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Firewall:

Segurança de redes Linux

Paul Russell
Gleydson Mazioli da Silva
Alexandre Folle de Menezes

Tradução Oficial Alfamídia


Alexandre Folle de Menezes

Versão 1.1, agosto/2002.


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unicamente para fins didáticos, sendo estas propriedade de suas respectivas
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O capítulo 5 é uma adaptação do texto:

Linux IPCHAINS-HOWTO
Copyright © 1999 – Paul Russell, <ipchains@rustcorp.com>
Tradução para o português por Gleydson Mazioli da Silva, <gleydson@linuxbr.com.br>

O capítulo 6 é uma adaptação do texto:

Guia Foca GNU/Linux


Copyleft © 1999-2002 - Gleydson Mazioli da Silva.
Fonte: http://focalinux.cipsga.org.br

Os capítulos 1, 2 e 4 foram escritos por:

Copyright © 2002 por Alexandre Folle de Menezes

Tradução para português - Brasil, 2002:


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encontrados na Internet, conforme referências acima.

Este material foi totalmente montado com fins didáticos, sem objetivo
comercial. Foram acrescentados exemplos e exercícios desenvolvidos
pela Alfamídia Ltda.
CONTEÚDO

CONTEÚDO ................................................................................................................... 5

1 TCP/IP ..................................................................................................................... 11
1.1 A CAMADA FÍSICA ................................................................................................. 11
1.2 A CAMADA DE ENLACE DE DADOS ....................................................................... 12
1.3 A CAMADA DE REDE ............................................................................................. 12
1.3.1 O DATAGRAMA IP............................................................................................... 13
1.3.2 FRAGMENTAÇÃO DOS DATAGRAMAS .................................................................. 14
1.4 CAMADA DE TRANSPORTE .................................................................................... 14
1.4.1 TCP..................................................................................................................... 14
1.4.1.1 O pacote TCP .................................................................................................. 15
1.4.2 UDP .................................................................................................................... 16
1.4.3 ICMP .................................................................................................................. 16
1.5 MONTAGEM DOS PACOTES .................................................................................... 17
1.6 ROTEAMENTO ....................................................................................................... 18
1.6.1 REEMPACOTAMENTO ........................................................................................... 20
EXERCÍCIOS.................................................................................................................... 21

2 ENDEREÇAMENTO............................................................................................. 22
2.1 ENDEREÇAMENTO DE ENLACE (MAC) ................................................................ 22
2.2 ENDEREÇAMENTO DE REDE (IP) .......................................................................... 22
2.2.1 MULTIHOMING .................................................................................................... 23
2.2.2 CLASSES DE REDE IP ........................................................................................... 23
2.2.3 ENDEREÇOS RESERVADOS PARA USO EM REDES PRIVADAS ................................. 24
2.2.4 ENDEREÇOS ESPECIAIS ........................................................................................ 24
2.2.4.1 O endereço de Rede......................................................................................... 24
2.2.4.2 O endereço de Broadcast................................................................................. 25
2.2.4.3 O endereço de Loopback ................................................................................. 25
2.2.5 DIVISÃO EM SUB-REDES ....................................................................................... 25
2.2.5.1 Máscaras de Sub-Rede .................................................................................... 25
2.2.6 SUPER-REDES E CDIR......................................................................................... 26
2.2.7 REFERÊNCIA RÁPIDA DE MÁSCARA DE REDES ...................................................... 26
2.3 ENDEREÇAMENTO DE SESSÃO (PORTAS) ............................................................. 27
EXERCÍCIOS.................................................................................................................... 28

3 CONECTANDO REDES ....................................................................................... 29


3.1 ROTEAMENTO ....................................................................................................... 29
3.1.1 ROTAS ESTÁTICAS E DINÂMICAS .......................................................................... 29
3.1.2 GATEWAY............................................................................................................ 30
3.2 NETFILTER ............................................................................................................ 30
3.2.1 ANATOMIA DO NETFILTER ................................................................................... 31
3.2.2 NAT .................................................................................................................... 31
3.2.2.1 Tipos de NAT .................................................................................................. 32
3.2.3 IMPLEMENTAÇÃO DE UM SERVIÇO NAT .............................................................. 32

4 VULNERABILIDADES NO PROTOCOLO TCP/IP ........................................ 33


4.1 DISPONIBILIDADE DOS DADOS............................................................................... 33
4.2 SOBRE O PROTOCOLO TCP/IP ............................................................................. 33
4.3 IP SPOOFING ......................................................................................................... 34
4.3.1 SERVIÇOS VULNERÁVEIS AO IP SPOOFING:.......................................................... 34
4.3.2 MEDIDAS PARA SE PREVENIR DE ATAQUES IP SPOOFING: .................................... 35
4.4 SOBRE OS ATAQUES ............................................................................................... 35
4.4.1 SYN FLOODING................................................................................................... 35
4.4.2 LAND ................................................................................................................... 35
4.4.3 WINNUKE ............................................................................................................ 36
4.4.4 TEARDROP .......................................................................................................... 36
4.4.5 NEWTEAR............................................................................................................ 37
4.4.6 BONK/BOINK ....................................................................................................... 37
4.4.7 SSPING ................................................................................................................. 37
4.4.8 SMURF ................................................................................................................. 37

5 FIREWALL IPCHAINS........................................................................................ 39
5.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 39
5.1.1 O QUE? ................................................................................................................ 39
5.1.2 POR QUE? ............................................................................................................ 39
5.1.3 COMO? ................................................................................................................ 39
5.1.4 ONDE? ................................................................................................................. 40
5.2 BÁSICO SOBRE A FILTRAGEM DE PACOTES........................................................... 40
5.2.1 O QUE É? ............................................................................................................. 40
5.2.2 POR QUE? ............................................................................................................ 40
5.2.3 COMO? ................................................................................................................ 41
5.2.3.1 Um kernel com filtragem de pacotes............................................................... 41
5.2.3.2 O ipchains .................................................................................................. 42
5.2.3.3 Fazendo regras permanentes............................................................................ 42
5.3 ROTEAMENTO, MASQUERADING, PORTFORWARDING, IPAUTOFW...................... 43
5.3.1 GUIA RÁPIDO DE TRÊS LINHAS PARA MASQUERADING ......................................... 43
5.3.2 CONFIGURAÇÕES DE FIREWALL SIMPLES ............................................................. 44
5.3.2.1 Rede Pública .................................................................................................... 44
5.3.2.2 Rede Privada: Masquerading........................................................................... 45
5.3.2.3 Rede Privada: Proxies Transparentes .............................................................. 46
5.3.2.4 Rede Privada: Proxies Tradicionais................................................................. 47

6
5.3.2.5 Serviços Internos Limitados ............................................................................ 48
5.3.3 MAIS DETALHES SOBRE MASQUERADING ............................................................ 48
5.4 IP FIREWALLING CHAINS ..................................................................................... 49
5.4.1 COMO OS PACOTES ATRAVESSAM OS FILTROS ...................................................... 49
5.4.1.1 Usando ipchains......................................................................................... 50
5.4.1.2 Operações em uma regra Simples ................................................................... 51
5.4.1.3 Especificações de Filtragem ............................................................................ 53
5.4.1.4 Efeitos do Lado da Filtragem .......................................................................... 57
5.4.1.5 Operações em Masquerading .......................................................................... 64
5.4.1.6 Checando um Pacote ....................................................................................... 65
5.4.1.7 Multiplas Regras at Once and Watching What Happens ................................ 65
5.4.2 EXEMPLOS ÚTEIS ................................................................................................. 66
5.4.2.1 Usando ipchains-save............................................................................. 68
5.4.2.2 Usando ipchains-restore...................................................................... 68
5.5 DIVERSOS .............................................................................................................. 69
5.5.1 COMO ORGANIZAR SUAS REGRAS DE FIREWALL ................................................... 69
5.5.2 O QUE NÃO FILTRAR ............................................................................................ 69
5.5.2.1 Pacotes ICMP .................................................................................................. 69
5.5.2.2 Conexões TCP para DNS (servidores de nomes)............................................ 70
5.5.2.3 Pesadelos FTP ................................................................................................. 70
5.5.3 FILTRANDO O PING OF DEATH (PING DA MORTE) ................................................. 71
5.5.4 FILTRANDO O TEARDROP E BONK........................................................................ 71
5.5.5 FILTRANDO BOMBAS DE FRAGMENTO ................................................................. 71
5.5.6 MODIFICANDO REGRAS DO FIREWALL ................................................................. 71
5.5.7 COMO EU CONFIGURO A PROTEÇÃO IP SPOOF?.................................................... 72
5.6 PROBLEMAS COMUNS ............................................................................................ 73
5.6.1 IPCHAINS -L TRAVA! ........................................................................................... 73
5.6.2 MASQUERADING/FORWARDING NÃO FUNCIONA!................................................. 73
5.6.3 -J REDIR NÃO FUNCIONA!.............................................................................. 73
5.6.4 CORINGAS NAS INTERFACES NÃO FUNCINAM! ..................................................... 74
5.6.5 TOS NÃO FUNCIONA! .......................................................................................... 74
5.6.6 IPAUTOFW E IPPORTFW NÃO FUNCIONAM! ........................................................... 74
5.6.7 XOSVIEW ESTÁ QUEBRADO! ................................................................................. 74
5.6.8 FALTA DE SEGMENTAÇÃO COM “-J REDIRECT”! ............................................ 74
5.6.9 EU NÃO POSSO CONFIGURAR TEMPO LIMITE NO MASQUERADE! ........................... 74
5.6.10 EU DESEJO PROTEGER IPX! ............................................................................... 75

6 FIREWALL IPTABLES........................................................................................ 76
6.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 76
6.1.1 VERSÃO ............................................................................................................... 77
6.1.2 UM RESUMO DA HISTÓRIA DO IPTABLES............................................................... 77

7
6.1.3 CARACTERÍSTICAS DO FIREWALL IPTABLES ......................................................... 77
6.1.4 FICHA TÉCNICA .................................................................................................... 78
6.1.5 REQUERIMENTOS ................................................................................................. 78
6.1.6 ARQUIVOS DE LOGS CRIADOS PELO IPTABLES ...................................................... 79
6.1.7 INSTALAÇÃO ........................................................................................................ 79
6.1.8 ENVIANDO CORREÇÕES/CONTRIBUINDO COM O PROJETO .................................... 79
6.1.9 O QUE ACONTECEU COM O IPCHAINS E IPFWADM? ............................................... 79
6.1.10 TIPOS DE FIREWALLS ......................................................................................... 79
6.1.11 O QUE PROTEGER?............................................................................................. 80
6.1.12 O QUE SÃO REGRAS?.......................................................................................... 81
6.1.13 O QUE SÃO CHAINS? .......................................................................................... 81
6.1.14 O QUE SÃO TABELAS?........................................................................................ 81
6.1.15 HABILITANDO O SUPORTE AO IPTABLES NO KERNEL .......................................... 82
6.1.16 LIGANDO SUA REDE INTERNA A INTERNET ......................................................... 84
6.2 MANIPULANDO CHAINS ......................................................................................... 84
6.2.1 ADICIONANDO REGRAS - A.................................................................................. 84
6.2.2 LISTANDO REGRAS - L ......................................................................................... 85
6.2.3 APAGANDO UMA REGRA - D ................................................................................ 87
6.2.4 INSERINDO UMA REGRA - I................................................................................... 88
6.2.5 SUBSTITUINDO UMA REGRA - R ........................................................................... 88
6.2.6 CRIANDO UM NOVO CHAIN - N............................................................................. 88
6.2.7 LISTANDO OS NOMES DE TODOS OS CHAINS ATUAIS ............................................. 90
6.2.8 LIMPANDO AS REGRAS DE UM CHAIN - F.............................................................. 90
6.2.9 APAGANDO UM CHAIN CRIADO PELO USUÁRIO - X............................................... 90
6.2.10 ZERANDO CONTADOR DE BYTES DOS CHAINS - Z ............................................... 90
6.2.11 ESPECIFICANDO O POLICIAMENTO PADRÃO DE UM CHAIN - P............................. 91
6.3 OUTRAS OPÇÕES DO IPTABLES.............................................................................. 92
6.3.1 ESPECIFICANDO UM ENDEREÇO DE ORIGEM/DESTINO........................................... 92
6.3.2 ESPECIFICANDO A INTERFACE DE ORIGEM/DESTINO ............................................. 92
6.3.3 ESPECIFICANDO UM PROTOCOLO ......................................................................... 94
6.3.3.1 Especificando portas de origem/destino .......................................................... 94
6.3.3.2 Especificando mensagens do protocolo ICMP................................................ 94
6.3.3.3 Especificando pacotes syn ............................................................................... 95
6.3.4 ESPECIFICANDO FRAGMENTOS ............................................................................. 96
6.3.5 ESPECIFICANDO UMA EXCEÇÃO ........................................................................... 96
6.3.6 ESPECIFICANDO UM ALVO.................................................................................... 97
6.3.6.1 Alvo REJECT .................................................................................................. 98
6.3.6.2 Especificando LOG como alvo........................................................................ 98
6.3.6.3 Especificando RETURN como alvo.............................................................. 101
6.4 A TABELA NAT (NETWORK ADDRESS TRANSLATION) - FAZENDO NAT ............. 101
6.4.1 CRIANDO UM NOVO CHAIN NA TABELA NAT..................................................... 102

8
6.4.2 FAZENDO IP MASQUERADING (PARA OS APRESSADOS) ...................................... 102
6.4.3 FAZENDO SNAT................................................................................................ 102
6.4.3.1 Fazendo IP Masquerading ............................................................................. 104
6.4.4 FAZENDO DNAT ............................................................................................... 105
6.4.4.1 Redirecionamento de portas .......................................................................... 105
6.4.5 MONITORANDO CONEXÕES FEITAS NA TABELA NAT .......................................... 106
6.5 A TABELA MANGLE ............................................................................................. 106
6.5.1 ESPECIFICANDO O TIPO DE SERVIÇO ................................................................... 106
6.5.1.1 Especificando o TOS para tráfego de saída................................................... 107
6.5.1.2 Especificando o TOS para o tráfego de entrada ............................................ 107
6.6 OUTROS MÓDULOS DO IPTABLES ........................................................................ 107
6.6.1 CONFERINDO DE ACORDO COM O ESTADO DA CONEXÃO .................................... 108
6.6.2 LIMITANDO O NÚMERO DE VEZES QUE A REGRA CONFERE ................................. 108
6.6.3 PROTEÇÃO CONTRA PING DA MORTE .................................................................. 109
6.6.4 PROTEÇÃO CONTRA SYN FLOOD ......................................................................... 109
6.6.5 PROTEÇÃO CONTRA IP SPOOFING ...................................................................... 109
6.6.6 ESPECIFICANDO MÚLTIPLAS PORTAS DE ORIGEM/DESTINO................................. 110
6.6.7 ESPECIFICANDO O ENDEREÇO MAC DA INTERFACE........................................... 110
6.6.8 CONFERINDO COM QUEM CRIOU O PACOTE ........................................................ 111
6.7 CAMINHO PERCORRIDO PELOS PACOTES NAS TABELAS E CHAINS .................... 111
6.7.1 PING DE 192.168.1.1 PARA 192.168.1.1 ............................................ 112
6.7.2 CONEXÃO FTP DE 192.168.1.1 PARA 192.168.1.1 ............................................ 112
6.7.3 CONEXÃO FTP DE 192.168.1.1 PARA 192.168.1.4 ............................................ 113
6.7.4 CONEXÃO FTP DE 200.217.29.67 PARA FTP.DEBIAN.ORG.BR ................. 114
6.7.5 PING DE 192.168.1.4 PARA 192.168.1.1 ............................................................ 115
6.7.6 CONEXÃO FTP DE 192.168.1.4 PARA 192.168.1.1 ............................................ 116
6.7.7 CONEXÃO FTP DE 192.168.1.4 PARA FTP.DEBIAN.ORG.BR ................................ 117
6.7.8 CONEXÃO FTP DE 200.198.129.162 PARA 200.217.29.167 .............................. 118
6.7.9 GRÁFICO GERAL DA PASSAGEM DOS PACOTES ................................................... 118
6.8 EXEMPLOS DE CONFIGURAÇÕES DO IPTABLES ................................................... 119
6.8.1 BLOQUEANDO CONEXÕES DE FORA PARA SUA MÁQUINA ................................... 119
6.8.2 MONITORANDO TENTATIVA DE CONEXÃO DE TROJANS EM SUA MÁQUINA ......... 119
6.8.3 CONECTANDO SUA REDE INTERNA A INTERNET ................................................. 120
6.8.4 UM EXEMPLO DE FIREWALL SIMPLES ................................................................. 120

7 O PROXY SQUID ................................................................................................ 125


7.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 125
7.2 REQUISITOS BÁSICOS .......................................................................................... 125
7.3 O FEIJÃO COM ARROZ ......................................................................................... 126
7.3.1 INSTALAÇÃO ...................................................................................................... 126
7.3.2 CONFIGURAÇÃO ................................................................................................ 127
7.4 CONTROLANDO OS USUÁRIOS ............................................................................. 128

9
7.5 EXEMPLOS DE CONFIGURAÇÃO .......................................................................... 130
7.5.1 PERMITIR HTTP_ACCESS PARA APENAS UMA MÁQUINA COM MAC ADDRESS IGUAL
A 00:08:C7:9F:34:41 :.................................................................................................... 130
7.5.2 PARA RESTRINGIR ACESSO NAS HORAS DE TRABALHO (9 HORAS - 17 HORAS, DE
SEGUNDA SEXTA) DA FAIXA DE IP 192.168.2.0 MÁSCARA 255.255.255.0 :................... 130
7.5.3 POSSO USAR UMA LISTA DE CONTROLE COM MULTIPLOS HORÁRIOS PARA
DIFERENTES USUÁRIOS?................................................................................................. 130
7.5.4 QUERO CRIAR UMA ACL PARA BLOQUEAR SITES COM A PALAVRA SEXO POIS MEUS
FUNCIONÁRIOS FICAM BAIXANDO FILMES EM DIVX DE PORNOGRAFIA:.......................... 131
7.5.5 A IDÉIA ACIMA E ÓTIMA, MAS EU TENHO UMA LISTA DE PALAVRAS PARA FAZER O
MESMO. TEREI QUE REPETIR ESSE COMANDO VÁRIAS VEZES?........................................ 131
7.5.6 AINDA EXISTEM SITES QUE ESCAPAM A ESSE CONTROLE. GOSTARIA DE BLOQUEÁ-
LOS DIRETAMENTE......................................................................................................... 131
7.5.7 MEU DIRETOR RECLAMA QUE AGORA NÃO CONSEGUE MAIS LER AS ENTREVISTAS
NO SITE DA PLAYBOY..................................................................................................... 132
7.5.8 E UMA LISTA DE DIRETÓRIOS? ........................................................................... 132
7.6 RECURSOS NA INTERNET .................................................................................... 132

APÊNDICE A. LICENÇA DE PUBLICAÇÃO LIVRE...................................... 133

10
1 TCP/IP
O TCP/IP é um protocolo que conecta redes LAN ou WAN, homogêneas
ou heterogêneas. Ele pode fazer tanto a comunicação entre hosts ponto-a-
ponto, como a comunicação entre cliente e servidor.
Existem dois tipos de interação entre aplicações.
Comunicação Orientada à Conexão é apropriada quando as aplicações
precisam de uma troca contínua de dados.
Em contraste, a Comunicação Não Orientada à Conexão é apropriada
quando as aplicações trocam mensagens isoladas, geralmente com
quantidades pequenas de dados.
Para conseguir uma troca de dados confiável entre os nós, são
necessários vários procedimentos: empacotamento dos dados, determinação
do caminho a ser seguido pelos pacotes, transmissão dos dados, adaptação da
taxa de transmissão de acordo com a capacidade do destino de receber dados,
gerenciamento de erros e retransmissão de dados.
Isso resulta em uma implementação complicada. Para facilitar essa
tarefa, pode se usar uma implementação modular, agrupando as tarefas
relacionadas em camadas distintas.
Para o TCP/IP foi adotado um modelo de comunicação dividido em
camadas, que depois viria a influenciar o modelo OSI que hoje é considerado
padrão.

Aplicações Aplicação
e
Serviços Apresentação

Sessão
TCP
UDP Transporte

IP Rede

PPP Enlace
Ethernet
V.90 Físico

Cada camada acrescenta informações de controle ao pacote de dados e


transmite seu pacote para a camada inferior, que também adiciona seus dados.

1.1 A camada Física


A camada física trabalha com a mídia física, conectores, e os sinais que
representam 0 e 1. Por exemplo, um modem padrão V.90 ou V.92
implementam as funções da camada física.

11
1.2 A camada de Enlace de Dados
A camada de enlace de dados usa a capacidade de transmissão de
dados brutos da camada física e transforma-a em uma linha que pareça à
camada de rede ser livre de erros de transmissão. O protocolo PPP é um
exemplo de camada de enlace de dados.
Na camada de Enlace de Dados, os dados são organizados em quadros.

Header Dados Trailer

Cada quadro tem um cabeçalho que inclui o endereço e controla a


informação e um trailer que é usado para detecção de erros.
Um cabeçalho de quadro de LAN contém a os endereços “físicos” de
origem e destino, que identificam as placas de rede.
Note que o Enlace pode ser uma rede local ou uma conexão Ponto-a-
Ponto.

1.3 A camada de Rede


O IP (Internet Protocol) executa as funções da camada de rede. O IP
roteia os dados entre sistemas. Os dados podem atravessar um único enlace
ou podem ser retransmitidos por vários enlaces pela internet. As unidades de
dados são chamadas datagramas.

Cabeçalho IP
Endereço IP Origem Informação
Endereço IP Destino

Os datagramas têm um cabeçalho IP que contém endereçamento de


rede. Os roteadores examinam o endereço de destino no cabeçalho IP para
direcionar os datagramas para seu destino.
A camada IP é dita Não-Orientada à Conexão porque cada datagrama é
roteado independentemente e o IP não garante a entrega confiável ou em
seqüência dos datagramas.

12
1.3.1 O Datagrama IP
O cabeçalho de um datagrama IP pode ser visto na figura abaixo:
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
Versão Header Precedência Length of Datagram

Identificação Flags Offset do Fragmento

TTL Protocolo Checksum do Cabeçalho

Endereço IP Origem

Endereço IP Destino

Opções

Dados

Os campos do cabeçalho têm o seguinte significado:


• VERS: versão do protocolo IP que foi usada para criar o datagrama
(4bits)
• HLEN: comprimento do cabeçalho, medido em palavras de 32 bits (4
bits)
• TOTAL-LENGTH: este campo proporciona o comprimento do
datagrama medido em bytes, incluindo cabeçalho e dados.
• SERVICE-TYPE: este campo especifica como o datagrama poderia
ser manejado
• TTL(Time To Live): especifica o tempo que o datagrama está
permitido a permanecer no sistema Internet. Gateways e hosts que
processam o datagrama devem decrementar o campo TTL cada vez
que um datagrama passa por eles e devem removê-lo quando seu
tempo expirar.
• PROTOCOL: especifica qual protocolo de alto nível foi usado para
criar a mensagem que está sendo transportada na área de dados do
datagrama.
• HEADER-CHECKSUM: assegura integridade dos valores do
cabeçalho.
• SOURCE AND DESTINATION IP ADDRESS: especifica o endereço
IP de 32 bits do remetente e receptor.
• IDENTIFICATION, FLAGS e FRAGMENTS: estes três campos
controlam a fragmentação e a união dos datagramas. O campo de

13
identificação contém um único inteiro que identifica o datagrama, é
um campo muito importante porque quando um gateway fragmenta
um datagrama, ele copia a maioria dos campos do cabeçalho do
datagrama em cada fragmento, então a identificação também deve
ser copiada, com o propósito de que o destino saiba quais
fragmentos pertencem a quais datagramas. Cada fragmento tem o
mesmo formato que um datagrama completo.
• FRAGMENT OFFSET: especifica o início do datagrama original dos
dados que estão sendo transportados no fragmento. É medido em
unidades de 8 bytes.

1.3.2 Fragmentação dos Datagramas


Ao realizar trocas de pacotes, os aplicativos da Internet se deparam com
um problema: A diferença do tamanho das mensagens nas diversas redes.
Nesse caso, o protocolo IP suporta o processo de fragmentação, onde os
datagramas são divididos em unidades menores.
O procedimento de fragmentação é realizado por um gateway, onde as
mensagens são partidas em unidades menores e adequadamente
identificadas. a estação destino então reagrupará as instruções baseado nas
identificações do gateway.
Na identificação dos fragmentos o gateway cria um header para cada
fragmento.O header contém os endereços iniciais das redes e uma
identificação referente à mensagem a qual faz parte.
Já na fase de reagrupamento, a estação destino, ao receber o primeiro
fragmento, independentemente de estar na ordem correta, aciona um timer. Se
uma margem de tempo padrão for ultrapassada e a mensagem não estiver
completamente recontituida, a estação destino descarta os fragmentos
recebidos e retorna à origem uma mensagem de erro.

1.4 Camada de Transporte

1.4.1 TCP
O TCP (Transmission Control Protocol) proporciona conexões de dados
confiáveis para as aplicações. O TCP conta com mecanismos que garantem
que os dados são entregues às suas aplicações locais:
• Íntegros
• Em seqüência
• Completos
• Sem duplicatas
Os mecanismos básicos que o TCP usa para conseguir isso são:
• Numeração dos segmentos

14
• Estabelecimento de Timeout
• Retransmissão dos segmentos
O lado que recebe os dados deve colocá-los em na seqüência correta,
descartando duplicatas e confirmando o recebimento dos mesmos.
O TCP é implementado apenas nos hosts. O TCP é um protocolo full-
duplex, ou seja, ambos os lados podem enviar dados ao mesmo tempo.
O TCP adiciona um cabeçalho ao pacote de dados da aplicação,
formando um segmento.
O TCP passa os segmentos ao IP, que então roteia os mesmos até seu
destino. O TCP aceita segmentos do IP, determina qual aplicação é o destino,
e passa os dados para a aplicação apropriada.

1.4.1.1 O pacote TCP

0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7
Porta Origem Porta Destino

Número de Seqüência

Número de Reconhecimento

Offset Reservado Flags Window

Checksum Urgent Pointer

Opções

Dados

Os campos do cabeçalho têm o seguinte significado:


• Porta Origem e Destino: estes campos no cabeçalho TCP contêm os
números de portas TCP que identificam os programas de aplicação
dos extremos de uma conexão.
• Número de sequência (32 bits): identifica a posição no fluxo de bytes
do segmento enviado pelo transmissor.
• Número de Reconhecimento (32 bits): este campo identifica a
posição do byte mais alto (ou último byte) que o fonte recebeu.

15
• Offset: contém um inteiro que especifica o início da porção de dados
do segmento. Este campo é necessário já que o campo Options varia
em comprimento dependendo de quais opções tenham sido
incluídas.
• Reserv: reservado para uso futuro.
• Flags (6 bits): determina o propósito e conteúdo do segmento,
codificado assim:
o URG - Campo de ponteiro Urgente é válido
o ACK - Campo de Reconhecimento é válido
o PSH - Este segmento solicita um PUSH
o RST - Reset da conexão
o SYN - Sincroniza numeros de sequências
o FIN - O transmissor chega ao fim do fluxo de bytes.
• WINDOW: através deste campo o software TCP indica quantos
dados ele tem capacidade de receber em seu buffer.
• URGENT POINTER: TCP através deste campo permite que o
transmissor especifique que alguns dados são urgentes, isto significa
que os dados serão expedidos tão rápido quanto seja possível.
• OPTIONS: o software TCP usa este campo para se comunicar com o
software do outro extremo da conexão.
• CHECKSUM: é usado para verificar a integridade tanto do cabeçalho
como dos dados do segmento TCP.

1.4.2 UDP
O UDP não faz nenhuma garantia quanto à entrega dos dados, e é
dever da aplicação trocar informações que confirmem a chegada dos dados. O
UDP é implementado apenas nos hosts.
Com o UDP (User Datagram Protocol), uma aplicação manda uma
mensagem isolada para outra aplicação. O UDP adiciona um cabeçalho,
formando um datagrama UDP.
O UDP passa os segmentos ao IP, que então roteia os mesmos até seu
destino. O UDP aceita segmentos do IP, determina qual aplicação é o destino,
e passa os dados para a aplicação apropriada.

1.4.3 ICMP
O IP tem um projeto simples e elegante. Em condições normais, o IP faz
um uso muito eficiente da memória e recursos de transmissão.
Como IP provê um serviço de expedição de datagramas sem conexão e
não confiável, e além disso um datagrama viaja de um gateway a outro até
alcançar um gateway que possa expedí-lo diretamente à estação destino; é

16
necessário um mecanismo que emita informações de controle e de erros
quando acontecerem problemas na rede. Alguns dos problemas típicos que
podem acontecer são:
• Um gateway não pode expedir ou rotear um datagrama;
• Um gateway detecta uma condição não usual, tal como
congestionamento.
O mecanismo de controle que emite mensagens quando acontece algum
erro é a função principal do protocolo ICMP. O ICMP permite aos gateways
enviar mensagens de erros ou de controle a outros gateways ou hosts. ICMP
provê comunicação entre o software de IP numa máquina e o software de IP
numa outra máquina.
Tabela 1-1 Mensagens ICMP

Tipo Mensagem
0 Echo Reply
3 Destination Unreachable
4 Source Quench
5 Redirect
8 Echo
11 Time Exceeded
12 Parameter Problem
13 Time Stamp
14 Time Stamp Reply
ICMP somente reporta condições de erros à fonte original. A fonte deve
relatar os erros aos programas de aplicação individuais e tomar ação para
corrigir o problema. Uma das mensagens que o ICMP pode enviar é:
Destination Unreachable, o qual, por sua vez pode ser dos seguintes tipos:
• Network Unreachable (rede não alcançável)
• Host Unreachable (máquina não alcançável)
• Port Unreachable (porta não alcançável)
• Destination Host Unknown (máquina destino desconhecido)
• Destination Network Unknown (rede destino desconhecida)

1.5 Montagem dos pacotes


Na maioria das redes, a informação é dividida em várias partes,
chamadas de pacotes, por duas razões: compartilhamento de recursos e
detecção/correção de erros.

17
Obviamente não é justo que um único usuário da domine os recursos da
rede por muito tempo. Com a divisão da informação em pacotes, cada um dos
pacotes pode ser enviado/recebido individualmente, permitindo assim que
outros pacotes possam trafegar pela rede. Isso possibilita um
compartilhamento justo dos recursos.
Na maioria dos casos, os dispositivos são conectados através de cabos.
Em alguns casos, usa-se ondas de rádio ou mesmo luz infravermelha. Ambas
as formas de conexão física estão sujeitas a interferências, que podem
corromper os dados que trafegam na rede. Grande parte do trabalho complexo
em redes é detectar e solucionar os erros no tráfego dos dados.
A maioria das técnicas de detecção e correção de erros é baseada no
uso de checksums. Quando a informação é enviada, é anexado em seu final
um número indicando a soma de todos os bytes da mesma. Na recepção, esse
número é comparado com a soma dos dados recebidos. Se houver diferença,
a informação está corrompida e deve ser retransmitida.
Caso o bloco de dados seja muito grande, o reenvio vai tomar muito
tempo, degradando a performance da rede. Para minimizar este problema,
divide-se a informação em pacotes. Se houver algum erro, basta retransmitir
apenas os pacotes corrompidos.

Aplicaçao Dados
Dados

{
Transporte TCP Dados
Segmento TCP Header

Transporte UDP Dados


Datagrama UDP Header

Rede IP TCP/UDP Dados


Datagrama Header Header

Enlace Frame IP TCP/UDP Dados Frame


Quadro Header Header Header Trailer

1.6 Roteamento
O TCP/IP pode ser usado em redes locais e para interligação de redes.
As diversas redes locais conversam através dos roteadores. Pode haver mais
de um caminho entre dois pontos.

18
As redes isoladas são conectadas por meio de Roteadores IP.
Roteadores modernos são equipados com vários slots que podem receber
diferentes tipos de adaptadores de rede: Ethernet, Token-Ring, FDDI, PPP, etc.
O software de IP roda nos hosts e nos roteadores.
• Se o destino está no mesmo enlace, manda-se o datagrama
diretamente para ele;
• Se o destino não está no mesmo enlace, manda-se o pacote para o
roteador local;
• Se o destino não estiver no mesmo enlace do roteador, este irá
repassá-lo ao próximo roteador. Este processo continua até que o
destino seja atingido.
Pode ser útil ilustrar isto com um exemplo. Imagine um simples roteador
de escritório, ele pode ter um link intermitente com a Internet, um número de
segmentos Ethernet alimentando as estações de trabalho e outro link PPP
intermitente fora de outro escritório. Quando o roteador recebe um datagrama
de qualquer de suas conexões de rede, o mecanismo que usa determina qual a

Roteador Nó

Roteador
Nó Roteador

Rede Nó
Nó Local
Internet


próxima interface deve enviar o datagrama. Computadores simples também
precisam rotear, todos os computadores na Internet têm dois dispositivos de
rede. Um é a interface loopback (explicada acima), o outro é usado para falar
com o resto da rede, talvez uma interface Ethernet, talvez uma interface serial
PPP ou SLIP.

Cada computador mantém uma lista de regras especiais de roteamento,


chamada tabela de roteamento. Esta tabela contém colunas que tipicamente
contém no mínimo três campos, o primeiro é o endereço de destino, o segundo
é o nome da interface que o datagrama deve ser roteado e o terceiro é
opcionalmente o endereço IP da outra máquina que levará o datagrama em

19
seu próximo passo através da rede. No GNU/Linux você pode ver a tabela de
roteamento usando um dos seguintes comandos:

cat /proc/net/route
route -n
netstat -r

O processo de roteamento é muito simples: um datagrama (pacote IP) é


recebido, o endereço de destino (para quem ele é) é examinado e comparado
com cada item da tabela de roteamento. O item que mais corresponder com o
endereço é selecionado e o datagrama é direcionado a interface especificada.
Se o campo gateway estiver preenchido, então o datagrama é
direcionado para aquele computador pela interface especificada, caso contrário
o endereço de destino é assumido sendo uma rede suportada pela interface.
Em uma LAN pequena, as tabelas de roteamento podem ser feitas
manualmente. Em redes maiores, os roteadores mantém suas tabelas
atualizadas trocando informações entre si. Roteadores podem descobrir
eventos como:
• Uma nova rede adicionada a internet;
• Um caminho foi interrompido, e um destino não pode ser atingido;
• Uma nova rota foi estabelecida para um destino.
Não existe um padrão único para troca de informação entre roteadores.
A liberdade de escolha do protocolo estimulou a competição e levou a grandes
melhorias nos protocolos.
Os protocolos de roteamento mais usados são o RIP e o OSPF.

1.6.1 Reempacotamento
Existe um evento olímpico onde um competidor nada uma parte do
percurso, pega uma bicicleta e pedala outra parte, e corre uma terceira etapa.
O IP funciona da mesma maneira. O datagrama foi projetado para poder ser
mudado de uma mídia para outra até chegar ao seu destino.
Antes de um datagrama ser transmitido por um enlace, ele é
empacotado em um quadro apropriado para o enlace. Quando um roteador
recebe o quadro:
• O roteador desempacota o quadro e extrai o datagrama
• O roteador analisa o endereço de destino e descobre a mídia do
próximo trecho
• O roteador reempacota o datagrama em um novo quadro, apropriado
para o próximo laço

20
Exercícios
1. Em que nível de TCP/IP rodam o telnet e o ftp?
a) Físico
b) Sessão
c) Aplicação
d) Transporte
e) Enlace

2. Qual das seguintes aplicações não usa o protocolo UDP?


a) TFTP
b) DNS
c) RPC
d) FTP
e) SNMP

21
2 ENDEREÇAMENTO
Em uma rede, o endereço de um dispositivo é uma forma de identificar
esse dispositivo como sendo único. Normalmente, os endereços de rede
possuem um formato padronizado e bem definido.

2.1 Endereçamento de Enlace (MAC)


Os endereços MAC (Media Access Control) são atribuídos aos
adaptadores de rede durante sua fabricação, sendo que cada adaptador tem
um endereço que o identifica como único. Cada fabricante tem um código que
o diferencia dos demais.
Os endereços MAC são escritos no seguinte formato:
00-c0-49-3f-c6-0c
Os primeiros bytes contêm o código do fabricante, os demais contêm o
modelo e número serial do adaptador de rede.

2.2 Endereçamento de Rede (IP)


O protocolo IP usa Endereços IP para identificar estações e para rotear
os dados para elas. À cada estação deve ser atribuído um endereço IP
exclusivo.
Um endereço IP é um número de 32 bits. Este tamanho foi escolhido
para caber convenientemente em um registrador de 32 bits. O espaço de
endereçamento resultante possui 232 (ou 4.294.967.296) números possíveis.
A notação de ponto foi inventada para facilitar a leitura e escrita dos
números IP. Cada octeto do endereço é convertido para um número decimal, e
os números são separados por pontos. Por exemplo, o endereço da estação
blintz.med.yale.edu é 130.132.19.31.Em redes roteadas, o endereço é
composto de pelo menos dois números: o da rede e o do nó. Se dois
dispositivos possuírem endereços com o mesmo número de rede, então eles
estão localizados na mesma rede. Do contrário, estão em redes distintas, mas
unidas através de um roteador. O número que irá diferencia-los dentro desta
rede é o número do nó.
Os endereços IP são números que identificam seu computador em uma
rede TCP/IP. Inicialmente você pode imaginar o IP como um número de
telefone. O IP é composto por quatro bytes e a convenção de escrita dos
números é chamada de "notação decimal pontuada". Por convenção, cada
interface (placa usada p/ rede) do computador ou roteador tem um endereço
IP. Também é permitido que o mesmo endereço IP seja usado em mais de
uma interface de uma mesma máquina, mas normalmente cada interface tem
seu próprio endereço IP.
As Redes do Protocolo Internet são seqüências contínuas de endereços
IP. Todos os endereços dentro da rede têm um número de dígitos dentro dos

22
endereços em comum. A porção dos endereços que são comuns entre todos
os endereços de uma rede é chamada de porção da rede. O conjunto dos
dígitos restantes é chamado de porção dos hosts. O número de bits que são
compartilhados por todos os endereços dentro da rede é chamado de netmask
(máscara da rede) e o papel da netmask é determinar quais endereços
pertencem ou não a rede. Por exemplo, considere o seguinte:
Tabela 2-1 Formação de Endereços IP

Endereço do Host 192.168.110.23


Máscara da Rede 255.255.255.0
Porção da Rede 192.168.110.
Porção do Host .23
Endereço da Rede 192.168.110.0
Endereço Broadcast 192.168.110.255
Qualquer endereço que é finalizado em zero em sua netmask revelará o
endereço da rede a que pertence. O endereço de rede é então sempre o
menor endereço numérico dentro da escalas de endereços da rede e sempre
possui a porção host dos endereços codificada como zeros.
O endereço de broadcast é um endereço especial que cada computador
em uma rede "escuta" em adição a seu próprio endereço. Este é um endereço
onde os datagramas enviados são recebidos por todos os computadores da
rede. Certos tipos de dados, como informações de roteamento e mensagens
de alerta, são transmitidos para o endereço broadcast, assim todo computador
na rede pode recebê-las simultaneamente.
Existem dois padrões normalmente usados para especificar o endereço
de broadcast. O mais amplamente aceito é para usar o endereço mais alto da
rede como endereço broadcast. No exemplo acima este seria
192.168.110.255. Por algumas razões outros sites têm adotado a convenção
de usar o endereço de rede como o endereço broadcast. Na prática não
importa muito se usar este endereço, mas você deve ter certeza que todo
computador na rede esteja configurado para escutar o mesmo endereço
broadcast.

2.2.1 Multihoming
Os sistemas não tem endereços IP, as suas interfaces é que os têm.
Um roteador com quatro interfaces de rede precisa de quatro endereços IP.
Um sistema que está ligado a mais de uma sub-rede é chamado de
multihomed.Classes de Rede IP
Por razões administrativas após pouco tempo no desenvolvimento do
protocolo IP alguns grupos arbitrários de endereços foram formados em redes
e estas redes foram agrupadas no que foram chamadas de classes. Estas
classes armazenam um tamanho padrão de redes que podem ser usadas. As
faixas alocadas são:

23
Tabela 2-2 Classes de Endereçamento

Bits Mais Máscara de Endereços Possíveis


Classe Significativos Rede na Rede
A 00000 255.0.0.0 0.0.0.0 – 127.255.255.255

B 10000 255.255.0.0 128.0.0.0 - 191.255.255.255

C 11000 255.255.255.0 192.0.0.0 - 223.255.255.255

D 11100 240.0.0.0 224.0.0.0 - 239.255.255.255

E 11110 240.0.0.0 – 255.255.255.255

2.2.3 Endereços reservados para uso em Redes Privadas


Se você estiver construindo uma rede privada que nunca será conectada
a Internet, então você pode escolher qualquer endereço que quiser. No
entanto, para sua segurança e padronização, existem alguns endereços IP's
que foram reservados especificamente para este propósito. Eles estão
especificados no RFC1597 e são os seguintes:
Tabela 2-3 Endereços IP Reservados Para Redes Privadas

Classe Máscara de Rede Endereços Possíveis na Rede


A 255.0.0.0 10.0.0.0 - 10.255.255.255

B 255.255.0.0 172.16.0.0 - 172.31.255.255

C 255.255.255.0 192.168.0.0 - 192.168.255.255

Você deve decidir primeiro qual será a largura de sua rede e então
escolher a classe de rede que será usada.
Pode-se obter um software de Proxy que repassa a informação entre os
computadores internos e o mundo exterior através do endereço de Classe C
registrado.

2.2.4 Endereços Especiais


Nem todos os números podem ser atribuídos a uma sub-rede ou
estação. Por exemplo, alguns endereços são reservados para broadcast,
outros são reservados para tabelas de roteamento.

2.2.4.1 O endereço de Rede


Se um número IP tiver todos os bits da estação em 0, ele se refere à
rede, e não à uma estação específica. Por outro lado, se os bits da sub-rede
fossem todos 0, a identificação seria ambígua, por isso essa combinação é
inválida.

24
2.2.4.2 O endereço de Broadcast
O endereço IP 255.255.255.255 é reservado para broadcast para todos
os sistemas no link local.
Se os bits da estação forem todos 1, é feito um broadcast para a sub-
rede correspondente. Por exemplo, o Endereço 192.18.7.255 significa um
broadcast para a rede 192.18.7.0.
Se os bits da estação e sub-rede forem todos 1, é feito um broadcast
para todas as estações da rede indicada.
Um boa regra é nunca usar endereços de rede ou estação cujos bits
sejam todos iguais (0 ou 1). Daí pode-se deduzir que um campo nunca pode ter
menos do que 2 bits.

2.2.4.3 O endereço de Loopback


No extremo oposto do broadcast, existem mensagens que nunca deixam
a estação local. Existem muitas estações que contém processos clientes e
servidores. Os clientes locais comunicam-se com o servidor por IP. Para fazer
isso, eles geralmente usam um endereço especial chamado Endereço de
Loopback. Por convenção, qualquer endereço começando com 127 é
reservado para esse propósito. Na prática, apenas o endereço 127.0.0.1 é
usado.Divisão em sub-redes
Uma rede de Classe A tem 16.777.216 endereços, uma rede de Classe
B suporta 65.536 e uma de Classe C apenas 256. A grande diferença entre
esses números levam à uma alocação muito ineficiente dos blocos e contribui
para o esgotamento dos endereços IP.
Por outro lado, uma organização com um endereço de classe C só tem
um espaço de endereçamento de 1 byte. Pode ser feito então a divisão de 4
bits para o endereço de sub-rede e 4 bits para o endereço do
sistemaMáscaras de Sub-Rede
O tráfego é roteado para uma estação olhando para as partes de rede e
sub-rede do seu endereço IP. Um endereço de Classe A, B ou C tem a parte
de rede com tamanho fixo. Mas em organizações que escolhem os seus
campos de sub-rede, como as estações e roteadores reconhecem o campo?
A resposta é que os sistemas tem que ser configurados para conhecer o
tamanho da parte de sub-rede do endereço. O tamanho do campo da sub-rede
é armazenado em um parâmetro chamado Máscara de Sub-rede, ou Subnet
Mask. É uma seqüência de 32 bits, onde os bits correspondentes à rede e sub-
rede são setados em 1, e os bits do sistema são setados em 0.
Por exemplo, se quisermos usar o terceiro byte de um endereço classe
C para indicar a sub-rede, a máscara seria:
11111111 11111111 11111111 00000000
As máscaras geralmente são expressas usando a notação decimal,
então a máscara acima seria escrita como 255.255.255.0.
Já no caso de querermos dividir um endereço Classe C usando 4 bits
para o campo da sub-rede, a máscara ficaria assim:

25
11111111 11111111 11111111 11110000
Ou, na forma decimal, 255.255.255.240.
Bits de Números de Bits da Número de
Sub-Rede Sub-Rede Estação Máquinas Máscara
0 0 8 254 255.255.255.0
1 2 7 128 255.255.255.128
2 4 6 62 255.255.255.192
3 8 5 30 255.255.255.224
4 16 4 14 255.255.255.240
5 32 3 6 255.255.255.248
6 64 2 2 255.255.255.252
7 - 1 - Inválido
A tabela acima mostra as várias maneiras em que um endereço local de
classe C pode ser dividido. Ele também mostra o número de sub-redes e
estações para cada partição. O número de sub-redes e estações é menor do
que o que se espera porque alguns endereços são reservados para propósitos
específicos.Super-Redes e CDIR
O método de atribuir blocos de endereços de classe A, B e C era muito
ineficiente. Um bloco de Classe C proporciona 254 endereços, que pode ser
muito ou pouco, dependendo do tamanho da organização. Pode haver
escassez ou desperdício de endereços.
Faria mais sentido atribuir às organizações o número de bits que elas
realmente precisam. Isso é feito facilmente. Se uma organização precisa de
4000 endereços, ela ganha 12 bits para usar como parte local de seu
endereçamento. Os 20 bits restantes são o prefixo, usado como endereço de
super-rede ou prefixo. A maneira de nomear esse endereço “sem classe” é
“/20”. Obter um prefixo de 20 bits é equivalente a obter 16 blocos contínuos de
classe C.
Para rotear para uma organização, o roteador precisa saber o número
de bits no prefixo e o padrão de bits designado para o prefixo da organização.
O roteador pode então enviar tráfego para a organização com uma única
entrada na tabela de roteamento. Isto é chamado Classless Internet-Domain
Routing (CDIR).Referência rápida de máscara de redes
A tabela abaixo faz referência às máscaras de rede mais comuns e a
quantidade de máquinas máximas que ela atinge. Note que a especificação da
máscara tem influência direta na classe de rede usada:
Máscara Máscara Número de
(octal) (32 bits) Máquinas
Classe A:
/8 /255.0.0.0 16,777,214
/9 /255.128.0.0 8,388,606
/10 /255.192.0.0 4,194,302

26
/11 /255.224.0.0 2,197,150
/12 /255.240.0.0 1,048,574
/13 /255.148.0.0 524,286
/14 /255.252.0.0 262,142
/15 /255.254.0.0 131,070
Classe B:
/16 /255.255.0.0 65,534
/17 /255.255.128.0 32,766
/18 /255.255.192.0 16,382
/19 /255.255.224.0 8,190
/20 /255.255.240.0 4,094
/21 /255.255.248.0 2,046
/22 /255.255.252.0 1,022
/23 /255.255.254.0 510
Classe C:
/24 /255.255.255.0 254
/25 /255.255.255.128 126
/26 /255.255.255.192 62
/27 /255.255.255.224 30
/28 /255.255.255.240 14
/29 /255.255.255.248 6
/30 /255.255.255.252 2
/32 /255.255.255.255 1
Qualquer outra máscara fora desta tabela (principalmente para a classe
A), deverá ser redimensionada com uma calculadora de IP para chegar a um
número aproximado de redes/máquinas aproximados que deseja.

2.3 Endereçamento de Sessão (Portas)


Todo processo que deseje estabelecer comunicação com outro processo
deve se identificar de alguma forma. O TCP/IP implementa essa comunicação
através do uso do conceito de portas (ou ports).
A porta é um número de 16 bits que identifica processos (ou serviços de
rede). O número da porta de origem e o número da porta de destino estão

Ap. Ap. Ap. Ap.


23 80 53 161

Portas

TCP UDP
27
incluídos no cabeçalho de cada segmento TCP ou pacote UDP.

Um socket é uma combinação de um endereço IP com um número de


porta, e identifica um processo como único na rede.

Exercícios
1. O que significa a sigla MAC?
a) Media Assynchronous Connection
b) Master Assynchronous Connection
c) Media Access Connection
d) Media Access Control
e) Master Access Control

2. Que endereço de rede não é roteado na internet?


a) 128.9.0.0
b) 10.0.0.0
c) 191.168.72.0
d) 171.20.20.0
e) 8.0.0.0

3. São máscaras padrão de redes classe A, B e C:


a) 0.0.0.255, 0.0.255.255, 0.255.255.255
b) 0.0.0.0, 0.0.0.255, 0.0.255.255
c) 255.0.0.0, 255.255.0.0, 255.255.255.0
d) 0.0.0.0, 255.0.0.0, 255.255.0.0
e) 255.255.255.0, 255.255.0.0, 255.0.0.0

28
3 CONECTANDO REDES
Adaptado de
http://www.conectiva.com/doc/livros/online/8.0/servidor/conectividade.html#CONECTANDO-
REDES
A criação de grandes redes de computadores é possível graças à
interligação de pequenas redes de computadores. No entanto, essa divisão de
redes em pequenas unidades gera a necessidade de se criar meios que
permitam que essas unidades sejam capazes de se conectar e trocar
informações.
Além dos meios físicos (cabos, hubs, roteadores, etc.) são necessários
também os meios lógicos que permitam essa troca de informação. Serão
estudados a seguir os conceitos básicos sobre roteamento, e em seguida será
visto um tipo particular de roteamento chamado NAT (Network Address
Translation).

3.1 Roteamento
Para entender melhor como funciona o processo de transmissão de um
pacote de dados dentro de uma rede, pode ser feita uma analogia com o
processo de uma ligação telefônica. Ao se discar o número do telefone com
quem se deseja falar, a sua central telefônica verifica se o número está
conectado a ela, se não estiver ela "encaminha" a sua ligação para outra
central que por sua vez faz o mesmo teste, até chegar a central onde se
localiza o número de destino. Os códigos de país, área e o prefixo do telefone
são utilizados para determinar para qual central sua ligação deve ser
encaminhada. Cada central por onde a ligação passa, além de decidir para
onde encaminhar a ligação, funciona também como uma espécie de
retransmissora ao receber sua ligação de uma central e repassá-la para outra.
Um processo bastante semelhante acontece em uma rede de
computadores, ou seja, quando um computador tenta se comunicar com outro
que não esteja diretamente ligado a ele (ou em sua sub-rede), ele deve enviar
seus datagramas para uma máquina especial, ligada a duas ou mais redes e
que encaminhará os datagramas para o destino. Essa máquina especial recebe
o nome de gateway ou roteador, e ao processo de decidir para onde repassar
os datagramas chamamos de roteamento.
A idéia básica do roteamento é a criação de regras que estabeleçam que
caminho um datagrama deve tomar baseado no endereço de destino dele. Em
uma máquina cliente essa regra é bastante simples: tudo que não for para a
rede local deve ser enviado para a máquina gateway (essa regra é chamada
rota padrão). Já em uma máquina gateway podem ser necessárias muito mais
regras, principalmente se essa máquina está conectada a um grande número
de redes.

3.1.1 Rotas estáticas e dinâmicas


Existem dois tipos de rotas que podem ser utilizadas por um roteador:
rotas estáticas e dinâmicas. As rotas estáticas são explicitamente configuradas

29
pelo administrador, enquanto que as rotas dinâmicas podem ser "aprendidas"
através da utilização de um serviço especial para esse fim.
As rotas dinâmicas utilizam protocolos especiais como o RIP (Routing
Information Protocol), OSPF (Open Shortest Path First) e BGP (Border
Gateway Protocol) para divulgar e aprender rotas. O Linux possui o serviço
routed que é capaz de utilizar estes protocolos.
As rotas estáticas podem ser configuradas com o auxílio do Linuxconf, e
não necessitam de nenhum serviço adicional. Será visto aqui apenas a
configuração de rotas estáticas, já que a utilização de rotas dinâmicas
normalmente só é necessária em grandes redes e Sistemas Autonômos (AS).

3.1.2 Gateway
Um gateway ou roteador funciona como uma porta de saída de uma
rede; ele é um máquina equipada com duas ou mais interfaces ou dispositivos
de rede e é capaz de fazer o repasse de datagramas para fora ou para dentro
da rede.
Essa máquina possui diferentes números IPs associados a cada
interface. O Linux é capaz de decidir automaticamente por qual interface de
rede ele deve enviar datagramas baseado nos IPs de cada interface e na
definição da rota padrão.
Existem alguns casos nos quais é necessário informar ao seu gateway
como alcançar uma determinada rede, por exemplo, no caso dessa rede estar
por trás de um outro gateway. Para esses casos especiais é necessário inserir
uma rota estática para esta rede (caso não se esteja usando um serviço de
rotas dinâmicas).

3.2 Netfilter
O kernel do Linux possui recursos bastante sofisticados para filtrar e
transformar pacotes IP. Esses recursos, agrupados sob o nome de netfilter,
podem ser configurados com o auxílio do comando iptables. O netfilter permite
a construção de firewalls e de gateways com NAT (Network Address
Translation). O site oficial do netfilter é http://netfilter.gnumonks.org/.
• Serão estudados aqui os conceitos básicos do netfilter e como utilizar o
recurso de NAT.

30
3.2.1 Anatomia do netfilter
O netfilter possui um conjunto de ganchos (também chamados de
cadeias ou chain) em vários pontos da pilha de um protocolo (será considerado
aqui somente o protocolo IPv4). Cada gancho é um ponto no caminho que um
pacote IP percorre ao entrar ou sair de uma máquina, conforme a figura abaixo:

Figura 3-1Estrutura do Netfilter

O gancho PRE-ROUTING está ligado à entrada de pacotes na máquina;


após a decisão de roteamento os pacotes que não são destinados à máquina
local atravessam o gancho FORWARD e finalmente saem da máquina
passando pelo gancho POST-ROUTING. O gancho INPUT é atravessado pelos
pacotes que chegam com destino à máquina local enquanto que o gancho
OUTPUT é utilizado pelos pacotes originados na máquina local.
Para filtrar ou transformar pacotes IP, o netfilter possui estruturas
chamadas tabelas, que se ligam a conjuntos de ganchos. Essas tabelas são
implementadas através de módulos do kernel. Por padrão o kernel possui três
tabelas: filter, nat e mangle.
Cada tabela possui regras ligadas a cada um dos ganchos usados por
ela. Estas regras podem ser criadas pelo administrador, de acordo com suas
necessidades (isto é, um firewall, NAT, etc.). Cada regra especifica um padrão
ou critério a ser comparado com pacotes IPs e um alvo, ou o que fazer com
cada pacote que casa com o padrão especificado. Os alvos podem ser ações
pré-definidas de cada tabela, como por exemplo, DROP ou MASQUERADE,
que, respectivamente, descartam ou mascaram um pacote, ou ainda uma outra
regra.
A tabela nat, que será utilizada a seguir, está ligada aos ganchos PRE-
ROUTING, POST-ROUTING e OUTPUT.

3.2.2 NAT
Os números IPs da Internet são finitos e cada número deve ser único. O
crescimento explosivo da Internet tem transformado estes números em um

31
recurso escasso, e para se obter um número ou conjunto de IPs válidos é
necessário requisitá-los a um órgão regulador e pagar por eles. Logo, em
muitos casos não se justifica construir redes locais utilizando-se números IPs
válidos.
Como alternativa certos intervalos de números IPs são considerados
inválidos, isto é, não são utilizados na Internet, permitindo assim que eles
possam ser utilizados em intranets sem problemas, ou seja, várias intranets
podem utilizá-los desde que não estejam diretamente conectadas umas às
outras. No entanto, isso cria um dilema: como conectar uma intranet que utiliza
números IPs inválidos à Internet?
A resposta a essa pergunta é através da utilização de um roteador que
possua um número IP válido e que seja capaz de fazer uma tradução de
endereços de rede (NAT). Para entender melhor o que isso significa considere
o seguinte cenário: uma rede local ligada à Internet através de um roteador
com conexão discada. Ao se conectar na Internet, a máquina gateway recebe
um número IP válido do provedor de acesso. Quando uma máquina da intranet
precisa se conectar a um site (por exemplo), ela envia seus pacotes IPs com a
requisição à máquina gateway, que por sua vez altera os cabeçalhos destes
pacotes inserindo o número IP que ela recebeu do provedor e os envia através
de sua conexão. O site responde à requisição enviando a resposta para a
máquina gateway que altera novamente os cabeçalhos dos pacotes e os envia
à máquina que originalmente os requisitou. Dessa forma, cada máquina da
intranet se comporta como se estivesse ligada diretamente à Internet, enquanto
que as várias máquinas na Internet "enxergam" apenas a sua máquina
gateway.

3.2.2.1 Tipos de NAT


É possível dividir o NAT em dois tipos: o NAT de origem (SNAT) e o NAT
de destino (DNAT).
O NAT de origem é quando você altera o endereço de origem de um
pacote, isto é, a conexão passa a ter um outro endereço de origem. Esse tipo
de NAT é sempre criado utilizando-se o gancho POSTROUTING, logo antes do
pacote sair da máquina. O mascaramento (como é também conhecido) é uma
forma de SNAT.
O NAT de destino se caracteriza pela alteração do endereço de destino
do pacote, isto é, alterando o destino de uma conexão que passa pela
máquina. Este tipo de NAT é sempre criado utilizando-se o gancho PRE-
ROUTING. Balanceamento de carga, proxys transparentes e repasse de portas
são tipos de DNAT.

3.2.3 Implementação de um serviço NAT


Um serviço de NAT é necessário em soluções de Conexão Discada,
mas pode ser utilizado também como uma forma de aumentar a segurança de
uma intranet, uma vez que ele "esconde" as máquinas da rede mostrando para
o resto do mundo apenas a máquina gateway.

32
4 VULNERABILIDADES NO PROTOCOLO TCP/IP
Ultimamente temos presenciado um novo fenômeno no underground
digital. O fenômeno em si não é novo, mas tornou-se muito fácil acessar as
ferramentas necessárias para fazer más ações, temos experimentado muitas
instâncias.O fenômeno é conhecido por diferentes nomes (Smurph, Land,
Bonk,etc). O intuito de todos, contudo, é o mesmo: impedir computadores
desabilitando seu uso como pretendido.
Esse capítulo tenta explicar esses ataques.

4.1 Disponibilidade dos dados


Podemos dividir a segurança dos dados em três partes diferentes:
integridade, confidencialiade e disponibilidade. Se alguém, que não é
autorizado, gerencia e muda seus dados, a integridade é comprometida. Você
não poderá mais acreditar que o valor dessa informação é verdadeiro.
A confidencialidade da sua informação é comprometida se uma pessoa
for capaz de entrar no seu computador. Se puder conhecer uma informação a
qual não se pretendia que essa pessoa conhecesse. Ela poderá também
distribuir a informação.
A última categoria - disponibilidade - é onde os ataques aqui discutidos
pertencem. A disponibilidade dos dados é importante no decorrer dos negócios
e grandes perdas podem ocorrer se a informação importante não estiver
disponível devido a um ataque contra um computador. Tais ataques são
frequentemente chamados de "Denial-of-Service" (DoS).

4.2 Sobre o protocolo TCP/IP


Todos os ataques discutidos aqui se beneficiam de vulnerabilidades na
implementação do protocolo TCP/IP visando a interrupção da atividade do
computador atacado. Para entender os ataques é necessário um
conhecimento básico de como o protocolo foi projetado para funcionar.
TCP/IP é uma abreviação de Transmission Control Protocol/Internet
Protocol e é um dos vários protocolos desenvolvidos pelo Departamento de
Defesa dos Estados Unidos no final da década de 70. A razão pela qual o
protocolo foi desenhado era a necessidade de construir uma rede de
computadores capaz de se conectar com outra rede do mesmo tipo
(roteamento). Essa rede chamou-se ARPANET (Advanced Research Project
Agency Internetwork), e é a irmã mais nova da Internet.
Antes de ler sobre os ataques, recomendo que você leia a seção sobre
TCP/IP.

33
4.3 IP Spoofing
Um ataque spoofing envolve a falsificação do endereço de origem. É o
ato de usar uma máquina para representar o papel de outra. A maioria das
aplicações e ferramentas no UNIX baseam-se na autenticação do IP de origem.
Muitos programadores têm usado controle de acesso baseado na máquina
para segurança das suas redes. O endereço IP de origem é um identificador
único mas não é fiável. Ele pode facilmente ser forjado (spoofed). Para
entender o processo de spoofing, Primeiro vou explicar o o processo de
autenticação do TCP e do IP e depois como um atacante pode enganar a
sua rede.
O sistema cliente começa por enviar uma mensagem SYN para o
servidor. O servidor então confirma a mensagem SYN enviando uma
mensagem de SYN-ACK para o cliente. O cliente então completa
estabelecendo a conexão respondendo com uma mensagem de ACK. A
conexão entre o cliente e o servidor é então aberta, e os dados específicos do
serviço podem ser trocado entre o cliente e o servidor. Cliente e servidor
podem agora enviar dados específicos do serviço.
O TCP usa números seqüenciais. Quando um circuito virtual é
estabelecido entre duas máquinas, o TCP designa para cada pacote um
número com um índice identificador. Amboa as máquinas usam este número
para verificarem erros e fazerem relatórios.
Rik Farrow, no seu artigo "Sequence Number Attacks", explica o sistema de
números seqüenciais como sendo o seguinte:
"Os números seqüenciais são usados para confirmar a
recepção de dados. No início de uma ligação TCP, o cliente envia
um pacote TCP com uma número seqüencial inicial, mas nenhum
reconhecimento. Se existir um servidor de aplicação a correr na
outra ponta da ligação, o servidor envia de volta um pacote TCP
com o seu próprio número seqüencial, e o reconhecimento; o
número inicial do pacote do cliente mais um. Quando o sistema
cliente recebe este pacote, ele deve enviar de volta o seu próprio
reconhecimento; a sequência de número inicial do servidor mais
um."
Desta forma um atacante tem dois problemas:
1) Ele deve falsificar o endereço origem.
2) Ele deve manter um número seqüencial com o destino.
A segunda tarefa é a mais complicada porque quando o destino ajusta o
número seqüencial inicial, o agressor deve responder corretamente. Assim que
o agressor adivinhe o número seqüencial correcto, pode então sincronizar com
o destino e estabelecer uma sessão válida.

4.3.1 Serviços vulneráveis ao IP Spoofing:


Configurações e serviços que são vulneráveis ao IP spoofing :
• RPC (Serviços de Invocação Remota de Funções)

34
• Qualquer serviço que use autenticação de endereço IP
• O sistema X Window
• O conjunto de serviços R (rlogin, rsh, etc.)

4.3.2 Medidas para se prevenir de ataques IP Spoofing:


• Evite usar autenticação de endereço de origem. Implemente criptografia
na autenticação em todo o sistema.
• Configure a sua rede para rejeitar pacotes de redes externas que
declaram ser de um endereço local. Isto é geralmente feito com um
router.
• Se você permitir ligações externas de máquinas seguras, possibilite
encriptação da sessão no router.

4.4 Sobre os ataques


Os ataques descritos nesse documento são apenas alguns dos que
estão disponíveis na Internet. Seu denominador comum é que todos usam
vulnerabilidades ou implementações errôneas do protocolo TCP/IP ou ainda,
vulnerabilidades na especificação do TCP/IP em si.
Qualquer um mais interessado pode dar uma olhada no site
www.rootshell.com que descreve vários ataques. Esse site também tem
links para download de programas que protegem contra esses ataques.
Todos os ataques descritos abaixo funcionam em computadores com
Windows for Workgroups, Windows 95 ou Windows NT . Podem também
funcionar para outros sistemas operacionais. Uma vez mais indico
www.rootshell.com para uma lista completa de ataques que funcionam em
diferentes sistemas operacionais.

4.4.1 SYN Flooding


Esta é a família dos ataques DoS (Denial-of-Service) que usa variações
da mesma técnica. O ataque é realizado enviando uma stream de pacotes
para o computador alvo requisitando uma conexão (a flag SYN é setada). A
cada vez que o computador alvo recebe tal requisição, recursos são alocados -
mas nenhuma conexão é efetivada. Quando muitas requisições são recebidas
o computador alvo não pode mais alocar recursos para o tráfego da rede -
como resultado o computador pode parar.

4.4.2 Land
Aqui o ataque acontece enviando-se um pacote com a flag SYN setada
(i.e. requisitando a abertura de uma conexão) para qualquer porta da máquina

35
alvo. O pacote é modificado de tal maneira que os endereços de envio e de
recebimento do pacote são idênticos (spoofing). Essa situação não é
corretamente manipulada por algumas implementações do TCP/IP - o
computador pára. Esse ataque é direcionado à porta 139 de máquinas
rodando o sistema operacional Windows.

4.4.3 WinNuke
O nuke tem sido uma atividade popular, principalmente em escolas.
Esse tipo de ataque é voltado principalmente para computadores rodando
Windows. O efeito principal é o congelamento do computador, que precisa ser
reiniciado.
A razão pela qual o computador trava é que a Microsoft não manipula
um flag especial de status no protocolo TCP - a flag URG(para urgente). Esse
flag é setado em um pacote enviado para um computador rodando um sistema
operacional Windows. O computador irá esperar por uma stream (cadeia de
dados) da chamada Out-of-Band (OOB) banda de tráfego do computador que
envia. Esse tipo de tráfego tem prioridade mais alta que o tráfego ordinário da
rede. O problema surge quando tais mensagens não são enviadas: o
computador para. Parece que se trata de resultado de uma má implementação
do protocolo TCP/IP da Microsoft, onde essa situação não é tratada
satisfatoriamente.
Esse ataque é muito simples de ser realizado (utiliza um canal legítimo)-
tem sido até mesmo implementado com uma linha de código na linguagem
Perl. Normalmente, o ataque é direcionado contra a porta 139 (Serviço
NetBIOS Session) do computador.
Por exemplo: suponhamos que um computador com IP 200.133.10.126
esteja com a porta 139 aceitando conexões. Na barra de endereços do
Browser, podemos digitar: http://200.133.10.126:139 e se ficarmos
atualizando a página, estaremos atacando essa máquina. Um simples
JavaScript pode automatizar essa tarefa.
Felizmente, é fácil proteger um computador contra esse tipo de ataque.
A Microsoft desenvolveu patches para download. Quando esse patches são
instalados, você está protegido contra esse tipo de ataque.

4.4.4 TearDrop
Esse ataque utiliza outra vulnerabilidade na implementação do protocolo
TCP/IP. O resultado desse ataque pode variar, mas, normalmente o
computador trava e precisa ser reiniciado. Os sistemas operacionais mais
vulneráveis são Windows(95/98/NT) e Linux.
A razão pela qual o ataque acontece deve-se a um erro em parte do
protocolo TCP/IP que toma conta de pacotes fragmentados. A fragmentação
do pacote pode ocorrer se o pacote que está sendo recebido for maior do que o
tamanho permitido pela rede. Caso positivo, o pacote é dividido em pacotes
menores, consistindo em partes do pacote original. Quando os pacotes

36
menores chegam ao computador recipiente, ele tenta colocá-los juntos -aqui
ocorre o erro e o computador pára.
Tecnicamente, o ataque é conduzido mandando uma combinação
especial de dois pacotes UDP/IP. O primeiro tem deslocamento 0, a flag MF
(mais fragmentos) setada para 1 e tamanho N. O segundo tem deslocamento
menor que N, flag MF resetada para 0 e tamanho menor que N. O segundo
pacote sobrepões-se ao primeiro. Uma implementação errônea do TCP/IP
interpreta o fim do pacote antes do seu começo e o computador pára.

4.4.5 NewTear
Esse ataque é parecido com o TearDrop. A diferença é o tamanho da
sobreposição dos pacotes (20 bytes, enquanto o TearDrop usa 28) e a
manipulação do tamanho do UDP. Esse ataque funciona contra máquinas
rodando Windows95/98 e NT mesmo que o patch TearDrop esteja instalado, o
que demonstra que a Microsoft não levou as variações do ataque em conta
quando o patch foi programado.

4.4.6 Bonk/Boink
Outra variação do ataque TearDrop. O deslocamento do fragmento do
segundo pacote é ajustado para ser maior do que o comprimento do cabeçalho
IP. Semelhante aos outros ataques, o computador pára. Não se sabe porquê
esse ataque funciona.
O Bonk ataca a porta 55 das máquinas. O Boink é uma variação do
Bonk - a diferença é que esse último permite ataques em outras portas, além
da 55.

4.4.7 Ssping
Uma variação do ataque chamado "Ping da Morte". Uma pessoa
manda um pacote ICMP (ECHO_REQUEST) com um tamanho anormal para a
máquina alvo. O tamanho máximo para datagramas TCP/IP é 65536 octetos (1
octeto = 8 bits). Contudo, é possível mandar datagramas maiores do que o
tamanho máximo definido. Quando a máquina alvo recebe tal pacote pode
parar. Mais uma vez, o erro deve-se a má implementação na secção do
TCP/IP que manipula pacotes fragmentados. Um teste simples para testar se
você é vulnerável é pingar seu próprio computador. Use o comando ping -s
65510 seu_ip. Se sua máquina parar você é vulnerável a esse tipo de
ataque.

4.4.8 Smurf
Smurfing é outro tipo de ataque semelhante aos que foram discutidos
aqui. Esse tipo de ataque Smurf pode ser considerado mais perigoso que os
outros.

37
O ataque Smurf não tem intenção de parar um computador, mas sim
uma rede inteira. É realizado enviando contínuas stream (cadeias) de pacote
ICMP modificados para a rede alvo.
Os pacotes são modificados de modo que o endereço da máquina que
envia os dados é idêntico ao endereço do alvo (spoofing). Além disso, os
pacotes são enviados para os chamados endereços broadcast, o que resulta
em os pacotes modificados serem enviados para todos os computadores de
uma rede. Os computadores dessa rede irão responder enviando uma
mensagem de ICMP ECHO_RESPONSE para o computador que eles
assumem ter enviado a mensagem ( o computador alvo da rede).Se o atacante
tiver uma conexão rápida,não é preciso ser um grande matemático para saber
que a quantidade de dados gerados pode parar a rede atacada. A rede irá
parar até que o atacante pare de enviar os pacotes ou o tráfego seja
bloqueado.
Esse tipo de ataque tem sido usado para parar vários Provedores de
Acesso à Internet e todos os seus usuários. Efetivamente, é difícil se proteger
desse tipo de ataque.

38
5 FIREWALL IPCHAINS
Adaptado do Linux IPCHAINS-HOWTO, Paul Russell, <ipchains@rustcorp.com>,
v1.0.7, 12 March 1999
Tradução para o português por Gleydson Mazioli da Silva, <gleydson@linuxbr.com.br>

5.1 Introdução
Este é o Linux IPCHAINS-HOWTO; Veja “Onde?” para o ver site
principal, que contém a última cópia. Você também deve ler o Linux NET-3-
HOWTO. O IP-Masquerading HOWTO, o PPP-HOWTO, o Ethernet-HOWTO e
o Firewall HOWTO que podem ser uma leitura interessante. (Então denovo a
FAQ alt.fan.bigfoot).
Se a filtragem de pacotes é passado para você, leia a seção “Porque?”,
Seção “Como?” e verifique os títulos na seção “IP Firewalling Chains”.
Se você esta convertendo através do ipfwadm, leia a secao “Introdução”,
Seção “Como?”, e os Apêndices da seção “Diferenças entre ipchains e
ipfwadm” e a seção “Usando o script ipfwadm-wrapper”.

5.1.1 O que?
O ipchains do Linux é uma regravação do codigo de firewall IPv4 do
linux (que foi originalmente roubado do BSD) e uma regravação do ipfwadm,
que foi uma regravação do ipfw dos BSD’s, eu acho. É requerido para
administrar os filtros de pacotes IP nos kernels do linux 2.1.102 e superiores.

5.1.2 Por que?


O antigo codigo do firewall do Linux não negociava com fragmentos,
tinha contadores de 32 bits (no Intel no mínimo), não permitia especificação de
outros protocolos senão TCP, UDP ou ICMP, não faziam grandes alterações
dinâmicamente, não especificava regras contrárias, possuia alguns truques, e é
dificil de gerenciar ( podendo causar erros do usuário).

5.1.3 Como?
Atualmente o código está no kernel em desenvolvimento do 2.1.192.
Para as séries do kernel 2.0, você precisará fazer o download de um
patch da página Internet. Se seu kernel 2.0 é mais recente que o patch
fornecido, o patch antigo ser OK; esta parte dos kernels 2.0 é razoavelmente
estável (eg. o patch do kernel 2.0.34 funciona perfeitamente com o kernel
2.0.35). Desde então o patch 2.0 é incompatível com patches do ipportfw e
ipautofw, eu não recomendo aplica-los a não ser que você ralmente necessita
da funcionalidade que o ipchains oferece.

39
5.1.4 Onde?
A página oficial é The Linux IP Firewall Chains Page
http://www.rustcorp.com/linux/ipchains
Lá existe uma lista de discussão para relatar bugs, discussões,
desenvolvimento e uso. Entre na lista de discussão enviando uma mensagem
contendo a palavra “subscribe” para <ipchains-request@rustcorp.com>. Para
enviar E-Mails para a lista use “ipchains” ao invés de “ipchains-request”.

5.2 Básico sobre a filtragem de pacotes

5.2.1 O que é?
Todo o tráfego da rede é enviado em forma de pacotes. Por exemplo,
copiando este pacote (digamos de 50k) pode fazer você receber 36 ou assim
pacotes de 1460 bytes em cada um, (puxando números ao acaso).
O inicio de cada pacote diz onde ele esta indo, de onde vem, o tipo do
pacote, e outros detalhes administrativos. Isto inicia o pacote e é chamado de
cabeçalho (head). O resto do pacote que contém o dado atual sendo
transmitido, é usualmente chamado de corpo (body).
Alguns protocolos, como TCP, que é usado para o trafego na web, mail,
e logins remotos, usam o conceito de “conexão”—antes de qualquer pacote
com os dados atuais serem enviados, vários pacotes de configuração (com
cabeçalhos especiais) são trocados dizendo “Eu desejo conectar”, “OK” e
“Obrigado”. Então os pacotes normais são trocados.
Uma filtragem de pacotes é uma peça de software que olha no
cabeçalho do pacote quando eles passam, e decide o destino de todo o pacote.
Ele pode decidir negar o pacote (DENY - ie. descartar o pacote como se
ele nunca tivesse o recebido), aceita o pacote (ACCEPT - ie. deixar o pacote
seguir adiante), ou rejeitar o pacote (REJECT - como negar, mas avisa a
origem do pacote sobre o acontecido).
No Linux, a filtragem de pacotes é embutida no kernel, e aqui estão
algumas coisas que nós podemos fazer com os pacotes, mas o principio geral
é de olhar o cabeçalho dos pacotes e decidindo seu destino.

5.2.2 Por que?


• Controle: quando você está usando um computador linux para
conectar sua rede interna a outra rede (digo, a Internet) você tem a
oportunidade de permitir certos tipos de tráfego, e desativar outros.
Por exemplo, o cabeçalho do pacote contém o endereço de destino
do pacote, assim você pode prevenir pacote de irem para certas
partes de fora da rede. Como outro exemplo, eu uso o Netscape
para acessar os arquivos Dilbert. Lá estão anúncios da página
doubleclick.net, e o Netscape desperdiça partes do meu tempo

40
copiando-a. Dizendo para o filtro de pacotes não permitir qualquer
pacotes para ou de o endereço conhecido por doubleclick.net resolve
este problema (lá estão meios melhores de se fazer isto).
• Segurança: quando um computador linux é a única coisa entre o
caos da Internet e sua bonita e organizada rede, é maravilhoso
conhecer como você pode restringir o que vem batendo em sua
porta. Por exemplo, você pode permitir ir para fora de sua rede, mas
você pode estar preocupado com os conhecidos “Ping of Death”
(ping da morte) que vem de computadores maliciosos de fora. Como
outro exemplo, você pode não desejar que pessoas de fora
TELNETiando seu computador linux, embora mesmo que todas suas
contas tenham senhas; talvez você deseja (como muitas pessoas)
ser um observador na Internet, e não um servidor (legando ou caso
contrário) -- simplesmente não deixe ninguém conectar em seu
computador, tendo filtros de pacotes rejeitando pacotes de entrada
usado para iniciar conexões.
• Vigilância: muitas vezes uma máquina mal configurada na rede
local pode decidir enviar pacotes para fora da rede. É bom dizer ao
filtro de pacotes para avisa-lo se alguma coisa de anormal ocorre;
talvez você pode fazer alguma coisa sobre isto, ou talvez você está
simplesmente curioso por natureza.

5.2.3 Como?

5.2.3.1 Um kernel com filtragem de pacotes


Você precisará de um kernel que tem o novo IP firewall chains nele.
Você pode ver ser o kernel que está executando tem isto instalado verificando
pelo arquivo “/proc/net/ip_FWchains”. Se ele existe, seu kernel tem o
suporte.
Caso contrário, você precisará compilar um kernel com o IP firewall
chains. Primeiro copie o código fonte do kernel que deseja. Se possui um
kernel númerado 2.1.102 ou maior, você não precisará aplicar o patch (está na
versão principal do kernel agora). Caso contrário, aplique o patch da página
web listada acima, e ajuste a configuração como detalhado abaixo. Se você
não sabe como fazer isto, sem pânico— leia o Kernel-HOWTO.
As opções de configuração que precisa configurar para os kernels da
série 2.0 são:

CONFIG_EXPERIMENTAL=y
CONFIG_FIREWALL=y
CONFIG_IP_FIREWALL=y
CONFIG_IP_FIREWALL_CHAINS=y

Para os kernels da série 2.1 ou 2.2:

41
CONFIG_FIREWALL=y
CONFIG_IP_FIREWALL=y

A ferramenta ipchains fala com o kernel e diz a ele quais pacotes filtrar.
A não ser que você seja um programador, ou curioso demais, assim você
controlará a filtragem de pacotes.

5.2.3.2 O ipchains
A ferramenta ipchains insere ou deleta regras da seção de filtragem de
pacotes do kernel. Isto quer dizer que qualquer coisa que você configurar, será
perdida na reinicialização; veja “Fazendo Regras Permanentes” para como
fazer as regras serem restauradas quando o Linux é iniciado.
O ipchains substitui o ipfwadm, que foi usado pelo antigo código de
firewall de IP. Há um conjunto de scripts úteis disponíveis no site ftp do
ipchains: ftp://ftp.rustcorp.com/ipchains/ipchains-scripts-1.1.2.tar.gz
Este contém um script shell chamado ipfwadm-wrapper que permite
fazer a filtragem de pacotes como fez antes. Você provavelmente não deve
usar este script a não ser se deseje fazer um método rápido de upgrade em um
sistema que usa o ipfwadm (ele é lento, não checa argumentos, etc).
Neste caso, você não precisa muito deste HOWTO.
Veja Apêndice “Diferenças entre ipchains e ipfwadm” e Apêndice
“Usando o script ipfwadm-wrapper” para um assunto mais detalhado sobre
ipfwadm.

5.2.3.3 Fazendo regras permanentes


Sua configuração atual do firewall é armazenada no kernel, e assim será
perdida na reinicialziação. Eu recomendo usar os scripts “ipchains-save” e
“ipchains-restore” para fazer estas regras permanentes. Para fazer isto,
configure suas regras, então execute (como root):

# ipchains-save > /etc/ipchains.rules


Crie um script parecido com o seguinte:
#! /bin/sh
# Script para controlar a filtragem de pacotes.

# Se não existir regras, não faz nada.


[ -f /etc/ipchains.rules ] || exit 0

case “$1” in
start)
echo -n “Ativando a filtragem de pacotes:” /sbin/ipchains-restore <
/etc/ipchains.rules || exit 1 echo 1 > /proc/sys/net/ipv4/ip_forward echo “.”
;;
stop)

42
echo -n “Desativando a filtragem de pacotes:”
echo 0 > /proc/sys/net/ipv4/ip_forward
/sbin/ipchains -X
/sbin/ipchains -F
/sbin/ipchains -P input ACCEPT
/sbin/ipchains -P output ACCEPT
/sbin/ipchains -P forward ACCEPT
echo “.”
;;
*)
echo “Use: /etc/init.d/packetfilter {start|stop}”
exit 1
;;
esac
exit 0

Tenha certeza que isto está antes no processo de inicialização. No meu


caso (Debian 2.1), eu fiz um link simbólico chamado ‘S39packetfilter’ em
meu diretório “/etc/rcS.d” (isto ser executado antes de S40network).

5.3 Roteamento, masquerading, portforwarding, ipautofw...


Este HOWTO é sobre filtragem de pacotes. Isto quer dizer decidindo
que pacote terá permissão de passar ou não. No entanto, o Linux está sendo
um parque de diversões para hackers, você provavelmente desejará mais do
que isso.
Um problema é que a mesma ferramenta (“ipchains”) é usada para
controlar tanto o masquerading e transparent proxy, embora estejam
nacionalmente separados da filtragem de pacotes (a implementação atual do
Linux obscurece estes junto não naturalmente, deixando a impressão que eles
foram descontinuados).
Masquerading e proxying são discutidos em HOWTOs separados, e as
características auto forwarding e port forwarding são controladas por
ferramentas separadas, mas mesmo assim muitas pessoas me perguntam
sobre elas, eu também vou incluir diversos cenários comuns e indicar quando
cada um deve ser aplicado. Os méritos de segurança de cada configuração
não serão discutidos aqui.

5.3.1 Guia rápido de três linhas para Masquerading


Isto assume que sua interface externa é chamada “ppp0”. Use ifconfig
para acha-la, e ajuste ao guia.

# ipchains -P forward DENY


# ipchains -A forward -i ppp0 -j MASQ
# echo 1 > /proc/sys/net/ipv4/ip_forward

43
5.3.2 Configurações de firewall simples
Você trabalha na littlecorp.com. Você tem uma rede interna, e uma
conexão dialup (PPP) simples com a Internet (firewall.littlecorp.com
que é 1.2.3.4). Você usa Ethernet em sua rede local, e sua máquina pessoal é
chamada “myhost”.
Esta seção ilustrará os diferentes arranjos no qual são comuns. Leia
com atenção porque cada um é sutilmente diferente.

5.3.2.1 Rede Pública


Neste cenário, sua rede pessoal é uma parte da Internet:
pacotes pode seguir sem alterações através de ambas as redes. O
endereço IP da rede interna deve ser escolhido aplicando por um bloco de
endereços IP, assim o resto da rede conhecerá como obter pacotes para você.
Isto implica em uma conexão permanente.
Neste cenário, a filtragem de pacotes é usada para que pacotes podem
ser direcionados entre sua rede e o resto da internet, eg. para restringir o resto
da internet para somente acessar seus servidores web internos.
Exemplo: Permitindo acesso web de sua rede privada para a Internet.
1. Sua rede interna é configurada de acordo com os blocos de
endereços
IP que possui registrados, (digamos 1.2.3.*).
2. O firewall está configurado para permitir qualquer tráfego.
3. Netscape está configurado para conectar diretamente.
4. DNS deve estar configurado corretamente em sua rede.
5. O firewall deve ser a rota padrão (gateway) para sua rede privada.

Netscape em myhost lê http://slashdot.org.


1. Netscape procura o nome “slashdot.org”, e obtém 207.218.152.131.
Ele então abre uma conexão para aquele endereço IP, usando a porta
local 1050, e pergunta do servidor web (porta 80) pela página web.
2. Pacotes passam através do firewall, simplesmente como passam
através de diversos firewalls entre você e slashdot.org.
3. Netscape desenha a página.

ie. Aqui existe somente uma conexão: de 1.2.3.100 (myhost) porta


1050, para 207.218.152.131 (slashdot.org) porta 80.

44
5.3.2.2 Rede Privada: Masquerading
Neste cenário, pacotes da rede privada nunca atravessam a Internet
sem um tratamento especial, e vice versa. O endereço Ip da rede privada
devem ser escolhidos de acordo com o RFC1597 Private Network Allocations
(ie. 10.*.*.*, 172.16.*.* or 192.168.*.*).
Ao invés de usar um proxy, nós usamos facilidades especiais do kernel
chamadas “masquerading”. Masquerading regravam pacotes quando passam
através do firewall, assim eles sempre parecem vir do próprio firewall. Ele
então re-escreve as respostas assim eles pareceram estar indo para o
recipiente original.
Masquerading possui módulos separados para manipular protocolos
“enganados”, como FTP, RealAudio, Quake, etc. Para procolos realmente
difíceis de manipular, a facilidade “auto forwarding” pode manipular muitos
destes configurando automáticamente o forward de portas para configurações
de portas relacionadas: procure por “ipportfw” (kernels 2.0) ou “ipmasqadm”
(kernels 2.1).

Quaisquer serviços que você deseja acessar na Internet deve estar no


firewall. (Mas veja “Serviços Internos Limitados” abaixo).
Exemplo: Permitindo acesso web da rede privada com a Internet.

1. A rede privada possui endereços 192.168.1.*, com myhost sendo


192.168.1.100, e a interface Ethernet do firewall sendo 192.168.1.1.
2. O firewall é configurado para masquerade (mascarar) qualquer
pacotes vindo da rede privada e indo para a porta 80 de um host da internet.
3. Netscape está configurado para conectar diretamente.
4. DNS deve ser configurado corretamente na rede privada.
5. O firewall deve ser a rota default (gateway) para a rede privada.

Netscape em myhost lê http://slashdot.org.


1. Netscape procura o nome “slashdot.org”, e obtém
207.218.152.131. Ele então abre uma conexão para aquele endereço IP,
usando a porta local 1050, e pergunta ao servidor web (porta 80) pela página
web.
2. Como os pacotes de myhost (porta 1050) para slashdot.org (porta
80) passam através do firewall, eles são regravados para virem da interface
PPP do firewall, porta 65000. O firewall possui um endereço Internet válido
(1.2.3.4) assim responde pacote de slashdot.org.
3. Como pacotes de slashdot.org (porta 80) para
firewall.littlecorp.com (port 65000) vem, eles são regravados para irem para
myhost, porta 1050. Esta é a mágica real do masquerading: ele relembra

45
quando ele regravou pacotes enviados para regrar as respostas quando
retornarem.
4. Netscape desenha a página.

ie. Do ponto de vista de slashdot.org, a conexão é feita de 1.2.3.4


(interface PPP do firewall) porta 65000 para 207.218.152.131 (slashdot.org)
porta 80. Do ponto de vista de myhost, a conexão é feita de 192.168.1.100
(myhost) porta 1050, para 207.218.152.131 (slashdot.org) porta 80.

5.3.2.3 Rede Privada: Proxies Transparentes


Neste cenário, pacotes da rede privada nunca atravessam a Internet e
vice versa. O endereço IP da rede privada deve ser escolhido de acordo com o
RFC1597 Private Network Allocations (ie. 10.*.*.*, 172.16.*.* or 192.168.*.*).
O Único meio de conectar com a internet é conectando com o firewall,
que é a única máquina entre as duas redes e que conectam ambas. Você
executa um programa (no firewall) chamando um proxy transparente para fazer
isto; o kernel envia pacotes de saída para o transparent proxy ao invés de
envia-los adiante (ie. ele abastarda o roteamento).
Proxyes transparentes querem dizer que o cliente não precisa saber que
há um proxy envolvido.
Qualquer serviço que desejar acessar na Internet deve estar no firewall.
(Mas veja “Serviços Internos Limitados” abaixo).

Exemplo: Permitindo acesso web da rede privada para a Internet.


1. A rede privada usa endereços 192.168.1.*, com myhost sendo
192.168.1.100, e a interface Ethernet do firewall sendo 192.168.1.1.
2. Um proxy web transparente (eu acredito que existem patches
para squid para permitir ele operar desta maneira, ou tente “transproxy”) ‘
instalado e configurado no firewall, digo executando na porta 8080.
3. O kernel esta configurado para redirecionar conexão para a porta
80 do proxy, usando ipchains.
4. Netscape na rede privada está configurado para conectar
diretamente.
5. DNS precisa estar configurado na rede privada (ie. você precisa
executar um servidor DNS como um proxy no firewall).
6. A rota default (gateway) precisa estar configurado na rede
privada, para enviar pacotes para o firewall.

Netscape em myhost lê http://slashdot.org.


1. Netscape localiza o nome “slashdot.org”, e obtem
207.218.152.131.

46
Ele abre uma conexão para aquele endereço IP, usando a porta local
1050, e pergunta ao servidor web (porta 80) pela página web.
2. Como os pacotes de myhost (porta 1050) para slashdot.org (porta
80) passam pelo firewall, eles são direcionados para proxy transparente
aguardando na porta 8080. O proxy transparente abre uma conexão usando
(usando a porta local 1025) com 207.218.152.131 porta 80 (que é aqui onde os
pacotes originais estão indo).
3. Como o proxy recebe a página web de sua conexão com o
servidor web, ele copia os dados para a conexão com o Netscape.
4. Netscape desenha a página.

ie. Do ponto de vista de slashdot.org, a conexão é feita de 1.2.3.4


(interface PPP do firewall) porta 1025 para 207.218.152.131 (slashdot.org)
porta 80. Do ponto de vista de myhost, a conexão é feita de 192.168.1.100
(myhost) porta 1050, para 207.218.152.131 (slashdot.org) porta 80, mas ele
está atualmente falando com o proxy transparente.

5.3.2.4 Rede Privada: Proxies Tradicionais


Neste cenário, pacotes vindo da rede privada nunca atravessam para a
Internet, e vice versa. O endereço IP da rede privada usam os endereços de
acordo com o RFC1597 Private Network Allocations (ie. 10.*.*.*, 172.16.*.* or
192.168.*.*).
O Único meio de se conectar com a Internet é conectando com o
firewall, que é a única máquina na rede que conectam ambas. Você executa
um programa (no firewall) chamado proxy para fazer isto (há proxies para FTP,
acesso Web, telnet, RealAudio, Usenet News e outros serviços). Veja o
Firewall HOWTO.
Qualquer serviço que você deseja acessar na Internet deve estar no
firewall (mas veja “Serviços Internos Limitados” abaixo).

Exemplo: Permitindo acesso web da rede privada para a Internet.


1. A rede privada usa endereços 192.168.1.*, com myhost sendo
192.168.1.100, e a interface do firewall firewall sendo designada 192.168.1.1.
2. Um proxy web (eg. “squid”) está instalado e configurado no
firewall, digo executando na porta 8080.
3. Netscape na rede privada está configurado para usar a porta 8080
do firewall como um proxy.
4. DNS não precisa ser configurado na rede privada.
5. DNS não precisa estar configurado no firewall.
6. Sem rota padrão (gateway) necessitando ser configurado na rede
privada.

47
Netscape em myhost lê http://slashdot.org.
1. Netscape conecta-se com o firewall na porta 8080, usando a porta
1050 em myhost. Ele pergunta pela página internet “http://slashdot.org”.
2. O proxy procura o nome “slashdot.org”, e obtém 207.218.152.131.
Ele abre uma conexão com aquele endereço IP (usando a porta 1025 na
interface externa do firewall), e pergunta ao servidor web (porta 80) pela página
web.
3. Como ele recebe a página web de sua própria conexão com o
servidor web, ele copia os dados para a conexão do Netscape.
4. Netscape desenha a página.

ie. Do ponto de vista de slashdot.org, a conexão é feita de 1.2.3.4


(interface PPP do firewall) porta 1025 para 207.218.152.131 (slashdot.org)
porta 80. Do ponto de vista de myhost, a conexão é feita de 192.168.1.100
(myhost) porta 1050, para 192.168.1.1 (interface Ethernet do firewall) porta
8080.

5.3.2.5 Serviços Internos Limitados


Existem alguns truques que você pode usar para permitir a Internet
acessar seus serviços internos, em lugar de executar serviços no firewall.
Estes funcionarão com aproximação baseada em proxy ou masquerading para
conexões externas.
Uma simples aproximação é executar um “redirector”, que é um poor-
man’s proxy que aguarda por uma conexão em uma determinada porta, e
então abre uma conexão em um porta e host fixo, e copia os dados entre as
duas conexões. Um exemplo disto é o programa “redir”. Do ponto de vista da
Internet, a conexão é feita para seu firewall. Do ponto de vista de seu servidor
interno, a coneão é feita da interface interna do firewall para o servidor.
Outra aproximação (que requer um kernel 2.0 com patch para ipportfw,
ou um kernel 2.1 ou superior) é usar um port forwarding no kernel. Isto faz o
mesmo trabalho que o redir em um método diferente: o kernel regrava os
pacotes enquanto passam, alterando seus endereços de destino e portas para
apontarem para hosts e portas internas. Do ponto de vista da da internet, a
conexão é feita para seu firewall. Do ponto de vista de seu servidor interno,
uma conexão é feita do host Internet para o servidor.

5.3.3 Mais detalhes sobre Masquerading


David Ranch escreveu um excelente novo HOWTO em Masquerading,
que tem uma larga quantidade de materiais com este HOWTO. Você pode
atualmente encontrar ete HOWTO em
http://www.ecst.csuchico.edu/~dranch/LINUX/index-LINUX.html#ipmasq
Logo eu iria esperar que isto fosse encontrado em algum lugar do
Projeto de documentação do Linux, em http://www.metalab.unc.edu/LDP

48
A página oficial do Masquerading está disponível em
http://ipmasq.cjb.net.

5.4 IP Firewalling Chains


Esta seção descreve tudo o que você realmente precisa saber para
construir um filtro de pacotes que se encaixe em suas necessidades.

5.4.1 Como os pacotes atravessam os filtros


O kernel inicia com três listas de regras; estas listas são chamadas
firewall chains ou simplesmente chains. Os três chains são chamados input
output e forward. Quando um pacote entra (digo, através da placa Ethernet) o
kernel usa o chain de entrada e decide seu destino. Se ele sobrevive a este
passo, então o próximo passo do kernel é decidir onde enviar o pacote (isto é
chamado roteamento). Se o seu destino for outra máquina, ele consultará o
chain forward. Finalmente, antes de simplesmente o pacote ir para fora da
rede, o kernel consulta o chain output.
Um chain é uma lista de checagem de regras. Cada regra diz “se o
cabeçalho do pacote parece com isto, então aqui esta o que fazer com o
pacote”. Se a regra não confere com o pacote, então a próxima regra no chain
é consultada. Finalmente, se não existem mais regras a consultar, então o
kernel procura no policiamento do chains para decidir o que fazer. Em um
sistema consciente em segurança, este policiamento normalmente diz ao
kernel para rejeitar ou negar o pacote.
Para fans da arte em ASCII, isto mostra o caminho completo do pacote
entrando em uma máquina.
| ACEITAR/ interface lo |
v REDIRECIONAR _______ |
> C --> S --> ______ --> D --> ~~~~~~~~ -->|forward|----> _______ -->
h a |input | e {Routing } |Chain | |output |ACEITAR
e n |Chain | m {Decision} |_______| --->|Chain |
c i |______| a ~~~~~~~~ | | ->|_______|
k t | s | | | | |
s y | q | v | | |
u | v e v NEGAR/ | | v
m | NEGAR/ r Processo Local REJEITAR | | NEGAR/
| v REJEITAR a | | | REJEITAR
| NEGAR d --------------------- |
v e -----------------------------
NEGAR
Aqui está uma descrição passo a passo de cada estágio:
• Checksum: Este é um teste para verificar se o pacote não está
corrompido de alguma forma. Se estiver, ele é negado.
• Sanity: Esta é atualmente um destas checagens de sanidade antes
de cada chain firewall, mas o chain input é o mais importante. Muitos

49
pacotes malformados podem deixar o código de checagem de regras
confuso, e estes são negados aqui (uma mensagem é mostrada no
syslog se isto acontecer).
• input chain: Este é o primeiro chain firewall que será testado
contra o pacote. Se a decisão do chain não for NEGAR ou
REJEITAR, o pacote passa.
• Demasquerade: Se o pacote é uma resposta de um pacote anterior
do masquerade, (mascaramento) ele é desmascarado, e pula para o
chain output. Se você não usa o IP masquerading, você pode ignorar
esta parte no diagrama.
• Routing decision (decisão do roteamento): O campo de destino é
examinado pelo código de roteamento, para decidir se o pacote deve
ir para um processo local (veja processos locais abaixo) ou
direcionado (forward) para uma máquina remota (veja forward chains
abaixo).
• Local process (processo local): Um processo sendo executado
em uma máquina pode receber pacotes após o passo de decisão do
roteamento, e pode enviar pacotes (que vão pelo passo de decisão
do reteamento, quando atravessam o chain output).
• interface lo: Se pacotes de um processo locai são desinados a
um processo local, eles vão através do chain output com a interface
configurada para “lo”, então retorna pelo chain input também com a
interface “lo”. A interface lo é normalmente chamada de interface
loopback.
• local: Se o pacote não foi criado por um processo local, então o
chain forward é checado, caso contrário o pacote vai através do
chain output.
• forward chain: Este chain é usado para qualquer pacote que está
tentando passar entre esta máquina para outra.
• output chain: Este chain é usado para todos os pacotes antes de
serem enviados para fora.

5.4.1.1 Usando ipchains


Primeiro, verifique se você tem a versão do ipchains que este
documento se refere:

$ ipchains—version
ipchains 1.3.9, 17-Mar-1999

Note que eu recomendo 1.3.4 (que não possui opões longas, como “—
sport”), ou 1.3.8 ou superior; estes são muito estáveis.
ipchains tem uma página de manual razoavelmente detalhada (man
ipchains), e se você precisa de mais detalhes em particularidades, você deve

50
checar a interface de programação (man 4 ipfw), ou o arquivo net/ipv4/ip_fw.c
no código fonte do kernel 2.1.x, que é (obviamente) autoritativo.
Também existem um excelente guia de referência rápida por Scott
Bronson no pacote fonte, em ambas A4 e US Letter PosScript™.
Existem diferentes outras coisas que você pode fazer com ipchains.
Primeiro operações para gerenciar chains completos. Você inicia com três
chains input, output e forward que voce não pode apagar.

1. Criar um novo chain (-N).


2. Deletar um chain vazio (-X).
3. Alterar a política de um chain interno (-P).
4. Listar as regras em um chain (-L).
5. Esvaziar as regras do chain (-F).
6. Zerar os contadores de pacote e byte em todas as regras no chain
(-Z).

Existem diversos meios de manipular regras dentro do chain:

1. Adiciona uma nova regra no chain (-A).


2. Insere uma nova na mesma posição no chain (-I).
3. Substitui uma regra na mesma posição no chain (-R).
4. Deleta uma regra na mesma posição no chain (-D).
5. Deleta a primeira regra que confere no chain (-D).

Existem poucas operações para masquerading, que estão no ipchains


que é um bom lugar para coloca-las:

1. Lista de conexões atuais do masquerade (-M -L).


2. Configura os valores de tempo máximo (timeout) do masquerade
(-M -S).
(Mas veja “Eu não posso configurar tempo máximo no masquerade”)
O função final (e talvez a mais útil) permite a você checar o que
aconteceu com o dado pacote se ele atravessou o chain.

5.4.1.2 Operações em uma regra Simples


Este é o pão-e-manteiga do ipchains; manipulando regras. Mas
especificamente você ira provavelmene usar os comandos append (-A) e delete

51
(-D). os outros (-I para inserir e -R para substituir) são simples extensões
nestes conceitos.
Cada regra especifica uma cofiguração de condições em que o pacote
se encontra, e o que fazer quando a encontra (um “alvo”). Por exemplo,
você pode desejar negar todos os pacotes ICMP vindo do endereço IP
127.0.0.1. Assim neste caso nossas condições são que o protocolo
deve ser ICMP e que o endereço de origem deve ser 127.0.0.1. Nosso alvo é
“NEGAR”.

127.0.0.1 ‘ a interface “loopback”, que você tem’ mesmo se não


possuir uma conexão real da rede. Você pode usar o programa “ping” para
gerar tais pacotes (ele simplesmente envia um ICMP tipo 8 (echo request) com
todos os hosts cooperativos que devem serviçalmente responder com o pacote
ICMP tipo 0 (echo reply). Isto é útil para testes.

# ping -c 1 127.0.0.1
PING 127.0.0.1 (127.0.0.1): 56 data bytes
64 bytes from 127.0.0.1: icmp_seq=0 ttl=64 time=0.2 ms

--- 127.0.0.1 ping statistics ---


1 packets transmitted, 1 packets received, 0% packet loss
round-trip min/avg/max = 0.2/0.2/0.2 ms
# ipchains -A input -s 127.0.0.1 -p icmp -j DENY
# ping -c 1 127.0.0.1
PING 127.0.0.1 (127.0.0.1): 56 data bytes

--- 127.0.0.1 ping statistics ---


1 packets transmitted, 0 packets received, 100% packet loss

Você pode ver aqui que o primeiro ping se sucede( o “-c 1”que dizer para
o ping enviar somente um pacote simples)
Então nós adicionamos (-A) um chain “input”, uma regra especificando
que para pacotes vindo de 127.0.0.1 (“-s 127.0.0.1”) com o protocolo ICMP (“-p
ICMP”) devem ser negados (“-j DENY”).
Quando nós testamos nossa regra, usando o segundo ping, Existe uma
pausa antes do programa aguardar a resposta que nunca vem.
Nós podemos apagar uma regra em um dos dois meios. Primeiro nós
conhecemos que esta é a única regra no chain input, nós podemos usar um
número para apagar, como em:

# ipchains -D input 1

Para apagar a regra número 1 no chain input.

52
O segundo meio é espelhar o comando -A, mas trocando o -A com -D.
Isto é útil quando voce tem um complexo conjunto de regras e você não deseja
conta-las para retirar a regra 37. Neste caso, nós podemos usar:

# ipchains -D input -s 127.0.0.1 -p icmp -j DENY

A sintaxe de -D deve ter exatamente as mesmas opções que os


comandos -A (ou -I ou -R). Se existem múltiplas regras idênticas no mesmo
chain, somente a primeira ser apagada.

5.4.1.3 Especificações de Filtragem


Você deve sempre usar “-p” para especificar um protocolo, e “-s” para
especificar um endereço de origem, mas existem outras opções que nós
podemos usar para especificar características do pacote. O que segue é um
compêndio exaustivo.
5.4.1.3.1 Especificando o endereço IP de origem e Destino
Endereços IPs de origem (-s) e destino (-d) podem ser especificados em
quatro meios. O meio mais comum ‘ usar o nome completo, como “localhost”
ou “www.linuxhq.com”. O segundo método é especificar o endereço IP como
“127.0.0.1”.
O terceiro e quarto meio permite especificar um grupo de endereços IPs,
como “199.95.207.0/24” ou “199.95.207.0/255.255.255.0”. Estes dois
especificam qualquer endereços IP de 192.95.207.0 para 192.95.207.255
inclusive; os digitos depois da “/” dizem dizem que a parte do endereço IP é
significante. “/32” ou “/255.255.255.255” é o padrão (abrange todos os
endereços IPs). Para especificar qualquer endereço IP, deve ser usado “/0”,
como no exemplo:

# ipchains -A input -s 0/0 -j DENY

Isto é raramente usado, como o efeito acima é o mesmo como não


especificar a opção “-s”.
5.4.1.3.2 Especificando Inversão
Muitas opções, incluindo a “-s” e “-d” podem ter seus argumentos
seguidos de “!” (que significa não) para atingirem endereços NÃO iguais ao
especificado. Por exemplo, “-s ! localhost” atinge qualquer pacote menos de
localhost.
5.4.1.3.3 Especificando o Protocolo
O protocolo pode ser especificado com a opção “-p”. O protocolo pode
ser um número (se conhecer os valores numéricos dos protocolos para IP) ou
um nome para casos especiais de “TCP”, “UDP” ou “ICMP”. Caso especificar
“tcp” também funcinará como “TCP”.
O nome do protcolo pode usar o prefixo “!”, para inverter a regra, como “-
p ! TCP”.

53
5.4.1.3.3.1 Especificando portas UDP e TCP
Para casos especiais onde um protocolo TCP ou UDP é especificado,
existem argumentos extras indicando a porta TCP ou UDP, ou um (exclusivo)
faixa de portas (mas veja “Dirigindo Fragmentos” abaixo). Uma faixa é
representada pelo caracter “:”, como “6000:6010”, que abrange 11 números de
portas, de 6000 para 6010. Se o menor número é omitido, o padrão será 0. Se
o maior número for omitido, o padrão será 65535. Assim para especificar
conexões TCP vindo de portas abaixo de 1024, a sintaxe deve ser como “-p
TCP -s 0.0.0.0/0 :1023”. Números de portas podem ser especificadas por
nomes, eg. “www”.
Note que a especificação de portas devem ser precedidas por uma “!”,
que inverte a regra. Assim para especificar qualquer pacote TCP menos uma
pacote WWW, você deve especificar p TCP -d 0.0.0.0/0 ! www
É importante realizar aquela especificação

p TCP -d ! 192.168.1.1 www

é muito diferente de

p TCP -d 192.168.1.1 ! www

A primeira especifica qualquer pacote TCP para a porta WWW em


qualquer máquina menos 192.168.1.1. O segundo especifica qualquer
conexão TCP para qualquer porta em 192.168.1.1 menos a porta WWW.
Finalmente, este caso significa não para a porta WWW e não para
192.168.1.1:

p TCP -d ! 192.168.1.1 ! www

5.4.1.3.3.2 Especificando tipo do ICMP Type e Code


ICMP também permite um argumento opcional, mas como ICMP não
possui portas, (ICMP possui tipo e código) eles possuem diferentes
significados.
Você pode especifica-los como nomes ICMP (use ipchains -h icmp para
listar os nomes) após a opão “-s”, ou como um tipo e código ICMP numérico,
onde os tipos seguem a opcão “-s” e o código segue a opção “-d”.
Os nomes ICMP são razoavelmente logos: você somente precisa usar
bastante letras para fazer um nome se distinguir de outros.
Aqui está um pequena tabela de alguns dos pacotes ICMP mais
comuns:
Número Nome Requerido por
0 echo-reply pong
3 destination-unreachable Qualquer tráfego TCP/UDP.

54
5 redirect se não estiver executando
um daemon de roteamento
8 echo-request ping
11 time-exceeded traceroute
Note que os nomes ICMP não podem ser precedidos de “!” no momento.
Atenção: NÃO, bloqueie as mensagems ICMP do tipo 3! (Veja “Pacotes
ICMP” abaixo)
5.4.1.3.4 Especificando a Interface
A opção “-i” especifica o nome de uma interface para atingir. Uma
interface é o dispositivo físico onde o pacote vem, ou onde vai. Você pode usar
o comando ifconfig para listas as interfaces que estão em “up” (ie. trabalhando
no momento).
A interface para pacotes de entrada (ie. pacotes atravessando as regras
de entrada) é considerada sendo uma interface onde eles vem. Logicamente,
a interface para pacotes enviados (pacotes atravessando as regras de saída) é
a interface onde eles vão. A interface para pacotes atravessando os chains
forward é também a interface onde eles serão enviados para fora; me parece
uma decisão bastante arbitrária.
É perfeitamente legal especificar uma interface que atualmente não
existe; a regra não atingirá nada até que a interface seja iniciada. Isto é
extremamente útil para conexões PPP dialup (normalmente a interface ppp0).
Como um caso especial, um nome de interface finalizando com um “+”
atinge todas as interfaces (até mesmo se existem atualmente ou não) que
começam com aquele string. Por exemplo, para especificar uma regra que
atinge todas as interfaces PPP, a opção “-i ppp+” pode ser usada.
O nome da interface pode ser precedida por uma “!” para não atingir
pacotes que NÃO conferem com a interface especificada.
5.4.1.3.5 Especificando somente pacotes TCP SYN
É muitas vezes útil permitir conexões TCP em uma direção, mas não em
outra. Por exemplo, você pode desejar permitir conexões para uma servidor
WWW externo, mas não conexões daquele servidor.
Uma aproximação ingênua pode ser bloquear pacotes TCP vindo do
servidor. Infelizmente, conexões TCP requerem pacotes indo em ambas
direções para funcionarem corretamente.
A solução é bloquear somente os pacotes usados para requisitar uma
conexão. Estes pacotes são chamados SYN (ok, técnicamente eles são
pacotes com a flag SYN configurada, e as flags FIN e ACK limpas, mas nós os
chamamos de pacotes SYN). Desativando somente estes pacotes, nós
podemos parar tentativas de conexões em seus rastros.
A flag “-y” é usada para isto: é somente válida para regras que
especificam TCP como seu protocolo. Por exemplo, para especificar tentativas
de conexão TCP de 192.168.1.1:

p TCP -s 192.168.1.1 -y

55
Mais uma vez, esta opção pode ser invertida se for precedida de um “!”,
que diz que cada pacote sem ser a inicialização da conexão.
5.4.1.3.6 Dirigindo Fragmentos
As vezes um pacote é muito grande para passar de uma só vez.
Quando isto acontece, o pacote é dividido em framentos, e enviado como
múltiplos pacotes. O outro lado remonta os fragmentos para reconstruir o
pacote inteiro.
O problema com fragmentos é que muitas das especificaçõess listadas
acima (em particular, porta de origem, porta de destino, tipo ICMP, código
ICMP, ou opção TCP SYN) requerem que o kernel verifique no inicio do pacote,
que é o único que contém o primeiro fragmento.
Se sua máquina é a única conectada a uma rede externa, então você
pode dizer para o kernel do linux para remontar todos os fragmentos dos
pacotes que passam através dele, compilando o kernel com IP: always
defragment (sempre desfragmentar) configurado para “Y”. Isto nítidamente
evita isto.
Caso contrário, é importante entender como os fragmentos são tratados
pelas regras de filtragem. O primeiro fragmento é tratado como qualquer outro
pacote. O segundo e os fragmentos seguintes não são. Assim uma regra -p
TCP -s 192.168.1.1 www (especificando uma porta de origem de “www”) nunca
atingirá um fragmento (do segundo em diante). Nem será o oposto a regra -p
TCP -s 192.168.1.1 ! www.
No entanto, você pode especificar uma regra especificamente para o
segundo e outros fragmentos, usando a opção “-f”. Obviamente, é ilegal
especificar uma porta TCP ou UDP, tipo ICMP, código ICMP ou a opção TCP
SYN em tal regra de fragmento.
É também permitido especificar que uma regra que não se aplica ao
segundo e fragmentos seguintes, procedendo “-f” com “!”.
Normalmente é considerado como seguro deixar o segundo e outros
fragmentos atravessarem, desde que a filtragem afetará o primeiro fragmento,
e assim previne a remontagem no computador de destino, porém, tem sido
conhecido bugs para permitir o travamento de máquinas simplesmente
enviando fragmentos.
Nota para cabeças de rede: pacotes mal formados (TCP, UDP e pacotes
ICMP muitos curtos para o c¢digo de firewall ler as portas ou código e tipo
ICMP) são tratados como fragmentos também. Sometne fragmentos TCP
iniciando na posição 8 são explicitamente derrubados pelo código do firewall
(uma mensagem aparecerá no syslog se isto ocorrer).
Como um exemplo, a seguinte regra derrubará quaisquer fragmentos
indo para 192.168.1.1:

# ipchains -A output -f -d 192.168.1.1 -j DENY

56
5.4.1.4 Efeitos do Lado da Filtragem
OK, agora nós conhecemos todos os métodos que podemos atingir um
pacote usando uma regra. Se um pacote confere com a regra, as seguintes
coisas podem acontecer:
1. O contador de byte para aquela regra é aumentado pelo tamando
do pacote (cabeçalho e tudo).
2. O contador de pacotes para aquela regra é incrementado.
3. Se a regra o requisitar, o pacote é registrado.
4. Se a regra o requisitar, o campo do pacote Type Of Service é
alterado.
5. Se a regra o requisitar, o pacote é marcado (não em kernels da
série 2.0).
6. O alvo da regra é examinado para decidir o que fazer com o
próximo pacote.
Para variedade, todos estas regras estão em ordem de importância.
5.4.1.4.1 Especificando um alvo
Um alvo diz ao kernel o que fazer com um pacote que confere cum uma
regra. ipchains usa “-j” (pense como “jump-to” - pular para) para a
especificação do alvo. O nome do alvo deve ser menor que 8 letras, e case
sensitive: “RETURN” e “return” são completamente diferentes.
O caso mais simples é quando não há um alvo especificado. Este tipo
de regra (muitas vezes chamado de uma regra de “contagem”) é útil para uma
contagem simples de certos tipos de pacotes. Se esta regra confere ou não, o
kernel simplesmente examina a próxima regra no chain. Por exemplo, para
contar o número de pacotes de 192.168.1.1, nós podemos fazer isto:

# ipchains -A input -s 192.168.1.1

(Usando “ipchains -L -v” nós podemos ver os contadores e bytes


associados com cada regra).
Existem seis alvos especiais. Os primeiros três, ACCEPT, REJECT e
DENY são muito simples. ACCEPT aceita o pacote, DENY bloqueia o pacote,
é como se nunca o tivesse recebido. REJECT rejeita o pacote, mas (se ele
não é um pacote ICMP) gera uma resposta ICMP para a origem para dizer que
o destino está inalcançavel.
A próxima, MASQ diz ao kernel mascarar (masquerade) o pacote. Para
isto funcionar, seu kernel precisa estar compilado com IP Masquerading
ativado. Para detalhes sobre isto, veja Masquerading_HOWTO e o apêndice
“Diferenças ente ipchains e ipfwadm”. Este alvo é somente válido para pacotes
atravessando o chain forward.
O alvo mais especial é REDIRECT que diz ao kernel para enviar um
pacote para uma porta local em vez de onde tivesse vindo.

57
Isto pode ser somente especificado por regras especificando TCP ou
UDP como seus protocolos. Opcionalmente, uma porta (nome ou número)
podem ser especificadas seguidas de “-j REDIRECT” que causar o
redirecionamento do pacote para uma porta particular, até mesmo se for
endereçado para outra porta. Este alvo é somente válido para pacotes
atravessando a regra de entrada.
O alvo final especial é RETURN que é idêntico a cair fora do final da
regra imediatamente. (Veja “Configurando o Policiamento” abaixo).
Qualquer outro alvo indica uma regra definida pelo usuário (como
descrita em “Operações em todo o Chain” abaixo). O pacote começará
atravessando as regras naquele chain. Se aquele chain não decide o destino
do pacote, então uma vez passam por aquele chain como finalizado, passar se
resume na próxima regra no chain atual.
Hora de mais arte ASCII. Considere dois (tolos) chains: input (o chain
embutido) e Test (um chain definido pelo usuário).
‘input’ ‘Test’
---------------------------- ----------------------------
| Rule1: -p ICMP -j REJECT | | Rule1: -s 192.168.1.1 |
|--------------------------| |--------------------------|
| Rule2: -p TCP -j Test | | Rule2: -d 192.168.1.1 |
|--------------------------| ----------------------------
| Rule3: -p UDP -j DENY |
Considerando um pacote TCP vindo de 192.168.1.1, indo para 1.2.3.4.
Ele entra no chain input, e é testado na regra 1 - sem bater com a regra. A
regra 2 bate, e seu alvo é Test, assim a próxima regra examinada é o inicio do
teste. Regra 1 em test confere, mas não especifica um alvo, assim a próxima
regra é examinada, Regra 2. Isto não confere, assim nós atingimos o final do
chain. Nós retornamos ao chain de entrada, onde nós simplesmente
examinamos a Regra 2, assim nós agora examinamos Regra3, que não
confere.
Assim o caminho do pacote é:
V __________________________
‘input’ | / ‘Test’ V
------------------------|--/ -----------------------|----
| Rule1 | /| | Rule1 | |
|-----------------------|/-| |----------------------|---|
| Rule2 / | | Rule2 | |
|--------------------------| -----------------------V----
| Rule3 /--+___________________________/
------------------------|---
V
Veja a seção “Como organizar suas regras de Firewall” para meios para
usar regras definidas pelo usuários efetivamente.
5.4.1.4.2 Registrando pacotes
Este é o lado do efeito que confere com uma regra que possui; você
pode ter o pacote que bateu com a regra registrado com a opção “-l”. Você

58
normalmente não precisará disto para pacotes rotineiros, mas ela é uma
característica útil se você deseja verificar por eventos excepcionais.
O kernel registra esta informação parecida como:

Packet log: input DENY eth0 PROTO=17 192.168.2.1:53 192.168.1.1:1025


L=34 S=0x00 I=18 F=0x0000 T=254

Esta mensagem de registro é designada para ser concisa, e contém


informações técnicas úteis somente para gurus de rede, mas ela pode ser útil
para o resto de nós. Cada uma que dizer o seguinte:
1. “input” este é o chain que contém a regra que confere com o
pacote, causando a mensagem de registro.
2. “DENY” é o que a regra disse fazer com o pacote. Se isto é “-“
então a regra não afetou o pacote (uma regra de registro).
3. “eth0” é o nome da interface. Porque isto foi o chain de entrada,
ela significa que o pacote veio de “eth0”.
4. “PROTO=17” significa que o pacote foi protocolo 17. Uma lista de
números de protocolos esta disponível em “etc/prococols”. Os mais comuns
são 1 (ICMP), 6(TCP) e 17(UDP).
5. “192.168.2.1” significa que o endereço IP de origem do pacote foi
“192.168.2.1”.
6. “:53” significa que a porta de origem foi 53. Olhando em
“/etc/services” é verificado que esta é uma porta “domínio” (ie. esta é
provavelmente a resposta do DNS). Para UDP e TCP, este número é a porta
de origem. Para ICMP, ele é o tipo ICMP. Para outros, ele será 65535.
7. “192.168.0.1” é o IP de destino.
8. “:1025” significa que a porta de destino foi 1025. Para UDP e
TCP, este némero é a porta de destino. Para ICMP, ele é o código ICMP.
Para outros, ele será 65535.
9. “L=34” significa que o pacote teve um total de 34 bytes.
10. “S=0x00” campo que significa o tipo do serviço (dividido por 4
para obter o tipo do serviço com usado pelo ipchains).
11. ‘I=18’ é a identificação do IP.
12. “F=0x0000” é os fragmentos 16-bits offset plus flags. Um valor
iniciando com “0x4” ou “0x5” significa que o bit de fragmento não esta
configurado. “0x2” ou “0x3” significa que o bit “mais fragmentos” esta
configurado; espere mais fragmentos após isto. O resto dos números são o
offset deste fragmento, dividido por 8.
13. “T=254” é o tempo de vida do pacote. Um é subtraído deste valor
para cada ciclo, e normalmente iniciam em 15 ou 255.
14. “(#5)” este pode ser um número final em parênteses em kernels
mais recentes (talvez após 2.2.9). Este é um número de regra que causa o
registro do pacotes.

59
Em sistemas linux padrões, esta saída do kernel é capturada por klogd
(o daemon de registro do kernel) que o envia para o syslogd (o daemon de
registro do sistema). O arquivo “/etc/syslog.conf” controla o funcionamento de
syslogd, especificando um destino para cada facilidade (facility - em nosso
caso, a facilidade é “kernel”) e nível (para ipchains, o nível usado é “info”).
Por exemplo, meu (Debian) /etc/syslog.conf contém duas linhas que
conferem “kern.info”:

kern.* -/var/log/kern.log
.=info;.=notice;*.=warn;\
auth,authpriv.none;\
cron,daemon.none;\
mail,news.none -/var/log/messages

Estas significam que as mensagem são duplicadas em “/var/log/kern.log”


e “/var/log/messages”. Para mais detalhes, veja “man syslog.conf”.
5.4.1.4.3 Manipulando o tipo do Serviço
Existem quatro bits raramente usados no cabeçalho IP, chamaos de bits
de tipo do serviço (TOS). Eles afetam o método como os pacotes são tratados;
os quatros bits são “Minima Espera”, “Máximo processamento”, “Máxima
Confiabilidade” e “Mínimo Custo”. Somente um destes bits é permitido ser
configurado. Rob van Nieuwkerk, o autor do TOS-mangling code, colocou o
que segue:
Especialmente o “Minimo de Espera” é importante para mim. Eu deixo
ele ligado para pacotes “interativos” em meu roteador (Linux). Eu uso um
modem de 33k6. O linux inicializa pacotes em 3 meios. Deste meio eu tenho
performance interativa aceitável enquando faço downloads grandes ao mesmo
tempo. (Ele pode até mesmo ser melhor se lá não tiver tal bit no driver serial,
mas a latencia é mantida agora por 1.5 segundos).
Nota: Obviamente, você tem o controle através de pacotes de entrada:
você pode somente controlar a prioridade dos pacotes deixando seu
computador. Para negociar prioridades com o outro computador, um protocolo
como RSVP (que não conheço nada sobre ele, não me pergunte sobre isto)
deve ser usado.
O uso mais comum é configurar telnet e conexões de controle FTP para
o “Minima Espera” e dados FTP para “Máximo Processamento”. Isto pode ser
feito como segue:

ipchains -A output -p tcp -d 0.0.0.0/0 telnet -t 0x01 0x10


ipchains -A output -p tcp -d 0.0.0.0/0 ftp -t 0x01 0x10
ipchains -A output -p tcp -s 0.0.0.0/0 ftp-data -t 0x01 0x08

A opção “-t” pede dois parâmetros extras, ambos em hexadecimal.


Estes permitem giros complexos dos bitos TOS: o primeira mascara é ANDed
com o pacote atual TOS, e então a segunda máscara é XORed com ele.
Se isto é muito confuso, apenas use a seguinte tabela:

60
TOS Name Value Typical Uses

Minimum Delay 0x01 0x10 ftp, telnet


Maximum Throughput 0x01 0x08 ftp-data
Maximum Reliability 0x01 0x04 snmp
Minimum Cost 0x01 0x02 nntp

Andi Klenn foi ao ponto fora dos seguintes (também editado para
postaridade):
Talvez ele possa ser útil para incluir uma referência para de ifconfig para
a discussão sobre bits TOS. O tamanho do dispositivo padrão é afinado para
placas ethernet, em modems ele é muito grande e faz os 3 agendamentos das
bandas (que possui canais baseados no TOS) funcionarem subótimamente. É
uma boa idéia configura-lo para um valor entre 4-10 no modem ou simples
canal b para links ISDN: em dispositivos empacotados é necessário um grande
canal.
Este é uma problema 2.0 e não 2.1, mas em 2.1 ele é um opção do
ifconfig (com nettools recentes), enquanto em 2.0 ele requer patches fontes nos
controladores de dispositivos para alterar.
Assim, para ver máximos beneficios da manipulação TOS para links de
modems PPP, faça “ifconfig $1 txqueuelen” em seu /etc/ppp/ip-up script. O
número usado depende da velocidade do modem e da quantidade de buffer no
modem; aqui configurações que Andi me passou denovo:
O melhor valor para dadas configurações precisam ser testadas. Se os
canais são muito pequenos em um roteador então os pacotes serão
derrubados. Também é claro que um obtém o benefício até mesmo sem
regravação TOS, apenas aquela regravação TOS ajuda obter benefícios para
programas não coperativos (mas todos os programas padrões do linux são
coperativos).
5.4.1.4.4 Marcando um Pacote
Isto permite complexas e poderosas interações com Alexey Kuznetsov’s
nova Qualidade de implementações de Serviço, também como forwarding
baseado em marcas em kernels da série 2.1. Esta opção é no entanto
ignorada em kernels da série 2.0.
5.4.1.4.5 Operações em todo o chain
Uma característica muito útil do ipchains é a abilidade de agrupar regras
relacionadas em chains. Você pode chamar chains do que quiser, desde que
não sejam nomes utilizados pelos chains embutidos (input, output e forward) ou
os alvos (MASQ, REDIRECT, ACCEPT, DENY, REJECT ou RETURN). Eu
sugiro evitar totalmente identificações em maiúsculas, porque que eu posso
usar estas para futura extensão. O nome do chain pode ser maior que 8
caracteres.
5.4.1.4.6 Criando um novo chain
Vou criar um novo chain. Porque eu sou como um imaginador da
mesma categoria, eu chamarei isto de test.

61
# ipchains -N test

É muito simples. Agora você pode colocar regras nele como detalhado
acima.
5.4.1.4.7 Apagando um chain
Apagar um chain também é simples.

# ipchains -X test

Porque “-X”? Bem, todas as boas letras foram usadas.


Existem um par de restrições para apagar chains: elas devem ser vazias
(veja “Limpando um Chain” abaixo) e eles não devem ser o alvo de qualquer
regra. Você não pode deletar qualquer destes três chains embutidos.
5.4.1.4.8 Limpando um Chain
Existe um método simples de esvaziar todas as regras fora do chain,
usando o comando “-F”.

# ipchains -F forward

Se você não especificar um chain, então todos os chains serão limpos.


5.4.1.4.9 Listando um chain
Você pode listar todas as regras em um chain usando o comando “-L”.

# ipchains -L input
Chain input (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
target prot opt source destination ports
ACCEPT icmp ----- anywhere anywhere any
# ipchains -L test
Chain test (refcnt = 0):
target prot opt source destination ports
DENY icmp ----- localnet/24 anywhere any
#

O “refcnt” listado para test é o número de regras que tem test como seu
alvo. Este pode ser zero (e o chain ser vazio) antes deste chain ser apagado.
Se o nome do chain é omitido, todos os chains são listados.
Existem três opções que podem acompanhar “-L”. A “-n” (numérica)
opção é muito útil porque ela previne ipchains de tentar localizar endereços IP,
que (se você esta usando DNS como muitas pessoas) causa larga espera se
seu DNS se não estiver configurado corretamente, ou se você filtrará suas
requisições DNS. Ele faz as portas serem listadas como números ao invés de
nomes.

62
A opção “-v” mostra os detalhes das regras, como o pacote e contadores
de byes, as máscaras TOS, a interface, e a marca do pacote. Caso contrário
estes valores são omitidos. Por exemplo:

# ipchains -v -L input
Chain input (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
pkts bytes target prot opt tosa tosx ifname mark source
destination ports
10 840 ACCEPT icmp ----- 0xFF 0x00 lo anywhere
anywhere any

Note que o pacote e o contador do byte são mostrados usando os


sufixos “K”, “M” ou “G” para 100, 1,000,000 e 1,000,000,000 respectivamente.
Usando a opção “-x” (números expandidos) são mostrados números
completos, não discutirei como eles são grandes.
5.4.1.4.10 Resetando (Zerando) Contadores
Isto é útil para permitir resetar os contadores. Isto pode ser feito com a
opção “-Z” (zero counters). Por exemplo:

# ipchains -v -L input
Chain input (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
pkts bytes target prot opt tosa tosx ifname mark source destination ports
10 840 ACCEPT icmp ----- 0xFF 0x00 lo anywhere anywhere any
# ipchains -Z input
# ipchains -v -L input
Chain input (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
pkts bytes target prot opt tosa tosx ifname mark source destination ports
0 0 ACCEPT icmp ----- 0xFF 0x00 lo anywhere anywhere any

O problema disto é que muitas vezes você precisa conhecer os valores


do contador imediatamente antes dele ser resetado. No exemplo acima,
muitos pacotes pode passar entre os comandos “-L” e “-Z”. Por esta razão,
você pode usar “-L” e “-Z” juntos, para resetar os contadores enquando os lê.
Infelizmene, se você fizer isto, você não poderá operar em um chain simples:
você terá que listar e zerar todos os chains imediatamente.

# ipchains -L -v -Z
Chain input (policy ACCEPT):
pkts bytes target prot opt tosa tosx ifname mark source destination ports
10 840 ACCEPT icmp ----- 0xFF 0x00 lo anywhere anywhere any

Chain forward (refcnt = 1): (policy ACCEPT)


Chain output (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
Chain test (refcnt = 0):
0 0 DENY icmp ----- 0xFF 0x00 ppp0 localnet/24 anywhere any
# ipchains -L -v
Chain input (policy ACCEPT):
pkts bytes target prot opt tosa tosx ifname mark source destination ports
10 840 ACCEPT icmp ----- 0xFF 0x00 lo anywhere anywhere any

63
Chain forward (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
Chain output (refcnt = 1): (policy ACCEPT)
Chain test (refcnt = 0):
0 0 DENY icmp ----- 0xFF 0x00 ppp0 localnet/24 anywhere any

5.4.1.4.11 Configurando a Política


Nós mostramos o que acontece quando um pacote atinge o final do
chain de entrada embutido quando nós discutimos como um pacote anda
através dos chains em “Especificando um Alvo” acima. Neste caso, o
policiamento do chain determina o destino do pacote. Somente chains
embutidos (input output e forward) tem policiamento, porque se um pacote cai
no final de um chain definido pelo usuário, a passagem é resumida no chain
anterior.
O policiamento pode ser qualquer dos primeiros quatro alvos especiais:
ACCEPT, DENY, REJECT, MASQ. MASQ é somente válido para o
chain “forward”.
É também importante notar que o alvo RETURN em uma regra em um
dos chains embutidos é útil para acertar o policiamento de um chain quando o
pacote se encaixa em uma regra.

5.4.1.5 Operações em Masquerading

Existem diversos parâmetros que você pode usar para IP Masquerading.


Eles estão empacotados com ipchains porque não compensa fazer uma
ferramenta separada para eles (no entanto isto pode mudar).
O comando IP Masquerading é “-M”, e ele pode ser combinado com “-L”
para listar conexões Masquerade atuais, ou “-S” para configurar parâmetros
masquerade.
O comando “-L” pode ser acompanhado por “-n” (mostar números ao
invés de nomes dos hosts e nomes das portas) ou “-v” (mostra deltas em
números sequenciais para conexão masquerade, apenas em caso de
preocupação).
O comando “-S” deve ser seguido de três valores de timeout, cada um
em segundos: para seções TCP, para seções TCP após um pacote FIN, e para
pacotes UDP. Se você não desejar alterar um destes valores, simplesmente
passe um valor “0”.
Os valores padrões estão listados em
‘/usr/src/linux/include/net/ip_masq.h’, atualmente 15 minutos, 2 minutos e
5 minutes respectivamente.
O valor mais comum para ser alterado é o primeiro, para FTP (veja
“Pesadelos FTP” abaixo).
Note os problemas com as configurações de timeout listados em “Eu não
posso configurar timeouts em masquerade!”.

64
5.4.1.6 Checando um Pacote
Muitas vezes você deseja ver o que esta acontecendo quando um certo
pacote entra em sua máquina, tal como para verificar seus chains de entrada.
ipchains tem o comando “-C” para permitir isto, usando exatamente as mesmas
rotinas que o kernel usa para diagnosticar pacotes reais.
Você especifica que chain testará o pacote seguido do argumento “-C”
com seu nome. Considerando que o kernel sempre inicia atravessando os
chains input, output e forward, você está permitido o inicio da travessia em
qualquer chain para fins de testes.
Os detalhes do “pacote” são especificados usando a mesma sintaxe
usada para expecificar regras do firewall. Em particular, um protocolo (“-p”),
endereço de origem (“-s”), endereço de destino (“-d”) e interface (“-i”) são
compulsórios. Se o protoclo é TCP ou UDP, então uma porta simples de
origem e destino devem ser especificadas, e um tipo ICMP e um código devem
ser especificados para o protocolo ICMP (a não ser que a opção “-f” é
espeficada para indicar uma regra de fragmento, em tal caso estas opções são
ilegais).
Se o protocolo é TCP (e a opção “-f” não é especificada), a opção “-y”
deve ser especificada, para indicar que o pacote test deve ter o bit SYN
ajustado.
Aqui está um exemplo de teste de um pacote TCP SYN de 192.168.1.1
porta 60000 para 192.168.1.2 porta www, vindo na interface eth0, entrando no
chain “input”. Isto é uma clássica inicialização de conexão WWW.

# ipchains -C input -p tcp -y -i eth0 -s 192.168.1.1 60000 -d 192.168.1.2 www


packet accepted

5.4.1.7 Multiplas Regras at Once and Watching What Happens


Muitas vezes uma simples linha de comando pode resultar em múltiplas
regras sendo afetadas. Isto é feito em duas maneiras. Primeiro, se você
especificar um hostname que resolve (usando DNS) múltiplos endereços IPs,
ipchains pode atuar como se você tivesse digitado m£ltiplos comandos com
cada combinação de endereços.
Assim se o hostname “www.foo.com” resolve três endereços IPs, e o
hostname “www.bar.com” resolve dois endereços IPs, então o comando
“ipchains -A input -j reject -s www.bar.com -d www.foo.com” acumula seis
regras para o chain de entrada.
O outro meio de ter o ipchains fazendo múltiplas ações é usar a opção
bidirecional (“-b”). Esta opção faz o ipchains se comportar como se você
tivesse digitado o comando duas vezes, a segunda vez com os argumentos “-s”
e “-d” invertidos. Assim, para evitar forwarding para ou de 192.168.1.1, você
deve fazer o seguinte:

# ipchains -b -A forward -j reject -s 192.168.1.1

65
Pessoalmente, eu não gosto muito da opção “-b”; se você deseja
conveniência, veja “Usando ipchains-save” abaixo.
A opção -b pode ser usada com insert (“-I”), delete (“-D”) (mas não com
variações que pegam regras numúricas), comando append (“-A”) e comando
check (“-C”).
Outra opção útil é “-v” (verbose) que mostra exatamente o que o
ipchains está fazendo com seus comandos. Isto é útil se você está negociando
com comandos que podem afetar multiplas regras. Por exemplo, aqui nós
checamos a ação dos fragmentos entre 192.68.1.1 e 192.168.1.2.

# ipchains -v -b -C input -p tcp -f -s 192.168.1.1 -d 192.168.1.2 -i lo


tcp opt ---f- tos 0xFF 0x00 via lo 192.168.1.1 -> 192.168.1.2 *
-> *
packet accepted
tcp opt ---f- tos 0xFF 0x00 via lo 192.168.1.2 -> 192.168.1.1 *
-> *
packet accepted

5.4.2 Exemplos úteis


Eu tenho uma conexão dialup PPP (-i ppp0). Eu pego news (-p TCP -s
news.virtual.net.au nntp) e mail (-p TCP -s mail.virtual.net.au pop-3) a toda hora
que disco. Eu uso o método FTP da Debian para atualizar minha máquina
regularmente (-p TCP -y -s ftp.debian.org.au ftp-data).
Eu surfo na WEB através do meu proxy ISP enquando isto está sendo
feito (-p TCP -d proxy.virtual.net.au 8080), mas odeio os anúncios de
doubleclick.net dos arquivos Dilbert (-p TCP -y -d 199.95.207.0/24 e p TCP -y -
d 199.95.208.0/24).
Eu não noto pessoas tentando entrar pelo ftp em minha máquina
enquando eu estou online (-p TCP -d $LOCALIP ftp), mas não desejo qualquer
um de fora pretendendo ter um endereço IP de minha rede interna (-s
192.168.1.0/24).Isto é normalmente chamado de IP spoofing, e aqui está um
belo meio de proteger você dele em kernels 2.1.x e superiores: veja “Como eu
configuro a proteção IP spoof?”.
A configuração é razoavelmente simples, porque não existe atualmente
nenhuma outra máquina na minha rede interna.
Eu não desejo que nenhum processo local (ie. Netscape, linx etc...) se
conecte em doubleclick.net:

# ipchains -A output -d 199.95.207.0/24 -j REJECT


# ipchains -A output -d 199.95.208.0/24 -j REJECT

Agora eu desejo configurar prioridades em varios pacotes de saída (não


existe muitos motivos de se fazer isto em pacotes que entram). Desde que eu

66
tenho diversos números destas regras, é sensato colocar todas elas em um
simples chain, chamado ppp-out.

# ipchains -N ppp-out
# ipchains -A output -i ppp0 -j ppp-out

Minimo de espera para tráfego WEB e telnet.

# ipchains -A ppp-out -p TCP -d proxy.virtual.net.au 8080 -t 0x01 0x10


# ipchains -A ppp-out -p TCP -d 0.0.0.0 telnet -t 0x01 0x10

Baixo custo para dados ftp, nntp, pop-3:

# ipchains -A ppp-out -p TCP -d 0.0.0.0/0 ftp-data -t 0x01 0x02


# ipchains -A ppp-out -p TCP -d 0.0.0.0/0 nntp -t 0x01 0x02
# ipchains -A ppp-out -p TCP -d 0.0.0.0/0 pop-3 -t 0x01 0x02

Existem algumas restrições em pacotes vindo da inteface ppp0:


deixe criar um chain chamado “ppp-in”

# ipchains -N ppp-in
# ipchains -A input -i ppp0 -j ppp-in

Agora, nenhum pacote vindo de ppp0 deve reivindicar um endereço de


origem de 192.168.1.*, assim nós registramos e negamos todos eles:
# ipchains -A ppp-in -s 192.168.1.0/24 -l -j DENY
Eu permito pacotes UDP para DNS (eu executo um programa de cache
de nomes que redireciona todas as requisições para 203.29.16.1, assim eu
espero respostas DNS somente dele), entrada FTP, e somente retorno de
dados ftp(ftp-data) (que deve somente estar indo para uma porta acima de
1023, e não as portas X11 em torno de 6000).

# ipchains -A ppp-in -p UDP -s 203.29.16.1 -d $LOCALIP dns -j ACCEPT


# ipchains -A ppp-in -p TCP -s 0.0.0.0/0 ftp-data -d $LOCALIP 1024:5999 -j ACCEPT
# ipchains -A ppp-in -p TCP -s 0.0.0.0/0 ftp-data -d $LOCALIP 6010: -j ACCEPT
# ipchains -A ppp-in -p TCP -d $LOCALIP ftp -j ACCEPT

Finalmente, pacotes local-para-local estão OK:

# ipchains -A input -i lo -j ACCEPT

Agora, meu policiamento padrão no chain de entrada é DENY, assim


qualquer outra coisa é derrubada:

# ipchains -P input DENY

67
NOTA: Eu não configurei meus chains nesta ordem, como os pacotes
podem ir através da minha configuração. Seguramente é normalmente feito o
DENY (bloqueio) primeiro, então inseridas as regras. É claro, se suas regras
requerem chamadas DNS para resolver nomes de hosts, você terá problemas.

5.4.2.1 Usando ipchains-save


Configurar regras de firewall simplesmente do jeito que desejar, e então
tente se lembrar dos comandos que usou assim você pode estar na próxima
hora em pane.
Assim ipchains-save é um script que lê sua configuração atual dos
chains e salva em um arquivo. No momento eu mantenho seu suspense sobre
o que o ipchains-restore faz.
ipchains-save pode salvar uma simples regra, ou todas as regras (se
nenhum nome de regra é especificada). A única opção atualmente permitida é
“-v” que mostra as regras (para stderr) quando são salvas. O policiamento do
chain é também salvo para as regras input, output e forward.

# ipchains-save > my_firewall


Saving ‘input’.
Saving ‘output’.
Saving ‘forward’.
Saving ‘ppp-in’.
Saving ‘ppp-out’.

5.4.2.2 Usando ipchains-restore


O ipchains-restore restaura chains que foram salvos com ipchains-
save. Ele pode usar duas opções “-v” que descreve cada resgra sendo
incluída, e “-f” que força a limpeza de regras definidas pelo usuário se elas
existem, como descrito abaixo.
Se uma regra definida pelo usuário é encontrada em input, ipchains-
restore checa se aquele chain realmente existe. Se existir, então você será
perguntado se os chains devem ser limpos (limpeza de todas as regras) ou se
a restauração deste chain deve ser ignorada. Se você especificar “-f” na linha
de comando, você não será perguntado; a regra será limpa.
Por exemplo:

# ipchains-restore < my_firewall


Restoring ‘input’.
Restoring ‘output’.
Restoring ‘forward’.
Restoring ‘ppp-in’.
Chain ‘ppp-in’ already exists. Skip or flush? [S/f]? s Skipping ‘ppp-in’.
Restoring ‘ppp-out’.

68
Chain ‘ppp-out’ already exists. Skip or flush? [S/f]? f Flushing ‘ppp-out’.

5.5 Diversos
Esta seção contém todas as informações e FAQs que eu pude colocar
dentro da estrutura do arquivo abaixo.

5.5.1 Como organizar suas regras de firewall


Esta questão requer muita concentração. Você pode tentar organiza-las
para melhorar a velocidade (minimizar o números de checagem de regras para
os pacotes mais comuns) ou para diminuir o gerenciamento.
Se você tiver um link intermitente, digamos PPP, você pode desejar
configurar a primeira regra do chain de entrada para “-i ppp0 -j DENY” na
inicialização, então tendo qualquer coisa como esta em seu script ip-up:

# Re-create the ‘ppp-in’ chain.


ipchains-restore -f < ppp-in.firewall

# Replace DENY rule with jump to ppp-handling chain.


ipchains -R input 1 -i ppp0 -j ppp-in

Seu script ip-down deve se parecer com isto:

ipchains -R input 1 -i ppp0 -j DENY

5.5.2 O que não filtrar


Existem muitas coisa que você deve estar atento antes de iniciar a
filtragem de tudo o que não desejar.

5.5.2.1 Pacotes ICMP


Pacotes ICMP são usados (entre outras coisas) para indicar falhas de
outros protocolos (tal como TCP e UDP). Pacotes “destination-unreachable”
em particular. Bloqueando estes pacotes significa que você nunca obterá erros
“Host unreachable” ou “No route to host”; qualquer conexão simplesmente
aguardará por uma resposta que nunca virá. Isto é irritante, mas raramente
fatal.
Um problema pior é o papel de pacotes ICMP em na descoberta MTU.
Todas as boas implementações TCP (incluindo o Linux) usa a descoberta MTU
para tentar entender qual pacote grande que pode ir para um destino sem ser
fragmentado (fragmentação diminui a performance, especialmente quando
fragmentos ocasionais são perdidos). Descoberta MTU funciona enviando

69
pacotes com o bit “Don’t Fragment” ajustado, e então enviando pacotes
pequenos se ele obter um pacote ICMP indicando “Fragmentação necessária
mas DF ajustado” (“fragmentação necessária”). Este é um tipo de pacote
“destination-unreachable”, e se ele nunca é recebido, o host local não reduzirá
o MTU, e a performance será abismal ou não existente. Note que é comum ele
bloquear todas as mensagens de redirecionamento ICMP (tipo 5); estas podem
ser usados para manipular roteamento (embora boas stacks IP tem proteções),
e assim são frequentemente vistas como ligeiramente ariscadas.

5.5.2.2 Conexões TCP para DNS (servidores de nomes)


Se estiver tentando bloquear conexões TCP de saída, se lembre que
DNS nem sempre usa UDP; se a resposta do servidor excede, 512 bytes, o
cliente usa uma conexão TCP (ainda indo para o número de porta 53) para
obter a resposta.
Isto pode ser uma armadilha porque DNS sempre “trabalha mais ou
menos” se você bloquear tais transferências TCP; você pode experimentar
esperas longas e estranhas ou outros problemas DNS ocasionais se você o
fizer.
Se suas requisições DNS sempre são direcionadas para a mesma
origem externa (ou diretamente usando a linha nameserver em /etc/resolv.conf
ou usando um servidor de nomes cache no modo forward), então você
precisará somente permitir conexões TCP para a porta domínio naquele
servidor de nomes da porta de domínio local (se usando um servidor de nomes
cache) ou de uma porta alta (>1023) se estiver usando /etc/resolv.conf.

5.5.2.3 Pesadelos FTP


O problema clássico de filtragem de pacotes é o FTP. FTP tem dois
modos; um é o tradicional que é chamado modo ativo e o mais recente é
chamado de modo passivo. Navegadores Web normalmente usam o modo
passivo, mas programas FTP de linha de comando normalmente usam o modo
ativo.
No modo ativo, quando o computador remoto tenta enviar um arquivo
(ou até mesmo o resultado de um comando ls ou dir) ele tenta abrir uma
conexão TCP com a máquina local. Isto significa que você não pode filtrar
estas conexões TCP sem bloquear o FTP ativo.
Se você tem a opção de usar o modo passivo, então bem; modo passivo
faz as conexäes de dados de cliente para servidor, até mesmo para dados de
entrada. Caso contrário, é recomendado que você somente permita conexões
TCP para portas acima de 1024 e não entre 6000 e 6010 (6000 é usada pelo
X-Window).

70
5.5.3 Filtrando o Ping of Death (ping da morte)
Computadores Linux são agora imunes aos famosos Ping of Death, que
envolve o envio de grandes pacotes ICMP ilegais que sobrecarrega os buffers
na pilha TCP no receptor e causa destruição.
Se você está protegendo computadores que podem ser vulneráveis,
você deve simplesmente bloquear fragmentos ICMP. Pacotes normais ICMP
não são grandes o bastante para requerer fragmentação, assim você não deve
bloquear nada exceto grandes pings. Eu tenho ouvido (não confirmados)
relatos que muitos sistemas requerem somente o último fragmento de um
pacote ICMP acima de seu tamanho para o corromper, assim bloquear
somente o primeiro fragmento não é recomendado.
Sobre os programas exploit e tenho sempre visto que todos usam ICMP,
não existem razões que fragmentos TCP ou UDP (ou um protocolo
desconhecido) possa ser usado neste ataque, assim bloqueando fragmentos
ICMP é somente uma solução temporária.

5.5.4 Filtrando o Teardrop e Bonk


Teardrop e Bonk são dois ataques (principalmente sobre máquinas
Microsoft Windows NT) que confiam em fragmentos sobrepostos. Tendo seu
roteador Linux fazendo desfragmentação, ou não permitindo todos os
fragmentos para suas máquinas vulneráveis são as outras opções.

5.5.5 Filtrando Bombas de Fragmento


Algumas pilhas TCP são comentadas por ter problemas negociando com
grandes números de fragmentos de pacotes quando eles não recebem todos
os fragmentos. Linux não tem este problema. Você pode filtrar fora
fragmentos (que podem interromper legitimos usuários) ou compilar seu kernel
com “IP: always defragment” ajustado para “Y” (somente se seu computador
linux é o roteador para estes pacotes).

5.5.6 Modificando regras do firewall


Existem alguns assuntos cronometrados envolvidos em alterar regras do
firewall. Se você não é cuidadoso, você pode deixar pacotes passarem
enquanto estiver fazendo suas alterações. Uma solução simplíssima é fazer o
seguinte:

# ipchains -I input 1 -j DENY


# ipchains -I output 1 -j DENY
# ipchains -I forward 1 -j DENY

... faz alterações ...

# ipchains -D input 1

71
# ipchains -D output 1
# ipchains -D forward 1

Isto bloqueia todos os pacotes durante as alterações.


Se suas alterações são restritas para um chain simples, você deve criar
um novo chain com novas regras, e então trocar (“-R”) a regra que aponta para
o antigo chain para a nova que aponta para o novo chain: então você pode
apagar o antigo chain. Esta substituição ocorrerá atomicamente.

5.5.7 Como eu configuro a proteção IP Spoof?


IP spoofing é uma técnica onde um host envia pacotes que parecem ser
de outro host. Desde que a filtragem de pacotes faz decisões baseadas no
endereço de origem, IP spoofing ‘ usado para filtros de pacotes bobos. Ele é
também usado para ocultar a identidade de atacantes usando ataques SYN,
Teardrop, Ping of Death e outros (não se preocupe se não sabe o que eles
fazem).
O melhor meio para proteger de IP spoofing é chamado Verificação do
endereço de Origem, e é feito pelo código de roteamento, e não o firewall
completamente. Procure por um arquivo chamado
/proc/sys/net/ipv4/conf/all/rp_filter. Se ele existe, então ligando a Verificação do
Endereço de Origem (Source Address Verification) em cada inicialização é a
solução certa para você. Para fazer isto, insira as seguintes linhas em
qualquer lugar de seus scripts init, antes de qualquer placa de rede ser
inicializada:

# This is the best method: turn on Source Address Verification and get
# spoof protection on all current and future interfaces.
if [ -e /proc/sys/net/ipv4/conf/all/rp_filter ]; then
echo -n “Setting up IP spoofing protection...”
for f in /proc/sys/net/ipv4/conf/*/rp_filter; do
echo 1 > $f done echo “done.”
else
echo PROBLEMS SETTING UP IP SPOOFING PROTECTION. BE WORRIED. echo “CONTROL-D
will exit from this shell and continue system startup.”
echo
# Start a single user shell on the console
/sbin/sulogin $CONSOLE
fi

Se você não puder fazer isto, você pode inserir manualmente regras
para proteger cada interface. Isto requer conhecimento de cada interface. Os
kernels 2.1 automáticamente rejeitam pacotes dizendo vir de endereços 127.*
(reservados para a interfaceloopback local, lo).
Por exemplo, digamos que temos três interfaces, eth0, eth1 e ppp0. Nós
podemos usar ifconfig para nos dizer o endereço e netmask das interfaces.
Digamos eth0 foi ligada a rede 192.168.1.0 com a netmasq 255.255.255.0, eth1
foi ligada a rede 10.0.0.0 com a netmask 255.0.0.0, e ppp0 conectado com a

72
internet (onde qualquer endereço exceto endere‡os IP privados são
permitodos), nós devemos inserir as seguintes regras:

# ipchains -A input -i eth0 -s ! 192.168.1.0/255.255.255.0 -j DENY


# ipchains -A input -i ! eth0 -s 192.168.1.0/255.255.255.0 -j DENY
# ipchains -A input -i eth1 -s ! 10.0.0.0/255.0.0.0 -j DENY
# ipchains -A input -i ! eth1 -s 10.0.0.0/255.0.0.0 -j DENY

Esta idéia não é tão boa como a Verificação do endereço de origem,


porque se sua rede muda, você deve mudar suas regras de firewall para
prevenila.
Se você está executando um kernel da série 2.0, você pode desejar
proteger a interface loopback também, usando uma regra como esta:

# ipchains -A input -i ! lo -s 127.0.0.0/255.0.0.0 -j DENY

5.6 Problemas comuns

5.6.1 ipchains -L Trava!


Você está provavelmente bloqueando chamada DNS; e eventualmente o
time out. Tente usar a opção “-n” (númerico) com ipchains, que não mostra
nomes.

5.6.2 Masquerading/Forwarding não funciona!


Certifique-se que o forward de pacotes está ativado (em kernels
recentes é desativado por padrão, dizendo que pacotes nunca tentam
atravessar o chain “forward”). Você pode alterar isto (como root) digitando:

# echo 1 > /proc/sys/net/ipv4/ip_forward

Se isto funciona para você, coloque isto em algum lugar em seus scripts
de inicialização assim ele será ativado toda hora; você deve configurar seu
firewall antes de executar este comando, caso contrário existe uma
oportunidade de pacotes escaparem.

5.6.3 -j REDIR não funciona!


Você deve permitir pacotes forward (veja acima) para o
redirecionamento funcionar; caso contrário o código de roteamento bloqueia o
pacote. Assim se você está simplesmente usando o redirecionamento, e não
tem qualquer forward, você deverá estar atento a isto.

73
Note que REDIR (sendo no chain input) não afeta conexões de um
processo local.

5.6.4 Coringas nas Interfaces não funcinam!


Existe um bug nas versões 2.1.102 e 2.1.103 do kernel (e alguns
patches antigos que produzi) que fazem comandos ipchains falharem ao
especificar uma inteface com coringas (tal como -i ppp+).
Isto está corrigido nos kernels mais recentes, e no patch 2.0.34 do web
site. Você pode também pode corrigir alterando o fonte do kernel alterando a
linha 63 ou assim em include/linu/ip_fw.h

#define IP_FW_F_MASK 0x002F /* All possible flag bits mask */

Isto deve ser lido como “0x003F”. Corrija isto e recompile o kernel.

5.6.5 TOS não funciona!


Isto foi meu erro: configurando o campo tipo do serviço não configurava
atualmente o tipo do serviço nos kernels versões 2.1.102 entre 2.1.111. Este
problema foi corrigido em 2.1.112.

5.6.6 ipautofw e ipportfw não funcionam!


Para o kernel 2.0.x, isto é verdade: eu não tenho tempo para criar e
manter um patch gigantesco para ipchains e ipautofw/ipportfw.
Para o kernel 2.1.x, copie Juan Ciarlante’s ipmasqadm de
http://juanjox.linuxhq.com/ e use-o exetamente como usaria como ipautofw ou
ipportfw, exceto ao invés de ipportfw você digita ipmasqadm portfw, e ao invés
de ipautofw você deve digitar ipmasqadm autofw.

5.6.7 xosview está quebrado!


Atualize para a versão 1.6.0 ou superior, que não requerem qualquer
regra de firewall para kernels 2.1.x. Isto parece ter quebrado denovo no
lançamento 1.6.1; por favor fale sobre o erro para o autor (este erro não é
meu).

5.6.8 Falta de Segmentação com “-j REDIRECT”!


Este foi um bug no ipchains versão 1.3.3. Por favor atualize.

5.6.9 Eu não posso configurar tempo limite no masquerade!


Verdadeiro (para kernels 2.1.x) até 2.1.123. Em 2.1.124, tentando
configurar o tempo limite no masquerading causava uma chamada no kernel

74
(altere return para ret = na linha 1328 de net/ipv4/ip_fw.c). Em 2.1.125,
funciona corretamente.

5.6.10 Eu desejo proteger IPX!


Assim como outros, eu vejo. Meu código somente cobre IP,
infelizmente. Do lado bom, todos os ganchos estão lá para IPX! Você apenas
precisa re-escrever o código; Eu ficaria feliz em ajudar onde for possível.

75
6 FIREWALL IPTABLES
Adaptado do Guia Foca GNU/Linux Avançado – Capítulo 9.

Este capítulo documenta o funcionamento do firewall iptables que


acompanha a série do kernel 2.4, opções usadas, e aponta alguns pontos
fundamentais para iniciar a configuração e construção de bons sistemas de
firewall.

6.1 Introdução
O Firewall é um programa que como objetivo proteger a máquina contra
acessos indesejados, tráfego indesejado, proteger serviços que estejam
rodando na máquina e bloquear a passagem de coisas que você não deseja
receber (como conexões vindas da Internet para sua segura rede local,
evitando acesso aos dados corporativos de uma empresa ou a seus dados
pessoais). No kernel do Linux 2.4, foi introduzido o firewall iptables (também
chamado de netfilter) que substitui o ipchains dos kernels da série 2.2. Este
novo firewall tem como vantagem ser muito estável (assim como o ipchains e
ipfwadm), confiável, permitir muita flexibilidade na programação de regras pelo
administrador do sistema, mais opções disponíveis ao administrador para
controle de tráfego, controle independente do tráfego da rede local/entre
redes/interfaces devido a nova organização das etapas de roteamento de
pacotes.
O iptables é um firewall a nível de pacotes e funciona baseado no
endereço/porta de origem/destino do pacote, prioridade, etc. Ele funciona
através da comparação de regras para saber se um pacote tem ou não
permissão para passar. Em firewalls mais restritivos, o pacote é bloqueado e
registrado para que o administrador do sistema tenha conhecimento sobre o
que está acontecendo em seu sistema.
Ele também pode ser usado para modificar e monitorar o tráfego da
rede, fazer NAT (masquerading, source nat, destination nat), redirecionamento
de pacotes, marcação de pacotes, modificar a prioridade de pacotes que
chegam/saem do seu sistema, contagem de bytes, dividir tráfego entre
máquinas, criar proteções anti-spoofing, contra syn flood, DoS, etc. O tráfego
vindo de máquinas desconhecidas da rede pode também ser
bloqueado/registrado através do uso de simples regras. As possibilidades
oferecidas pelos recursos de filtragem iptables como todas as ferramentas
UNIX maduras dependem de sua imaginação, pois ele garante uma grande
flexibilidade na manipulação das regras de acesso ao sistema, precisando
apenas conhecer quais interfaces o sistema possui, o que deseja bloquear, o
que tem acesso garantido, quais serviços devem estar acessíveis para cada
rede, e iniciar a construção de seu firewall.
O iptables ainda tem a vantagem de ser modularizável, funções podem
ser adicionadas ao firewall ampliando as possibilidades oferecidas. Usei por 2
anos o ipchains e afirmo que este é um firewall que tem possibilidades de
gerenciar tanto a segurança em máquinas isoladas como roteamento em

76
grandes organizações, onde a passagem de tráfego entre redes deve ser
minuciosamente controlada.
Um firewall não funciona de forma automática (instalando e esperar que
ele faça as coisas por você), é necessário pelo menos conhecimentos básicos
de rede tcp/ip, roteamento e portas para criar as regras que farão a segurança
de seu sistema. A segurança do sistema depende do controle das regras que
serão criadas por você, as falhas humanas são garantia de mais de 95% de
sucesso nas invasões.
Enfim o iptables é um firewall que agradará tanto a pessoas que
desejam uma segurança básica em seu sistema, quando administradores de
grandes redes que querem ter um controle minucioso sobre o tráfego que
passam entre suas interfaces de rede (controlando tudo o que pode passar de
uma rede a outra), controlar o uso de tráfego, monitoração, etc.

6.1.1 Versão
É assumido que esteja usando a versão 1.2.3 do iptables e baseadas
nas opções do kernel 2.4.16 (sem o uso de módulos experimentais). As
explicações contidas aqui podem funcionar para versões posteriores, mas é
recomendável que leia a documentação sobre modificações no programa
(changelog) em busca de mudanças que alterem o sentido das explicações
fornecidas aqui.

6.1.2 Um resumo da história do iptables


O iptables é um código de firewall das versões 2.4 do kernel, que
substituiu o ipchains (presente nas séries 2.2 do kernel). Ele foi incluído no
kernel da série 2.4 em meados de Junho/Julho de 1999.
A história do desenvolvimento (desde o porte do ipfw do BSD para o
Linux até o iptables (que é a quarta geração de firewalls do kernel) está
disponível no documento, Netfilter-howto.

6.1.3 Características do firewall iptables


• Especificação de portas/endereço de origem/destino
• Suporte a protocolos TCP/UDP/ICMP (incluindo tipos de mensagens
icmp)
• Suporte a interfaces de origem/destino de pacotes
• Manipula serviços de proxy na rede
• Tratamento de tráfego dividido em chains (para melhor controle do
tráfego que entra/sai da máquina e tráfego redirecionado.
• Permite um número ilimitado de regras por chain
• Muito rápido, estável e seguro
• Possui mecanismos internos para rejeitar automaticamente pacotes
duvidosos ou mal formados.

77
• Suporte a módulos externos para expansão das funcionalidades padrões
oferecidas pelo código de firewall
• Suporte completo a roteamento de pacotes, tratadas em uma área
diferente de tráfegos padrões.
• Suporte a especificação de tipo de serviço para priorizar o tráfego de
determinados tipos de pacotes.
• Permite especificar exceções para as regras ou parte das regras
• Suporte a detecção de fragmentos
• Permite enviar alertas personalizados ao syslog sobre o tráfego
aceito/bloqueado.
• Redirecionamento de portas
• Masquerading
• Suporte a SNAT (modificação do endereço de origem das máquinas
para um único IP ou faixa de IP's).
• Suporte a DNAT (modificação do endereço de destino das máquinas
para um único IP ou fixa de IP's)
• Contagem de pacotes que atravessaram uma interface/regra
• Limitação de passagem de pacotes/conferência de regra (muito útil para
criar proteções contra, syn flood, ping flood, DoS, etc).

6.1.4 Ficha técnica


Pacote: iptables
• iptables - Sistema de controle principal para protocolos ipv4
• ip6tables - Sistema de controle principal para protocolos ipv6
• iptables-save - Salva as regras atuais em um arquivo especificado como
argumento. Este utilitário pode ser dispensado por um shell script
contendo as regras executado na inicialização da máquina.
• iptables-restore - Restaura regras salvas pelo utilitário iptables-save.

6.1.5 Requerimentos
É necessário que o seu kernel tenha sido compilado com suporte ao
iptables (veja Habilitando o suporte ao iptables no kernel, Section 9.1.15. O
requerimento mínimo de memória necessária para a execução do iptables é o
mesmo do kernel 2.4 (4MB). Dependendo do tráfego que será manipulado
pela(s) interface(s) do firewall ele poderá ser executado com folga em uma
máquina 386 SX com 4MB de RAM.

78
Como as configurações residem no kernel não é necessário espaço
extra em disco rígido para a execução deste utilitário.

6.1.6 Arquivos de logs criados pelo iptables


Todo tráfego que for registrado pelo iptables é registrado por padrão no
arquivo /var/log/kern.log.

6.1.7 Instalação

apt-get install iptables

O pacote iptables contém o utilitário iptables (e ip6tables para redes


ipv6) necessários para inserir suas regras no kernel. Se você não sabe o que é
ipv6, não precisará se preocupar com o utilitário ip6tables por enquanto.

6.1.8 Enviando Correções/Contribuindo com o projeto


A página principal do projeto é http://netfilter.filewatcher.org. Sugestões
podem ser enviadas para a lista de desenvolvimento oficial do iptables:
http://lists.samba.org.

6.1.9 O que aconteceu com o ipchains e ipfwadm?


O iptables faz parte da nova geração de firewalls que acompanha o
kernel 2.4, mas o suporte ao ipchains e ipfwadm ainda será mantido no kernel
até 2004. Seria uma grande falta de consideração retirar o suporte a estes
firewalls do kernel como forma de obrigar a "aprenderem" o iptables (mesmo o
suporte sendo removido após este período, acredito que criarão patches
"externos" para futuros kernels que não trarão mais este suporte). Se precisa
do suporte a estes firewalls antes de passar em definitivo para o iptables leia
Habilitando o suporte ao iptables no kernel, Section 9.1.15.
Se você é um administrador que gosta de explorar todos os recursos de
um firewall, usa todos os recursos que ele oferece ou mantém uma complexa
rede corporativa, tenho certeza que gostará do iptables.

6.1.10 Tipos de firewalls


Existem basicamente dois tipos de firewalls:
• nível de aplicação - Este tipo de firewall analisam o conteúdo do pacote
para tomar suas decisões de filtragem. Firewalls deste tipo são mais
intrusivos (pois analisam o conteúdo de tudo que passa por ele) e
permitem um controle relacionado com o conteúdo do tráfego. Alguns
firewalls a nível de aplicação combinam recursos básicos existentes em
firewalls a nível de pacotes combinando as funcionalidade de controle de
tráfego/controle de acesso em uma só ferramenta. Servidores proxy,
como o squid, são um exemplo deste tipo de firewall.

79
• nível de pacotes - Este tipo de firewall toma as decisões baseadas nos
parâmetros do pacote, como porta/endereço de origem/destino, estado
da conexão, e outros parâmetros do pacote. O firewall então pode
negar o pacote (DROP) ou deixar o pacote passar (ACCEPT). O
iptables é um excelente firewall que se encaixa nesta categoria.
Firewall a nível de pacotes é o assunto explicado nesta seção do guia.
Os dois tipos de firewalls podem ser usados em conjunto para fornecer
uma camada dupla de segurança no acesso as suas máquinas/máquinas
clientes.

6.1.11 O que proteger?


Antes de iniciar a construção do firewall é bom pensar nos seguintes
pontos:
• Quais serviços precisa proteger. Serviços que devem ter acesso
garantido a usuários externos e quais serão bloqueados a
todas/determinadas máquinas. É recomendável bloquear o acesso a
todas portas menores que 1024 por executarem serviços que rodam
com privilégio de usuário root, e autorizar somente o acesso as portas
que realmente deseja (configuração restritiva nesta faixa de portas).
• Que tipo de conexões eu posso deixar passar e quais bloquear.
Serviços com autenticação em texto plano e potencialmente inseguros
como rlogin, telnet, ftp, NFS, DNS, LDAP, SMTP RCP, X-Window são
serviços que devem ser ter acesso garantido somente para
máquinas/redes que você confia. Estes serviços podem não ser só
usados para tentativa de acesso ao seu sistema, mas também como
forma de atacar outras pessoas aproveitando-se de problemas de
configuração.
A configuração do firewall ajuda a prevenir isso, mesmo se um serviço
estiver mal configurado e tentando enviar seus pacotes para fora, será
impedido. Da mesma forma se uma máquina Windows de sua rede for
infectada por um trojan não haverá pânico: o firewall poderá estar
configurado para bloquear qualquer tentativa de conexão vinda da
internet (cracker) para as máquinas de sua rede.
Para cópia de arquivos via rede insegura (como através da
Internet), é recomendado o uso de serviços que utilizam criptografia para
login e cópia de arquivos (veja Servidor ssh, Chapter 14).
• Que máquinas terão acesso livre e quais serão restritas.
• Que serviços deverão ter prioridade no processamento.
• Que máquinas/redes NUNCA deverão ter acesso a certas/todas
máquinas.
• O volume de tráfego que o servidor manipulará. Através disso você
pode ter que balancear o tráfego entre outras máquinas, configurar
proteções contra DoS, syn flood, etc.

80
• O que tem permissão de passar de uma rede para outra (em máquinas
que atuam como roteadores/gateways de uma rede interna).
• Etc.
A análise destes pontos pode determinar a complexidade do firewall,
custos de implementação, prazo de desenvolvimento e tempo de maturidade
do código para implementação. Existem muitos outros pontos que podem
entrar na questão de desenvolvimento de um sistema de firewall, eles
dependem do tipo de firewall que está desenvolvendo e das políticas de
segurança de sua rede.

6.1.12 O que são regras?


As regras são como comandos passados ao iptables para que ele
realize uma determinada ação (como bloquear ou deixar passar um pacote) de
acordo com o endereço/porta de origem/destino, interface de origem/destino,
etc. As regras são armazenadas dentro dos chains e processadas na ordem
que são inseridas.
As regras são armazenadas no kernel, o que significa que quando o
computador for reiniciado tudo o que fez será perdido. Por este motivo elas
deverão ser gravadas em um arquivo para serem carregadas a cada
inicialização.
Um exemplo de regra: iptables -A INPUT -s 123.123.123.1 -j
DROP.

6.1.13 O que são chains?


Os Chains são locais onde as regras do firewall definidas pelo usuário
são armazenadas para operação do firewall. Existem dois tipos de chains: os
embutidos (como os chains INPUT, OUTPUT e FORWARD) e os criados pelo
usuário. Os nomes dos chains embutidos devem ser especificados sempre em
maiúsculas (note que os nomes dos chains são case-sensitive, ou seja, o chain
input é completamente diferente de INPUT).

6.1.14 O que são tabelas?


Tabelas são os locais usados para armazenar os chains e conjunto de
regras de um mesmo conjunto que cada um possui. As tabelas podem ser
referenciadas com a opção -t tabela e existem 3 tabelas disponíveis no
iptables:
• filter - Esta é a tabela padrão, contém 3 chains padrões:
o INPUT - Consultado para dados que chegam a máquina
o OUTPUT - Consultado para dados que saem da máquina
o FORWARD - Consultado para dados que são redirecionados para
outra interface de rede ou outra máquina.

81
Os chains INPUT e OUTPUT somente são atravessados por conexões
indo/se originando de localhost. OBS: Para conexões locais, somente
os chains INPUT e OUTPUT são consultados na tabela filter.
• nat - Usada para dados que gera outra conexão (masquerading, source
nat, destination nat, port forwarding, proxy transparente são alguns
exemplos). Possui 3 chains padrões:
o PREROUTING - Consultado quando os pacotes precisam ser
modificados logo que chegam. É o chain ideal para realização de
DNAT e redirecionamento de portas (Fazendo DNAT, Section
9.4.4).
o OUTPUT - Consultado quando os pacotes gerados localmente
precisam ser modificados antes de serem roteados. Este chain
somente é consultado para conexões que se originam de IPs de
interfaces locais.
o POSTROUTING - Consultado quando os pacotes precisam ser
modificados após o tratamento de roteamento. É o chain ideal
para realização de SNAT e IP Masquerading (Fazendo SNAT,
Section 9.4.3).
• mangle - Utilizada para alterações especiais de pacotes (como modificar
o tipo de serviço (TOS) ou outros detalhes que serão explicados no
decorrer do capítulo. Possui 2 chains padrões:
o PREROUTING - Consultado quando os pacotes precisam ser
modificados logo que chegam.
o OUTPUT - Consultado quando pacotes gerados localmente
precisam ser modificados antes de serem roteados.
Veja A tabela mangle, Section 9.5 para mais detalhes sobre a tabela
mangle.

6.1.15 Habilitando o suporte ao iptables no kernel


Para usar toda a funcionalidade do firewall iptables, permitindo fazer o
controle do que tem ou não permissão de acessar sua máquina, fazer
Masquerading/NAT em sua rede, etc., você precisará dos seguintes
componentes compilados em seu kernel (os módulos experimentais fora
ignorados intencionalmente):

*
* Network Options:
*

Network packet filtering (replaces ipchains) [Y/m/n/?]


Network packet filtering debugging [Y/m/n/?]

e na Subseção:

82
*
* IP: Netfilter Configuration
*
Connection tracking (required for masq/NAT) (CONFIG_IP_NF_CONNTRACK)
[M/n/y/?]
FTP protocol support (CONFIG_IP_NF_FTP) [M/n/?]
IRC protocol support (CONFIG_IP_NF_IRC) [M/n/?]
IP tables support (required for filtering/masq/NAT) (CONFIG_IP_NF_IPTABLES)
[Y/m/n/?]
limit match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_LIMIT) [Y/m/n/?]
MAC address match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_MAC) [M/n/y/?]
netfilter MARK match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_MARK) [M/n/y/?]
Multiple port match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_MULTIPORT) [M/n/y/?]
TOS match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_TOS) [M/n/y/?]
LENGTH match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_LENGTH) [M/n/y/?]
TTL match support (CONFIG_IP_NF_TTL) [M/n/y/?]
tcpmss match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_TCPMSS) [M/n/y/?]
Connection state match support (CONFIG_IP_NF_MATCH_STATE) [M/n/?]
Packet filtering (CONFIG_IP_NF_FILTER) [M/n/y/?]
REJECT target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_REJECT) [M/n/?]
Full NAT (CONFIG_IP_NF_NAT) [M/n/?]
MASQUERADE target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_MASQUERADE) [M/n/?]
REDIRECT target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_REDIRECT) [M/n/?]
Packet mangling (CONFIG_IP_NF_MANGLE) [M/n/y/?]
TOS target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_TOS) [M/n/?]
MARK target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_MARK) [M/n/?]
LOG target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_LOG) [M/n/y/?]
TCPMSS target support (CONFIG_IP_NF_TARGET_TCPMSS) [M/n/y/?]

Esta configuração permite que você não tenha problemas para iniciar o
uso e configuração do seu firewall iptables, ela ativa os módulos necessários
para utilização de todos os recursos do firewall iptables. Quando conhecer a
função de cada um dos parâmetros acima (durante o decorrer do texto), você
poderá eliminar muitas das opções desnecessárias para seu estilo de firewall
ou continuar fazendo uso de todas ;-)
OBS1: A configuração acima leva em consideração que você NÃO
executará os códigos antigos de firewall ipfwadm e ipchains. Caso deseje
utilizar o ipchains ou o ipfwadm, será preciso responder com "M" a questão "IP
tables support (required for filtering/masq/NAT) (CONFIG_IP_NF_IPTABLES)".
Será necessário carregar manualmente o módulo correspondente ao firewall
que deseja utilizar (modprobe iptables_filter.o no caso do iptables).
Não execute mais de um tipo de firewall ao mesmo tempo!!!
OBS2: É recomendável ativar o daemon kmod para carga automática de
módulos, caso contrário será necessário compilar todas as partes necessárias
embutidas no kernel, carregar os módulos necessários manualmente ou pelo
iptables (através da opção --modprobe=módulo).

83
6.1.16 Ligando sua rede interna a Internet
Se a sua intenção (como da maioria dos usuários) é conectar sua rede
interna a Internet de forma rápida e simples, leia Fazendo IP masquerading
(para os apressados), Section 9.4.2 ou Fazendo SNAT, Section 9.4.3. Um
exemplo prático de configuração de Masquerading deste tipo é encontrado em
Conectando sua rede interna a Internet, Section 9.8.3.
Após configurar o masquerading, você só precisará especificar o
endereço IP da máquina masquerading (servidor) como Gateway da rede. No
Windows 9x/NT/2000 isto é feito no Painel de Controle/Rede/Propriedades de
Tcp/IP. No Linux pode ser feito com route add default gw IP_do_Servidor.

6.2 Manipulando chains


As opções passadas ao iptables usadas para manipular os chains são
SEMPRE em maiúsculas. As seguintes operações podem ser realizadas com
os chains:

6.2.1 Adicionando regras - A


Como exemplo vamos criar uma regra que bloqueia o acesso a nosso
própria máquina (127.0.0.1 - loopback). Primeiro daremos um ping para
verificar seu funcionamento:

#ping 127.0.0.1
PING 127.0.0.1 (127.0.0.1): 56 data bytes
64 bytes from 127.0.0.1: icmp_seq=0 ttl=255 time=0.6 ms
64 bytes from 127.0.0.1: icmp_seq=1 ttl=255 time=0.5 ms

--- 127.0.0.1 ping statistics ---


2 packets transmitted, 2 packets received, 0% packet loss
round-trip min/avg/max = 0.5/0.5/0.6 ms

Ok, a máquina responde, agora vamos incluir uma regra no chain INPUT
(-A INPUT) que bloqueie (-j DROP) qualquer acesso indo ao endereço
127.0.0.1 (-d 127.0.0.1):

iptables -t filter -A INPUT -d 127.0.0.1 -j DROP


Agora verificamos um novo ping:
#ping 127.0.0.1
PING 127.0.0.1 (127.0.0.1): 56 data bytes

--- 127.0.0.1 ping statistics ---


2 packets transmitted, 0 packets received, 100% packet loss

Desta vez a máquina 127.0.0.1 não respondeu, pois todos os pacotes


com o destino 127.0.0.1 (-d 127.0.0.1) são rejeitados (-j DROP). A opção -A é
usada para adicionar novas regras no final do chain. Além de -j DROP que
serve para rejeitar os pacotes, podemos também usar -j ACCEPT para aceitar

84
pacotes. A opção -j é chamada de alvo da regra ou somente alvo pois define o
destino do pacote que atravessa a regra (veja Especificando um alvo, Section
9.3.6). Bem vindo a base de um sistema de firewall :-)
OBS1: - O acesso a interface loopback não deve ser de forma alguma
bloqueado, pois muitos aplicativos utilizam soquetes tcp para realizarem
conexões, mesmo que você não possua uma rede interna.
OBS2: - A tabela filter será usada como padrão caso nenhuma tabela
seja especificada através da opção -t.

6.2.2 Listando regras - L


A seguinte sintaxe é usada para listar as regras criadas:
iptables [-t tabela] -L [chain] [opções]
Onde:
tabela
É uma das tabelas usadas pelo iptables. Se a tabela não for
especificada, a tabela filter será usada como padrão. Veja O que são
tabelas?, Section 9.1.14 para detalhes.
chain
Um dos chains disponíveis na tabela acima (veja O que são
tabelas?, Section 9.1.14) ou criado pelo usuário (Criando um novo chain
- N, Section 9.2.6). Caso o chain não seja especificado, todos os chains
da tabela serão mostrados.
opções
As seguintes opções podem ser usadas para listar o conteúdo de
chains:
• -v - Exibe mais detalhes sobre as regras criadas nos chains.
• -n - Exibe endereços de máquinas/portas como números ao invés
de tentar a resolução DNS e consulta ao /etc/services. A
resolução de nomes pode tomar muito tempo dependendo da
quantidade de regras que suas tabelas possuem e velocidade de
sua conexão.
• -x - Exibe números exatos ao invés de números redondos.
Também mostra a faixa de portas de uma regra de firewall.
• --line-numbers - Exibe o número da posição da regra na primeira
coluna da listagem.
Para listar a regra criada anteriormente usamos o comando:

#iptables -t filter -L INPUT

Chain INPUT (policy ACCEPT)


target prot opt source destination
DROP all -- anywhere localhost

85
O comando iptables -L INPUT -n tem o mesmo efeito, a diferença é que
são mostrados números ao invés de nomes:

#iptables -L INPUT -n

Chain INPUT (policy ACCEPT)


target prot opt source destination
DROP all -- 0.0.0.0/0 127.0.0.1

#iptables -L INPUT -n --line-numbers

Chain INPUT (policy ACCEPT)


num target prot opt source destination
1 DROP all -- 0.0.0.0/0 127.0.0.1

#iptables -L INPUT -n -v
Chain INPUT (policy ACCEPT 78 packets, 5820 bytes)
pkts bytes target prot opt in out source
destination
2 194 DROP icmp -- * * 0.0.0.0/0
127.0.0.1

Os campos assim possuem o seguinte significado:


Chain INPUT
Nome do chain listado
(policy ACCEPT 78 packets, 5820 bytes)
Policiamento padrão do chain (veja Especificando o policiamento
padrão de um chain - P, Section 9.2.11).
pkts
Quantidade de pacotes que atravessaram a regra (veja Zerando
contador de bytes dos chains - Z, Section 9.2.10).
bytes
Quantidade de bytes que atravessaram a regra. Pode ser
referenciado com K (Kilobytes), M (Megabytes), G (Gigabytes).
target
O alvo da regra, o destino do pacote. Pode ser ACCEPT, DROP
ou outro chain. Veja Especificando um alvo, Section 9.3.6 para detalhes
sobre a especificação de um alvo.
prot
Protocolo especificado pela regra. Pode ser udp, tcp, icmp ou all.
Veja Especificando um protocolo, Section 9.3.3 para detalhes.
opt

86
Opções extras passadas a regra. Normalmente "!" (veja
Especificando uma exceção, Section 9.3.5) ou "f" (veja Especificando
fragmentos, Section 9.3.4).
in
Interface de entrada (de onde os dados chegam). Veja
Especificando a interface de origem/destino, Section 9.3.2.
out
Interface de saída (para onde os dados vão). Veja Especificando
a interface de origem/destino, Section 9.3.2.
source
Endereço de origem. Veja Especificando um endereço de
origem/destino, Section 9.3.1.
destination
Endereço de destino. Veja Especificando um endereço de
origem/destino, Section 9.3.1.
outras opções
Estas opções normalmente aparecem quando são usadas a
opção -x:
• dpt ou dpts - Especifica a porta ou faixa de portas de destino.
• reject-with icmp-port-unreachable - Significa que foi usado o alvo
REJECT naquela regra (veja Alvo REJECT, Section 9.3.6.1).

6.2.3 Apagando uma regra - D


Para apagar um chain, existem duas alternativas:
1. Quando sabemos qual é o número da regra no chain (listado com a
opção -L) podemos referenciar o número diretamente. Por exemplo,
para apagar a regra criada acima:
iptables -t filter -D INPUT 1
Esta opção não é boa quando temos um firewall complexo com
um grande número de regras por chains, neste caso a segunda opção é
a mais apropriada.
2. Usamos a mesma sintaxe para criar a regra no chain, mas trocamos -A
por -D:
iptables -t filter -D INPUT -d 127.0.0.1 -j DROP
Então a regra correspondentes no chain INPUT será
automaticamente apagada (confira listando o chain com a opção "-L").
Caso o chain possua várias regras semelhantes, somente a primeira
será apagada.

87
6.2.4 Inserindo uma regra - I
Precisamos que o tráfego vindo de 192.168.1.15 não seja rejeitado pelo
nosso firewall. Não podemos adicionar uma nova regra (-A) pois esta seria
incluída no final do chain e o tráfego seria rejeitado pela primeira regra (nunca
atingindo a segunda). A solução é inserir a nova regra antes da regra que
bloqueia todo o tráfego ao endereço 127.0.0.1 na posição 1:
iptables -t filter -I INPUT 1 -s 192.168.1.15 -d 127.0.0.1 -j ACCEPT
Após este comando, temos a regra inserida na primeira posição do chain
(repare no número 1 após INPUT) e a antiga regra número 1 passa a ser a
número 2. Desta forma a regra acima será consultada, se a máquina de
origem for 192.168.1.15 então o tráfego estará garantido, caso contrário o
tráfego com o destino 127.0.0.1 será bloqueado na regra seguinte.

6.2.5 Substituindo uma regra - R


Após criar nossa regra, percebemos que a nossa intenção era somente
bloquear os pings com o destino 127.0.0.1 (pacotes ICMP) e não havia
necessidade de bloquear todo o tráfego da máquina. Existem duas
alternativas: apagar a regra e inserir uma nova no lugar ou modificar
diretamente a regra já criada sem afetar outras regras existentes e mantendo a
sua ordem no chain (isso é muito importante). Use o seguinte comando:
iptables -R INPUT 2 -d 127.0.0.1 -p icmp -j DROP
O número 2 é o número da regra que será substituída no chain INPUT, e
deve ser especificado. O comando acima substituirá a regra 2 do chain INPUT
(-R INPUT 2) bloqueando (-j DROP) qualquer pacote icmp (-p icmp) com o
destino 127.0.0.1 (-d 127.0.0.1).

6.2.6 Criando um novo chain - N


Em firewalls organizados com um grande número de regras, é
interessante criar chains individuais para organizar regras de um mesmo tipo
ou que tenha por objetivo analisar um tráfego de uma mesma categoria
(interface, endereço de origem, destino, protocolo, etc) pois podem consumir
muitas linhas e tornar o gerenciamento do firewall confuso (e
conseqüentemente causar sérios riscos de segurança). O tamanho máximo de
um nome de chain é de 31 caracteres e podem conter tanto letras maiúsculas
quanto minúsculas.

iptables [-t tabela] [-N novochain]

Para criar o chain internet (que pode ser usado para agrupar as regras
de internet) usamos o seguinte comando:

iptables -t filter -N internet

Para inserir regras no chain internet basta especifica-lo após a opção -A:

iptables -t filter -A internet -s 200.200.200.200 -j DROP

E então criamos um pulo (-j) do chain INPUT para o chain internet:

88
iptables -t filter -A INPUT -j internet
OBS: O chain criando pelo usuário pode ter seu nome tanto em
maiúsculas como minúsculas.
Se uma máquina do endereço 200.200.200.200 tentar acessar sua
máquina, o iptables consultará as seguintes regras:
`INPUT' `internet'
---------------------------- -----------------------------
| Regra1: -s 192.168.1.15 | | Regra1: -s 200.200.200.200|
|--------------------------| |---------------------------|
| Regra2: -s 192.168.1.1 | | Regra2: -d 192.168.1.1 |
|--------------------------| -----------------------------
| Regra3: -j DROP |
----------------------------
O pacote tem o endereço de origem
200.200.200.200, ele passa pela
primeira e segunda regras do chain
INPUT, a terceira regra direciona
para o chain internet _______________________________________
v / v
/-------------------------|-\ / /-------------------------------------|-\
| Regra1: -s 192.168.1.15 | | / | Regra1: -s 200.200.200.200 -j DROP \_____\
|-------------------------|-| / |---------------------------------------| /
| Regra2: -s 192.168.1.1 | | / | Regra2: -d 200.200.200.202 -j DROP |
|-------------------------|-|/ \---------------------------------------/
| Regra3: -j internet /|
|---------------------------| No chain internet, a primeira regra confere
| Regra4: -j DROP | com o endereço de origem 200.200.200.200 e
\---------------------------/ o pacote é bloqueado.

Se uma máquina com o endereço de origem 200.200.200.201 tentar


acessar a máquina, então as regra consultadas serão as seguintes:
O pacote tem o endereço de origem
200.200.200.201, ele passa pela
primeira e segunda regras do chain
INPUT, a terceira regra direciona
para o chain internet ______________________________________
v / v
/-------------------------|-\ / /-------------------------------------|-\
| Regra1: -s 192.168.1.15 | | / | Regra1: -s 200.200.200.200 -j DROP | |
|-------------------------|-| / |-------------------------------------|-|
| Regra2: -s 192.168.1.1 | | / | Regra2: -s 200.200.200.202 -j DROP | |
|-------------------------|-|/ \-------------------------------------|-/
| Regra3: -j internet /| v
|---------------------------| /
| Regra4: -j DROP --+-------------------------------------------
\------------------------/-/ O pacote passa pelas regras 1 e 2 do chain
| internet, como ele não confere com nenhuma
v das 2 regras ele retorna ao chain INPUT e é
Esta regra é a número 4 analisado pela regra seguinte.
que diz para rejeitar o
pacote.

89
6.2.7 Listando os nomes de todos os chains atuais
Use o comando cat /proc/net/ip_tables_names para fazer isto. É
interessante dar uma olhada nos arquivos dentro do diretório /proc/net, pois
podem lhe ser interessantes.

6.2.8 Limpando as regras de um chain - F


Para limpar todas as regras de um chain, use a seguinte sintaxe:
iptables [-t tabela] [-F chain]
Onde:
tabela
Tabela que contém o chain que desejamos zerar.
chain
Chain que desejamos limpar. Caso um chain não seja
especificado, todos os chains da tabela serão limpos.
iptables -t filter -F INPUT
iptables -t filter -F

6.2.9 Apagando um chain criado pelo usuário - X


Para apagarmos um chain criado pelo usuário, usamos a seguinte
sintaxe:
iptables [-t tabela] [-X chain]
Onde:
tabela
Nome da tabela que contém o chain que desejamos excluir.
chain
Nome do chain que desejamos apagar. Caso não seja
especificado, todos os chains definidos pelo usuário na tabela
especificada serão excluídos.
OBS: - Chains embutidos nas tabelas não podem ser apagados pelo
usuário. Veja os nomes destes chains em “6.1.14 O que são tabelas?”.

iptables -t filter -X internet


iptables -X

6.2.10 Zerando contador de bytes dos chains - Z


Este comando zera o campo pkts e bytes de uma regra do iptables.
Estes campos podem ser visualizados com o comando iptables -L -v. A
seguinte sintaxe é usada:
iptables [-t tabela] [-Z chain] [-L
Onde:
tabela

90
Nome da tabela que contém o chain que queremos zerar os
contadores de bytes e pacotes.
chain
Chain que deve ter os contadores zerados. Caso não seja
especificado, todos os chains da tabela terão os contadores zerados.
Note que as opções -Z e -L podem ser usadas juntas, assim o chain
será listado e imediatamente zerado. Isto evita a passagem de pacotes
durante a listagem de um chain.

iptables -t filter -Z INPUT

6.2.11 Especificando o policiamento padrão de um chain - P


O policiamento padrão determina o que acontecerá com um pacote
quando ele chegar ao final das regras contidas em um chain. O policiamento
padrão do iptables é "ACCEPT" mas isto pode ser alterado com o comando:
iptables [-t tabela] [-P chain] [ACCEPT/DROP]
Onde:
tabela
Tabela que contém o chain que desejamos modificar o
policiamento padrão.
chain
Define o chain que terá o policiamento modificado. O chain deve
ser especificado.
ACCEPT/DROP
ACCEPT aceita os pacotes caso nenhuma regra do chain conferir
(usado em regras permissivas). DROP rejeita os pacotes caso nenhuma
regra do chain conferir (usado em regras restritivas).
O policiamento padrão de um chain é mostrado com o comando iptables
-L:

# iptables -L INPUT

Chain INPUT (policy ACCEPT)


target prot opt source destination
DROP icmp -- anywhere localhost

No exemplo acima, o policiamento padrão de INPUT é ACCEPT (policy


ACCEPT), o que significa que qualquer pacote que não seja rejeitado pela
regra do chain, será aceito. Para alterar o policiamento padrão deste chain
usamos o comando:

iptables -t filter -P INPUT DROP

91
OBS: Note que policiamentos PERMISSIVOS (ACCEPT) normalmente
são usados em conjunto com regras restritivas no chain correspondentes (tudo
é bloqueado e o que sobrar é liberado) e policiamentos RESTRITIVOS (DROP)
são usados em conjunto com regras permissivas no chain correspondente
(tudo é liberado e o que sobrar é bloqueado pelo policiamento padrão).

6.3 Outras opções do iptables

6.3.1 Especificando um endereço de origem/destino


As opções -s (ou --src/--source)e -d (ou --dst/--destination) servem para
especificar endereços de origem e destino respectivamente. É permitido usar
um endereço IP completo (como 192.168.1.1), um hostname (debian), um
endereço fqdn (www.debian.org) ou um par rede/máscara (como
200.200.200.0/255.255.255.0 ou 200.200.200.0/24).
Caso um endereço/máscara não sejam especificados, é assumido 0/0
como padrão (todos as máquinas de todas as redes). A interpretação dos
endereços de origem/destino dependem do chain que está sendo especificado
(como INPUT e OUTPUT por exemplo).
OBS: Caso seja especificado um endereço fqdn e este resolver mais de
um endereço IP, serão criadas várias regras, cada uma se aplicando a este
endereço IP específico. É recomendável sempre que possível a especificação
de endereços IP's nas regras, pois além de serem muito rápidos (pois não
precisar de resolução DNS) são mais seguros para evitar que nosso firewall
seja enganado por um ataque de IP spoofing.

# Bloqueia o tráfego vindo da rede 200.200.200.*:


iptables -A INPUT -s 200.200.200.0/24 -j DROP

# Bloqueia conexões com o destino 10.1.2.3:


iptables -A OUTPUT -d 10.1.2.3 -j DROP

# Bloqueia o tráfego da máquina www.dominio.teste.org a rede 210.21.1.3


# nossa máquina possui o endereço 210.21.1.3
iptables -A INPUT -s www.dominio.teste.org -d 210.21.1.3 -j DROP

6.3.2 Especificando a interface de origem/destino


As opções -i (ou --in-interface) e -o (ou --out-interface) especificam as
interfaces de origem/destino de pacotes. Nem todos as chains aceitam as
interfaces de origem/destino simultaneamente, a interface de entrada (-i) nunca
poderá ser especificada em um chain OUTPUT e a interface de saída (-o)
nunca poderá ser especificada em um chain INPUT. Abaixo uma rápida
referência:
+---------------------+--------------------------------+
TABELA | CHAIN | INTERFACE |
| +----------------+---------------+

92
| | ENTRADA (-i) | SAÍDA (-o) |
+---------+---------------------+----------------+---------------+
| | INPUT | SIM | NÃO |
| filter | OUTPUT | NÃO | SIM |
| | FORWARD | SIM | SIM |
+---------+---------------------+----------------+---------------+
| | PREROUTING | SIM | NÃO |
| nat | OUTPUT | NÃO | SIM |
| | POSTROUTING | NÃO | SIM |
+---------+---------------------+----------------+---------------+
| | PREROUTING | SIM | NÃO |
| mangle | | | |
| | OUTPUT | NÃO | SIM |
+---------+---------------------+----------------+---------------+
A definição de qual interface é permitida em qual chain é determinada
pela posição dos chains nas etapas de roteamento do pacote. O chain
OUTPUT da tabela filter somente poderá conter a interface de saída (veja a
tabela acima). O chain FORWARD da tabela filter é o único que aceita a
especificação de ambas as interfaces, este é um ótimo chain para controlar o
tráfego que passa entre interfaces do firewall.
Por exemplo para bloquear o acesso do tráfego de qualquer máquina
com o endereço 200.123.123.10 vinda da interface ppp0 (uma placa de fax-
modem):

iptables -A INPUT -s 200.123.123.10 -i ppp0 -j DROP

A mesma regra pode ser especificada como

iptables -A INPUT -s 200.123.123.10 -i ppp+ -j DROP

O sinal de "+" funciona como um coringa, assim a regra terá efeito em


qualquer interface de ppp0 a ppp9. As interfaces ativas no momento podem
ser listadas com o comando ifconfig, mas é permitido especificar uma regra que
faz referência a uma interface que ainda não existe, isto é interessante para
conexões intermitentes como o PPP. Para bloquear qualquer tráfego local para
a Internet:

iptables -A OUTPUT -o ppp+ -j DROP

Para bloquear a passagem de tráfego da interface ppp0 para a interface


eth1 (de uma de nossas redes internas):

iptables -A FORWARD -i ppp0 -o eth1 -j DROP

93
6.3.3 Especificando um protocolo
A opção -p (ou --protocol) é usada para especificar protocolos no
iptables. Podem ser especificados os protocolos tcp, udp e icmp. Por
exemplo, para rejeitar todos os pacotes UDP vindos de 200.200.200.200:

iptables -A INPUT -s 200.200.200.200 -p udp -j DROP

OBS1: Tanto faz especificar os nomes de protocolos em maiúsculas ou


minúsculas.

6.3.3.1 Especificando portas de origem/destino


As portas de origem/destino devem ser especificadas após o protocolo e
podem ser precedidas por uma das seguintes opções:
• --source-port ou --sport - Especifica uma porta ou faixa de portas de
origem.
• --destination-port ou --dport - Especifica uma porta ou faixa de portas de
destino.
Uma faixa de portas pode ser especificada através de
PortaOrigem:PortaDestino:

# Bloqueia qualquer pacote indo para 200.200.200.200 na faixa de


# portas 0 a 1023
iptables -A OUTPUT -d 200.200.200.200 -p tcp --dport :1023 -j DROP

Caso a PortaOrigem de uma faixa de portas não seja especificada, 0 é


assumida como padrão, caso a Porta Destino não seja especificada, 65535 é
assumida como padrão. Caso precise especificar diversas regras que
envolvam o tratamento de portas diferentes, recomendo da uma olhada em
“6.6.6 Especificando múltiplas portas de origem/destino”, antes de criar um
grande número de regras.

6.3.3.2 Especificando mensagens do protocolo ICMP


O protocolo ICMP não possui portas, mas é possível fazer um controle
maior sobre o tráfego ICMP que entra/sai da rede através da especificação dos
tipos de mensagens ICMP. Os tipos de mensagens devem ser especificados
com a opção "--icmp-type CódigoICMP" logo após a especificação do protocolo
icmp:

iptables -A INPUT -s 200.123.123.10 -p icmp --icmp-type time-exceeded -i ppp+ -j DROP

A regra acima rejeitará mensagens ICMP do tipo "time-exceeded"


(tempo de requisição excedido) que venham do endereço 200.123.123.10
através da interface ppp+.
Alguns tipos de mensagens ICMP são classificados por categoria (como
o próprio "time-exceeded"), caso a categoria "time-exceeded" seja
especificada, todas as mensagens daquela categoria (como "ttl-zero-during-

94
transit", "ttl-zero-during-reassembly") conferirão na regra especificada.Os tipos
de mensagens ICMP podem ser obtidos com o comando iptables -p icmp -h:

echo-reply (pong)
destination-unreachable
network-unreachable
host-unreachable
protocol-unreachable
port-unreachable
fragmentation-needed
source-route-failed
network-unknown
host-unknown
network-prohibited
host-prohibited
TOS-network-unreachable
TOS-host-unreachable
communication-prohibited
host-precedence-violation
precedence-cutoff
source-quench
redirect
network-redirect
host-redirect
TOS-network-redirect
TOS-host-redirect
echo-request (ping)
router-advertisement
router-solicitation
time-exceeded (ttl-exceeded)
ttl-zero-during-transit
ttl-zero-during-reassembly
parameter-problem
ip-header-bad
required-option-missing
timestamp-request
timestamp-reply
address-mask-request
address-mask-reply

OBS1: Não bloqueie mensagens do tipo "host-unreachable" senão terá


sérios problemas no controle de suas conexões.

6.3.3.3 Especificando pacotes syn


Pacotes syn são usados para iniciarem uma conexão, o uso da opção --
syn serve para especificar estes tipos de pacotes. Desta maneira é possível
bloquear somente os pacotes que iniciam uma conexão, sem afetar os pacotes
restantes. Para que uma conexão ocorra é necessário que a máquina obtenha

95
a resposta a pacotes syn enviados, caso ele seja bloqueado a resposta nunca
será retornada e a conexão não será estabelecida.

iptables -A INPUT -p tcp --syn --dport 23 -i ppp+ -j DROP

A regra acima bloqueia (-j DROP) qualquer tentativa de conexão (--syn)


vindas da interface ppp+ ao telnet (--dport 23) da máquina local, conexões já
efetuadas ão são afetadas por esta regra. A opção --syn somente pode ser
especificada para o protocolo tcp.
ATENÇÃO: - A situação de passagem de pacotes durante deve ser
levada em conta durante a inicialização do firewall, bloqueando a passagem de
pacotes durante o processo de configuração, criando regras que bloqueiam a
passagem de pacotes (exceto para a interface loopback) até que a
configuração do firewall esteja completa, pode ser uma solução eficiente.
Outra alternativa segura é configurar as regras de firewall antes das
interfaces de rede se tornarem ativas (usando a opção "pre-up
comando_firewall" no arquivo de configuração /etc/network/interfaces em
sistemas Debian.

6.3.4 Especificando fragmentos


A opção "-f" (ou --fragment) permite especificar regras que confiram com
fragmentos. Fragmentos são simplesmente um pacote maior dividido em
pedaços para poder ser transmitido via rede TCP/IP para remontagem do
pacote pela máquina de destino.
Somente o primeiro fragmento possui detalhes de cabeçalho para ser
processado, os segundos e seguintes somente possuem alguns cabeçalhos
necessários para dar continuidade ao processo de remontagem do pacote no
destino.
Uma regra como

iptables -A INPUT -s 200.200.200.1 -f -j DROP

derrubará os fragmentos de 200.200.200.1 que cheguem até nós.


OBS1: Note que se o cabeçalho do pacote não tiver detalhes suficientes
para checagem de regras no iptables, a regra simplesmente não ira conferir.
OBS2: Não é preciso especificar a opção "-f" para conexões NAT, pois
os pacotes são remontados antes de entrarem no código de filtragem.
OBS3: A opção "-f" também pode ser usada para evitar o flood por
fragmentos (bomba de fragmentos) que, dependendo da intensidade, podem
até travar a máquina.

6.3.5 Especificando uma exceção


Muitos parâmetros como o endereço de origem/destino, protocolo, porta,
mensagens ICMP, fragmentos, etc) podem ser precedidos pelo sinal "!" que
significa exceção. Por exemplo:

iptables -t filter -A INPUT ! -s 200.200.200.10 -j DROP

96
Diz para rejeitar todos os pacotes EXCETO os que vem do endereço
200.200.200.10.

iptables -A INPUT -p tcp ! --syn -s 200.200.200.10 ! -i eth0 -j DROP

Diz para bloquear todos os pacotes EXCETO os que iniciam conexões (!


--syn), EXCETO para pacotes vindos na interface eth0 (! -i eth0).

iptables -A INPUT -s 200.200.200.10 ! -p tcp -j DROP

Bloqueia todos os pacotes vindos de 200.200.200.10, EXCETO os do


protocolo tcp.

6.3.6 Especificando um alvo


O alvo (-j) é o destino que um pacote terá quando conferir com as
condições de uma regra, um alvo pode dizer para bloquear a passagem do
pacote (-j DROP), aceitar a passagem do pacote (-j ACCEPT), registrar o
pacote no sistema de log (-j LOG), rejeitar o pacote (-j REJECT), redirecionar
um pacote -j REDIRECT, retornar ao chain anterior sem completar o
processamento no chain atual (-j RETURN), passar para processamento de
programas externos (-j QUEUE), fazer source nat (-j SNAT), destination nat (-j
DNAT), etc. Podem existir mais alvos, pois o iptables é modularizável, e
módulos que acrescentam mais funções podem ser carregados em adição aos
já existentes no kernel.
Nos exemplos anteriores vimos o uso de diversos alvos como o DROP e
o ACCEPT. Apenas farei uma breve referência sobre os alvos mais usados em
operações mais comuns dos chains. Os alvos REDIRECT, SNAT e DNAT
serão explicados em uma seção seguinte:
• ACCEPT: O pacote é ACEITO e o processamento das regras
daquele chains é concluído. Pode ser usado como alvo em todos os
chains de todas as tabelas do iptables e também pode ser
especificado no policiamento padrão das regras do firewall (veja
“6.2.11 Especificando o policiamento padrão de um chain - P”).
• DROP: Rejeita o pacote e o processamento das regras daquele
chain é concluído. Pode ser usado como alvo em todos os chains de
todas as tabelas do iptables e também pode ser especificado no
policiamento padrão das regras do firewall (veja “6.2.11
Especificando o policiamento padrão de um chain - P”).
• REJECT: Este é um módulo opcional que faz a mesma função do
alvo DROP com a diferença de que uma mensagem ICMP do tipo
"icmp-port-unreachable" é retornada para a máquina de origem.
Pode ser usado como alvo somente nos chains da tabela filter.
• LOG: Este módulo envia uma mensagem ao syslog caso a
regra confira, o processamento continua normalmente para a próxima
regra (o pacote não é nem considerado ACEITO ou REJEITADO).
• RETURN: Retorna o processamento do chain anterior sem
processar o resto do chain atual.

97
• QUEUE: Passa o processamento para um programa a nível de
usuário.

6.3.6.1 Alvo REJECT


Para ser usado, o módulo ipt_REJECT deve ser compilado no kernel ou
como módulo. Este alvo rejeita o pacote (como o DROP) e envia uma
mensagem ICMP do tipo "icmp-port-unreachable" para a máquina de origem.
É um alvo interessante para bloqueio de portas TCP, pois em alguns
casos da a impressão que a máquina não dispõe de um sistema de firewall (o
alvo DROP causa uma parada de muito tempo em alguns portscanners e
tentativas de conexão de serviços, revelando imediatamente o uso de um
sistema de firewall pela máquina). O alvo REJECT vem dos tempos do
ipchains e somente pode ser usado na tabela filter. Quando um pacote
confere, ele é rejeitado com a mensagem ICMP do tipo "port unreachable", é
possível especificar outro tipo de mensagem ICMP com a opção --reject-with
tipo_icmp.
OBS: REJECT pode ser usado somente como alvo na tabela filter e não
é possível especifica-lo como policiamento padrão do chain filter (como
acontecia no ipchains. Uma forma alternativa é inserir como última regra uma
que pegue todos os pacotes restantes daquele chain e tenha como alvo
REJECT (como iptables -A INPUT -j REJECT), desta forma ele nunca atingirá o
policiamento padrão do chain.

# Rejeita pacotes vindos de 200.200.200.1 pela interface ppp0:


iptables -A INPUT -s 200.200.200.1 -i ppp+ -j REJECT

6.3.6.2 Especificando LOG como alvo


Este alvo é usado para registrar a passagem de pacotes no syslog do
sistema. É um alvo muito interessante para ser usado para regras que
bloqueiam determinados tráfegos no sistema (para que o administrador tome
conhecimento sobre tais tentativas), para regras de fim de chain (quando você
tem um grande conjunto de regras em um firewall restritivo e não sabe onde
suas regras estão sendo bloqueadas), para satisfazer sua curiosidade, etc.

# Para registrar o bloqueio de pacotes vindos de 200.200.200.1 pela interface ppp0


iptables -A INPUT -s 200.200.200.1 -i ppp+ -j LOG
# Para efetuar o bloqueio
iptables -A INPUT -s 200.200.200.1 -i ppp+ -j REJECT

Note que a regra que registra o pacote (-j LOG) deve aparecer antes da
regra que REJEITA (-j REJECT), caso contrário a regra de LOG nunca
funcionará. A única coisa que muda nas regras de log é o alvo da regra, isto
facilita a implementação de grandes conjuntos de regras de firewall.
A regra acima mostrará a seguinte saída no syslog do sistema:

Aug 25 10:08:01 debian kernel: IN=ppp0 OUT= MAC=10:20:30:40:50:60:70:80:90:00:00:00:08:00


SRC=200.200.200.1 DST=200.210.10.10 LEN=61 TOS=0x00 PREC=0x00 TTL=64 ID=0 DF PROTO=UDP
SPT=1031 DPT=53 LEN=41

98
Os campos possuem o seguinte significado:
Aug 25 10:08:01
Mês, dia e hora do registro do pacote.
debian
Nome do computador que registrou o pacote.
kernel:
Daemon que registrou a mensagem, no caso o iptables faz parte
do próprio kernel.
IN=ppp0
Especifica a interface de entrada (de onde o pacote veio).
OUT=
Especifica a interface de saída (para onde o pacote foi).
MAC=10:20:30:40:50:60:70:80:90:00:00:00:08:00
Endereço mac da interface de rede (pode ser obtido com arp
interface).
SRC=200.200.200.1
Endereço de origem do pacote.
DST=200.210.10.10
Endereço de destino do pacote.
LEN=61
Tamanho do pacote.
TOS=0x00
Prioridade do cabeçalho TOS (prioridade normal neste caso).
Veja a seção Especificando o tipo de serviço, Section 9.5.1 para mais
detalhes.
PROTO=UDP
Nome do protocolo. Pode ser TCP, UDP ou ICMP
SPT=1031
Porta de origem da requisição.
DPT=53
Porta de destino da requisição.
LEN=41
Tamanho do pacote.
O log acima mostra uma consulta DNS (porta destino 53) para nossa
máquina (INPUT) de 200.200.200.1 para 200.210.10.10.
O problema é que em um grande número de regras será difícil saber
qual regra conferiu (pois teríamos que analisar o endereço/porta

99
origem/destino) e o destino do pacote (se ele foi ACEITO ou BLOQUEADO)
pois você pode ter regras para ambas as situações. Por este motivo existem
algumas opções úteis que podemos usar com o alvo LOG:
--log-prefix "descrição"
Permite especificar uma descrição para a regra do firewall de até
29 caracteres. Caso tiver espaços, devem ser usadas "aspas".
--log-level nível
Especifica o nível da mensagem no syslog.
--log-tcp-options
Registra campos do cabeçalho TCP nos logs do sistema.
--log-ip-options
Registra campos do cabeçalho IP nos logs do sistema
--log-tcp-sequence
Registra os números de seqüencia TCP. Evite ao máximo o uso
desta opção, pois a seqüencia de números TCP pode ser a chave para
um seqüestro de seção ou IP spoofing em seu sistema caso algum
usuário tenha acesso a estes logs.
Lembre-se que estas opções são referentes ao alvo LOG, e devem ser
usadas após este, caso contrário você terá um pouco de trabalho para analisar
e consertar erros em suas regras do firewall.

# Complementando o exemplo anterior:


# Para registrar o bloqueio de pacotes vindos de 200.200.200.1 pela interface ppp0
iptables -A INPUT -s 200.200.200.1 -i ppp+ -j LOG --log-prefix "FIREWALL: Rejeitado "
# Para efetuar o bloqueio
iptables -A INPUT -s 200.200.200.1 -i ppp+ -j REJECT

Retornará a seguinte mensagem no syslog:

Aug 25 10:08:01 debian kernel: FIREWALL: Rejeitado IN=ppp0 OUT=


MAC=10:20:30:40:50:60:70:80:90:00:00:00:08:00 SRC=200.200.200.1 DST=200.210.10.10 LEN=61
TOS=0x00 PREC=0x00 TTL=64 ID=0 DF PROTO=UDP SPT=1031 DPT=53 LEN=41

Agora você sabe o que aconteceu com o pacote (Rejeitado). A


padronização de mensagens de firewall é também importante para a criação de
scripts de análise que poderão fazer a análise dos logs do seu firewall (para
criação de estatísticas que podem servir como base para a criação de novas
regras de firewall ou eliminação de outras).
OBS: Se você sente falta da função "-l" do ipchains que combina o alvo
e log na mesma regra você pode criar um alvo como o seguinte:

iptables -N log-drop
iptables -A log-drop -j LOG
iptables -A log-drop -j DROP

100
E usar "log-drop" como alvo em suas regras. Mesmo assim esta solução
é "limitada" em relação a "-l" do ipchains porque o iptables não inclui detalhes
de qual chain bloqueou o pacote/qual pacote foi bloqueado, assim é necessário
a especificação da opção --log-prefix para as mensagens se tornarem mais
compreensíveis. Infelizmente o iptables não aceita variáveis, senão esta
limitação seria facilmente contornada.

6.3.6.3 Especificando RETURN como alvo


O alvo RETURN diz ao iptables interromper o processamento no chain
atual e retornar o processamento ao chain anterior. Ele é útil quando criamos
um chain que faz um determinado tratamento de pacotes, por exemplo
bloquear conexões vindas da internet para portas baixas, exceto para um
endereço IP específico. Como segue:

iptables -t filter -A INPUT -i ppp0 -j internet


iptables -t filter -j ACCEPT
iptables -t filter -N internet
iptables -t filter -A internet -s www.debian.org -p tcp --dport 80 -j RETURN
iptables -t filter -A internet -p tcp --dport 21 -j DROP
iptables -t filter -A internet -p tcp --dport 23 -j DROP
iptables -t filter -A internet -p tcp --dport 25 -j DROP
iptables -t filter -A internet -p tcp --dport 80 -j DROP

Quando um pacote com o endereço www.debian.org tentando acessar a


porta www (80) de nossa máquina através da internet (via interface ppp0), o
chain número 1 confere, então o processamento continua no chain número 4, o
chain número 4 confere então o processamento volta para a regra número 2,
que diz para aceitar o pacote.
Agora se um pacote vem com o endereço www.dominio.com.br tentando
acessar a porta www *80) de nossa máquina através da internet (via interface
ppp0), o chain número 1 confere, então o processamento continua no chain
número 4, que não confere. O mesmo acontece com os chains 5, 6 e 7. O
chain número 8 confere, então o acesso é bloqueado.
Como pode ter notado, o alvo RETURN pode facilitar bastante a
construção das regras do seu firewall, caso existam máquinas/redes que sejam
exceções as suas regras. Se ela não existisse, seria necessário especificar
diversas opções -s, -d, etc para poder garantir o acesso livre a determinadas
máquinas.

6.4 A tabela nat (Network Address Translation) - fazendo nat


A tabela nat serve para controlar a tradução dos endereços que
atravessam o código de roteamento da máquina Linux. Existem 3 chains na
tabela nat: PREROUTING, OUTPUT e POSTROUTING (veja “6.1.14 O que
são tabelas?” para maiores detalhes).
A tradução de endereços tem inúmeras utilidades, uma delas é o
Masquerading, onde máquinas de uma rede interna podem acessar a Internet
através de uma máquina Linux, redirecionamento de porta, proxy transparente,

101
etc. Esta seção abordará os tipos de NAT, exemplos de como criar
rapidamente uma conexão IP masquerading e entender como a tradução de
endereços funciona no iptables.
Se sua intenção é ligar sua rede a Internet existem duas opções:
• Você possui uma conexão que lhe oferece um endereço IP dinâmico (a
cada conexão é dado um endereço IP - como uma conexão PPP) então
o IP masquerading é o que precisa (veja “6.4.2 Fazendo IP
masquerading (para os apressados)” ou “6.4.3.1 Fazendo IP
Masquerading”).
• Você tem uma conexão que lhe oferece um endereço IP permanente
(ADSL, por exemplo) então o SNAT é o que precisa (veja “6.4.3
Fazendo SNAT”).

6.4.1 Criando um novo chain na tabela NAT


O procedimento para criação de um novo chain nesta tabela é o mesmo
descrito em “6.2.6 Criando um novo chain - N” será necessário somente
especificar a tabela nat (-t nat) para que o novo chain não seja criado na tabela
padrão (-t filter).

iptables -t nat -N intra-inter

Que criará o chain chamado intra-inter na tabela nat. Para inserir regras
neste chain será necessário especificar a opção "-t nat".

6.4.2 Fazendo IP masquerading (para os apressados)


Você precisará de um kernel com suporte ao iptables (veja “6.1.15
Habilitando o suporte ao iptables no kernel” e ip_forwarding e então digitar os
dois comandos abaixo para habilitar o masquerading para todas as máquinas
da rede 192.168.1.*:

iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -j MASQUERADE


echo "1" >/proc/sys/net/ipv4/ip_forwarding

A configuração do servidor Linux está completa, agora os clientes da


rede precisarão ser configurados para usar o endereço IP do servidor Linux
como gateway. É recomendável instalar um servidor proxy e DNS na máquina
Linux para acelerar o desempenho das requisições/resolução de nomes das
máquinas em rede. A utilização de bits TOS também pode trazer um grande
aumento de velocidade para os diferentes serviços da rede (veja “6.5.1
Especificando o tipo de serviço”).

6.4.3 Fazendo SNAT


SNAT (source nat - nat no endereço de origem) consiste em modificar o
endereço de origem das máquinas clientes antes dos pacotes serem enviados.
A máquina roteadora é inteligente o bastante para lembrar dos pacotes

102
modificados e reescrever os endereços assim que obter a resposta da máquina
de destino, direcionando os pacotes ao destino correto. Toda operação de
SNAT é feita no chain POSTROUTING.
É permitido especificar endereços de origem/destino, protocolos, portas
de origem/destino, interface de entrada/saída (dependendo do chain), alvos,
etc. É desnecessário especificar fragmentos na tabela nat, pois eles serão
remontados antes de entrar no código de roteamento.
O SNAT é a solução quando você tem acesso a internet através de um
único IP e deseja fazer que sua rede tenha acesso a Internet através da
máquina Linux. Nenhuma máquina da Internet poderá ter acesso direto as
máquinas de sua rede interna via SNAT.
OBS: A observação acima não leva em conta o controle de acesso
externo configurado na máquina que estiver configurando o iptables, uma
configuração mau realizada pode expor sua máquina a acessos externos
indesejados e comprometer sua rede interna caso alguém consiga acesso
direto ao servidor.
É necessário especificar SNAT como alvo (-j SNAT) quando desejar que
as máquinas de sua rede interna tenha acesso a Internet através do IP fixo da
máquina Linux (para conexões intermitentes como PPP, veja “6.4.3.1 Fazendo
IP Masquerading”). O parâmetro --to IP:portas deve ser usado após o alvo
SNAT. Ele serve para especificar um endereço IP, faixa de endereços e
opcionalmente uma porta ou faixa de portas que será substituída. Toda a
operação de SNAT é realizada através do chain POSTROUTING:

# Modifica o endereço IP dos pacotes vindos da máquina 192.168.1.2 da rede interna


# que tem como destino a interface eth1 para 200.200.217.40 (que é o nosso endereço
# IP da interface ligada a Internet).
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.2 -o eth1 -j SNAT --to 200.200.217.40

Os pacotes indo para a Internet (nossa conexão é feita via eth1, nossa
interface externa) vindo do endereço 192.168.1.2, são substituídos por
200.241.200.40 e enviados para fora. Quando a resposta a requisição é
retornada, a máquina com iptables recebe os pacotes e faz a operação inversa,
modificando o endereço 200.241.200.40 novamente para 192.168.1.2 e
enviando a resposta a máquina de nossa rede interna. Após definir suas
regras de NAT, execute o comando echo "1" >/proc/sys/net/ipv4/ip_forward
para habilitar o suporte a redirecionamento de pacotes no kernel.
Também é possível especificar faixas de endereços e portas que serão
substituídas:

iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o eth0 -j SNAT --to


200.200.217.40-200.200.217.50

Modifica o endereço IP de origem de todas as máquinas da rede


192.168.1.0/24 que tem o destino a interface eth0 para 200.241.200.40 a
200.241.200.50. O endereço IP selecionado é escolhido de acordo com o
último IP alocado. # iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o
eth1 \ -j SNAT --to 1.2.3.0-1.2.3.4 --to 1.2.3.6-1.2.3.254

iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o eth0 -j SNAT --to


200.200.217.40-200.200.217.50:1-1023

103
Idêntico ao anterior, mas faz somente substituições na faixa de portas de
origem de 1 a 1023.

iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o eth0 -j SNAT --to


200.200.217.40-200.200.217.50 --to 200.200.217.70-200.200.217.73

Faz o mapeamento para a faixa de portas 200.200.217.40 a


200.200.217.50 e de 200.200.217.70 a 200.200.217.73.
OBS1: Se por algum motivo não for possível mapear uma conexão NAT,
ela será derrubada. OBS2: Tenha certeza que as respostas podem chegar até
a máquina que fez o NAT. Se estiver fazendo SNAT em um endereço livre em
sua rede (como 200.200.217.73).
OBS2: Como notou acima, o SNAT é usado quando temos uma
conexão externa com um ou mais IP's fixos. O Masquerading é uma forma
especial de SNAT usada para funcionar em conexões que recebem endereços
IP aleatórios (PPP).
OBS3: Não se esqueça de habilitar o redirecionamento de pacotes após
fazer suas regra de NAT com o comando: echo "1"
>/proc/sys/net/ipv4/ip_forward, caso contrário o redirecionamento de
pacotes não funcionará.

6.4.3.1 Fazendo IP Masquerading


O IP Masquerading é um tipo especial de SNAT usado para conectar a
sua rede interna a internet quando você recebe um IP dinâmico de seu
provedor (como em conexões ppp). Todas as operações de IP Masquerading
são realizadas no chain POSTROUTING. Se você tem um IP fixo, deve ler
“6.4.3 Fazendo SNAT”.
Para fazer IP Masquerading de uma máquina com o IP 192.168.1.2 para
ter acesso a Internet, use o comando:

iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.2/32 -o ppp0 -j MASQUERADE

A diferença é que o alvo é -j MASQUERADE. O comando acima faz IP


Masquerading de todo o tráfego de 192.168.1.2 indo para a interface ppp0: O
endereço IP dos pacotes vindos de 192.168.1.2 são substituídos pelo IP
oferecido pelo seu provedor de acesso no momento da conexão, quando a
resposta é retornada a operação inversa é realizada para garantir que a
resposta chegue ao destino. Nenhuma máquina da internet poderá ter acesso
direto a sua máquina conectava via Masquerading.
Para fazer o IP Masquerading de todas as máquinas da rede
192.168.1.*:

iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp0 -j MASQUERADE

Após definir a regra para fazer Masquerading (SNAT), execute o


comando echo "1" >/proc/sys/net/ipv4/ip_forward para habilitar o
suporte a redirecionamento de pacotes no kernel.

104
6.4.4 Fazendo DNAT
DNAT (Destination nat - nat no endereço de destino) consiste em
modificar o endereço de destino das máquinas clientes. O destination nat é
muito usado para fazer redirecionamento de pacotes, proxyes transparentes e
balanceamento de carga.
Toda operação de DNAT é feita no chain PREROUTING. As demais
opções e observações do SNAT são também válidas para DNAT (com exceção
que somente é permitido especificar a interface de origem no chain
PREROUTING).

# Modifica o endereço IP destino dos pacotes de 192.168.1.2 vindo da interface eth0


# para 200.200.217.40.
iptables -t nat -A PREROUTING -s 192.168.1.2 -i eth0 -j DNAT --to 200.200.217.40

Também é possível especificar faixas de endereços e portas que serão


substituídas no DNAT:

iptables -t nat -A PREROUTING -i eth0 -j DNAT --to 200.200.217.40-200.200.217.50

Modifica o endereço IP de destino do tráfego vindos da interface


192.168.1.0/24 para um IP de 200.241.200.40 a 200.241.200.50. Este é um
excelente método para fazer o balanceamento de carga entre servidores. O
endereço IP selecionado é escolhido de acordo com o último IP alocado.

iptables -t nat -A PREROUTING -i eth0 -j DNAT --to 200.200.217.40-


200.200.217.50:1024:5000

Idêntico ao anterior, mas faz somente substituições na faixa de portas de


destino de 1024 a 5000. A operação acima é a mesma realizada pelo
ipmasqadm dos kernels da série 2.2.
OBS: Se por algum motivo não for possível mapear uma conexão NAT,
ela será derrubada.

6.4.4.1 Redirecionamento de portas


O redirecionamento de portas permite a você repassar conexões com
destino a uma porta para outra porta na mesma máquina. O alvo REDIRECT é
usado para fazer esta operação, junto com o argumento --to-port especificando
a porta que será redirecionada. Este é o método DNAT específico para se para
fazer proxy transparente (para redirecionamento de endereços/portas, veja
“6.4.4 Fazendo DNAT”). Todas as operações de redirecionamento de portas é
realizada no chain PREROUTING.

iptables -t nat -A PREROUTING -i eth0 -p tcp --dport 80 -j REDIRECT --to-port 81

Redireciona as conexões indo para a porta 80 para a porta 81 (rodando


squid) no firewall.
ATENÇÃO: O squid possui suporte a proxy transparente, e poderá
atender as requisições acima da regra acima.

105
6.4.5 Monitorando conexões feitas na tabela nat
Use o comando cat /proc/net/ip_conntrack para listar todas as
conexões atuais tratadas pelo módulo nat.

6.5 A tabela mangle


A tabela mangle serve para especificar ações especiais para o
tratamento do tráfego que atravessa os chains. Nesta tabela existem dois
chains: PREROUTING e OUTPUT (veja “6.1.14 O que são tabelas?” para
maiores detalhes).
Opções com o Tipo de Serviço (TOS) é especificada nesta tabela para
classificar e aumentar consideravelmente a velocidade de tráfego considerados
em tempo real.

6.5.1 Especificando o tipo de serviço


O tipo de serviço é um campo existente no cabeçalho de pacotes do
protocolo ipv4 que tem a função especificar qual é a prioridade daquele pacote.
Uma das vantagens da utilização do tipo de serviço é dar prioridade ao tráfego
de pacotes interativos (como os do ICQ, IRC, servidores de chat), etc. Com o
TOS especificado, mesmo que esteja fazendo um download consumindo toda a
banda de sua interface de rede, o tráfego com prioridade interativa será
enviado antes, aumentando a eficiência dos serviços em sua máquina.
Em testes realizados em minha conexão de 56K, o uso de regras TOS
aumentou bastante o desempenho em tráfego interativo (em torno de 300%),
durante o uso total da banda da interface ppp em um grande download.
Usamos o alvo TOS (-j TOS) para especificar a modificação do tipo de
serviço nos pacotes que atravessam as regras do firewall, acompanhada do
argumento --set-tos TOS que define a nova prioridade dos pacotes. Os valores
aceitos são os seguintes:
Espera Mínima
É especificado através de Minimize-Delay, 16 ou 0x10
Máximo Processamento
É especificado através de Maximize-Throughput, 8, ou 0x08.
Máxima Confiança
É especificado através de Maximize-Reliability, 4 ou 0x04.
Custo mínimo
Especificado através de Minimize-Cost, 2 ou 0x02.
Prioridade Normal
Especificado através de Normal-Service, 0 ou 0x00.
Os pacotes vem por padrão com o valor TOS ajustado como prioridade
normal (bits tos ajustados para 0x00). O tipo Mínima Espera é o mais usado,
pois prioriza o tráfego em serviços interativos.

106
6.5.1.1 Especificando o TOS para tráfego de saída
Este é o mais usado, pois prioriza o tráfego que sai da máquina (com
destino a Internet, por exemplo). Sua operação é realizada através do chain
OUTPUT.
Para priorizar todo o tráfego de IRC de nossa rede interna indo para a
interface ppp0:

iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp0 -p tcp --dport 6666-6668 -j TOS --set-tos 16

O bit TOS é ajustado para Espera mínima e será enviado antes dos
pacotes com prioridade normal para fora. Para priorizar a transmissão de
dados ftp saindo da rede:

iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp0 -p tcp --dport 20 -j TOS --set-tos 8

Para priorizar o tráfego de ICQ da rede:

iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp0 -p udp --dport 4000 -j TOS --set-tos 16

Existem muitas outras otimizações que podem ser feitas, só depende


dos requerimentos e análise de cada serviço da rede pelo administrador.
OBS: - Os pacotes que atravessam o alvo TOS somente tem os bits tipo
do serviço modificados, eles não serão de qualquer forma rejeitados.

6.5.1.2 Especificando o TOS para o tráfego de entrada


Este prioriza o tráfego que entra da máquina. Sua operação é realizada
no chain PREROUTING. Não faz muito sentido o uso deste chain dentro de
uma rede pequena/média, pois o tráfego que recebermos será priorizado pelo
saída de outras máquinas da internet/outras redes antes de chegar a nossa.
Para priorizar o processamento do tráfego interativo vindo de servidores
IRC para nossa rede:

iptables -t mangle -A PREROUTING -i eth0 -p tcp --sport 6666-6668 -j TOS --set-tos 0x10

Modifica o tipo de serviço para mínima espera de todo o tráfego enviado


por servidores de IRC vindo da interface eth0.
OBS: - Os pacotes que atravessam o alvo TOS somente tem os bits tipo
do serviço modificados, eles não serão de qualquer forma rejeitados.

6.6 Outros módulos do iptables


Os módulos do iptables são especificados com a opção -m módulo ou --
match módulo e permitem expandir a funcionalidade do firewall através de
novas conferências e recursos de filtragem adicionais, como limitar a
conferência de regras do firewall (um método útil de limitar ping floods, syn
floods, etc).

107
6.6.1 Conferindo de acordo com o estado da conexão
Este módulo permite especificar regras de acordo com o estado da
conexão do pacote, isto é feito através da interpretação da saída do módulo
ip_conntrack. O parâmetro --state OPÇÕES deve acompanhar este módulo.
As opções permitidas são as seguintes:
• NEW - Confere com pacotes que criam novas conexões
• ESTABLISHED - Confere com conexões já estabelecidas
• RELATED - Confere com pacotes relacionados indiretamente a uma
conexão, como mensagens de erro icmp, etc.
• INVALID - Confere com pacotes que não puderam ser identificados por
algum motivo. Como respostas de conexões desconhecidas.
Caso seja necessário especificar mais de uma opções estas devem ser
separadas por vírgulas.

iptables -A INPUT -m state --state NEW -i ppp0 -j DROP

Bloqueia qualquer tentativa de nova conexão vindo da interface ppp0.

iptables -A INPUT -m state --state NEW,INVALID -i ppp0 -j LOG

Permite registrar novas conexões e pacotes inválidos vindos da interface


ppp0.

6.6.2 Limitando o número de vezes que a regra confere


A opção -m limit permite especificar o número de vezes que uma regra
conferirá quando todas as outras condições forem satisfeitas. O número
padrão de conferência é de 3 por hora, a não ser que seja modificado através
dos argumentos aceitos pelo limit:
• --limit num/tempo - Permite especificar a taxa de conferências do limit.
O parâmetro num especifica um número e tempo pode ser
o s - Segundo
o m - Minuto
o h - Hora
o d - Dia
Assim uma regra como iptables -A INPUT -m limit --limit 5/m -j ACCEPT
permitirá que a regra acima confira apenas 5 vezes por minuto (--limit
2/s). Este limite pode ser facilmente adaptado para uma regra de log
que confere constantemente não causar uma avalanche em seus logs.
O valor padrão é 3/h.
• --limit-burst num - Especifica o número inicial máximo de pacotes que
irão conferir, este número é aumentado por 1 a cada vez que o
parâmetro --limit acima não for atingido. O valor padrão é 5.

108
6.6.3 Proteção contra ping da morte
A regra abaixo pode tomada como base para proteção contra ping flood:

iptables -t filter -A ping-chain -p icmp --icmp-type echo-request -m limit --


limit 1/s -j ACCEPT
iptables -t filter -A ping-chain -j DROP

A regra acima limita em 1 vez por segundo (--limit 1/s) a passagem de


pings (echo requests) para a máquina Linux.

iptables -t filter -A ping-chain -i ppp0 -p icmp --icmp-type echo-reply -m limit


--limit 1/s -j RETURN
iptables -t filter -A ping-chain -j DROP

Limita respostas a pings (echo reply) vindos da interface ppp0 (-i ppp0) a
1 por segundo.
ATENÇÃO: Os exemplos acima devem são somente exemplos para
criação de suas próprias regras com limitações, caso um pacote não confira
com a regra ele será bloqueado pela próxima regra. Se uma regra como for
colocada no chain INPUT sem modificações obviamente colocará em risco a
segurança de seu sistema.

6.6.4 Proteção contra syn flood


A regra abaixo é uma boa proteção para os ataques syn floods:

iptables -t filter -A syn-chain -p tcp --syn -m limit --limit 2/s -j ACCEPT


iptables -t filter -A syn-chain -j DROP

Esta regra limita o atendimento de requisições de conexões a 2 por


segundo.
ATENÇÃO: Os exemplos acima devem são somente exemplos para
criação de suas próprias regras com limitações, caso um pacote não confira
com a regra ele será bloqueado pela próxima regra. Se uma regra como for
colocada no chain INPUT sem modificações obviamente colocará em risco a
segurança de seu sistema.

6.6.5 Proteção contra IP spoofing


A especificação de endereços de origem/destino junto com a interface
de rede pode ser usado como um detector de ataques spoofing. A lógica é que
todos os endereços que NUNCA devem vir da interface X devem ser negados
imediatamente. As regras abaixo são colocadas no inicio do chain INPUT para
detectar tais ataques:

iptables -A INPUT -s 192.168.1.0/24 -i ! eth0 -j DROP


iptables -A INPUT ! -s 192.168.1.0/24 -i eth0 -j DROP

A primeira regra diz para bloquear todos os endereços da faixa de rede


192.168.1.* que NÃO vem da interface eth0, a segunda regra diz para bloquear

109
todos os endereços que não sejam 192.168.1.* vindos da interface eth0. O
símbolo "!" serve para especificar exceções (veja “6.3.5 Especificando uma
exceção”). O kernel do Linux automaticamente bloqueia a passagem de
pacotes que dizem ser de 127.0.0.1 e não está vindo da interface loopback.
O método preferido para controlar o ip spoofing é através do código de
roteamento do kernel (a não ser que esteja usando algum tipo de roteamento
assimétrico):

for i in /proc/sys/net/ipv4/conf/*/rp_filter; do
echo 1 >$i
done

Desta forma qualquer endereço dizendo ser 192.168.1.5 vindo de ppp0


será imediatamente rejeitado. Uma checagem adicional contra IP spoofing
pode ser feita no arquivo /etc/host.conf.

6.6.6 Especificando múltiplas portas de origem/destino


O módulo multiport permite que seja especificado múltiplas portas para
um alvo. Podem ser especificadas até 15 portas em um único parâmetro e
basta que uma porta confira para que a regra entre em ação, pois a
comparação é feita usando condições "or". O parâmetro multiport deve ser
acompanhado de um dos argumentos abaixo:
• --source-port [porta1, porta2...] - Faz a regra conferir se a porta de
origem estiver presente entre as portas especificadas.
• --destination-port [porta1, porta2...] - Faz a regra conferir se a porta de
destino estiver presente entre as portas especificadas.
• --port [porta1, porta2...] - Faz a regra conferir caso a porta de origem ou
destino esteja presente no parâmetro.
Este módulo pode eliminar muitas regras de firewall que fazem o mesmo
tratamento de pacotes para diversas portas diferentes.

iptables -A INPUT -p tcp -i ppp0 -m multiport --destination-port


21,23,25,80,110,113,6667 -j DROP

Bloqueia todos os pacotes vindo de ppp0 para as portas 21 (ftp), 23


(telnet), 25 (smtp), 80 (www), 110 (pop3), 113 (ident), 6667 (irc).

6.6.7 Especificando o endereço MAC da interface


O módulo mac serve para conferir com o endereço Ethernet dos pacotes
de origem. Somente faz sentido se usado nos chains de PREROUTING (da
tabela nat) ou INPUT (da tabela filter). Aceita como argumento a opção --mac-
source endereço. O símbolo "!" pode ser usado para especificar uma exceção.

iptables -t filter -A INPUT -m mac --mac-source 00:80:AD:B2:60:0B -j DROP

110
Confere com a máquina com endereço ethernet igual a
00:80:AD:B2:60:0B.

6.6.8 Conferindo com quem criou o pacote


Este módulo confere com o usuário que iniciou a conexão. É somente
válido no chain OUTPUT da tabela filter. Os seguintes argumentos são válidas
para este módulo:
• --uid-owner UID - Confere se o pacote foi criado por um processo com o
UID especificado. Até o momento somente UID numéricos são aceitos.
• --gid-owner GID - Confere se o pacote foi criado por um usuário
pertencente ao grupo GID. Até o momento somente GID numéricos são
aceitos.
• --pid-owner PID - Confere se o pacote foi criado por um processo com o
PID especificado.
• --sid-owner ID - Confere se o pacote foi criado por um processo no
grupo de seção especificado.
OBS: - Lembre-se que pacotes que não possuem detalhes suficientes
de cabeçalho nunca conferirão!

iptables -A OUTPUT -m owner --gid-owner 100 -p udp -j DROP

Rejeita um conexões indo para portas UDP de pacotes criados pelo


usuários pertencentes ao grupo 100.

6.7 Caminho percorrido pelos pacotes nas tabelas e chains


É MUITO importante entender a função de cada filtro e a ordem de
acesso dos chains de acordo com o tipo de conexão e interface de
origem/destino. Esta seção explica a ordem que as regra são atravessadas,
isso lhe permitirá planejar a distribuição das regras nos chains, e evitar erros de
localização de regras que poderia deixar seu firewall com sérios problemas de
segurança, ou um sistema de firewall totalmente confuso e sem lógica.
Nos exemplos abaixo assumirei a seguinte configuração:
• A máquina do firewall com iptables possui o endereço IP 192.168.1.1 e
conecta a rede interna ligada via interface eth0 a internet via a interface
ppp0.
• Rede interna com a faixa de endereços 192.168.1.0 conectada ao
firewall via interface eth0
• Interface ppp0 fazendo conexão com a Internet com o endereço IP
200.217.29.67.
• A conexão das máquinas da rede interna (eth0) com a rede externa
(ppp0) é feita via Masquerading.

111
Também utilizarei a sintaxe CHAIN-tabela para fazer referência aos
chains e tabelas dos blocos ASCII: INPUT-filter - chain INPUT da tabela filter.
ATENÇÃO: A ordem de processamento das regras do iptables, é
diferente do ipchains devido a inclusão do novo sistema de nat e da tabela
mangle.

6.7.1 ping de 192.168.1.1 para 192.168.1.1


• Endereço de Origem: 192.168.1.1
• Endereço de Destino: 192.168.1.1
• Interface de Entrada: lo
• Interface de Saída: lo
• Protocolo: ICMP
• Descrição: Ping para o próprio firewall
SAÍDA DE PACOTES (envio do ping para 192.168.1.1):
+-------------+ +----------+ +-------------+ +----------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-nat| => |OUTPUT-filter| => |POSTROUTING-nat |
+-------------+ +----------+ +-------------+ +----------------+

ENTRADA DOS PACOTES (Retorno da resposta ping acima):


+-----------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +------------+
Quando damos o ping (echo request) os pacotes seguem o caminho em
SAÍDA DE PACOTES percorrendo os chains na ordem especificada e retornam
via ENTRADA DOS PACOTES (echo reply).
OBS1: Para conexões com destinos na própria máquina usando um
endereço IP das interfaces locais, a interface será ajustada sempre para lo
(loopback).
OBS2: Em qualquer operação de entrada/saída de pacotes, os dois
chains da tabela mangle são sempre os primeiros a serem acessados. Isto é
necessário para definir a prioridade e controlar outros aspectos especiais dos
pacotes que atravessam os filtros.
OBS3: O chain OUTPUT da tabela filter é consultado sempre quando
existem conexões se originando em endereços de interfaces locais.

6.7.2 Conexão FTP de 192.168.1.1 para 192.168.1.1


• Endereço de Origem: 192.168.1.1
• Endereço de Destino: 192.168.1.1
• Interface de Origem: lo
• Interface de Destino: lo

112
• Porta Origem: 1404
• Porta Destino: 21
• Protocolo: TCP
• Descrição: Conexão ftp (até o prompt de login, sem transferência de
arquivos).
SAÍDA DOS PACOTES (envio da requisição para 192.168.1.1):
+-------------+ +----------+ +-------------+ +---------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-nat| => |OUTPUT-filter| => |POSTROUTING-nat|
+-------------+ +----------+ +-------------+ +---------------+

ENTRADA DE PACOTES (respostas da requisição vindas de 192.168.1.1):


+-----------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +------------+
A requisição ftp passa através dos chains especificados em SAÍDA DOS
PACOTES e retorna por ENTRADA DE PACOTES. Após a conexão ser
estabelecida, o caminho de SAÍDA DE PACOTES será:
+-------------+ +-------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-filter|
+-------------+ +-------------+
pois os dados de entrada que vem da interface externa, são passados
diretamente a máquina do firewall, não necessitando de tratamento SNAT (os
chains OUTPUT-nat e POSTROUTING-nat são processado somente uma vez
a procura de regras que conferem, principalmente para fazer SNAT).
OBS1: Para conexões com destinos na própria máquina usando um
endereço IP das interfaces locais, a interface será ajustada sempre para lo
(loopback).
OBS2: Em qualquer operação de entrada/saída de pacotes, os dois
chains da tabela mangle são sempre os primeiros a serem acessados. Isto é
necessário para definir a prioridade e controlar outros aspectos especiais dos
pacotes que atravessam os filtros.

6.7.3 Conexão FTP de 192.168.1.1 para 192.168.1.4


• Endereço de Origem: 192.168.1.1
• Endereço de Destino: 192.168.1.4
• Interface de Origem: eth0
• Interface de Destino: eth0
• Porta Origem: 1405
• Porta Destino: 21
• Protocolo: TCP

113
• Descrição: Conexão ftp (até o prompt de login, sem transferência de
arquivos).
SAÍDA DOS PACOTES (envio da requisição para 192.168.1.4):
+-------------+ +----------+ +-------------+ +---------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-nat| => |OUTPUT-filter| => |POSTROUTING-nat|
+-------------+ +----------+ +-------------+ +---------------+

ENTRADA DE PACOTES (respostas da requisição de 192.168.1.4):


+-----------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +------------+
A requisição ftp passa através dos chains especificados em SAÍDA DOS
PACOTES com o destino 192.168.1.4 porta 21 e retorna por ENTRADA DE
PACOTES para 192.168.1.1 porta 1405. Após a conexão ser estabelecida, o
caminho de SAÍDA DE PACOTES será:
+-------------+ +-------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-filter|
+-------------+ +-------------+
pois os dados não precisam de tratamento SNAT (os chains OUTPUT-
nat e POSTROUTING-nat são processado somente uma vez a procura de
regras que conferem, principalmente para fazer SNAT).
OBS: Em qualquer operação de entrada/saída de pacotes, os dois
chains da tabela mangle são sempre os primeiros a serem acessados. Isto é
necessário para definir a prioridade e controlar outros aspectos especiais dos
pacotes que atravessam os filtros.

6.7.4 Conexão FTP de 200.217.29.67 para ftp.debian.org.br


• Endereço de Origem: 200.217.29.67
• Endereço de Destino: 200.198.129.162
• Interface de Origem: ppp0
• Interface de Destino: ppp0
• Porta Origem: 1407
• Porta Destino: 21
• Protocolo: TCP
• Descrição: Conexão ftp (até o prompt de login, sem transferência de
arquivos).

114
SAÍDA DOS PACOTES (envio da requisição para 200.198.129.162):
+-------------+ +----------+ +-------------+ +---------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-nat| => |OUTPUT-filter| => |POSTROUTING-nat|
+-------------+ +----------+ +-------------+ +---------------+

ENTRADA DE PACOTES (respostas da requisição vindas de 200.198.129.162):


+-----------------+ +--------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |PREROUTING-nat| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +--------------+ +------------+
A requisição ftp passa através dos chains especificados em SAÍDA DOS
PACOTES com o destino 200.198.129.162 porta 21 (após a resolução DNS de
www.debian.org.br) e retorna por ENTRADA DE PACOTES para 200.217.29.67
porta 1407. Após a conexão ser estabelecida, o caminho de saída de pacotes
é:
+-------------+ +-------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-filter|
+-------------+ +-------------+
pois os dados não precisam de tratamento SNAT (os chains OUTPUT-
nat e POSTROUTING-nat são processado somente uma vez a procura de
regras que conferem, principalmente para fazer SNAT).
E após a conexão estabelecida, o caminho de entrada de pacotes passa
a ser:
+-----------------+ +-------------+
|PREROUTING-mangle| => |INPUT-filter |
+-----------------+ +-------------+
pois os dados não precisam de tratamento DNAT (o chain
PREROUTING-nat é processado somente uma vez a procura de regras que
conferem, principalmente para fazer DNAT).
OBS: Para qualquer operação de entrada/saída de pacotes, os dois
chains da tabela mangle são sempre os primeiros a serem acessados. Isto é
necessário para definir a prioridade e controlar outros aspectos especiais dos
pacotes que atravessam os filtros.

6.7.5 Ping de 192.168.1.4 para 192.168.1.1


• Endereço de Origem: 192.168.1.4
• Endereço de Destino: 192.168.1.1
• Interface de Entrada: eth0
• Interface de Saída: eth0
• Protocolo: ICMP
• Descrição: Ping de 192.168.1.4 para a máquina do firewall.

115
ENTRADA DE PACOTES (recebimento da requisição, vinda de 192.168.1.4):
+-----------------+ +--------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |PREROUTING-nat| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +--------------+ +------------+

SAÍDA DE PACOTES (envio da resposta a 192.168.1.4)


+-------------+ +-------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-filter|
+-------------+ +-------------+
Quando damos o ping (echo request) os pacotes seguem o caminho em
ENTRADA DE PACOTES percorrendo os chains na ordem especificada e
retornam via SAÍDA DOS PACOTES (echo reply).
OBS1: Para qualquer operação de entrada/saída de pacotes, os dois
chains da tabela mangle são sempre os primeiros a serem acessados. Isto é
necessário para definir a prioridade e controlar outros aspectos especiais dos
pacotes que atravessam os filtros.

6.7.6 Conexão FTP de 192.168.1.4 para 192.168.1.1


• Endereço de Origem: 192.168.1.4
• Endereço de Destino: 192.168.1.1
• Interface de Origem: eth0
• Interface de Destino: eth0
• Porta Origem: 1030
• Porta Destino: 21
• Protocolo: TCP
• Descrição: Conexão ftp (até o prompt de login, sem transferência de
dados).
ENTRADA DOS PACOTES (envio da requisição vindas de 192.168.1.4):
+-----------------+ +--------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |PREROUTING-nat| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +--------------+ +------------+

SAÍDA DE PACOTES (respostas da requisição acima para 192.168.1.4):


+-------------+ +-------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-filter|
+-------------+ +-------------+
A requisição ftp passa através dos chains especificados em ENTRADA
DOS PACOTES com o destino 192.168.1.1 porta 21 e retorna por SAÍDA DE
PACOTES para 192.168.1.4 porta 1030. Após a conexão ser estabelecida, o
caminho de entrada de pacotes é:
+-----------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +------------+

116
pois os dados não precisam de tratamento DNAT (o chain
PREROUTING-nat é processado somente uma vez a procura de regras que
conferem, principalmente para fazer DNAT).
OBS: O roteamento é sempre realizado após o processamento do chain
PREROUTING da tabela nat.

6.7.7 Conexão FTP de 192.168.1.4 para ftp.debian.org.br


• Endereço de Origem: 192.168.1.4
• Endereço de Destino: 200.198.129.162
• Interface de Origem: eth0
• Interface de Destino: ppp0
• Porta Origem: 1032
• Porta Destino: 21
• Protocolo: TCP
• Descrição: Conexão ftp (até o prompt de login, sem transferência de
dados).
SAÍDA DOS PACOTES (requisição vindas de 192.168.1.4):
+-----------------+ +--------------+ +--------------+ +---------------+
|PREROUTING-mangle| => |PREROUTING-nat| => |FORWARD-filter| => |POSTROUTING-nat|
+-----------------+ +--------------+ +--------------+ +---------------+

ENTRADA DE PACOTES (respostas da requisição acima, enviadas para 192.168.1.4):


+-----------------+ +--------------+
|PREROUTING-mangle| => |FORWARD-filter|
+-----------------+ +--------------+
A requisição ftp passa através dos chains especificados em SAÍDA DOS
PACOTES com o destino 200.198.129.162 porta 21 (após a resolução DNS de
ftp.debian.org.br) e retorna por ENTRADA DE PACOTES para 192.168.1.4
porta 1032.
Note que o Masquerading regrava os pacotes; para a máquina
200.198.129.162 a conexão está sendo feita para 200.217.29.67. As respostas
de conexões vindas de 200.198.129.162 e indo para 200.217.29.67 são
regravadas no firewall com o destino 192.168.1.4 e enviadas para a máquina
correspondente. Após a conexão ser estabelecida, o caminho de saída de
pacotes é:
+-----------------+ +--------------+
|PREROUTING-mangle| => |FORWARD-filter|
+-----------------+ +--------------+
Isto acontece porque após feita a conexão Masquerading (via
PREROUTING-nat), o firewall já sabe como reescrever os pacotes para realizar
a operação de Masquerading, reescrevendo todos os pacotes que chegam de
www.debian.org.br para 192.168.1.4.
OBS: As conexões Masquerading feitas através da rede interna, são
enviadas para 200.198.129.162 tem o endereço de origem ajustado para

117
200.217.29.67 que é o IP de nossa interface ppp0. Quando as respostas
atravessam o firewall, os pacotes são checados pra saber se são uma resposta
a uma conexão masquerading e fará a regravação dos pacotes substituindo o
endereço de destino para 192.168.1.4. Caso uma operação de Masquerading
falhe, os pacotes serão Bloqueados.

6.7.8 Conexão FTP de 200.198.129.162 para 200.217.29.167


• Endereço de Origem: 200.198.129.162
• Endereço de Destino: 200.217.29.67
• Interface de Origem: ppp0
• Interface de Destino: ppp0
• Porta Origem: 3716
• Porta Destino: 21
• Protocolo: TCP
• Descrição: Conexão ao serviço ftp do firewall
ENTRADA DOS PACOTES (envio da requisição vindas de 200.198.129.162):
+-----------------+ +--------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |PREROUTING-nat| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +--------------+ +------------+

SAÍDA DE PACOTES (respostas da requisição de 200.198.129.162):


+-------------+ +-------------+
|OUTPUT-mangle| => |OUTPUT-filter|
+-------------+ +-------------+
A requisição ftp passa através dos chains especificados em ENTRADA
DOS PACOTES com o destino 200.217.29.67 (nossa interface ppp0 local)
porta 21 e retorna por SAÍDA DE PACOTES para 200.198.129.162 porta 3716
(também via ppp0). Após a conexão ser estabelecida, o caminho de entrada
de pacotes é:
+-----------------+ +------------+
|PREROUTING-mangle| => |INPUT-filter|
+-----------------+ +------------+
Isto acontece porque após feita a análise do chain PREROUTING (para
necessidade de DNAT), a máquina já saberá tomar a decisão apropriada para
gerenciar aquela conexão.

6.7.9 Gráfico geral da passagem dos pacotes


Este gráfico foi retirado do documento netfilter-hacking-HOWTO.txt e
mostra a estrutura geral de passagem dos pacotes nas tabelas/chains. Os
exemplos de passagem de pacotes acima poderão ser facilmente comparados
com as etapas abaixo para compreender a estrutura do iptables.

118
E ---> PREROUTING ------> (ROTEAM.) ---> FORWARD ----------> POSTROUTING --> S
Mangle e | Filter ^ NAT (Src)
NAT (DNAT)) | |
| (ROTEAM.)
V |
IN Filter OUT - Mangle,
| ^ NAT (DNAT)
| | Filter
V |
+----------------------------------------+
| Processo Local |
+----------------------------------------+

6.8 Exemplos de configurações do iptables


Em construção. Exemplo de como bloquear todas as conexões para a
máquina do firewall permitindo somente conexões da máquina Linux para fora.

6.8.1 Bloqueando conexões de fora para sua máquina


As regras a seguir servem para bloquear tentativas de conexões da
interface de Internet (ppp0) a sua rede sem bloquear o tráfego de conexões já
iniciadas. O tráfego de outras interfaces não é afetado com as regras a seguir:

iptables -A INPUT -i ppp0 -m state --state ! ESTABLISHED,RELATED -j DROP

Todas as conexões vindas de ppp0 de estado diferente de


ESTABLISHED e RELATED (NEW e INVALID) serão derrubadas. Veja “6.6.1
Conferindo de acordo com o estado da conexão” para detalhes.

iptables -A INPUT -i ppp0 --syn -j DROP

Este acima é mais simples e possui o mesmo efeito: Pacotes SYN são
usados para iniciar conexões, derrubando pacotes deste tipo significa bloquear
novas conexões. Pacotes de conexões já estabelecidas ainda são permitidos.
Estas regras acima servem para quem não deseja NENHUM acesso
indevido a sua máquina. Existem outras formas de bloquear conexões de
modo mais seletivo usando chains específicos, endereços de origem/destino,
portas, etc., este tipo de configuração é muito usada caso precise fornecer
algum tipo de serviço que seja acessível externamente e protegendo outros.

6.8.2 Monitorando tentativa de conexão de trojans em sua máquina


As regras abaixo alertam sobre a tentativa de conexão dos trojans "For
Win" mais conhecidos. Coloquei isto aqui por curiosidade de algumas pessoas,
pois máquinas Linux são imunes a este tipo de coisa:

#!/bin/sh

119
TROJAN_PORTS="12345 31336 31337 31338 3024 4092 5714 5742 2583 8787 5556 5557"

iptables -t filter -N trojans-in

for PORTA in ${TROJAN_PORTS};do


iptables -A trojans-in -p tcp --sport=1024: --dport=${PORTA} -j LOG \
--log-prefix "FIREWALL: Trojan ${PORTA} "
iptables -A trojans-in -p tcp --sport=1024: --dport=${PORTA} -j DROP
done

iptables -t filter -A INPUT -i ppp0 -j trojans-in

A primeira linha do iptables cria o chain trojans-in dentro da tabela filter


que usaremos para armazenar nossas regras de firewall. A segunda (dentro
do laço for) faz uma regra de LOG para registrar as tentativas de acesso de
trojans em nosso sistema, a terceira rejeita o acesso. A quarta regra do
iptables cria de todo o tráfego vindo da interface ppp0 pra o chain trojans-in
(queremos que só o tráfego vindo da internet seja analisado pelo chain trojans-
in).
Muitas das portas especificadas na variável TROJAN_PORTS são
antigas conhecidas de quem já brincou ou sofreram com o Back Orifice, Win
Crack, NetBus (quem nunca passou pela fase de ter uma lista com mais de 100
netmasks e conseguir encontrar centenas de máquinas por dia infectadas pelo
BO? :-).
No código acima a única coisa que precisa fazer para adicionar mais
portas é inseri-las na variável TROJAN_PORTS e executar o programa. O laço
do for executará as 2 regras para cada porta processada (economizando linhas
e linhas de regras, me livrando de uma LER e poupando muitos bytes neste
guia ;-).
Dependendo do número de portas alvo, este código pode ser muito
simplificado usando o recurso multiport do iptables (veja “6.6.6 Especificando
múltiplas portas de origem/destino” para detalhes).

6.8.3 Conectando sua rede interna a Internet


O seguinte exemplo permite ligar sua rede interna com a faixa de IP's
192.168.1.* a internet (usando uma conexão discada do tipo ppp):

iptables -A nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp+ -j MASQUERADE


echo "1" >/proc/sys/net/ipv4/ip_forward

6.8.4 Um exemplo de firewall simples


Esta seção possui um exemplo mais elaborado de firewall que servirá
para máquinas conectadas via ppp com uma rede interna conectada via
Masquerading. Este exemplo não é tão complexo e cobre as expectativas mais
comuns de pessoas que gostam de explorar os potenciais de rede no Linux ou
satisfazer sua curiosidade. Ele poderá ser facilmente adaptado para atender
outro tipo de necessidade. A configuração assumida é a seguinte:

120
1. Máquina do firewall com 2 interfaces de rede, uma é eth0 com o IP
192.168.1.1 que serve de ligação a sua rede Interna, a outra é ppp0 que
é a interface Internet.
2. Qualquer acesso externo a máquinas da rede interna é bloqueado.
3. Os usuários da rede local tem acesso livre ao servidor Linux.
4. Qualquer acesso externo a máquina do firewall é bloqueado, exceto
conexões para o serviço Apache (httpd). Outras tentativas de conexões
devem ser explicitamente registradas nos logs do sistema para
conhecimento do administrador.
5. Todos os usuários possuem acesso livre a Internet via Masquerading,
exceto que o acesso para o serviço www deve ser obrigatoriamente feito
via squid, e o servidor smtp a ser usado deverá ser o do firewall Linux.
6. Prioridades serão estabelecidas para os serviços de telnet, IRC,talk e
DNS.

#!/bin/sh
# Modelo de configuração de firewall
# Autor: Gleydson M. Silva
# Data: 05/09/2001
# Descrição: Produzido para ser distribuído livremente, acompanha o guia
# Foca GNU/Linux. http://focalinux.cipsga.org.br
#

# É assumido um sistema usando kmod para carga automática dos módulos usados por
# esta configuração do firewall:
# ipt_filter
# ipt_nat
# ipt_conntrack
# ipt_mangle
# ipt_TOS
# ipt_MASQUERADE
# ipt_LOG

# Se você tem um kernel modularizado que não utiliza o kmod, será necessário
# carregar estes módulos via modprobe, insmod ou iptables --modprobe=modulo

##### Definição de Políticas #####


# Tabela filter
iptables -t filter -P INPUT DROP
iptables -t filter -P OUTPUT ACCEPT
iptables -t filter -P FORWARD DROP
# Tabela nat
iptables -t nat -P PREROUTING ACCEPT
iptables -t nat -P OUTPUT ACCEPT
iptables -t nat -P POSTROUTING DROP

121
# Tabela mangle
iptables -t mangle -P PREROUTING ACCEPT
iptables -t mangle -P OUTPUT ACCEPT

##### Proteção contra IP Spoofing #####


for i in /proc/sys/net/ipv4/conf/*/rp_filter; do
echo 1 >$i
done

##### Ativamos o redirecionamento de pacotes (requerido para NAT) #####


echo "1" >/proc/sys/net/ipv4/ip_forward

# O iptables define automaticamente o número máximo de conexões simultâneas


# com base na memória do sistema. Para 32MB = 2048, 64MB = 4096, 128MB = 8192,
# sendo que são usados 350 bytes de memória residente para controlar
# cada conexão.
# Quando este limite é excedido a seguinte mensagem é mostrada:
# "ip_conntrack: maximum limit of XXX entries exceed"
#
# Como temos uma rede simples, vamos abaixar este limite. Por outro lado isto
# criará uma certa limitação de tráfego para evitar a sobrecarga do servidor.
echo "2048" > /proc/sys/net/ipv4/ip_conntrack_max

###############################################################
# Tabela filter #
###############################################################

##### Chain INPUT #####


# Criamos um chain que será usado para tratar o tráfego vindo da Internet e
iptables -N ppp-input

# Aceita todo o tráfego vindo do loopback e indo pro loopback


iptables -A INPUT -i lo -j ACCEPT
# Todo tráfego vindo da rede interna também é aceito
iptables -A INPUT -s 192.168.1.0/24 -i eth0 -j ACCEPT

# Conexões vindas da interface ppp0 são tratadas pelo chain ppp-input


iptables -A INPUT -i ppp+ -j ppp-input

# Qualquer outra conexão desconhecida é imediatamente registrada e derrubada


iptables -A INPUT -j LOG --log-prefix "FIREWALL: INPUT "
iptables -A INPUT -j DROP

##### Chain FORWARD ####


# Permite redirecionamento de conexões entre as interfaces locais
# especificadas abaixo. Qualquer tráfego vindo/indo para outras

122
# interfaces será bloqueado neste passo
iptables -A FORWARD -d 192.168.1.0/24 -i ppp+ -o eth0 -j ACCEPT
iptables -A FORWARD -s 192.168.1.0/24 -i eth0 -o ppp+ -j ACCEPT
iptables -A FORWARD -j LOG --log-prefix "FIREWALL: FORWARD "
iptables -A FORWARD -j DROP

##### Chain ppp-input ####


# Aceitamos todas as mensagens icmp vindas de ppp0 com certa limitação
iptables -A ppp-input -p icmp -m limit --limit 2/s -j ACCEPT

# Primeiro aceitamos o tráfego vindo da Internet para o serviço www (porta 80)
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 80 -j ACCEPT

# A tentativa de acesso externo a estes serviços serão registrados no syslog


# do sistema e serão bloqueados pela última regra abaixo.
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 21 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: ftp "
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 25 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: smtp "
iptables -A ppp-input -p udp --dport 53 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: dns "
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 110 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: pop3 "
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 113 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: identd "
iptables -A ppp-input -p udp --dport 111 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: rpc"
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 111 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: rpc"
iptables -A ppp-input -p tcp --dport 137:139 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: samba
"
iptables -A ppp-input -p udp --dport 137:139 -j LOG --log-prefix "FIREWALL: samba
"
# Bloqueia qualquer tentativa de nova conexão de fora para esta máquina
iptables -A ppp-input -m state --state ! ESTABLISHED,RELATED -j LOG --log-prefix
"FIREWALL: ppp-in "
iptables -A ppp-input -m state --state ! ESTABLISHED,RELATED -j DROP
# Qualquer outro tipo de tráfego é aceito
iptables -A ppp-input -j ACCEPT

#######################################################
# Tabela nat #
#######################################################

##### Chain POSTROUTING #####


# Permite qualquer conexão vinda com destino a lo e rede local para eth0
iptables -t nat -A POSTROUTING -o lo -j ACCEPT
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o eth0 -j ACCEPT

# Não queremos que usuários tenham acesso direto a www e smtp da rede externa, o
# squid e smtpd do firewall devem ser obrigatoriamente usados. Também
registramos
# as tentativas para monitorarmos qual máquina está tentando conectar-se
diretamente.

123
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp+ -p tcp --dport 80 -j LOG
--log-prefix "FIREWALL: SNAT-www "
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp+ -p tcp --dport 25 -j LOG
--log-prefix "FIREWALL: SNAT-smtp "
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp+ -p tcp --dport 25 -j
DROP
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp+ -p tcp --dport 80 -j
DROP
# É feito masquerading dos outros serviços da rede interna indo para a interface
# ppp0
iptables -t nat -A POSTROUTING -s 192.168.1.0/24 -o ppp+ -j MASQUERADE

# Qualquer outra origem de tráfego desconhecida indo para eth0 (conexões vindas
# de ppp+) são bloqueadas aqui
iptables -t nat -A POSTROUTING -o eth0 -d 192.168.1.0/24 -j LOG --log-prefix
"FIREWALL: SNAT unknown"
iptables -t nat -A POSTROUTING -o eth0 -d 192.168.1.0/24 -j DROP
# Quando iniciamos uma conexão ppp, obtermos um endereço classe A (10.x.x.x) e
após
# estabelecida a conexão real, este endereço é modificado. O tráfego indo para
# a interface ppp não deverá ser bloqueado. Os bloqueios serão feitos no
# chain INPUT da tabela filter
iptables -t nat -A POSTROUTING -o ppp+ -j ACCEPT

# Registra e bloqueia qualquer outro tipo de tráfego desconhecido


iptables -t nat -A POSTROUTING -j LOG --log-prefix "FIREWALL: SNAT "
iptables -t nat -A POSTROUTING -j DROP

###############################################
# Tabela mangle #
###############################################

##### Chain OUTPUT #####


# Define mínimo de espera para os serviços ftp, telnet, irc e DNS, isto
# dará uma melhor sensação de conexão em tempo real e diminuirá o tempo
# de espera para conexões que requerem resolução de nomes.
iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp+ -p tcp --dport 21 -j TOS --set-tos 0x10
iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp+ -p tcp --dport 23 -j TOS --set-tos 0x10
iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp+ -p tcp --dport 6665:6668 -j TOS --set-tos
0x10
iptables -t mangle -A OUTPUT -o ppp+ -p udp --dport 53 -j TOS --set-tos 0x10

124
7 O PROXY SQUID
Adaptado de “O Squidnomicon”, por <arfreitas@ig.com.br>,Versão 1.21
http://www.alceujun.hpg.ig.com.br/linux/squidnomicon.html

O Squid é amplamente utilizado como servidor cache e servidor de proxy


transparente http.
O Squid como PROXY HTTP é aberto uma porta em TCP, onde o cliente
irá configurar o seu navegador para requisitar pacotes da máquina servidora. O
Proxy http está configurado com algumas proteções de segurança de acesso à
páginas. Algumas páginas serão bloqueadas por conterem em seu link
palavras que estão catalogadas no arquivo blacklist. As páginas que o
administrador quiser liberar o acesso basta colocar a palavra no arquivo
whitelist.
O Squid como CACHE é utilizado para armazenar conteúdos de páginas
para que os clientes da rede interna não precisem buscar os dados na internet,
mas primeiro vão buscar as páginas no servidor cache. O Squid faz uma
verificação do conteúdo do cache com o conteúdo da página real e executa
uma atualização automática.

7.1 Introdução
Resolvi escrever esse manual principalmente porque ninguém o havia
feito antes. Dentre todos os inúmeros documentos sobre Linux e software livre
em http://www.linuxdoc.org não há nenhum que fale sobre Squid, mesmo em
inglês, quem diria em português.
Você poderá encontrar maiores informações sobre o Squid no seu
website (http://www.squid-cache.org) e ainda poderá recorrer a FAQS e a lista
de discussão para dúvidas.
Squidnomicon significa manual do Squid. Eu achei divertido fazer uma
relação com o Necronomicon (Livro dos Mortos). Mas não espere encontrar
nenhuma outra semelhança além desta. Talvez eu use um desenho do grande
Cthullu como logo do manual, mas tenho receio dos direitos autorais.
Este manual é livre e está sobre a licença Free GNU Documentation.
Qualquer ajuda (dicas, comentários) e/ou modificações são muito bem-vindas.

7.2 Requisitos básicos


Você terá que ter:
• um UNIX: o tutorial tem seu foque em Linux, mas com algum esforço
você pode utilizar o mesmo tutorial em FreeBSD, SUN Solaris, etc.;
• o pacote/fonte do Squid;

125
• um computador: para testes qualquer um serve, mas para entrar em
operação você terá que ter pelo menos um Pentium 2 com 128MB e
um HD de 4 Gb. Isto é aproximado, e pode variar muito conforme o
número de usuários X requisições. Basta saber que os requisitos de
hardware de um servidor proxy são muito maiores em relação à
quantidade de memória e velocidade do disco do que para um
firewall, principalmente devido ao cache; velocidade de
processamento também influirá na performance do proxy.
• conhecimento básico sobre protocolo TCP-IP e Internet;
• conhecer o UNIX no qual você quer instalar o Squid!

7.3 O feijão com arroz


O Squid é um webproxy que suporta proxying para DNS e FTP, alem do
tradicional HTTP. Ele permite também a criação de árvores de cache via
HTCP, load balance para servidores HTTP (vide http_accelerator) e diversos
modos de autentificação de usuário, o que também inclui a possibilidade de
criação de listas de sites e/ou palavras proibidas para acesso.
Neste capitulo irei mostrar apenas o básico para você ter o Squid
rodando. Com essas configurações, você irá ter o Squid como proxy e
efetuando cache das páginas visitadas.

7.3.1 Instalação
A instalação poderá depender de qual distribuição você estiver usando.
Normalmente você encontrara o Squid nos CDROM de distribuição em
formatos RPM, DEB ou TGZ. Você também pode usar o fonte do Squid e
compilar os binários usando somente as funções que você precisar.
Para distribuições que trabalham com pacotes a instalação é muito
simples:
rpm -ivh squid-versao.rpm (para distribuições baseadas em RPM)
ou
apt-get install squid (para o Debian)
O Conectiva (versão 6 e posteriores) também podem usar as mesmas
facilidades do apt-get.
Para instalar a partir do fonte, faca o download do Squid em
http://www.squid-cache.org na seção de downloads. Depois execute:
tar -xzvf squid-versao.tar.gz/
cd /diretorio_criado
./configure
make
make install
Ler o arquivo README que acompanha o arquivo fonte também e
essencial para obter os detalhes.
A versão termina em números pares (para versões estáveis) e impares (para

126
versões de teste) então escolha a ultima de acordo com seus interesses.
Procure sempre pelos arquivos com o RELEASE incluso.

7.3.2 Configuração
Depois de instalado você provavelmente (espero!) terá os binários e
arquivos de configuração, muitos deles comentados e precedidos de
comentários sobre as funções que exercem. O arquivo de configuração do
Squid fica em /etc/squid.conf. Inicialmente você deve configurar apenas 3
parâmetros para que tenha o Squid ao menos respondendo a requisições e
criando cache das páginas requisitadas:
http_port 3128
cache_mem 8Mb
http_access allow all
Com exceção do ultimo parâmetro (que deve ser inserido) esses
parâmetros estão apenas comentados (com um sinal "#"). Depois disso você
pode iniciar o Squid usando o script de inicialização que fica dentro do diretório
/etc/rc.d/init.d (ou /etc/init.d para o Debian):
# cd /etc/rc.d/init.d
#./squid start
Na maioria das distribuições o cache é criado quando o Squid é iniciado
pela primeira vez (pelo menos para sistemas Linux). Você ainda pode forçar a
criação de cache digitando:
# squid -z
Ainda é possível fazer com que o Squid interprete novos parâmetros no
arquivo de configuração sem interromper os processos atuais:
# squid -k reconfigure
O Squid já está rodando e aceitando conexões. Agora vamos explicar
melhor os parâmetros utilizados:
• http_port 3128: Este parâmetro indica em que porta o Squid
estará aceitando requisições de páginas Web. Várias portas
diferentes podem ser listadas simultaneamente, desde que estejam
livres.
• cache_mem 8Mb: Este parâmetro especifica a quantidade ideal de
memória a ser usada pelo Squid, mas isso não significa um limite. O
Squid irá ultrapassar o valor estipulado se assim for necessário.
• http_access allow all: Inicialmente o Squid estará recusando
o serviço de proxy para qualquer requisição que não tenha sido feita
a partir do localhost (127.0.0.1). Essa diretriz, pelo contrário, esta
permitindo que qualquer um requisite qualquer página.
O Squid permite uma grande flexibilidade sobre o que é permitido ou não
que o cliente requisite (conforme você poderá acompanhar mais à frente).
Agora você pode fazer um teste com um navegador qualquer, como o
Netscape ou o Internet Explorer. Para isso, configure (na parte referente a
servidor proxy) o endereço IP do proxy Squid sem esquecer de indicar a porta
3128.

127
As solicitações agora serão atendidas pelo Squid, que irá fazer cache
das requisições, como páginas html e figuras, o que aumenta
consideravelmente a rapidez de navegação e diminui a ocupação de banda do
link.

7.4 Controlando os usuários


Usuários costumam dar dores de cabeça horríveis a um administrador
de redes, mas também sem eles como você justificaria seu salário?
O Squid fornece meios de evitar que você tenha (muitos) problemas com
seus usuários acessando a Internet para fins não muito ortodoxos. Você pode
bloquear acesso a algum tipo de recurso ou a um site inteiro.
No arquivo /etc/squid.conf existem definições de listas de controle
(ACL em inglês) e como é feito o acesso a recursos definidos
nestas listas.
Antes de mostrar como a lista é feita, procure ter antes em mente a
seguinte idéia:
1 - As regras são interpretadas na ordem que aparecem: quando você
define regras, a primeira é interpretada. Se a regra descrita
não combinar com a requisição a mesma será comparada com a próxima
regra, e assim por diante.
2 - Sempre, SEMPRE coloque como última regra uma ACL que bloqueie
tudo. Se você não fizer isso, seu controle vai para o espaço.
3 - Não crie regras demais e desnecessárias! Procure evitar
redundâncias e regras de controle que exijam resolução de nomes. Isso pode
atrasar muita a resposta do Squid para requisições.
Existem diversos critérios/tipos de listas. Acompanhe abaixo:
• SCR A lista é baseada no endereço IP do cliente (requisitante).
• DST A lista é baseada no endereço IP do servidor (que será
requisitado).
• SCRDOMAIN O domínio da máquina cliente. O domínio serão
obtido por resolução reversa de IP o que pode causar atrasos para a
requisição ter resposta.
• DSTDOMAIN Método de controle sobre um domínio especifico.
• SRCDOM_REGEX Expressão regular que e avaliada para tentar
marcar um domínio requisitante; esse parâmetro pode causar atrasos
por usar resolução reversa de endereço IP.
• DSTDOM_REGEX O mesmo que srcdom_regex só que para o
domínio de destino.
• TIME Dia da semana e hora da semana.
• URL_REGEX Essa ACL irá procura em na URL uma expressa
regular que você especificar.

128
• URLPATH_REGEX Semelhante ao url_regex só que ira procurar
a expressão na url toda exceto no nome do protocolo e domínio. Isso
ira tentar combinar com o nome do diretório ao longo da url.
• PORT O acesso pode ser controlado pela porta do endereço do
servidor requisitado.
• PROTO Especifica o protocolo de transferência.
• METHOD Especifica o tipo de método da requisição.
• BROWSER expressão regular cujo padrão tentara combinar com
o contido no cabeçário HTTP de requisição do cliente.
• IDENT Seqüência de caracteres que combinam com o nome do
usuário. Requer um servidor Ident rodando na máquina do cliente.
• IDENT_REGEX O mesmo que ident, mas utilizando-se de uma
expressão regular.
• PROXY_AUTH Permite a autentificação de usuários através do
envio de usuário/senha. Requer um programa externo para realizar
essa autentificação.
• PROXY_AUTH_REGEX O mesmo que proxy_auth, só que ira
tentar combinar o nome do usuário fornecido pelo programa de
autentificação através de uma expressão regular.
• SNMP_COMMUNITY Seqüência de caracteres que tentarão
combinar com o nome da comunidade SNMP.
• REQ_MIME_TYPE Expressão regular que tentara combinar com
o tipo de conteúdo contido no cabeçário de requisição.
• ARP Tenta combinar o MAC ADDRESS.
Como você pode ter notado, existe uma quantidade bem grande de
facilidades com as quais você pode construir uma ACL, ate mais do que você
provavelmente ira precisar (eu me pergunto se alguém usa ident).
Depois de definir as listas de controle você precisa definir para cada
linha da acl o que ela poderá ter como permitido (ou negado). A lista de regras
já é um pouco menor.
HTTP_ACCESS
sintaxe: http_access allow | deny [!] acl descrição: permite ou nega acesso ao
serviço http baseado na lista de acesso (acl) definida. O uso de "!" indica
inversão (diferente de).
Eu coloquei uma observação um pouco acima de que você sempre tem
de ter como última regra uma regra de bloqueie tudo, a fim de evitar brechas no
conjunto de acl's que você tenha criado. Você pode usar o http_access para
bloquear acesso a http dessa forma:
acl all src 0.0.0.0/0 http_access deny all
Isso diz ao Squid "qualquer requisitante". No final das contas, se um
requisitante não tiver seu pedido encaixado em alguma acl anterior, ele terá
seu pedido negado.

129
• ICP_ACCESS
sintaxe: icp_access allow | deny [!] acl descrição: use para forçar
seus vizinhos a usarem você como um <sibling> ao invés de pai. Isso
e utilizado quando se trabalha com arvores de cache.
• MISS_ACCESS
sintaxe: miss_access allow | deny [!] acl descrição: limita os domínios
que podem fazer requisições ao cache do servidor utilizando os
recursos acl.
• PROXY_AUTH_REALM
sintaxe: proxy_auth_realm seqüência de caracteres descrição: na
realidade esse comando não exerce nenhum tipo de controle, apenas
informa ao cliente (através da seqüência de caracteres) aonde ele
esta realizando o logon. Não é essencial, mas o padrão aparece
como "Squid proxy"? e você pode mudar isso sem problemas.
• IDENT_LOOKUP_ACCESS
sintaxe: ident_lookup_access allow | deny acl descrição: se a acl
combinar com a requisição do cliente, este cliente será autentificado
por uma procura ident.

7.5 Exemplos de configuração


Agora que todos os itens foram discutidos vou mostrar alguns exemplos
práticos de configuração para controle de acesso.

7.5.1 Permitir http_access para apenas uma máquina com MAC


address igual a 00:08:c7:9f:34:41 :
acl all src 0.0.0.0
acl pl800_arp arp 00:08:c7:9f:34:41
http_access allow pl800_arp
http_access deny all

7.5.2 Para restringir acesso nas horas de trabalho (9 horas - 17


horas, de segunda sexta) da faixa de IP 192.168.2.0 máscara
255.255.255.0 :
acl all src 0.0.0.0
acl ip_acl src 192.168.2.0/24
acl time_acl time M T W H F 9:00-17:00
http_access allow ip_acl time_acl
http_access deny all

7.5.3 Posso usar uma lista de controle com multiplos horários para
diferentes usuários?
Se você pensou em algo assim:

130
acl carlos src 192.168.10.1
acl davi src 192.168.10.2
acl cleusa src 192.168.10.3
acl manhã time 06:00-11:00
acl tarde time 14:00-14:30
acl noite time 16:25-23:59
http_access allow carlos manhã almoço
http_access allow davi manhã almoço
http_access allow cleusa noite
você errou !
O Squid interpreta regras desta forma:
http_access REGRA definição1 E definição 2 E definição3
OU
http_access AÇÃO definição1 E definição 2 E definição3
Atenção porque esses E e OU são operadores lógicos! Portanto a acl:
http_access allow carlos manhã almoço
nunca irá funcionar porque manhã E almoço serão sempre falsos, uma
vez que nunca serão verdadeiros na mesma hora. Como é falso (de acordo
com a lógica booleana):
0/1 E 1 = 0 (falso)
http_access allow carlos E manhã OU
http_access allow carlos almoço

7.5.4 Quero criar uma acl para bloquear sites com a palavra sexo
pois meus funcionários ficam baixando filmes em Divx de
pornografia:
acl porno url_regex sexo
http_access deny porno
Isso tem algumas conseqüências. Primeiro que essa regra deve
encabeçar a lista para você não correr o risco de liberar o acesso antes de
bloqueá-lo. Segundo que um site http://www.sexoesaude.com.br estaria
encaixado na lista de bloqueio, apesar do conteúdo não ser o mesmo.

7.5.5 A idéia acima e ótima, mas eu tenho uma lista de palavras


para fazer o mesmo. Terei que repetir esse comando várias
vezes?
De forma alguma:
acl porno url_regex "/etc/squid/porno.txt"
http_access deny porno
No arquivo texto, inclua uma palavra sobre a outra, como uma coluna.

7.5.6 Ainda existem sites que escapam a esse controle. Gostaria de


bloqueá-los diretamente.
acl porno2amissao dstdomain playboy.com

131
ou
acl porno2amissao dstdomain "/etc/squid/pornosites.txt"
http_access deny porno2

7.5.7 Meu diretor reclama que agora não consegue mais ler as
entrevistas no site da Playboy.
Chefe é chefe. Antes que ele deixe de pagar seu salário, inclua no
arquivo /etc/squid.conf :
acl entrevistas urlpath_regex entrevistas
http_access allow entrevistas
Essa regra deve vir ANTES do bloqueio do site da Playboy.

7.5.8 E uma lista de diretórios?


Insira esse conteúdo dentro de um arquivo texto:
batepapo$
batepapo/$
sexo/$
fofoca/$
chat/$
O símbolo de $ indica que a o Squid deve combinar as ocorrências
quando estas palavras aparecerem no final da URL. O símbolo é usado em
expressões regulares e pode ajudar a marcar casos bem específicos.
A essa altura você já sabe como proceder em seguida.

7.6 Recursos na Internet


O site do Squid possui muito mais documentação que esse pequeno
tutorial e é ponto obrigatório de passagem se você entende inglês:
http://www.squid-cache.org
Outro site interessante e o ORSO
(http://web.onda.com.br/orso/index.html) pois contem conteúdo interessante
sobre o Squid, incluindo o SARG, script para gerar páginas html dos arquivos
de log do Squid. No site você também encontrara listas de palavras para
bloqueios de sites pornográficos.
Você poderá encontrar versões novas desse manual no website
http://www.imortais.cjb.net/linux/

132
APÊNDICE A. LICENÇA DE PUBLICAÇÃO LIVRE
Esta é uma tradução não-oficial da Open Publication License versão 1.0,
de 8 de junho de 1999, e não é substituto legal para a Licença original,
disponível em http://www.opencontent.org/openpub. Entretanto, esta tradução
poderá auxiliar pessoas que falem Português a entender melhor a licença. É
permitido a qualquer pessoa copiar e distribuir cópias desse documento de
licença, desde que sem a implementação de qualquer mudança.

OPEN PUBLIC LICENSE


Draft v1.0, 8 june 1999
I. Requisitos comuns às versões modificadas e não
modificadas
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distribuído se sujeito aos termos e condições firmados na Licença
de Livre Publicação (Open Publication License), versão 1.0 ou
superior (a versão mais atual encontra-se disponível em
http://www.opencontent.org/openpub/).

Esta referência, devidamente preenchida com os dados da publicação,


deve ser seguida imediatamente com quaisquer opções escolhidas pelos
autores ou editor do documento (consultar a seção Termos opcionais).
É permitida a redistribuição comercial de material licenciado pela
Licença de Livre Publicação (Open Publication License).
Qualquer publicação no formato livro padrão (papel) requer
obrigatoriamente a citação dos autores e editor originais. Os nomes dos
autores e do editor devem aparecer em todas as superfícies externas do livro.
Em todas as faces externas do livro, o nome do editor original deve estar
impresso em tamanho tão grande quanto o título do trabalho, e citado como
proprietário em relação àquele título.
II. Copyright
O copyright de todo trabalho protegido pela Licença de Livre Publicação
(Open Publication License) pertence aos autores ou proprietários.

133
III. Escopo da licença
Os termos de licença a seguir aplicam-se a todos os trabalhos
protegidos pela Licença de Livre Publicação (Open Publication License), a não
ser que explicitamente indicado no trabalho.
A mera adição de trabalhos protegidos pela Licença de Livre Publicação
(Open Publication License) ou partes de trabalhos protegidos pela Licença de
Livre Publicação (Open Publication License) em uma mesma mídia que
contenha outros trabalhos ou programas não protegidos por essa licença não
decorre em aplicação da Licença de Livre Publicação (Open Publication
License) para esses outros trabalhos. O trabalho resultante deve explicitamente
conter uma nota especificando a inclusão do material protegido pela Licença de
Livre Publicação (Open Publication License) e o aviso de copyright apropriado.
APLICABILIDADE. Se alguma parte desta licença não puder ser
aplicada em alguma jurisdição, as partes restantes deste documento continuam
sendo aplicadas.
AUSÊNCIA DE GARANTIA. Os trabalhos protegidos pela Licença de
Livre Publicação (Open Publication License) são fornecidos "como estão", sem
garantias de qualquer tipo, explícita ou implícita, incluindo, mas não limitado a,
as garantias implícitas de comercialização e conveniência para um propósito
particular, ou garantia de não-infração.
IV. Requisitos para trabalhos modificados
Todas as versões modificadas de documentos cobertos por esta licença,
incluindo traduções, antologias, compilações e documentação parcial, deve
seguir os requisitos abaixo:
A versão modificada deve ser indicada como tal.
As pessoas que fizerem as modificações e as datas de modificação
devem ser identificadas.
O reconhecimento dos autores e editor originais (se aplicável) deve ser
mantido de acordo com as práticas acadêmicas usuais de citação.
O local da versão não-modificada do documento deve ser indicado.
Os nomes originais dos autores não devem ser utilizados para indicar ou
garantir seu endosso ao documento resultante sem a autorização expressa dos
autores.
V. Práticas recomendadas
Em adição aos requisitos desta licença, é solicitado e extremamente
recomendado aos redistribuidores que:
Se os trabalhos protegidos pela Licença de Livre Publicação (Open
Publication License) estiverem sendo distribuídos em impressos ou CD-ROM,
os autores sejam informados por email, ao menos trinta dias antes, para que os
autores tenham tempo de providenciar documentação atualizada. Esta
notificação deve descrever as modificaçoes introduzidas no documento, se
existirem.

134
Todas as modificações substanciais (incluindo exclusões) devem ser
marcadas claramente no documento, ou então descritas em um anexo ao
documento.
Finalmente, mesmo não sendo obrigatório sob esta licença, é
considerado de bom tom oferecer uma cópia sem ônus de todo o material
modificado (impresso e CD-ROM) para os autores originais.
VI. Termos opcionais
Os autores e editores de documentos protegidos pela Licença de Livre
Publicação (Open Publication License) podem escolher certas opções de
licença simplesmente incluindo alguns parágrafos após a cópia da licença ou
sua referência. Estas opções são consideradas parte da licença e devem ser
incluídas com ela (ou com a referência a ela) nos trabalhos derivados.
As opções que se aplicam a este trabalho são:
A:É vedada a distribuição de versões com modificações substanciais
deste documento sem a expressa permissão dos proprietários do direito
autoral.
B:É vedada a distribuição deste trabalho ou qualquer derivado seu em
qualquer formato de livro padrão (papel) sem a prévia autorização dos
proprietários do direito autoral.

Políticas de Publicação Livre


(O texto a seguir não é considerado parte da licença.)
Os trabalhos protegidos pela Licença de Livre Publicação (Open
Publication License) estão disponíveis e podem ser acessados na home page
da Open Publication http://works.opencontent.org/ .
Os autores de trabalhos protegidos pela Licença de Livre Publicação
(Open Publication License) podem incluir suas próprias licenças nesses
trabalhos, desde que os termos dessa licença não sejam mais restritrivos que
os da Licença de Livre Publicação (Open Publication License).
Em caso de dúvidas sobre a Licença de Livre Publicação (Open
Publication License), contactar David Wiley <dw2@opencontent.org> ou a lista de
autores de publicações <opal@opencontent.org> via email.
Para se inscrever na lista de autores de publicações livres (Open
Publication Author's List), mande um email para <opal-request@opencontent.org>
com a palavra subscribe no corpo da mensagem.
Para enviar mensagens para a lista de autores de publicações livres
(Open Publication Author's List), mande um email para
opal@opencontent.org ou simplesmente responda a uma mensagem
postada.
Para se desinscrever na lista de autores de publicações livres (Open
Publication Author's List), mande um email para opal-
request@opencontent.org com a palavra unsubscribe no corpo da
mensagem.

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