2- Indícios
Nossa Perícope em Marcos 10: 13-16 se constitui num todo delimitado porque apresenta
os seguintes indícios:

a) – De tempo.

1
WEGER, Uwe.1998. p. 84
2
WEGER, Uwe.1998. p. 85
3
“ “ “ p. 86
Segundo a leitura realizada em Marcos 10:1-22 os acontecimentos se passam no tempo
posterior à passagem de Jesus pelo Jordão onde a multidão se reuniu a Ele, procedendo a
conversa sobre o divórcio com os fariseus. No versículo 13 que inicia com a palavra “kai” que
sig. “E assim” ou “Então” indicando a seqüência de assunto e acontecimento em que as crianças
são trazidas para serem abençoadas por Jesus e logo depois quando Jesus se põe a caminho no
v.17 é abordado pelo homem rico.

b) – De lugar.

No v. 1 do cap. 10 relata que Jesus se dirigia ao território da Judéia para além do Jordão,
tudo indica que a multidão se achegou a ele depois do Jordão e nesta mesma localidade lhes
trouxeram as crianças. Quando Jesus se põe à caminho é abordado pelo homem rico.

c) – De personagens.

No Texto anterior Cap. 10:1-12 à Perícope em estudo aparecem os seguintes


personagens: a multidão, e os fariseus. Já nos v. 17-22 surge um terceiro personagem: Um
homem. Em nossa Perícope temos as crianças, que foram trazidas, nisto entendemos
personagens não identificados, os discípulos e o próprio Jesus.

d) – De assunto.

No que diz respeito aos assuntos abordados verificamos que no texto anterior V. 1-12
temos um diálogo a respeito do “divorcio”, em seguida notamos uma mudança de assunto, a
introdução do tema “o reino de Deus”, sendo este o foco de nossa Perícope. No texto posterior
temos um novo assunto a “vida eterna” com o encontro do homem com Jesus, porém do v. 23-
31 verificamos a continuação do diálogo de Jesus com os discípulos ainda sobre o homem, neste
caso temos uma continuação do assunto o “reino de Deus”.

e) – De cesura.

As cesuras constituem pequenos espaços em branco que limitam ou demarcam a Perícope


Como unidade textual. Na Perícope de Marcos 10:13-17 foram encontradas cesuras nos textos
anteriores referente aos versículos de 1-12 e no texto posterior nos versículos de 17-31.
3 – Análise Textual

Um texto agrupa em sua forma características de estilo, que chamamos de configuração


lingüística, através da comparação com outros textos podemos identificar elementos de
semelhança parcial ou integral, de maneira que cada texto apresenta sua forma nítida. As
características estruturais são aquelas que resultam da relação das partes de um texto entre si4.

3.1- Gênero Literário

A análise das formas literárias é um passo importante para o trabalho exegético, pois é
através deste que se caracteriza o estilo, sintaxe e estrutura do texto, ou seja, sua configuração
lingüística. Para constituir um gênero, essas características não se acumulam simplesmente,
antes se relacionam entre si, obedecendo à determinada hierarquia5.
Em Marcos 10:13-16 o gênero literário identificado é denominado créia e/ou apotegmas
devido designar uma fala ou ação ocasionada na vida de uma pessoa importante pela situação,
mas transcendendo-a [...] O que é ocasionado pode ser também uma ação, eventualmente
acompanhada de palavras, por exemplo, na benção das crianças. Fala-se, então, de uma créia de
ação ou de uma créia mista6.
È importante ressaltar que este gênero literário nos evangelhos na maioria das vezes
aborda problemas internos da comunidade, ou melhor, dizendo, problemas sociais e políticos da
época. Em Mc 10: 13-16 contêm estas características, isto é constatado por meio das condições
para entrar no reino (Mc 10: 15), é inserido pelo contexto nos problemas da comunidade
referentes a casamento e propriedade; com isso condiz o tema “criança” do referido trecho7.
Há ainda o despertamento para uma atenção especial, o autor pode dirigir-se diretamente
para o leitor (Mc 13:14ª). O texto apresenta também a estrutura “condição e conseqüência” em
Mc 10:158, aceitar a “Basiléia” como uma criança. Podemos notar ainda o exemplo negativo dos
discípulos que precede uma instrução mais geral dada a eles Mc 10: 13-14b-15.9
O relato Mc. 10:13-16 nos da uma compreensão melhor de suas características de
instrução, contexto e condições á partir de sua estrutura.

4
BERGER, Klaus. 1998.p.13
5
BERGER, Klaus. 1998.p.14
6
BERGER, Klaus. 1998.p.78-79
7
“ “ p.24
8
“ “ p.167
9
“ “ p. 291
3.2- Quadro Sinótico

Marcos 10:13-16 (ARA) Mateus 19:13-15 (ARA) Lucas 18:15-17 (ARA)

13- Então, lhe trouxeram 13- Trouxeram-lhe, então, algumas 15- Traziam-lhe também as
algumas crianças para que as crianças, para que lhes impusesse crianças, para que as tocasse; e os
tocasse, mas os discípulos os as mãos e orasse; mas os discípulos discípulos, vendo, os
repreendiam. os repreendiam. repreendiam.

14- Jesus, porém, vendo isto, 14- Jesus, porém, disse: Deixai os 16- Jesus, porém, chamando-as
indignou-se e disse-lhes: Deixai pequeninos, não os embaraceis de para junto de si, ordenou: Deixai
vir a mim os pequeninos, não os vir a mim, porque dos tais é o reino vir a mim os pequeninos e não os
embaraceis, porque dos tais é o dos céus. embaraceis, porque dos tais é o
reino de Deus. reino de Deus.

15- Em verdade vos digo: Quem 17- Em verdade vos digo: Quem
não receber o reino de Deus não receber o reino de Deus como
como uma criança de maneira uma criança de maneira alguma
nenhuma entrará nele. entrará nele.

16- Então, tomando-as nos 15- E tendo-lhes imposto as mãos,


braços e impondo-lhes as mãos, retirou-se dali.
as abençoava.

Este quadro sinótico possibilita-nos fazer algumas observações: Mc 10:15 e Lc 18:17


enfatiza o dito de Jesus “Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma
criança de maneira nenhuma entrará nele”, enquanto que em Mateus este versículo não é citado.
Outro fato que percebemos na comparação é em Mc 10: 16 e em Mateus 19: 15 que relata Jesus
abençoando as crianças, em Mc Ele as toma “nos braços”, já em MT relata apenas que Ele
“impõe-lhes as mãos” e em Lc 18 nada é sitado.

3.3- Estrutura Textual


O texto de Mc. 10: 13-16 Apresenta-nos a seguinte estrutura: introdução, um problema
de exclusão das crianças pelos discípulos, o alerta de Jesus e o acolhimento das crianças.
Na introdução notamos a palavra “Kai” que significa “Então” tem o sentido de
continuidade de assunto do texto anterior que fala a respeito do divorcio, na seqüência do texto
os discípulos procuram afastar as crianças para que Jesus não seja incomodado, no entanto,
Jesus os repreende e fica aborrecido com tal atitude dos discípulos e os alerta para uma verdade:
v. 15 “Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele”,
depois Jesus acolhe as crianças.

1- Introdução 10: 13ª


2- Os discípulos excluem as crianças 10: 13b
3- Repreensão de Jesus 10: 14
4- Alerta de Jesus: 10: 15

a)- Receber como uma criança. 10: 15ª

b)- Condição para entrar no reino. 10: 15b

5- Jesus acolhe as crianças. 10: 16

4- Análise Semântica

Este passo tem por objetivo o estudo do sentido de um texto, a saber, de suas palavras,
expressões e frases. Essa análise dá prioridade ao entendimento do conteúdo do que está
escrito10. È através da análise semântica que obteremos o significado da relação entre a forma e
o conteúdo do texto, respondendo as questões básicas de compreensão quanto às expressões,
palavras e frases, utilizadas para o entendimento do que o texto quer dizer.
Há duas maneiras de se analisar o conteúdo do texto: a primeira através do método estruturalista
e a segunda o método histórico crítico convencional. 11
Em Mc 10: 13-16 utilizaremos o método histórico critico convencional por entendermos
que o texto contém uma intenção e esta está ligada ao contexto vigente da época de Jesus, por
tanto se faz necessário a identificação do eixo do texto.
Após varias leituras do texto em estudo concluímos que o eixo semântico é “A inclusão“.
5- Análise Contextual

10
WEGER, Uwe.1998. p.250
11
WEGER, Uwe.1998. p.250
Os ditos e narrativos de Jesus antes de sua fixação por escrito passaram por um processo
de transmissão dentro das primeiras comunidades Cristãs, dando origem ao que poderíamos
chamar de “pré-textos” dos evangelhos12. Estes textos percorriam pelas comunidades e eram
ensinados, muitos foram conservados apenas por via oral, outros, podem ter sido agrupados
relativamente cedo em “ciclos” de controvérsia, milagres, parábola e outros ditos, por se tratar
de narrativas mais longas estes foram escritos até mesmo para facilitar o ensino.
Os autores dos evangelhos tinham características bem próprias, eles dispuseram e redigiu
o seu material sobre Jesus com interesses bem definidos e com vocabulário, estilo e teologia
peculiares13. Este passo tem por objetivo destacar essas características, procurando dá respostas
quanto ao tipo de redação e fonte utilizadas pelo autor, seus interesses específicos e o que ele, o
autor, quis destacar no texto proposto.

12
WEGER, Uwe.1998. p.122
13
WEGER, Uwe.1998. p.122

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