You are on page 1of 3

CONSIGNAÇÃO DE VEÍCULOS USADOS Page 1 of 3

CONSIGNAÇÃO MERCANTIL DE VEÍCULOS USADOS


Procedimentos Fiscais

Sumário:
1. Considerações
2. Conceito
3. Hipótese de Incidência do ICMS ou ISSQN
4. Operação de Consignação
4.1 - Recebimento em Consignação
4.2 - Venda do Veículo Recebido em Consignação
5. Devolução Efetiva
6. Base de Cálculo Reduzida
7. Alíquotas
8. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

1. Considerações

Nesta matéria serão abordados os procedimentos a serem adotados pelos estabelecimentos


revendedores de veículos usados, nas operações efetuadas com pessoa física ou jurídica não contribuinte
do ICMS, a título de Consignação Mercantil, com base no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº
5.141/01 – RICMS.

A propósito da matéria, o Setor Consultivo do Fisco, através da respostas às Consultas


Tributárias nº 49/1998, já se manifestou.

2. Conceito

Ocorre a consignação quando uma pessoa denominada consignante entrega a outra denominada
consignatária bens ou mercadorias, para que esta última os venda por conta própria e em seu próprio
nome, em certo prazo ou, não os vendendo, faça sua devolução sem receber qualquer vantagem.

Havendo a venda dos bens consignados, o estabelecimento consignatário fica obrigado a pagar o
preço contratado com o consignante, verificando-se, então, a sua alienação.

Portanto, na operação de consignação de veículos usados, são tratados como:

a) consignante: a pessoa, física ou jurídica, que entrega o veículo ao estabelecimento revendedor de


veículos, em consignação;

b) consignatário: o estabelecimento revendedor de veículos, que recebe-os, sem qualquer ônus, com o
propósito de vendê-los, em seu nome e por sua conta.

3. Hipótese de Incidência do ICMS ou ISSQN

Na hipótese de o estabelecimento ter como objeto social apenas a revenda de veículos usados,
em que as operações de recebimento de veículo, em consignação, de pessoa física ou jurídica não
contribuinte do ICMS, não estão apenas no campo de incidência do Imposto Sobre Serviços – de Qualquer
Natureza - ISSQN, de competência municipal, por se tratar de prestação de serviço de intermediação de
negócio, tendo em vista o contido no subitem 10.05 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº
116, de 31.07.2003.

“10.05 - Agenciamento, corretagem ou intermediação de bens móveis ou imóveis, não


abrangidos em outros itens ou subitens, inclusive aqueles realizados no âmbito de Bolsas
de Mercadorias e Futuros, por quaisquer meios.”

Intermediação é a atividade consistente em aproximar 2 (duas) ou mais pessoas que desejam


negociar mediante remuneração conhecida como corretagem ou comissão. O intermediário possui como
objeto de sua atividade a simples aproximação entre o proprietário do bem ou da mercadoria (vendedor) e
o potencial adquirente (comprador), mediante remuneração, sem participar efetivamente do ato
comercial. Ou seja, o intermediário não recebe fisicamente em seu estabelecimento o objeto negociável

http://www.fisconet.com.br/icms/icms_pr/materias/consignacao_mercantil.htm 09/11/2010
CONSIGNAÇÃO DE VEÍCULOS USADOS Page 2 of 3

(bem ou mercadoria).

Uma das hipóteses que gravam a incidência do ICMS, nos termos do artigo 2º do RICMS, é a
circulação da mercadoria, independente da natureza jurídica da operação que a constitua, seja ela venda,
doação, transferência, etc.

“Art. 2º - O imposto incide sobre:

I - Operações relativas à circulação de mercadorias (...)

§ 2º - A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação ou


prestação que a constitua.”

Portanto, o fato que define qual imposto incidirá sobre as operações realizadas pelas revendedoras
de veículos usados é o recebimento físico em seu estabelecimento do bem ou mercadoria objeto de
negociação. Caso isto ocorra, caracterizar-se-á uma operação de Consignação Mercantil, gravada pela
hipótese de incidência do ICMS. Caso haja somente a simples intermediação de negócio, sem o
recebimento físico do veículo em seu estabelecimento, haverá a incidência do ISSQN, devendo ser emitida
uma Nota Fiscal de Prestação de Serviço pelo valor recebido a título de comissão ou corretagem.

4. Operação de Consignação

Ao efetuar a circulação de mercadoria a título de Consignação Mercantil, o estabelecimento


revendedor de veículos usados, denominado consignatário, deverá observar os procedimentos fiscais
descritos a seguir.

4.1 - Recebimento

Na entrada de veículo usado, a título de Consignação Mercantil, recebido de pessoa física ou


jurídica não contribuinte do ICMS, o estabelecimento consignatário (revenda de veículos) deve emitir Nota
Fiscal de Entrada, modelo 1 ou 1-A, em nome do consignatário, pelo valor do veículo recebido, contendo,
em especial, as seguintes informações:

a) Natureza da Operação: “Entrada de Veículo em Consignação”;

b) CFOP: 1.917 ou 2.917 (operação interna ou interestadual, respectivamente);

c) sem destaque do ICMS.

4.2 - Venda do Veículo Recebido em Consignação

a) Nota Fiscal de devolução simbólica ao consignante, sem destaque do imposto, tendo como natureza da
operação “Devolução Simbólica de Veículo Recebido em Consignação”, CFOP 5.919 ou 6.919, com
menção, no campo “Dados Adicionais”, do número e da data da Nota Fiscal de recebimento em
consignação;

b) Nota Fiscal de Entrada, relativa à compra do veículo, sem destaque do imposto, pelo mesmo valor da
nota de recebimento, com a natureza da operação “Compra para Revenda”, CFOP 1.113 ou 2.113;

c) Nota Fiscal em nome do comprador do veículo, pelo valor total da operação, que é o correspondente ao
preço do veículo efetivamente vendido, cuja natureza de operação é “Venda de mercadoria recebida em
consignação”, CFOP 5.115 ou 6.115, com destaque do ICMS, se contribuinte enquadrado no regime

http://www.fisconet.com.br/icms/icms_pr/materias/consignacao_mercantil.htm 09/11/2010
CONSIGNAÇÃO DE VEÍCULOS USADOS Page 3 of 3

“normal” de apuração do ICMS, observada a redução na base de cálculo do imposto, que será comentada
no item 6 deste texto.

5. Devolução Efetiva

Na devolução efetiva de mercadoria remetida em Consignação Mercantil, caso não seja efetuada a
venda do veículo dentro do prazo pactuado, o consignatário deve emitir Nota Fiscal, contendo, além dos
demais requisitos exigidos, o seguinte:

a) Natureza da Operação: “Devolução de Mercadoria Recebida em Consignação”;

b) CFOP 5.918 ou 6.918;

c) a expressão “Devolução (parcial ou total, conforme o caso) de mercadoria em consignação - NF nº ....,


de ..../..../....” (referente à Nota Fiscal de recebimento em consignação, citada no subitem 4.1 deste
texto).

6. Base de Cálculo Reduzida

Nas saídas de veículos usados, efetuadas por contribuintes enquadrados no regime “normal” de
apuração, a base de cálculo do ICMS é reduzida para 5% (cinco por cento), conforme disposição contida
no item 02 da Tabela I do Anexo II do RICMS.

Este benefício fiscal não será aplicado quando as entradas e saídas das referidas mercadorias não
se realizarem mediante a emissão dos documentos fiscais próprios, ou deixarem de ser regularmente
escrituradas nos livros fiscais pertinentes.

As peças, partes, acessórios e equipamentos aplicados sobre o veículo usado pelo estabelecimento
consignatário não usufruem deste benefício fiscal, devendo ser emitida Nota Fiscal distinta para registrar
as suas saídas.

7. Alíquotas

Nas operações internas com veículos usados e, também, nas operações interestaduais destinadas
a não-contribuintes do ICMS, a alíquota do imposto é de 18% (dezoito por cento).

Enquanto que nas operações interestaduais a contribuintes situados nas regiões Sul e Sudeste,
exceto o Estado do Espírito Santo, a alíquota é de 12% (doze por cento).

Para os demais Estados, inclusive Espírito Santo, a alíquota é de 7% (sete por cento), quando o
adquirente for contribuinte.

8. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

Caso o estabelecimento consignatário esteja enquadrado no regime fiscal das Microempresas e


Empresas de Pequeno Porte paranaenses, a Nota Fiscal de venda não deve conter o destaque do ICMS,
mas sim a expressão “Documento emitido por empresa enquadrada no Regime Fiscal das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte - não gera direito a crédito de ICMS”.

O valor total da operação de venda do veículo recebido anteriormente em consignação deve ser
computado como receita bruta do estabelecimento para fins de enquadramento no regime fiscal e
recolhimento mensal do imposto, conforme artigos 407 e 411 do RICMS/PR.

xxxxxxxxxxxxxxx

http://www.fisconet.com.br/icms/icms_pr/materias/consignacao_mercantil.htm 09/11/2010

You might also like