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Assepsia
Refrigeração
Controle de umidade
A umidade dos locais de armazenamento deve ser cuidadosamente
controlada. Baixa umidade provoca perda de água pelos produtos, o que
leva ao murchamento das frutas e hortaliças. Já uma umidade excessiva
pode provocar a formação de condensados na superfície dos produtos,
facilitando o desenvolvimento de microorganismos. A umidade também
provoca alterações químicas em hortaliças desidratadas.
Atmosfera modificada
A utilização comercial da atmosfera modificada em embalagens de hortaliças
vem crescendo nos últimos anos, devido à expansão dos produtos
minimamente processados. No entanto, os custos do processo e a pouca
demanda por esse tipo de produto ainda não tornaram viável sua utilização em
larga escala.
Classificação
Vários atributos da matéria-prima e dos produtos já preparados são
adotados como critério de classificação, como: tamanho, cor, maturação,
ausência de manchas ou outros defeitos causados por fungos e insetos,
simetria, textura, sabor e odor.
A classificação do produto bruto antes de ser industrializado resulta em
maior uniformidade do produto final e na padronização e melhoria dos
métodos de preparo, tratamento e conservação. O consumidor tem a sua
disposição, deste modo, produtos de qualidade, com preços diferenciados.
Lavagem
As frutas e hortaliças podem ser lavadas de três maneiras diferentes: por
imersão, por agitação e por borrifo. A lavagem por imersão não é um meio
eficiente de remover as sujidades, mas é muito útil como tratamento
preliminar, por amolecer o solo aderente e tornar a lavagem subseqüente
mais eficaz.
Neste tipo de lavagem, a água quente é mais eficiente que a fria. É
indispensável que a água seja abundante e renovada com freqüência, do
contrário, os tanques se tornam foco de contaminação em vez de meios de
limpeza. Quando as frutas e hortaliças são agitadas na água, a eficiência
do processo de imersão é aumentada consideravelmente. Há vários meios
de se promover essa agitação, como por corrente de água, ar comprimido,
hélice ou turbilhonamento, entre outros.
O método de borrifo é o mais eficaz para frutas e hortaliças, mas a
eficiência do processo depende de vários parâmetros que devem ser
devidamente ajustados para cada produto, como pressão e volume de
água, e distância entre os bicos borrifadores.
Os jorros de água só são eficientes se atingirem toda a superfície do
material, para isso, os bicos borrifadores são colocados acima e abaixo da
esteira móvel, perfurada ou de arame. O mesmo efeito é conseguido
fazendo o produto rolar na esteira durante a operação.
Branqueamento
O branqueamento consiste no aquecimento de frutas e hortaliças, inteiras
ou em pedaços, em água ou vapor vivo. Esse processo permite:
redução da carga microbiana superficial;
inativação das enzimas das superfícies dos pedaços de
frutas;
eliminação do oxigênio dos tecidos, diminuindo o volume do
produto inteiro ou dos pedaços;
eliminação de odores e sabores desagradáveis de algumas
hortaliças;
eliminação da mucilagem de hortaliças;
manutenção da cor verde de alguns tipos de hortaliças,
dependendo da temperatura utilizada e do processo de
conservação seguinte.
O procedimento utilizado e o equipamento variam com o produto. As
ervilhas para enlatamento são geralmente passadas em água quente ou
fervendo. A intensidade do branqueamento deve ser regulada de acordo
com o estado de maturação e a maciez da hortaliça, variando o tempo do
branqueamento e a temperatura da água.
O milho enlatado não é branqueado, mas sofre um cozimento prévio, antes
de ser enlatado. O que se destina ao congelamento é branqueado na
espiga. Os tomates são branqueados em vapor ou em água fervendo, por
pouco tempo, para rachar e soltar a pele. Às vezes, os pêssegos são
branqueados após o descascamento por lixiviação, para remover os
últimos traços da lixívia e inativar as enzimas responsáveis por
escurecimento. Outras frutas enlatadas comuns não sofrem
branqueamento, como as ameixas e uvas.
Descascamento
Exaustão e vácuo
Um dos principais objetivos da exaustão é a retirada do ar do conteúdo das
latas antes do fechamento, reduzindo, assim, a corrosão causada pela
presença de oxigênio. Um outro objetivo tão importante quanto o primeiro,
mas mais difícil de ser explicado, é evitar tensões excessivas nas latas
durante a esterilização comercial.
Durante a esterilização, já com a lata fechada, há formação de vapor, o
que aumenta a pressão interna. O vácuo produzido na exaustão permite o
preenchimento do espaço livre da lata (ou “head space”), sem aumentar
excessivamente a pressão interna, evitando deformações. Geralmente,
quando tampas e fundos se apresentam convexos ou abaulados, é sinal de
alterações gasosas no interior das latas, o que causa a rejeição por parte
dos consumidores.
A formação de vácuo excessivo também pode levar a deformações, pois a
diferença da pressão externa e interna durante o resfriamento da lata,
quando o vapor de água de dentro do recipiente se condensa, é maior que
a estrutura pode agüentar.
Tratamento térmico
O tratamento térmico é feito em autoclaves. A autoclavagem permite o
aquecimento rápido do produto a altas temperaturas, por trabalhar sob
pressão. O estabelecimento do processo térmico baseia-se em dois fatores: a
resistência dos microorganismos ao calor e a taxa de aquecimento do produto
específico. Uma vez que o processo tenha sido estabelecido para um alimento
particular, ele é específico para aquele alimento, sua formulação, seu método
de preparação, o tamanho do recipiente no qual ele é processado e o tipo de
sistema de autoclave usado. Um processo não pode ser alterado, a menos que
instruções específicas para as mudanças sejam obtidas de uma autoridade em
processamento.
A resistência térmica dos microorganismos depende de inúmeros fatores, que
podem ser divididos em três categorias: as características de crescimento dos
microorganismos, a natureza do alimento no qual os microorganismos são
aquecidos e o tipo de alimento no qual os microorganismos podem crescer.
Variações em quaisquer destes fatores podem afetar a resistência ao calor dos
microorganismos.
A taxa na qual os produtos aquecem pode ser medida usando aparelhos que
medem a mudança de temperatura à medida que o alimento está sendo
aquecido. Uma autoridade em processamento térmico calcula e defini o
binômio tempo/temperatura do processamento usando os dados da resistência
térmica dos microorganismos de importância na deterioração do produto e os
dados de aquecimento do produto.
Congelamento
Vinagre
Definição
Alimentação
Consumo
Mosto
Um mosto com concentração de 10% p/v ou mais de açúcar e um pH ácido
favorece a produção de etanol. A fermentação alcoólica é um processo
anaeróbio, levado a efeito por leveduras presentes na matéria-prima ou
adicionadas na forma de culturas puras. Ao final deste processo, quando o
açúcar já foi transformado em álcool e em condições aeróbias, ocorre a
oxidação do álcool, obtendo-se ácido acético pela ação das bactérias acéticas
( ADAMS, 1985 ).
Qualquer substrato que contenha carboidratos fermentescíveis ( ou amido ) e
certos nutrientes (vitaminas do complexo B, minerais) é passível de
transformar-se em vinagre mediante fermentação acética. O substrato deve
apresentar níveis suficientes de fermentescíveis para que o vinagre produzido
tenha um teor de ácido acético de acordo com padrões exigidos por lei
( FRINGS…, 1996; ADAMS, 1985 ).
Além do vinho, obtido a partir de uva, dão origem ao vinagre outras frutas,
como a laranja, limão, maçã, pêra, figo, ameixa, caqui, abacaxi, pêssego,
banana, amora, melancia, mexerica, jabuticaba, caju, morango e uvaia.
Podem sofrer fermentação acética para produção de vinagre matérias-primas
ricas em amido, como a batata, batata-doce e mandioca, que produzem os
chamados vinagres de tubérculos amiláceos. Há também vinagres obtidos de
materiais açucarados, como mel, melaços, xaropes de açúcar, glicose, ou
vinagres de álcool, de efluentes da fabricação de leveduras e de aguardentes
em geral. Tem-se ainda os vinagres obtidos a partir de cereais como cevada
( existe vinagre de cerveja ), centeio, trigo, milho e arroz (MORETTO et al.
1988; ADAMS, 1985).
Vinagre de vinho
Vinagre de frutas
Outros vinagres
Microrganismos
Condições de produção
A temperatura ótima para a produção do ácido acético está na faixa de 20
a 30ºC, e o tempo de fermentação é extremamente aumentado se a
temperatura estiver abaixo de 10ºC ou acima de 46ºC. O pH ótimo é entre
5 e 6, mas não existe diferença significativa na produção de ácido acético
em uma faixa de pH variando de 6,6 a 7,6 (ASAI, 1968).
A oxidação do etanol pelas Acetobacter é conduzida em duas etapas. A
primeira é de oxidação do etanol a acetoaldeído. A segunda é a formação
de ácido acético a partir do acetoaldeído ( ASAI, 1968 ).
Ressalte-se que culturas puras de bactérias do ácido acético não são
usadas na prática para a produção de vinagre, pois têm mostrado serem
menos eficientes do que culturas mistas. Os processos industriais
também seguem esse procedimento. As próprias condições do meio, tais
como pH baixo, presença de etanol, aeração e temperatura, selecionam
naturalmente as espécies que produzem mais (ZANCANARO, 1988).
As principais características de Acetobacter são: formato de bastonetes
na juventude; gram-negativas; mobilidade; aeróbias; e ocorrência
isoladas, aos pares ou em cadeias ( AQUARONE & ZANCANARO,
1990 ).