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Azevedo Neves
1
II III IV V
PSICOLOGIA B – 12ºANO
DISTRIBUIÇÃO ANUAL
Nº aulas previstas
1º Período
(90 min)
A ENTRADA NA
Avaliação 5
Total 37
Nº aulas previstas
2º Período
(90 min)
A ENTRADA NA VIDA
Avaliação 5
Total 33
Nº aulas previstas
3º Período
(90 min)
A ENTRADA
NA VIDA
PSICOLOGIA.
A PSICOLOGIA APLICADA.
5
A Psicologia Aplicada em Portugal.
Avaliação 5
Total 26
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA – 12º 01 E 02
Onde se lê «algo» dever-se-á sempre entender este termo em sentido amplo: da coisa material à
abstracta (ideia, conceito, noção, etc.).
• Avaliar – Julgar, atribuir um valor a algo, justificando porque assim se julga e/ou atribui esse valor.
• Caracterizar – Dar relevo a aspectos particulares para que uma ideia, conceito ou algo se torne o
mais inconfundível possível e simultaneamente melhor conhecido.
• Clarificar – Atribuir características que permitam um conhecimento mais claro, isto é, menos
equívoco.
• Comentar – Interpretar criticamente um texto, uma ideia, figura, etc., relacionando os diversos
elementos para tornar claro, a outros, determinada mensagem.
• Comparar – Examinar simultaneamente duas ou mais ideias, aspectos ou coisas para conhecer
semelhanças e diferenças.
• Concluir – Tirar consequências de algo que antecede, por exemplo, causas de efeitos ou vice-versa.
• Confrontar – Estabelecer um paralelo entre, pelo menos, dois aspectos diferentes de uma mesma
coisa ou de diferentes coisas, identificando aspectos que os tornam mais definidos.
• Criticar – Julgar algo, após análise, justificando o ponto de vista pessoalmente defendido.
• Decompor – Separar ou dividir distinguindo especificamente algo que faz parte de um todo já
anteriormente organizado ou existente.
• Deduzir – Concluir ou inferir uma ideia como consequência de outra mais geral.
• Definir – Dizer o que algo é ou em que consiste, demarcando com precisão os seus limites ou
extensão.
1
• Distinguir – Separar especificamente elementos que permitam identificar claramente coisas
diferentes ou iguais.
• Elucidar – Tornar claro, esclarecer determinado assunto, caso, ideia, etc. (֞ esclarecer).
• Equacionar – Reduzir uma questão, aparentemente complexa, a termos ou esquemas mais simples
e compreensíveis.
• Exemplificar – Ilustrar através de factos, ideias, casos ou imagens algo que se explicou ou vai
explicar.
• Interpretar – Explicar, comentar, esclarecer, com maior ou menor liberdade pessoal, ideias,
conceitos, relações, etc. .
• Justificar – Provar, demonstrar, explicar com argumentos claros e convincentes uma ideia, tese, etc. .
• Problematizar – Mostrar como uma questão, aparentemente simples ou resolvida, não o é ou está
tal como aparenta.
• Provar – Demonstrar rigorosamente, com razões, factos, testemunhos, documentos, etc., a verdade
ou falsidade de uma afirmação ou negação, tese ou antítese, realidade ou ilusão de algo.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
COMO ELABORAR UM TRABALHO ESCRITO
Para a elaboração de um trabalho, há regras que têm de ser respeitadas. Num trabalho deve
constar:
1- Capa
2- Índice
3- Introdução
4- Desenvolvimento
5- Conclusão
6- Bibliografia
7- Anexos (nem todos os trabalhos têm anexos)
O primeiro passo a dar é a escolha do tema - por ti, pelo grupo, ou até por sugestão do(a)
professor(a).
Seguidamente, estabelecerás um plano relativo aos assuntos que irás tratar (por vezes, o plano
inicial é reformulado ou alterado).
De acordo com esse plano, irás procurar informações em livros, enciclopédias, jornais, revistas,
documentários filmados (ou outros meios audiovisuais), visitas de estudo efectuadas,
testemunhos orais, (entrevistas ou inquéritos a pessoas).
Ao fazeres essas consultas, convém elaborar fichas, por autor ou por assuntos.
Feitas as fichas bibliográficas, deves efectuar uma leitura orientada das obras (artigos de jornal,
revistas, livros, etc), tentando responder a uma série de questões, previamente formuladas, e
elaborando fichas de leitura.
1. Capa
Pode ser simples, com desenhos, gravuras ou fotografias (conforme a tua imaginação ou gosto
pessoal).
No entanto, para uma correcta apresentação, dela farão parte os seguintes elementos:
1
• Nome da Escola
• Título do Trabalho
• Identificação do(s) autor(es), (nome do aluno ou alunos que colaboraram no trabalho), número,
turma e ano
Ex:
PSICOLOGIA B –
12º10 – Nº1
2
2. Índice
Ex:
Índice
Introdução ................................................................................................ 3
I- .............................................................................................................. 3
1. ......................................................................................................... 4
2. ......................................................................................................... 5
II- ............................................................................................................. 7
1. ......................................................................................................... 8
2. ....................................................................................................... 10
3. ....................................................................................................... 12
Conclusão .............................................................................................. 15
Bibliografia ............................................................................................ 16
3. Introdução
Na introdução, informarás o leitor sobre o tema que vais tratar e como o irás fazer. Podes ainda
referir os motivos que te levaram a escolher o tema, as dificuldades que encontraste para estudar,
as vantagens da sua realização, etc.
Quem vai ler o teu trabalho, logo na introdução deverá ficar com uma ideia daquilo que irá
encontrar. Deste modo, a introdução deverá conter sumariamente o que vais tratar e como o irás
fazer.
Depois de acabares o trabalho, convém releres a introdução, para verificar se está de acordo com
o restante, se tens de acrescentar ou alterar alguns aspectos, para ficar de acordo com o
desenvolvimento.
3
4. Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte central do trabalho. Convém ser redigida com cuidado, tendo como
base os teus conhecimentos e as informações recolhidas através de vários meios e documentos.
Poderás formular questões, a que procurarás responder, dando a tua opinião fundamentada.
Poderás recorrer ainda a citações, ou seja, transcrever frases ou textos de autores. É importante
que os textos transcritos apareçam destacados e sejam curtos. O que transcreveres deve ficar
sempre entre aspas: ".....................". Referirás logo o autor e a obra de onde é retirada a
transcrição. Ao fazeres a transcrição, poderás ainda colocar um número entre (), ex: (1) e, ao
fundo da página, em nota de rodapé, escreveres o mesmo número e, à frente, o nome do autor,
obra e páginas. As notas também poderão ser colocadas no final do trabalho, imediatamente a
seguir ao texto e antes dos anexos.
O ideal é utilizar uma ferramenta mais automática, por exemplo, o editor de texto Word onde
deverás ir a Referências e clicar em Inserir Nota de Rodapé.
Ex:
"A música está constantemente presente na vida grega. E isso desde os poemas Homéricos. (...)
Até o guerreiro máximo, Aquiles, entretém os seus ócios a tocar lira"1
(No editor de texto Word, a nota de rodapé surge automaticamente no fim da página, como podes
verificar.)
5. Conclusão
Deverá ser breve e nela resumirás as questões formuladas no início do trabalho, ou seja, farás
uma síntese do assunto que desenvolveste.
1
PEREIRA, Maria Helena da Rocha – Estudos de História da Cultura Clássica. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1993, p. 643.
4
6. Bibliografia
Os sites apontados ficam no fim da lista dos autores e deverão indicar a última data de consulta.
1º Deve indicar-se primeiro o último nome do autor (isto é, o apelido), em maiúsculas, seguido
de vírgulas e do nome próprio, título da obra (em itálico ou sublinhado), local de edição, editora,
volume e respectiva data.
Tratando-se de três ou mais autores, para simplificar, pode indicar-se apenas o primeiro, seguido
apenas de et al. (expressão latina que significa e outros) ou A.A.V.V. (autores vários).
Ex: ALDERBERT, Jacques et al. – História da Europa. Coimbra: Livraria Minerva, 1993.
Ex: FERREIRA, José – A Democracia na Grécia Antiga. Coimbra: Livraria Minerva, 1990.
2º Se a publicação não tiver autor definido, o título deverá ser escrito em letras maiúsculas.
Ex: PEREIRA, Maria Helena da Rocha – Estudos de História da Cultura Clássica. Coimbra:
Fundação Calouste Gulbenkian, Volume I, 1980.
Quando se trata de um artigo inserido numa obra, num jornal ou revista indicar o nome do autor,
título do artigo (entre « »), autor/coordenador da obra, título da publicação (em itálico), número
da publicação, data e páginas (primeira e última).
Ex: DINIS, Alfredo – «Ética e identidade pessoal na perspectiva das ciências cognitivas» In:
Brotéria, 156:2 (2003) pp. 119-140.
Ex: SERRÃO, Daniel – «Eutanásia». In: ARCHER, Luís, BISCAIA, Jorge, OSSWALD, Walter,
RENAUD, Michel (Coord.) – Novos Desafios à Bioética. Porto: Porto Editora, 2001, pp. 249-
250.
5
Outros exemplos retirados de:
6
Relativamente ao segundo modelo, nome/data, apresentam-se os seguintes exemplos, partindo
da bibliografia anterior:
7. Anexos
Finalmente, colocam-se os anexos. Estes podem ser gravuras, fichas, inquéritos, entrevistas,
esquemas, gráficos, etc.
7
I III IV V
Genética
Ficha de Trabalho s Genética
Os casos de Phineas Gage e de Elliot
Cérebro
Evolução, Genética, Cérebro 1 Questões de Verdadeiro
Falso
Evolução, Genética, Cérebro 2 Questões de Verdadeiro
Falso
A Genética e o Comportamento – Questões de escolha
múltipla
O Cérebro – Questões de escolha múltipla O Cérebro –
Questões de escolha múltipla
A Cultura e a sua importância no comportamento
A Cultura – As crianças selvagens – Será que já
nascemos humanos
Síntese Cultura
A Cultura – Questões de Verdadeiro-Falso
1ª Ficha de Avaliação (Novembro2009)
Correcção da 1ª Ficha de Avaliação (Novembro2009)
Ficha Formativa – Novembro 2009
MatrizTeste12B – Novembro 2009
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
As características genéticas são transmitidas pelos cromossomas, que são estruturas que se
encontram no interior das células.
O ADN é uma substância química constituída por quatro substâncias químicas: a adenina (A), a
timina (T), a citosina (C) e a guanina (G).
Os cromossomas são constituídos por vários genes que são responsáveis por diferentes
características.
Os genes são segmentos de ADN organizados em nucleótidos com uma determinada sequência.
É um segmento de um cromossoma com um código próprio que contém informação para
produzir uma característica determinada.
A meiose é um processo de divisão das células sexuais que ocorre durante a fecundação, e em
que o número de cromossomas se reduz para 23, assegurando deste modo os 46 cromossomas
característicos da espécie humana.
1
O fenótipo é o conjunto das características observáveis num indivíduo e que resulta da interacção
do genótipo e do meio.
A neotenia designa o inacabamento biológico do ser humano ao nascer, o que implica que a
infância humana seja tão longa: o processo de desenvolvimento continua após o nascimento.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
FICHA DE TRABALHO
Nome:______________________________________________________ Turma:______
Grupo I
V F
O facto dos frangos só poderem ser filhos de um galo e de uma galinha, tal
1 como os ratos só poderem ser filhos de casais de ratos, é uma questão de
hereditariedade individual.
Gene é um segmento de um cromossoma constituído de ADN e contêm toda
2 a informação para produzir uma determinada característica orgânica no ser
vivo.
3 A evolução ontogenética refere-se à origem e evolução das espécies.
4 Fenótipo é o património hereditário de cada indivíduo.
5 Epigénese defende que o desenv. individual depende do programa genético.
6 Na adaptação ao meio, os seres mais fortes têm mais hipóteses de resistir.
7 Desde sempre o homem teve o aspecto anatómico e fisiológico que hoje
tem.
8 As alterações no ecossistema nunca interferiram com o homem porque este
é uma espécie resistente.
9 Filogénese é o desenvolvimento do indivíduo desde que nasce até que
atinge a idade adulta.
10 É mais fácil prever as condutas animais do que as humanas porque
sabemos por experiência como são as reacções dos homens.
11 A neotenia diz respeito à manutenção na idade adulta de características
juvenis.
12 O inacabamento do ser humano determina a diversidade de condutas.
13 As condutas animais são pré-programadas, específicas e instintivas,
enquanto nos homens são aprendidas.
14 O preformismo não privilegia os factores genéticos do desenvolvimento.
Grupo II
1. O ADN é o suporte químico da informação genética que controla os processos vitais em todos
os organismos. Esta afirmação é:
2. O potencial genético que pode vir a ser influenciado por condições ambientais tem o nome de:
A. Hereditariedade.
B. Gene.
C. Genótipo.
D. Fenótipo.
Phineas Gage era um funcionário dos caminhos-de-ferro americanos que viveu no século XIX.
Em 1848, quando tinha 25 anos, teve um acidente que acabou por o tornar famoso: ao colocar
explosivos para abrir caminho numa rocha, provocou uma explosão. A barra de ferro usada
para empurrar os explosivos atravessa a cabeça, penetra no queixo, arranca-lhe o olho
esquerdo e sai pela parte superior do crânio. Assistido num hospital, recupera acabando por
sobreviver 12 anos. Para além de crises de epilepsia esporádicas, manteve as suas funções
motoras bem como as capacidades intelectuais.
Contudo, a sua personalidade sofreu alterações profundas. Antes do acidente era um homem calmo, educado,
trabalhador. Depois, passou a apresentar comportamentos diferentes: irritava-se sempre que o contrariavam, era
grosseiro, colérico. Acaba por perder o emprego deambulando pelas ruas de Nova Iorque e pelas cidades da
Califórnia. A barra de ferro acompanhou-o sempre tendo sido enterrada com ele, em 1861, quando morre com 38
anos. O seu cérebro foi conservado no Museu da Escola Médica de Harvard e foi, na década de 90, objecto de
estudo de um casal de investigadores portugueses: António e Hanna Damásio. Através de técnicas de simulação
informática, reconstituíram as consequências do acidente constatando que as áreas responsáveis pelos
movimentos e pela linguagem não tinham sofrido qualquer dano, o que explica que, quer a motricidade, quer a
linguagem, não apresentassem qualquer anomalia. A zona verdadeiramente afectada era a que estava situada
mesmo na fronte. Seria preciso explicar a relação entre esta zona e a personalidade.
As investigações
Os dois neurobiólogos vão comparar este acidente, vivido no século XIX, com um caso de um dos seus doentes:
Elliot. Este homem de 30 anos, devido a um tumor, teve de retirar uma parte do córtex. A sua personalidade
sofreu grandes transformações, que se manifestavam sobretudo por uma grande indiferença afectiva. Face à sua
família e amigos não demonstrava qualquer sentimento: nem amor, nem alegria, nem tristeza, nem ansiedade.
Parecia também incapaz de gerir a sua actividade, podendo perder horas corn questões insignificantes ao mesmo
tempo que esquecia actividades importantes. António Damásio, face a estes sintomas, coloca a hipótese de as
emoções e as capacidades de reflexão estratégica estarem relacionadas. Ao contrário do que Descartes defendia
— as emoções opõem-se à razão -, Damásio defende que a emoção está intimamente relacionada com as escolhas
racionais. Mais: a emoção pode ser um guia das nossas escolhas. O medo (emoção) de assumir determinados
riscos torna-nos prudentes prevenindo, por exemplo, riscos económicos. Se uma pessoa não recear (emoção)
entrar em conflito com o vizinho poderá transformar-se numa pessoa descontrolada.
A partir das suas investigações sobre as lesões frontais, Damásio explica que as relações entre o córtex pré-frontal
e as emoções se dão nos dois sentidos: o córtex apoia-se nas informações emocionais para tomar decisões
adaptadas. Por outro lado, tem um papel de inibidor das emoções. O córtex controla as nossas pulsões e impulsos
impedindo-nos de reagir de forma desadequada a uma situação como, por exemplo, beber antes de conduzir um
automóvel, dizer o que nos apetece a uma pessoa de que não gostamos, etc.
“Não restam dúvidas de que a alteração da personalidade de Cage foi provocada por uma lesão
cerebral, circunscrita a um local específico. (...) Existem muitos Gage à nossa volta, indivíduos cuja
desgraça social é perturbadoramente semelhante. Alguns deles têm lesões cerebrais em consequência
de tumores cerebrais, deferimentos na cabeça, ou de outras doenças do foro neurológico. Outros, no
entanto, não tiveram qualquer doença neurológica e comportam-se como Gage por razões que têm a
ver com os seus cérebros ou com a sociedade em que nasceram. Precisamos de compreender a
natureza destes seres humanos cujas acções podem ser destrutivas, tanto para si próprios como para os
outros, caso pretendamos resolver humanamente os problemas que eles colocam.”
Se ocorre uma ruptura entre o centro emocional - sistema límbico - e o córtex frontal, se a informação não se
estabelece entre as duas áreas, estamos perante uma indiferença afectiva. Nestes casos, por exemplo, face à morte
de uma pessoa que nos é próxima há uma indiferença: a situação é reconhecida do ponto de vista cognitivo, mas,
como não há relação com a área emocional, não se manifesta qualquer sentimento. No caso de Phineas Gage e de
Elliot, acontece o inverso: não há controlo sobre as emoções, decorrendo um comportamento impulsivo e
descontrolado.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
As células gliais, para além de fornecerem os nutrientes aos neurónios, controlam o seu
desenvolvimento. Têm funções importantes no desenvolvimento e na comunicação cerebral.
Os neurónios são constituídos por três componentes: o corpo celular, as dendrites e o axónio.
Existem três tipos de neurónios: sensoriais (transmitem as mensagens da periferia para os centros
nervosos), motores (transmitem as mensagens dos centros nervosos para a periferia) e os
neurónios de conexão (interpretam as informações e elaboram as respostas).
É através da sinapse - zona de interacção entre neurónios - que as mensagens são transmitidas.
O sistema nervoso central (SNC) é constituído pela espinal medula (que tem funções de
coordenação e de condução) e pelo encéfalo.
O cérebro está dividido em dois hemisférios, cobertos por uma camada de massa cinzenta, o
córtex cerebral, que são especializados em funções próprias - lateralização cerebral.
Cada hemisfério é constituído por quatro lobos - frontal, parietal, occipital e parietal.
Nos lobos occipitais são processados os estímulos visuais que previamente passaram pelo
tálamo. A área visual primária processa dados como a cor, distância, etc., que passam, depois
para a área visual secundária onde ocorre a identificação dos objectos. Outras áreas do cérebro
intervêm atribuindo significados às informações.
Os lobos temporais processam os estímulos auditivos: os sons são recebidos na área auditiva
primária e interpretados na área secundária ou de associação. É nesta zona que se situa a área de
Wernicke, que tem um importante papel na produção do discurso e na compreensão do que os
outros dizem.
Os lobos parietais são constituídos por duas zonas. Na zona anterior, o córtex somatossensorial
recebe os estímulos que vêm do ambiente, produzindo as sensações de temperatura, dor, do tacto,
etc. As zonas mais sensíveis do corpo são as que ocupam mais área no córtex. Na área
secundária, as informações recebidas são analisadas e interpretadas, possibilitando-nos, por
exemplo, o reconhecimento dos objectos através do tacto.
Os lobos frontais, que correspondem a cerca de 1/3 do volume total do cérebro, desempenham
um conjunto de funções que, pela sua importância, levam a que muitos autores os considerem ser
"a sede da humanidade".
O córtex motor é responsável pelos movimentos dos músculos. As zonas que precisam de
produzir movimentos mais precisos e mais variados são as que ocupam mais área no córtex.
Por trás do córtex motor, fica situada uma zona designada por área de Broca, que é responsável
pela linguagem falada, pela produção do discurso.
É no córtex pré-frontal que se faz a coordenação entre as emoções e a capacidade de decidir. Esta
relação foi estudada por António e Hanna Damásio.
Uma das provas deste funcionamento sistémico ocorre quando uma área lesionada deixa de
exercer a sua função e unia outra área vizinha assume essa função perdida (função vicariante ou
de suplência do cérebro).
Ainda que, ao nascer, o bebé tenha todas as áreas corticais formadas, o desenvolvimento cerebral
continua a fazer-se de forma acelerada nos primeiros meses de vida.
2
O processo de desenvolvimento cerebral não se define apenas pelo aparecimento e
desenvolvimento de neurónios e de sinapses: dá-se também através da selecção de redes
neuronais, que passa pela morte de neurónios e pela supressão de sinapses.
Este processo, que ocorre ao longo da vida, não está geneticamente determinado: depende das
interacções com o meio e das experiências vividas pelo sujeito.
As conexões sinápticas são moldadas pelas experiências dos sujeitos, o que é uma das razões que
explica que gémeos homozigóticos não apresentem as mesmas redes neuronais.
A diferente expressão genética não chega para explicar as diferenças individuais: os efeitos do
meio intra-uterino e as experiências ao longo da vida são elementos fundamentais para explicar o
processo de individuação.
É a imaturidade do cérebro humano e a sua plasticidade que vão proporcionar aos seres humanos
a possibilidade de desenvolverem um conjunto de capacidades que os distinguem dos outros
animais e de aprenderem ao longo da vida.
Esta plasticidade e esta flexibilidade, permitem uma adaptação ao meio mais eficaz e mais
criativa. São a condição de aprendizagem ao longo da vida.
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EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
UNIDADE 1 - TEMA 1 – ANTES DE MIM
FICHA SOBRE EVOLUÇÃO, GENÉTICA E CÉREBRO
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção.
1.O bipedismo é uma característica circunstancial do ser humano.
R: Falso. O bipedismo é uma característica típica (permanente) do ser humano. É a sua forma de
locomoção específica. Nos outros animais é que é uma forma de locomoção circunstancial, esporádica
e sem continuidade.
2. O ser humano e os outros animais partilham uma semelhante capacidade de superação e de
mudança.
R: Falso. Devido à nossa superior capacidade de aprendizagem e a sermos criações da cultura temos
uma capacidade de adaptação e de superação muito maior. Há em nós um reduzido conjunto de
comportamentos de base instintiva e estereotipada.
3. O que nos distingue dos restantes animais é sermos animais hiperespecializados.
R: Falso. Somos «generalistas». Somos advogados, engenheiros, arquitectos, médicos, sacerdotes,
políticos, gestores, futebolistas, professores e muito mais. Inventamos profissões e ocupações de
acordo com as exigências do meio e as nossas necessidades de satisfação e de realização. Não nos
adaptamos a um determinado meio como uma chave se adapta a uma fechadura. Transformamos o
meio mediante a nossa imaginação e as nossas capacidades de raciocínio e de reflexão. Em cada uma
destas áreas há especialistas mas isso só confirma que temos uma grande diversidade de interesses e
de actividades. Os outros animais, dada a sua limitada capacidade de aprendizagem é que são
hiperespecializados.
4. No ser humano o adquirido predomina sobre o inato.
R: Verdadeiro. Temos grande capacidade de aprendizagem porque temos de aprender quase tudo.
Dependemos muito mais do que adquirimos por aprendizagem e transmissão social e cultural do que
do que nos é dado biologicamente. Somos mais filhos do nosso engenho e da nossa incontrolável
vontade de conhecimento do que da natureza. A evolução natural parece ter em nós muito menos
peso do que a evolução cultural. Ao longo da história adaptação cultural prevaleceu em nós sobre a
adaptação biológica. Graças à cultura o homem pode adaptar – se modificando o seu próprio meio e
não simplesmente ajustando – se a ele. Quando graças à cultura o ser humano modifica o seu meio de
modo a torná – lo mais favorável no que respeita à satisfação das suas necessidades ou à sua
sobrevivência, diz – se que a cultura tem uma função adaptativa. Trata – se de uma adaptação criativa
e inventiva.
5. Nascemos biologicamente incompletos e muito frágeis pelo que somos inferiores aos outros
animais na capacidade de adaptação e de resposta aos problemas do meio.
R: Falso. Basta pensar que não nos limitamos a um nicho ecológico particular. Tanto vivemos em
regiões em que o calor é intenso como em zonas do globo em que o frio nos obriga a inventar roupas
e formas de aquecimento adequadas. Somos seres adaptáveis a uma grande diversidade de nichos
ecológicos. Devido à nossa plasticidade e superior capacidade de aprendizagem, habitamos ambientes
que vão desde o equador aos pólos ‐desde as regiões tórridas e desérticas de 50 graus C até às gélidas
atmosferas siberianas e árcticas ‐ desde o nível do mar até altitudes de mais de 3.500m. Somos a
única espécie em que quase não há traços de condutas inatas, que tem um acentuado gosto pela
exploração do meio (a nossa curiosidade natural levou – nos a grandes viagens marítimas, terrestres e
espaciais) e que tem muito maior capacidade de aprendizagem do que qualquer outra espécie.
Graças à cultura o homem pode adaptar – se modificando o seu próprio meio e não simplesmente
ajustando – se a ele como é típico dos outros animais que têm um programa genético muito menos
flexível. Quando graças à cultura o ser humano modifica o seu meio de modo a torná – lo mais
favorável no que respeita à satisfação das suas necessidades ou à sua sobrevivência, diz – se que a
cultura tem uma função adaptativa.
6. Os filhos herdam dos pais um genótipo, isto é, um conjunto de predisposições genéticos que podem
expressar‐se adequadamente ou não, conforme a qualidade do meio em que o indivíduo vive e se
desenvolve. Logo, o fenótipo não é a actualização automática do genótipo.
R: Verdadeiro. No genótipo está contido o conjunto de informações genéticas que indicam a
predisposição (ou potencialidade) para vir a ter um dado fenótipo. Este não é um simples resultado da
transmissão hereditária porque a sua expressão é condicionadas pelo papel do meio (das nossas
experiências e da nossa educação).
7. A espinal medula controla por si só duas funções: as funções condutora e coordenadora de actos e
movimentos.
R: Falso. A espinal medula controla por si só (sem depender da intervenção do cérebro) a coordenação
de actos reflexos ou automáticos, por exemplo, para proteger a nossa integridade física. A função
condutora de informação de e para o cérebro é uma função importante em que a espinal medula
participa, mas que não assegura exclusivamente como parece óbvio.
8. Uma pessoa que consegue executar isoladamente cada elemento de uma sequência motora mas
não consegue ajustá – los sequencialmente sofre de apraxia.
R: Verdadeiro. Uma lesão na área psicomotora pode dar origem à apraxia, incapacidade de organizar
sequencial e de forma ajustada movimentos para atingir um dado objectivo como, por exemplo,
vestir‐se. Cada elemento motor que constitui o movimento voluntário global é realizado (não há
paralisia) mas fora da sequência ajustada ou correcta, isto é, isolado desta (vestir a roupa interior em
último lugar, calçar os sapatos antes das meias e antes de vestir as calças).
2
9. A função vicariante do cérebro corresponde a uma substituição funcional que é possível mediante a
implantação de tecidos cerebrais na região lesionada.
R: Falso. A função vicariante do cérebro corresponde a uma substituição funcional e não neurológica.
Com efeito, a área lesionada permanece lesionada. O que acontece é que uma função perdida devido
a lesão numa dada área pode ser recuperada ao ser substituída a área lesionada por uma outra,
sobretudo uma área vizinha. Não se trata nem de uma regeneração das células nervosas da região
lesionada (parece que os neurónios destruídos não podem ser substituídos por outros) nem de
enxerto de células nervosas mas sim de uma substituição funcional efectuada por uma outra zona do
cérebro.
10. Uma lesão grave na área visual secundária do córtex cerebral pode provocar cegueira cortical.
R: Falso. Uma lesão na área visual secundária (psicovisual) provoca agnosia visual, incapacidade de
reconhecer e identificar o que se vê. Uma lesão provoca cegueira cortical (incapacidade de ver) se a
lesão atingir toda a área visual primária, a que recebe as informações visuais. Ora aqui trata – se da
área visual secundária ou psicovisual.
11. A surdez cortical corresponde à incapacidade de reconhecer os sons que ouvimos.
R: Falso. Uma coisa é a incapacidade de ouvir sons e outra a incapacidade de reconhecer os sons que
ouvimos. A surdez cortical corresponde à incapacidade de ouvir. A área secundária ou psicoauditiva é
responsável pelo reconhecimento e identificação dos sons. Lesionada essa área surge a agnosia
auditiva, a incapacidade de atribuir significado aos sons que ouvimos, mesmo os mais familiares. Uma
lesão na área auditiva primária provoca surdez cortical (incapacidade de ouvir).
12. Uma pessoa que é incapaz de organizar as diversas partes de um acto de forma ajustada sofre de
paralisia cortical.
R: Falso. A paralisia cortical corresponde à incapacidade de realizar qualquer movimento – tratando –
se neste caso de movimentos finos e precisos de certos órgãos e membros. A área motora primária é
responsável pelo desencadeamento de movimentos voluntários, pela execução de movimentos que
exigem precisão. Uma lesão nesta área pode dar origem a paralisia ou a graves perturbações motoras,
isto é, a incapacidade de controlar os movimentos. A apraxia é a incapacidade de organizar
sequencialmente e de forma ajustada movimentos para atingir um dado objectivo como, por
exemplo, vestir‐se. Cada elemento motor que constitui o movimento voluntário global é realizado
(não há paralisia) mas fora da sequência ajustada ou correcta, isto é, isolado desta (vestir a roupa
interior em último lugar, calçar os sapatos antes das meias e antes de vestir as calças).
13. O córtex pré – frontal é o lugar da inteligência e do pensamento, da consciência de si, da criação
artística, das questões sobre o sentido da vida e das decisões que organizam a nossa vida prática
quotidiana.
R: Verdadeiro. É a ele que recorremos para resolver um complicado problema matemático, para
planear uma viagem, para criar uma obra artística. Sem ele não teríamos doutrinas científicas, morais,
3
religiosas, jurídicas, nem inventos tecnológicos, nem produções artísticas e literárias. Mas isto ainda
não esgota a riqueza invulgar do córtex pré‐frontal. Ele é o nosso centro emocional, o centro das
decisões sem as quais a vida seria um impasse. O córtex pré‐frontal é o monitor do nosso
comportamento emocional e afectivo.
14. A hereditariedade é o conjunto de potencialidades que um indivíduo de uma espécie recebe no
momento da concepção.
R: Verdadeiro. No momento da concepção é estabelecida a herança genética de um novo indivíduo. O
zigoto contém todas as instruções que determinam uma aparência física única e a predisposição para
certas características pessoais e capacidades físicas e mentais.
15. O sistema reticular activante é uma espécie de estação central por onde passam e são
coordenadas as informações provenientes dos nossos sentidos (excepto o olfacto). As informações
dos receptores sensoriais são encaminhadas para as regiões superiores do cérebro que estão
relacionadas com a visão, o tacto, o paladar e a audição.
R: Falso. Estas funções são asseguradas pela estrutura subcortical denominada tálamo.
16. O tálamo é uma estrutura reguladora de funções homeostáticas.
R: Falso. As funções homeostáticas – que asseguram o equilíbrio do meio interno do organismo
regulando a temperatura do corpo e outras necessidades como a fome e a sede – são funções
especialmente associadas ao hipotálamo. No interior do hipotálamo há grupos de neurónios que
regulam a temperatura do corpo, a fome, a sede, o desejo sexual. É uma estrutura reguladora de
grande parte das nossas necessidades biológicas.
17. Desempenhando um importante papel na formação de novas memórias e na sua retenção, o
tálamo é uma das zonas do cérebro mais afectadas pela doença de Alzheimer.
R: Falso. O hipocampo (e não o tálamo) é a área cerebral responsável pela formação e retenção de
novas memórias.
Nota:
As questões 10, 11, 12, 13, 15, 16 e 17 são apenas informativas.
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
FICHA SOBRE EVOLUÇÃO, GENÉTICA, CÉREBRO
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção.
1‐O fenótipo é o conjunto de características potenciais de um indivíduo.
R: Falso. O conjunto das características potenciais de um indivíduo tem o nome de genótipo.
2.O genótipo é equivalente ao fenótipo.
R: Falso. O fenótipo é o resultado da acção recíproca entre factores genéticos e factores
ambientais ao passo que o genótipo é o conjunto de genes que herdamos no momento da
concepção.
3. O fenótipo é o conjunto de características que se manifestam como resultado da interacção
genótipo ‐ meio.
R: Verdadeiro. O fenótipo reflecte o modo como, tendo em conta a influência dos factores ou
agentes ambientais, o potencial genético de um indivíduo se exprime. O fenótipo é constituído
pelas características específicas e particulares que um indivíduo apresenta.
4. A hereditariedade específica é o conjunto de características comuns aos indivíduos de uma
espécie e que os diferencia de todos os outros indivíduos da mesma espécie.
R: Falso. A hereditariedade específica designa o conjunto de agentes genéticos responsáveis pela
transmissão das características que integrarão certos indivíduos numa espécie distinguindo‐os
dos indivíduos de outras espécies. Distingue os indivíduos de uma espécie dos indivíduos de
outras espécies mas não distingue entre si os indivíduos de uma mesma espécie.
5. O genótipo de que um indivíduo é dotado contém características específicas e individuais.
R: Verdadeiro. Somos concebidos com um determinado património genético individual e
específico. No momento da concepção herdamos potencialidades e limitações que fazem de nós
indivíduos da espécie humana – nascemos geneticamente programados para falar – e que fazem
de nós indivíduos diferentes de outros indivíduos da nossa espécie, exceptuando o caso dos
gémeos monozigóticos. Por isso, nascemos indivíduos e nascemos humanos.
6. A hereditariedade específica impede que nos sejam transmitidas características próprias de
outras espécies.
R: Verdadeiro. Estamos geneticamente programados para falar mas não para voar, grunhir e
ladrar.
7. A neotenia significa que desde muito cedo manifestamos características adultas.
R: Falso. Significa que durante muito tempo manifestamos características juvenis como a
curiosidade e o desejo de conhecer o mundo. Quando nascemos não temos capacidades ou
competências desenvolvidas. Prematuridade.
8. Dizer que, enquanto indivíduos somos programados para aprender significa dizer que podemos
aprender tudo.
R: Falso. Apesar de termos uma capacidade de aprendizagem muito superior à dos outros animais
nem várias vidas seriam suficientes para adquirir o imenso acervo de conhecimentos que a
humanidade constituiu e continuará a constituir.
9.Dizer que o ser humano tem um programa genético aberto é dizer que é completamente
determinado pelo meio, pela educação e pelos vários factores ambientais.
R: Falso. Ter um programa genético aberto às influências ambientais e sócio – educativas não
quer de modo nenhum dizer que os nossos genes não exerçam qualquer influência e sejam
anulados pelo meio. Sabemos que a nossa constituição genética condiciona o modo como
podemos ser influenciados pelo meio. Um programa genético aberto é um programa cuja
execução permite significativa influência do meio, da aprendizagem, da educação e da
experiência. «Permite» quer dizer que é um programa que determina características psicológicas
e comportamentais mas não de forma rígida e inflexível.
10. A hereditariedade específica significa que todos os indivíduos de uma espécie são dotados do
mesmo conjunto de genes.
R: Falso. Temos todos nós normalmente a mesma quantidade de genes mas do que se trata aqui é
do seu tipo. Se todos os indivíduos de uma espécie fossem dotados do mesmo conjunto de genes
seriam todos gémeos idênticos.
11. A manutenção da posição e do equilíbrio do corpo depende exclusivamente da área motora
do córtex.
R: Falso. Depende fundamentalmente do bom funcionamento do cerebelo.
12. O hipocampo regula os estados de vigília e de sono bem como os fenómenos da atenção e da
distracção.
R: Falso. Regular os estados de vigília e de sono bem como os fenómenos da atenção e da
distracção é função do sistema reticular activante.
2
13. Uma pessoa incapaz de se lembrar não do seu nome nem de eventos da infância mas sim de
algo que acaba de ler ou de ouvir sofre de uma lesão grave no tálamo.
R: Falso. Sofre de uma lesão grave no hipocampo que é a área cerebral responsável pela formação
e retenção de novas memórias.
14. Uma pessoa que é incapaz de organizar as diversas partes de um acto motor de forma
ajustada sofre de paralisia cortical.
R: Falso. Sofre de apraxia, lesão na área secundária do córtex motor.
15. A afasia de Wernicke – sintoma de lesão nesta área ‐ consiste na incapacidade de falar ou na
produção de um discurso lento, difícil e mal articulado.
R: Falso. A incapacidade de falar ou a produção de um discurso lento, difícil e mal articulado é a
afasia de Broca.
16. Uma pessoa com uma lesão grave na área de Broca é incapaz de compreender o que outra
pessoa diz.
R: Falso. Estes sintomas são sinal de uma lesão na área de Wernicke. Em termos gerais, a área de
Broca permite falar com e para os outros enquanto a área de Wernicke permite que
compreendamos o que os outros dizem ou nos dizem. A área de Broca permite falar. A área de
Wernicke permite compreender e entender o que é dito.
17. A função vicariante do cérebro corresponde a uma substituição funcional que é possível
mediante a implantação de tecidos cerebrais na região lesionada.
R: Falso. A função vicariante do cérebro corresponde a uma substituição funcional e não
neurológica. Com efeito, a área lesionada permanece lesionada. O que acontece é que uma
função perdida devido a lesão numa dada área pode ser recuperada ao ser substituída a área
lesionada por uma outra, sobretudo uma área vizinha. Não se trata nem de uma regeneração das
células nervosas da região lesionada (parece que os neurónios destruídos não podem ser
substituídos por outros) nem de enxerto de células nervosas mas sim de uma substituição
funcional efectuada por uma outra zona do cérebro.
18. A neotenia exprime uma enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético
que o torna aberto às influências culturais e ambientais.
R: Verdadeiro. A neotenia significa que devido a nascermos sem competências desenvolvidas
(prematuridade) somos dotados de um programa genético aberto – constituído por um conjunto
de genes que não determinam de forma absolutamente rígida características e comportamentos.
Dependemos muito mais do que adquirimos por aprendizagem e transmissão social e cultural do
que do que nos é dado biologicamente. Somos mais filhos do nosso engenho e da nossa
incontrolável vontade de conhecimento do que da natureza. A evolução natural parece ter em
nós muito menos peso do que a evolução cultural.
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
UNIDADE 1 - A ESPECIFICIDADE DO SER HUMANO
TEMA 1 – ANTES DE MIM
CAPITULO 3 – A GENÉTICA E O COMPORTAMENTO
13. Somos o resultado da nossa herança genética. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque o genótipo unicamente confere possibilidades de desenvolvimento.
B. Verdadeira, porque as características de um indivíduo dependem do código genético.
C. Falsa, porque somos o resultado da influência do meio.
D. Verdadeira, porque o código genético é inalterável.
14. O nosso comportamento é limitado por factores hereditários. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque muitos dos nossos comportamentos não têm base biológica.
B. Verdadeira, porque o sistema nervoso influencia todos os nossos comportamentos e a informação
para a sua construção encontra‐se nos genes.
C. Falsa, porque as predisposições genéticas não têm de ser estimuladas pelo meio.
D. Verdadeira, porque a estimulação do meio só produz efeitos se houver a predisposição genética
para o desenvolvimento de uma certa característica.
15. Os genes influenciam directamente o comportamento. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque a formação e desenvolvimento do sistema nervoso efectua‐se a partir de
instruções contidas nos genes.
B. Falsa, porque é o sistema nervoso que influencia directamente muitos dos nossos
comportamentos.
C. Verdadeira, porque o fenótipo é a actualização directa do genótipo.
D. Falsa, porque os genes só influenciam directamente características biológicas.
16. Um meio estimulante é condição necessária para o desenvolvimento de certas características
individuais, mas não condição suficiente. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque certos comportamentos resultam simplesmente de influência dos cromossomas.
B. Verdadeira, porque certas características são simplesmente fruto de influência ambiental.
C. Falsa, porque certos comportamentos influenciam a hereditariedade.
D. Verdadeira, porque por mais estimulante que seja o meio a hereditariedade específica
estabelece base biológica para certas características, mas não para outras.
17. A hereditariedade individual significa que:
A. Recebemos potencialidades que nos tornam semelhantes aos indivíduos da nossa espécie.
B. Recebemos características modeladas pela influência do meio.
C. Recebemos uma combinação singular de genes.
D. Recebemos um património genético ao mesmo tempo singular e específico.
18. A hereditariedade específica determina:
A. O património genético do indivíduo de uma dada espécie.
B. O património genético familiar.
C. A diferença genética entre indivíduos de uma espécie.
D. O património genético que distingue os indivíduos de uma espécie dos de outra.
19. O nosso desenvolvimento é influenciado pelo meio somente após o nascimento. Esta afirmação
é:
A. Verdadeira, porque na fase pré‐natal não há estimulação ambiental.
B. Falsa, porque há modificações genéticas devidas a deficiências cromossómicas.
C. Verdadeira, porque desde que nasce o indivíduo sofre as influências do meio.
D. Falsa, porque as características de um indivíduo não dependem só do código genético, mas de
tudo o que lhe acontece desde a concepção.
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20. No ser em gestação, a deficiente alimentação, as perturbações emocionais, a
toxicodependência e o alcoolismo da mãe podem provocar:
A. Graves malformações e deficiências.
B. Modificações estruturais dos genes.
C. Mutações genéticas.
D. Modificações transmissíveis às gerações futuras.
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 1 — ANTES DE MIM: A Cultura e a sua importância no comportamento
1. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
A andorinha faz o seu ninho da mesma forma que vem fazendo há milhões de anos; o castor faz as suas
"barragens" utilizando os mesmos processos desde o seu aparecimento na Terra; o leão caça da mesma maneira
desde que surgiu à face do mundo. Nunca quaisquer destes animais aprenderam a fazer o seu ninho, as suas
"barragens" ou até o simples andar. Nascem "aprendidos", actuam e comportam-se por aquilo que se denomina
instinto.
O Homem, pelo contrário, quando nasce, começa do nada. Nasce "nu". Tem de aprender tudo e tem de, a pouco
e pouco, ir-se integrando no que o rodeia. Vai revestindo a sua "nudez" gradualmente.
Assim, quando nascemos, somos integrados numa família, pertencente a uma determinada sociedade, com a sua
língua, tradições, hábitos, valores e práticas sociais, que aprendemos e interiorizamos através da socialização.
Com efeito, a nossa integração no grupo familiar e, posteriormente, a nossa aceitação social nos grupos que
vamos integrando (escola, amigos, trabalho, etc.) deriva de nos comportarmos de acordo com o que é esperado
de nós. É assim que aprendemos a ser membros de uma sociedade e que por ela somos reconhecidos como tal.
Logo após o nascimento, começamos a ser socializados, adquirindo rotinas alimentares, aprendendo a
comunicar necessidades e desconfortos, esperando cuidados e afectos dos que nos rodeiam.
Com o tempo, vamos aprendendo o jogo social e somos já capazes de antecipar reacções aos nossos próprios
comportamentos – começamos a falar, a andar, habituamo-nos a rituais de higiene corporal, aprendemos normas
de etiqueta e cortesia, adquirimos valores como as primeiras noções do bem e do mal, etc.
Deste modo, na infância e adolescência aprendemos os valores fundamentais e as condutas básicas que nos
permitem comunicar com os outros agentes sociais, ao mesmo tempo que adquirimos os primeiros
conhecimentos do mundo que nos rodeia – socialização primária.
Mas, após este percurso inicial, os indivíduos continuam a aprender e a interiorizar comportamentos e a adaptar-
se a normas sociais.
Na maturidade, os indivíduos têm de fazer face a novas situações, próprias da idade adulta, como arranjar um
emprego ou constituir família. As adaptações e aprendizagens necessárias ao desempenho destas novas funções
que lhes permitam integrar-se num mundo social específico é aquilo a que chamamos socialização secundária.
O processo de socialização, ao visar integração social dos indivíduos, exige que estes se identifiquem com os
grupos da sociedade em que se inserem. Por exemplo, os indivíduos, desde crianças vão-se identificando com
modelos de comportamento, inicialmente os dos pais, posteriormente os dos amigos, do grupo, dos colegas de
trabalho, etc.
Neste sentido, o processo de socialização permite que os indivíduos dêem significado à vida social,
contribuindo para que se identifiquem com os grupos em que se inserem, à medida que vão construindo a
sua própria identidade.
Este processo de identificação é complexo, dado que os indivíduos pertencem a vários grupos (família, escola,
etc.) e aspiram ainda a pertencer a outros. Assim, este processo vai decorrendo entre os desejos de ser como os
outros, de ser aceite pelos grupos a que se pertence ou a que se quer vir a pertencer e a necessidade de oposição
para afirmação da sua individualidade.
ANDRADE, Ana Bela, SILVESTRE, Manuela, MOINHOS, Rosa – Sociologia 12, Plátano Editora, pp. 107-108
(Adaptado).
2. A SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA
A socialização primária no mundo todo, aquela que era tarefa da família, através dos vínculos de afectividade e
respeito, vem perdendo terreno, ficando a cargo da instituição escolar. Essa socialização primária, envolvida
pela importância dos carinhos, afectos e valores importantes legados pela família, chega incompleta à escola. A
família é considerada como instituição muito importante no processo de aprendizagem. É pela socialização
primária que são interiorizadas normas e valores, assim como formas de relacionamento. Nas nossas escolas
estamos assistindo à falta de vinculação da família como ambiente habitual e fundamental de socialização
primária, estando esse papel designado às instituições escolares. Com essa relevante falta da socialização
primária, os efeitos na escola são proeminentes trazendo alterações na actuação dos professores e na
representação da instituição de ensino. A escola é o ambiente favorável para o aprendizado de uma sociabilidade
rica, pois permite a interacção com o outro. A escola actualmente tem a necessidade de actuar não só no
conteúdo básico do desenvolvimento do conhecimento, mas também precisa de dar prioridade a momentos de
acção na identidade do aluno, que deve ser visto como sujeito participativo do seu conhecimento e construtor
dos valores que são fundamentais para sua vida. Em todos os tempos houve uma perspectiva social em relação à
escola, e ao explicarmos os pensamentos de educadores brasileiros, não nos surpreendemos com as suas falas. O
professor ao investir no aprimoramento de sua acção docente busca o desenvolvimento profissional em
instituições de formação de docentes, em cursos de actualização de sua actuação de educador, nas diferentes
linguagens da arte, nos recursos audiovisuais, em leituras e estudos complementares, entendendo a importância
do papel social da escola e de sua profissão. Se houver interesse e vontade de se alcançar um ensino mais
globalizante e uma aprendizagem mais compreensiva, é de grande importância a construção de um currículo
interdisciplinar. Esta tarefa não é fácil, pois os educadores precisam comungar ideais comuns, reunindo-se e
discutindo conteúdos de seus projectos, levantamento de dados e pesquisas, assim como os processos de
avaliação diagnóstica e dialógica entre outros aspectos. Os educadores do mundo contemporâneo devem
relacionar a teoria com a prática, colocando a teoria associada com a realidade do educando, demonstrando a
utilidade desta teoria e o seu proveito em uma situação real. Para isso, é preciso vincular os conhecimentos à
aplicabilidade dos mesmos no quotidiano da sociedade. Quando a aprendizagem é significativa e leva à fruição
conduz à eficácia do ensino e chega-se ao sucesso escolar. Sabemos que o conhecimento e a socialização são
duas considerações interligadas, pois o indivíduo socializa-se a partir do conhecimento que adquire ao longo da
vida. De acordo com Tedesco, Juan C., que identifica um deficit de socialização das crianças - “A conta
negativa de valores e atitudes que os pais não ensinam em casa cai, inevitavelmente, no colo do professor”. Para
este educador a formação deve ser conseguida na "escola total", que cuida de formar o aluno inclusive moral e
eticamente, sendo este o seu principal foco de atenção. A educação em face dos desafios actuais precisa de
mudanças profundas e intensas que superem os sistemas educativos formais e padronizados. Actualmente a
sociedade necessita fundamentalmente aprender a aprender e a adaptar-se ao longo de toda a vida.
Evidenciamos a necessidade de um programa de capacitação docente para a formação de competências que
permitam aos educadores ajustarem-se às mudanças do mundo contemporâneo, sendo capazes de suprir e
atender aos alunos, adequando o currículo das escolas para acolhimento desta clientela carente de socialização
primária.
Os diferentes povos criaram e desenvolveram um «estilo de vida» que cada indivíduo aceita – não sem reagir,
de resto – como um protótipo.
Como se acaba de ver, não há uma verdadeira natureza humana, no sentido em que se diz natureza química, que
se define de uma vez para sempre pelas características das suas propriedades. No entanto, é inegável que o
homem, em sociedade, actualiza possibilidades que o distinguem incontestavelmente dos animais superiores.»
4. A SOCIALIZAÇÃO
A socialização é o processo pelo qual o indivíduo internaliza o modo de pensar e de sentir de uma sociedade, ou
seja, através da socialização é que as ideias e valores estabelecidos pelo colectivo passam o constituir o
indivíduo e pela apreensão destas é que ele se adapta aos grupos de que faz parte. A socialização é um processo
dinâmico e é ferramenta de formação da personalidade e por sua vez o indivíduo também passa a ser ferramenta
de manutenção e transformação da socialização, pois quem é o socializado é também um que socializa, e tal
interacção e integração estará sempre presente, pois enquanto houver relação humana haverá socialização. Esta
relação com o seu meio resulta no desenvolvimento do potencial do indivíduo, dando a este um papel social a
exercer e que para ser exercido cria nele expectativas (funcionando como motivações) e determinando a
reciprocidade nas relações onde o papel exercido por um tem como referência o outro e o outro passa a ter que
corresponder para equilibrar a equação social. Exemplo: quando alguém nos presta um serviço esperamos que
ele seja bem feito para justificar o pagamento ao outro e este por sua vez para exercer o seu serviço precisará de
ferramentas fabricadas por outro que para fechar o ciclo deste exemplo poderia ser até a pessoa para quem ele
presta o seu serviço. Total interacção e integração. Os papéis sociais são partes de um todo chamada sociedade e
tanto o indivíduo que exerce o papel social quanto a sociedade só têm razão de existir através da socialização.
Não há como separar uma parte deste todo e este conseguir ter razão de existir individualmente (haveriam
médicos se não houvessem pacientes ou para que construiríamos estradas se não houvesse quem fabricasse
automóveis?). Desta forma, tudo que venha a estar relacionado com a realidade decorrente das relações sociais é
um fenómeno social e tudo e todos que fizerem parte destas relações sociais são agentes da socialização
(famílias, escolas, empresas, meios de comunicação, etc.).
O indivíduo precisa e depende da sociedade e esta só existe em razão dos indivíduos, e nesta relação surgem as
regras e normas como meios de coerção social para manter o equilíbrio desta relação, e estas afectam o
indivíduo que passa a ter uma liberdade condicionada, e ele ora as atende e ora as transgride, gerando conflitos
com o seu meio por este não exercer satisfatoriamente o seu papel social. O homem tem a sua identidade e
liberdade, porém estas estão condicionadas ao meio em que vive que é uma estruturação social. Sendo assim a
socialização é uma ferramenta de interacção entre a sociedade e o indivíduo e a primeira molda a personalidade
do segundo e é também um agente condicionador do comportamento do indivíduo e estando inserido neste
contexto qualquer acção do indivíduo no seu meio é a realização da socialização.
A socialização é a transmissora da cultura e a transmissão dá -se através da educação, e que aqui se entenda
qualquer forma de aprendizado passado de um indivíduo a outro, e por esse processo de aculturação acontece a
endoculturação do ser social. Por esta definição podemos concluir que toda e qualquer apreensão que o
indivíduo “toma” para si é resultado da socialização e desde o seu nascimento (e até antes, pois para o seu
nascimento teve antes que existir diversas relações: pai e mãe, mãe e médico, etc.) até à sua morte (e mesmo
depois, pois o ritual fúnebre é um fenómeno social) ele será objecto da socialização. Seja na escola, na empresa,
na família, com os amigos, com os inimigos, nos cultos religiosos, nos momentos de lazer, ao comprar algo, ao
ler um livro, ao imitar alguém, ao assistir tv, ao ir ao médico ou espectáculo cultural e até quando estiver
olhando para um quadro para descansar do “contacto” com as pessoas, em qualquer destes momentos e em
infinitos outros, estará a acontecer “socialização”.
Socialização: sem ela nada seríamos e sem nós ela não existiria. É escusado procurar “descobrir” quem é mais
importante e se um lado deve prevalecer. Seria como separar a raiz do resto de uma árvore: se somente um
prevalecer os dois morrerão porque, na verdade, não existem dois, e sim, apenas um.
Um último exemplo de socialização: este momento. E seja que momento for: pode ser o momento em que
escrevo este texto, pode ser o momento em que você lê este texto. Nos dois há a socialização. Em ambos os
momentos há pelo menos um alguém transmitindo algo a outro alguém, ambos inseridos num mesmo contexto,
mesmo que momentâneo ou em trechos de tempo diferentes, ambos exercendo papéis sociais, ambos com
propósitos, mesmo que diferentes, e isto “é socialização”.
http://www.euniverso.com.br/Logos/socializacao.htm
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
UNIDADE 1 - TEMA 1 – ANTES DE MIM
CAPITULO 4 – O CÉREBRO
5. O acto reflexo é:
A. Uma resposta voluntária e aprendida.
B. Uma resposta automática e imediata processada pelo cérebro.
C. Uma resposta automática e imediata a um estímulo do meio controlada pela espinal medula.
D. Um reflexo sensório-motor mediante o qual o cérebro protege o organismo de uma ameaça
externa.
6. Analisa as afirmações que se seguem. Selecciona depois a alternativa que identifica
correctamente as estruturas nervosas com elas relacionadas.
➣ É um sistema cujo funcionamento está na base de todo e qualquer acto psicológico, isto é, dos
comportamentos e dos processos mentais.
➣ É responsável pela coordenação das informações, comanda as outras estruturas nervosas, planeia e
toma decisões, enviando ordens para outros órgãos.
➣ Recebe e transmite informação sensorial entre o sistema nervoso central e outros órgãos.
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A. 1, Sistema nervoso. 2 e 3, Sistema nervoso periférico.
B. 1, Sistema nervoso periférico. 2 e 3, Sistema nervoso central.
C. 1, Sistema nervoso. 2, Sistema nervoso central. 3, Sistema nervoso periférico.
D. 1 e 2, Sistema nervoso autónomo. 3, Sistema nervoso periférico.
9. Analisa as seguintes afirmações sobre o tálamo. Selecciona depois a alternativa que as avalia
correctamente.
➣ Controla comportamentos emotivos e a motivação.
➣ Regula necessidades básicas (fome, sede, sono, desejo sexual, circulação sanguínea e temperatura
do corpo).
➣ Retransmite mensagens entre as estruturas subcorticais e áreas específicas do córtex cerebral.
➣ Principal centro de retransmissão e de coordenação das impressões sensoriais.
A. 1 e 2, Verdadeiras. 3 e 4, Falsas.
B. 1, 2 e 3, Falsas. 4, Verdadeira.
C. 3 e 4, Verdadeiras. 1 e 2, Falsas.
D. 1, 2 e 3, Verdadeiras. 4, Falsa.
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10. O sistema reticular activante:
A. Tem papel importante na activação cerebral.
B. Desperta as diversas áreas do cérebro para que descodifiquem mensagens e emitam respostas
adequadas.
C. Selecciona estímulos e discrimina mensagens protegendo o cérebro do excesso de informações
irrelevantes e inconvenientes.
D. Regula os estados de vigília e de sono e os fenómenos da atenção e da distracção.
E. Ao ser danificado deixa o paciente num estado de coma permanente.
F. As alíneas A), B), C) e E) são verdadeiras. D) é falsa.
G. Todas são verdadeiras.
11. As afirmações seguintes dizem respeito ao hipotálamo. Selecciona depois a alternativa que
as avalia correctamente.
➣ Regula todas as funções corporais à excepção da pressão arterial e dos ritmos cardíacos e
respiratório.
➣ Regula a temperatura do corpo, os estados de vigília e de sono.
➣ Preside à satisfação das nossas necessidades básicas.
➣ O seu funcionamento é coordenado pela hipófise.
A. 1, Falsa. 2, 3 e 4, Verdadeiras.
B. 1 e 4, Falsas. 2 e 3, Verdadeiras
C. 1, 2 e 3, Verdadeiras. 4, Falsa.
D. 1, 3 e 4, Falsas. 2, Verdadeira.
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16. Analisa as afirmações seguintes sobre o sistema nervoso simpático. Selecciona depois a
alternativa que as avalia correctamente.
➣ Prepara o organismo para respostas fisiológicas relativamente desgastantes.
➣ É o “sistema de emergência” do organismo.
➣ Mobiliza e gasta energias do organismo para enfrentar desafios.
➣ Acalma o organismo nas situações de tensão.
A. 1 e 2, Verdadeiras. 3 e 4, Falsas.
B. 2 e 4, Falsas. 1 e 3, Verdadeiras.
C. 1, 2 e 3, Verdadeiras. 4, Falsa.
D. 1, 2 e 3, Falsas. 4, Verdadeira.
17. Analisa as afirmações seguintes sobre o sistema nervoso parassimpático. Selecciona depois a
alternativa
que as avalia correctamente.
➣ Uma vez passada a situação que os justificava, abranda os processos fisiológicos activados pelo
sistema simpático.
➣ Conserva a energia que é necessárias às actividades rotineiras.
➣ Intervém nos momentos em que o sistema simpático não funciona.
A. 1 e 3, Falsas. 2, Verdadeira.
B. 1 e 2, Falsas. 3, Verdadeira.
C. 1 e 2, Verdadeiras. 3, Falsa.
D. Todas Verdadeiras.
18. Apesar dos seus efeitos opostos, os sistemas simpático e parassimpático funcionam
geralmente de forma coordenada. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque quando um está activo o outro está inactivo.
B. Verdadeira, porque a actividade de um compensa a inactividade do outro.
C. Falsa, porque são divisões incomunicáveis.
D. Verdadeira, porque quando um sistema predomina o outro não deixa de enviar mensagens
ao organismo assegurando um certo equilíbrio.
19. Miguel tomou um medicamento contra uma alergia. Contudo, ao fim de umas horas notou
que estava muito agitado e que o ritmo cardíaco era elevado. É provável que esse medicamento
esteja a provocar um aumento da actividade do seu:
A. Sistema nervoso parassimpático.
B. Sistema nervoso somático.
C. Cerebelo.
D. Sistema nervoso simpático.
20. Comportamentos reflexos como tossir e espirrar são regulados por uma estrutura nervosa
chamada:
A. Cerebelo.
B. Espinal medula.
C. Hipocampo.
D. Bolbo raquidiano.
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22. Cada comportamento depende de um único centro cerebral. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque o cérebro é constituído essencialmente por áreas que funcionam
independentemente umas das outras.
B. Falsa, porque qualquer função envolve a coordenação de diversas áreas do cérebro.
C. Verdadeira, porque a unidade funcional do cérebro é um aspecto secundário do seu
funcionamento.
D. Falsa, porque o cérebro é uma unidade complexa que funciona segundo o duplo princípio da
especialização e da integração.
23. A unidade funcional do cérebro significa que este funciona como uma totalidade
indiferenciada. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque essa unidade corresponde à conjugação e coordenação da actuação diversa de
diferentes áreas.
B. Verdadeira, porque o cérebro actua segundo o princípio da integração.
C. Verdadeira, porque nenhuma área dá um contributo específico para o comportamento.
D. Falsa, porque o cérebro é uma diversidade de actividades especializadas.
5
28. Considera as funções a seguir referidas. Selecciona depois a alternativa que identifica
correctamente as estruturas nervosas com elas relacionadas.
➣ Coordenação e equilíbrio dos movimentos corporais.
➣ Regulação do sono e do estado de alerta.
➣ Organização de respostas em situações de agressão ambiental.
➣ Controlo do funcionamento dos órgãos internos.
A. 1 e 2, Cerebelo. 3 e 4, Sistema nervoso periférico.
B. 1, Cerebelo. 2, Formação reticular. 3, Sistema nervoso periférico. 4, Tálamo.
C. 1, Cerebelo. 2, Formação reticular. 3, Sistema endócrino. 4, Sistema nervoso autónomo.
D. 1, Cerebelo. 2, Formação reticular. 3, Sistema nervoso simpático. 4, Sistema nervoso
autónomo.
6
33. O sistema nervoso é:
A. Um conjunto de estruturas que funcionam de forma auto-regulada.
B. Um conjunto de estruturas envolvidas em funções neurovegetativas.
C. Um conjunto de estruturas que estão hierarquicamente organizadas.
D. Um conjunto de estruturas cujas funções são reflexas.
41. Uma lesão na área secundária do córtex visual provoca cegueira cortical. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque essa lesão acontece quando é danificada a área de projecção do córtex visual.
B. Verdadeira, porque a incapacidade de processar informação visual define a cegueira cortical.
C. Verdadeira, porque a área referida é responsável pela captação de informações visuais.
D. Falsa, porque a área de associação do córtex visual desempenha uma função de suplência.
43. Uma pessoa com uma lesão na área de Broca terá graves dificuldades em:
A. Compreender o que lhe dizem.
B. Produzir um discurso oral minimamente articulado.
C. Distinguir sons.
D. Identificar sinais gráficos.
45. A incapacidade de transmitir o que pensamos mediante sinais gráficos tem o nome de:
A. Apraxia.
B. Cegueira verbal.
C. Alexia.
D. Agrafia.
47. O hemisfério cerebral direito e o hemisfério cerebral esquerdo são absolutamente diferentes
em termos funcionais. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque asseguram funções completamente distintas.
B. Falsa, porque a especialização não impede que haja suplência funcional.
C. Verdadeira, porque nenhuma função se transfere de um hemisfério para outro.
D. Falsa, porque o uso bilateral dos hemisférios só acontece em casos patológicos.
51. Uma pessoa com uma lesão na área de Broca terá dificuldade:
A. Em articular palavras e em construir frases.
B. Em articular os movimentos da boca e da língua necessários à produção do discurso.
C. Em falar, mas não em compreender a linguagem falada.
D. Em compreender o que as palavras e as frases dos outros significam.
E. As alíneas B) e D) são falsas; A) e C) são verdadeiras.
F. A alínea D) é falsa; A), B) e C) são verdadeiras.
52. As investigações sobre o córtex pré-frontal (área pré-frontal do córtex cerebral) revelaram
que:
A. A personalidade é independente do cérebro.
B. O cérebro não é o substrato biológico da personalidade.
C. Lesões em determinadas áreas do córtex pré-frontal provocam alterações na personalidade
de um indivíduo.
D. Lesões no córtex pré-frontal provocam perda da capacidade de iniciativa, mas não comportamento
anti-social.
8
52
53. O hipotálamo e o sistema reticular activante (formação reticular) são estruturas nervosas
que funcionalmente nada têm em comum. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque têm funções absolutamente independentes.
B. Falsa, porque são estruturas subcorticais envolvidas em processos mnésicos.
C. Verdadeira, porque estão localizadas em diferentes regiões do cérebro.
D. Falsa, porque estão envolvidas na regulação do ciclo da vigília e do sono.
54. As afirmações seguintes dizem respeito a estruturas do sistema nervoso central. Analisa-as e
selecciona a alternativa que as identifica correctamente.
➣ Tem a capacidade de planear antecipadamente acções e é responsável pela integração da
personalidade.
➣ É particularmente importante na retenção e armazenamento de novas informações.
➣ Dá significado emocional aos acontecimentos de que o hipocampo se lembra.
➣ Permite-nos a compreensão do discurso oral dos outros.
A. 1, Córtex somatossensorial. 2, Hipotálamo. 3, Hipocampo. 4, Córtex visual.
B. 1 e 4, Córtex pré-frontal. 2 e 3, Amígdala.
C. 1, Córtex pré-frontal. 2, Hipocampo. 3, Amígdala. 4, Área de Wernicke.
D. 2 e 3, Amígdala. 1 e 4, Córtex frontal.
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 1 — ANTES DE MIM: A Cultura e a sua importância no comportamento
As crianças selvagens – Será que já nascemos humanos?
O Menino Selvagem de Aveyron
Assim, o seu isolamento passado condicionou a sua aprendizagem futura que, além do mais, deveria
ter sido realizada durante a sua infância (época em que o seu cérebro apresentaria mais plasticidade,
existindo uma facilidade de aprendizagem, socialização e interiorização dos comportamentos
característicos da sua cultura). Desta forma, o menino selvagem não só tinha que lutar contra o seu
passado como contra a idade avançada para uma aprendizagem, muito provavelmente, sua
desconhecida, sendo esta a razão porque, segundo Itard, “para ser julgado racionalmente, (o menino
selvagem de Aveyron) só pode ser comparado a ele próprio”.
Segundo a tese de Lucien Malson, que escreveu “Les enfant sauvages” (As crianças selvagens),
relatando e analisando não só este caso mas também outros casos de isolamento, o Homem é
inferior a grande número de animais no seu estado de natureza. O autor defende que os animais,
com o seu sistema nervoso rudimentar, não necessitam de viver com a sua espécie para realizar as
acções características da mesma, não carecendo de ensinamentos devido aos seus instintos já
desenvolvidos à nascença. Lançado no globo sem forças físicas e sem ideias inatas, incapaz de
obedecer por si só às leis constitucionais da sua organização, o Homem só pode encontrar no seio
da sociedade a posição eminente que a natureza lhe assinalou e, sem a civilização, seria, como já
referi, um dos mais fracos já que, de todos os seres vivos o Homem é o que na ocasião do
nascimento se mostra mais incapaz, condição necessária para os seus progressos ulteriores, e a ideia
de instintos que se desenvolvem por si só não corresponde à realidade humana.
Nasce inacabado e depende de uma sociedade, de uma cultura. Segundo Itard, “o indivíduo, privado
das faculdades características da sua espécie, arrasta miseravelmente, sem inteligência nem
afeições, uma vida precária e reduzida às funções de animalidade”. Assim, a superioridade moral,
que muitos consideram ser natural nos seres humanos, não é mais do que um resultado da
civilização, que contribui para a sua formação. Existe então, uma força imitativa destinada não só à
educação dos órgãos como à aprendizagem da palavra, que é muito activa nos primeiros anos de
vida, mas enfraquece rapidamente com o avançar da idade, com o isolamento e com todas as outras
causas relacionadas com a sensibilidade nervosa.
Quando o médico Itard tentou transmitir algum conhecimento no âmbito das letras, aconteceram,
por vezes, ataques de fúria, pelo facto destas serem muito abstractas e, consequentemente, mais
difícil foi a sua aprendizagem neste campo (neste contexto, alguns especialistas defenderem que o
médico procedeu mal ao incluir letras, por serem demasiado abstractas, na educação do menino).
Aprendeu também a desenvolver afectividade, o que foi considerado um grande progresso. Tornou-
se sensível às temperaturas extremas, espirrou pela primeira vez assim como chorou. À medida que
esta afectividade se foi desenvolvendo entre o menino e o Dr. Itard ou a Mme. Guérin, a
aprendizagem vai-se tornando mais fácil (note-se que os factores psicológicos são bastante
influenciáveis). Por último, como já foi referido, os factores socioculturais também influenciam as
nossas acções pois, ao estarmos inseridos numa sociedade, as nossas acções e comportamentos são
influenciados por ela, como se verificou com a socialização do menino selvagem, que teve de se
sujeitar a regras e a deveres morais.
Embora o menino selvagem de Aveyron, a quem Itard deu o nome de Victor por se mostrar
“sensível” ao som “ô”, tivesse conseguido evoluir, só podemos considerar essa evolução como
grande se tivermos em conta o seu estado inicial. Victor conseguiu pronunciar a palavra “lait”
(leite) e até mesmo escrevê-la, mas não foi dada muita importância a esta aprendizagem uma vez
que não era utilizada para mostrar uma necessidade, mas sim uma espécie de exercício preliminar,
que precedia espontaneamente à satisfação dos seus apetites.
Por fim, podemos concluir que o Homem, lançado na Terra, sem forças físicas nem ideias inatas,
tanto na selva como na mais civilizada das sociedades, será apenas aquilo que dele fizerem.
Segundo Jaspers (filósofo alemão), “são as nossas aquisições, as nossas imitações e a nossa
educação que nos transformam em homens do ponto de vista psíquico”.
É portanto necessário “admitir que os homens não são homens fora do ambiente social” (Lucien
Malson) e que necessitam, mais do que os outros animais, da vivência junto da espécie.
Joana Alçarias
in:http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/psicologia/psicologia_trabalhos/m
eninoselvagem.htm
2
As Meninas-Lobo
Caminhavam sobre quatro patas apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos
trajectos e sobre as mãos e os pés para os trajectos longos e rápidos.
Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e bebiam
como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram
recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; eram activas e ruidosas
durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram.
Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela
necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de
cinquenta palavras. Atitudes afectivas foram aparecendo aos poucos.
Chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que
cuidaram dela e às outras crianças com as quais conviveu.
A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos, inicialmente, e depois por
palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples.
in: http://www.espanto.info/
3
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2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha de Avaliação
Novembro/2009
1. As unidades biológicas elementares que contêm informação que determina a constituição orgânica
do ser vivo são:
A. Cromossomas;
B. Genótipo;
C. Genes;
D. A adenina, citosina, timina e guanina.
2. Pequenos segmentos de ADN que transportam informação hereditária têm o nome de:
A. Cromossomas;
B. Genótipo;
C. Genes;
D. Clonagem.
3. As características da espécie são transmitidas, de geração para geração, através dos genes. Esta
afirmação é:
A. Falsa: é o processo de aprendizagem que garante a transmissão da informação;
B. Verdadeira: é a auto-replicação do ADN que garante a transmissão da informação;
C. Falsa: a informação genética específica é determinada pelo sistema nervoso.
D. Verdadeira: os comportamentos humanos são determinados pelos genes.
1
7. A natureza biopsicossocial da espécie humana depende:
A. Da interacção de competências hereditárias e fisiológicas;
B. De factores sociais que actuam ainda antes do nascimento;
C. Da interacção de factores biológicos e ambientais;
D. De factores internos que mobilizam os comportamentos adequado.
8. Identifica nas afirmações que se seguem as que se referem à ontogénese e as que se relacionam
com a filogénese:
A. 1 e 2, filogénese; 3 e 4, ontogénese;
B. 1 e 3, ontogénese; 2 e 4, filogénese;
C. 1 e 4, filogénese; 2 e 3, ontogénese;
D. 1, 2, ontogénese; 3 e 4, filogénese.
9. O potencial genético determina o tipo de personalidade que será desenvolvido. Esta afirmação é:
A. Falsa: a personalidade é definida por factores do meio sociocultural;
B. Verdadeira: os indivíduos manifestam as características dos progenitores;
C. Falsa: o meio e as experiências pessoais influenciam a personalidade;
D. Verdadeira: a hereditariedade sobrepõe-se às influências do ambiente.
15. Quando, devido a lesão cerebral, o indivíduo perde competências, estas podem ser recuperadas.
A. Falsa: as lesões neuronais provocam a desactivação dos circuitos de conexão;
B. Verdadeira: as áreas adjacentes podem substituir as funções das áreas afectadas;
C. Falsa: as competências cerebrais estão dependentes de estruturas específicas;
D. Verdadeira: os neurónios circundantes deslocam-se para as áreas lesionadas.
16. Após leres as três afirmações que se seguem, escolhe a opção correcta.
1. O sistema nervoso central funciona por áreas especializadas, mas não independentes umas das
outras.
2. As funções de uma área cerebral lesionada podem ser asseguradas por outras áreas.
3. Os comportamentos humanos mais complexos requerem a acção integrada de várias áreas
cerebrais.
17. A leitura pode ser afectada por lesões no hemisfério cerebral esquerdo. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque é a área de Paul Broca que comanda, durante a infância, a aquisição da linguagem;
B. Falsa, porque o hemisfério cerebral direito é que superintende na linguagem;
C. Verdadeira, porque a linguagem é comandada pelo hemisfério cerebral esquerdo;
D. Falsa, porque as disfunções da área de Wernicke é que afectam a linguagem verbal.
19. As áreas primárias do córtex cerebral funcionam separadas das secundárias. Esta afirmação é:
A. Verdadeira: as áreas secundárias controlam as primárias;
B. Falsa: as áreas psicosensoriais ou de associação processam os dados sensoriais recebidos pelas áreas
sensoriais;
C. Verdadeira: controlam funções diferentes;
D. Falsa: as áreas psicosensoriais recebem, interpretam e organizam os dados sensoriais que elas próprias
produzem.
20. As investigações sobre o córtex pré-frontal (área pré-frontal do córtex cerebral) revelaram que:
A. A personalidade é independente do cérebro.
B. O cérebro não é o substrato biológico da personalidade.
C. Lesões em determinadas áreas do córtex pré-frontal provocam alterações na personalidade de um
indivíduo.
D. Lesões no córtex pré-frontal provocam perda da capacidade de iniciativa, mas não comportamento
anti-social.
3
II
1.
“A visão epigenética apresenta um marcante contraste com a concepção rígida do teórico do instinto (...)
segundo [o qual] cada instinto está localizado em centros de coordenação nervosa subjacentes.”
(Montagu)
2.
“Todo o comportamento é, em parte, genético, dado ser manifestado por um indivíduo que é o resultado
biológico do seu genótipo. Mas todo o comportamento é, em parte, fruto de factores ambientais, dado
exprimir-se no seio de uma sociedade humana, e de uma biografia única, em função de um contexto
variável. (…) A exposição ao ambiente começa no ventre materno (…). Genética e ambiente não estão
em competição, mas em constante interacção.” (Richar)
2.1. Mostra como o meio tem um papel fundamental na formação e desenvolvimento do cérebro.
2.2. Justifica a afirmação que se segue: “O córtex pré-frontal é o núcleo da nossa personalidade.”
III
No supermercado da vida, quase todos os animais parecem ser tecnologia de ponta, ferramentas
finíssimamente calibradas com o fim de cumprirem esta ou aquela tarefa num determinado nicho
ecológico. Como acontece com outros instrumentos semelhantes, servem muito bem para o que servem,
mas para nada mais. Quando mudam as circunstâncias ou a paisagem, perdem o vigor e extinguem-se
irremediavelmente. Pelo contrário, os seres humanos são anatomicamente indigentes, têm um desenho
grosseiro e carente de adequação precisa, mas suportam as mudanças e compensam com a sua actividade
inventiva as limitações a que estão sujeitos. (Savater)
Bom Trabalho!
COTAÇÕES
I–
20 x 3,5 70 pontos
II –
1. 1 x 30 30 pontos
2.1. 1 x 30 30 pontos
2.2. 1 x 30 30 pontos
III – 1 x 40 40 pontos
4
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
Sermos humanos é mais do que pertencermos a uma espécie de seres com uma determinada
biologia e estrutura corporal: depende da participação em contextos sociais e culturais particulares,
onde aprendemos formas de ser e de nos comportarmos.
As capacidades dos seres humanos em transformarem e adaptando-se ao meio em que vivem, levou
à construção de um mundo inter-humano que constitui o seu ambiente de suporte e protecção, e das
suas formas de vida.
A cultura é uma totalidade onde se conjugam, organizados de forma dinâmica, diversos elementos
materiais e simbólicos: conhecimentos, crenças, valores, leis e normas, formas de arte e expressão,
costumes e práticas sociais, assim como objectos e construções produzidas.
A cultura tem uma profunda influência na forma como cada um pensa, sente e se comporta. Não
somos, todavia, produtos directos destas influências culturais: somos também produtores de cultura,
agentes da sua construção, transmissão e transformação.
Um padrão cultural não é uma realidade estática: cada padrão cultural muda permanentemente não
só pela acção criadora, produtora de cultura, de cada um dos seus membros, mas também através do
contacto com outras culturas.
Cada padrão cultural ajuda a definir as expectativas comportamentais que podem ser encontradas
numa determinada comunidade. Os padrões de cultura permitem prever, até certo ponto, os
comportamentos daqueles que os partilham.
Apesar da sua influência mútua e fundamental, aquilo que nos tornamos a cada momento das
nossas vidas não é só determinado pelo que somos em termos físicos e biológicos, nem pelo que
nos rodeia em termos socioculturais.
É enquanto corpo biológico e social que encontramos significados para os nossos pensamentos,
emoções e acções, e participamos, portanto, na sua determinação: de nós próprios e dos contextos
em que vivemos.
Pode-se dizer que a experiência do mundo, dos outros e de nós mesmos é um elemento fundamental
da vida psicológica. A ligação que cada um estabelece com estas experiências faz-se através do
significado.
É no significado atribuído que se realiza a síntese entre a singularidade de cada um e a sua situação
ou contexto: físico, biológico, sociocultural e histórico.
A realidade em que cada um vive é não só uma realidade física, feita de objectos, de lugares, de
seres, mas também uma realidade interpessoal construída a partir das compreensões partilhadas e
comunicadas entre as pessoas, isto é, intersubjectiva.
O mundo intersubjectivo é um mundo de encontros em que cada um de nós conta e improvisa, dia a
dia, a sua história. A sua história entrelaça-se a cada momento na história dos outros e na do seu
tempo, é circunscrita pela sua vivência cultural e pela sua posição social, assim como pelas
características físicas do seu corpo.
A história de cada um escreve-se no diálogo entre o que cada um é a cada momento, a forma como
compreende o que acontece, assim como o significado que cada experiência adquire.
A história pessoal desenrola-se no diálogo entre o que percebemos (objectivamente) de nós, dos
outros, do mundo, do que os outros percebem, e o que (subjectivamente) construímos - acerca de
nós, dos outros e do mundo.
Os seres humanos são seres auto-organizados, isto é, são seres que organizam eles próprios o seu
fluxo de experiências e o tornam compreensível. É dessa forma que se constroem, agindo no
mundo, organizando-se a si mesmos no seu envolvimento com o mundo.
Nas suas actividades, histórias, e na teia das suas relações e interacções, as pessoas são agentes não
só de transformação de si e dos outros mas também agentes de transformação das suas
comunidades, sociedades e culturas.
A adaptação dos seres humanos não pode ser encarada de uma forma passiva, como se fosse a
resposta a uma ordem e a um ambiente preexistentes. O seu papel é activo no que diz respeito à sua
participação nos ambientes e às suas capacidades de auto-organização e autonomia.
A relação dialéctica entre ser vivo e ambiente leva a que, do processo de adaptação, resulte o
desenrolar de múltiplas histórias evolutivas. Aí reside o caminho de mudança e transformação quer
dos seres humanos quer dos seus contextos de vida.
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FICHA SOBRE A CULTURA
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção
1. A cultura é um conjunto de informações e de conhecimentos práticos, técnicos, teóricos e
valorativos que se transmitem de geração em geração sendo cada geração simplesmente a
guardiã do que foi adquirido.
R: Falso. A cultura é um processo cumulativo. Se fôssemos meros receptáculos do que é
transmitido, cada geração repetiria as competências e conhecimentos das gerações anteriores.
Ora não é isso que acontece. Somos produtos e produtores de cultura.
2. O processo de integração social que visa a aquisição de saberes, normas e valores básicos
necessários à adaptação do indivíduo à interacção com os outros denomina‐se socialização
secundária.
R: Falso. Denomina‐se socialização primária. É esta que nos dá os instrumentos básicos para a
inserção no «útero social» tais como aprender a falar uma língua, a escrever, a ler, a fazer
contas, a distinguir papéis e estatutos, etc. Transforma o indivíduo biológico em indivíduo social.
3. O tipo de socialização que se procura sempre que o indivíduo tem de se adaptar a situações
novas, a novos dados sociais ou a meios socioculturais relativamente desconhecidos designa‐se
socialização primária.
4. A socialização é um processo que se prolonga pela vida fora porque o ser humano pertence a
vários grupos ao longo das diferentes fases da sua vida.
R: Verdadeiro. Por razões pessoais e profissionais vamos pertencendo a diversos contextos de
socialização e de aculturação e assumindo diversos estatutos e papéis sociais.
5. Aos processos que decorrem do contacto entre elementos culturais ou entre pessoas
pertencentes a diferentes culturas, dá‐se o nome de aculturação.
R: Verdadeiro. A aculturação diz respeito ao conjunto dos fenómenos resultantes do contacto
contínuo entre grupos de indivíduos pertencentes a diferentes culturas, assim como às
mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos que decorrem desse contacto.
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Ficha Formativa
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3. O potencial genético que pode vir a ser influenciado por condições ambientais tem o nome de:
A. Hereditariedade;
B. Gene;
C. Genótipo;
D. Fenótipo.
9. A função vicariante ou de suplência do cérebro humano significa que, em caso de lesão de uma
área:
A. áreas vizinhas podem entrar em acção recuperando a área lesionada;
B. os neurónios que a compõem têm capacidade de regeneração;
C. áreas vizinhas podem entrar em acção e substituir as suas funções;
D. os neurónios que as compõem deslocam-se para área vizinhas.
11. Uma pessoa com uma lesão na área de Broca terá graves dificuldades em:
A. Compreender o que lhe dizem;
B. Produzir um discurso oral minimamente articulado;
C. Distinguir sons;
D. Identificar sinais gráficos.
12. O hemisfério cerebral direito e o hemisfério cerebral esquerdo são absolutamente diferentes em
termos funcionais. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque asseguram funções completamente distintas;
B. Falsa, porque a especialização não impede que haja suplência funcional;
C. Verdadeira, porque nenhuma função se transfere de um hemisfério para outro;
D. Falsa, porque o uso bilateral dos hemisférios só acontece em casos patológicos.
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Nota:
II
• Perspectiva preformista – perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz com
escassa e pouco relevante intervenção do meio.
• Perspectiva epigenética - perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz
mediante a interacção entre o património genético e as influências ambientais.
2.1. Mostra como o meio tem um papel fundamental na formação e desenvolvimento do cérebro.
(30 pontos)
III
1. Atentos os estudos efectuados, desenvolve a tese do texto, referindo os conceitos de:
- neotenia e programa genético aberto;
- lentificação e individuação;
- plasticidade e aprendizagem. (40 pontos)
2
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MATRIZ DA FICHA DE AVALIAÇÃO
NOTA PRÉVIA:
OBJECTIVOS:
ESTRUTURA:
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
2
I II IV V
As Relações Precoces
Síntese As Relações Precoces
Relações Precoces – Questões de Verdadeiro-Falso
Ficha Formativa – Dezembro-2009
2ª Ficha de Avaliação Dezembro-2009
Correcção da 2ª Ficha de Avaliação Dezembro-2009
MatrizTeste12B – Dezembro-2009
Os Grupos Sociais
As atitudes
Estereótipos e Preconceitos
Estatutos e Papéis
Os conceitos de expectativa e de atribuição
A agressão é uma reacção à frustração
Síntese As Relações Interpessoais
Síntese A influência social
Síntese A perspectiva ecológica do desenvolvimento
humano
As Relações Interpessoais – Sínteses Esquemáticas
Conformismo e Obediência – Questões de Verdadeiro-
Falso
3ª Ficha de Avaliação Fevereiro-2010
Correcção da 3ª Ficha de Avaliação Fevereiro-2010
Ficha Formativa – Fevereiro-2010
MatrizTeste12B – Fevereiro-2010
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TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES PRECOCES
As mudanças sociais vão ter como consequência a reconfiguração familiar, aparecendo o que muitos
designam por "novos pais". Para além de começarem a partilhar as tarefas domésticas, os homens
assumem um outro papel na relação com os filhos: dão o biberão, mudam as fraldas, dão-lhes banho,
passeiam e brincam com eles. Mais tarde, tornam-se confidentes dos filhos. A publicidade, o cinema e
os meios de comunicação social, em geral, têm reforçado a imagem do pai que, tal como a mãe, cuida
dos seus filhos. Apesar destas mudanças, os vários estudos apontam para o facto de, mesmo quando as
mulheres trabalham fora de casa, prestarem mais cuidados aos filhos do que os pais.
A psicologia desenvolveu, durante muito tempo, apenas investigações sobre as relações da mãe com o
bebé esquecendo a função parental dos homens. O papel cada vez mais interventivo dos homens na
relação com os filhos trouxe para a psicologia novas áreas de interesse e de estudo. Constatou-se que a
forma como o pai pega no bebé, o tom de voz, o modo como brinca e interage, distinguem-se dos da
mãe, contribuindo também para o desenvolvimento psicológico da criança.
Kevin Nugent, director do Instituto Brazelton do Hospital Pediátrico de Boston, que se tem dedicado a
estudar a importância da figura masculina no desenvolvimento emocional e social das crianças, afirma:
"A nossa investigação revelou que os pais [a figura masculina] desempenham um papel fundamental
no desenvolvimento emocional da criança, mas radicalmente diferente do papel desempenhado pela
mãe. Ser pai não é duplicar a figura da mãe, é acrescentar uma nova dimensão à vida da criança. Ele
brinca de modo diferente com ela, tem um modo diferente de lidar com as mais variadas situações. E
também de comunicar: Esta relação pode transmitir à criança um maior sentimento de segurança e
confiança. Durante o nosso trabalho, descobrimos que as crianças cujos pais estão muito envolvidos
na sua educação, que alteram a sua vida para estarem mais disponíveis para os filhos, mostram
também uma maior capacidade de desenvolvimento cognitivo."
Os pais, ao passarem a ter um papel mais activo no acompanhamento dos filhos, podem exercer uma
maior influencia no seu desenvolvimento social, cognitivo e emocional. Para além disso, as relações
que se estabe1ecem com os filhos contribuem para o próprio desenvolvimento pessoal do homem-pai.
2. CONCEITO DE RESILIÊNCIA
O termo resiliente tem origem na Física e designa a resistência do material aos choques e a capacidade
de uma estrutura absorver a energia cinética do meio sem romper. O termo foi aplicado em Psicologia,
a partir da década de 80, para designar os indivíduos que recuperam as suas energias depois de terem
sofrido uma depressão. Contudo, hoje, a expressão resiliente aplica-se fundamentalmente às crianças
que crescem em ambientes de privação e de risco (ex: violência e maus-tratos) e que conseguem
ultrapassar eficazmente os traumas vividos. Fogem ao ciclo de violência, ao fatalismo da criança que
sofre violência e será um adulto violento, delinquente, socialmente desajustado.
O psicólogo Elwin James Anthony desenvolveu um estudo sobre crianças que tinham sofrido
maus-tratos ou situações traumáticas ou que eram oriundas de famílias onde havia problemas de
alcoolismo ou outros e que as tornariam mais vulneráveis. Em 1980, dedica um livro ao tema: The
Vulnerable Child.
Conclui, entretanto, que, entre as crianças que designa por vulneráveis, há algumas que se desenvolvem
de forma equilibrada, o que lhe mereceu uma reflexão no livro The Invulnerable Child, em 1987.
É a psicóloga Emmy Werner quem vai aprofundar a questão num estudo que desenvolve numa zona do
arquipélago do Hawai. Das 698 crianças nascidas em 1955, destaca um grupo ele 201 bebés
considerados de risco. Durante 32 anos, ela e os seus colaboradores acompanharam o desenvolvimento
destes bebés, concluindo que, até à adolescência, um terço das crianças não apresentava qualquer
problema; dois terços resolveram os seus problemas até aos 30 anos, integrando-se na sociedade; só 6%
tiveram necessidade de apoio psicológico. Emmy Werner designou as crianças que resistiram às
adversidades de "crianças resilientes".
Geralmente, os investigadores identificam alguns factores que designam por "factores de protecção":
individuais, familiares e extrafamiliares. Os primeiros são características como a inteligência, a
auto-estima, a autonomia e o humor. A família, designadamente os pais, são elementos que permitem
resistir melhor as situações traumáticas. Às vezes, os pais são substituídos por um adulto significativo,
uma irmã, os avós, os tios.
Outros factores identificados são a escola - onde a criança pode participar em relações e actividades que
sejam fonte de confiança e auto-estima. Os encontros com pessoas significativas - por exemplo, um
professor - podem ser muito importantes. É o conjunto das defesas que permitirá que a criança elabore
comportamentos de modo a resistir e ultrapassar as situações. O conceito de resiliência tem sido
alargado à capacidade de resistir a situações adversas.
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Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
Para manter a relação com as figuras de vinculação - a mãe ou outros agentes maternantes -, o bebé
desenvolve um conjunto de comportamentos como seguir com o olhar, sorrir, agarrar, emitir vocalizações, etc.
O estudo da relação de vinculação foi aprofundado pela psicóloga Mary Ainsworth que, a partir dos dados da
experiência Situação Estranha, distinguiu três tipos de vinculação: segura, evitante e bivalente/resistente.
A vinculação segura seria a que influenciaria mais positivamente o desenvolvimento afectivo e psicológico do
bebé, com efeitos nas suas relações futuras.
Algumas críticas foram avançadas relativamente à forma como se retiraram as conclusões da experiência,
sobretudo se não se tiver em conta, para além de outros factores, as condicionantes de ordem cultural.
Há, contudo, um consenso relativamente a que a qualidade das relações precoces afecta o desenvolvimento
psicológico dos seres humanos. Uma vinculação securizante favorece a confiança em si próprio, a capacidade
de ultrapassar dificuldades e estabelecer relações sociais positivas.
Por outro lado, a segurança que a criança pode sentir na sua relação com os progenitores propicia o
desenvolvimento da sua autonomia no sentido da construção da identidade pessoa1.
As experiências levadas a cabo par Harlow com macacos vieram chamar a atenção para os efeitos das
carências afectivas. Constatou a necessidade que as crias tinham de estar junto das mães, de manterem
contactos físicos.
Considera que a necessidade do contacto físico com a mãe ou com outro cuidador estaria na origem da
vinculação, sendo mais importante do que a alimentação na construção dessa relação.
Um outro investigador - Rene Spitz -estudou o efeito das carências afectivas nos seres humanos. Designou por
hospitalismo as perturbações vividas por crianças a quem falta uma relação afectiva privilegiada com um
adulto.
Esta perturbação ocorre sobretudo em crianças que estão numa instituição, privadas do contacto com a mãe ou
outros agentes maternantes, e que se manifesta por atrasos no desenvolvimento físico e psicológico.
Tal como noutras situações, não se pode ser determinista dada a característica plasticidade do ser humano. Há
crianças que, apesar de sofrerem situações muito penalizadoras, conseguem resistir e desenvolverem-se com
equilíbrio. São o que se designa por resilientes.
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Ano Lectivo 2009/2010
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FICHA SOBRE AS RELAÇÕES PRECOCES
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção
1. As relações precoces são relações que acontecem antes de tempo.
R: Falso. São as primeiras relações da vida e a primeira forma de conhecimento que temos do
nosso mundo social. A qualidade destas relações vai influenciar de forma mais ou menos
poderosa as futuras relações ou vínculos afectivos. São a base da constituição de relações com
os outros.
2. A vinculação só pode estabelecer‐se com a mãe biológica.
R: Falso. Os cuidados maternos, o carinho e o conforto físico e psicológico podem ser dados por
uma figura materna que não a mãe biológica – mãe adoptiva ou outra figura feminina. O pai
também pode proporcionar cuidados maternos. A mãe competente diminui as inquietações da
criança dando‐lhe segurança, dá ao bebé amor, compreensão e protecção, reduz as situações de
desconforto promovendo o bem‐estar.
3. A vinculação é uma ligação física da criança quem cuida dela.
R: Falso. Há da parte do bebé a tendência de permanecer próximo da figura materna mas a
ligação não é meramente física ou baseada na satisfação de necessidades fisiológicas. A
vinculação estabelece‐se com quem estimula criança para o conhecimento do meio, com quem
o ampara em momentos de dúvida e hesitação, com quem lhe proporciona carinho e afecto ao
mesmo tempo que procura desenvolver as suas competências sociais e comunicativas.
4. A psicóloga Mary Ainsworth aprofundou o estudo da relação de vinculação e distinguiu 3
tipos de vinculação.
R: Verdadeiro. Vinculação segura, vinculação evitante e vinculação ambivalente/resistente.
5. A vinculação segura é a mais importante das formas de vinculação.
R: Verdadeiro. O bebé totalmente dependente dos outros precisa de se sentir seguro. O
sentimento de confiança advém do carinho, do conforto, da satisfação das necessidades básicas,
habitualmente por parte da mãe. Sentindo‐se protegido e seguro o bebé desenvolve um
sentimento fundamental: a confiança perante a vida e os outros, tolerando ou aprendendo mais
facilmente a tolerar a frustração.
6. As crianças criadas em instituições onde os cuidados são administrados sem que se
estabeleçam laços afectivos podem apresentar perturbações físicas e psíquicas.
R: Verdadeiro. Spitz denominava essa carência afectiva de hospitalismo. O hospitalismo é um
conjunto de perturbações que caracterizam muitas crianças que vivem longo tempo em
instituições de acolhimento sem uma figura materna competente que as proteja, ampare e ame.
Segundo Spitz, os efeitos dessas carências afectivas são: atraso no desenvolvimento físico,
dificuldades de adaptação ao meio ambiente, de manipulação de certos objectos, problemas de
desenvolvimento comunicacional devido a atraso na linguagem, menor resistência a doenças e
pouca sensibilidade para a necessidade de comunicar.
7. O fenómeno do hospitalismo acontece a todas as crianças privadas de uma relação normal
com uma figura materna.
R: Falso. O conceito de resiliência foi inventado para designar precisamente a capacidade de
algumas crianças de ultrapassar vivências traumatizantes e situações negativas.
8. Segundo Bowlby, a ruptura do laço afectivo e emocional com a mãe (ou uma figura materna)
nos primeiros anos de vida tem graves repercussões no desenvolvimento intelectual, social e
emocional da criança, estando na raiz de perturbações comportamentais, de insegurança e de
insociabilidade.
R: Verdadeiro. Para este psicanalista de crianças o medo do desconhecido era a base da
vinculação. Perdido o vínculo esse medo reaparece e dá origem a desequilíbrios
comportamentais.
9. A nossa personalidade é determinada de uma vez para sempre por experiências iniciais
emocionalmente difíceis.
R: Falso. Era a ideia de certo modo determinista de Bowlby, mas o conceito de resiliência revela
que há uma capacidade de superação de situações traumáticas. A ideia reinante actualmente é a
de que os efeitos da privação temporária e mesmo da ausência total (nunca ter tido) do afecto
materno são, geralmente, reversíveis se construirmos outros vínculos duradouros.
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2009/2010
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Ficha Formativa
Dezembro/2009
I
Selecciona a alternativa correcta
1. O processo de socialização pode descrever‐se como a:
A. apropriação de saberes que permitem o exercício de papéis;
B. aprendizagem de hábitos, que permitem a adaptação a um grupo social específico;
C. apropriação de atitudes e comportamentos que permitem a inserção numa sociedade;
D. aprendizagem de regras que permitem a integração numa instituição.
2. A socialização é um processo que decorre entre o nascimento e os seis anos. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque é até aos seis anos que o indivíduo adquire os padrões culturais do grupo social a
que pertence;
B. falsa, porque a socialização decorre ao longo da vida, sempre que existe adaptação a novas situações
sociais;
C. verdadeira, porque é até aos seis anos que a família e o meio exercem maior influência no
comportamento dos indivíduos;
D. falsa, porque a socialização decorre desde o nascimento até ao final da adolescência, período
fundamental para adquirir comportamentos sociais.
3. A relação precoce com a mãe modela as competências sociais do bebé. Esta afirmação é:
A. falsa: as competências sociais do bebé são originadas por motivações inatas;
B. verdadeira: as competências sociais do bebé dependem do estatuto familiar;
C. falsa: a socialização estrutura‐se na relação com os pares;
D. verdadeira: a socialização inicia‐se com os cuidados parentais.
4. Analisa as afirmações que se seguem sobre o conceito de vinculação. Selecciona, depois, a alternativa
que as identifica correctamente.
1. Desde muito cedo, o bebé discrimina e hierarquiza diversas figuras de vinculação.
2. O choro sinaliza uma relação de vinculação frágil, enquanto o sorriso dá conta de vínculos consolidados.
3. Agarrar e gatinhar são comportamentos activos de vinculação.
A. 2. é verdadeira; 1. e 3. são falsas;
B. 1. é verdadeira; 2 e 3. são falsas;
C. 1. e 3. são verdadeiras; 2. é falsa;
D. 1. e 2. são verdadeiras; 3. é falsa.
1
5. Analisa as características que René Spitz atribui ao que designou por hospitalismo.
Selecciona depois a alternativa correcta.
1. Perturbações vividas por crianças privadas de cuidados maternos.
2. Menor resistência às doenças e atraso no desenvolvimento psicológico.
3. Comportamentos que privilegiam o contacto com os outros.
4. Maior resistência às infecções e aos conflitos sociais.
A. 1. e 3. verdadeiras; 2. e 4. falsas;
B. 1. e 2. verdadeiras; 3. e 4. falsas;
C. 1. e 4. verdadeiras; 2. e 3. falsas;
D. 1. e 3. falsas; 2. e 4. verdadeiras.
6. O desenvolvimento humano depende de factores:
A. hereditários, genéticos e ambientais;
B. ambientais, maturacionais e genéticos;
C. ambientais, experienciais e sociológicos;
D. biológicos, psicológicos e ambientais.
7. O organismo humano é considerado uma unidade bio‐psico‐sociológica. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque as capacidades biológicas necessitam de um meio que lhes permita a realização e
de uma estrutura psicológica que lhes dê significado;
B. falsa, porque as capacidades psicológicas dependem da interacção que o indivíduo estabelece com o
meio social que o rodeia;
C. verdadeira, porque as capacidades biológicas determinam as competências psicológicas e o tipo de
relações sociais que o indivíduo irá desenvolver;
D. falsa, porque os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, sendo distintos entre si, actuam de forma
parcelar no organismo.
8. Analisa as afirmações que se seguem sobre a relação mãe‐bebé. Selecciona, depois, a alternativa que as
avalia correctamente.
1. O estabelecimento de um vínculo com a mãe é crucial para o desenvolvimento da personalidade da
criança.
2. O bebé é um ser passivo na relação com os outros.
3. A mãe vincula‐se ao bebé após o nascimento.
A. 1. é verdadeira; 2. e 3. são falsas;
B. 1. e 2. são verdadeiras; 3. é falsa;
C. 2. é verdadeira; 1. e 3. são falsas;
D. 2. e 3. são verdadeiras; 1. é falsa.
2
II
Assinala as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F):
a) Imaturidade do bebé significa depender de um adulto que funcione como mãe e não ser passivo,
inerte e insensível. V
b) As mães de veludo, satisfazem cabalmente as necessidades essenciais dos macaquinhos bebés. F
c) O bebé comunica com a mãe através da fome, sorriso, choro e afectos. F
d) A vinculação é um processo em que a mãe e o bebé estabelecem contacto com vista à satisfação
das necessidades biológicas. F
e) A vinculação é uma necessidade afectiva e social, é ser reconhecido. F
f) A vinculação não influencia em nada o processo de desenvolvimento da criança devido à
capacidade de resiliência. F
g) Uma vinculação segura proporciona ao indivíduo melhores capacidades para pensar bem de si. F
h) Uma vinculação segura assegura de forma muito positiva o desenvolvimento afectivo e psicológico
do bebé, favorecendo a confiança em si próprio, a capacidade de ultrapassar obstáculos de modo a
proporcionar condições para uma maior autonomia e liberdade essenciais para estabelecer
relações sociais positivas. V
i) As investigações de Harlow com macacos levaram à conclusão que a necessidade básica do
conforto físico não é tão importante como as necessidades de alimentação. V
j) O termo hospitalismo refere‐se a perturbações vividas por crianças a quem falta uma relação
afectiva privilegiada. V
k) Tal como noutras situações, não se pode ser determinista dada a característica da plasticidade do
ser humano. V
l) Há crianças que, apesar de sofrerem situações muito penalizadoras, conseguem resistir e
desenvolverem‐se com equilíbrio. São o que se designa de resilientes. V
A partir daqui estas questões estão desenvolvidas no Moodle Aberto, no documento em , com
o título: Relações Precoces – Questões de Verdadeiro/Falso
m) As relações precoces são relações que acontecem antes de tempo. F
n) A vinculação só pode estabelecer‐se com a mãe biológica. F
o) A vinculação é uma ligação física da criança quem cuida dela. F
p) A psicóloga Mary Ainsworth aprofundou o estudo da relação de vinculação e distinguiu 3 tipos de
vinculação. V
q) A vinculação segura é a mais importante das formas de vinculação. V
r) As crianças criadas em instituições onde os cuidados são administrados sem que se estabeleçam
laços afectivos podem apresentar perturbações físicas e psíquicas. V
s) O fenómeno do hospitalismo acontece a todas as crianças privadas de uma relação normal com
uma figura materna. F
t) Segundo Bowlby, a ruptura do laço afectivo e emocional com a mãe (ou uma figura materna) nos
primeiros anos de vida tem graves repercussões no desenvolvimento intelectual, social e emocional
da criança, estando na raiz de perturbações comportamentais, de insegurança e de insociabilidade.
V
u) A nossa personalidade é determinada de uma vez para sempre por experiências iniciais
emocionalmente difíceis. F
3
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2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha de Avaliação
Versão A Dezembro/2009
I
2. Os esquemas comportamentais hereditários do Homem são pouco especializados, uma vez que é na
relação com os outros que se estruturam as competências humanas. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque os esquemas comportamentais hereditários especializam-se na relação com os
indivíduos da mesma espécie;
B. falsa, porque os esquemas comportamentais hereditários são mais especializados do que os de outras
espécies;
C. verdadeira, porque são os processos de socialização que conferem ao indivíduo as competências
humanas;
D. falsa, porque são os processos biológicos que conferem ao indivíduo as competências humanas.
3. A socialização é um processo:
A. de transformação de normas sociais em função do contacto com outras culturas;
B. de aprendizagem e adopção de normas, atitudes e valores de uma comunidade;
C. de aprendizagem dos conhecimentos que definem o avanço de uma comunidade;
D. de integração das crianças inadaptadas numa escola.
7. Seguem-se afirmações sobre a cultura e os padrões culturais. Lê-as atentamente e depois selecciona
a alternativa correcta
1. Os padrões culturais são formas colectivas de comportamento universais porque se impõem a todos os
indivíduos de uma sociedade.
2. Os padrões culturais contribuem para facilitar a adaptação dos indivíduos à sociedade.
3. A cultura é a totalidade das produções humanas, materiais e espirituais transmitidas aos vindouros.
4. A cultura é tudo o que recebemos por herança genética e social.
A. 1 e 4 verdadeiras; 2 e 3 falsas;
B. 1, 2 e 3 verdadeiras; 4 falsa;
C. 1 e 4 verdadeiras; 2 e 3 falsas;
D. 1 e 3 falsas; 2 e 4 verdadeiras.
10. A diferença nos comportamentos humanos radica nas diferenças culturais. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque os padrões culturais são modos de conduta típicos que as pessoas assimilam durante a
socialização;
B. falsa, porque as diferenças entre os comportamentos devem-se essencialmente aos factores de natureza
genética;
C. verdadeira, porque o nosso inacabamento biológico exige o complemento de aprendizagens sociais feitas
em meios culturais diversos;
D. falsa, porque há comportamentos iguais em diferentes culturas.
11. O modo como os pais reagem às solicitações do bebé varia com os contextos socioculturais. Esta
afirmação é:
A. Falsa, porque os comportamentos dos pais são mais baseados na rotina do que em padrões culturais;
B. Verdadeira, porque nenhum pai é capaz de resistir quando um bebé, chorando, o chama insistentemente;
C. Falsa, porque os contextos sociais e culturais pouca influência exercem nas condutas parentais;
D. Verdadeira, porque as normas e os padrões culturais influenciam todas as condutas, inclusive as
parentais.
13. A relação precoce com a mãe modela as competências sociais do bebé. Esta afirmação é:
A. verdadeira: as competências sociais do bebé dependem do estatuto familiar.
B. falsa: as competências sociais do bebé são originadas por motivações inatas.
C. verdadeira: a socialização inicia-se com os cuidados parentais.
D. falsa: a socialização estrutura-se na relação com os pares.
15. Analisa as afirmações que se seguem, sobre a relação mãe-bebé. Selecciona, depois, a alternativa
que as avalia correctamente.
1. A criança que se vincula fortemente à mãe tem dificuldades em se relacionar com outras pessoas.
2. A estrutura da personalidade alicerça-se nas experiências precoces.
3. Uma boa assistência à criança em termos de alimentação e higiene é um bom substituto do afecto
materno.
4. A vinculação assenta numa relação afectiva recíproca.
1. A vinculação consiste na tendência dos bebés para nos primeiros tempos de vida permanecerem junto da
mãe ou do adulto do qual dependem.
2. Segundo Bowlby, as crianças que são afastadas dos familiares por mais de três meses podem apresentar
sintomas de desespero, irritação ou apatia.
3. A síndroma do hospitalismo atribui-se unicamente ao facto de as crianças serem internadas em hospitais.
20. É na medida em que um bebé se vincula à mãe e se sente seguro que pode libertar-se dela para
explorar os objectos do ambiente. Esta afirmação é:
A. falsa, porque vinculação e liberdade são incompatíveis;
B. verdadeira, porque alguns bebés são naturalmente medrosos, não se atrevendo a fazer explorações;
C. falsa, porque uma vinculação forte à mãe atrofia os bebés;
D. verdadeira, porque a confiança transmitida pela mãe contribui para a auto-confiança dos bebés.
II
2. A criança tem a capacidade e a necessidade de interagir com o meio. Mostra as competências relacionais
do recém-nascido.
III
“A investigação tem mostrado que o estilo de vinculação de cada pessoa marca o modo como ela
constrói e dinamiza as suas relações com os outros. Assim, a relação que uma mãe estabelece com o
seu filho está dependente do modo como ela mesma representa a sua relação passada com os pais e
traduz-se no tipo e na qualidade de cuidados que proporciona ao bebé.” (Pacheco, A. et al.)
– a noção de vinculação;
– a importância da relação mãe-bebé no desenvolvimento do ser humano;
– o contributo das experiências de Harlow, Bowlby e Spitz.
Bom Trabalho!
COTAÇÕES
I–
20 x 3,5 70 pontos
II –
1. 1 x 30 30 pontos
2. 1 x 30 30 pontos
3. 1 x 30 30 pontos
III – 1 x 40 40 pontos
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Dezembro/2009
Nota:
Os elementos a seguir apresentados são, sobretudo, ilustrativos.
As questões dos Grupos II e III serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:
A1 – Domínio dos conteúdos.
A2 – Adequação das respostas às questões.
A3 – Mobilização das competências fundamentais.
B1 – Clareza e coerência da exposição.
B2 – Correcção da expressão escrita.
Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.
I
Escolha múltipla: (70 pontos)
1 C; 2 C; 3 B; 4 A; 5A; 6 A; 7 D; 8 D; 9 A; 10 C; 11 D; 12 A; 13 C; 14 B; 15 D; 16 A; 17 C; 18 C; 19 B;
20 D
B
1 D; 2 A; 3 B; 4 A; 5 A; 6 D; 7 C; 8 B; 9 B; 10 C; 11 C; 12 D; 13 B; 14 D; 15 A; 16 C; 17 B; 18 B; 19 A;
20 A
II
As competências básicas do bebé são um conjunto de capacidades que estimulam aqueles que o
rodeiam a satisfazer as suas necessidades. São estratégias comportamentais para estimular/seduzir os
adultos: sorriso, choro, expressões, vocalizações.
III
Vinculação – forte laço emocional que progressivamente se desenvolve entre o bebé e a pessoa que
satisfaz várias das suas necessidades (sobretudo afectivas).
Esta ligação é recíproca e, mais do que da proximidade física, depende da interacção que se processa. O
primeiro vínculo afectivo é crucial para um desenvolvimento saudável porque funciona, em certa medida,
como um protótipo para todas as relações futuras. O modo como se processa a relação mãe-bebé tem forte
impacto no desenvolvimento do indivíduo ao nível da auto-estima, da confiança e da capacidade de
relacionamento interpessoal equilibrada.
Harlow – a necessidade de contacto aconchegante era uma base mais forte para a formação de um vínculo
do que a satisfação da fome ou da necessidade de sucção. a mãe de tipo felpudo fornecia uma base segura
a partir da qual o macaco-bebé podia explorar o meio ambiente.
O vínculo afectivo só em parte deriva da satisfação de necessidades biológicas, depende
fundamentalmente de respostas emocionais.
Spitz – defendeu que a ausência de carinho, de laços verdadeiramente humanos e de cuidados de tipo
maternal eram os principais factores responsáveis pela mortalidade das crianças em instituições de
acolhimento.
A privação afectiva precoce provocava dor psíquica (depressão) e acontecia, por exemplo, na sequência
de longa hospitalização da mãe ou da criança.
Quando a ruptura da relação afectiva era parcial e passageira, acontecia a depressão anaclítica, uma
ausência de estimulação afectiva que era reversível, ou seja, que cessava no momento do reencontro entre
a figura materna e a criança.
Quando o rompimento do vínculo afectivo era duradouro e total, sucedia uma privação emocional a que
Spitz deu o nome de hospitalismo.
NOTA PRÉVIA:
• Socialização
• Cultura e padrões culturais
• Papel dos significados atribuídos à experiência
• Auto-organização e criação sociocultural
• Diversidade biológica, funcional e cultural
OBJECTIVOS:
OBJECTIVOS:
• Identificar as competências básicas do bebé.
• Relacionar a prematuridade do bebé com a sua predisposição para desenvolver
competências relacionais.
• Reconhecer a estrutura da relação do bebé com a mãe.
• Identificar as competências básicas da mãe.
• Relacionar as competências do bebé e do adulto.
• Identificar as características da relação de vinculação.
• Reconhecer o valor adaptativo dos comportamentos de vinculação.
• Descrever as experiências de Harlow com primatas.
• Relacionar vinculação e autonomia.
• Caracterizar as relações precoces.
• Compreender o papel das experiências de Harlow para o desenvolvimento da teoria da
vinculação.
• Explicar o papel das relações precoces no tornar-se humano.
• Relacionar vinculação e desenvolvimento social e emocional.
• Inventariar os sintomas de inadaptação social em crianças privadas do convívio social.
• Explicar os contributos de Bowlby e Spitz para o reconhecimento da necessidade de
vinculação.
• Compreender os dados da experiência de Mary Ainsworth.
• Problematizar as consequências da ausência de relações precoces a partir do conceito de
resiliência.
ESTRUTURA
O teste incluirá o seguinte tipo de questões:
• questões de escolha múltipla e/ou de resposta Verdadeiro/Falso;
• questões de resposta orientada (curtas, claras e objectivas);
• questões de resposta aberta (extensas e de desenvolvimento).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
As questões do tipo 2 e 3 serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:
2
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Os grupos sociais
O que são
Um grupo é uma unidade social constituída por dois ou mais indivíduos entre os quais existe
interacção relativamente estável e duradoura, marcada pela diferenciação de estatutos e papéis, pela
partilha de normas e valores (fonte de unidade e coesão) e por interesses, objectivos e aspirações
comuns.
Assim, um certo número de indivíduos constitui um grupo quando:
a) há interacção relativamente estável ou frequente entre eles;
b) são regidos por normas e valores comuns;
c) há um sistema explícito ou implícito de papéis e de estatutos que assegura diferenciação de funções,
de direitos e de deveres;
d) têm a percepção de si próprios como pertencendo a um grupo («nós») e são reconhecidos como tal
na interacção social («eles»);
e) há cooperação em vista de objectivos comuns.
O que não são
Um grupo não é um aglomerado de pessoas ou uma categoria sociológica. Um aglomerado de
pessoas é um conjunto de pessoas que, embora possam interagir por alguns momentos, têm como
característica essencial a proximidade física ou estarem espacialmente juntas.
Uma categoria sociológica é um conjunto de pessoas que têm algumas características em comum,
como a pertença a uma mesma etnia, o desempenho da mesma profissão ou o mesmo credo religioso,
mas a grande maioria dos seus membros não se conhece, nunca interagiu e é pouco provável que o
venha a fazer.
Exemplificando, os jogadores profissionais de futebol do continente europeu são uma categoria
sociológica e a equipa de futebol do Benfica é um grupo.
Deve notar-se que a interacção esporádica e ocasional não faz de qualquer conjunto de pessoas um
grupo.
Tipologia dos grupos
Distinguem-se habitualmente dois tipos de grupos: os grupos primários e os grupos secundários.
Os grupos primários são unidades sociais cujos membros interagem muito frequentemente,
comunicando de forma pessoal, directa e espontânea (são grupos de comunicação directa, face a face),
baseando-se essa comunicação mais na intimidade e afectividade do que em motivações de ordem
funcional (económicas, políticas, etc.). São exemplos a família, a turma, os grupos de pares, de
vizinhos, etc.
Os grupos secundários são unidades sociais cujos membros interagem mais indirecta do que
directamente (podendo alguns nunca virem a conhecer-se), sendo escassa a vinculação afectiva e
limitando-se a cooperação e solidariedade a um campo de interesses de tipo laboral e funcional. São
exemplos os partidos políticos, as empresas, as escolas, os sindicatos ou as associações recreativas.
Nos grupos primários, a interacção é mais frequente, mais informal, mais espontânea, mais directa do
que nos grupos secundários.
Nestes, há um maior número de elementos e um sistema de estatutos e de papéis bem mais rígido e
impessoal do que nos grupos primários.
ESQUEMATIZANDO:
Um grupo é uma unidade social, é um conjunto de indivíduos, mais ou menos estruturados, com
objectivos e interesses comuns cujos elementos estabelecem entre si relações, isto é, interagem.
P - pessoa
1 - família
2 - grupo profissional
3 - partido político
4 - clube
A pessoa (P) pertence a grupos muito diferentes quanto à dimensão, à composição, à estrutura, aos
papéis desempenhados, ao contexto, às normas a que obedece.
TIPOS DE GRUPO
Poderemos distinguir os grupos segundo múltiplas variáveis. A dimensão do grupo, os seus objectivos
e tarefas determinaram o tipo de interacção e comunicação que os seus elementos estabelecem. Assim,
distinguem-se geralmente dois tipos de grupos: os grupos primários e os grupos secundários.
Nos grupos secundários, geralmente formados por um maior número de elementos que os grupos
primários, a comunicação e as relações que se estabelecem não são directas. O relacionamento está
marcado pela formalidade e impessoalidade.
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EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
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TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
ATITUDES
Em 1935, Allport (1890-1976), na sua obra Atitudes, considerava que o conceito de atitude era
central em psicologia social. As atitudes constituem elementos básicos das relações sociais. Têm sido
objecto de inúmeras investigações e, hoje em dia, com grandes repercussões práticas: nas questões da
opinião pública, na propaganda, nas crenças religiosas, na competição entre grupos, na mudança de
comportamento, etc.
Podemos definir atitude como uma tendência, uma predisposição, para responder a um objecto,
pessoa ou situação, de uma forma positiva ou negativa. A atitude implica um estado que
orienta o indivíduo a reagir de determinado modo a um objecto, que pode ser, uma pessoa, um
grupo social, uma instituição, uma coisa, um valor, um conceito...
Não se pode confundir atitude com comportamento - a atitude é um potencial para reagir de
determinado modo a um objecto. Por exemplo, se uma pessoa tem uma atitude negativa
relativamente aos pedintes, provavelmente não lhes dará esmola quando for solicitado, apoiará
medidas que visem irradiar os mendigos das ruas, produzirá um discurso contra a mendicidade, etc.
A atitude determinará reacções semelhantes sempre que se verifiquem situações em que determinado
objecto está implicado. Não constitui uma reacção isolada, mas um conjunto de predisposições,
reacções que se desencadeiam em determinadas situações.
É através do comportamento manifestado pelo indivíduo que poderemos inferir das atitudes, dado
que estas não são objectivamente observáveis. Manifestam-se através de expressões verbais ou não
verbais, de opiniões, de comportamentos, como a adesão a um grupo político ou religioso, através da
aquisição de determinados objectos, etc. Por outro lado, se conhecermos a atitude de uma pessoa, por
exemplo, face à religião católica, será possível descrever, compreender e até prever alguns aspectos
do seu comportamento.
Componente cognitiva – uma atitude inclui um conjunto de crenças sobre um objecto. A crença é a
informação que aceitamos sobre uma situação, um acontecimento, um conceito. É o que acreditamos
como verdadeiro acerca do objecto.
A esta atitude estão, frequentemente, associados alguns destes comportamentos: a pessoa não fuma,
tenta convencer os outros a não fumar, participa em campanhas contra o tabaco... (componente
comportamental).
Contudo, a psicologia social tem enfatizado o carácter complexo das atitudes. A propósito do
exemplo dado, conheces talvez casos em que, apesar de haver pessoas que associam o tabaco ao
prejuízo da saúde, continuam a fumar, tentando frequentemente compatibilizar esta crença com o
reconhecimento de que o tabaco estimula o trabalho, favorece o convívio, etc.
As atitudes permitem que o sujeito organize e classifique os objectos do meio, bem como os
conhecimentos e as necessidades. São, por isso, facilitadoras da adaptação à realidade,
contribuindo para a estabilidade da personalidade das pessoas, dado o seu carácter
relativamente permanente.
Em geral, o indivíduo considera que as suas atitudes são correctas e, por isso, devem ser aceites
como tal. Quando as atitudes são partilhadas pelos grupos a que o indivíduo pertence e pelas pessoas
com quem se relaciona, considera-as verdades naturais.
A formação de atitudes
1. Fontes de influência
As atitudes resultam de uma aprendizagem. Começamos a formar atitudes desde a mais tenra
infância mediante a nossa experiência directa e também mediante a observação do comportamento
dos outros.
Muitas das nossas atitudes formam-se devido ao papel das seguintes fontes de influência:
2. Mudança de atitudes
Não nos limitamos a adquirir novas atitudes. Também modificamos as atitudes que já temos. Deve
notar-se que há muitos indivíduos e grupos interessados e empenhados em mudar as nossas atitudes:
políticos, publicitários, grupos religiosos, amigos e familiares tentam, mais insistentemente uns do
que outros, persuadir-nos a adoptar os seus pontos de vista.
Os psicólogos sociais identificaram quatro factores que podem influenciar a mudança de atitudes:
1 – O comunicador ou a fonte da mensagem.
2 – A mensagem.
3 – O meio.
4 – A audiência ou as características de quem recebe a mensagem.
A probabilidade de modificação de uma atitude é mais acentuada se o comunicador possuir uma forte
credibilidade (se nos der boas razões para acreditar nele), se for atraente (a atracção tem um forte
peso na mudança de atitudes) e se for dotado de poder e de prestígio (quanto maiores mais influência
o comunicador exerce). A disponibilidade para ajudar pessoas com o vírus do HIV aumentou
significativamente uma semana depois de o famoso basquetebolista da N.B.A., Magic Johnson, ter
declarado que ele próprio estava infectado e que era necessário criar programas de ajuda aos doentes.
A mensagem
A natureza da mensagem também desempenha um papel importante. Que tipo de mensagens há? A
mensagem pode ser lógica, racional, não emotiva («os factos e nada mais!»), emotiva ou uma
combinação dos dois elementos. Que tipo de mensagem tem mais probabilidades de sucesso? A
mensagem que desperta medo e receio (campanhas antitabagistas, contra os perigos do excessivo
consumo de álcool e as que advertem para os efeitos trágicos da não-utilização de cinto de
segurança) parece ser um meio eficaz de persuasão.
Segundo Sharif e Horland as atitudes que a mensagem veicula serão mais facilmente aceites se não
forem muito diferentes daquelas que a audiência, em geral, já possui. Se esta acredita que o aborto só
deve ser praticado estando a vida da mãe em perigo então estará receptiva a uma mensagem
afirmando que a sua prática deve depender do parecer de um conselho de médicos mas não a
mensagens que afirmem que o aborto não deve ser em situação alguma permitido ou que ele deve ser
feito a pedido da mãe ou do casal.
A repetição da mensagem é outro factor a ter em conta como bem sabem os publicitários.
O meio
O meio de comunicação da mensagem pode ter um impacto significativo. A persuasão pessoal, face a
face, parece ser mais eficaz do que através dos «mass media».
Uma iniciativa procurou reduzir a incidência de doenças cardíacas em duas cidades da Califórnia. Os
habitantes da cidade de Gelroy foram objecto de uma campanha multimédia de sensibilização
3
durante dois anos. Os residentes em Watronville foram alvo da mesma campanha mas sob a forma de
contacto porta a porta. (Maccoby, 1990). A maior redução do índice de risco verificou-se nesta
última cidade.
As pessoas diferem na rapidez com que podem ser persuadidas a mudar de atitudes.
Há pessoas mais susceptíveis de serem influenciadas do que outras: as crianças são mais
influenciáveis do que os adultos e os jovens estão mais disponíveis para a mudança de atitudes do
que as pessoas de idade. Rhodes e Wood (1992) concluiram que as pessoas dotadas de uma
inteligência superior são pouco susceptíveis à persuasão. A susceptibilidade de influência parece
também ser muito reduzida em pessoas com assinalável auto-estima. Por outro lado, o sucesso da
persuasão é menor em zonas ideologicamente conservadores do que em zonas marcadamente
liberais. Factor a não descurar é o facto de a mensagem ser mais persuasiva quando vai ao encontro
das necessidades do sujeito – esta é uma regra de ouro das campanhas políticas.
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EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
ESTEREÓTIPOS E PRECONCEITOS
Se consultares um dicionário, verás que a palavra estereótipo tem origem em dois vocábulos gregos:
stereó, "sólido", + týpos, "molde". É um termo utilizado para designar "impressão, obra impressa numa
chapa de caracteres fixos".
Em psicologia social, designa uma concepção simplificada e relativamente rígida manifestada por uma
pessoa ou grupo. Os estereótipos são ideias feitas que resultam de generalizações e/ou de especificações,
tendentes a considerar que todos os membros de um agrupamento social, de um grupo se comportam do
mesmo modo ou têm as mesmas características.
Reconheces, com certeza, os estereótipos sexuais: os homens são encarados como racionais,
independentes, dominadores, seguros; as mulheres são, pelo contrário, emotivas, carentes, dóceis,
sensíveis. Assim, os estereótipos têm proporcionado aos homens assumir papéis sociais mais activos e
desafiantes e às mulheres papéis de suporte e de dependência.
Estas ideias simplificadas, que abrangem diferentes grupos, como, por exemplo, drogados, árabes,
padres, ingleses, ciganos, judeus, negros..., são transmitidas pelo meio cultural e social. São assimiladas
sem que o indivíduo tenha consciência, apresentando-se como verdades indiscutíveis. Em muitos casos,
as pessoas que estereotipam as outras fazem-no para satisfazer a sua necessidade de estatuto de
superioridade. E, muitas vezes, um mecanismo de defesa para protecção da auto-imagem.
O estereótipo tem uma forte componente afectiva, o que implica sempre uma atitude favorável ou
desfavorável.
Como o próprio nome indica, o preconceito "é um conceito formado antecipadamente e sem fundamento
sério ou razoável". Em psicologia social, designa uma atitude que deriva de pré-julgamentos e que
conduz os sujeitos a avaliar negativa ou positivamente objectos, pessoas ou grupos sociais, sendo mais
frequentes os preconceitos com valência negativa que conduzem ã discriminação, à segregação.
"No plano cognitivo, o preconceito está ligado a expectativas segundo as quais o grupo em
causa agirá mal no trabalho ou adoptará comportamentos criminosos. No plano afectivo, o
preconceito está associado à evitação, à agressividade, à discriminação"
BATHUS
O estatuto é o conjunto das obrigações e dos comportamentos que legitimamente esperamos que os
outros cumpram em virtude da nossa posição social. É o conjunto dos direitos cujo respeito e
comprimento é dever para os outros.
- O estatuto é a posição ou lugar que um indivíduo ocupa numa hierarquia social que lhe conferem
direitos psicossociais.
- Os estatutos são atribuídos, prescritos ou impostos (pelo facto de termos nascido num determinado
sistema social, como por ex. o estatuto de filho) ou adquiridos (pelo facto de o termos conquistado com o
nosso esforço e empenho, como por ex. o estatuto profissional).
O papel é o conjunto de deveres que os membros do grupo ou da sociedade a que pertencemos esperam
que cumpramos em função do nosso estatuto. É o conjunto de obrigações e de comportamentos que os
outros têm direito a esperar de quem ocupa uma dada posição social.
- Os papéis sociais são um conjunto de comportamentos - funções, que são esperados pelos outros
membros da sociedade, de alguém que detém um determinado estatuto.
Formamos impressões relativamente coerentes dos outros com base em determinadas peças de
informação. Tendemos a colocar as pessoas em categorias sociais. Uma Categoria sociais seriam, por
exemplo, «Belo é bom», «Introvertido é antipático» ou «Gorducho é bem-disposto». Muita
informação é posta de parte quando colocamos uma pessoa nalguma destas categorias. Quando vemos
uma pessoa atraente podemos quase sem dar por isso colocá-la na categoria «Belo é bom» e julgar que
tem todas as características afins ou associadas com tal categoria, tais como simpática, inteligente e
sociável. Portanto, ao encetarmos relações interpessoais não começamos do zero. Tendemos a
considerar que as pessoas reservadas e pouco comunicativas são antipáticas e anti-sociais, que não
serão boa companhia para jantar. Julgamos que as pessoas faladoras e dinâmicas são simpáticas e
agradáveis companhias, que as pessoas bonitas são boas – daí vários filmes retratarem os maus várias
vezes como feios e até assustadores – que as estrelas de cinema e da música são temperamentais,
caprichosas e sobranceiras. Com base nas impressões que formamos, atribuímos certas causas aos
comportamentos das pessoas e desenvolvemos expectativas acerca do modo como se irão comportar.
As primeiras impressões que formamos dos outros são algo que abandonamos com dificuldade e
exercem uma influência poderosa sobre as nossas atribuições e expectativas. Vejamos o que estes
termos significam.
Maria não gosta da disciplina de História. Contudo, as aulas de História são as suas preferidas. O
professor João tem uma maneira de dar aulas bastante informal, alegre e consegue transformar o que à
primeira vista parece desinteressante em assunto estimulante que cativa a atenção dos alunos. Um dia
encontra o referido professor no bar da escola e não resiste a dizer-lhe o quanto gosta das suas aulas.
Esperando uma resposta cordial e simpática é surpreendida pela sua reacção fria e quase indiferente.
Surpreendida porquê? Porque a impressão que formou do professor na sala de aulas foi a de uma
pessoa acessível, simpática e de bom-humor. A partir daí desenvolveu a expectativa de que seria
recebida de uma forma simpática pelo professor no bar. Abandona o bar perguntando a si mesma por
que razão o professor reagiu assim e também um pouco arrependida de ter tomado a iniciativa de falar
com ele.
A que se deveu a reacção do professor?
Expectativas – Um conjunto de ideias mais ou menos gerais e esquemáticas que formamos dos outros
e em que nos baseamos para prever o seu comportamento.
Por exemplo, Robert Rosenthal testou em 1973 os efeitos das expectativas dos professores nos
resultados dos testes dos alunos. Um grupo de 100 alunos foi aleatoriamente distribuído por 5 turmas.
Eram todos bons alunos em Matemática (teste a realizar). Contudo, disse-se aos professores de
Matemática que umas turmas eram constituídas por bons alunos e outras por alunos fracos.
Normalmente, os resultados nas cinco turmas deviam ser aproximadamente os mesmos. O que
aconteceu? Os alunos que foram previamente “catalogados” como “bons” obtiveram resultados
significativamente melhores do que os alunos “ditos” fracos (que, realmente, não o eram). É
surpreendente que uma simples crença dos professores tenha provocado uma tal diferença no
desempenho dos alunos naquele teste.
Profecia auto-realizada ou auto-realização das profecias – Fenómeno que se caracteriza pelo facto
de as nossas expectativas induzirem nos outros comportamentos que as confirmam. As pessoas
tendem a responder positivamente quando as expectativas que temos sobre o seu comportamento são
positivas e a responder negativamente quando as expectativas que temos sobre o seu comportamento
são negativas.
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Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
É uma noite quente. Cansado e com sede, depois de duas horas de estudo, você pega algumas
moedas emprestadas de um amigo e se encaminha para a máquina de refrigerantes mais próxima.
Enquanto a máquina engole as moedas, você quase pode sentir o gosto do refrigerante gelado.
Mas, quando você aperta o botão, nada acontece. Você aperta de novo. E também aperta o botão
de devolução das moedas. Nada. Mais uma vez. Você aperta todos os botões. Bate com força. E
acaba sacudindo a máquina. Volta para os estudos, irritado, de mãos vazias e sem as moedas.
As pessoas próximas a você devem tomar cuidado? Você tem agora mais probabilidade de dizer
ou fazer alguma coisa lesiva?
Uma das primeiras teorias psicológicas da agressão, a popular teoria da frustração-agressão,
assegura que sim. “A frustração sempre leva a alguma forma de agressão", disseram John Dollard
e seus colegas (1939, p. 1). Frustração é qualquer coisa (como o defeito na máquina automática de
refrigerantes) que impede que alcancemos um objectivo. A frustração aumenta quando a
motivação para alcançar um objectivo é muito forte, quando esperamos gratificação, e
quando o bloqueio é completo.
A energia agressiva não precisa explodir directamente contra sua fonte. Aprendemos a inibir a
retaliação directa, sobretudo quando outros podem desaprovar ou punir; em vez disso,
transferimos nossas hostilidades para alvos mais seguros. A transferência ocorre naquela velha
anedota sobre um homem que, humilhado pelo chefe, repreende a esposa, que grita com o filho,
que chuta o cachorro, que morde o carteiro.
1
irritação, não à agressão. Uma frustração justificável ainda é frustrante, mas acarreta menos
agressão do que uma frustração que percebemos como injustificada (Dill & Anderson, 1995).
Leonard Berkowitz (1978, 1989) teorizou que a frustração produz raiva - uma disposição
emocional para agredir. A raiva aflora quando alguém que nos frustra poderia ter optado por agir
de outra maneira (Averril, 1983, Weiner, 1981). Uma pessoa frustrada tem mais probabilidade
de reagir com violência quando sugestões agressivas acendem o pavio, fazendo explodir a
raiva acumulada. Às vezes a explosão ocorre mesmo sem essas sugestões. Mas sugestões
associadas à agressão aumentam a agressão (Carlson & outros, 1990).
(Sloan & outros, 1988). Quando Washington, D.C., aprovou uma lei restringindo o porte e a posse
de armas de fogo, os números de homicídios e de suicídios relacionados com essas armas caiu
abruptamente em cerca de 25 por cento. Não ocorreu qualquer mudança em outros métodos de
homicídio e de suicídio, nem as áreas adjacentes fora do alcance desse dispositivo legal
apresentaram algum declínio (Loftin & outros, 1991).
As armas de fogo não apenas servem como sugestões agressivas mas também impõem uma
distância psicológica entre agressor e vítima. A distância da vítima facilita a agressão. Uma faca
pode matar alguém, mas um ataque de faca é mais difícil do que puxar um gatilho à distância.
http://psicologiaacupuntura.spaces.live.com/blog/cns!89DA7F81A0D18881!413.entry
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
É a partir das impressões que formamos as nossas expectativas, isto é, os indicadores e as informações
de que dispomos levam-nos a prever as atitudes e os comportamentos dos outros.
As nossas expectativas afectam os comportamentos dos outros e condicionam o nosso próprio
comportamento.
Este efeito motivou, entre outras, investigações direccionadas para a aprendizagem. Rosenthal procurou
mostrar que as expectativas positivas dos professores em relação aos alunos afectavam positivamente
os resultados escolares.
O nosso comportamento decorre, em grande parte, das atitudes: predisposições para se responder
positiva ou negativamente a um objecto social.
As atitudes são, portanto, tendências relativamente estáveis para uma pessoa se comportar de
determinado modo face a uma situação, objecto, grupo ou pessoa.
Podem distinguir-se, nas atitudes, três componentes: cognitiva (ideias, informações sobre o objecto
social), afectiva (emoção, sentimento positivo ou negativo em relação ao objecto social) e
comportamental (reacções ou respostas face ao objecto).
As atitudes não se podem observar directamente, mas podem inferir-se a partir de um comportamento;
do mesmo modo, se conhecermos a atitude de uma pessoa face a uma situação ou acontecimento,
podemos prever o seu comportamento.
As atitudes formam-se no processo de socialização. Os principais agentes são a família, a escola e os
meios de comunicação social.
É através da observação, da identificação e da imitação de modelos que se aprendem e formam as
atitudes (pais, pares, professores, figuras dos meios de comunicação social, etc).
Este processo de aprendizagem é mais intenso na infância e na adolescência, mas decorre ao longo da
vida.
Apesar da estabilidade das atitudes, estas podem mudar: o processo de modificação das atitudes é
semelhante ao da sua formação. A publicidade, a propaganda, visam precisamente a mudança das
atitudes.
Quando uma pessoa sustenta duas atitudes que se contradizem, ocorre o que se designa por dissonância
cognitiva, que é geradora de sentimentos de angústia, inquietação e desconforto.
A dissonância cognitiva também pode ocorrer quando o nosso comportamento não está de acordo com
a atitude relacionada. Esta seria uma das razões que explicariam a mudança de atitudes.
As representações sociais são um conjunto de explicações, crenças e ideias que são aceites por uma
dada sociedade ou por grupos sociais. É um saber partilhado, produto das interacções sociais, e que
funciona como um regulador do comportamento.
As representações sociais, frequentemente, são associadas ao conhecimento de senso comum e são
características de uma determinada época, sociedade e cultura.
É através do conjunto das representações sociais partilhadas que os membros de um grupo se entendem
e comunicam entre si.
De entre as várias funções das representações podem destacar-se: funções de saber, de orientação,
função identitária e função de justificação.
As representações permitem que as pessoas orientem as suas acções no mundo físico e social em que
estão inseridas, permitindo-lhes que se adaptem de modo rápido e adequado.
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Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
A influência social designa o processo pelo qual as pessoas modificam, afectam os pensamentos,
sentimentos, emoções e comportamentos de outras pessoas.
O processo de influência social ocorre no contexto dos grupos sociais e é uma consequência da
interacção social.
A influência social manifesta-se em três grandes processos: a normalização, o conformismo e a
obediência.
As normas fazem parte integrante da vida social, sendo veiculadas através do processo de
socialização. São uma expressão da influência social.
As normas reflectem o que é socialmente desejável numa dada cultura, regulam as interacções
sociais e orientam o comportamento. Na maior parte das vezes, não temos consciência de que as
estamos a cumprir.
As normas apresentam modelos de comportamento que são partilhados pelos elementos dos grupos
sociais, permitindo prever o comportamento dos outros.
Assumidas pelos elementos de um grupo, as normas traduzem o conjunto de valores, atitudes,
constituindo-se como factor de coesão grupal.
Dá-se o nome de normalização ao processo de elaboração de normas por parte dos elementos de um
grupo, quando elas não existem de forma explícita.
O conformismo é uma forma de influência social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu
comportamento ou atitudes por efeito da pressão do grupo.
O conformismo, como forma de influência social, é inerente à vida dos grupos. O respeito pelas
normas é uma manifestação de conformismo, sendo condição de sobrevivência dos próprios grupos.
Há factores que podem favorecer um comportamento conformista: a unanimidade do grupo, a
natureza da resposta, a ambiguidade da situação, a importância do grupo e a auto--estima.
A obediência é uma manifestação da influência grupal que ocorre quando as pessoas não se sentem
responsáveis pelas acções que cometem sob ordens de uma figura de autoridade.
As experiências levadas a cabo por Milgram levaram-no a concluir que há condições que favorecem
o comportamento de obediência. Destacou algumas dessas condições: a proximidade com a figura
de autoridade, a sua legitimidade, a proximidade da vítima e a pressão do grupo.
O respeito pelas normas é uma das condições da coesão dos grupos sociais, sendo, por isso, o seu
desrespeito objecto de crítica e de sanções.
Ainda que os grupos sociais promovam a conformidade às suas normas e regras, podem ocorrer no
seu interior atitudes e comportamentos inconformistas.
As pessoas que adoptam comportamentos inconformistas são objecto de crítica, que pode conduzir
à marginalização.
O efeito das minorias no processo de mudança social tem sido objecto de várias investigações,
designadamente as orientadas por Moscovici, que considerou que a sua influência depende da
consistência e firmeza das suas propostas.
O objectivo das minorias não é o simples desrespeito das normas vigentes, mas a proposta de
alternativas. A inovação consiste precisamente nesse processo que visa a mudança.
Para que a minoria influencie a maioria, as suas posições têm de ser claras, consistentes e firmes
para resistirem às pressões para o conformismo. Os comportamentos geradores de inovação
acabam, geralmente, por ser integrados pelo sistema social.
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
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U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:40 PM Page 57
As relações interpessoais
A cognição social
Efeito da distorção
Expectativas As primeiras impressões por contraste.
As impressões estão associadas às expectativas. são muito importantes.
Um conhecimento mais
Estão na sua base. São condicionadas pelas O efeito da ordem aprofundado de alguém
expectativas. ou de primazia. pode implicar uma
reavaliação e alterações
De uma pessoa que das impressões iniciais.
julgamos inteligente De pessoas com um Durabilidade ou
esperamos capacidade dado estatuto ou papel persistência das
na resolução de social formamos primeiras impressões Critérios em que se
problemas. previamente certas (damos mais importância baseiam as nossas
impressões. às primeiras informações impressões.
sobre uma pessoa do
que a informações
De um professor de posteriores).
Matemática não se
espera que dê as aulas Aparência física
em fato de treino nem Muito importante na formação de
do de Educação Física impressão inicial positiva e associada
que dê aulas de fato a honestidade, cordialidade, simpatia
e gravata. e sociabilidade.
Competência
Uma forma de compensar a fraca
aparência física e fonte de prestígio.
Familiaridade
Avaliamos mais positivamente
pessoas com traços físicos,
psicológicos e culturais parecidos
com os nossos.
PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:41 PM Page 58
As relações interpessoais
A atracção interpessoal
PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:44 PM Page 59
As relações interpessoais
A agressão
Os factores da agressão
PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:44 PM Page 60
As relações interpessoais
Acção conjunta de Verifica-se com mais Segundo Sherif, o conflito Estado de tensão
indivíduos e grupos probabilidade quando: intergrupal é causado: que se traduz em
mobilizada por comportamentos
interesses convergentes competitivos ou que
e que, em geral, Existe contacto entre os pode ter como raiz
acontece quando os membros do grupo. a competição.
recursos disponíveis são
percepcionados como Se realizam actividades
suficientes para não competitivas.
satisfazer ambas as
partes.
Existe proximidade física
e trabalho conjunto para
resolver problemas que
interessam a ambas as partes
(o factor mais importante
segundo Sherif).
Comportamento ou conjunto
de comportamentos dirigido
para a realização de um
objectivo à custa dos desejos
e interesses de indivíduos de
um dado grupo.
PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:48 PM Page 61
As relações interpessoais
A influência social
PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:49 PM Page 62
As relações interpessoais
Identificação Partilha ou Sentimento de Fraca auto- Baixa auto- Sensação de Desejo de Impacto da
entre difusão de desrespon- -estima e -estima. isolamento. se sentir presença dos
autoridade, responsa- sabilização. desejo aprovado. outros.
competência bilidade. excessivo de
e saber. ser aceite.
A falta de Quanto maior
Se somos autoconfiança é a coesão e A tendência
Quando vários executantes conduz acordo dos para o
Associa-se indivíduos da vontade ou Obedecer a atribuir elementos do conformismo
competência partilham das ordens de é uma forma excessiva grupo mais aumenta
e saber a a responsa- outrem, de satisfazer importância isolados nos quando temos
credibilidade bilidade por julgamos que o desejo de aos outros, sentimos para de enfrentar
moral («ele um acto, ele é que tem integração reduzindo contestar as o olhar e a
ou ela sabe é mais forte de responder num grupo, a capacidade suas atitudes presença real
o que faz»). a propensão pelos nossos agradando de resistência à e comporta- dos outros.
para obedecer. actos. aos seus sua influência. mentos.
membros.
O grau de
obediência Quanto menor Um grupo de
diminui Em situações é a importância amigos, com
quando outras confusas e estatuto de fortes vínculos
pessoas e ambíguas, um indivíduo afectivos,
contestam e é maior num grupo exerce mais
desobedecem a tendência maior será a pressão do que
à autoridade. para fazer o sua inclinação um grupo em
que os outros para o que muitas
ordenam. conformismo. pessoas mal se
conhecem.
A ausência
física da
pessoa que
representa a Ter no grupo
autoridade uma pessoa
diminui que pensa
a tendência como nós
para obedecer. reduz a
inclinação para
o conformismo.
PLÁTANO EDITORA
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PSICOLOGIA B – 12º 1/2
FICHA SOBRE O CONFORMISMO E A OBEDIÊNCIA
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção
1.A influência social é o processo social mediante o qual influenciamos os pensamentos dos
outros.
R: Falso. A definição é incompleta. A influência social é o processo social mediante o qual
influenciamos os pensamentos, emoções e acções dos outros.
2.Muitas vezes influenciamos os outros sem intenção deliberada.
R: Verdadeiro. Há modificação comportamental mediante observação do comportamento dos
outros. A aprendizagem por observação e imitação é um factor de influência social importante.
3. O estatuto de um indivíduo no grupo é importante para predizer o seu grau de conformismo.
R: Verdadeiro. O estatuto é a quantidade de poder que o indivíduo possui no grupo. Os
indivíduos com estatuto superior ‐ mais ricos, com mais prestígio ‐ são os mais escutados e
influentes – quando falam são normalmente ouvidos. Os indivíduos de estatuto médio são os
mais influenciáveis provavelmente porque têm algo a perder. Os indivíduos com estatuto
inferior – talvez porque tenham pouco a perder e quase nada a dar são pouco influenciáveis.
4. Aceitamos mais facilmente a opinião do nosso grupo de amigos do que a de pessoas de
grupos que mal conhecemos.
R: Verdadeiro. O sentimento de pertença e o desejo de ser aceite são maiores nos grupos de
pessoas que se conhecem e que estão afectivamente ligadas embora entre amigos haja em
princípio mais tolerância com a divergência.
5.Somos tanto mais influenciáveis quanto maior o número de pessoas que num grupo têm uma
opinião diferente de nós.
R: Em certo sentido é falso. Na verdade, o que é problemático é estarmos sós contra todos.
Basta haver mais uma ou duas pessoas do nosso lado, da mesma opinião para que resistamos e
não cedamos em muitos casos à opinião da maioria.
6.A unanimidade dentro do grupo é um forte factor de conformidade social.
R: Estar só contra todos é extremamente difícil e muitas pessoas evitam contestar as opiniões e
opções do grupo. Pode ser entendido como traição, desvio irracional, etc, etc. O medo de
represálias pode associar – se e aumentar a pressão da influência social.
7. A obediência é uma mudança comportamental resultante da influência difusa da maioria.
R: Falso. Em sentido preciso, a obediência é uma mudança comportamental que resulta da
submissão a ordens directas dadas por alguém a quem se reconhece autoridade legítima.
Seguimos as ordens de alguém que consideramos – erradamente ou não – ter legitimidade para
as impor. A influência difusa da maioria, realmente presente ou não, induz o conformismo. Deve
notar – se, contudo, que no experimento de Milgram, se dois cúmplices do experimentador
estivessem ao lado do «professor» cumprindo todas as ordens sem relutância alguma, o
«professor» obedecia mais facilmente às ordens para penalizar o «aluno».
8. A obediência é uma mudança comportamental em que acedemos ao pedido de outrem para
nos comportarmos de certa forma.
R: Falso. Trata – se de condescendência.
9. A proximidade da pessoa que podemos castigar em virtude de cumprirmos ordens de outrem
é um factor importante na obediência.
R: Verdadeiro. Quanto maior a proximidade da vítima maior o grau de desobediência. Por isso
Milgram colocou a «vítima» fora do campo visual dos «professores».
10. A proximidade da pessoa que é considerada autoridade é importante para o grau de
obediência que quem recebe ordens exibe.
R: Verdadeiro. Milgram manteve – se sempre junto dos «professores» para lhes relembrar qual
a sua obrigação.
11. Há conformismo muitas vezes por razões de auto – estima e desejo de sermos aceites.
R: Verdadeiro. Costumamos dar muita importância à opinião dos outros. Quanto maior a
necessidade de afiliação maior a tendência para o conformismo. A necessidade de afiliação
corresponde ao desejo de criar laços afectivos com os outros, de criar um espaço de
sociabilidade gratificante e de satisfazer a necessidade de pertença.
12. As pessoas aceitam sempre a influência do grupo.
R: Falso. No experimento de Asch, a maioria não se deixou influenciar apesar de ter havido um
número surpreendente de pessoas conformistas.
13. Não há relação alguma entre a nossa necessidade de afiliação, o conformismo e a obediência
e a normalização.
R: Falso. A necessidade de afiliação pode em situações de carência, de dependência e de falta de
autonomia conduzir a indesejáveis atitudes de conformismo e de obediência. Tendemos a seguir
a opinião dos outros quando não temos certezas acerca do que é certo ou errado. Julgamos que
o grupo tem informações mais precisas.
14. O prestígio é desejado e importante para muitas pessoas mas não é um factor de
conformismo.
R: Falso. Muitas vezes modificamos atitudes e comportamentos para nos identificarmos ou
parecermos com alguém que admiramos ou respeitamos.
15. O conformismo significa o acordo público e privado com as atitudes e comportamentos do
grupo.
R: Falso. Podemos manifestar concordância em público com a maioria e discordância em
privado. Só quando interiorizamos crenças, ideias e sentimentos da maioria é que há essa
coincidência.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha de Avaliação
Fevereiro/2010
Grupo I
1. Entende-se por cognição social:
A. Os processos pelos quais os nossos pensamentos são afectados pelo comportamento social dos outros.
B. Os processos subjacentes ao modo como encaramos os outros, a nós próprios e à forma como interagimos.
C. A capacidade ilimitada de processamento da informação relativa ao mundo social e económico.
D. Os processos simplificados de classificação das interacções sociais, que se desenvolvem numa cultura.
2. Na base da formação das primeiras impressões está o modo como percepcionamos o outro através
de:
A. Indícios físicos; indícios verbais e não verbais; indícios comportamentais.
B. Indícios físicos; comportamentais; indícios sociais; verbais; intelectuais.
C. Indícios físicos; indícios emocionais; indícios socioeconómicos; indícios verbais.
D. Indícios interpessoais; indícios comportamentais e sociais; indícios não verbais.
1.Conjunto de comportamentos que um indivíduo, devido à sua posição social, espera legitimamente que os
outros tenham para com ele.
2. Conjunto de comportamentos que um indivíduo, devido à sua posição social, deve apresentar ou realizar.
3.Conjunto de comportamentos que um indivíduo deve realizar porque correspondem a expectativas legítimas
dos outros agentes sociais.
A. 1 e 2, Estatuto. 3, Papel.
B. 1, Estatuto. 2, Papel. 3, Modelo social.
C. 1, Papel. 2 e 3, Estatuto.
D. 1, Estatuto. 2 e 3, Papel.
13. Em geral, um preconceito implica crenças estereotipadas, sentimentos negativos e uma certa
predisposição para acções discriminatórias.
A. Esta afirmação é verdadeira, já que os estereótipos são inatos, enquanto os preconceitos são adquiridos.
B. Esta afirmação é falsa, pois os preconceitos são negativos, mas têm sempre uma sólida fundamentação
racional.
C. Esta afirmação é verdadeira, pois generalização e hostilidade erróneas constituem a verdadeira natureza
dos preconceitos.
D. Esta afirmação é falsa, dado que alguns preconceitos correspondem a visões correctas da realidade.
2
14. Esperar comportamentos dos outros a partir de generalizações socialmente aprendidas, designa-se
por:
A. Aculturação.
B. Conformismo.
C. Atitudes.
D. Estereótipos.
15. Analisa as afirmações que se seguem sobre o conceito de atitude. Selecciona a alternativa que as
avalia correctamente.
1. Uma atitude é uma predisposição para agir face a objectos de natureza social.
2. As atitudes adequam os comportamentos individuais a decisões grupais.
3. As atitudes podem facilitar a cooperação entre os indivíduos.
16. Segue-se um conjunto de afirmações respeitantes às impressões sociais. Lê-as com atenção e, depois,
selecciona a alternativa correcta.
3
18. Segue-se um conjunto de afirmações respeitantes às relações interpessoais.
Lê-as com atenção e, depois, selecciona a alternativa correcta que corresponde às conclusões a que
Sheríf chegou.
19. O microssistema envolve actividades, papéis e relações existentes entre o sujeito e o seu ambiente
vivenciados num contexto imediato. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque o microssistema tem a ver com as inter-relações entre contextos em que o indivíduo
participa activamente.
B. Verdadeira, porque o microssistema implica que o sujeito tenha um relacionamento directo com os amigos
da família, a vizinhança, os diversos serviços sociais.
C. Falsa, porque o microssistema diz respeito a um ou mais contextos que não implicam a participação activa
do sujeito.
D. Verdadeira, porque o microssistema envolve interacções face a face num contexto directamente
vivenciado.
20. As interacções entre a família, a igreja e a escola, microssistemas a que o indivíduo pertence,
constituem o que Bronfenbrenner designa por mesossistemas. Esta afirmação é:
A. Falsa, pois a família, a igreja e a escola, ao influenciarem directamente o indivíduo, inscrevem-se no
microssistema.
B. Verdadeira, porque o modelo ecológico de Bronfenbrenner inclui como contextos de desenvolvimento o
micro, o meso, o exo e o macrossistema.
C. Falsa, porque a organização familiar, escolar e religiosa são o reflexo da cultura vigente e, por isso, fazem
parte do macrossistema.
D. Verdadeira, porque o mesossistema refere-se à acção recíproca que os microssistemas exercem uns sobre
os outros.
4
Grupo II
1. O Rafael confidenciou a um amigo que precisava de dedicar mais tempo ao estudo para conseguir entrar na
Universidade. Por isso, decidiu, a partir desse dia, deixar de jogar bilhar após as aulas.
O amigo sabe que há mais de um ano que o Rafael joga bilhar todos os dias e que tem muito orgulho nos
êxitos que tem obtido.
No dia seguinte, o Rafael fica deveras embaraçado quando o amigo o encontra a jogar bilhar e justifica-se:
– Eu não queria vir jogar, mas insistiram tanto comigo!... E, no fim de contas, mais um dia, menos um dia,
pouca diferença faz!...
Grupo III
“Do ponto de vista de Milgram, um dos factores cruciais é uma história pessoal onde há uma contínua pressão
de obediência que legitima a autoridade, primeiro no seio da família, depois na escola, e, mais tarde, nos
contextos constitucionais do mundo adulto. O bom menino faz o que lhe mandam; o bom empregado pode
levantar alguma objecção, mas aceitará a decisão final do patrão; ao bom soldado nem sequer lhe é permitido
perguntar porquê.” (H. Gleitman)
Elabora um texto adequado ao contributo dos estudos de Milgram sobre a obediência, considerando:
Bom Trabalho!
COTAÇÕES
I–
20 x 3,5 70 pontos
II –
1. 1 x 30 30 pontos
2. 1 x 30 30 pontos
3. 1 x 30 30 pontos
III – 1 x 40 40 pontos
PSICOLOGIA B – 12º01/02
II
1
3. Esclarece o termo conformismo e explica os factores que o influenciam.
(30 pontos)
Factores do conformismo:
• A baixa auto-estima ou falta de autoconfiança;
• A sensação de isolamento (só contra todos);
• O impacto da presença dos outros (sobretudo o contacto visual).
III
Elabora um texto adequado ao contributo dos estudos de Milgram sobre a obediência, considerando:
Experiência de Milgram:
• Num cenário montado e sob um falso pretexto de estudar a aprendizagem e a memória o sujeito
ingénuo desempenhava o papel de "professor" e recebia ordens para carregar num botão de um painel
que supostamente provocaria um choque eléctrico sempre que outro sujeito colocado noutra sala, o
"aluno", cometia um erro;
• Os choques aumentavam 15 volts, de erro para erro, podendo atingir os 450 volts, mais que
suficientes para matar o "aluno", se a quantidade de erros permitisse chegar a esse ponto;
• O "aluno" era um sujeito conivente com o investigador e dava erros propositados, gritava com
dores fingidas, sempre que o "professor" carregava no botão;
• Todos os "professores" seguiram as instruções de Milgram até aos 300 volts;
• Milgram verificou ainda que 65% das pessoas lhe obedeciam, isto é, aceitavam realizar um
comportamento mortal para com o "aluno" (continuaram a penalizar o "aluno" pelos seus erros até aos
450 volts).
Factores de obediência:
• Identificação entre autoridade, competência e saber;
• Sentimento de desresponsabilização;
• Obedecer é uma forma de satisfazer o desejo de ser aceite;
• Partilha ou difusão da responsabilidade pelas consequências de um acto.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha Formativa
Fevereiro/2010
I
Selecciona a alternativa correcta
2 – Na base da formação das primeiras impressões está o modo como percepcionamos o outro
através de:
A. Indícios físicos; indícios verbais e não verbais; indícios comportamentais.
B. Indícios físicos; comportamentais; indícios sociais; verbais; intelectuais.
C. Indícios físicos; indícios emocionais; indícios socioeconómicos; indícios verbais.
D. Indícios interpessoais; indícios comportamentais e sociais; indícios não verbais.
5. Os preconceitos são:
A. Representações simplificadas, negativas e pobres da realidade.
B. Representações desfavoráveis sem fundamento de diferenciação social.
C. Representações fixas de diferenciação social.
D. Representações desconexas e negativas do processo de socialização.
V F
1 A cognição social pretende conhecer como nós vemos os outros e a nós x
próprios.
2 Nos processos de cognição social relacionam-se: expectativas, atitudes, x
impressões, hereditariedade, representações sociais.
3 As impressões afectam o modo como nos vemos a nós próprios. x
4 Impressões são ideias criadas na relação com os outros, dando-nos uma x
interpretação para as julgarmos no que são e nas suas reacções.
5 As expectativas apenas influenciam aquilo que nós pensamos dos outros. x
6 A atitude é um comportamento estável de uma pessoa em relação a um x
objecto.
7 Componentes atitudes: cognitiva, inata, afectiva e comportamental. x
8 As atitudes não são directamente observáveis. x
9 Dissonância cognitiva: contradição entre crenças e comportamentos. x
10 Os estereótipos referem-se a sentimentos negativos acerca dos membros de x
um determinado grupo.
11 Os preconceitos são crenças acerca das características dos membros de um x
grupo.
12 Um grupo é um aglomerado de pessoas. x
13 O preconceito é constituído por três componentes: cognitiva, emocional e x
comportamental.
14 O papel é o conjunto de obrigações e comportamentos esperados dos outros, x
em função da posição que se ocupa.
15 O estatuto é o conjunto dos direitos cujo respeito e cumprimento é dever x
para os outros.
16 Conformismo é a tendência das pessoas se orientarem pelo líder. x
17 Factores de conformismo: unanimidade do grupo, a natureza da resposta, a x
ambiguidade da situação, metodologia aceite.
18 A obediência é uma forma do homem assumir a responsabilidade por x
outrem.
19 A obediência é a tendência para as pessoas aceitarem pedidos de outrem. x
20 As pessoas quanto mais confiantes são mais obedientes serão. x
21 O desejo de ser aceite e de agradar não influem na obediência. x
22 A atracção interpessoal depende só de factores físicos e intelectuais. x
23 Uma relação de amizade depende do porte físico e dos valores das pessoas. x
24 Factores de atracção interpessoal: idade, género, contexto social e leis x
sociais.
25 A agressão hostil visa satisfazer um impulso com o fim de obter algo. x
26 Há frustração quando um obstáculo bloqueia um comportamento dirigido x
para a obtenção de um fim desejado.
27 O conformismo é uma mudança de comportamento em resposta ao pedido x
de outro.
28 O conformismo é uma mudança de comportamento em resposta a ordens e x
instruções.
29 O modelo ecológico do desenvolvimento tem por objectivo explicar com x
rigor todos os comportamentos naturais do ser humano.
30 O modelo ecológico encara o desenvolvimento individual no contexto de x
todos os ambientes em que as pessoas vivem diariamente (nanosistema)
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
MATRIZ DA FICHA DE AVALIAÇÃO
NOTA PRÉVIA
• Grupos sociais
• Atitudes
• Impressões e expectativas
• Estatuto e papel
• Preconceitos, estereótipos e discriminação
• Atracção interpessoal
• Agressão
• Cooperação e conflito
• Conformismo e obediência
1. A INFLUÊNCIA SOCIAL
OBJECTIVOS GERAIS:
• Compreender os processos fundamentais de relação com os outros
• Compreender como os indivíduos se influenciam uns aos outros
• Explicar processos de influência entre os indivíduos
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
OBJECTIVOS GERAIS:
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
OBJECTIVO GERAL:
• Compreender as capacidades do ser humano de relação com os contextos
2
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
ESTRUTURA
O teste incluirá o seguinte tipo de questões:
• questões de escolha múltipla e/ou de resposta Verdadeiro/Falso;
• questões de resposta orientada (curtas, claras e objectivas);
• questões de resposta aberta (extensas e de desenvolvimento).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
As questões do tipo 2 e 3 serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:
3
I II III V
Factores de aprendizagem
Behaviorism (Texto em inglês)
A Aprendizagem – Sínteses Esquemáticas
Factores de aprendizagem
1. Factores individuais
Os factores individuais ligados à aprendizagem comummente reconhecidos são:
a) A inteligência
Muitos psicólogos concebem a inteligência como uma medida da capacidade de aprendizagem. Uma
maior rapidez na aprendizagem está normalmente associada a um maior coeficiente de inteligência.
Contudo, a medição da capacidade de aprender mediante os resultados de testes de inteligência, levanta
problemas porque reduz em certa medida a inteligência às aptidões verbais e de raciocínio abstracto (as
mais focadas na instrução formal ministrada pela instituição escolar). Ora a aprendizagem não pode,
segundo psicólogos como Howard Gardner e Robert Sternberg, confundir-se com a capacidade para
aprender na escola.
b) A motivação
O empenho numa tarefa, sinal exterior de motivação, facilita o processo de aprendizagem. Quer a
motivação seja intrínseca – aprender pelo gosto de aprender – ou extrínseco – aprender com vista a um
objectivo externo – a verdade é que o impulso motivacional é determinante. Contudo, se uma motivação
demasiado fraca pode prejudicar o ritmo e o nível de aprendizagem, uma motivação excessiva – criadora
de ansiedade e de tensão – pode ser um factor de perturbação, inibindo ou bloqueando, se não a
capacidade de aprender, pelo menos a expressão objectiva da aprendizagem.
Assim uma forte motivação dinamiza o ritmo de aprendizagem e aumenta a concentração no que estamos
a aprender. Se a motivação for demasiado forte ou muito fraca a aprendizagem é dificultada ou mesmo
inibida.
c) A aprendizagem anterior
O que já aprendemos pode condicionar o que aprenderemos.
Considera-se, em termos gerais, que a aprendizagem ou a experiência anterior facilita a predisposição
para a situação de aprendizagem e, em certa medida, para novas aquisições bem sucedidas.
Subjacente a esta ideia de que as aprendizagens anteriores são, em geral, facilitadoras das aprendizagens
posteriores está o conceito de transferência positiva. A transferência positiva é uma forma de
generalização que facilita a aprendizagem nova em virtude de semelhanças com o comportamento
exigido em aprendizagens anteriores. Assim, se um indivíduo aprendeu a jogar badmington poderá mais
facilmente aprender a jogar ténis; aprender português pode facilitar a aprendizagem do espanhol; ser um
bom nadador facilitará, em certa medida, a prática do pólo aquático (bons nadadores de alta competição
tornaram-se, em muitos casos, bons jogadores de pólo aquático); é conhecido o caso de Miguel Maia e de
João Brenha que de muito bons jogadores de voleibol em pavilhão se tornaram praticantes de excelente
nível em voleibol de praia; também podemos supor que um bom ginasta poderá fazer uma transição bem
sucedida para a modalidade de saltos para a água; finalmente boas bases de língua portuguesa facilitam a
aprendizagem e o desempenho em disciplinas como, por exemplo, Literatura e Filosofia.
Contudo, nem sempre a generalização das respostas aprendidas para novas situações de aprendizagem é
sinónimo de sucesso, ou seja, por vezes a transferência é negativa, conduz a enganos e confusões. Assim,
quem sabe português e aprende espanhol muitas vezes dá consigo a falar e a escrever, passe a expressão,
«espanholês»; quem aprendeu a conduzir em Portugal ou em França não tem a tarefa necessariamente
facilitada quando tiver de conduzir em Inglaterra.
2. Factores sociais
O sucesso na aprendizagem – essencialmente na aprendizagem escolar – está muitas vezes dependente do
valor que num dado meio social se atribui à educação, da interacção educativa entre pais e filhos e alunos
e professores e das condições socioeconómicas (recursos educativos das famílias e do próprio Estado).
Behaviorism
Definition
Behaviorism is a theory of animal and human learning that only focuses on objectively observable
behaviors and discounts mental activities. Behavior theorists define learning as nothing more than
the acquisition of new behavior.
Discussion
Experiments by behaviorists identify conditioning as a universal learning process. There are two
different types of conditioning, each yielding a different behavioral pattern:
1. Classic conditioning occurs when a natural reflex responds to a stimulus. The most popular
example is Pavlov’s observation that dogs salivate when they eat or even see food.
Essentially, animals and people are biologically “wired” so that a certain stimulus will
produce a specific response.
2. Behavioral or operant conditioning occurs when a response to a stimulus is reinforced.
Basically, operant conditioning is a simple feedback system: If a reward or reinforcement
follows the response to a stimulus, then the response becomes more probable in the
future. For example, leading behaviorist B.F. Skinner used reinforcement techniques to
teach pigeons to dance and bowl a ball in a mini‐alley.
There have been many criticisms of behaviorism, including the following:
1. Behaviorism does not account for all kinds of learning, since it disregards the activities of
the mind.
2. Behaviorism does not explain some learning–such as the recognition of new language
patterns by young children–for which there is no reinforcement mechanism.
3. Reserach has shown that animals adapt their reinforced patterns to new information. For
instance, a rat can shift its behavior to respond to changes in the Layout of a maze it had
previously mastered through reinforcements.
How Behaviorism Impacts Learning
This theory is relatively simple to understand because it relies only on observable behavior and
describes several universal laws of behavior. Its positive and negative reinforcement techniques
can be very effective–both in animals, and in treatments for human disorders such as autism and
antisocial behavior. Behaviorism often is used by teachers, who reward or punish student
behaviors.
Reading
D.C. Phillips & Jonas F. Soltis, Perspectives on Learning, Chapter 3. Teachers College Press.
The content on this page was written by On Purpose Associates.
http://www.funderstanding.com/content/behaviorism
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Processos cognitivos
1. A aprendizagem
Mudança comportamental e de atitudes (crenças, ideias, sentimentos
e predisposições comportamentais) que é relativamente permanente
e duradoura, tendo a sua origem na experiência e na prática e não
na maturação ou em transformações fisiológicas.
PLÁTANO EDITORA
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Processos cognitivos
Um centro de saúde, por si só, não provoca A visão de um pedaço de carne provoca salivação
nenhuma reacção de desagrado, mas, se o num cão esfomeado. O som de uma campainha, por
associarmos a uma experiência de vacinação si só, não provoca tal reacção. Contudo, se
dolorosa, passará a desencadear uma sensação de sucessivas vezes o apresentarmos quase ao mesmo
desconforto semelhante à que vivemos quando tempo que o pedaço de carne, passará a
fomos vacinados. desencadear por si só a resposta de salivação.
PLÁTANO EDITORA
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Processos cognitivos
PLÁTANO EDITORA
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Processos cognitivos
PLÁTANO EDITORA
I II III IV
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
4 O FILME: EUA, 1982; Realizador - Ridley Scott; Argumento - Philip K. Dick (Romance “Do Androids Dream
of Electric Sheep?”); Hampton Fancher; David Webb Peoples.
4. 1. Breve apresentação
Na introdução do filme, tomamos conhecimento de que o enredo consiste na tecnologia capaz de conceber
formas de vida desenvolvida pela Tyrell Corporation que, no século XXI, tinha avançado na evolução de um
robot para a fase Nexus – um ser idêntico aos humanos – conhecido por Replicante. Os Replicantes Nexus 6
seriam, então, mais fortes e ágeis e, pelo menos, tão inteligentes como os engenheiros genéticos que os
criavam, superando os seres humanos em muitos aspectos. Estes “humanos artificiais” serviam para
trabalhos insalubres, sendo utilizados como escravos no espaço extraterrestre, na exploração e colonização
de outros planetas. Após uma revolta de uma equipa de combate e depois de os Replicantes terem
amotinado e massacrado uma colónia humana foram declarados ilegais na Terra – sob pena de morte.
Assim, as Unidades Blade Runner – brigadas especiais de polícia – tinham ordem para matar os Replicantes
encontrados na Terra. Tal acto não era designado por execução, mas sim por afastamento.
Depois de um período de inactividade, Deckard regressa ao serviço, a pedido do Capitão Bryant, com o
objectivo de “eliminar” os cinco Replicantes que teriam chegado à Terra. O processo de eliminação cinge-se à
realização de um teste, conhecido por Voight – Kampff, que consiste num medidor de resposta do sistema
nervoso que avalia a veracidade da reacção das pessoas face a uma série de perguntas (vinte ou trinta,
segundo Deckard) que só podem ser resolvidas com base em experiências pessoais. Atendendo ao tempo de
reacção e ao modo como cada um responde, é possível detectar se se trata de um Replicante ou,
simplesmente, de um ser humano. O primeiro teste a que assistimos é realizado a um sujeito chamado Leon.
É extremamente interessante observar o modo como este responde às questões que lhe são colocadas,
sobretudo quando lhe perguntam pela sua mãe, uma vez que este não sabe nada acerca dela, tendo, por
isso, uma reacção de completa revolta. (Raquel Gonçalves, 2006)
4.2. Comentários
Blade Runner é um filme que nos faz reflectir sobre a dimensão pessoal do sentido da vida, mais
propriamente sobre a autenticidade e inautenticidade existencial, baseada em questões como “O que é a vida
e quem tem o direito de a criar ou de a negar?”. Dentro da temática da tarefa de ser no mundo, procura-se
compreender, a par da questão do sentido da vida, de que modo é que a finitude e a temporalidade
determinam a condição humana.
Uma das características mais importantes dos Replicantes é-nos revelada pelo Capitão Bryant, ao afirmar
que estes foram concebidos como cópias dos seres humanos, excepto nas emoções. Porém, os seus
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2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
criadores descobriram que, após alguns anos, os Replicantes poderiam vir a desenvolver reacções
emocionais próprias (tais como: o ódio, o amor, o medo, a fúria e a inveja). Perante este facto, construíram
um dispositivo de segurança: um prazo de longevidade que se limitaria apenas a quatro anos de vida.
Ao longo do filme, vamos conhecendo melhor os Replicantes e compreendemos que todos eles têm um
objectivo em comum: procurar saber as suas origens – “Quem sou eu? De onde vim?” – a sua morfologia, a
sua longevidade e data de fabrico – “Quanto tempo de vida é que eu tenho?”. Mas, porquê esta tentativa de
preencher o “vazio existencial” de um passado inexistente predominante em cada um destes “humanos
artificiais”? A resposta é evidente: as dúvidas existenciais e as perguntas resultantes das mesmas
correspondem precisamente às que o ser humano tem e coloca acerca de si e da sua relação com a vida e
com o mundo.
O filme “Blade Runner”, apresentando sempre um ambiente futurista degradado, confuso e transnacional,
dominado por uma metrópole sombria e pós -apocalíptica em que as máquinas lutam para ocupar o seu
espaço, insurge-se como sendo um thriller obcecado pela vida.
No filme, podemos dar destaque à atitude decisiva de Roy (o referido ‘chefe’ dos Replicantes) ao procurar
encontrar-se o mais rapidamente possível com o Deus que o criou – o Dr. Eldon Tyrell. Assim, Roy pede
ajuda J. F. Sebastian, um engenheiro genético que cria “bonecos”, sendo estes os seus amigos, a sua
companhia. Para além disso, Sebastian também faz trabalhos para a Tyrell Corporation. É interessante a
frase em que, dirigindo-se a Pris e a Roy, diz “Há algo de mim em vocês.” Acerca desta personagem,
podemos dizer que é como que se representasse a figura materna e paterna, isto é, Sebastian está muito
orgulhoso das suas criações, identificando-se com elas. Também o Dr. Tyrell se orgulha das suas criações,
mas de uma forma muito mais fria. Para Roy, o encontro com Tyrell é mais do que um encontro com o seu
“pai”, é um encontro com o seu criador, com um Deus. As questões que Roy lhe coloca correspondem às
questões que nós, seres humanos, colocaríamos se estivéssemos frente a frente com Deus. Eis um excerto
deste diálogo:
Tyrell tenta convencer Roy fazendo a seguinte afirmação: “A luz que brilha com o dobro da intensidade, brilha
metade do tempo. E tu brilhaste tão intensamente, Roy. (...) És o filho pródigo. Uma bela peça”. Depois deste
intenso diálogo, Roy beija o “pai”. Contudo, este beijo pode ter, simultaneamente, dois sentimentos
ambivalentes: por um lado pode demonstrar gratidão, agradecimento (também relacionado com afecto e
intimidade) pelo facto de Tyrell o ter criado. Por outro lado, pode querer denunciar um sentimento de revolta e
de dor (como se, apesar de ele ser o grande criador, seria também o responsável pela sua morte, já que o
concebeu apenas com um prazo de quatro anos de vida). Tendo em conta que a Humanidade ambiciona de
Deus a imortalidade, provavelmente, se o Homem tivesse conhecimento da inexistência de vida para além da
morte, metaforicamente, mataria Deus. No filme, acontece isso mesmo: depois
do beijo, Roy sufoca Tyrell até à sua morte. A inesperada sucessão destas duas
acções remete-nos para o cerne da trama deste filme. Do mesmo modo, se pode
estabelecer um paralelismo entre estas duas acções e o “acto” de “dar” e “tirar” a
vida aos Replicantes, tal como concebido por Tyrell. Mais uma vez se vê
retratada a questão da finitude e da temporalidade na existência humana.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
Roy faz, ainda, o seguinte discurso: “Vi certas coisas ... que não vos passa pela cabeça. Naves de ataque ardendo
ao largo de Orion. Vi raios C ... cintilando na escuridão junto ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos
perder-se-ão ... no tempo ... como lágrimas ... na chuva. Tempo de morrer.” Após este discurso, Roy, que
desejava tão intensamente a vida, morre devido ao dispositivo de aniquilamento que estaria codificado nos seus
genes. (...). Perante o sucedido, aparece Gaff, o colega polícia de Deckard, dizendo-lhe que este tem o seu
trabalho de eliminação de Replicantes por terminado. Nesta parte, Gaff faz ainda a seguinte afirmação: “É pena
ela não poder viver. Mas quem é que pode?”.
Contudo, apesar de se poder considerar que o filme pode ter uma visão pessimista, também se pode encontrar
nele a busca por um significado maior da existência humana, assim como da nossa liberdade, qualidade e tempo
de vida.
Tal como foi estudado, o Homem, enquanto corpo biológico e social, vivencia cada experiência,
observando o mundo e cada situação com que se depara. Já enquanto sujeito activo, o ser humano
encontra significados para os seus pensamentos, emoções e acções. Sabendo que estes têm por base a
referência a um mundo que nos envolve e em que nos envolvemos, verifica-se que o nosso modo de ser,
pensar, sentir e de nos comportarmos deve-se, em grande parte, à influência de padrões particulares
socioculturais. Assim, a construção do eu e a elaboração da história pessoal de cada um de nós faz-se à
medida que crescemos como seres humanos, dotados de auto -organização e de autonomia, e tendo em
consideração as nossas vivências e experiências, quer passadas, quer presentes. Nesta acepção,
compreende-se que o Homem não está “programado” a reagir perante estímulos provocados pelo meio
ambiente. Um dos aspectos que mais me surpreendeu no filme incide no sentimento de perda presente
em cada Replicante, que levaria à procura de significação para a sua razão de ser e de existir. Este
sentimento de perda estaria, assim, associado ao papel das memórias e das recordações, das emoções
partilhadas e das relações que se vão estabelecendo no contacto contínuo interpessoal. Outro aspecto
interessante relaciona-se com o facto de os Replicantes se aproximarem cada vez mais do ser humano e,
por sua vez, da noção de pessoa, na medida em que vão adquirindo características semelhantes, no que
respeita à posse de sentimentos e emoções. (Raquel Gonçalves, 2006)
Não se trata de uma película comum. Não só as imagens, mas as mensagens, estão enroladas num novelo, cujo
entendimento tem que ser conquistado por quem a isso se propuser. Como qualquer obra de arte, ela não tem o
mesmo significado para todas as pessoas. Daí a riqueza deste filme e a diversidade de assuntos que a partir dele
podem ser discutidos. Um deles é a educação. Mas, haverá alguma espécie de educação neste filme?
Não. Os replicants, as criaturas andróides do filme, foram criados pelos humanos para trabalhar em condições
adversas. Quando activados, têm capacidades mentais semelhantes a um adulto. São capazes de efectuar muitas
das actividades próprias de um adulto. São mais fortes, mais ágeis, falam, respondem, reagem adequadamente a
um sem número de estímulos. Aparentemente nada os distingue de um humano. Contudo, o seu comportamento
resulta, não de uma acção de educação, mas exclusivamente da eficácia da sua programação.
Porém, embora sem memória inicial, Tyrell verificou que os replicants, à medida que viviam, iam construindo uma
emotividade e adquirindo o estatuto de máquinas pensantes. O que era uma ameaça para a empresa que
representava e para os humanos em geral. Os replicants podiam desencadear revoltas, motins, comportamentos
vingativos. É nesse sentido que, para os controlar, a empresa de Tyrell limitou a sua vida a quatro anos.
Ora, os replicants que conhecemos no filme estavam prestes a completar quatro anos de existência, ou seja,
estavam já muito perto do limite de segurança da “Tyrell Corporation”. O motim referido no filme, e a consequente
fuga dos replicants para a Terra, só acontece porque estes, ao fim de algum tempo de vida, começam a ser
capazes de recear a morte. É por isso que procuraram a Terra, o único lugar onde podiam encontrar alguma
informação sobre o possível prolongamento da sua vida.
A modificação que os replicants vão sofrendo é tão grande, a sua aproximação à figura humana é tão forte
que, no fim do filme, se dá um acontecimento inesperado...
3
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
Quando a sua vida está no fim, pouco antes de morrer, Roy salva a vida de Deckart. Artefacto metálico,
dele se solta uma pérola inesperada – a piedade pelo outro.
O que leva Roy a salvar a vida do humano que matou os seus companheiros e que o perseguia
justamente para o matar?
A resposta que o filme sugere é que a máquina pode aprender a humanidade, aprender o amor, o ódio, o
desespero, a esperança, a solidão, a vingança, o valor da vida, da sua própria vida e, portanto, da vida
dos outros.Como? Porquê?
A partir do momento em que descobre a inevitabilidade da sua morte.
Digamos que o androide se aproxima vertiginosamente da humanidade quando compreende que vai
largar, despedir-se, deixar atrás de si – perdidos para sempre “como lágrimas na chuva” – farrapos do
tempo que no tempo foram constituindo a sua interioridade.
A resposta do filme é que o homem é homem pela consciência que tem da sua finitude.”
(João Henriques; Patrícia Lourenço, Faculdade de Ciências UL)
5 – TÓPICOS DE REFLEXÃO
6. QUESTÕES
4
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
3. Explica por que razão não se diz que os nexus são «mortos», mas «retirados».
4. Diz qual te parece ser o significado da cena final (o último nexus salva o exterminador e a pomba solta-se).
TAREFA
Partindo do visionamento do filme, faz um comentário pessoal ao filme. Não te esqueças de
a) responder às questões fundamentais que coloca;
b) o relacionar com o que aprendeste até agora em psicologia;
c) de dar a tua opinião pessoal (fundamentada) sobre ele.
5
2009/10
Blade Runner
Análise Do filme-Psicologia B 12ºano
João Ramos
2009/10 12º1
Tópico de reflexão
Rachel empreende uma busca muito humana «O direito de saber quem é», a procura da sua
própria identidade. As suas recordações da infância, a memória, têm um papel fundamental.
Insatisfação existencial
Rachel sente-se profundamente incomodada com como facto da mesma ser replicante,
visto que na sua na sua natureza própria era incapaz de possuir memória de vida
pessoal única, possuía duas memórias uma memória artificial que não lhe suscita
qualquer "lembrança psicológica" e portanto causando desconforto, e uma segunda
memória que é o que de facto foi vivido, e isso que faz com que ela procure a razão da
sua existência, que é o desejo de um homem natural. Para ela, a memória era quase
que irreal, expresso em imagens fotográficas. Posso afirmar que o mundo Blade Runner
está totalmente imerso em formas de imagens. Continuando, as representações de
memória de cada um de nós, são quase que uma extensão da origem da nossa
personalidade; a questão que me parece ser pertinente a partir da experiência de
Rachel em Blade Runner é o seguinte: até que ponto as memórias pessoais do homem
natural são dele e não representações por si mesmo?
No fundo todos já questionamos a origem de tudo e quem somos, portanto parece que é
plausível afirmar que a mesma já desenvolvia emoções similares a um ser humano.
Rachel tornou-se ainda mais humana graças ao facto de ter envolvido com deckard que
ensina-a socialidade dos afectos, ao fazer o mesmo, Deckard contrapunha à imposição
própria da natureza de replicante de rachel, do destino inscrito pelo seu criador;
permitindo assim dizer que aqui se revela a posição de Ridley Scott em relação a
origem da emoção no homem, que este tem origem na imitação e assimilação das
memorias de acordo com as situações em que os indivíduos se encontram.
Por fim, Ao longo do filme, a própria rachel busca as respostas para encontrar um
sentido na sua vida que até então não tinha sentido; chegando mesmo a ter uma
Insatisfação existencial. Este sentimento de perda associado as memorias e das
recordações levaria a rachel a aproximar do homem na medida que permitia ela ter uma
posse de sentimentos e emoções.
Diferenças entre homens e os replicantes.
Os replicantes ao contrario dos homens possuem um período de vida, eram mais ágeis
e fortes, mas de fracos sentimentos e emoção e no mínimo tão inteligentes quanto os
Engenheiros genéticos que os criaram. Eles eram usados fora da Terra como escravos
em tarefas perigosas da colonização planetária. Os homens possuem sentimentos e
emoções, coisa que os replicantes não possuíam, apenas falsas memórias e instinto
natural.
Á rachel o deckard teve que perguntar mais de 100 perguntas para notar que ela era
replicante, mas nos sujeitos normais situa-se nos 20 perguntas, isto logo no inicio do
filme, o que leva o próprio Tyrell a suspeitar que a rachel tivesse já assimilado as suas
própria emoções, e isso leva a que deckard não a «afaste». Um outro exemplo de que a
rachel já tinha um comportamento diferente é do facto de ela ter lágrimas quando
deckard revela-lhe que as suas memórias eram falsas, ou seja que não são dela e que
ela é um replicante.
Explica por que razão não se dizia que os nexus são
«mortos», mas «retirados»!
Não se diz no filme que os nexus são mortos, porque para os seus criadores esses
mesmos eram apenas criaturas semelhantes a um ser humano. Não possuíam alma,
logo não eram chamados mortos, sendo apenas retirados ou desligados como uma
máquina sem vida inicialmente. Esta frase acaba por ser irónica, é como que os nexus
são usados por um período de tempo depois eram aposentados.
Na cena final Roy diz a deckard que estava prestes a cair, com medo, é assim que é
como eu vivia, e ainda acrescenta que já viu coisas que os homens nunca imaginariam,
e que esses momentos serão perdidos no tempo quando ele morrer como as lágrimas
num dia de chuva, é de facto tocante este momento, percebemos que o Roy tinha já um
grau de preocupação muito grande com o facto de ser replicante e de ser perseguido,
incapaz de ter sentimentos tão fortes como homem. Então ele liberta um pombo,
símbolo do desejo de libertar-se do farto da sua «vida» que vive com medo da morte e
Paz que sentia no seu interior depois de anos a viver em medo e ódio.
«Roy solta uma pomba branca - o símbolo do Espírito Santo na religião cristã - que
mergulha em um voo na escuridão da noite.»
Por fim, sem exageros tudo isto acontece porque sem perceber o replicante já
conseguia asimilar emoções humanas ao salvar o exterminador e a criar um discurso
filosofia, porque percebeu que a sua vida iria acabar e que já não podia mudar isso. E
como afirmaram, João e patrícia Lourenço «O homem é homem pela consciência que
tem da sua finitude.»
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
Ficha de Trabalho sobre o Filme Nell
1. OBJECTIVOS:
Identificar factores fundamentais no processo de tornar-se humano.
Compreender o papel do meio ambiente na construção do humano.
Compreender o papel da história pessoal como um contínuo de organização entre factores
internos e externos.
Analisar a riqueza da diversidade humana.
Analisar o papel das relações precoces no tornar-se humano.
3. O FILME: EUA, 1995; Realizador - Michael Apted ; Roteiro de William Nicholson e Mark
Handley; Elenco: Jodie Foster, Liam Neeson, Natasha Richardson.
BREVE APRESENTAÇÃO
Nell vive na floresta, no estado americano da Carolina do Norte. Lá cresceu, isolada do mundo,
tendo contactado apenas com a sua mãe. Devido a uma paralisia facial a mãe tinha dificuldades
na fala, comunicando com Nell através de um linguajar próprio, incompreensível para os padrões
normais.
Tudo teria se mantido, se Nell não tivesse sido descoberta pelo Dr. Jerome Lovell que se
preocupa com ela e tenta educá-la e protegê-la, respeitando o seu modo de vida. Porém Lovell,
um médico do interior, sente que precisa de ajuda para resolver um problema tão complexo.
Procura, então, o apoio de especialistas. A forma como eles encaram a situação de Nell, tratando-
a de forma desrespeitosa e encarando-a como um caso atípico de “criança selvagem” assusta
Lovell e a própria Nell. O que fazer? Que caminhos seguir? O que deve a justiça decidir quanto ao
futuro de Nell?
O enredo do filme mostra a tentativa de civilizar Nell, por parte do médico e da psicóloga. Na
sinopse do filme, encontra-se a seguinte questão: Mas será certo civilizar uma pessoa “selvagem”,
sem que ela deseje realmente isso?
COMENTÁRIO
Conforme a perspectiva que se tem sobre o que é a cultura, pode-se afirmar que Nell tinha/não
tinha cultura. Daí que o filme nos conduza à questão do que é realmente a cultura e ao nosso
posicionamento etnocêntrico. Todos os personagens do filme, no princípio, consideram Nell uma
selvagem. Nesse sentido, atribuem-lhe a não civilização, um comportamento distinto do deles,
uma falta de sociabilidade; enfim, do ponto de vista deles, Nell não apresentava os vários
requisitos adequados para se viver em sociedade. Porém, se considerarmos, por exemplo, os
rituais que Nell praticava, como a maneira como sepultou sua mãe ou a sua ida ao rio à noite para
se banhar ou mesmo o retorno ao local onde sua irmã tinha sido enterrada, não se pode
considerar que ela não possui cultura. Pelo contrário, mesmo isolada, mantinha a tradição cultural
de seu grupo (sua mãe e sua irmã).
Quando os personagens Lovell e Paula pensam numa classificação para Nell como deficiente
mental, fica claro que a vêem como alguém com um comportamento diferente do que se
considera normal. Entretanto, após uma certa convivência com Nell, tanto o médico quanto à
psicóloga percebem que Nell não apresenta qualquer tipo de deficiência, o que os conduz a uma
visão não etnocêntrica o que se traduz num olhar diferente sobre a própria vida. O filme evidencia
que o conhecimento de outras culturas nos dá uma percepção diferente da nossa própria cultura.
A cena do julgamento, no final do filme, chama à reflexão sobre estes aspectos, posto que Nell
mostra a todos, naquela audiência, a legitimidade e a autenticidade da sua existência, ainda que
em condições diferentes das deles. Ela demonstra todas as suas emoções e posiciona-se
criticamente em relação ao modo de vida deles, mesmo sem falar a mesma língua. A linguagem
apresentada por Nell, é bastante expressiva, já que a adquiriu a partir do contacto com a mãe. É
interessante observar que Nell reproduz as mesmas dificuldades da mãe, embora não sofresse de
paralisia facial. Nesse sentido, podem ser confirmadas as teorias linguísticas que defendem que a
linguagem tem uma base social. Nell adquiriu uma língua a partir do contacto social com uma
única pessoa, que apresentava dificuldades na articulação e reproduziu tais dificuldades.
II
Este filme ilustra muitos dos conteúdos leccionados no programa de Psicologia B, nomeadamente
sobre a importância do meio sociocultural na formação da pessoa e no processo de socialização.
Por isso, apresentar-se-ão algumas questões orientadoras da análise sobre o filme.
NELL
Análise de conteúdos do Filme segundo
conceitos da Psicologia B
João Ramos
28/12/2009
28/12/2009
R1
NELL
Nell adaptou ao meio que a rodeia na medida em que aprende tudo com a
mae e por exemplo até fala de forma como a mae falava, isto porque devido
a paralisia facial a mae tinha dificuldade em falar e ela aprendeu a fazer o
mesmo mas sem ter problemas como a mãe, quer isto dizer que no seu
esperido e essencia ela tinha o reflexo desse mesmo meio que teve que
adaptar e aprender. Pode se dizer que Nell recebeu uma educação
“especial”, ela assimila a sua personalidade condicionado por
factores e aspectos essenciais do meio físico e social em que se
encontrava,com valores simples e afectuosos.
Com base no que aprendi na Pscilogia, o modo como a
construção de Nell se deu no processo da adaptação activa ao
meio, é através da socialização, nesta caso somente com a
figura materna, entao ela aprende tudo com a mãe dai resulta a sua forma
de ver o Mundo e interagir com a natureza de forma única, o que nós leva a
1
28/12/2009
De uma certa forma a identidade Nell resulta da sua interação com a mãe e
possivelmente com o «eu» diferente que ela conseguia ver no espelho, que
era sua fonte de amor e paz. Portanto a forma como ela vai se
individualizar é através da consciencia de si propria na
interação/socialização com a mãe, com a natureza simples.
2
28/12/2009
3
28/12/2009
4
28/12/2009
Nell E OS OUTROS
R1
5
28/12/2009
O filme retrata de facto, dois mundos, uma delas é o civilizado onde vivem
as pessoas normais numa sociedade com regras, preceitos, normas, carros
etc ou seja com uma cultura ampla e complexo em que todos fazem parte,
onde há preocupação e stress e uma consciencia glabal mais correcta sobre
o mundo; Por outro lado temos o mundo selvagem onde a Nell se encontra
inserido, um mundo onde o sentido da vida é a harmonia com a natureza,
onde tudo é puro na essencia da inocencia. Não há normas nem regras, não
há luz nem carro, somente um pequeno numero de individuos(neste caso a
nell e a mão) e por este facto a cultura da nell é simples e pobremente
humano.
6
28/12/2009
Concluindo, o que está por tráz da forma como geralmente se trata os que
possuem uma cultura diferente da nossa é o facto do homem não possuir
bom senso e conhcer os limites e as barreiras que existem nas nossas
mentes que nunca deixam que sejamos melhores que os outros, sem negar
por outro lado que há no entanto homens com mentalidade mais «inferior»
por falar; o que é raro, ficando portanto que somos todos iguais no fim de
tudo.
7
28/12/2009
A ética está ligado a esta pergunta: como devo agir perante os outtros?
Portanto a nossa forma de agir deve ser Bom e spcialmente correcta, logo
neste caso a forma como os cientistas colacam um rotolo de «Retardada»
em Nell sem a conhcer devidamente, querendo hospitalizar a mesma, não
parece ser eticamente aceitável já para não falar dos jornalistas que
interferem com a sua vida de uma forma censuravel só para ter uma
«historia fantastica» mas que possivelmente nem conheciam…
8
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
GUIÃO DE TRABALHO
Tema/problema da cultura científico-tecnológica
Objectivos Gerais
A – No domínio cognitivo
TEMA GERAL
1
A Bioética (disciplina recente, surgida na década de 70 do século passado1) procura dar
resposta às complexas manifestações do progresso da tecno-ciência, nomeadamente nas
áreas da biologia e da medicina.
Assim, é à Bioética e aos princípios que a fundamentam que a Filosofia poderá ter algo a
dizer, fornecendo os instrumentos críticos e reflexivos imprescindíveis na análise
casuística, tornando-se pertinente comentar o valor da vida humana enquanto um
permanente caminhar do homem para o seu auto conhecimento, atentas as
responsabilidades que lhe assistem no âmbito da sua condição de ser-para-a-vida.
TEMA DO TRABALHO:
- A Clonagem
1
O termo Bioética foi criado por Ralph Van Rensselaer Potter, surgindo inicialmente no artigo «Bioethics,
science of survival» in Perspectives in Biology and Medicine (1970) e logo a seguir no livro Bioethics: Bridge
to the Future (1971) com um sentido claramente ecológico e holístico, exprimindo a preocupação do autor pela
sobrevivência da vida sobre a terra, ameaçada pelos abusos das intervenções técnicas sobre a natureza.
Hoje, podemos definir a Bioética como o estudo interdisciplinar dos problemas resultantes dos progressos
biomédicos e da sua repercussão na sociedade e no seu sistema de valores.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Reflexão Pessoal
João Ramos
01/03/2010
01/03/2010
Introdução
O Meu trabalho expõe uma reflexão pessoal acerca da clonagem, Assim
geneticamente idênticos.
produzir células humanas clonadas que possam ser utilizadas para tratar
1
01/03/2010
sua sobrevivência.
2
01/03/2010
Reflexão Pessoal
questões em relação a este assunto não devem ser deixado só nas mãos
dos cientistas, das instituições ou dos Estados, mas que deve ser
3
01/03/2010
reprodutiva o homem pode estar a ultrapassar uma linha que pode levar
4
Émile Durkheim (1858-1917) -Suicídio
Síntese
5-Suicidio contexto
5.1 Individual-Personalidade(tudo o que somos)
5.2-Familiar(situação de vida, tendências familiar)
5.3-Social(Cultura e padroes-Socialização)
Área de Broca
Produção do discurso oral.
Dominância cerebral
A ideia de que um dos hemisférios – o esquerdo – controla e dirige os
processos cognitivos e comportamentais mais complexos, deixando ao
outro um papel menos importante nesses processos.
filogénese
Conjunto de transformações biológicas que, ao longo do tempo, tornam
possível que uma espécie surja e se diferencie de outras.
Fenótipo
O fenótipo reflecte o modo como, tendo em conta a influência dos
factores ou agentes ambientais, o potencial genético de um indivíduo se
exprime. O fenótipo é constituído pelas características específicas e
particulares que um indivíduo apresenta.
Genes
Segmentos de ADN que estão armazenados nos cromossomas do núcleo
das células do organismo e que contêm as instruções para o seu
desenvolvimento e funcionamento.
Genótipo
O genótipo é o conjunto de genes que o indivíduo herda, ou seja, o
património genético de um organismo que inclui as instruções para
traços ou características que ainda não se expressaram ou
manifestaram.
Hereditariedade específica
Conjunto de agentes genéticos responsáveis pelas diferenças entre as
espécies. Estabelece diferenças entre as espécies no interior de um
género.
Hereditariedade individual
Conjunto de agentes genéticos responsáveis pelas diferenças
individuais no interior de uma espécie.
Hereditariedade
O conjunto de potencialidades que o indivíduo possui desde o começo da
vida.
Lateralização
Designa a especialização de cada um dos hemisférios cerebrais em
certas funções ou que no cérebro há áreas especializadas em certas
funções.
Meio
O conjunto de elementos que, nos planos fisiológico, sensorial e
sociocultural, influenciam o desenvolvimento do indivíduo.
Neotenia
Processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade
de aprendizagem que se prolonga por toda a vida. Traduz uma «falta de
acabamento» que prolonga o período de infância e de adolescência e
permite o desenvolvimento adequado das estruturas cerebrais
complexas e o desenvolvimento da inteligência. Exprime também uma
enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético, que o
torna aberto às influências culturais e ambientais. À letra, neotenia
significa “man- ter a juventude”.
Ontogénese
Conjunto de processos biológicos associados ao desenvolvimento de um
indivíduo de acordo com o seu programa genético.
Padrões culturais
Conjunto de atitudes e de comportamentos colectivamente
estabelecidos, relativamente estáveis, que permitem identificar certos
indivíduos como pertencentes a determinado meio cultural. São a forma
que os elementos culturais assumem no interior de uma determinada
cultura.
Perspectiva preformista
Perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz
com escassa e pouco relevante intervenção do meio.
Perspectiva epigenética
Perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz
mediante a interacção entre o património genético e as influências
ambientais.
Socialização
A socialização é um processo que, decorrendo no interior de uma dada
cultura sob a influência de diversos agentes socializadores (família,
creches, escola, grupos de pares, meios de comunicação social,
instituições sociais, políticas, religiosas, militares), tem como objectivo
que o indivíduo aprenda e interiorize padrões culturais, competências e
conhecimentos que facilitem a sua integração social, assim como a
construção e o desenvolvimento da sua personalidade própria (da sua
identidade pessoal e social).
Relatividade cultural
A expressão «relatividade cultural» significa que o comportamento
humano não pode ser compreendido e avaliado fora do seu contexto
cultural, isto é, deve ser julgado consoante o meio cultural que o
condiciona e em que se formou. Cada sociedade tem os seus próprios
padrões de cultura (normas, valores, concepções) e esses padrões ou
modelos permitem-nos compreender os comportamentos e as atitudes
dos elementos que a compõem.
Aprendizagem
Uma mudança comportamental e de atitudes relativamente permanente
que deriva da experiência e da prática e não da maturação ou de
transformações físicas e fisiológicas.
Aprendizagem observacional
Forma muito frequente de aprendizagem que ocorre quando o
comportamento de um indivíduo é influenciado ou condicionado pelo
comportamento de outros indivíduos denominados modelos. Designa-se
aprendizagem
Aquisição ou codificação
É a primeira fase do processo de formação de novas memórias; nova
informação é introduzida, umas vezes automaticamente e outras
mediante repetição ou elaboração na memória.
Armazenamento ou retenção
É o processo mediante o qual mantemos na memória a in- formação que
foi adquirida. A simples repetição da informação não é a forma mais
eficaz de reter ou armazenar a informação.
Cognição
Termo que designa os actos, processos e mecanismos envolvidos no
processo de conhecimento, assim como o resultado da conjugação
desses elementos. Adquirimos, tratamos e processamos informações,
daí resultando conhecimentos que nos ajudam a resolver os problemas
que a adaptação ao meio exige. O que conhecemos, como conhecemos,
como usamos o que conhecemos, como comunicamos o que conhecemos
aos outros são alguns dos temas que interessam aos estudiosos dos
processos cognitivos.
Estímulo condicionado
Estímulo neutro que, repetidas vezes associado a um estímulo
incondicionado, provoca uma resposta semelhante à deste, mas que
resulta de uma aprendizagem. O estímulo condicionado é um estímulo
neutro que deixou de o ser.
Habituação e hábito
Quando desenvolvemos um hábito, aumenta a tendência para o cumprir
(pensemos no hábito de fumar). A habituação, pelo contrário,
corresponde a uma diminuição da tendência para responder a um certo
estímulo (quando se fumava em todo o lado, muitos não fumadores
desenvolveram a tendência para ignorar o cheiro do tabaco).
Interferência
Fenómeno que actua quando certos conteúdos mnésicos perturbam e
impedem a reactualização da informação que procuramos.
Interferência pró-activa
Algo que aprendemos antes perturba a reactualização de algo que
aprendemos depois.
Passado --» Presente.
Interferência retroactiva
Algo que aprendemos recentemente perturba a recuperação de algo que
aprendemos antes. Passado «--Presente.
Inteligência
Capacidade que, mediante diversas competências, nos permite uma
adaptação bem sucedida ao meio.
Inteligência conceptual
Capacidade de resolver problemas mediante conceitos e símbolos
abstractos. A inteligência conceptual, uma vez que os conceitos se
exprimem através de palavras, é dita inteligência verbal. A inteligência
conceptual também está envolvida na resolução de problemas práticos.
Inteligência prática
Capacidade de resolver problemas mediante actos motores, criação e
adaptação de instrumentos.
Inteligência componencial
A capacidade de pensar analítica e abstractamente e de processar
informação de modo eficaz.
Inteligência experiencial
A capacidade de formular novas ideias, de combinar com rapidez factos
e informações aparentemente sem relação.
Inteligência contextual
A capacidade de adaptação a um meio cujas condições ambientais
sofrem mudanças e a capacidade de remodelar o meio de acordo com os
nossos interesses de modo a maximizar os nossos trunfos adaptativos e
a minimizar as nossas fraquezas.
Lei do efeito
Formulada por Thorndike, enuncia que um comportamento seguido por
consequências satisfatórias se torna mais provável do que um
comportamento cujas consequências são insatisfatórias ou pouco
satisfatórias.
Memória
A memória é o processo dinâmico que consiste na codificação,
armazenamento e recuperação de conteúdos mnésicos ou de
informação.
Memória procedimental
Forma de memória a longo prazo especializada em actos motores.
Memória declarativa
Forma de memória a longo prazo que contém informações sobre factos
gerais, acontecimentos pessoais, ideias, teorias e conceitos.
O condicionamento clássico
Forma de aprendizagem em que um estímulo neutro, ao ser
sucessivamente emparelhado com um estímulo incondicionado, acaba, ao
fim de algum tempo e em virtude deste condicionamento, por provocar o
mesmo tipo de resposta que o estímulo com o qual foi emparelhado.
Torna-se assim um estímulo que, por si só, provoca uma resposta
condicionada, similar à desencadeada pelo estímulo incondicionado ou
natural.
Percepção
Processo mediante o qual a informação sensorial é activamente
organizada e interpretada pelo cérebro.
Pensamento convergente
Tipo de pensamento em que a resolução de problemas consiste em
encontrar uma solução única de entre várias alternativas.
Pensamento divergente
Tipo de pensamento que envolve a criação de diferentes soluções para
um mesmo problema ou em que o conteúdo da solução consiste em
dispor numa ordem nova um conjunto de elementos.
Reactualização ou recuperação
Recuperação da informação (adquirida e armazenada) de acordo com o
modo como a codificámos e armazenámos. Ao reactualizar,
reconstruímos os dados mnésicos, pelo que não se trata de um
«playback».
Resposta condicionada
Resposta suscitada por um estímulo condicionado, isto é, por um
estímulo que produz um efeito semelhante ao do estímulo
incondicionado em virtude de ter sido várias vezes emparelhado com
este.
Reforço
Processo que se verifica quando a consequência de uma resposta
aumenta a tendência do organismo para a repetir. O reforço é o
princípio fundamental do condicionamento operante (este é, por
definição, a forma de controlar a frequência de um comportamento
mediante o reforço). O reforço, quer positivo quer negativo, é sempre
uma consequência que fortalece (reforça) uma tendência
comportamental.
Reforço positivo
Consequência de uma acção que lhe acrescenta algo agradável; situação
em que um comportamento tem como resultado a adição de um estímulo
agradável que aumenta a probabilidade de repetição da resposta.
Reforço negativo
Consequência de uma acção que remove ou nega algo desagradável;
situação em que um comportamento tem como resultado a remoção ou
extinção de um estímulo desagradável, aumentando assim a
probabilidade de repetição da acção em condições similares.
Sensação e percepção
A sensação é a recepção de informações sensoriais. A percepção é a
interpretação, organização e descodificação dos dados sensíveis. A
sensação é receptiva. A percepção é um processo mental activo, embora
dependa da sensação – admitindo que a percepção extra-sensorial é um
mito.
Atitudes
Crenças e sentimentos que nos predispõem a agir de uma forma positiva
ou negativa em relação a pessoas, objectos e situações. Tal
predisposição para responder de modo favorável ou desfavorável
resulta da aprendizagem e é relativamente persistente. As atitudes são
avaliações (juízos de valor) aprendidas e relativamente estáveis, de
sinal positivo ou negativo, a respeito de algo ou de alguém.
A competição
Actividade ou conjunto de actividades dirigidas para a realização de um
objectivo às custas dos interesses e desejos de um indivíduo ou de um
grupo.
Conformismo
Mudança de atitude ou de comportamento em que, publicamente ou por
vezes em privado, cedemos à pressão para pensar e agir como os outros.
A coesão do grupo a que pertencemos ou a que queremos pertencer
pode aumentar o índice de conformismo.
Cooperação
Acção conjunta de indivíduos e grupos mobilizada por interesses
convergentes e que, em geral, acontece quando os recursos disponíveis
são suficientes para satisfazer ambas as partes.
Cognição social
O estudo do modo como percepcionamos o nosso mundo social enquanto
actores e espectadores e da forma como interpretamos o nosso
comportamento e o dos outros, de como agimos em sociedade, formando
e mudando atitudes e comportamentos.
Dissonância cognitiva
Estado psicológico relativamente desagradável que pode viver-se
quando toma- mos consciência da discrepância entre as nossas atitudes
ou entre as nossas atitudes e o nosso comportamento.
Estereótipos
Conjunto de crenças e de opiniões segundo as quais certos indivíduos
possuem determinadas características simplesmente por pertencerem a
um determinado grupo.
Estatuto
A posição que o indivíduo ocupa na hierarquia social. Essa posição
permite legitimamente esperar dos outros determinados
comportamentos. Implica um conjunto de privilégios e de direitos.
Experiências etológicas
Experiências que visam compreender o comportamento de animais não
humanos. Desenrolam-se sobretudo em contexto ecológico, o que não é
o caso da de Harlow.
Formação de impressões
Processo de formação de uma opinião acerca de outra pessoa.
Grupo
Conjunto estruturado de indivíduos entre os quais existe interacção
estável, percepção de si próprios como parte do grupo,
interdependência, diferenciação de funções (um sistema explícito ou
implícito de papéis e de estatutos) e cooperação em vista de objectivos
comuns.
Hospitalismo
Separação prolongada ou total.
Influência social
A capacidade de uma pessoa ou grupo mudar as atitudes e
comportamentos de outras.
Obediência
Mudança comportamental em resposta a ordens e instruções que
emanam de alguém cuja autoridade é reconhecida ou se impõe. Contudo,
várias vezes se verificam comportamentos obedientes sem que a pessoa
que consideramos autoridade tenha poder para reforçar as ordens que
dá.
Preconceito
Phillip Zimbardo definiu preconceito como uma atitude aprendida em
relação a um dado objecto social, envolvendo factores emocionais
negativos (desprezo, ódio, medo) e crenças de sinal negativo
(estereótipos negativos) que pretendem justificar essa atitude.
Percepção social
A avaliação das qualidades dos indivíduos mediante a formação de
impressões e as expectativas que temos em relação às suas atitudes e
comportamentos.
Papel
A conduta que é legítimo esperar de uma pessoa em dada situação social
em virtude da posição que ocupa. Implica um conjunto de
responsabilidades e deveres. Define-se mais em relação ao grupo a que
o indivíduo pertence do que à sociedade no seu todo
Resiliência
A capacidade que cada indivíduo tem de se auto restabelecer, de
resistir às adversidades, de procurar ajuda e não se entregar a
situações que o fragilizam e deixam vulnerável.
Vinculação ou apego
Forte laço emocional que progressivamente se desenvolve entre o bebé
e a pessoa que satisfaz várias das suas necessidades (sobretudo
afectivas). Esta ligação é recíproca e, mais do que da proximidade
física, depende da interacção que se processa. O primeiro vínculo
afectivo é crucial para um desenvolvimento saudável porque funciona,
em certa medida, como um protótipo para todas as relações futuras.