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Motor

Dahlander

Seminário de Máquinas Elétricas II


1. Introdução ao funcionamento
Índice
 Modificação do número de polos dos motores C.A.
 Limites ao alterar a velocidade do motor
2. Motores assíncronos de várias velocidades
 Motores de comutação de polos
 Enrolamentos independentes
 Enrolamento único
 Mudança no número de polos
 Agrupamento das fases na ligação Dahlander
 Ligação estrela, dupla estrela
 Ligação triângulo, dupla estrela
 Casos de serviço
 1° caso
 2° caso
 3° caso
3. Propriedades gerais dos motores Dahlander
4. Dispositivos de comutação polar
 Diagrama de acionamento
5. Conclusão
6. Bibliografia
1. Introdução

Motores com comutação polar

Os motores com comutação polar são motores que usualmente


possuem duas velocidades, onde a comutação é feita por mudança
do número de pólos do estator. É um sistema utilizado em motores
de gaiola de esquilo onde o rotor se adapta automaticamente ao
número de pólos do estator.
A mudança do número de pólos pode ser feita de duas formas:
com dois enrolamentos independentes ou com apenas um
enrolamento religável (Dahlander). Esses motores são utilizados em
elevadores, máquinas de lavar roupa, correias transportadoras, etc.
2. Motor de enrolamentos separados

Baseado em que a rotação de um motor elétrico (rotor gaiola)


depende do número de pólos magnéticos formados internamente em
seu estator, este tipo de motor possui na mesma carcaça dois
enrolamentos independentes e bobinados com números de pólos
diferentes. Ao alimentar um ou outro, se terá duas rotações, uma
chamada baixa e outra, alta.
As rotações dependerão dos dados construtivos do motor, não
havendo relação obrigatória entre baixa e alta velocidade. Exemplos:
6/4 pólos (1200 /1800 rpm); 12/4 pólos (600/1800 rpm), etc.
Devido à existência de dois enrolamentos a carcaça destes
motores é maior do que a carcaça dos motores convencionais.
3. Motores com comutação de pólos, de
enrolamento único (Dahlander)
Para simplificar as máquinas comutoras de pólos, foram
desenvolvidos diversos tipos, que permitem obter com um único
enrolamento, até 2,3,4 diferentes números de pólos. Grande parte
destas ligações exige a retirada de numerosas derivações do
enrolamento, com saídas no painel de ligações, e complexos
dispositivos especiais para a comutação. Por isto é elevado o preço
de tais motores e sua utilização é restrita a casos especiais.

O sistema mais simples e o mais empregado de um enrolamento


para comutação de pólos, é a ligação dahlander. Por meio desta
ligação o motor apresenta duas velocidades na relação 2:1.
Motor Dahlander
O motor trifásico de indução tipo Dahlander é o motor cuja
arquitetura interna das bobinas possibilita obter em um mesmo
motor duas velocidades, sendo uma o dobro da outra.

Mas o porque disso?

Como o motor Dahlander trabalha disponibilizando as bobinas de


forma a atuarem em ligações de pólos conseqüentes e pólos ativos,
com isso podemos fazer com que dois grupos de bobinas, se
obtenham quatro pólos; com quatro grupos de bobinas, se
obtenham quatro ou oito pólos, e com seis bobinas, seis ou doze
pólos.
Entre as vantagens trazidas pelo uso de motores com
enrolamentos múltiplos, podemos citar:

1. Em relação às transmissões:
• Aumentam o rendimento da instalação, pois
eliminam as perdas nas transmissões e se simplifica
o sistema;
• Simplificam ou até eliminam a aplicação de
transmissão por engrenagens;
• Eliminam o ruído das transmissões dentadas;

2. Simplificam o comando automático dos processos de


partida, parada e reversão;

3. Reduz as perdas relativas ao arranque e frenação;


Quanto às desvantagens:

1. Mais caros e maiores que os motores de mesma potência


de única velocidade;

2. Não se consegue atingir simultaneamente o melhor


projeto em todas as velocidades;

3. Tem pior fator de potência;

4.Consumo relativamente elevado na partida.


Motores de comutação de polos
Nesse tipo de motor, a mudança dos números de polos pode ser
feita através de enrolamentos independentes ou com um
enrolamento religável, esse último conhecido como sistema
Dahlander ou ligação simples, onde uma velocidade será sempre
metade da outra.

 Enrolamentos independentes:

Consiste em dois enrolamentos separados, de diferente número


de polos, no mesmo estator. Por meio de um comutador é ligado
apenas um enrolamento de cada vez.
Geralmente é utilizada a ligação em estrela para ambos os
enrolamentos, embora seja possível a disposição em delta estrela
ou estrela delta.
 Enrolamento único

Entre as diversos tipos de ligações desenvolvidas para simplificar


a comutação e aproveitar melhor a secção das ranhuras, para que
com apenas um enrolamento se possa obter 2,3 ou 4 diferentes
números de polos, a mais usual é a ligação Dahlander, na relação
1:2.

Isso pela sua simplicidade, pois exige menor quantidade de


derivações, logo, menos complexidade nos dispositivos de
comutação, além do preço do motor reduzido em relação a
outros com as demais ligações, que acabam ficando restritas a
casos especiais.
Na elaboração desse tipo de enrolamento deve-se
considerar que o número de grupos de bobinas de cada
fase terá que ser igual ao menor número de pólos.
Estes grupos se distribuem em duas partes iguais, uma
delas formada por grupos ímpares da fase, e a outra
pelos pares. Por serem iguais, essas partes podem ser
combinadas, resultando em ligações em série ou em
paralelo;

A cada fase, subdividida em duas metades, liga-se um


terminal entre os dois meio enrolamentos, que é
levado até a caixa de conexões;

De cada fase usam-se três saídas, correspondendo


uma ao início, outra ao final, e a terceira saída à
ligação que une as duas metades da fase.
Mudança do número de polos
As duas velocidades que são obtidas pela ligação Dahlander estão na
relação 1:2, e são conseguidas formando diferentes números de polos
segundo as diferentes ligações nas conexões do enrolamento, usando o
método do “polo consequente”, onde os seis meio enrolamentos são
usados para as duas velocidades.

Quando a alimentação chega à bobina pelos terminais do início do


enrolamento, por exemplo, produz 8 polos, sendo metade polos “S”, ou
“polos consequentes”.

Quando a corrente entra pelos terminais centrais, saindo pelos


extremos, produz 4 polos, dois “N” e dois “S”.
Agrupamento das fases na ligação Dahlander
As três fases de um enrolamento nessa ligação podem ser
agrupadas em estrela ou triângulo, e as duas metades de cada
série em série ou paralelo.

Consegue-se diversas ligações assim, porém as mais usadas são:

 Estrela, dupla estrela (estrela em série, estrela em paralelo);

 Triângulo, dupla estrela (triângulo em série, estrela em paralelo)

Para os dois casos, ao se mudar de uma polaridade para outra,


muda-se também o sentido de giro do campo. Deve-se inverter
duas fases, a fim de se manter o mesmo sentido de rotação do
rotor. Isso é feito dentro da máquina, na ligação do enrolamento
ao painel.
Ligação estrela, dupla estrela
Internamente, unem-se os fins das três fases em um nó. Até a caixa
de ligações levam-se seis terminais independentes, três do início
das fases e os outros as tomadas centrais.

Com essa disposição podemos alimentar de duas formas:

 Deixando livres os terminais correspondentes ao meio do


enrolamento e ligando os terminais do início à linha, conseguindo
assim o agrupamento para mais polos ou menor rotação;

 Unem-se os princípios das fases – daí se forma a dupla estrela – e


alimenta-se o circuito pelos terminais dos meios, obtendo menos
polos e maior rotação.
(3) estrela-série: baixa rotação (4) estrela-paralela: alta rotação

Entre essas ligações, o conjugado básico varia


aproximadamente com o quadrado da velocidade.
Ligação triângulo, dupla estrela
Internamente, ligam-se as três fases dos enrolamentos em delta –
início de um com final do outro – e levam-se seis terminais até a
caixa de conexões, três referentes aos vértices do triângulo e três
das metades das fases.

A alimentação pode ser feita:

 Deixando em aberto os terminais das tomadas centrais e


alimentando os terminais dos vértices. Essa disposição
corresponde ao triângulo série, com maior número de polos e
menor velocidade;

 Unem-se em um nó os vértices do triângulo, deixando o


enrolamento em estrela paralelo. A linha é ligada as terminais do
centro dos enrolamentos, e as seis metades passam a ser
alimentadas em paralelo, formando menos polos e gerando maior
velocidade.
Triângulo série – menor velocidade Estrela paralelo – maior velocidade

A relação entre as potências se encontra na faixa de 1,5 a


1,8, segundo o tamanho do motor e o número de polos.
Casos de serviço

A formula abaixo relaciona o conjugado de um motor


com seu giro:

C = (716 x P) / N (rpm)

Para a mesma potência, conclui-se que o torque varia


inversamente com a mudança da velocidade.

O fluxo magnético, o torque e a potência variam dentro


de uma determinada relação. Por meio das ligações
das fases pode-se controlar essa relação e fazer o
motor atuar dentro de certos casos de serviço. Os mais
comuns estão a seguir:
1º caso:
O conjugado básico permanece inalterado, pois a potência varia
proporcionalmente com o número de rotações.
Aplicado em máquinas ferramentas, como plainas e em guindastes, onde o
conjugado resistente é fixo.
Relembrando:
C = (716 x P) / N (rpm)

Para se obter essa característica, utiliza-se as ligações de fases em triângulo,


dupla estrela.

O gráfico ao lado sobrepõe


as curvas para as duas
velocidades.
Percebe-se que os valores
de torque máximo de
ambas são bem próximos.
2° caso :
A potência permanece constante, ou seja, o conjugado
varia na proporção inversa ao giro do motor.

Pelo gráfico vemos que o torque


diminui – proporcionalmente –
com o acréscimo da velocidade. Utilizado em casos
onde há o
decréscimo do
torque resistente da
carga com a
velocidade, como
por exemplo,
acionamento de
trens laminadores e
elevadores.
3° caso:

O torque básico varia aproximadamente com o quadrado das


rotações, enquanto a potência com o cubo da velocidade.
Usa-se a disposição estrela, dupla estrela nesse caso.
O aumento do torque com a velocidade torna essa ligação
aplicável em situações de aumento da resistência da carga
diretamente com o acréscimo da velocidade, como em bombas
centrífugas partindo com carga, compressores, ventiladores
etc.
4. Propriedades dos Motores Dahlander
 De fácil construção, pois, com rotor tipo gaiola, possui apenas um
enrolamento estatórico, com possibilidade de execução em série.

 Com aproveitamento do espaço dentro da ranhura, em ambos os


escalões de velocidade e consequentemente bom rendimento.

 Comportamento normal da velocidade sob carga, em ambos os escalões


de velocidade.

 Em velocidade elevada, 1,5 vezes mais potência do que na velocidade


baixa, e, na velocidade baixa cerca de 0,8 vezes a potência em relação ao
rotor normal em curto-circuito.

 Apenas permite velocidade de 2:1

 Suas aplicações destinam-se a às máquinas operatrizes, pontes rolantes,


correias transportadoras, sistemas de ventilação, misturadores,
centrífugas, indústrias naval e alimentícia, madeireira, siderúrgica e
Propriedades gerais dos motores Dahlander
De fácil construção, pois, com rotor tipo gaiola possui
apenas um enrolamento estatórico, com possibilidade de
execução em série, por isso é de baixo preço;
Com aproveitamento do espaço dentro da ranhura, em
ambos os escalões de velocidade, tendo assim bom
rendimento, que é, porém, inferior aos dos rotores
normais em curto;
Comportamento normal de velocidade sob carga, em
ambas velocidades (característica paralela);
Em alta velocidade, potência 1,5 vezes maior do que na
baixa rotação, sendo a potência dessa última cerca de 0,8
vezes a potência do rotor normal em curto;
Apenas permite a relação 2:1;
Apenas pode ser usado em uma tensão de rede.
Dispositivos de comutação polar
À princípio, as chaves para motores de polos reversíveis
são idênticas às chaves de ligação direta para motores
de uma rotação, mas possuem bloqueio elétrico no
circuito de comando, de modo a permitir a ligação de
uma rotação por vez.
Em condições normais pode ligar-se qualquer das
rotações do motor, entretanto, quando se faz a ligação à
uma linha que não suporta a partida na rotação máxima,
a chave é construída para permitir a ligação da maior
velocidade somente após a ligação da baixa.
Diagrama de acionamento

Acionamento de um motor com comutação de polos, ligação


Dahlander, partindo com a menor velocidade:
Características:
• Grau de proteção: IP55;
• Vedação nos mancais: V´Ring;
• Carcaças: ferro fundido;
• Dreno automático;
• Potências: 0,16 a 500cv
• Isolamento: classe “F” (ΔT
80°C);
• Fator de Serviço: 1,15 (carcaças
63 a 200L); 1,00 (carcaças
225S/M a 355M/L);
• Rolamentos de esferas
• Rolamentos dianteiro de rolos:
• Forma construtiva B3D;
• Sistema de Isolamento WISE;
• Categoria: N
• Tensões: 220,380V; 380/660V;
220/380/440V
Conclusão
Em síntese, as principais considerações sob o sistema
Dahlander são:
• É o mais simples entre os sistemas de ligação usados
para fornecer diferentes números de polos com um único
enrolamento, controlando assim a velocidade;
• Aplicado em motores com rotor em curto – gaiola de
esquilo – pela necessidade de mudança apenas nos
enrolamentos do estator;
• Fornece variações de velocidades entre escalões na
relação 2:1 apenas;
• Simplificam ou até eliminam sistemas de engrenagens,
reduzindo perdas e aumentando o rendimento;
• Aplicáveis a diferentes comportamentos de carga, onde o
torque resistente pode ou não variar com a velocidade.
Bibliografia
 http://www.cefetrs.tche.br/~coutinho/CapII_p2.doc

 http://www.estv.ipv.pt/paginaspessoais/vasco/textos/MI_sel&aplic.pdf

 http://www.eletrica.ufsj.edu.br/~rabelo/ensino/maquinasII/Industriais.
pdf

 http://www.ee.pucrs.br/~lpereira/TUF/apostila01.pdf

 http://us.share.geocities.com/profrm2/Instlac_indust.recurso_10114.pdf

 http://www.voges.com.br/portal/manager/ba/arquivos/DuplaVelocidad
ePOR.pdf

 https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/57994/1/SEE-Indução2006.pdf

 http://www.ebah.com.br/teoria-de-conversao-pdf-pdf-a1440.html

 http://www.gustavoroberto.blog.br/2007/12/07/motor-dahlander/

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