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PSICOLOGIA ANALÍTICA

CARL GUSTAV JUNG


Histórico
---Nasce Carl Gustav Jung
em 26 de Julho de 1875
em Kesswill, região nordeste da Suiça.

---Filho mais velho de um pastor suiço.

---Antes de seu nascimento 2 irmãos


morreram ainda na primeira infância.
• ---Sua mãe era uma pessoa muito boa,
estudava filosofia, mas a noite mexia com
espiritismo, o que causava muito medo
em Jung.

• ---O pai apesar de pastor, quando estava


em casa era uma má pessoa, batia em sua
esposa.

• ---Jung se interessava muito por religião,


percebia no pai e na mãe uma dualidade.
Percebeu que dentro do ser-humano
existem todas as possibilidades. Percebeu
o conceito de opostos.
• ---Jung era voltado para o mundo das fantasias. Gostava de brincar com
pedras.

• --- Se interessou por 4 áreas – filosofia, arqueologia, história e ciências


naturais.

• ---Após fazer 1 ano de ciências naturais foi fazer medicina


(histologia=estudo das células e tecidos),estudava também anatomia.

• ---Dava palestras no clube zolfingia


(filosofia,parapsicologia)
• ---Foi para Munique em 1900 , ganhou
de um amigo um livro sobre psiquiatria,
nele tinha a frase de Kraft ebing, “para
diagnosticar algo o médico precisa ter
isso dentro dele” é uma fantasia..você só
reconhece algo no outro se tiver isso
dentro de você.

• ---Em Zurich se inscreveu para ser


assistente de psiquiatria num hospital
chamado burgholzli que era cuidado por
Eugen Bleuler, o hospital tinha como
base a Esquizofrenia, tratava a demencia
precoce.

• ---Jung não estava interessado em dar


diagnósticos, o junguiano não busca o
diagnóstico.
--- Olhava para os conteúdos de suas fantasias, o que o
sujeito vivencia em termo de imagens.

--- Criou o teste de associação de palavras em que


apareciam reações a determinadas palavras que
escapavam ao controle, o tempo de reação se estendia,
pessoa suava. Etc Essas reações eram chamadas de
reações fisiológicas.

--- Esse teste deu origem ao livro Estudos


experimentais...comprova a existência do inconsciente.

--- Em 1903 casou-se com Emma Rauschenbach.

--- Em 1907 visitou pela primeira vez Freud.

--- O relacionamento profissional de Jung e Freud


durou 6 anos.
--- Jung se tornou presidente da Associação
Psicanalítica.

--- Freud chamava Jung de “Filho mais


velho adotivo” de príncipe herdeiro e
sucessor.

--- Jung não aceita completamente a idéia


da teoria sexual de Freud, motivo que
levou os 2 a se separarem. Jung lançou
o livro Símbolos da Transformação.

--- Após se separar de Freud ficou 3 anos


inativo, apenas estudando a si-mesmo,
seu inconsciente, visões, sonhos.
--- Após esse retiro, voltou a ativa e
escreveu Tipos psicológicos. Viajou por
muitos lugares para estudar culturas
diversas. África, Egito, Novo México,
India, Ceilão.Etc

--- Estudou alquimia com Richard Wilhelm.

--- Em 1922 comprou um terreno na parte


extrema do lado de Zurique, na aldeia
Bollingen. Construiu uma casa para ele,
uma torre que servia de retiro particular
para ele.

--- Em 1955 morre sua esposa.


• Morre em 1961 aos 86 anos, em sua casa no lago.
Psiquê
• Para Jung, a Psique humana está dividida em:
• Consciente Pessoal
• Consciente Coletivo
• Inconsciente Pessoal
• Inconsciente Coletivo
• Self

• Lembrando que esses 5 itens são instâncias


psíquicas e não devem ser consideradas
estruturas. Essas instâncias não são fixas, mas
dinâmicas.
Consciente Pessoal
--É formado pelo Ego (eu).

--O ego é o centro do consciente pessoal.

--É o que eu acho que sei sobre mim mesmo.

--O ego é composto por: percepções conscientes, recordações,


pensamentos e sentimentos que são reconhecidos.

--O ego é altamente seletivo. Ele seleciona conteúdos que são assimilados.
Atenção seletiva.

--O ego está relacionado à vontade.

--Percepção geral do próprio corpo e da própria existência.


Consciente Coletivo

- Conteúdos formados pela


coletividade.

- É representado pela cultura,


pela moral, pelos valores, pela
linguagem, pelas normas e pelo
conhecimento.
Inconsciente Pessoal
É Formado por:

• 1)Percepções e impressões
subliminares com carga energética
insuficiente para atingir o consciente.

• 2) Idéias ainda fracas e


indiferenciadas.
• 3)Traços de acontecimentos ocorridos durante a vida e perdidos pela
memória consciente. História pessoal.

• 4)Recordações penosas de serem relembradas.

• 5)Grupo de representações carregado de forte potencial afetivo,


incompatíveis com a atitude consciente (complexos).
Complexos
É Composto por duas partes.

• 1-Parte externa composta por


conteúdos pessoais
reprimidos.

• 2-Núcleo arquetípico
(conteúdo mitológico, coletivo)
• Casca do Complexo->Superfície que se apresenta como o padrão de
reação, dependente de uma rede de associações em torno de uma
emoção central e adquirido individualmente por acontecimentos e
traumas de infância.

• Núcleo arquetípico-> Predisposição básica que determinará quais os tipos


de complexos que se desenvolverão. Padrão humano universal .
Inconsciente coletivo
• -Camada mais profunda do
Inconsciente.

• -Fundamentos da Psiquê comuns a


todos os homens.

• - Herança comum que transcende


todas as diferenças de cultura e de
atitudes conscientes.
É formado por:
Arquétipos

- São disposições latentes para reações


idênticas.

- Predisposições inconscientes.

- Formas SEM CONTEÚDO que


organizam e direcionam a psiquê
“ Existem tantos arquétipos quantas as situações típicas na vida.
Uma repetição infinita gravou estas experiências em nossa
constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas
de conteúdo, mas a princípio somente como formas sem
conteúdo que representavam apenas a possibilidade de um
certo tipo de percepção e de ação”
Carl G. Jung
Os principais arquétipos são:

-Persona
-Sombra
-Anima/ Animus
-Self
-Grande mãe
-Velho sábio
Persona

• Persona é a máscara que os antigos usavam


para representar no teatro.

• Este arquétipo está relacionado aos diversos


papéis sociais que desempenhamos na
sociedade.

• É a maneira da pessoa se apresentar em


sociedade.
- Desempenhamos diversos papéis na sociedade que
vivemos, pai, mãe, médico, professor, pastor, líder
da igreja etc.

- Devemos cuidar para que não haja identificação


com a persona, ou seja, para que a pessoa não viva
conforme o papel social, mas que identifique que
em tal lugar, trabalho, escola, casa etc apenas está
desempenhando um papel.
Sombra

• A sombra se refere a tudo que há de


sombrio, de escuro, de tenebroso
em nós.

• São conteúdos reprimidos,


qualidades consideradas menos
boas, menos desejáveis ou más.
• A sombra costuma ser projetada numa figura
do mesmo sexo que o indivíduo.

• Um dos momentos mais difíceis na análise é


quando o paciente se confronta com a sua
sombra. Quando ele reconhece nas pessoas
que não gosta características que são suas,
mas que não foram aproveitadas pelo ego e
caíram na sombra.

• O paciente deve estar preparado para fazer


essa confrontação com a sombra.
- A sombra é uma imagem do ego, visto
que os conteúdos pertencem a pessoa,
apenas não foram assimilados, o
conteúdo não desaparece, fica na
sombra.

- É muito importante, para a progressão da


análise, que o analista trabalhe com o
paciente os conteúdos da sombra. Para
Jung, esses conteúdos são importantes
para completar o repertório da pessoa.
Caso os conteúdos sejam reintegrados, a
consciência fica com um maior sentido de
totalidade e mais perto da individuação.
• -Os conteúdos da sombra estão em
evidente contraste com os ideais do
ego.

• -A sombra pode também ser


projetada de forma coletiva, como
nossos inimigos, ou personificações do
mal.

• -Algumas das representações


mitológicas da sombra são :O
Dêmonio, o arquiinimigo, o tentador,
o inimigo.

• -É aquilo que descobrimos estar


faltando em nós.
Anima/Animus

- Esses arquétipos têm a ver com os relacionamentos com pessoas de


sexo oposto.

- A anima representa o feminino que há dentro de cada homem.

- O animus representa o masculino que há dentro de cada mulher.


- Anima e animus representam idealizações
inconscientes. Ou seja, modelos de perfeição
ideais para cada pessoa.

- Projetamos anima e animus em pessoas que


gostamos, amigos, namorado, namorada
etc.

- Amor platônico é um exemplo de projeção


da anima e animus. Não conhecemos a
pessoa, apenas nos apaixonamos por um
ideal projetado.

- É o impulso para o envolvimento, a conexão


instintiva com outras pessoas.
- Representam também padrões de emoção.
Medos, ansiedades, amores, rancores,
razão etc.

- O contato e o relacionamento do bebê com


pai e mãe irão direcionar como será o
padrão de anima e animus do indivíduo.

- Devemos nos conscientizar de nossas


projeções e alcançar a realidade da outra
pessoa, e não ficarmos presos no mesmo
ciclo de identificações com a anima e
animus.

- Devemos nos conscientizar de nossas


idealizações.
- É fator essencial na análise a percepção do
paciente que suas reações emocionais frente
a outras pessoas, na verdade, não são
reações dele (ego), mas são reações pré-
dispostas e inconscientes determinadas por
uma “personalidade autônoma”, que é a
anima ou o animus.

- A conscientização de que nossas


expectativas em relação aos outros são
apenas idealizações inconscientes é
primordial para o bom desenvolvimento da
análise.
- A integração da anima e animus alivia a pressão de tensões afetivas,
depressões, estados de ânimo e crises, além de abrir caminho para o
relacionamento e de uma maior habilidade para ver a outra pessoa como
ela realmente é.
Self
- Este arquétipo tem a ver com a
totalidade.

- O Self é o centro regulador da


psiquê.

- Para Jung o aparelho psíquico é


auto-regulável e busca sempre o
equilíbrio.

- O Self é quem organiza a psiquê.


- O Self pode ser manifesto por símbolos
organizadores ex: religião, imagem de Deus,
cultos religiosos, batismo etc.. Todos esses
exemplos provocam modificações e uma
realização e organização da psiquê, logo, são
manifestações do Self.

- Só é possível o desenvolvimento do Self


através da transcendência. Da unificação dos
opostos, da conscientização de conteúdos
reprimidos. Quem organiza isso é o Self.

- O Self, além de instância organizadora da


psiquê, também é considerada um arquétipo
por ser uma tendência à organização. Ou
seja, se auto-regula.
Grande mãe
- Após um contato entre o ego feminino e o
animus, a mulher pode vir a pensar que
superou os problemas de projeção, e que
venceu os impulsos gerados pelo animus. Ela
passa então a vivenciar um novo arquétipo, o
da grande-mãe. Ela se identifica com esse
arquétipo e se sente a própria bondade e
compreensão em pessoa, além de ser a
detentora de todo o amor.
- O ambiente que a pessoa identificada
com esse arquétipo vive não a vê como
a pessoa se sente.

- A pessoa se percebe como influente,


cheia de algo oculto e fascinante.

- Ela se acha com uma força excepcional.

- O individuo passa a se endeusar.


• Enquanto o indivíduo pensar possuir a verdade
absoluta ele continuará identificado com o
arquétipo da grande-mãe. Tem de haver uma
conscientização de que esse
sentimento(espírito) de grandeza é algo
pertencente ao inconsciente coletivo, é um
problema atravessado por muitas pessoas,
geralmente líderes, e que haja um equilíbrio
entre o ego e o inconsciente. Quando há essa
consciência de equilíbrio, chega-se ao Self.
Consciente e inconsciente dialogando.
Velho Sábio
- É o equivalente ao arquétipo da grande mãe,
o homem, após “vencer” sua anima, se vê
como ser superior, como guia, possuidor da
máxima experiência.

- O perigo dessa identificação reside no


indivíduo se fechar para novas experiências,
pois afinal, ele já “conhece tudo”.
- O arquétipo do Velho sábio pode ser
representado em sonhos por
imagens de feiticeiros, padres,
mágicos. Etc
Imagens arquetípicas
- Enquanto o arquétipo é a forma sem
conteúdo, é a potencialidade, a
imagem arquetípica é o conteúdo
do arquétipo, é como a pessoa
direciona e enxerga uma potência.

- Cada pessoa reage e entende um


estímulo de uma forma diferente.

A deusa Artemisa corresponde ao


arquétipo da Mulher Selvagem
Mãe
Pai
- Em 1921, Jung publicou o livro Tipos
psicológicos, um dos mais importantes de
sua obra.

- Tipos psicológicos são as formas com que


as pessoas interagem com o mundo.

- São divididos em Atitudes e Funções.


ATITUDES = EXTROVERSÃO E INTROVERSÃO.

---NÃO TEM A VER COM TIMIDEZ OU EXCESSO DE ALEGRIA.


- Na atitude extrovertida, a energia psíquica é canalizada para as
representações do mundo exterior, objetivo.

- Na atitude introvertida, a energia flui para as estruturas e processos


subjetivos.

- O instrospectivo se interessa pela análise de seu mundo interior, interage


com o externo da forma que melhor for adequada para ele, não para o
mundo.

- O extrovertido se preocupa com as interações com as pessoas e as coisas.

- Se em uma pessoa predomina a atitude Extrovertida, essa atitude será


observada conscientemente, a introversão permanecerá inconsciente.
Assim como se nela predominar a Introversão, será Extrovertida
inconscientemente.
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS
FUNÇÕES RACIONAIS (É racional por ser função de discriminação lógica
(julgamento).
-PENSAMENTO = Associar idéias umas às outras para chegar a um
conceito geral ou à solução de um problema.

-SENTIMENTO = É uma função avaliadora; ele aceita ou rejeita uma idéia


tomando como base o sentimento agradável ou desagradável que tal
idéia suscita.

FUNÇÕES IRRACIONAIS (De percepção)


-SENSAÇÃO = Percepção sensorial que inclui todas as experiências
conscientes produzidas pela estimulação dos órgãos dos sentidos : visões,
ruídos, cheiros, paladares e contatos.

-INTUIÇÃO = Não exige nenhum julgamento, a pessoa não sabe de onde ela
vem, nem de onde se origina, conhecida também como sexto sentido ou
percepção extra-sensorial.
- “Esses quatro tipos funcionais correspondem aos recursos óbvios através
dos quais a consciência obtém sua orientação para a experiência.” Carl
Jung
- A sensação nos diz que uma coisa existe, o pensamento nos diz o que é
essa coisa, o sentimento nos informa se essa coisa é agradável ou não e a
intuição nos diz de onde ela vem e para onde vai.
- O principal teste para saber o tipo psicológico é o MBTI. Que também
analisa o tipo de vida que uma pessoa adota, se de julgamento ou
percepção.
- Modo de vida = Julgamento  - Preferência por ter uma vida organizada e
planejada.
- Percepção - Preferência por ter uma vida espontânea e flexível
- O que determina o padrão de atitudes e funções depende de fatores inatos
que se manifestam muito cedo na vida da criança. Esse padrão fica sujeito
a ser modificado pelas influências dos pais e de outros fatores sociais.

- Site não-oficial com teste de Tipos


Psicológicos: http://www.inspiira.org/
Expressões do Inconsciente
• O Inconsciente é atemporal.

• O Inconsciente não trabalha com a idéia de espaço.

• O inconsciente se manifestará sempre com o objetivo de trazer equilíbrio


à Psiquê.

• Auto-regulação psíquica se refere a tendência do inconsciente em


manifestar conteúdos não vivenciados na consciência, de forma que o
sujeito viva inconscientemente o que está reprimido, equilibrando e
regulando a psiquê.
• Formas de manifestação do Inconsciente

• Mandalas
• Sonhos
• Catarse
• Símbolos
• Mitologia
• Artes
• Sincronicidade
MANDALAS
• Jung descobriu que as mandalas
expressavam conteúdos interiores do ser
humano, e no seu estudo das manifestações
do inconsciente, seus analisados produziam
de forma espontânea desenhos de
mandalas, sem saber o que ela é ou o que
estavam fazendo, e ele dizia, que isso tende
a acontecer com pessoas que possuem um
progresso muito grande na sua individuação.
• “O Self é com freqüência figurado em
sonhos ou imagens de forma impessoal
- como um círculo, mandala, cristal ou
pedra - ou pessoal como um casal real,
uma criança divina, ou na forma de
outro símbolo de Divindade.”(Fadiman
e Frager, 2002, p. 56 na ed. Harbra)

• Mandala é uma palavra Sanscrita para


círculo de cura ou mundo inteiro. É
uma representação do universo e de
tudo que há nele. Khyil-khor é a
palavra Tibetana para mandala e
significa "centro do universo onde um
ser totalmente iluminado habita". Os
círculos sugerem totalidade,unidade, o
útero, completude e eternidade.
• A mandala pode ser utilizada de vários
modos: desenvolvimento
pessoal,desenvolvimento espiritual,
promover cura, harmonização de pessoas e
ambientes, rituais,
magia,dança,decoração,arte,arquitetura.

• Então, podemos dizer que a mandala serve


para ativar, energizar, irradiar, concentrar,
absorver, transformar, transmutar, curar e
espiritualizar as pessoas que trabalham com
elas, um ambiente que se quer fazer
especial ou até mesmo para algo que se
quer alcançar.
SONHOS
• Na análise Junguiana os sonhos do paciente são
analisados.

• Os sonhos tem duas funções principais:

• Função Compensatória: O sonho é auto-


regulador de uma atitude consciente unilateral
errônea ou antinatural.

• Função Prospectiva: O sonho é uma antecipação


inconsciente da realização consciente futura ,
como um plano rascunhado antecipadamente e
nunca como uma profecia infalível.
O sonho é uma manifestação criativa da psique (mente
inconsciente e consciente) e transcende os meros cinco sentidos.
Portanto, os sonhos podem, de forma simbólica e numa
linguagem própria, revelar questões de sua personalidade que
precisam ser trabalhadas.

Carl Jung não reduz os sonhos à satisfação de desejos reprimidos no


inconsciente pessoal, como o fez Freud. Ele os toma como mensageiros de
complexos. Segundo ele, anexo a nossa consciência imediata existe um
segundo sistema psíquico, de natureza coletiva, universal e impessoal, que
se revela idêntico em todos os indivíduos. Povoando esse inconsciente
coletivo há os arquétipos (imagens primordiais ou símbolos, impressos na
psique desde o começo dos tempos e, a partir de então transmitidos à
humanidade inteira).
A mãe, o pai, a criança, a anima, o animus, o herói, a sombra, com seus
temas associados, são exemplos de tais arquétipos, representados
mundialmente em mitos, histórias infantis e sonhos. As mensagens
arquetípicas nos sonhos conferem uma forma definida a determinado
conteúdo psíquico do inconsciente e quase sempre assumem imagens
simbólicas.
• Como expressão simbólica do processo vital, o sonho
tem implicações profundas e elevadas, para o físico e
para o espiritual, para o corpo e para a psique. Ele
pode ser um aliado valioso para a compreensão
dessas interligações. Pode nos fornecer o mapa para
a compreensão simbólica de sintomas
psicossomáticos e, por vezes, de sua resolução. Pode
constituir, assim, uma chave preciosa para nosso
autoconhecimento e bem-estar.

• "Dentro de cada um de nós há um outro que não


conhecemos. Ele fala conosco por meio dos sonhos."
(Carl Jung)
CATARSE
- Catarse significa “cura pela fala”. O
analista deixa o paciente falar e
expressar tudo que lhe vem a mente,
dessa forma o inconsciente se
manifesta.
(Atos falhos, chistes)
SÍMBOLOS
• Jung descobriu que o inconsciente se expressa através de
símbolos. Ele viu que existem símbolos no inconsciente
coletivo (dentro de nós), símbolos religiosos tais como o
símbolo do dharma budista, a cruz, a estrela de David
entre muitos outros.

• “Para Jung, cada pessoa que nasce, traz consigo como


que uma "herança ancestral" de toda a história da
humanidade codificada em símbolos”. Dra. Maria
Aparecida Diniz Bressani

• O ser humano vive, na verdade, simbolicamente, porém,


com seu racional desenvolvido (principalmente aqui no
ocidente), acabou se afastando do ser divino que há em
si (que se expressa por meio de símbolos) e é por isso que
ele, atualmente, não consegue compreender a linguagem
dos símbolos. 
• Os símbolos são necessários para nos reconectar com o sagrado, com o
inconsciente.
• O conceito junguiano de símbolo difere, portanto, do conceito de símbolo
da escola freudiana. As representações disfarçadas de conteúdos
reprimidos no inconsciente são símbolos para os freudianos e apenas
sinais para os junguianos. Freud afirma que a simbolização surge como
resultado do conflito entre a censura e as pulsões reprimidas, enquanto
Jung, em vez de ver na atividade formadora de símbolos o resultado de
conflitos, vê uma ação mediadora, uma tentativa de encontro entre
opostos movida pela tendência inconsciente à totalização. Outra
diferença consiste em que, na concepção freudiana, embora os símbolos
sejam numerosos, referem-se sempre a reduzido número de idéias
inconscientes que dizem respeito ao corpo do indivíduo, às personagens
da família, aos fenômenos do nascimento, da sexualidade e da morte. 0
símbolo, na concepção junguiana é uma linguagem universal
infinitamente rica, capaz de exprimir por meio de imagens muitas coisas
que transcendem das problemáticas específicas dos indivíduos.
MITOLOGIA
• Segundo Jung, os mitos são expressões
simbólicas de dramas internos, inconscientes,
que revelam a natureza da psique. Possuem um
estrato mais profundo, de caráter universal,
estruturado por conteúdos tais como os
motivos típicos da imaginação de todos os
homens. Jung dizia também que a arte é a
expressão mais pura que há para a
demonstração do inconsciente de cada um, é a
liberdade de expressão, a sensibilidade, a
criatividade, é a vida.
• Os mitos servem para nos guiar. Podemos nos inspirar nos mitos para seguir
nosso caminho.
• Muitas histórias mitológicas conservam-se na mente das pessoas, dando
uma certa perspectiva daquilo que acontecia em suas vidas.
• “Essas informações provenientes de tempos antigos têm a ver com os temas
que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e
formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos
problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos
limiares da nossa travessia pela vida...”
Joseph Campbell
• Aquilo que os seres humanos têm em comum revela-se no mito. Segundo
Campbell, eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da
busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as
potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de
conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato a experiência da
vida. Eles ensinam que nós podemos voltar-nos para dentro.
• Assim sendo os mitos têm como tema principal e fundamental que é a busca
da espiritualidade interior de cada um de nós.
• Mito do herói – Jornada do Herói
• Devemos descobrir qual é o mito que
rege nossas vidas para que tenhamos
uma direção, um objetivo de vida.
ARTES
• Segundo Jung, o inconsciente se manifesta através de
desenhos, pinturas, músicas e arte em geral.
• Nise da Silveira, analista Junguiana brasileira criou o museu
do inconsciente, que contém quadros de pacientes
psiquiátricos.
• http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br
Sincronicidade
-Sincronicidade (do grego syn, junto, e chronos, tempo) é um conceito
desenvolvido por Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por
relação causal e sim por relação de significado. A sincronicidade é também
referida por Jung de "coincidência significativa".

-É a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma


maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa
"coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão
subjacente.
- Jung fala de sincronicidade, relatando um
caso em que uma de suas pacientes, num
momento crítico de sua análise, relatou
um sonho em que recebia um
escaravelho de ouro de presente. No
momento do relato, Jung ouviu um ruído,
como se alguma coisa batesse de leve na
janela. Olhou e viu em besouro raro
naquela região, tentando entrar. Jung
relata que era a representação mais
próxima do escaravelho de ouro, que é
um símbolo clássico de renascimento.
• Processo de Análise e termos Junguianos

- Análise Junguiana busca a confrontação e o reconhecimento do impulso


como algo diferente do eu. Só assim é possível um desenvolvimento
psíquico.

Identidade= Ausência de diferenciação entre o sujeito e os impulsos. É


inconsciente. Nos leva a respostas automáticas.

Inflação=Sensação absoluta de segurança e poder.

Identificação= Imitação consciente ou inconsciente.


-A análise Junguiana busca uma transformação diretamente no núcleo
do complexo.

-São analisados além de conteúdos pessoais os conteúdos coletivos e


mitológicos que podem influenciar o sujeito.

-A força do complexo dependerá dos conteúdos pessoais envolvidos e


da capacidade do ego para assimilá-los.

-Complexos podem ser mais autônomos ou menos autônomos.


Projeção= Caminho através do qual o
complexo inconsciente tenta chegar ao nosso
consciente. É uma imagem interior evocada
por algum elemento EXTERNO.

- Sabemos quando estamos projetando quando


o tema envolvido nos desperta forte carga de
afeto.

- A projeção não nos deixa liberdade de


escolha.

- Pode haver projeção por pessoas e objetos.


Sublimação = Atitude e esforço consciente para desviar a
energia psíquica para outras áreas.
INDIVIDUAÇÃO
• A individuação, conforme descrita por Jung, é
um processo através do qual o ser humano
evolui de um estado infantil de identificação
para um estado de maior diferenciação, o que
implica uma ampliação da consciência. Através
desse processo, o indivíduo identifica-se menos
com as condutas e valores encorajados pelo
meio no qual se encontra e mais com as
orientações emanadas do Self, a totalidade.
• Jung entende que a conscientização dessa totalidade é a meta do
desenvolvimento da psique.

• Devemos buscar essa individuação, essa iluminação, esse auto-


conhecimento.
• Jung ressaltou que o processo de
individuação não entra em conflito com a
norma coletiva do meio no qual o indivíduo
se encontra, uma vez que esse processo, no
seu entendimento, tem como condição para
ocorrer que o ser humano tenha conseguido
adaptar-se e inserir-se com sucesso dentro
de seu ambiente, tornando-se um membro
ativo de sua comunidade. Jung afirmou que
poucos indivíduos alcançavam a meta da
individuação de forma mais ampla.
• Um dos passos
necessários para a
individuação é a
assimilação das quatro
funções (sensação,
pensamento, intuição e
sentimento)
Frases Jung
• “Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há
falta de amor. Um é a sombra do outro.”
• “Todos nós nascemos originais e morremos cópias.”
• "Aquilo a que você resiste, persiste.“
• “Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar
a um melhor conhecimento de nós mesmos.”
• “O sofrimento precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-
o.”
• “Só em nós mesmos podemos mudar alguma coisa;
nos outros é uma tarefa quase impossível.”
• “Conheças todas as teorias, domine todas as técnicas,
mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
• “Só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos”
• "O terapeuta deve ter em mente que o paciente está ali
para ser tratado e não para verificar uma teoria."
• "Não posso provar a você que Deus
existe, mas meu trabalho provou
empiricamente que o "padrão de
Deus" existe em cada homem, e que
esse padrão (pattern) é a maior
energia transformadora de que a vida
é capaz de dispor ao indivíduo.
Encontre esse padrão em você
mesmo e a vida será transformada."
(C.G. Jung)
Francisco Purcotes Júnior
purcotes@hotmail.com
99170350
Referências Bibliográficas
• Introdução à Psicologia Junguiana - Calvin S. Hall e Vernon J. Nordby
• Individuação Junguiana - Cacilda Cuba dos Santos
• A busca do símbolo - Edward C. Whitmont
• Jung -Tito R. de A. Cavalcanti
• http://an.locaweb.com.br/Webindependente/Buddhismo/jungeoespiritualismo.htm
• http://www.salves.com.br/mandala.htm
• http://www.mundodasmandalas.com/html/pagina_variedades_artigo_mandala1.html
• http://www.cursodesonhos.com/
• http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2003/g3/sonhos.html
• http://www.riototal.com.br/coojornal/guardiao-jung009.htm
• http://intra.vila.com.br/sites_2002a/urbana/bia/jung.htm
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Sincronicidade
• http://dulcineacassis.blogspot.com/2007/09/coincidncia-ou-sincronicidade.html

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