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COMPRESSIBILIDADE E ADENSAMENTO
CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 3
2. COMPRESSIBILIDADE.............................................................................................................................. 4
4. RECALQUES .............................................................................................................................................. 20
8. ACELERAÇÃO DE RECALQUES........................................................................................................... 97
9.1. MÉTODO DE ASAOKA, (1978) MODIFICADO POR MAGNAN E DEROY (1980) ....................................... 103
9.1.1.1. Resultado Experimental .........................................................................................................................106
9.2. MÉTODO DE ORLEACH ........................................................................................................................ 111
1. INTRODUÇÃO
Grande parte das obras de engenharia civil (prédio, pontes, viadutos, barragens, estradas,
etc.) é assentada diretamente sobre o solo. A transferência dos esforços da estrutura para o solo
é feita através de fundações rasas (sapatas, radiers) ou profundas (estacas, tubulões). No projeto
geotécnico de fundações faz-se necessário avaliar se a resistência do solo é suficiente para
suportar os esforços induzidos pela estrutura e, principalmente, se as deformações (recalques)
estarão dentro dos limites admissíveis. Recalques diferenciais ou de magnitude elevada podem
causar trincas na estrutura ou inviabilizar sua utilização.
O Palácio de Belas Artes, na Cidade do México, é um caso clássico de recalque de
fundação. Após sua construção, ocorreu um recalque diferencial de 2m, entre a rua e a área
construída; o recalque geral desta região da cidade foi de 7m.. Um visitante, ao invés de subir
alguns degraus para entrar no prédio, como estabelecido no projeto original, ele hoje tem de
descer. A Figura 1.1 apresenta em esquema do que ocorreu com esta construção.
1
Lambe e Whitman, 1969
2. COMPRESSIBILIDADE
e av=-Δe/Δσ’v
σ’v e Ci=-Δe/Δlogσ’v
D=Δσ’v /Δε
mv=1/D
Cr
Δlogσ’v
Δe
Cc Δe
Δσ’v Δσ’v
Cs
Δε
Observa-se, ainda na Figura 2.1, que as curvas de compressibilidade não são lineares.
Desta forma a magnitude dos parâmetros de compressibilidade dependerá da faixa de tensões de
trabalho. Faz-se necessário, portanto na prática da engenharia, indicar os limites em termos de
tensão efetiva inicial e tensão efetiva final e, neste trecho, calcular a tangente à curva.
Uma vez determinado a compressibilidade do solo em função de qualquer um do
parâmetros, é possível obter qualquer outro a partir das correlações apresentadas na Tabela 1.
1 Δε v av 0,435Cc
Coeficiente
mv = mv = mv = mv =
de Variação D Δσv 1 + e0 (1 + e0 )σ vmedio
Volumétrica
Coeficiente
1 + e0 Δe 0,435Cc
de
av = a v = (1 + e 0 ) m v av = − av =
Compressibi D Δσv σv medio
lidade
(1+ e0 )σvmedio (1 + e0 )σvmedio mv a vσvmedio Δe
Índice de
Cc = Cc = Cc = Cc = −
Compressão 0,435D 0,435 0,435 Δ log σ v
2.1.2. ESTRUTURA
A estrutura dos solos é um fator importante na definição da sua compressibilidade. Solos
granulares podem ser arranjados em estruturas fofas, densas e favo de abelha (solos finos),
conforme mostrado na Figura 3. Considerando que os grãos são admitidos como incompressíveis,
quanto maior o índice de vazios, maior será a compressibilidade do solo.
Argilo-mineral
Camada dupla
Tensão
Arranjo Quebra de
Grãos
Denso
Deformação
Trecho de
compressão
virgem
Trecho de
descarregamento
logσ’v
i) σ’vm =σ’vo
Neste caso, o solo nunca foi submetido à uma tensão efetiva vertical maior a atual.
Para esta condição diz-se que o solo é normalmente adensado e sua Razão de Pré-
Adensamento (RPA) 2 ou OCR (“over consolidation ratio”), definida como sendo
σ′vm
RPA =
σ′vo
é igual à unidade. Durante a formação de um solo sedimentar, por exemplo, as tensões
vão crescendo continuamente com a deposição de novas camadas e conseqüente o aumento
da espessura do depósito. Para estes materiais, nenhum elemento foi submetido a tensões
efetivas maiores do que as atuais.
ii) σ’vm >σ’vo
Neste caso, conclui-se que, no passado, o depósito já foi submetido a um estado de
tensões superior ao atual. A Razão de Pré-Adensamento (RPA) será sempre maior do que 1
e a este material dá-se o nome de solo pré-adensado. Vários fatores podem causar pré-
adensamento. A variação no estado de tensões ocasionado pela remoção de sobrecarga
superficial, por exemplo, pode ser citada como uma das causas de pré-adensamento de um
depósito. Esta remoção pode estar associada a um processo de erosão, à ação do homem ou
mesmo o recuo das águas do mar. Outras causas de pré-adensamento podem estar
relacionadas a variações de poro-pressão (bombeamento, ressecamento superficial, etc)
ou mesmo mudança da estrutura do solo por ação do tempo (fluência).
O solo é um material composto por grãos sólidos e vazios, os quais podem estar
preenchidos por água e/ou ar. Quando todos os vazios estão preenchidos por água o solo é dito
saturado.
Quando um solo saturado é submetido a um carregamento, parte da carga é transmitida
para o arcabouço sólido e parte é resistida pela água. A forma como esta divisão acontece na
prática pode ser visualizada a partir da analogia hidromecânica apresentada na figura abaixo. A
Figura 7(a) mostra um cilindro de solo saturado com uma pedra porosa no topo, que permite
passagem de água. Considerando o arcabouço sólido como uma mola e a existência de uma
válvula que regule a passagem de água é possível observar o comportamento das duas fases em
2
Na terminologia inglesa a RPA é denominado OCR (‘over consolidation ratio”)
separado. Quando uma carga é transmitida ao conjunto mola (solo) / água, as parcelas que serão
resistidas, respectivamente, pela água e pelo arcabouço sólido irão depender da velocidade com
que a água escapa. Imediatamente após a aplicação da carga (t = 0), toda a carga é suportada
pela água. A medida que ocorre o escape da água (t = 0+), as cargas vão sendo transferidas para
a mola, até que, ao final do processo (t = ∞), toda a carga passa a ser resistida pela mola,
chegando-se a uma condição de equilíbrio.
Nesta analogia, o deslocamento do pistão representa o recalque observado na superfície
do solo devido à aplicação de uma tensão vertical.
Define-se como Adensamento ou Consolidação o processo gradual de transferência de
tensões entre a água (poro-pressão) e o arcabouço sólido (tensão efetiva).
A Figura 8 apresenta esquematicamente o processo gradual de transferência de carga
entre a mola (sólidos) e a água. Ao observar este processo através do modelo hidromecânico,
verifica-se que a magnitude do deslocamento do pistão depende exclusivamente da
compressibilidade da mola e não do conjunto mola + água. Respeitando-se a analogia, conclui-se
portanto que a compressibilidade de um solo depende exclusivamente das Tensões
Efetivas e não das Tensões Totais (σ = σ ′ + u ).
Válvula
NA
Mola
(Solo)
SOLO
Água
(a) (b)
Água Mola
sob Comprimida
Pressão Água
Figura 3.1 -
Figura 7. Analogia Hidromecânica. (a) Modelo Real; (b) Modelo Físico; (c) Carga
Aplicada com a Válvula Fechada (t=0); (d) Após Abertura da Válvula (t=0+); (e) Situação
Final de Equilíbrio .
Tensão
Aplicada
(F/A)
Mola
Água
tempo
( Δσ )( H )( m) ( H 2 )( m)
tα =
( k )( Δσ H ) (k )
(3.2)
3[2]
Segundo a Lei de Darcy, a velocidade de fluxo é definida como sendo v = k i , onde k é a permeabilidade e i o
gradiente hidráulico (diferença de carga total / distância percorrida)
Exemplo 3.1
Considerando que a compressibilidade de um solo arenoso é 1/5 da compressibilidade do solo
argiloso e o contraste de permeabilidade entre os dois materiais é de 10000 vezes, qual a relação entre os
tempos necessários para que o adensamento ocorra nesses materiais, admitindo que a espessura da
camada é a mesma?
Solução:
tareia 1 t
kareia = 10.000karg ila ∴ = ∴ tareia = arg ila
targ la 5 × 10.000 50.000
Exemplo 3.2
Uma camada de argila de espessura H atingirá 90% de consolidação em 10 anos. Quanto tempo
necessário caso a espessura da camada fosse 4H?
Solução:
m( 4H ) 2 k
t4 H 16H 2
= =
tH m H2 k H2
Para t = 0 ⇒ Δu = Δσv
u = u0 + Δσv
Para t = ∞ ⇒ Δu = 0
u = u0
2) drenada → àquela que ocorre durante a dissipação dos excessos de poro-pressão ou,
melhor, durante o processo de transferência de carga entre a água e o arcabouço sólido. Nesta
fase ocorrem as variações de volume e ,consequentemente, os recalques no solo.
A Figura 9 exemplifica como o solo responde a essas fases. Considere que uma camada
de solo é solicitada por um acréscimo de carga (Δσ), aplicado instantaneamente em toda a
extensão da camada. Um elemento A, localizado no interior da massa, sofre um acréscimo de
tensão vertical Δσv, que gera imediatamente um acréscimo de poro-pressão Δu. Como a variação
de poro-pressão é idêntica ao acréscimo de tensão vertical (Δσv), não ocorre, neste instante,
nenhuma variação no valor da tensão efetiva vertical . Somente quando a água inicia seu
processo de drenagem, ocorre a transferência entre os esforços resistidos pela água para o
arcabouço sólido, aumentando o valor da tensão efetiva.
Uma vez que o comportamento do solo é determinado pelo valor da tensão efetiva,
subdividir a resposta do solo nessas 2 etapas (não drenada × drenada) é bastante útil para
a elaboração de projetos geotécnicos. No caso do exemplo da Figura 9 menores valores de
tensão efetiva ocorrem ao final da construção enquanto que, para situações a longo prazo,
observa-se um ganho de tensão efetiva.
σvf
Δσv
σvo
to to+
Tempo
Δσv (b.1)
u+Δu
Δu=Δσv
u0
Solo
A Saturado (b.2) Tempo
σ′vf
(a)
σ′vo
Resistência
Assim sendo, deve-se sempre estudar o problema para situações em que os níveis de
tensão efetiva são os mais baixos. Nestes casos é comum utilizar a nomenclatura final da
construção × a longo prazo para definição do tipo de análise mais adequado. Nesta terminologia
estão embutidos os conceitos:
Resposta do Solo
Tipo de Análise Fase Crítica Variação de volume Transferência
por escape de água Δu→Δσ
Final de construção ⇔ não drenada ⇔ não ⇔ não
Longo prazo ⇔ drenada ⇔ sim ⇔ sim
σvo
σvf
to to+
Tempo
uo
uo-Δu
Tempo
σ′v
σ′vmax
σ′vmin
Tempo
Longo Prazo
Fase de
Construção
Figura 11. Esquema de Variação das Tensões Totais, Poro-pressões e Tensões Efetivas
para uma Situação de Descarregamento Uniforme
Δσv
Δvert.≠0 → εv≠0
Δhor.=0 → εh=0
Para situações em que as deformações horizontais não são nulas (Figura 13) a
magnitude dos acréscimo de poro-pressão pode ser calculada pela expressão sugerida por
Skempton, em que:
Δu = B[Δσ3 + A (Δσ1 − Δσ3 )] (3.4)
Solo Solo
Figura 13. Exemplo de Casos que o Solo Apresenta Deformações Verticais e Horizontais
εx =
1
E
[
Δσ x − ν( Δσ y + Δσ z ) ]
1
[
ε y = Δσ y − ν( Δσ x + Δσ z )
E
]
1
[
ε z = Δσ z − ν( Δσ x + Δσ y )
E
]
sendo a deformação volumétrica a soma das deformações nas três direções:
ΔV
. ε vol = = εx + εy + εz
V
isto é,
ε vol =
1
E
[
( Δσ x + Δσ y + Δσ z ) − 2ν( Δσ x + Δσ y + Δσ z ) ]
(1 − 2ν )
ε vol =
E
[Δσ x + Δσ y + Δσ z ]
No caso do processo de adensamento unidimensional, as deformações no plano horizontal
(direções x e y) são iguais e nulas. Considerando a igualdade das deformações, verifica-se que os
acréscimos de tensão nas direções x e y são idênticos:
εx = εy ∴
1
E
[ 1
] [
Δσ x − ν( Δσ y + Δσ z ) = Δσ y − ν( Δσ x + Δσ z )
E
]
⇒ Δσ x − νΔσ y = Δσ y − νΔσ x
⇒ (1 + ν )Δσ x = (1 + ν )Δσ y ∴ Δσ x = Δσ y = Δσ
⇒ εx =
1
E
[ ]
Δσ x − ν (Δσ y + Δσ z ) = 0 ∴ Δσ − ν (Δσ + Δσ z ) = 0
1
[ ]
⇒ ε y = Δσ y − ν (Δσ x + Δσ z ) = 0 ∴ Δσ − ν (Δσ + Δσ z ) = 0
E
(1 − ν )
⇒ Δσ z = Δσ
ν
O acréscimo de poro-pressão imediatamente após a aplicação do carregamento, ocorre na
fase não-drenada, quando não houve nenhuma variação de volume do solo. Neste caso, o
Coeficiente de Poison é 0,5, conforme demonstrado abaixo:
ε vol = 0
⇒ ε vol =
1
[(2Δσ + Δσ z ) − 2ν(2Δσ + Δσ z )] = 0
E =
(1 − ν ) (1 − ν )
⇒ [2 + ]Δσ = 2ν[2 + ]Δσ
ν ν
⇒ 1 = 2ν ∴ ν = 0,5
Sendo assim, verifica-se que para a condição de adensamento unidimensional os acréscimos
de tensão total são iguais em todas as direções ( Δσ x = Δσ y = Δσ z = Δσ ) e iguais à carga
aplicada.
A magnitude da variação de poro-pressão, segundo a equação de Skempton, fica então
reduzida a:
Δu = B[Δσ 3 + A (Δσ1 − Δσ 3 )]∴ Δu = B( Δσ)
Como no caso de solos saturados B=1, tem-se que a variação da poro-pressão devido a um
carregamento infinito, uniformemente distribuído na superfície de um solo saturado (Δσ), é, no
instante inicial, idêntico à magnitude da carga aplicada.
Δu = Δσ
4. RECALQUES
tempo
Inicial ou Não-drenado
Primário ou de Adensamento
Secundário
For
For
Recalque For
Água
Inicial Escapando
NA
Válvula Recalque
Pistão Pistão
Aberta Adensamento
Pistão
(a) (b) ( c)
Ressalta-se, portanto, que, tanto para o recalque imediato ou não drenado quanto para
o recalque primário ou de adensamento, estes ocorrem devido a variações nas tensões
efetivas, fisicamente observada através da deformação da mola. No primeiro caso, a tensão
efetiva varia em função da existência de deformações laterais; já no segundo caso, os excessos
de poro-pressão são transferidos para tensão efetiva durante o processo de escape de água.
O recalque secundário ou consolidação secundária, também chamado de fluência,
representado na Figura 14 como as deformações observadas no solo após o final do processo de
adensamento, ocorre após as tensões efetivas terem se estabilizado. Isto é, ao contrário dos
recalques imediato e de adensamento, a consolidação secundária ocorre mesmo com
tensões efetivas constantes, pelo fato da relação entre o índice de vazios e tensão efetiva ser uma
função do tempo.
Segundo Ladd, as deformações durante a compressão secundária ocorrem pelo fato das
partículas de solo, ao final do adensamento primário, estarem posicionadas em um equilíbrio
instável. Assim sendo, estas continuam a se movimentar se restabelecer uma estrutura estável.
Num tempo infinito, a compressão secundária tende a zero.
Na maioria dos solos, a compressão secundária tem menor importância porque a sua
magnitude é inferior à dos outros tipos de recalque, sendo por esta razão desconsiderada na
maioria das análises. Em argilas muito plásticas e solos orgânicos o recalque secundário é
significativo e deve ser incorporado no projeto.
εx =
1
E
[
Δσ x − ν( Δσ y + Δσ z ) ]
(4.2)
εy =
1
E
[Δσ y − ν( Δσ x + Δσ z )]
(4.3)
εz =
1
E
[Δσ z − ν( Δσ y + Δσ x )]
(4.4)
onde E é o módulo de elasticidade ou módulo de Young , ν o coeficiente de poisson e Δσi
as variações nas tensões na direção i.
As soluções obtidas são então representadas por equações cujos termos são função da
magnitude do carregamento e dimensões da fundação.
No caso de carregamentos circulares o recalque imediato pode ser expresso por:
R
ρ = Δq I p ( ν, x )
E (4.5)
onde Δq é a tensão vertical aplicada na superfície, R o raio da área carregada, E o módulo
de Young e Ip(ν,x) um coeficiente de influência que depende do coeficiente de Poisson (ν) e da
distância horizontal ao eixo de simetria do carregamento (vide Figura 16). Desta forma esta
expressão permite calcular os recalques não somente sob a área carregada, mas também em
ρ = ΔHv ∴ ρ = Hs × Δe (4.9)
Δh Ho = Hvo + Hs
mas
Hvo Vv Hvo × Area Hv
água eo = = = ∴ Hvo = eo × Hs
Ho Vs Hs × Area Hs
então
sólidos Hs
Ho = eo × Hs + Hs = ( 1 + eo ) × Hs
e
Figura 17. Subdivisão de Fases
Hs = Ho /( 1 + eo ) (4.10)
i) Coeficiente de Compressibilidade
Δe Ho
av = − ρ= av Δσ′v
Δσ′v ⇒ ( 1 + eo ) (4.11)
ii) Coeficiente de Variação Volumétrica
Δε av
mv = − =
Δσ′v 1 + e0 ⇒ ρ = H o mv Δσ′v (4.12)
iii) Índice de Compressão
No caso dos parâmetros de compressibilidade estarem definidos em função dos índices de
compressão; isto é:
Δe
Cc ou Cr ou Cr = −
Δ log σv (4.13)
O cálculo dos recalques dependerá da faixa de tensões efetivas associadas ao projeto; isto
é, da história de tensões do depósito.
No caso de solos normalmente adensados (RPA ou OCR=1), a tensão efetiva de pré-
adensamento, por definição, é igual à tensão efetiva vertical de campo. Nestes casos, qualquer
acréscimo de tensão efetiva estaria associada a uma variação do índice de vazios prevista no
trecho de compressão virgem, conforme mostrado na Figura 18. Neste caso o recalque é
calculado a partir das seguintes expressões, dado que σ’vf=σ’vo+Δσ’v:
e Ho
σ’vm = σ’vo ρ= Cc Δ log σ′v
Cr ( 1 + eo ) (4.14)
σ’vf ou
Cc Ho
ρ= Cc [log σ′f − log σ′o ]
( 1 + eo ) (4.15)
Cs ou
log σ’v Ho σ′
ρ= Cc log f
( 1 + eo ) σ′o (4.16)
Figura 18. Solo Normalmente adensado
Ho ⎡ σ′vm σ′vf ⎤
ρ= ⎢Cr log ′ + Cc log ′ ⎥
(σ’vf <σ’vm ) ⇒ ( 1 + eo ) ⎣ σo σvm ⎦ (4.18)
Quando esta situação ocorre, a tensão efetiva de pré-adensamento, que representa a
máxima tensão efetiva que o elemento foi submetido na história do depóstito, passa a ser igual à
tensão efetiva final induzida pelo carregamento (σ’vf =σ’vm )
e e
σ’vm σ’vm
Exemplo 4.1
Sobre o perfil abaixo serão lançados 2 aterros de grandes dimensões em um intervalo de 6 meses.
O primeiro aterro terá 1m de altura e o segundo 2m de altura. Ambos serão construídos com solo local e
atingirão um peso específico após a compactação de 18,1 KN/m3. Estime o recalque de adensamento
primário considerando o coeficiente de compressibilidade médio na camada de argila de av = 1x10-4m2/KN.
argila
7m
eo=0,9
Solução
i) cálculo do acréscimo de tensão vertical, considerado aterro infinito
aterro 1: Δσv = 18,7 X 1 = 18,7 kN/m2
aterro 2: Δσv = 18,7 X 2 = 37,4 kN/m2
nesta expressão, o termo Ho/(1+eo) representa a altura de sólidos, sendo portanto constante para
ambos os carregamentos. Assim sendo:
Exemplo 4.2
Uma camada de argila de 1,5m de espessura está localizada entre 2 camadas de areia. No centro
da camada de argila, a tensão total vertical é de 200kPa e a poro pressão é 100kPa. O aumento de tensão
vertical causado pela construção de uma estrutura, no centro da camada de argila será de 100kPa. Assumi
solo saturado, Cr = 0,05, Cc = 0,3 e e = 0,9. Estimar o recalque primário da argila, considerando as situações
(i) solo normalmente adensado, (2) solo pré-adensado (OCR = 2), (3) solo pré-adensado (OCR = 1,5).
Solução:
Condições iniciais:
σvo = 200 kPa
uo = 100 kPa
σ’vo = 100kPa
Condições finais:
σvf = σvo +Δσv = 200 + 100 kPa
Uf = 100 kPa
σ’vf = 200 kPa
solo normalmente adensado
OCR = 1 ⇒ σ∋ = 100kPa
Ho σ′ 1,5 200
ρ= Cc log f = 0,3 log = 0,071m = 71mm
( 1 + eo ) σ′o ( 1 + 0,9 ) 100
(i) solo pré adensado
OCR = 2 ⇒ σ’vm = 200 kPa
Ho σ′ 1,5 200
ρ= Cr log f = 0,05 log = 0,012m = 12mm
( 1 + eo ) σ′o ( 1 + 0,9 ) 100
(iii) solo pré adensado
OCR = 1,5 ⇒ σ’vm =150 kPa
Ho ⎡ σ′vm σ′ ⎤ Ho ⎡ σ′f ⎤
ρ= ⎢Cr log + Cr log f ⎥ = ⎢Cr log(OCR ) + Cr log ′ ⎥
( 1 + eo ) ⎣ σ′vo σ′vm ⎦ ( 1 + eo ) ⎣ σvm ⎦
Exemplo 4.3
O elemento localizado no centro de uma camada de argila normalmente adensada encontra-se sob
tensão efetiva de 200kPa e apresenta um índice de vazios de 1,52. Quais recalques seriam esperados se a
camada sofresse um incremento de tensão de 150 kPa e em seguida sofresse um descarregamento de 200
kPa? Descreva a história de tensões após esta sequência de eventos. A camada tem 4m de espessura ,
está saturada e seus parâmetros de compressibilidade são: Cr = 0,08, Cc = 0,37.
Solução:
Condições iniciais
OCR = 1
σ∋ϖο = 200 kPa
eο = 1,52
i) Cálculo de recalques:
i.1) ao final do adensamento (fase de carregamento)
σ’vf = σ’vo + Δσv = 200 + 150 = 350 kPa
Ho σ′ 4 350
ρ= C c log f = 0,37 log = 0,143m = 14,3cm
(1 + eo ) σ ′o ( 1 + 1,52 ) 200
i.2)ao final do adensamento (fase de descarregamento)
σ’vo = 350 kPa
σvf = σvo - Δσv = 350 – 200 = 150 kPa
Ho σ ′v 4 150
ρ= cr log = 0,08 log = −0,047m
1 + eo σ ′vi 1 + 1,52 350
ii) História de tensões (vide figura)
condições iniciais ⇒ OCR = 1
e σ’vm =σ’vo
log σ’v
Δσ1
H1
H2 Δσ2
Ho
H3 Δσ3
H4 Δσ4
Utilizar esta teoria para situações em que as deformações laterais não são nulas pode
acarretar em erros de mais de 20% na estimativa dos recalques. (Budhu, 2000)
Exemplo 4.4
A seção vertical da fundação de uma estrutura está apresentada na figura abaixo. A fundação
possui 10m de largura e 20m de comprimento. O coeficiente de variação volumétrica médio na camada de
argila é mv = 5x10-5 m2/kN. Estime o recalque de adensamento primário causado pelo carregamento.
200kPa
1m
10m
10m
argila
pedregulho
Solução:
5
ρ = ∑ (H i mv Δσ vi ) = 2 × 5 × 10 −5 (198,4 + 190 ,2 + 175,2 + 156 ,2 + 137 ,2 ) =0 ,086m = 86mm
i =1
Exemplo 4.3
Estime o recalque secundário no caso do exemplo anterior, admitindo que o final do recalque
primário ocorrerá em um intervalo de tempo de 18 anos e que uma vida útil da estrutura é de 100 anos. O
índice de vazios da camada de argila é 1,1 e o coeficiente de compressão secundária é Cα = 8x10-4.
Solução:
Será admitido que o recalque secundário ocorrerá após o final de adensamento primário em um
período de 82 anos.
10 100
ρs = 8 x10 − 4 log = 0,003m = 3mm
( 1 + 1,1) 18
∂ 2h 1 ∂S ∂e
kz 2 = (e + S )
∂z 1 + e ∂t ∂t (5.1)
onde kz é a permeabilidade na direção vertical, h a carga total, e o índice de vazios, S o
grau de saturação e t o tempo.
No caso de solos saturados o grau saturação é constante e igual a 100%. Sendo assim,
(∂S ∂t ) = 0 , a equação reduz-se a:
∂ 2h 1 ∂e
kz 2 = ( )
∂z 1 + e ∂t (5.2)
Admitindo que compressibilidade do solo definida pelo coeficiente de compressibilidade
(ver Tabela 1); isto é pela relação entre a variação do índice de vazios e tensão efetiva; tem-se:
∂e
av = −
∂σ ′ (5.3)
Substituindo a Eq. (3.3) em Eq. (3.2) tem-se:
∂e ∂e ∂σ′ ∂σ′
= = −a v
∂t ∂σ′ ∂t ∂t
(5.4)
∂ 2h 1 ∂σ′
⇒ kz 2 = ( −a v )
∂z 1+ e ∂t
Por outro lado, a tensão efetiva é uma definição representada pela diferença entre a tensão
total (σ) e a poro-pressão (u = uo+Δu). Sendo assim,
∂σ, ∂σ ∂u0 ∂Δu
σ‘ = σ - u0 - Δu ⇒ = − − (5.5)
∂t ∂t ∂t ∂t
Substituindo a Eq.(3.5) em Eq. (3.4), tem-se
∂ 2h a ∂Δu ∂σ
kz = v { − } (5.6)
∂z 2
1 + e ∂t ∂t
k z. (1 + e ) ∂ 2 Δu ∂Δu ∂σ
⇒ = − (5.9)
a v .γ w ∂z 2 ∂t ∂t
k z .(1 + e)
denominando o termo de coeficiente de adensamento cv , isto é:
a v .γ w
k z .(1 + e)
cv = (5.10)
a v .γ w
chega-se à:
∂ 2 Δu ∂Δu ∂σ
cv. = − (5.11)
∂z 2 ∂t ∂t
conhecida como Equação de Adensamento de Terzaghi
∂ 2 Δu ∂Δu
cv. = (5.12)
∂z 2 ∂t
homogeneidade do solo; saturação total; compressão dos grãos sólidos e da água desprezíveis;
compressão e fluxo unidimensional; validade da lei de Darcy; compressibilidade constante e
carregamento Instantâneo.
A solução analítica pode ser obtida introduzindo-se duas variáveis adimensionais, a saber :
i) Fator de profundidade:
z
Z=
Hd (5.13)
onde z é distância do topo da camada compressível até o ponto considerado e Hd o
comprimento de drenagem, ou seja, o comprimento de maior trajetória vertical percorrida por uma
partícula de água até atingir a fronteira drenante.
ii) Fator tempo:
cv . t
T=
Hd 2 (5.14)
onde t é o tempo expresso em unidades compatíveis com o cv.
Substituindo as equações (5.13) e (5.14) na eq. (5.12) :
∂ 2 Δu 1 ∂ 2 Δu
2 = .
z = Hd . Z ⇒ ∂z Hd 2 ∂Z 2 4[3]
(5.15)
∂Δu 1 ∂Δu
= .
Hd 2 ∂t Hd 2 ∂T
t= .T
cv ⇒ cv ∴ (5.16)
Tem-se a equação. de adensamento em função dos fatores de profundidade e tempo:
∂ 2 Δu ∂Δu
=
∂Z 2 ∂T (5.17)
A= .( 2 m + 1)
m= 0 A , sendo: 2 (5.18)
cujo desenvolvimento matemático está apresentado no apêndice I.
A= .( 2 m + 1)
m =0 A , sendo: 2 (5.22)
Esta equação pode ser representada graficamente pelo ábaco da Figura 21. Nesta figura,
cada uma das curvas representa a solução da equação de adensamento, expressa em termos de
porcentagem de adensamento e fator de profundidade, para um determinado fator tempo.
Observa-se que teoricamente, a dissipação total dos excessos de poro-pressão ocorrerá em um
tempo infinito.
Estas curvas são denominadas isócronas e sua forma irá depender da distribuição do
excesso inicial de poro-pressão e das condições de drenagem.
1,8
0,05
1,6
1,4
0,1
1,2
0,15 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 Tv=0,8 Tv=∞
Z=z/Hd
0,8
0,6
0,4
0,2
Uz
Figura 21. Porcentagem de Adensamento x Fator de Profundidade x Fator Tempo
Inclinação
2H
Para situações em que uma das extremidades é impermeável, o fator de profundidade (Z)
varia entre 0 e 1, já que o comprimento de drenagem é igual à espessura da camada (Hd = Ho).
Nestes casos, utiliza-se a mesma solução apresentada graficamente na Figura 21, limitando-a à faixa
de variação do fator de profundidade de 0 a 1, conforme mostrado na Figura 22.
ΔH
i=
Δz (5.24)
Δ( uo + u( t )) Δu( t )
ΔH = Δ( he + hp ) = Δhp = =
γω γω (5.25)
Δz = ΔZ × Hd (5.26)
Δu( t )
i=
γ ωΔZH d (5.27)
Considerando que a variação da porcentagem média de adensamento pode ser escrita como:
⎛ Δu ( t ) ⎞ Δu ( t )
ΔU z = Δ⎜⎜1 − ⎟= ∴ Δu ( t ) = ΔU z × Δu 0
⎝ Δu0 ⎟⎠ Δu 0
(5.28)
Δu o ΔU z
i=
γ ωH d ΔZ (5.29)
Observa-se pela Figura 23, que para uma dada profundidade, por exemplo Z=1,6, as
tangentes às curvas vão tornando-se mais suaves para tempos maiores. Essa mudança se deve ao
fato que a velocidade em que a água é expulsa do solo (gradiente) vai reduzindo a medida que o
processo de adensamento vai ocorrendo. Da mesma forma, para um mesmo Fator Tempo, os
gradientes variam ao longo da camada; gradientes mais elevados ocorrem junto às faces drenantes.
No centro da camada o gradiente é nulo, consequentemente, não há fluxo na profundidade
correspondente à Z=1.
2,0
1,8
ΔUz ΔUz
1,6 ΔZ ΔZ
1,4
ΔUz
1,2 ΔZ
Z=z/Hd
0,8
0,6
0,4
0,2
Exemplo 5.1
Um depósito argiloso, saturado, com 6m de espessura e assente sobre uma camada impermeável
estará submetido ao efeito do lançamento de um aterro de grandes dimensões com 2,5 m de altura, com
peso específico igual a 20kN/m3. Pede-se a distribuição das poropressões imediatamente após a
construção, 3 meses após o lançamento do aterro e ao final do processo de recalque primário. Considerar
para a camada argilosa cv = 4x10-7 m2/s
Solução:
Hd = 6m (1 face drenante)
Δq = 2,5 x 20 = 50 kPa
Δuo = Δσv = Δq
(kPa) (kPa)
1 10 50 60
2 20 50 70
3 30 50 80
4 40 50 90
5 50 50 100
6 60 50 110
ii) após 3 meses
cv . t 4 x10 −7 x 3x 30 x86400
Tv = = ≅ 0,09
Hd 2 36
Δu = 0 ⇒ Δσ’v = Δq
⇒ a distribuição de poro pressão retorna a condição original, hidrostática, conforme mostra a figura
abaixo.
argila 6m
uo+Δuo
z uo uo+Δu(t)
impermeável
Uz
z Z= z/0,5Ho
Ho =2H d Solo
Argiloso T=cvt/[0,5Ho]2
Δ uo
Exemplo 5.2
Uma camada de argila de 8 m de espessura situa-se entre duas camadas de areia. A espessura da
camada superior é de 4 m. O NA encontra-se a 2 m de profundidade. A camada de areia subjacente está a
submetida a um artesianismo. Um peizometro instalado na base da camada indicou NA 6 m acima do nível
do terreno. Os pesos específicos da areia e da argila, respectivamente são: 20 kN/m3 e 19 kN/m3. O peso
específicos da areia acima do NA é 16 kN/m3. Considerar Cv = 4,5x10-8 m2/s.
Devido a um bombeamento o nível artesiano cai para 3m. Calcule a distribuição do excesso inicial
de poro pressão e a distribuição 6 meses após o rebaixamento.
6m
argila
8m
z u (hidrost.)
Solução:
A distribuição inicial de poro pressão está apresentada na figura acima
Antes do rebaixamento:
Para z = 0 ⇒ uo = 20 kPa
6m
2 m
15 kPa argila
8m ueo
2 m
22,5 kPa
2 m
30 kPa z u (hidrost.)
z Z U (%) (6 Ue (t = 0) Ue (t = 6 meses)
meses)*
2 0,5 75 7,5 30 x (1-0,75) = 7,5
4 1,0 50 15 30 x (1-0,50) = 15,0
6 1,5 34 22,5 30 x (1-0,34) = 19,8
valores em kPa
U = 1−
∫ 0
Δu( t )dZ
Z
∫ 0
Δu0 dZ
(5.24)
A porcentagem média de adensamento (U) pode ser interpretado como a relação entre as
áreas delimitadas pelas curvas de porcentagem de adensamento, para um determinado fator
tempo. A parte escura da Figura 28 representa a integral dos excessos de poro-pressão
existentes na camada em um determinado tempo e a parte clara a integral dos excessos já
dissipados.
1,8
1,6
1,4
1,2
Δuo-Δu(t)
Δu(t
Z=z/Hd
0,8
0,6
0,4
0,2
Assim sendo, para cada tempo estará associado uma porcentagem média de
adensamento que corresponde ao adensamento do solo devido à contribuição da dissipação dos
excessos de poro –pressão em todos os pontos da camada.
∞
2 − A 2T
U = 1− ∑ 2
.e A=
π
.( 2 m + 1)
m=0 A , sendo: 2 (5.25)
A solução da equação 3.17 pode ser representada graficamente pelo ábaco da Figura 29.
Nesta figura apresentam-se as soluções para determinação da porcentagem média de
adensamento em função do fator tempo para diferentes condições de carregamento e de
drenagem. Estas condições, apresentadas na Figura 30, mostram que em situações de o excesso
inicial de poro-pressão é constante com a profundidade, a determinação da porcentagem média é
feita a partir da curva (1), independentemente das condições de drenagem. No caso do excesso
inicial de poro-pressão varia com a profundidade, a curva (1) é valida somente para condição de
drenagem dupla. Para excessos iniciais de poro-pressão triangulares, as curvas (2) ou (3) são
válidas dependendo da posição da fronteira impermeável.
Tv=cvt/(Hd)2
2
π⎛ U ⎞
Tv = ⎜ ⎟ LLU < 60%
4 ⎝ 100 ⎠ (5.26)
Tv = 1,781− 0,933 log (100 − U )LLU ≥ 60% (5.27)
Mais uma vez observa-se que a equação não fornece solução para condição final do
adensamento primário (U=100%). Isto se deve ao fato de que teoricamente, esta condição só é
atingida em um tempo infinito. Na prática, a definição do tempo para dissipação completa dos
excessos de poro-pressão e, consequentemente, final do adensamento primário é feita
considerando-se porcentagens médias de adensamento menores que 100%. Quando, por
exemplo, utiliza-se porcentagens médias de adensamento iguais a 95%, assume-se que quando a
dissipação atinge este valor praticamente todo recalque já ocorreu. Nestes casos, o tempo real
correspondente ao final do adensamento é calculado como:
cv t 1,13H d2
T95% = ∴ t 95% =
H d2 cv (5.28)
Drenagem livre
Drenagem livre
Impermeável
Figura 30. Validade das Soluções para Diferentes Condições de Contorno e Diferentes
Distribuições de Excesso Inicial de Poro-Pressão
Exemplo 5.3
Considerando os dados do exemplo 3, qual o tempo necessário para que seja atingido 80% do
adensamento em toda camada de argila?
Solução:
4 x10 −7 . t ( s)
0,55 = ⇒ t ( s) = 49500000s ≅ 1,57anos
Tv(80%) = 0,55 ⇒ 36
Tempo
Recalque
Exemplo
Será construído um prédio comercial sobre o perfil abaixo. O índice de vazios da areia fina é 0,76 e
o teor de umidade na argila é igual 4,5%. A construção resultará em um aumento de tensão vertical no
centro da camada argilosa de 140 kPa. Desenhar a curva tempo x recalque primário da argila. Assumir solo
saturado acima do NA Cr = 0,5, Cc = 0,3, G = 2,7 e Cv = 2 m2/ano.
3m
10,4m
Areia fina
Argila
2m normalmente
adensada
Areia
Solução:
Ho
ρ= Δe
1 + eo
Ho σ′
ρ= Cc log vf
solo normalmente adensado ⇒ 1 + eo σ′vo
⎛G + e ⎞ ⎛ 2,7 + 0,76⎞
γsat = ⎜ ⎟γω = ⎜ ⎟ ×10 = 19,7kN / m3
areia ⇒ ⎝ 1+ e ⎠ ⎝ 1+ 0,76 ⎠
2,7 x 0,43
Gω = Se ∴ e = = 1,16
argila⇒ 1
⎛G + e ⎞ ⎛ 2,7 + 1,16 ⎞
γ sat = ⎜ ⎟γ ω = ⎜ ⎟ × 10 = 17,9kN / m 3
⎝ 1+ e ⎠ ⎝ 1 + 1,16 ⎠
ii) no centro da camada de argila
σvo = 19,7 x 10,4 + 17,9x1 = 222,78 kPa
u = (7,4 + 1) x 10 = 84 kPa
σ’vo = 138,78 kPa
iii) cálculo das tensões finais:
σ’vf = 138,78 + 140 = 278,78 kPa
2 278,78
ρ= 0,3 log = 0,084m = 84mm
1 + 1,16 138,78
Tempo (dias)
0 50 100 150 200 250 300
0
10
20
Recalque (mm)
30
40
50
60
70
80
90
6. ENSAIO DE ADENSAMENTO
Extensômetro
F
Pedras Porosas
Anel Confinante
Solo
Linha de Drenagem
Leitura do
extensômetro
p
Figura 34. Curva Índice de Vazios x Tensão Efetiva
Δh (1 + eo )
e f = ei − = ei − Δh
Hs Ho (6.1)
onde Δh é a variação de altura da amostra, Hs a altura de sólidos e Ho a espessura inicial
da amostra. Observa-se que o índice de vazios final é determinado em função da altura de sólidos
(Hs), que representa um valor constante, independente da deformação do solo. A altura de sólidos
pode ser determinada a partir do índice de vazios original e espessura inicial da camada,
conforme demonstração abaixo:
Demonstração
Δh Δh = ΔH v
H o = ( 1 + eo ) × H s ∴ H s = H o /( 1 + eo )
e1 Δe e − e1
av = − =− 2
Δe Δσ′v σ′v 2 − σ′v 1 (6.5)
e2
Δσ’v
σ’v
Δε ε − ε1
Δσ’v2 mv = − =− 2
Δσ′v σ′v 2 − σ′v 1 (6.6)
Δσ’v
Δσ’v1
Δε
ε1 ε2 ε=ΔH/Ho
Cr
e1 Δe e − e1
Cc Cc = − =− 2
′
Δ log σ v σ′
log v 2
e2 σ′v 1 (6.7)
Cs
logσ’v
logσ’v1 logσ’v2
σ’vm
horizontal
e α
Raio α bissetriz
mínimo
tangente
Trecho de
Trecho de compressão Trecho de
recompressão virgem compressão virgem
logσ’v
Figura 36.Determinação da Tensão Efetiva de Pré-adensamento
Após aplicada a correção inicial, o método propõe o traçado de uma segunda reta,
coincidindo com a primeira no tempo zero e tendo todas as abscissas 1,15 vezes maior que as
correspondentes à primeira reta. O ponto de interseção entre a segunda reta e a curva de ensaio
corresponde a um tempo associado a uma porcentagem de adensamento de 90% (t90).
(a)
(b)
Figura 38. Resultado Experimental/Teórico – Método de Casagrande
onde Hh é o comprimento de drenagem, o qual deve ser determinado a cada estágio, como
sendo metade do valor da espessura média no começo e no fim de cada incremento.
método proposto por Taylor ( t ) fornece valores da mais elevados do que o método de
carregamento
descarregamento
log σ’v
cv carregamento
descarregamento
log σ’v
5
Spannenberg, 2003
3.25
3.00
estágio 1
2.75
estágio 2
estágio 3
estágio 4
2.50
estágio 5
estágio 6
2.25 estágio 7
e
2.00
1.75
1.50
1.25
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
log t
3.25
estágio 1
estágio 2
3.00
estágio 3
estágio 4
estágio 5
2.75
estágio 6
estágio 7
2.50
2.25
e
2.00
1.75
1.50
1.25
0 100 200 300 400 500 600
raiz t
Δe Δe
Cc = − =−
Cα Δ log t tf
log
t p1
tp tf
(6.10)
log t
Adensamento Compressão
primário secundária
Solo Cα
Argila normalmente adensada 0,005 a 0,02
Solos orgânicos > 0,03
Argilas pré-adensadas < 0,001
1.70
σv = 320 kPa
1.65
1.60
índice de vazios (e)
1.55
1.50
1.45
1.40
1.35
1.30
1.25
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
log t (seg)
k z .(1 + e)
cv =
a v .γ w (6.11)
Desta forma, uma vez conhecidos os parâmetros de compressibilidade e coeficiente de
adensamento, é possível estimar indiretamente o valor do coeficiente de permeabilidade do solo,
utilizando-se as seguintes expressões.
av
k z = cv γ
(1 + eo ) w (6.12)
ou
k z = cv mvγ w (6.13)
CONSTANTE (CRS)
σv
ut=0
ub σ’v ub
ub≠0 σv
Transdutor de
pressão
Figura 44. Esquema do ensaio CRS
A aplicação do carregamento vertical pode ser feita pela mesma prensa utilizada em
ensaios triaxiais de deformação controlada. São medidos nestes ensaios, de modo contínuo, os
valores da tensão vertical total aplicada no topo (σv), a poropressão na base (ub) e a variação da
altura (Δh) do corpo de prova.
Este tipo de ensaio foi desenvolvido para contornar 2 limitações básicas do ensaio
convencional:
i) ampliar o numero de pontos que definem a curva e x log σv’ e, desta forma,
melhorar a definição da tensão de pré-adensamento σ′vm ;
1.0
0.9
0.8
e/e o
0.7
Índice de Vazios
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
6
Spannenberg, 2003
O ensaio foi idealizado por Hamilton e Crawford (1959)7, com objetivo de determinar o
valor de σ′vm com mais rapidez e precisão. A partir de resultados de ensaios com ε& v = 0,3%/H a
9%/H os autores observaram a influência da velocidade de deformação. Altas velocidades de
deformação geram altos valores de poro-pressão e, consequentemente, gradientes
hidráulicos muito superiores aos observados no campo.
Posteriormente, Crawford (1964)8 observou que esta influência é muito pequena desde
que a poropressão na base ub ≈ 5% a 8% Δσv
Wissa et al. (1971)9 realizaram um amplo programa de pesquisa em amostras
reconstituídas da argila de Boston. Os ensaios foram limitados a . ε& v = 0,6%/H a 2,9%/H e as
curvas e x log σv’ foram semelhantes às dos ensaios convencionais. Os autores sugeriram que ub /
σv =2 a 5%, de forma a garantir que os baixos gradientes mantenham a validade da hipótese de
coeficiente de variação volumétrica (mv) constante.
Ribeiro (1992), Carvalho et al. (1993) e Garcés (1995) fizeram uma revisão ampla sobre o
assunto e da formulação teórica proposta por Wissa et al. (1971) para o ensaio CRS. As hipóteses
básicas adotadas para este ensaio são: o solo é saturado, as partículas sólidas e o fluído são
incompressíveis, as deformações são infinitesimais, as deformações e o fluxo se dão em uma
única direção e cv não varia com o tempo.
A maior dificuldade associada à realização do ensaio CRS é a definição da velocidade
( ε& v ) adequada ao tipo de solo. A norma ASTM (1982), que fixa procedimentos para ensaios CRS,
indica valores de velocidade do ensaio em função do limite de liquidez do solo (Tabela 3). Esta
norma determina que o valor da razão de poropressão (ub/σv) deve estar entre 3% e 20%. Wissa
et al. (1971), por outro lado, sugerem que, se o valor de ub/σv for superior a 5%, a não
uniformidade no corpo de prova pode ser excessiva.
7
Hamilton, J J e Crawford, C B (1959) Improved Determination of Preconsolidation Pressure of a Sensitive Clay –
ASTM – STP 54 – Symposium on Time Rates of Loading in Soil Testing, American Society for Testing and Meterials
pp 254-271.
8
Crawford, C B (1964) Interpretation of Consolidadtion Test – Journal Soil Mechanics and Foundation Engineering ,
ASCE, vol 90, n. SMS, pp 93-108.
9
Vissa, E Z; Cristian, J T, Davis, E H e Heiberg, S (1971) – Consolidation at Constant Rate of Strain, Journal Soil
Mechanics and Foundation Engineering , ASCE, vol 97, n. SM10, pp 1393-1413.
Os limites recomendados para ensaios CRS por outros autores para diferentes tipos de
argila, estão resumidos na Tabela 4. Alguns autores se restringiram a avaliar apenas a velocidade
de deformação, outros a avaliar a razão de poropressão, outros ainda avaliaram os dois aspectos
conjuntamente.
Argila mole do Sarapuí - 10 a 60 75% < U < 95% Carvalho et al. (1993)
Wissa et al. (1971) propuseram a metodologia para interpretação do ensaio CRS. Esta
metodologia admite que a deformação é infinitesimal (Apêndice III). Os autores apresentam duas
soluções para o cálculo de cv, considerando o comportamento do solo como sendo linear e
10
Spannenberg (2003) tese mestrado PUC-Rio
H 2 ⎛ Δσ v ⎞
Equação linear ⇒ cv = ⎜ ⎟
2ub ⎝ Δt ⎠
⎛σ ⎞
H 2 log⎜⎜ v 2 ⎟⎟
Equação não-linear ⇒ cv = − ⎝ σ v1 ⎠
⎛ u ⎞
2Δt log⎜⎜1 − b ⎟⎟
⎝ σ v1 ⎠
onde: H = altura do corpo de prova; ub = poro-pressão na base; v = variação da tensão total;
t = intervalo de tempo; v1 = tensão total no início do intervalo t; v2 = tensão total no tempo
final do intervalo t.
11[
Spannenberg, 2003
Com as válvulas de drenagem abertas, a parte superior da célula contendo o corpo de prova
é instalada, evitando assim a formação de bolhas de ar. A célula de adensamento era então
posicionada na prensa para aplicação de carregamento uniaxial.
A aquisição de dados pode ser feita com 3 instrumentos eletrônicos acoplados ao sistema
do ensaio: um LSCDT (deslocamento vertical), uma célula da carga (força vertical) e um
transdutor de pressão (poropressão na base). Desta forma, é possível obter as leituras de maneira
automatizada.
Previamente à realização dos ensaios, os instrumentos de medição de deslocamento
(LSCDT), carga (célula de carga) e poropressão (transdutor) devem ser calibrados.
A principal dificuldade do emprego de ensaios CRS é a definição da velocidade adequada de
deformação. Esta velocidade deve ser tal que a geração de poropressão na base seja no máximo
igual a 40 % da tensão total, segundo as recomendações de Carvalho (1993). A velocidade de
deformação não deve ser superior a 3,8 x10-5 s-1, segundo Crawford (1964). Para tal, recomenda-se
que seja executado, inicialmente, um ensaio piloto que permita a estimativa da velocidade mais
adequada.
A velocidade de deformação nos ensaios CRS foi estudada a partir da variação da razão
de poropressão (ub / v) gerada nos corpos de prova. Na Figura 47 estão plotadas as curvas da
razão de poropressão em função da tensão efetiva. Como já esperado, os ensaios mais lentos
geram menores excessos de poropressão, garantindo maior uniformidade no interior do corpo de
prova.
80
70
CRS-01
60
50
ub /σv (%)
CRS-02
40
30
CRS-04
20
CRS-03
10 CRS-05
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tensão Efetiva (kPa)
Dentro dos limites de ub / v, sugeridos pelos vários autores Tabela 4, o ensaio CRS-05,
realizado com velocidade de deformação igual a 0,002 mm/min, enquadra-se melhor nos padrões
definidos como aceitáveis para a razão de poropressão, apresentando um valor de ub / v = 7%.
Nota-se que a razão ub / v no trecho inicial do ensaio varia consideravelmente, porque a
poropressão na base (ub) é muito pequena para valores de ’v abaixo da tensão de pré-
adensamento. Uma vez ultrapassada a tensão de pré-adensamento, tanto ub quanto ’v
experimentam um aumento acentuado, tornando a razão ub / v virtualmente constante. Este
comportamento também foi observado por Carvalho et al. (1993).
Os ensaios CRS-03 e CRS-04 foram realizados na mesma velocidade. Entretanto, o
resultado do ensaio CRS-04 foi obtido em amostra previamente amolgada. Os resultados mostram
para o ensaio com material amolgado uma maior geração de poropressão.
Ensaios SIC
Com o objetivo de comparar os resultados dos ensaios CRS com os ensaios SIC, foi feita
uma estimativa da velocidade de deformação para os ensaios convencionais de adensamento.
Esta estimativa foi feita para cada estágio do ensaio, ou seja, para os diferentes níveis de tensão
efetiva. Outra variável estudada foi a porcentagem de deformação atingida em um intervalo de
tempo. Desta forma, para cada estágio, foram obtidas duas velocidades distintas, v100 e vf. Cada
uma delas é representativa de um determinado intervalo de tempo: t100 (100% de adensamento
primário) e tempo total de duração do estágio (tempo de 24 horas).
A Tabela 6 resume os valores de velocidade e a Figura 48 mostra que esta sofre
variações menos acentuadas na região normalmente adensada ( ’vm > 35kPa).
0,0035
0,0030
Velocidade (mm/min)
0,0025
0,0020
0,0015
0,0010
t100
0,0005
tf 24hs
0,0000
0 40 80 120 160 200 240 280
Tensao Efetiva Média (kPa)
História de tensões
Na Figura 49, estão apresentadas as curvas do índice de vazios com a tensão efetiva para
os ensaios CRS, em conjunto com o ensaio de adensamento convencional SIC-01
1.1
1.0
0.9
Índice de Vazios e/e o
0.8
CRS-03
0.7
0.6 CRS-04
CRS-05
0.5 SIC-01
CRS-02
0.4
0.3 CRS-01
0.2
1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
OCR
0 5 10 15
0
Profundidade (m)
Rio-Polímeros I
4 Rio-Polímeros II
(Sayão, 1980)
(Garcés, 1995)
(Ortigão, 1980)
6
Índices de compressibilidade
A Figura 51 e Figura 52 mostram os valores de índice de recompressão (cr), índice de
compressão (cc) e índice de descompressão (cs) em função das velocidades de deformação.
0.35
0.30
0.25
Índices cr, cs
0.20
0.15
0.10
CRSs
0.05 CRS-04
SIC
0.00
0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10
Velocidade de deformação (mm/min)
3.0
Índice de Compressão (c c)
2.5
2.0
1.5
1.0
CRSs
0.5 CRS-04
SIC
0.0
0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10
Velocidade de deformação (mm/min)
Observa-se que os resultados de CRS sugerem uma tendência de apresentar valores mais
baixos de cc, cr e cs para maiores velocidades de deformação. O valor de cr resultante do ensaio
CRS-03 (com v = 0,007 mm/min) é inferior aos demais, face aos indícios de amolgamento da
amostra utilizada neste ensaio. Este indício mais uma vez se confirma pelo resultado similar ao do
ensaio CRS-04, este sim, amolgado. Os valores resultantes dos ensaios SIC tendem a ser
inferiores aos do CRS. Cabe lembrar que pode haver imprecisões na definição da velocidade de
deformação dos ensaios SIC, visto que foram adotados valores médios e conseqüentemente
considerada válida a hipótese de velocidade constante para todo estágio.
A Figura 53 e Figura 54 compara com dados experimentais de outros autores.
Cr, Cs
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
0
Rio-Polímeros I
R-P II - SIC
1 R-P II - CRS-01
Profundidade (m)
2 2 R-P II - CRS-02
3 R-P II - CRS-03
1 2 4 R-P II - CRS-04
4 5 R-P II - CRS-05
5 (Sayão, 1980)
3 4
(Garcés, 1995)
(Ortigão, 1980)
6
Cc
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
0
Rio-Polímeros I
R-P II - SIC
1 R-P II - CRS-01
Profundidade (m)
2 2 R-P II - CRS-02
3 R-P II - CRS-03
2
1 4 R-P II - CRS-04
4 5 R-P II - CRS-05
5
4 3 (Sayão, 1980)
(Garcés, 1995)
(Ortigão, 1980)
6
Wissa et al. (1971) apresenta duas soluções alternativas para o cálculo de cv em ensaios
CRS, considerando o solo com comportamento linear ou não-linear. Na Figura 55 estão
apresentadas as curvas obtidas no ensaio CRS-05, para as duas considerações. Pode-se
perceber que os resultados são bastante próximos, praticamente coincidentes na região
normalmente adensada. Assim sendo, os valores de cv apresentados no presente trabalho foram
calculados considerando comportamento linear.
10
( x 10 -2cm²/s)
Solução Não-Linear
1
C V
Coeficiente de Adensamento
Solução Linear
0.1
0.01
1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
CRS-01
( x 10 -2cm²/s)
CRS-02
1
V
CRS-05
Coeficiente de Adensamento C
SIC-01
0.1
CRS-03
CRS-04
0.01
0.001
1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
10
CRS-04
SIC
CRS
( x 10 -2cm²/s)
σ' = 30
SIC 30 kPa
σ' = 100
SIC 120 kPa σ' = 20 kPa
σ' = 300
SIC 240 kPa
1
V
Coeficiente de Adensamento C
σ' = 30 kPa
0.1
σ' = 120 kPa
bastante grande, ocorrendo valores de cv altos e até mesmo externos à faixa proposta. Já para
tensões superiores a ’vm, no trecho de compressão virgem, o valor de cv mantém-se
aproximadamente constante. Os resultados apresentados se enquadram dentro da faixa proposta.
45
40
35
30
CRS-05
25
CRS-04
20
15
SIC-01
CRS-02 CRS-01
10
CRS-03
5
0
1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
20
SIC
18
σ' =3030 kPa
SIC
Módulo de Compressibilidade M (x 10 2 kN/m²)
16
14
12
10
CRS
8
σ' = 20 kPa
6
σ' = 30 kPa
4
0
0.000 0.010 0.020 0.030 0.040 0.050 0.060 0.070 0.080 0.090
Velocidade de deformação (mm/min)
sugerindo que não depende da velocidade de deformação. Os ensaios SIC apresentam resultados
um pouco dispersos.
20
18
Módulo de Compressibilidade M (x 10 2 kN/m²)
16 CRS
12
4
SIC
σ' = 100 kPa
2 σ' = 100
SIC 120 kPa
σ' = 300
SIC 240 kPa
0
0.000 0.010 0.020 0.030 0.040 0.050 0.060 0.070 0.080 0.090
Velocidade de deformação (mm/min)
1000
CRS-02
cm/s)
CRS-01
CRS-05
100
-8
Coeficiente de Permeabilidade k ( x 10
CRS-03
SIC-01
10
CRS-04
0.1
1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
de ’vm = 300 kPa, a curva é aproximadamente horizontal, sugerindo que não depende da
velocidade de deformação.
Observa-se, também, que os resultados dos ensaios SIC concordam com os CRS para as
tensões no trecho virgem.
10000
CRS-04
SIC 30
σ' = 30
SIC 30 kPa
σ' = 100
SIC 120 kPa
σ' = 300
SIC 240 kPa
CRS
1000
σ' = 20 kPa
cm/s)
-8
Coeficiente de Permeabilidade k ( x 10
σ' = 30 kPa
100
0.1
0.000 0.010 0.020 0.030 0.040 0.050 0.060 0.070 0.080 0.090
Velocidade de deformação (mm/min)
7. CASOS PARTICULARES
período de construção
escavação
tempo
carga
tempo
tc
t1/ 2 t1
t( anos)
tc/ 2
Carregarregamento
Lento
Carregamento
Instantâneo
ρ
(mm)
Exemplo 4
Uma camada de argila de 8 m de espessura situa-se entre duas camadas de areia. A
espessura da camada superior de areia é de 4 m. O NA encontra-se a 2 m de profundidade. A camada de
areia subjacente está submetida a um artesianismo, sendo o NA correspondente associado a um NA 6 m
acima do nível do terreno. Os pesos específicos saturados da areia e da argila, respectivamente são: 20
kN/m3 e 19 kN/m3. O peso específico da areia acima do NA é 16kN/m3. Para a argila, mv = 9,4x10-4 m2/kN e
Cv = 4,5x10-8 m2/s. Devido a um bombeamento o nível artesiano cai para 3m em um período de 2 anos,
sendo este também o tempo de carregamento. Desenhe a curva recalque x tempo devido ao adensamento
da argila num período de 5 anos desde o início do bombeamento
a) carregamento instantâneo:
ρ = mv . Δσ’ . Ho = ,
2 m 5 kPa
7,5 kPa
2 m
1 1,2 5 kPa
1 5 kPa
2 m
1 8,75 kPa
2 2,5 kPa
2 m
2 6,2 5 kPa
3 0 kPa
T=
(4,5x10 ). t = 0,089. t (anos)
−8
42
Tempo (anos) T
U ρ (t ) = U . ρ t (m)
1 0,089 0,34 0,032
2 0,177 0,47 0,044
3 0,266 0,56 0,053
4 0,355 0,66 0,062
5 0,443 0,73 0,069
1 2 3 4 5
t( anos)
20
tc/ 2
40 tc/ 2
tc/ 2
60 tc/ 2 carreg.lento
carregamento instantâneo
80
ρ(mm)
Figura 66. Adensamento unidimensional de uma camada de solo mole sob o incremento
de tensão vertical total Δσ
12
Juliano Lima – Dissertação de mestrado – UERJ
13 MARTINS, I. S. M e ABREU, R. R. S. Uma Solução Aproximada para o Adensamento Unidimensional com Grandes Deformações e Submersão de Aterros. Revista Solos e
Rochas, Vol. 25 (1), pp. 3-14, 2002.
previstos pela teoria clássica, mantendo-se o valor de cv constante. Na teoria clássica não se
considera a diminuição da distância de drenagem que ocorre com a evolução do adensamento.
Assim, espera-se que os erros cometidos na previsão dos recalques com o tempo pelo uso da
teoria clássica sejam tão maiores quanto maiores forem as deformações (Martins e Abreu, 2002).
Em vista disso, Martins e Abreu (2002) propõem uma abordagem baseada na suposição
de que o recalque a tempo infinito seja expresso por εv.Ho.Por exemplo, a distância média
corrigida de drenagem correspondente à ocorrência de 5% de adensamento pode ser estimada
pela expressão:
0,05
H d 5 = H od − .ε v .H od
2
Onde: Hod = espessura inicial da camada.
Assim, o tempo necessário para a ocorrência de 5% de adensamento pode ser calculado
por:
T5 .(H od − 0,025.ε v .H od ) 2
t5 =
cv
Sendo: t5 o tempo aproximado para a ocorrência de 5% de adensamento e T5 o fator
14
Juliano Lima – Dissertação de mestrado – UERJ
8. ACELERAÇÃO DE RECALQUES
at erro at erro
Hd
Hd Hd
areia areia
malha quadrada
(a) em planta
A presença de drenos na camada impõe uma condição de fluxo bidimensional, a qual pode
ser solucionada a partir da equação de adensamento, escrita em coordenadas cilíndricas.
∂ 2 Δu ⎛ ∂ 2 Δu 1 ∂Δu ⎞ ∂Δu
cv + ch ⎜ + ⎟=
∂z 2 ⎝ ∂r 2 r ∂r ⎠ ∂t
(8.1)
onde cv e ch são os coeficientes de adensamento vertical e radial, respectivamente; r a
distância radial, z a profundidade e Δu(r,z,t) o excesso de poro-pressão. Considerando como
condições de contorno:
u = 0 ⇔ r = rd L t > 0
∂u
r = R ⇔ não há fluxo L( gradiente hidráulico = 0 ) ⇒ =0
∂r
a solução desta equação é apresentada em função da combinação das porcentagens de
adensamento radial e vertical:
(1 − U rv ) = (1 − U r )(1 − U )
onde, Urv é a porcentagem média de adensamento, considerando fluxos radial e vertical,
Ur a porcentagem média de adensamento devido ao fluxo radial e U a porcentagem média de
adensamento devido ao fluxo vertical.
Para determinação da porcentagem de adensamento vertical utilizam-se as equações e
ábacos fornecidos no capítulo que trata da Teoria de Adensamento unidimensional (capítulo 5).
Para a condição radial, as curvas apresentadas na Figura 69 fornecem as porcentagens médias
de adensamento radial em função do Fator Tempo (Tr) e de diferentes razões entre raio de
influência e raio do dreno (n=R/rd). De forma análoga ao Fator Tempo para fluxo vertical (Tv), o
Fator Tempo (Tr) para fluxo radial é definido como:
c v .t c h .t
U ⇔ Tv = 2 U r ⇔ Tr =
Fluxo vertical:
Hd ⇔ Fluxo radial: 4R 2
Figura 69. Porcentagem de Adensamento versus Fator Tempo para Fluxo Radial
A utilização da solução que combina adensamento vertical e radial requer uma definição
prévia da malha e espaçamento de drenos a ser adotado, já que a estimativa da porcentagem
média de adensamento radial (Ur) depende do raio de influência do dreno (R). Assim sendo,
projetos de drenos verticais são realizados de forma iterativa, seguindo os passos mostrados a
seguir:
estabelecer a porcentagem média de adensamento (Urv) a ser atingida em um
determinado tempo (t), considerando como pré-estabelecido o diâmetro de dreno (rd) a ser
adotado;
calcular a porcentagem de adensamento associada ao fluxo vertical (U);
calcular a porcentagem média de adensamento radial, necessária para atingir os requisitos
de projeto:
1 − U rv
U r = 1−
1− U
assumir valores para n = R/rd e calcular os respectivos valores do Fator Tempo radial (Tr);
com os valores calculados de Fator Tempo radial (Tr), determinar os respectivos raios de
influência (R) e razão n*=R/rd
comparar os valores de n (item iv) com os calculados (item v); o valor de projeto deverá ser
tal que n=n*.
Exemplo 5:
Um aterro será construído sobre uma camada de argila de 10 m de espessura sobrejacente a rocha
sã. A construção aumentará a tensão total vertical na camada em 6,5 tf/m2.
O projeto especifica a porcentagem média de adensamento igual a 0,85 após 6 meses de
carregamento.
Determine o espaçamento necessário entre drenos verticais de areia (2 rd = 400 mm) que permita
atender as condições de projeto. Considerar para a argila: Cv = 1,5 x 10-7 m2/s e Ch = 2,5x10-7 m2/s.
Solução:
U = 85% ↔ t = 6 meses
Hd = 10 m
Drenagem vertical:
Tv =
Hd2 = (102 ) = 0,0231 ⇒ Uv = 17 %
R ch.t R
n= Tr = R=
0,972 n∗ =
rd 2 Tr rd
4. R (ábaco)
5 0,20 2,21 11,05
10 0,33 1,72 8,60
15 0,42 1,52 7,61
n*
20
15
n=n*=9
10
5 10 15 20 n
1,8
S= = 3,2m
R = 0,2 x 9 = 1,8 m ⇒ rede quadrada ⇒ 0,564
8.2. SOBRECARGA
Uma das técnicas para aceleração dos recalques consiste na aplicação de uma
sobrecarga temporária. Com a sobrecarga, a magnitude dos recalques totais aumenta fazendo
que se atinja, em menor tempo, o valor previsto para o recalque total. A Figura 70 ilustra esta
técnica.
Quando se utiliza esta metodologia é necessário avaliar a capacidade de suporte da
fundação em termos do acréscimo de carga proveniente da sobrecarga.
carga
sobrecarga
carregamento
carregamento
carregamento +
sobrecarga
recalque
15
Formigheri, 2003
iii) determinação dos recalques S1, S2, S3....para os respectivos t1, t2, t3.....;
iv) construção do gráfico S1 x Si-1 a partir dos valores acima determinados (Figura 72);
v) ajuste de uma reta a partir dos pontos dos gráficos;
vi) determinação do coeficiente angular β1 (Figura 72);
vii) traçado de uma reta a 45° com (S1= Si-1) para obtenção do valor do recalque máximo,
através da interseção das retas para tempo infinito S∞ (Figura 72);
Figura 72 –Construção gráfica do método de Asaoka , modificado por Magnan e Deroy (1980)
−4 ln β1
cv =
2
.H d .
π 2
Δt
− f (n) ln β1
ch =
2
.d e .
8 Δt )
onde Hd = espessura da camada; Δt = intervelo de tempo; β1 = inclinação da reta de Asaoka; f(n) = ln
(n) – 0,75, onde n = razão entre o diâmetro de influência do dreno (de) e o diâmetro do dreno (dw).
O valor do diâmetro de influência do dreno é determinado a partir da distribuição dos
drenos, sendo para disposição quadrangular de = 1,13.s e para disposição triangular de = 1,05.s.
Para drenagem combinada, o valor de ch é dado por:
de
2
⎡ ln β1 π .cv ⎤
ch = .⎢− − 2⎥
8 ⎣ Δ t 4 .H d ⎦
sem
escala
16
Formigheri, Luis Eduardo, 2003
3,5
3,0
2,5
altura (m)
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo (dias)
100
200
Recalque (mm)
300
400
500
600
700
1000
Sj
800
600 β = 0,6807
400
200
β = 0,7330
0
0 200 400 600 800 1000
Sj-1
Figura 75 –Método de Asaoka PR – 07.
2000
1800 Faixa de valores de recalque total pela teoria de Terzaghi ( H=4 a 5m)
1600
1400
Recalque Asaoka
Recalque (mm)
1000
800
600
400
200
0
PR - 6 PR - 7 PR - 8 PR - 9 PR - 10 PR - 11 PR - 12 PR - 13 PR - 14
Placa de Recalque
Os elevados valores de recalque total previstos pela teoria de Terzaghi foram atribuídos
aos elevados valores de compressibilidade utilizados nesta estimativa, assim como pelas
hipóteses adotadas pelo método. Spannenberg (2003) comparou diversas campanha de
laboratório realizadas nas baixada Fluminense e observou uma dispersão significativa tanto nos
valores de cc quanto nos valores de cr.
Os valores dos coeficientes de adensamento, estimados pelo método de Asaoka, estão
apresentados na Figura 77.
sem escala
4.H d2 .α 1
cv =
π2
⎛ f ( n) ⎞
c h = ⎜ d e2 . ⎟.α 1
⎝ 8 ⎠
onde de = diâmetro de influência do dreno; f(n) = ln (n) – 0,75 (onde n = razão entre o diâmetro
de influência do dreno (de) e o diâmetro do dreno (dw)) e α1 = inclinação da reta em ln (u) x tempo.
kf
ko
Tensao Efetiva vertical (σ’v)
A AB = perfuração
C BC = cravação do amostrador
k=1 CD = extração do amostrador
P DE = equalização das poropressões
B EF = moldagem do corpo de prova
FG = aplicação da tensão confinante
D AP = amostragem perfeita
G
E
F
Tensao Efetiva horizontal (σ’h)
Δσ 1 = σ v f − σ v o = −σ v o = −(σ v′ o − u o )
Δσ 3 = σ h f − σ h o = −σ h o = −(σ h′ o − uo )
ou
′ + A[σ vo
u am = Δu + u o = −{σ ho ′ ]}
′ − σ ho
Com isso a tensão efetiva para amostragem perfeita seria isotrópica e igual a
′ + A[σ vo
′ = {σ ho
σ am ′ ]}
′ − σ ho
ou
′ = {k o + A[1 − k o ]}σ vo
σ am ′ KK para k o < 1
′ = {1 + A[k o − 1]}σ vo
σ am ′ KK para k o > 1
⎛ Δσ m′ ⎞ ⎛ Δσ m′ ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
Solo ko A ⎜ σ′ ⎟ ⎜ σ′ ⎟
⎝ m o ⎠ teorico ⎝ m o ⎠ exp
i) Amolgamento
⎛ Δσ m′ ⎞
Os maiores valores de variação de ⎜⎜ ⎟ foram atribuídos ao amolgamento nas paredes
⎟
⎝ σ ′
m o ⎠
do amostrador. A cravação do amostrador gera um acréscimo de poropressão, na região próxima
a parede, fazendo com que surja um gradiente dentro da amostra (Figura 80). Com uf positivo,
haverá uma redução na tensão efetiva ao final da amostragem. Esta geração de poropressão é
função da espessura da parede do tubo amostrador.
u1
uf
u2
x
(
Δvol= ve × t × 2πR 2 × ) 4R
4R
= 2,5 × ve × t e ×
V
R
ou
Δvol 2,5 × ve × t e
=
V R
mas, define-se compressibilidade (m) por
Δvol
m= V
Δσ ′
Com isso, a variação da tensão efetiva gerada pela evaporação pode ser escrita como:
2,5 × v e × t e
Δσ ′ =
m× R
Em argilas moles, com alta compressibilidade, esta variação é insignificante. Convém
observar que o tempo de evaporação afeta diretamente o valor da variação da tensão efetiva. Por
este motivo, recomenda-se proteger a amostra imediatamente após a extração para evitar perdas
por evaporação.
17
Lunne, T., Berre, T. e Strandvik, S. (1997) Sample sisturbance effects in soft low plastic Norwegian clay. Recent
Developments in Soil and pavement Mechanics, ed. Almeida . Balkema
Por muitos anos o NGI tem usado a deformação volumétrica εvo necessária para
atingir a tensão efetiva vertical de campo (σ´vo), calculada em ensaio de adensamento,
OCR Δe/eo
Excelente Boa Ruim Muito ruim
1-2 < 0,04 0,04 – 0,07 0,07 – 0,14 >0,14
2-4 < 0,03 0,03 – 0,05 0,05 – 0,10 > 0,10
Δe e
OBS: × o = ε vo
eo 1 + eo
18
Coutinho, Oliveira, J.T; Oliveira, A.T (2001) Caracteristicas Geotécnicas das Argilas Mole de Recife. Encontro de
Propriedades de Argilas Moles Brasileira, Marco, COPPE/UFRJ
Budhu, M. (2000) – Soil Mechanics and Foundation, John Wiley & Sons, Inc
Craig, R. F (1974) – Soil Mechanics, Van Nostrand Reinhold
Lambe, T.W. & Whitman, R.V. (1969) - Soil Mechanics,. John Wiley & Sons, Inc
Ortigão, J.A R. (1993) - Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos.
Vargas, M.(1977) – Introdução à Mecânica dos Solos, . MacGraw Hill
Pela técnica de separação de variáveis podemos definir o excesso de poro pressão por um
produto das funções F(Z) e Φ(T):
Δu = F ( Z ).Φ( T ) (II.1)
substituindo a eq. II.1 na equação de adensamento, tem-se:
∂ 2 F (Z ) ∂Φ ( T )
Φ (T ) = F (Z )
∂Z 2
∂T ⇒ Φ ( T ). F ′ ′ ( Z ) = F ( Z ). Φ ′ ( T ) ⇒
F ′ ′ ( Z ) Φ′ (T )
=
⇒ F (Z ) Φ (T ) (II.2)
Entretanto se
F ′ ′ (Z )
Z=cte e T= = cte
⇒ F (Z ) = -A2
variável
T=cte e Z= ⇒ = -A2
variável
Pode-se definir as funções F(Z) e Φ(T) como :
F´´(Z) = -A2. F(Z) ⇒ (II.3)
Φ´(T) = -A . Φ(T) ⇒
2
(II.4)
Multiplicando-se as duas funções, tem-se a equação genérica que calcula o excesso de
poro-pressão:
(II.5)
Para as condições de contorno, Δq
Wissa et al. (1971) propuseram a metodologia para interpretação do ensaio CRS. Esta
metodologia admite que a deformação é infinitesimal e está apresentada a seguir:
No caso de velocidade de deformação constante, define-se:
w( t ) / H
ε& =
t
onde ε& = velocidade de deformação; H = altura do corpo de prova; w(t) = deslocamento na
direção axial; t = tempo.
Escrevendo a equação de fluxo
∂ 2h 1 ∂S ∂e
kz = (e +S )
∂z 2
1 + e ∂t ∂t
Com relação ao lado esquerdo da equação h = he + hp , onde he é a carga de elevação e hp a
carga de pressão. Sendo assim,
u 0 + Δu
h=z+
γw
Derivando a carga total em função da posição, tem-se
∂ 2 h ∂ ⎛ ∂z ⎞ 1 ∂ ⎛ ∂u 0 ⎞ 1 ∂ ⎛ ∂Δu ⎞
= ⎜ ⎟+ ⎜ ⎟+ ⎜ ⎟
∂z 2 ∂z ⎝ ∂z ⎠ γ w ∂z ⎝ ∂z ⎠ γ w ∂z ⎝ ∂z ⎠
∂z ∂u 0
Considerando que =1 e = cte , tem-se que os dois primeiros termos da Eq. são nulos
∂z ∂z
. Substituindo, então a Eq. (5.8) na Eq. (5.6) chega-se a
k z ∂ ⎛ ∂Δu ⎞ 1 ⎛ ∂e ⎞
⎜ ⎟= ⎜ ⎟
γ w ∂z ⎝ ∂z ⎠ 1 + e ⎝ ∂t ⎠
mas
∂Δu ∂Δσ ∂Δσ'
= −
∂z ∂z ∂z
∂Δσ
Considerando = 0 tem-se
∂z
∂ ⎛ ∂σ′ ⎞ γ ω 1 ⎛ ∂e ⎞
⎜ ⎟= ⎜ ⎟
∂z ⎝ ∂z ⎠ k z 1 + e ⎝ ∂t ⎠
Admitindo que compressibilidade do solo definida pelo coeficiente de variação volumétrica
mv (ver Tabela 1); isto é :
∂n
mv =
∂σ'
e que
o coeficiente de variação volumétrica é dado por:
Δe 1 ⎛ ∂e ⎞ ⎛ ∂n ⎞ ∂n ∂n ∂σ′ ∂σ′
Δn = ⇒ ⎜ ⎟=⎜ ⎟ ⇒ = = mv
1+ e 1 + e ⎝ ∂t ⎠ ⎝ ∂t ⎠ ∂t ∂σ′ ∂t ∂t
Então
∂ ⎛ ∂Δσ′ ⎞ m v γ w ⎛ ∂σ′ ⎞
. ⎜ ⎟= ⎜ ⎟
∂z ⎝ ∂z ⎠ k z ⎝ ∂t ⎠
Dado que o coeficiente de adensamento cv , é dado por
k z .(1 + e) kz
cv = =
a v .γ w mv γ w
chega-se à:
∂ ⎛ ∂Δσ′ ⎞ ⎛ ∂σ′ ⎞ ∂ ⎛ ∂Δn ⎞ ⎛ ∂n ⎞
.c v ⎜ ⎟=⎜ ⎟ ou .c v ⎜ ⎟=⎜ ⎟
∂z ⎝ ∂z ⎠ ⎝ ∂t ⎠ ∂z ⎝ ∂z ⎠ ⎝ ∂t ⎠
Para deformações unidimensionais n = ε com isso
∂ ⎛ ∂Δε ⎞ ⎛ ∂ε ⎞
.c v ⎜ ⎟=⎜ ⎟
∂z ⎝ ∂z ⎠ ⎝ ∂t ⎠
Por definição
∂ω
ε=−
∂z
Fazendo
ω z c t
W= ; Z = ; .T = v2
H H Hd
a equação reduz-se a
⎛ ∂ 2 ΔW ⎞ ⎛ ∂W ⎞
..⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜ ⎟
⎝ ∂ Z ⎠ ⎝ ∂T ⎠
Wissa et al propuseram a expressão:
ε(X, T ) = ε& t[1 + F(X, T )]
onde
2 ∞ cos(inX ) −i2n2T
F(X, T ) =
1
( )
2 − 6X + X2 − 2 ∑ e
6T n T 1 i2
rH2 ⎛ Z2 ⎞
ε(X, T ) = ε& t +
Z
⎜⎜ 3 2 2 − 6 + 2 ⎟⎟
6c v ⎝ H H ⎠
Para um tempo qualquer t:
rH2
Z=0 ⇒ ε o (X, T ) = ε& t +
3c v
rH2
Z=H ⇒ ε H (X, T ) = ε& t −
6c v