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DE CALDO
Conteúdo
Objetivos
Evaporação
Tipos de evaporadores
Elementos de evaporadores
Operação da evaporação
Controle operacional
Cálculo de um conjunto de evaporação
Reunion
Objetivos
Os sólidos solúveis se dividem em:
açúcares (que são de nosso interesse recuperar); e,
não açúcares (compostos orgânicos e inorgânicos - sais).
Uma análise de caldo misto pode mostrar:
Brix = 14,1 % (total de sólidos solúveis)
Pol = 12,1 % (total de sólidos solúveis açúcares)
Pureza = 85,8 %
Água = 85,9 % (100 - Brix)
O objetivo da operação de evaporação é a remoção da maior
parcela possível da água contida no caldo clarificado, sem incorrer
na cristalização da sacarose. Ou seja, objetiva a máxima
concentração sem o aparecimento de cristais de sacarose.
Reunion
Evaporação
2 ,7 2 4 ,1 8 1 2 9 ,3 4
2 ,6 2 2 ,7 6 1 2 8 ,0 8
2 ,5 2 1 ,3 3 1 2 6 ,7 9
2 ,4 1 9 ,9 1 1 2 5 ,4 6
2 ,3 1 8 ,4 9 1 2 4 ,0 8
2 ,2 1 7 ,0 7 1 2 2 ,6 5
2 ,1 1 5 ,6 4 1 2 1 ,1 6
2 ,0 1 4 ,2 2 1 1 9 ,6 2
1 ,9 1 2 ,8 0 1 1 8 ,0 1
1 ,8 1 1 ,3 8 1 1 6 ,3 3
1 ,7 9 ,9 6 1 1 4 ,5 7
1 ,6 8 ,5 3 1 1 2 ,7 3
1 ,5 7 ,1 1 1 1 0 ,7 9
1 ,4 5 ,6 9 1 0 8 ,7 4
1 ,3 4 ,2 7 1 0 6 ,5 6
1 ,2 2 ,8 4 1 0 4 ,2 5
1 ,1 1 ,4 2 1 0 1 ,7 6
1 ,0 3 3 0 ,4 7 1 0 0 ,0 0
Tab. 2 - Relação entre pressão
Reunion
e temperatura de ebulição Reunion
Vácuo
2
k g f/c m (a ) “ H g (v á c u o ) (o C )
0 ,8 9 5 4 9 6 ,0
0 ,8 3 3 5 9 5 ,0
0 ,8 0 0 6 9 3 ,9
0 ,7 6 7 7 9 2 ,7
0 ,7 3 3 8 9 1 ,5
0 ,5 6 7 13 8 4 ,8
0 ,5 3 3 14 8 3 ,3
0 ,5 0 0 15 8 1 ,6
0 ,4 6 7 16 7 9 ,9
0 ,4 3 3 17 7 8 ,1
0 ,2 6 7 22 6 6 ,5
0 ,2 0 0 24 6 0 ,2
0 ,1 6 7 25 5 5 ,8
0 ,1 3 6 26 5 1 ,5
0 ,1 0 1 27 4 5 ,5
Reunion
Príncipio de Rillieux
Num múltiplo efeito o princípio de Rillieux diz que:
Portanto:
- num quádruplo efeito, um quilo de vapor evaporará quatro quilos de água;
- num quíntuplo efeito, um quilo de vapor evaporará cinco quilos de água.
Vantagens do uso do Reunion
múltiplo efeito
Economia de vapor = Princípio de Rillieux descrito acima.
Exemplo: Qual seria o consumo de vapor de escape para se concentrar 100 toneladas de
caldo por hora de 15 oBx até 60 oBx, num triplo, num quádruplo e num quíntuplo
efeito? o
Água Consumo de
Tipo N de efeitos Evaporada Vapor de Economia
(t/h) Escape (t/h) (%)
Simples 1 75 75 0
efeito
Triplo 3 75 25,00 67
Quádruplo 4 75 18,75 75
Quíntuplo 5 75 15,00 80
VAPOR + GASES
INCONDENSÁVEIS
VAPOR DE
AQUECIMENTO Fig. 1 -
Evaporador
tipo Robert
ENTRADA DE
CALDO
CONDENSADO
SAÍDA DE
CALDO
CONCENTRADO
Reunion
Múltiplo Efeito
Reunion
Múltiplo Efeito
Reunion
Múltiplo Efeito
Reunion
Múltiplo Efeito
Reunion
Evaporador Kestner
Nos evaporadores Kestner (ver figura 3), como nos Robert, o caldo sobe pelo interior dos tubos devido ao
aquecimento. A diferença reside no fato de que os Kestner usam tubos muito longos (7 metros).
Quando o caldo é aquecido num tubo vertical muito longo, as bolhas que se formam na base aumentam em
tamanho à medida que sobem e seu diâmetro rapidamente atinge o diâmetro do tubo. Daí em diante a
parte superior dos tubos é percorrida por, primeiro, uma corrente de bolhas e, depois, por um filme de
caldo, arrastado pela fricção da corrente ascendente de vapor. Estes aspectos favorecem a transmissão de
calor pela:
- diminuição da distância média entre as partículas de caldo e a superfície dos tubos;
- elevada velocidade do líquido.
Desta maneira, o coeficiente de troca térmica é cerca de 30 % maior que nos evaporadores comuns.
Nos evaporadores Kestner o nível de caldo deve ser mantido a 20 % da altura dos tubos, de forma a
permitir seu rápido aquecimento e formação de bolhas, o que garantirá sua aceleração vertical. Portanto,
nos Kestner é muito importante que o caldo entre com temperatura próxima a seu ponto de ebulição, se
tornando obrigatório o pré-aquecimento do caldo.
Devido ao fato do caldo a baixa concentração formar um filme ascendente com facilidade, o que já não
ocorreria com o xarope ou caldos mais concentrados, e, também devido ao fato do vapor de escape causar
uma ebulição mais violenta que o vapor vegetal sob vácuo, os Kestner geralmente são usados como pré-
evaporador ou primeiro efeito.
Reunion
Evaporador Kestner
Desvantagens:
- submete o caldo a temperaturas mais elevadas (não tão prejudicial por
ser por pouco tempo, minimizando a inversão);
- grande sensibilidade às variações de nível e de vazão de caldo;
- automação obrigatória;
- pode apresentar consumo de energia de bombeamento, se operar com
circulação forçada.
Reunion
Evaporador Kestner
Reunion
Evaporador a Placas
Estes evaporadores foram desenvolvidos a partir dos trocadores de calor a placas, com
adaptações para circulação do caldo em fluxo vertical ascendente.
Necessitam de grandes vasos separadores de vapor, podendo ser instalados em paralelo a
caixas “Robert” existentes como “boosters”. Podem ser instalados dentro de vasos “Robert”,
com remoção da antiga calandra.
Sua taxa de evaporação chega a ser o dobro das taxas normalmente encontradas nos
“Robert”.
Vantagens deste equipamento:
- ocupa pequena área projetada em comparação com Robert de mesma capacidade;
- capacidade pode ser aumentada com facilidade, pela inclusão de mais placas;
- pode ser instalado como “booster” com investimentos reduzidos;
- pode ser instalado no interior de caixas Robert, com remoção da antiga calandra.
Desvantagens:
- automação é obrigatória;
- requer recirculação, levando a custos extras de bombeamento;
- unidades muito grandes podem apresentar problemas de circulação levando a
incrustações severas, sendo fundamental um sistema de CIP.
Reunion
Fig. 4 - Evaporador a Placas
Reunion
Fig. 4 - Evaporador a Placas
Reunion
Fig. 4 - Evaporador a Placas
Evaporador de Filme Reunion
Descendente (Falling Film)
Este tipo de evaporador se caracteriza por ter o caldo circulando pelos tubos
verticalmente, de cima para baixo. Desta forma não há acúmulo de caldo nos tubos
formando uma coluna hidrostática, não existindo, portanto, aumento da temperatura de
ebulição. Nos “Robert” este fato diminui a diferença de temperatura efetiva na caixa.
O vapor que se desprende do caldo, que circula verticalmente, de cima para baixo,
impulsiona o líquido para baixo, formando um filme descendente que molha totalmente
a supefície interna dos tubos. Portanto, este equipamento apresenta as vantagens dos
“Kestner”, sem o superaquecimento na parte inferior, mencionado acima.
Os evaporadores de filme descendente, por poderem trabalhar com diferenças
menores de temperatura, permitem o uso de um número maior de efeitos. Com isso as
sangrias para aquecedores e cozedores podem ser feitas de efeitos mais próximos do
condensador, aumentando a economia de vapor de escape utilizado na evaporação.
Este equipamento permite também o uso de temperaturas (pressões) maiores no vapor
de aquecimento, uma vez que a permanência do caldo nesta condição é minimizada
pela alta velocidade de circulação.
Evaporador de Filme Reunion
Descendente (Falling Film)
Vantagens deste equipamento:
- trabalha com pequenas diferenças de temperatura;
- coeficiente de transferência de calor maior que dos “Robert”;
- ocupa pequena área projetada.
Desvantagens:
- necessita dispositivo especial e eficaz que garanta perfeita
distribuição de caldo nos tubos, de forma a garantir superfície
de aquecimento permanentemente molhada;
- apresenta custo de bombeamento, com maior consumo de
energia, pois necessita de bombas de recirculação para todos
os efeitos;
- pode apresentar problemas severos de incrustação, sendo
fundamental um sistema CIP.
Fig. 5 - Evaporador de Filme
Reunion
Descendente (Falling Film) Reunion
Reunion
Reunion
Reunion
Reunion
Sistema de distribuição
SPRAY SYSTEMS
Reunion
Múltiplo Efeito
Reunion
Múltiplo Efeito
Reunion
Evaporador Híbrido Reunion
Placas / Filme Descendente
Este equipamento tem seu princípio de funcionamento baseado na combinação dos
princípios do evaporador a placas e do de filme descendente. Sua superfície de aquecimento
é formada por um pacote de placas que permite que o caldo circule na vertical descendente,
na forma de filme, em canais com a forma de tubos, com o vapor circulando pelo lado de
fora, na parte corrugada das placas.
Desvantagens:
- difícil limpeza em caso de incrustação do pacote de placas, por ser todo soldado.
Absolutamente indispensável um sistema CIP
Fig. 6 - Evaporador HíbridoReunion
Reunion
Placas / Filme Descendente
Reunion
Reboilers
Reunion
Circulação do caldo
Deve ser uniforme e adequada.
Falta de caldo: aumento nas incrustações
Excesso de caldo: redução da capacidade
Num múltiplo efeito tipo Roberts, o que faz com que o caldo circule de uma
caixa para a outra é a diferença de pressões existente entre elas.
As pressões de operação das caixas num múltiplo efeito podem se distribuir
como apresentado na tabela abaixo:
Distribuição de pressões num múltiplo efeito (bar)
Caixa Pré 1o 2o 3o 4o
Quádruplo 1,70 1,19 0,68 0,167
Quíntuplo 1,90 1,47 1,03 0,60 0,167
CIRCULAÇÃO
DO CALDO
FUNDO A
FUNDO POR
VÁLVULA
Neste sistema a tubulação de caldo é retilínea e pequena, entrando pelo fundo do evaporador. O
caldo pode ser distribuído por vários métodos: flange cônico ou serpentina com furos ou fendas,
que dirigirão o caldo em direção aos tubos da periferia da calandra.
O caldo é forçado pela pressão e, particularmente, pelo seu “flash” em direção aos tubos e na
direção oposta daquela do caldo concentrado que está saindo do evaporador. O caldo irá, no
mínimo uma vez, subir pelos tubos de aquecimento, se evaporando, antes de descer pelo tubo
central.
Reunion
CIRCULAÇÃO DO CALDO
FUNDO A FUNDO COM
SIFÃO
Reunion
Circulação do
caldo Chapman
Consiste no fechamento da parte inferior do
tubo central por um funil, que forma o ponto
de saída do caldo que passa à caixa
seguinte. Este sistema obriga o caldo a
passar pelo menos uma vez através dos
tubos, não havendo curto-circuito. Esta
modificação é fácil de ser implantada, mas
deve-se lembrar que ela elimina a
possibilidade de garantia de recirculação de
caldo em caso de necessidade.
VAPOR
Reunion
VEGETAL
Circulação
“Webre”
ENTRADA DE
CALDO CONDENSADO
SAÍDA DE
CALDO CONCENTRADO
Fundo a Fundo com Reunion
controle de nível
Para perfeito funcionamento de um evaporador é muito importante
a manutenção do nível de caldo em seu interior em seu ponto
ótimo, pois sua eficiência cai rapidamente para valores abaixo ou
acima deste ponto.
PCV
01
HLA LLA
CALDO 01 01 PC
01
CLARIFICADO
VAPOR
FC
01
FCV
01
LC LC LC
LCV LCV LCV
01 02 03
01 02 03
XAROPE
Reunion
CONTROLE AUTOMÁTICO LTFF
Reunion
Nível de caldo
O nível de caldo nos evaporadores está diretamente ligado à performance do equipamento.
Se o nível estiver muito baixo, o caldo em ebulição não atingirá o topo dos tubos, podendo
secar e levar à queima de açúcar.
Se o nível estiver muito alto, os tubos estarão submersos desaparecendo o efeito de filme
ascendente comprometendo a evaporação.
Experimentos feitos por Kerr resultaram no gráfico apresentado na figura 8. Este gráfico
mostra a variação da taxa de evaporação (coeficiente de transmissão de calor) em função do
nível hidrostático de caldo na calandra. O gráfico mostra claramente o máximo de taxa de
evaporação para o nível de caldo a 35 % da altura dos tubos a partir do espelho inferior.
Pode-se considerar que a taxa é máxima para níveis de caldo entre 30 e 40 % da altura dos
tubos.
Geralmente se diz que o nível de caldo deve ser mantido a 1/3 (33 %) da altura dos
tubos, no entanto a prática mostra que este valor pode variar de 20 a 35 %.
Por isso, o funil interno para coleta de caldo deve ser instalado a 1/3 da altura dos
tubos.
Quando a operação da evaporação é feita manualmente, é necessária a instalação de
garrafas com indicadores de nível em todas as caixas de evaporação. Desta forma o
operador pode visualizar o nível de caldo, melhorando suas ações de controle.
Em operação manual deve-se preferir a interligação entre caixas através de sifão invertido.
Facilita-se o controle de nível e garante-se que não haverá passagem de vapor de uma caixa
para a outra.
Reunion
Nível de caldo
Reunion
Remoção de xarope do Reunion
último efeito
O último efeito opera sob vácuo (25 “Hg) e portanto a remoção de xarope de seu
interior só pode ser feita por coluna barométrica ou por bomba.
A retirada por coluna barométrica é simples e eficaz, mas só pode ser praticada
se a altura geométrica disponível for da ordem de 10 metros.
A retirada por bombas pode ser feita diretamente na tubulação ou através de
tanque situado no piso inferior da fábrica, que serve de selo hidráulico para a
coluna que conduz o xarope desde o evaporador. Havendo altura suficiente, esta
última solução deve ser a preferida. Se o selo for atmosférico, melhor ainda, pois
a bomba não terá sua sucção trabalhando sob vácuo (sujeita a vazamentos de
ar, necessitando de checagens freqüentes). As bombas utilizadas para esta
operação são do tipo centrífugas. Neste caso, lembrar que concentrações
elevadas (brix muito alto) dificultam o bombeamento.
O controle da remoção de xarope deve ser feita pela válvula da descarga da
bomba e nunca pela da sucção, que deve permanecer sempre totalmente aberta.
Desta forma evita-se a cavitação, protegendo-se o rotor.
Decantador de xarope e Reunion
caixa de xarope
A instalação de decantador de xarope é altamente benéfica, pois promove a
retenção de uma grande quantidade de partículas que, de outra forma, seriam
enviadas ao cozimento.
no último efeito:
Aumento de 1 oC na temperatura do escape resulta em
aumento de 3% na taxa média de evaporação .
Diminuição de 1 oC na temperatura do vapor do último efeito resulta em
aumento de 0,9% na taxa média de evaporação .
Destes fatos decorre a importância da manutenção da pressão (temperatura) do vapor de
escape em seu valor de projeto, com a menor flutuação possível.
Por outro lado é também muito importante que o vapor de aquecimento chegue à
evaporação saturado ou muito próximo da saturação, senão o vapor, ao entrar no
equipamento, precisará primeiro se resfriar até a temperatura de saturação para então
condensar, cedendo seu maior conteúdo de calor ao caldo.
Destes fatos decorre a importância da instalação de um dessuperaquecedor na linha de
vapor de escape que alimenta a evaporação, para controle de sua temperatura.
Reunion
Sangrias
Antigamente os conjuntos de evaporação eram construídos com todos os corpos do
múltiplo efeito de igual tamanho e cada um fornecia vapor ao corpo seguinte.
Mesmo nestas condições, é possível se retirar uma parte do vapor que se dirige a
qualquer uma das caixas para utilização em aquecimentos.
A este vapor vegetal retirado para outros usos se dá o nome de “sangria”. Ver figura 9.
Estas quantidades de vapor a serem sangradas devem ser consideradas já quando do
projeto da estação de evaporação, para que as áreas de troca térmica dos corpos sejam
adequadas.
A operação de sangria é muito vantajosa sob o ponto de vista de otimização do balanço
térmico. Sempre que se utiliza vapor vegetal sangrado de uma caixa de evaporação se
economiza vapor de escape, melhorando o balanço térmico e propiciando economia de
bagaço. Esta economia é maior à medida que a sangria é feita de caixas mais próximas
da última.
O múltiplo efeito oferece uma ampla gama de temperaturas de vapor, por meio das quais
pode ser concebido um sistema de aquecimento em degraus do caldo frio até a
temperatura usada na decantação. Se em cada etapa se procurar utilizar o máximo
possível de vapores de baixa temperatura a economia de vapor obtida será maximizada.
.
Reunion
Sangrias
Exemplos de sangrias normalmente praticadas:
Efeito de origem do vapor de sangria Uso
1a Caixa - Pré-evaporador Aquecimento de caldo para “flash”
Aquecimento de caldo clarificado
Cozedores a vácuo
Destilaria
Recomendação:
Evitar a interligação de vapores vegetais de pressões diferentes para fornecimento alternativo a
um mesmo equipamento. Exemplo: conexão de vapor de 2a e de 3a caixas num mesmo aquecedor
de caldo.
As válvulas podem não vedar adequadamente e se promoveria o vazamento e mistura de vapores,
eventualmente atrapalhando a circulação de caldo no múltiplo efeito pela equalização de pressões
Reunion
Sangrias
Reunion
Condensados
Todo vapor que entra na calandra de qualquer evaporador se condensa nos
tubos para ceder seu calor latente ao caldo, permitindo sua ebulição e
concentração.
Outro tipo também bastante utilizado e o térmico, que também funciona por
diferença de temperaturas. Seu sistema consiste de fole metálico ou
membranas, que sofrem dilatação acionando a haste da abertura de descarga.
Este purgador apresenta dimensões reduzidas, grande capacidade de descarga
e pode operar sob vácuo. Também apresenta fragilidade a golpes de ariete.
Precisa ser instalado em local que garanta coluna de condensado a montante do
purgador.
O método para verificar se a remoção está sendo eficiente ou não faz uso da
medição da temperatura do vapor de aquecimento da calandra e do vapor
retirado através da tubulação de degasagem, antes da válvula de regulagem. O
vapor saindo pela degasagem deverá apresentar uma temperatura de cerca de 2
a 3 oC abaixo do vapor de aquecimento da calandra.
Reunion
Retirada de Gases
Reunion
Vácuo
O sistema de evaporação em múltiplo efeito só funciona porque é possível se
estabelecer uma diferença de temperatura de cerca de 70 oC, entre o vapor de
aquecimento (escape - 127 oC) e o vapor que sai do último corpo (vegetal - 57
oC).
Podem ser concorrente (água e vapor fluem de cima para baixo) ou contracorrente
(vapor entra por baixo e sob através da água).
Este equipamento necessita de bomba de vácuo, ou ejetor, para remoção dos gases
incondensáveis.
Condensadores contra corrente com saída de ar pelo topo fornecem gases com
temperatura mais baixa, diminuindo o consumo de potência na bomba de vácuo.
Reunion
Multijatos
São equipamentos que também permitem o contato íntimo água/vapor, só que através de
jatos de água formados por bicos especiais, instalados em um espelho.
O vapor entra abaixo do espelho e os jatos de água são responsáveis pela condensação e
pela remoção dos gases incondensáveis do interior do equipamento.
Importante
A diferença entre as temperaturas do vapor que entra e da água que deixa o condensador
mede a eficiência do equipamento. Quanto menor esta diferença maior a eficiência do
equipamento. Na prática esta diferença chega a valores da ordem de 12 a 14 oC, mostrando
equipamentos funcionando de forma ineficiente. Existem equipamentos bem projetados
onde esta diferença chega a atingir 3 oC, significando grande economia de água.
Ar
Ar
Água Água
Reunion
fria
Vapor a Vapor a
Condensar Condensar
Condensador
Barométrico
Água Água
Quente Quente
Água
fria
Ar Ar
Condensadores
Multijato
Água
Quente
A temperatura da água deverá ser a menor possível, pois, quanto maior a diferença de
temperatura entre a água e o vapor menor será o consumo de água.
Instalar termômetros confiáveis para medição da temperatura do vapor que deixa o último efeito
e na perna de descarga do condensador, para avaliação periódica de sua eficiência.
A coluna de água que deve ser mantida para garantia de selo entre a pressão exterior e o vácuo
no interior do condensador deve ter, no mínimo, 11 m de altura.
Reunion
Arraste
Durante todo o processo de evaporação, o caldo é submetido à ebulição, que se caracteriza
pela liberação tumultuosa de vapor, com formação de bolhas e espuma.
Este fenômeno lança no espaço vapor do corpo de evaporação uma quantidade enorme de
gotas e gotículas, algumas realmente muito pequenas, sempre encapsuladas num filme de
caldo, como uma bolha de sabão. Por serem muito levas, estas bolhas são facilmente
transportadas (arrastadas) pelo vapor que está saindo do caldo e se dirigindo ao corpo
seguinte ou ao condensador.
O risco da ocorrência de arraste aumenta com o aumento do vácuo, portanto muito cuidado
deve ser tomado com os últimos efeitos. No entanto, sem razão aparente, em muitas
instalações se encontram últimas caixas com altura de espaço vapor muito baixa.
Quanto menor o tamanho da bolha maior o risco dela ser arrastada. Deve-se cuidar para que
o arraste seja minimizado e aquele que vier a existir seja coletado, pois arraste é sinônimo
de perda de açúcar.
As perdas por arraste podem chegar a 3% do peso do caldo. Em trabalho efetuado em uma
usina de açúcar do Estado de São Paulo encontrou-se, no condensador da evaporação, uma
perda de 200 kg/h de açúcar para uma moagem de 120 t cana/h, ou seja, cerca de 1,3% do
conteúdo de açúcar do caldo. Já em outra usina, com sistema adequado de separação de
arraste, encontrou-se uma perda de 172 kg/h de açúcar para 720 t cana/h, ou seja, apenas
0,16%.
Reunion
Arraste
Para se diminuir a quantidade de caldo arrastada, dois cuidados iniciais podem ser
tomados durante a fase de projeto do evaporador:
1. Limitar a velocidade do vapor no domo acima do espelho a 5,0 m/s;
2. Aumentar a altura do espaço vapor acima do espelho.
Mesmo assim, como para instalações existentes nem sempre é possível a aplicação
dos critérios acima e visando a garantia de uma diminuição expressiva do arraste,
foram criados os separadores de arraste.
Existem vários modelos de separadores de arraste:
Centrífugo;
De selas ou de anéis;
De impacto, instalados na tubulação de vapor;
Mais recentemente:
Demister;
De impacto, de venezianas.
CENTRÍFUGO Este separador é montado no interior do evaporador
Reunion
e oferece superfícies curvas e de área de passagem decrescente,
que acelera as partículas de caldo contra suas paredes, coletando-
4- Manter o nível de caldo a 1/3 da altura dos tubos, evitando variações e, se possível, instalando
controle automático.
7- Além de tudo isto, não se deve esquecer que o melhor separador de arraste é a altura do
espaço vapor. O corpo superior deve ter uma altura igual a 2 a 2,5 vezes a altura da calandra.
Reunion
Atenção
Todo separador de arraste deve dispor de sistema para limpeza freqüente com
água, vapor ou solução de limpeza. Manter as tubulações de retorno de arraste
desobstruídas.
Lado Externo
com óleo, através de vapor contaminado, no pré, sendo hoje uma ocorrência mais rara;
com lipídios e materiais gordurosos oriundos do caldo, nas caixas que recebem vapor
vegetal;
com óxidos de ferro ou cobre, formados por ataque do vapor às superfícies de troca térmica
(vapor vegetal com pH baixo);
com sais de cálcio, magnésio e sílica trazidos pela água de alimentação de caldeiras ou
arrastados do próprio caldo.
O nível de caldo nos tubos deve ser mantido próximo a seu ótimo (1/3 da altura dos tubos),
garantindo boa circulação de caldo.
Lembrar que num tubo bem limpo se torna mais difícil a deposição das incrustações.
Portanto, a limpeza deve ser esmerada, com conferência via calibre, para garantia de
remoção efetiva dos depósitos.
Reunion
Limpeza das Incrustrações
A remoção das incrustações se faz de duas formas:
1- Mecanicamente, utilizando-se hidrojateamento ou raspadores (rosetas).
2- Quimicamente, através de banhos em ebulição ou sprays a quente, usando soluções de
soda cáustica ou soluções especiais.
Nos efeitos, a 4a caixa é que geralmente apresenta a incrustação mais difícil de ser
removida. Incrustações mais duras geralmente são melhor retiradas pelas rosetas, mas a
combinação de fervura de soda com o hidrojateamento pode também ser eficaz.
Não há uma solução única a ser recomendada como regra geral para todas as usinas, pois
as incrustações dependem de particularidades que começam na lavoura, como por exemplo,
tipo de solo. Portanto, cada usina deve experimentar até desenvolver a melhor programação
e a melhor seqüência de operações para remoção de suas incrustações.
Reunion
Reunion
Reunion
Limpeza das Incrustrações
Uma vez limpos os evaporadores, deve-se cuidar para que:
1- os equipamentos estejam isentos de partículas oriundas das operações de limpeza, para
não comprometer a qualidade do açúcar;
2- as portas de visita inferiores sejam abertas para descarga de material particulado
acumulado;
3- aproveitar a abertura destas portas e inspecionar a parte inferior dos tubos, confirmando a
eficiência de limpeza com cálibres, usinados de acordo com as dimensões internas dos
tubos utilizados;
4- se possível testar as calandras na busca de vazamentos, tubos soltos ou perfurados.
Estas ocorrências fazem com que durante a operação o vapor escape para o lado do caldo,
diminuindo o brix e, durante as paradas, o caldo fluirá para o lado do vapor, podendo
contaminar a água de alimentação das caldeiras.
Reunion
Avaliação de Performance
Este expediente deve fazer parte da rotina do laboratório para execução diária. Os
resultados indicarão claramente caixas que estejam apresentando problemas.
Causas de Mal Funcionamento da Reunion
Evaporação
Causas possíveis de mal funcionamento da evaporação:
1- Temperatura muito baixa do caldo clarificado entrando nos prés;
2- Vazão de caldo acima do considerado para projeto da evaporação (moagem elevada, taxa de
embebição elevada, maior vazão de água de lavagem de torta);
3- Variações na vazão de caldo;
4- Partidas e paradas freqüentes;
5- Baixa pressão do vapor de escape;
6- Baixo vácuo na última caixa;
7- Deficiência na circulação de caldo;
8- Curto circuito na circulação de caldo;
9- Calandras operando com nível incorreto de caldo;
10- Deficiência na remoção de gases incondensáveis;
11- Deficiência na remoção de condensados;
12- Tubos incrustados;
13- Tubos soltos, furados ou quebrados.
CÁLCULO EVAPORAÇÃO Reunion
Transmissão de calor em um
evaporador
Q = U.A. DT
Q = Quantidade de calor trocada
U = coeficiente de troca térmica
A = superfície de aquecimento
DT = Diferença de temperaturas
Reunion
CÁLCULO EVAPORAÇÃO
1 1 1 etubo eincrustaçã o
= + + +
U hi ho k tubo k incrustaçã o
U coeficiente global
h coeficiente de película
e espessura
k condutividade térmica do material
Reunion
CÁLCULO EVAPORAÇÃO
Ponto de ebulição
Depende da pressão
Pressão da fase vapor (tabela de vapor)
Pressão hidrostática
Depende do teor e tipo de sólidos
dissolvidos
Ebulioscopia
epe = 2B/(100-B)
Reunion
Reunion
Reunion
Reunion
CÁLCULO EVAPORAÇÃO
Fórmula Empírica de Dessin
Hugot diz:
c = 0,0007 é medíocre
c = 0,001 é razoável
Reunion
CÁLCULO EVAPORAÇÃO
Relação entre U e TEE
U = TEE . Calor latente de vaporização
Calor latente ~520 a 560 kcal/kg
Taxa de evaporação = V/A
V = Vazão de vapor gerado (Kg/h)
A = Superfície de troca térmica (m2)
Reunion
CÁLCULO EVAPORAÇÃO
Comparison of residence times and heat transfer coefficients in
selected evaporators.
OHTC OHTC
(Wm2K-1) (Wm2K-1)
University of Minnesota
Reunion
CÁLCULO EVAPORAÇÃO
Triplo: 11/30;10/30;9/30
Quádruplo: 11/40;10,33/40;9,67/40;9/40
Quíntuplo: 11/50;10,5/50;10/50;9,5/50;9/50
Reunion
Cálculo da Evaporação
Aquecimento do caldo no primeiro
efeito
Prática: Adicionar uma superfície extra
calculada pela fórmula:
AQ = 0,1.M.(t1-t0) onde
M = vazão de caldo (kg/h)
t1 = Temperatura do caldo no pré
t0 = Temperatura do caldo antes do pré
Trem de cálculo da Reunion
evaporação
1. Adotar o número de efeitos
2. Adotar o Brix do xarope desejado
3. Determinar as sangrias ( balanço vapor)
4. Fazer o balanço material global
5. Calcular o valor do “x”
6. Fazer os balanços caixa a caixa
7. Calcular o Brix médio de cada caixa
8. Determinar o perfil de pressões desejado
9. Calcular as temperaturas dos vapores
10. Calcular o epe caixa a caixa
11. Calcular o eph caixa a caixa
12. Calcular a temperatura de ebulição do caldo em cada evaporador
13. Calcular a diferença efetiva de temperatura entre o vapor de aquecimento e caldo em
ebulição
14. Calcular a TEE pela fórmula de Dessin
15. Calcular a superfície necessária (considerar a superfície interna)
16. Calcular a superfície necessária para aquecer o caldo à temperatura de ebulição
17. Avaliar os resultados e recalcular se necessário adotando novas pressões de trabalho
Reunion
Referências
1 - Hugot, E. - Handbook of Cane Sugar Engineering - Terceira Edição - Elsevier Publishing
Co. - 1986.
2 - Payne, John H. - Unit Operations in Cane Sugar Production - Elsevier Publishing Co. -
1982.
4- Meade, George P.; Chen, James C. P. - Cane Sugar Handbook - John Wiley & Sons -
1977.