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TEÓRICAS E PRÁTICAS (24/9/08) (Amélia Costa)

TESTE: dia 3 de Dezembro de 2008.

Os alunos terão que realizar, individualmente ou em grupo, um trabalho


escrito. Temas possíveis:
 Procriação médica assistida;
 Direito das crianças jovens em perigo;
 Poder paternal;
 Violência doméstica;
 Dever de fidelidade e internet;
 Comparação entre o regime de divórcio novo e antigo;
 Casamento católico;
 Casamento homossexual;
 Adopção pelos homossexuais.

Formalidades: o trabalho é escrito, sem número de páginas mínimo


obrigatório. O prazo para entrega depende da altura em que estiver a ser dada
a matéria.
Podemos sempre enviar um e-mail à professora para ela ver primeiro a
estrutura do nosso trabalho.
Há uma breve apresentação oral (15-20 min) sendo avaliada tanto a
parte escrita como a oral.
Pesquisar acórdãos para as aulas e trabalho.

Bibliografia:
 Direito da Família do professor/doutor Francisco Pereira Coelho e
Guilherme de Oliveira, Coimbra Editora;
 O livro do professor Diogo Leite de Campos também é bom.

E-mail da Doutora: amcosta@bportugal.pt (só dias úteis).

- Nas primeiras aulas práticas serão realizadas revisões sobre a matéria da


Cadeira de Introdução ao Estudo do Direito, Teoria Geral, Obrigações, pois o
casamento é um contrato, tal como a matéria dos Vícios da Vontade.

NOTA: as aulas começam sempre 15-20 minutos depois da hora marcada. As


aulas têm dois intervalos de 5 minutos.

(1/10/08)

Pessoa indigna: pessoa incapaz para herdar.

Direitos que advêm da celebração do casamento:


 Direito ao nome;
 Direito à nacionalidade.

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NOTAS:
 Ver a nova lei do divórcio na internet e as observações feitas pelo
Presidente da República;
 Ver acórdãos sobre divórcio.

Com a nova lei do divórcio não acabaram os deveres do casamento,


apenas não se avalia a culpa e que danos foram provocados e quem deve
indemnizar quem. O divórcio corre como se fosse por mútuo consentimento,
mas depois de se decretar o divórcio pode-se pedir, numa acção autónoma, a
averiguar a responsabilidade civil e as indemnizações.
Já não se resolve tudo numa acção.
Primeiro trata-se do divórcio e depois de este ser decretado, formula-se
nova acção de forma a apurar a indemnização e quem fica com o quê.
Hoje em dia, pode-se manter o casamento e abrir uma acção a pedir uma
indemnização pelo direito à integridade física ou pela violação do direito de
respeito (quando uma mulher sofre de violência doméstica ou o marido é infiel
e a mulher quer continuar casada com o marido).
Vai acontecer as pessoas divorciarem-se e depois levarem anos a obter a
guarda dos filhos.

NOTA: fazer pesquisa do divórcio litigioso, ler os acórdãos (site do “STJ” –


“divórcio litigioso”.

Fontes das relações jurídicas familiares (art.º 1576º do C.C.):


 Casamento (art.º 1577º do C.C.);
 Parentesco (art.º 1580º, 1578º do C.C.);
 Afinidade (art.º 1584º do C.C.) (só existe quando há casamento);
 Adopção (art.º 1586º do C.C.).

- Os laços de afinidade não cessam com o terminar do casamento, não existem


“ex-sogros”.

Casamento (art.º 1587º e 1577º do C.C.):


 Católico;
 Civil.

Casamento: é um contrato, celebrado entre duas pessoas de sexo diferente,


que pretendem constituir família (procriar), mediante uma plena comunhão de
vida (deveres conjugais) (art.º 1672º do C.C.).

Deveres do cônjuge (art.º 1672º do C.C.):


 Respeito;
 Fidelidade;
 Coabitação;
 Cooperação;
 Assistência.

NOTA: trazer Constituição na próxima aula.

2
Alterações nova lei do divórcio:
 Fim do divórcio litigioso, “quem tem a culpa”;
 Basta um querer o divórcio para este existir;
 No momento da partilha só poderá pedir compensação quem tiver
abdicado de proveitos profissionais por causa do casamento;
 Pensão de alimentos é de tempo ilimitado.

No que diz respeito ao segundo ponto “basta um querer o divórcio para este
existir”:
O divórcio sem consentimento dos dois cônjuges terá que ser assente em
causas objectivas como a separação de facto por 1 ano consecutivo; a
alteração das faculdades mentais que dure há mais de 1 ano; a ausência, pelo
mesmo prazo, e por qualquer outro facto que mostre a ruptura definitiva do
casamento. Nesta última categoria inclui-se a violência doméstica.

A nova lei prevê que o cônjuge que contribui mais do que era devido para
os encargos da vida familiar adquira um crédito de compensação que deve ser
respeitado no momento da partilha.
Isto suscitou inúmeras dúvidas por parte de algumas posições partidárias –
supostamente a lei vem proteger mais as mulheres, pois continuam a ser elas
que mais investem no dever de cooperação, pois são elas que mais trabalham
em casa.
Enquanto um contribui financeiramente o outro também contribui para a
vida comum. Ambos valem créditos e os dois serão tidos em conta.

(8/10/08)

NOTA: ver no livro os princípios constitucionais (pág. 111 e segs. do livro).

- Iremos analisar os seguintes artigos da Constituição: art.º 36º, 67º, 68º e 69º
da C.R.P..

Art.º 36º da C.R.P. (família, casamento e filiação):


 N.º 1 ---» retiram-se dois princípios: princípio de que todos têm o direito
de constituir família (1ª parte); e de que todos têm o direito de contrair
casamento em condições de plena igualdade (2ª parte).

Famílias monoparentais: por exemplo: a mãe com os filhos ou o pai com os


filhos. Não deixa de ser família por ser monoparental.

 N.º 2 ---» qualquer que seja a forma de casamento escolhida pelos


nubentes (católico ou civil), os efeitos que ficam/importam são os da lei
civil (efeitos civis).

 N.º 3 ---» princípio da igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges


(1ª parte); e princípio da igualdade quanto à manutenção e educação
dos filhos (2ª parte).

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 N.º 4 ---» princípio da não discriminação entre filhos nascidos dentro e
fora do casamento.

- Antigamente, os filhos ilegítimos (nascidos fora do casamento) não poderiam


ocupar cargos públicos. Assim, só os filhos legítimos (nascidos dentro do
casamento) os poderiam ocupar.

 N.º 5 ---» princípio da igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges


de educação e manutenção dos filhos.

 N.º 6 ---» princípio da não separação de pais e filhos.

 N.º 7 ---» a adopção é regulada e protegida pela lei.

Art.º 67º da C.R.P. (família):


 N.º 1 ---» a família deve ter a protecção da sociedade.
 N.º 2 ---» norma que não é taxativa.

Art.º 68º da C.R.P. (paternidade e maternidade):


 N.º 1, n.º 2, n.º 3 e n.º 4.

Art.º 69º da C.R.P. (infância):


 N.º 1 ---» o Estado pode intervir quando há abuso do poder paternal.
 N.º 2 e 3.

(15/10/08)

Como já vimos, o casamento é um contrato.


Surge então uma questão: como é formado um contrato? Um contrato é
formado por duas declarações de vontade (declarações negociais).
Por exemplo: se eu disser que quero vender o meu carro, é uma
declaração negocial, mas não é uma proposta de compra e venda (falta-lhe um
requisito: o preço ---» a forma que cada contrato exige.
Esta tem que ser uma declaração de vontade séria, conter os elementos
essenciais do contrato que se quer celebrar e revestir a forma do contrato que
se quer celebrar (estes são os três requisitos necessários para uma
declaração de vontade passar a proposta de compra e venda). Este requisito
de forma encontra-se previsto no art.º 219º do C.C..
Para haver contrato, tem que haver aceitação por parte da outra pessoa.
Assim, um dos requisitos da aceitação é haver um “sim” incondicional.
No caso do contrato que é o casamento, tem que haver uma proposta e
uma aceitação.
O casamento não reveste a forma do art.º 219º do C.C. (liberdade de
forma).
Declarações recipiendas ou recepticias são declarações que se tornam
eficazes logo que chegam ao poder do destinatário (art.º 224º do C.C.). Assim,
para as declarações negociais vigora a teoria da recepção.

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De realçar que o princípio da liberdade contratual vem regulado no art.º
405º do C.C. ---» art.º 219º do C.C..
Existe um decreto-lei que regula as cláusulas contratuais gerais, onde se
pode incluir o contrato de adesão.
No contrato de casamento não há normas supletivas, todas elas são
imperativas, vêm previstas na lei. Assim, existem deveres para ambos os
cônjuges (dever de fidelidade, de coabitação, de respeito, etc.) e todos eles
têm de ser respeitados, não podem os cônjuges prescindir deles.

NOTA: as causas de anulabilidade do casamento vêm reguladas nos artigos


1631º e segs. do C.C..
Assim, a falta e vícios da vontade, no casamento, é diferente do regime
geral (art.º 240º a 257º do C.C.), visto ter um regime especial (art.º 1634º a
1638º do C.C.).

Caracteres do direito da família (pág. 143 e segs. do livro):

Os direitos familiares não são direitos subjectivos, mas sim direitos


funcionais que estão muito associados à dicotomia poder/dever. Exemplo:
poder paternal ---» nós, relativamente aos filhos até aos 18 anos, temos o
poder paternal. No entanto, este poder é muito diferente de antigamente.
Assim, diz-se que os filhos têm direitos perante os pais e estes têm
deveres perante os filhos. Desta forma, o critério utilizado é o critério do
interesse da criança.
Os filhos têm o direito subjectivo à educação, à saúde, à alimentação,
etc.. No entanto, já não têm o direito subjectivo a terem roupas de marca.
Posto isto, uma parte da doutrina entende que as decisões familiares
visam a coesão da família. Outros defendem que o que está em causa é o
bem-estar da família. Outros, ainda, defendem que o exercício dos direitos
familiares visa a felicidade da família, enquanto cada um dos seus membros
individualmente considerados.
Actualmente, a figura do “chefe de família” desapareceu, já não existe,
pelo menos no sentido que tinha antigamente. Assim, quem hoje defende que
ainda existe, já não é tido como um “monarca, ditador”, mas sim como uma
pessoa mais respeitada.
Por outro lado, a segunda característica do exercício do direito familiar é
o direito familiar ser fragilizado pela garantia. Por exemplo: se o menor de 18
anos quiser estudar e os pais não o deixarem, o menor pode dirigir-se ao
Ministério Público (que é o representante do menor junto do tribunal) e colocar
o problema. Desta forma, o Ministério Público transmite esta situação ao juiz e
este chama os pais e impõe-lhes que os pais cumpram a vontade do filho.
Caso os pais continuem sem permitir que o filho estude, o juiz pode retirar aos
pais o poder paternal.
Uma outra característica do direito da família é o seu carácter duradouro
(dos estados de família ---» exemplo: estar casado, ser filho, ser pai, etc.).
O estado de ser pai/filho só cessa com a morte e é irrenunciável.

NOTA: duas perguntas para reflectir: em que momento começa a vida? O que
é o embrião?

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Os direitos familiares são pessoais e relativos. Um exemplo desta
relatividade tem a ver com os impedimentos (incapacidade para casar, por
exemplo: se for menor de 16 anos).
Assim, há impedimentos relativos (por exemplo: a mãe não pode casar
com o filho) e absolutos (por exemplo: o menor de 16 anos não pode casar…
nem com a namorada nem com ninguém, é absoluto!) ao casamento (art.º
1601º e 1602º do C.C.).
Por fim, uma última característica do direito privado tem a ver com a
tipicidade dos direitos fundamentais, isto é, as pessoas podem celebrar
contratos não previstos no código civil, como podem, também, celebrar
contratos mistos.
No direito da família, não podemos celebrar contratos sem estarem
previstos na lei, nem podemos estipular condições contrárias à lei ---»
princípio da tipicidade dos direitos familiares.

Concordata: acordo entre o Estado Português e o Estado do Vaticano, em


1940, sendo revisto em 1975.
Antes da revisão de 1975, não era aceite o divórcio no casamento
católico. Após essa revisão, o divórcio no casamento católico foi aceite.
A partir da revisão da concordata, o casamento deixou de ser
indissolúvel.
De realçar que, o casamento civil só produz efeitos civis, mas o
casamento católico produz efeitos católicos e civis, visto que o padre
(sacerdote) envia para a conservatória do registo civil os documentos
assinados pelos cônjuges, para o casamento ficar registado. Porém, o padre
(sacerdote) necessita de ter os papéis da conservatória antes do casamento,
de forma a verificar que não existem impedimentos ao casamento.
Para nós só nos interessa, para o nosso estudo, o casamento civil.
Curiosamente, dá-se o nome de “casamento rato” ao casamento
celebrado catolicamente, mas que não chegou a ser consumado.
Outra curiosidade é o nome “banhos” que se refere ao papel afixado na
vitrina da igreja ou da conservatória, que anuncia a data do casamento e o
nome dos noivos, de forma a que, se houverem pessoas que saibam de algum
impedimento sobre esse casamento, o comuniquem antes de o mesmo se
realizar.
O casamento é um negócio jurídico bilateral, em que há declarações de
vontade convergentes, não estando sujeito ao princípio da autonomia privada
(art.º 405º do C.C.).
Os efeitos do casamento, que é um contrato típico e nominado, estão
taxativamente previstos na lei e podem ser efeitos de natureza pessoal e
patrimonial. No tocante à natureza patrimonial, tem a ver com os regimes de
bens, que são três: regime da separação judicial de bens, regime de bens
adquiridos, regime da comunhão geral de bens.
Para as pessoas que queiram casar, mas que têm filhos menores ou têm
mais de 65 anos, o regime tem que ser o da separação judicial de bens.
Se nada dissermos no momento do casamento, o regime é o da
comunhão de adquiridos. Se quisermos outro regime, temos que preencher
uma declaração pré-nupcial. Porém, podemos, já depois de estarmos casados,
modificar o regime de bens. Neste caso, caso mudemos para o regime da

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separação de bens, temos que fazer a partilha/dividir os bens que tínhamos no
antigo regime.
O casamento só é possível entre pessoas do mesmo sexo (art.º 1628º
do C.C.) e é um contrato pessoal num duplo sentido: produz efeitos pessoais;
tem, em regra, que ser celebrado pessoalmente.
É realizado por duas pessoas e só duas. Não é aceite a poliandria (uma
mulher e vários homens) nem a poligamia (um homem e várias mulheres). É
um negócio jurídico solene, sendo que esta de consubstancia na cerimónia (ver
pág. 208 do livro).
Actualmente, com o implemento do divórcio, diz-se que o casamento é
tendencialmente perpétuo, se bem que para a igreja católica o casamento é
visto como sendo perpétuo (para sempre).

(22/10/08)

O casamento
(pág. 247 e segs. do livro)

O casamento pode ser encarado de duas formas: como o estar casado;


ou como um acto, como um negócio jurídico (bilateral, ou seja, é um contrato).

O casamento como contrato ---» não há liberdade de forma; é bilateral,


ou seja, existem duas declarações de vontade; tem de haver uma declaração
de consentimento, livre, esclarecida (de forma a que a pessoa não esteja em
erro), é uma declaração formal e solene (consiste na própria celebração do
casamento).

No entanto, nem todos podem casar. Para casar, ambas as pessoas têm
que ter capacidade para tal. Desta forma, existem normas que impedem o
casamento (art.º 1600º e segs. do C.C.).
Assim, o art.º 1600º do C.C. dá-nos uma definição de impedimentos
pela negativa.
Deste modo, existem dois tipos de impedimentos: impedimentos
dirimentes absolutos (art.º 1601º do C.C.) e impedimentos dirimentes relativos
(art.º 1602º do C.C.).
De realçar que os impedimentos dirimentes absolutos são aqueles que
impedem uma pessoa de casar com alguém, enquanto que os impedimentos
dirimentes relativos são aqueles que impedem duas pessoas de casar.
Existem, ainda, os impedimentos impedientes (art.º 1604º do C.C.) que
têm como consequência uma “sanção”, mas não dá a anulação do casamento.
De notar que os impedimentos dirimentes (quer sejam absolutos, quer
sejam relativos) têm como consequência a anulação do casamento.
Por exemplo, se uma pessoa casar com menos de 16 anos, o
casamento não é nulo, mas sim anulável.
De realçar que os impedimentos estão taxativamente previstos na lei.

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(29/10/08)

Processo preliminar de publicações (art.º 1610º do C.C.): destina-se a dar


publicidade ao acto que se vai celebrar. Por exemplo: editais (“banhos”) fixados
na porta da Igreja.

- Celebração do casamento civil (art.º 1615º e segs. do C.C.).

- Se o casamento urgente não for homologado a consequência é a inexistência


(art.º 1628º do C.C.).

- De acordo com o art.º 1624º, n.º 3 do C.C., admite recurso.

- Anulabilidade do casamento (art.º 1631º e segs. do C.C.).

Nas respostas aos casos práticos temos que seguir uma


sequência:
 Verificar se existe algum tipo de impedimento e se existir,
identificar qual é ---» art.º 1601º. 1602º ou 1604º do C.C.
(impedimento dirimente absoluto, relativo ou impedimento
impediente).
 Verificar qual a consequência do impedimento ---» art.º 1631º
(anulabilidade para os impedimentos dirimentes) e 1650º (para os
impedimentos impedientes) do C.C..
 Verificar quem tem legitimidade para solicitar a anulação do
casamento ---» art.º 1639º do C.C..
 Verificar quais os prazos que correspondem ao caso concreto ---»
art.º 1643º do C.C..

- Art.º 1633º do C.C.

NOTA: o art.º 1649º e 1650º do C.C. só se aplicam aos impedimentos


impedientes.

Casos práticos:

1- A Maria casa-se com o seu tio.

Resposta:
 São parentes em 3º grau na linha colateral. Assim, verifica-se um
impedimento impediente (art.º 1604º, al. c) do C.C.).
 Art.º 1609º, n.º 1, al. a) do C.C..
 Art.º 1639º, n.º 1 do C.C..
 Art.º 1650º, n.º 2 do C.C..

2- A Maria casa com o António e este, passado 4 anos, constata que a


Maria está grávida de 7 meses e o António tem a certeza que não é o
pai da criança porque pensava que ela era virgem.

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Apura-se que a Maria tinha sido casada com o Manuel e tinha-se
divorciado uma semana antes do Manuel, em segredo.
O António quer anular o casamento.

Resposta:
 Art.º 1604º, al. c) do C.C..
 Art.º 1605º, n.º 1 do C.C..
 Art.º 1639º, n.º 1 do C.C..
 Art.º 1643º, al. c) do C.C..

3- Francisco adoptou a Mariana, mas ela fugiu de casa aos 4 anos e ele
nunca mais soube dela.
Anos mais tarde o Francisco anuncia à família que se vai casar com a
Xana e apresenta a noiva à família.
A mãe do Francisco não estava presente (era contra o casamento com
uma pessoa tão nova), mas no dia do casamento comparece e diz que aquela
rapariga não se chama Xana, mas sim Mariana e que tinha sido adoptada pelo
Francisco quando era mais pequena.
A sogra tem legitimidade para pedir a anulação do casamento (visto que
eles não querem)?

Resposta:
 Art.º 1604º, al. e) do C.C.
 Art.º 1650º, n.º 2 do C.C.
 Art.º 1639º, n.º 1 do C.C. (a sogra tem legitimidade para pedir a
anulação do casamento).

4- Maria casou com João a pensar que era o Manuel (irmão gémeo) e só
quando foram em lua-de-mel é que ela descobre, porque ele não tinha
um sinal nas costas que o Manuel tinha.

Resposta:
 Art.º 1635º, al. b) do C.C.

5- Manuel casa-se com Maria porque esta o convenceu que se ele não
casasse com ela todas as dívidas do pai do Manuel para com o pai da
noiva seriam executadas em 1 mês.
Se se casasse, o pai dele perdoava as dívidas.

Resposta:
 Coacção moral (art.º 1638º, n.º 2 do C.C.).

- A coacção física já vem prevista no art.º 1635º do C.C..

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(5/11/08)

Ver acórdãos na internet:


 Acórdão do tribunal da relação de Lisboa (processo n.º 5798/2004-7;
relator: Rosa Maria Coelho; data: 23/11/04);
 Acórdão do tribunal da relação de Lisboa (processo n.º 8714/2007-6;
relator: Fátima Galante; data: 29/11/07);
 Acórdão do supremo tribunal de justiça (processo n.º 08A 076; relator:
Mário Cruz; data: 17/4/08) (sobre casamento civil e católico).

NOTA:
 Procurar jurisprudência sobre a violência doméstica (para acrescentar
no trabalho);
 Procurar acórdãos sobre qualidades essenciais.

NOTA: apresentação do trabalho ---» dia 19/11/08.

Promessa de casamento
(art.º 1591º e segs. do C.C.)
(pág. 212 à 222 do livro)

 Tem regime próprio;


 O contrato-promessa gera efeitos obrigacionais e tem natureza pessoal;
 No contrato-promessa de casamento a execução específica é
improcedente, ou seja, não é possível haver execução específica (art.º
1591º e 830º do C.C.).
 Se o contrato-promessa não for cumprido há lugar a indemnização (art.º
1594º do C.C.);
 Não há sinal no contrato-promessa de casamento.

Casos práticos

1-
A e B prometeram casar, trocando e-mails, cartas, fax e mensagens via
telemóvel.
Marcaram casamento, restaurante e depois um deles arrependeu-se e
não queria mais casar.
Tem que se devolver os presentes? Há lugar a indemnização?

Resposta:
 Vai ter que indemnizar, de acordo com o art.º 1594º, n.º 1 do C.C.
(indemnizações);
 Os emails e mensagens não respeitam a forma, visto não estarem
assinados (art.º 410º do C.C.), assim, são nulos (art.º 220º do C.C.).
 Já as cartas são assinadas;
 Art.º 1592º do C.C.

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Convenções antenupciais
(art.º 1698º e segs. do C.C.)

 Têm um requisito formal (art.º 1710º do C.C.).


 No regime de separação nunca há bens comuns (ficam sujeitos ao
regime de compropriedade);
 Art.º 1699º, n.º 2 do C.C.
 Capacidade para celebrar convenções antenupciais (art.º 1708º do
C.C.);
 Art.º 1712º do C.C. (revogação ou modificação da convenção
antenupcial antes da celebração do casamento);
 Art.º 1709º do C.C. (anulabilidade por falta de autorização);
 As convenções antenupciais relativamente a terceiros só produzem
efeitos depois de registadas (art.º 1711º do C.C.).

- Na pendência do casamento se alterar para o regime da separação de bens,


tenho que registar na conservatória do registo civil e no registo comercial (se
for comerciante e tiver a intenção de que o Estado não me venha buscar nada).

 Art.º 1713º do C.C. (convenções sob condição ou a termo);


 Art.º 1716º do C.C. (caducidade das convenções antenupciais).

(12/11/08)

Apresentação de trabalhos sobre:


 A união de facto (páginas 52 à 93 do livro);
 A adopção (art.º 1973º e segs. do C.C.) (páginas 49 e 50 do livro);
 As causas de nulidade do casamento católico (páginas 312 à 336 do
livro).

Regimes de bens do casamento


(art.º 1717º e segs. do C.C.)
(páginas 474 e segs. do livro)

 Regime da separação de bens (art.º 1735º e segs. do C.C.):


 No caso dos bens móveis presume-se a compropriedade;
 No caso dos bens imóveis não se presume a compropriedade.

 Regime da comunhão geral de bens (art.º 1732º e segs. do C.C.):


 Em regra, tudo o que se tinha antes do casamento, passa a
pertencer aos dois;
 As excepções a esta regra estão elencadas no art.º 1733º do
C.C. (bens incomunicáveis).

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 Regime da comunhão de adquiridos (art.º 1721º e segs. do C.C.):
 É o regime escolhido pela maior parte das pessoas que se
casam;
 Em regra, tudo o que se adquire depois do casamento, passa a
pertencer aos dois.
 As excepções a esta regra estão elencadas no art.º 1722º do
C.C. (bens próprios).

- Art.º 1678º e segs. do C.C. (administração dos bens do casal);


- Art.º 1681º do C.C.
- Art.º 1678, n.º 3 do C.C. (actos de administração ordinária);
- Art.º 1678º, n.º 3, 2ª parte (actos de administração extraordinária) ---» aqui
tem que ser dado o consentimento de ambos os cônjuges;
- Art.º 1682º do C.C.
- Art.º 1682º-A do C.C.

(19/11/08)

Material para o teste:


 Uma hipótese semelhante às que iremos resolver hoje e para a
semana (motivos de anulação do casamento; qualificação dos
bens e das dívidas consoante os regimes) ---» o mais provável é
sair sobre a comunhão de adquiridos.

Nova lei do divórcio: lei 61/2008 de 31 de Outubro.

Deveres dos cônjuges (art.º 1672º do C.C.) (pág. 346 à 358 do livro):
 Respeito;
 Fidelidade;
 Coabitação;
 Cooperação;
 Assistência.

O dever de coabitação implica a comunhão de leito, mesa e habitação.


O legislador não fez nenhuma norma relativamente ao dever de respeito e
de fidelidade. Assim, são conceitos indeterminados.
Ambos os deveres podem ser encarados como deveres positivos e deveres
negativos (relativamente ao dever de respeito ver pág. 349 e 350; e quanto ao
dever de fidelidade ver pág. 350 e 351 do livro).
Os deveres inserem-se nos efeitos pessoais. Além dos efeitos pessoais há
mais dois efeitos: o direito à nacionalidade e o direito ao nome (pág. 359 à 365
do livro) (art.º 1677º e 1677º-C do C.C.).

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Ver acórdãos na internet:
 Processo n.º 08A1918 de 30/9/2008 do Supremo Tribunal de Justiça;
 Processo n.º 8914/2006-2 de 4/12/2006 do Tribunal da Relação de
Lisboa;
 Processo n.º 087931 de 12/3/1996 do STJ;
 Processo n.º 07B1315 de 6/3/2008 do STJ;
 Processo n.º 03B4280 de 22/9/2005 do STJ;
 Processo n.º 02B1290 de 16/5/2002 do STJ;
 Processo n.º 7148/2005-6 de 30/6/2005 do Tribunal da Relação de
Lisboa;
 Processo n.º 660/2006-6 de 23/2/2006 do Tribunal da Relação de
Lisboa;
 Processo n.º 9668/06-2 de 15/2/2007 do Tribunal da Relação de Lisboa;
 Processo n.º 1344/2008-6 de 13/3/2008 do Tribunal da Relação de
Lisboa.

CASOS PRÁTICOS

A casou com B.
Antes de casar A tinha uma casa = 300.000€ para onde foram viver.
B tinha uma casa de fim-de-semana = 180.000€. Cada um tinha o seu
automóvel = 50.000€ cada.
Depois de casar: empréstimo para ---» barco = 20.000€; jipe =
60.000€; casa no Algarve = 250.000€; e móveis para a casa = 200.000€.
A não trabalhava e B ganhava 8000€/mês. Depois foi despromovido
e passou a ter o ordenado de 1500€/mês.
Aconteceu uma catástrofe!!! Deixaram de pagar os empréstimos e
devem 500€ no talho e 1500€ na mercearia.
A tinha uma dívida de 6000€ de uma operação estética que “pagou”
com o cartão.
B tinha uma dívida de 2000€ de um anel que tinha oferecido a uma
amiga.

RESPOSTA:

 Se for o regime de comunhão geral (art.º 1732º e segs. do C.C.):


 As casas e o carro são bens comuns;
 O barco, jipe (e tudo o resto que adquiriram) são, também, bens
comuns;
 As dívidas são comuns7de ambos (art.º 1691º, n.º 1, al. b) do
C.C.);
 Art.º 1691º, n.º 2 do C.C. ---» não se aplica aqui;
 Se não houve consentimento ---» art.º 1692º, al. a) do C.C., a
dívida é própria do cônjuge a que respeita;
 Art.º 1695º, n.º 1 do C.C. ---» respondem os bens de ambos se
as dívidas forem de ambos;
 Pelas dívidas próprias ---» art.º 1696º, n.º 1 do C.C.

13
 Se for o regime da comunhão de adquiridos (art.º 1721º e segs. do
C.C.):
 Antes de casar os bens são próprios (art.º 1722º do C.C.);
 Depois de casar os bens são comuns;
 Art.º 1691º, n.º 1, al. b) do C.C. ---» depois de casar os bens são
comuns, logo, as dívidas são de ambos os cônjuges;
 Se houve consentimento ---» art.º 1691º, n.º 1, al. a) do C.C.;
 Se não houve consentimento ---» art.º 1692º, al. a) do C.C.;
 Art.º 1695º, n.º 1 do C.C. ---» bens comuns ---» respondem os
bens comuns do casal;
 Art.º 1696º, n.º 1 do C.C. ---» bens próprios ---» respondem os
bens próprios do casal.

 Se for o regime da separação de bens (art.º 1735º e segs. do C.C.):


 Antes de casar ambos têm bens próprios, os quais continuam a
ser próprios após o casamento;
 Depois de casar os bens ficam em regime de compropriedade;
 Art.º 1691º, n.º 1, al. a) do C.C.;
 Pelas dívidas próprias, respondem os bens próprios de casa
cônjuge ---» art.º 1696º do C.C.;
 Quanto às dívidas comuns, nunca há bens comuns no regime de
separação ---» nunca se aplica o art.º 1695º, n.º 1 do C.C., mas
sim o n.º 2 ---» são devedores conjuntos.

NOTA: os proventos do casal são comuns, a administração é que é própria.

(26/11/08)

Caso prático 1

António e Maria casaram em regime de comunhão de adquiridos e


depois de regressarem da lua-de-mel foram viver para a casa que António tinha
comprado em solteiro.
António depressa constatou que Maria era péssima dona de casa e nem
sabia cozinhar.
Assim, António começou a ir jantar a casa da mãe.
Maria, aborrecida por estar em casa sozinha, começou a ir jantar fora
com um amigo de infância e, por vezes, acabava por ir sair com ele até às
tantas.
Quando Maria chegava a casa, António insultava-a e chegou mesmo a
agredi-la.
Entretanto, António com o desgosto, começou a ficar alcoólico e viciado
no jogo, deixando muitas vezes de, sem aviso prévio, vir dormir a casa. No
entanto, antes de casar, António já era viciado no jogo e alcoólico, mas Maria
não sabia, só o soube depois de casar.
Maria desconfiava. Começou a espiar o telemóvel e o email de António,
tendo encontrado mensagens muito comprometedoras.

14
Quando António chega a casa, certa noite, Maria confronta-o com as
ditas mensagens e António, descontrolado, dá-lhe uma grande tareia.
Maria sai de casa, mas uma semana depois, comovida com o facto de
António ter oferecido um automóvel e ter pedido perdão, Maria volta para casa.
Para salvar o casamento, Maria usa o cartão de crédito e marca uma
viagem de uma semana para Paris.
António, por seu turno, vai a uma ourivesaria e compra para Maria, a
prestações, um anel muito valioso.
Foram de viagem e quando regressam António volta a ir jantar a casa da
mãe, sair até às tantas.
Em resultado do vício do jogo, António deixou de pagar o empréstimo da
casa, o carro que deu a Maria, as prestações do anel e nunca mais deu
dinheiro nenhum para o supermercado.
Maria não aguentando mais e aproveitando uma noite que António
estava quase em coma alcoólico, além de não lhe prestar socorro, muda-se
para casa de um amigo. Como agora Maria também tem mais despesas, deixa
de pagar o cartão de crédito e as rendas de um automóvel que, antes de casar,
tinha adquirido em leasing.
a) António quer saber se pode pedir a anulação do casamento com
base no comportamento da Maria?

Resposta:
 António pode ou não pedir a anulação do casamento com base no
comportamento da Maria.
 Partimos do art.º 1631º, al. b) do C.C. (causas de anulabilidade do
casamento), que nos remete para o art.º 1636º do C.C. (erro que vicia a
vontade).
 Se partirmos do princípio que os três requisitos do art.º 1636º do C.C.
se verificam, então António pode pedir a anulação do casamento; no
entanto, se não se verificarem os três requisitos (ou basta que falte um
deles), António não pode pedir a anulação do casamento.
 Podíamos aqui falar dos deveres dos cônjuges (art.º 1672º do C.C.),
bem como do art.º 1627º do C.C.

b) Maria, invocando o facto de António se ter tornado alcoólico e


viciado no jogo, também pretende pedir a anulação do casamento.
Pode?

Resposta:
 A resposta é em tudo idêntica à anterior.
 Assim, art.º 1631º, al. b) e 1636º do C.C.

c) Diga quem e em que termos é responsável pelas dívidas?

Resposta:
 A casa de solteiro de António ---» é um bem próprio (art.º 1692º, al. a)
do C.C.): assim, respondem os bens próprios e, subsidiariamente, a
meação dos bens comuns (art.º 1696º, n.º 1 do C.C.).

15
 O automóvel e o anel que António ofereceu a Maria ---» são bens
comuns (art.º 1691º, n.º 1, al. c) do C.C.): assim, respondem os bens
comuns (art.º 1695º do C.C.).
 As dívidas relativamente aos empréstimos de António ---» são bens
comuns.
 O automóvel que Maria ainda estava a pagar a leasing ---» o bem nem é
próprio nem é comum: assim, o bem ainda é da locadora. Até porque
Maria celebrou o contrato antes de casar (art.º 1722º, n.º 1, al. c) do
C.C.). No entanto, respondem os bens próprios de Maria (e,
subsidiariamente, a meação) ---» art.º 1692º, al. a) do C.C.
 Maria deixou de pagar o cartão de crédito (devido à viagem de ambos):
o bem é comum (art.º 1691º, al. c) do C.C. ---» art.º 1695º do C.C.).

Em relação aos deveres (art.º 1672º do C.C.):


 Em relação a Maria não cozinhar, se violasse, seria o dever de
assistência (art.º 1675º, n.º 1, 2ª parte do C.C.).
 António passou a ir jantar a casa da mãe ---» violou o dever de
coabitação (art.º 1672º do C.C.).
 Maria passou a sair para ir jantar com o amigo ---» violou o dever de
coabitação (art.º 1672º do C.C.).
 António insulta Maria e agride-a ---» violou o dever de respeito (no teste,
podemos desenvolver este tema).
 Quando António deixa de vir dormir a casa, há violação do dever de
coabitação.
 Maria vai “espiar” o telemóvel de António ---» violou o dever de respeito.
No entanto, em relação às mensagens comprometedoras, pode-se dizer
que se está a violar o dever de fidelidade.
 António deixou de pagar o supermercado ---» viola o dever de
assistência (art.º 1675º e 1676º do C.C.).
 Maria não ajudou António quando este estava em coma alcoólico ---»
viola o dever de cooperação (art.º 1674º do C.C.) e de coabitação.
 Maria vai para casa de um amigo ---» não viola o dever de fidelidade,
mas viola o dever de coabitação.

Separação de bens e separação de pessoas e bens

NOTA:
 As pessoas continuam casadas na mesma;
 O dever de fidelidade e de respeito mantém-se.
 A nova lei do divórcio não mexe nestas duas matérias.

Separação de bens (art.º 1767º e segs. do C.C.).

Separação de pessoas e bens (art.º 1794º e segs. do C.C.):


 Pode dar-se por mútuo consentimento ou pode ser litigioso.

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Caso prático 2

António e Maria são casados e vivem numa casa de solteira de Maria. O


regime é o da comunhão de adquiridos.
Durante o casamento Maria herdou vários prédios e uma quinta com um
grande pomar, um olival e vacas.
Herdou, também, uma razoável quantidade em dinheiro e com esse
dinheiro comprou um automóvel para si, outro para oferecer ao marido, um
barco para os dois e ofereceu uma mota ao Manuel, seu amigo de infância.
O resto do dinheiro aplicou-o em acções.
Como Maria tinha uma vida muito ocupada e o António não trabalhava,
combinaram que António se ocuparia da administração dos bens.
Certo dia, António sem dizer nada a Maria, vendeu umas acções para
reestruturar a quinta e substituir todo o pomar por estufas plantas.
Como não gostava de vacas, vendeu-as e com esse dinheiro, sempre
sem dizer nada a Maria, investiu em acções num banco.
Com os primeiros lucros investidos na bolsa, António contrata um
decorador e depois de uma semana de férias com Maria, quando regressam,
Maria fica furiosa, porque encontra a sua casa totalmente alterada. Tudo o que
havia antes na casa, desapareceu.
Entretanto, há um crash na bolsa e as acções que António tinha
adquirido caíram para metade do valor.
Quid juris?

Resposta:
 Todos os bens que Maria adquiriu antes do casamento são dela; os
bens que ela adquiriu depois do casamento, por herança, são dela
também (art.º 1722º, n.º 1, al. c) do C.C.).
 Tanto o barco que Maria adquiriu para os dois, como o automóvel que
adquiriu para ela, bem como o automóvel que ofereceu ao marido são
bens comuns. No entanto, ver art.º 1726º ---» art.º 1723º, al. c do C.C.
 Os frutos (pomar e olival) são bens comuns ---» art.º 1728º, n.º 1 do
C.C.
 A administração dos bens ---» art.º 1678º, n.º 2, al. g) do C.C.
 António precisava de autorização de Maria. Assim, violou o art.º 1682º,
n.º 3, al. b) do C.C.. Desta forma, é anulável, de acordo com a sanção
imposta pelo art.º 1687º, n.º 1 do C.C. ---» bens comuns e pelo art.º
1687º, n.º 4 do C.C. ---» bens próprios.
 Aceitação de doações e sucessões (art.º 1683º do C.C.).
 Assim, Maria podia pedir a separação de bens (art.º 1767º do C.C.).

Caso prático 3

António e Maria namoram, mas a irmã de Maria (é gémea), está


apaixonada por António e não se conforma com o casamento da irmã com
António.
Assim, uma semana antes do casamento, contrata dois homens para
raptarem a irmã, pelo que no dia do casamento assume-se como se fosse a
Maria, sendo que durante o dia do casamento ninguém deu conta.

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No dia seguinte ao casamento, António devido a um pormenor
insignificante apercebeu-se que ela não era a sua Maria, pelo que ficou
bastante triste.
O que pode António fazer?

Resposta:
 António pode anular o casamento, de acordo com o art.º 1635º, al. b)
do C.C., visto ele estar em erro acerca da identidade física do outro
contraente.

Caso prático 4

António e Maria namoram. António está perdidamente apaixonado,


Maria nem por isso.
António quer casar, Maria nem pensar. No entanto, certo dia, António
pede Maria em casamento e ela diz que não.
António diz-lhe: “minha linda, ou te casas comigo ou eu digo a toda a
gente que o teu pai é um devasso, e se casares comigo eu guardo segredo e
pago-lhe todas as dívidas que ele tem nas finanças”.
Casaram. António pagou as dívidas do pai da Maria. No entanto, o pai
da Maria com a alegria morreu e agora Maria quer anular o casamento.
Pode Maria pedir a anulação do casamento?

Resposta:
 Tudo leva a querer que haja coacção moral (art.º 1638º do C.C.), visto
que os três requisitos estão preenchidos.
 Assim, Maria pode pedir a anulação do casamento.

Caso prático 5

Zacarias e a Pancrácia são casados em regime de comunhão geral e


possuem um considerável património proveniente de heranças de ambos, só
que o património era constituído por bens imóveis e começou a faltar liquidez lá
em casa.
Um dia, a Pancrácia pega nas jóias que tinha herdado da avó e vai
vendê-las.
Zacarias, por seu turno, e tudo às escondidas da Pancrácia, vai vender
as pratas que eram da sogra.
Pancrácia acha que todas as suas roupas estão muito fora de moda e
vai vendê-las e comprar roupa nova.
Pancrácia podia ter praticado os actos que praticou? E Zacarias
podia praticar o acto que praticou?

Resposta:
 As jóias são bens comuns, visto não entrarem no art.º 1733º do C.C.
 As roupas/vestidos são bens próprios, (art.º 1733º, n.º 1, al. f) do C.C.).
 As pratas da sogra são bens comuns.
 Assim, Pancrácia podia vender os vestidos. No entanto, ela não podia
vender as jóias (art.º 1732º do C.C.) (art.º 1678º ---» 1682º do C.C.).

18
 Zacarias não podia vender as pratas (art.º 1732º e 1678º ---» 1682º do
C.C.).

(3/12/08)

- Teste de avaliação.

(10/12/08)

- Nesta aula falamos da filiação (art.º 1796º e seguintes do C.C.).

(17/12/08)

- Apresentação de trabalho sobre a modificação da relação matrimonial:


 Art.º 1767º e segs. do C.C. (separação judicial de bens);
 Art.º 1794º e segs. do C.C. (separação judicial de pessoas e bens).

Poder paternal
(responsabilidades parentais)
(art.º 1877º e segs. do C.C.)

FAZER TRABALHO FÉRIAS:


 Ler convenção dos direitos da criança e:
 Eleger um (1) princípio relacionado com direito da família e desenvolver
(dar uma opinião, etc.).
 1/2 folhas.

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