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Suplemento do Património

Mensal Ano 11 N.º 77 distribuição gratuita Revista Municipal

Bibliotecas Públicas e Identidade: o Fundo Local*


Cristiano Cardoso**
1. INTRODUÇÃO
A escolha do presente tema esteve
relacionada, desde logo, com a pre-
ponderância do papel desempenhado
pelos Fundos Locais das bibliotecas
na definição e cristalização da identi-
dade e da memória colectiva de uma
comunidade. O tema impõe-se pela
consolidada e crescente importância
que os fundos locais das bibliotecas
públicas, em particular das municipais,
têm na vida da comunidade em que se
inserem. Abordámos com alguma aten-
ção a questão da identidade, pois con-
sideramos que qualquer biblioteca só
aspirará ao sucesso e ao cumprimen-
to da sua missão se se identificar com
os seus públicos. Esta identificação
tem de ir além do aspecto institucional
e administrativo e manifestar-se nas
suas colecções, fazendo sentir à po-
pulação que os fundos da biblioteca
são para sua fruição.
Fig. 1 e 2 - O Minho Pittoresco de José Augusto Vieira (Colecção Particular).
2. BIBLIOTECAS PÚBLICAS
E IDENTIDADE LOCAL culturais que a caracterizam para, ou o sector laboral em que nos enqua-
As bibliotecas públicas reúnem as assim, responderem de forma capaz dramos. A biblioteca tem capacidade
condições fundamentais para a pro- às necessidades manifestadas. para responder a qualquer um destes
moção dos valores humanos, so- Hoje em dia já temos a plena cons- desafios, desde que ela própria se
ciais e democráticos, bem como, para ciência da necessidade que qualquer identifique perante a comunidade.
o desenvolvimento harmonioso da re- comunidade tem de estar informada. Ora, é justamente neste aspecto da
gião onde se insere e da comunidade Muitas vezes a informação procurada identidade que as bibliotecas públi-
que a integra. As bibliotecas munici- reflecte o desejo de identidade. A dis- cas devem cada vez mais apostar.
pais podem e devem constituir-se tinção é algo que nos é comum e Estamos convencidos que uma insti-
como elementos catalisadores do endémico: as nossas preferências, os tuição bem inserida na comunidade
equilíbrio e da inclusão social, contri- nossos interesses, os valores que capitaliza a sua missão e atinge mais
buindo para a melhoria das condições abraçamos, as causas a que aderi- eficazmente os seus objectivos. A
de vida dos seus públicos através mos constituem a nossa identidade distinção da biblioteca deve ir muito
do livre acesso à informação. Neste pessoal. Mas há um outro nível de iden- além da placa identificativa na facha-
sentido, a biblioteca e os seus res- tidade que nos envolve, que é a iden- da. Necessariamente, será no seu
ponsáveis devem estar bem cons- tidade colectiva. Primeiramente, a fa- interior, nas colecções, nos recursos
cientes das particularidades da co- mília, a escola, a igreja ou a asso- humanos, nos serviços, nas iniciati-
munidade que integram, procurando ciação onde praticamos desporto. vas culturais, no constante desafio
manter-se informados das activida- Mas, logo depois, a freguesia e o con- imposto aos utentes que ela manifes-
des laborais, educacionais, lúdicas e celho em que vivemos, a corporação tará a sua personalidade.

*
A sequência de artigos que vínhamos publicando, desde Novembro de 2009, dedicados às igrejas paroquiais das freguesias
de Lousada foi interrompida, nos últimos dois suplementos do Património, devido a factores exclusivamente técnicos. A série
será retomada no próximo Suplemento do Património (Out. 2010) com a publicação do artigo referente à igreja de Boim.
**
Técnico Superior de Ciências Históricas. Pós-Graduado em Ciências Documentais.

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É aqui que registamos a importância da sua comunidade nas mais varia- as instituições, a vida religiosa, as
do Fundo Local nas bibliotecas públi- das vertentes: histórica, geográfica, actividades associativas e sindicais,
cas municipais. A sua existência e a social. Corresponde, ainda, aos de- culturais e desportivas, as artes e
sua adequada gestão podem consti- sejos e projectos dos cidadãos quer as letras, as personalidades, etc., de
tuir um elemento decisivo na capta- a nível particular, quer ao nível em- uma determinada comunidade e ain-
ção e fidelização de públicos para a presarial, fornecendo dados estatís- da sobre a geografia, a geologia, a
biblioteca. Em muitas bibliotecas tem- ticos, informação de carácter econó- fauna e a flora da região em que ela
se constituído como uma área de ex- mico e financeiro, recursos de finan- está inserida (Idem, Ibidem).
trema influência junto da população. ciamento, entre outros. A recolha, tratamento, conservação,
Um Fundo Local bem organizado e Poderá pôr-se, aqui, o caso das com- exploração e difusão de toda essa
divulgado poderá responder às ques- petências das instituições. Infelizmen- documentação é uma competência da
tões mais prementes colocadas pe- te, enquanto se discutem competên- biblioteca pública municipal, disponi-
los cidadãos. cias são os cidadãos que, diariamen- bilizando nos mais variados suportes
As pessoas procuram, cada vez te, mais saem prejudicados. Obvia- essa informação ao maior número
mais, respostas a tudo que envolva a mente, que cada biblioteca fará os possível de públicos.
sua região, que seja útil para o
quotidiano, que seja vantajoso 3.1. Composição e consti-
para a sua empresa, para a tuição do Fundo Local
sua escola ou para a sua vida A composição e modalidade de
privada. Um utente poderá aquisição do fundo local são
compreender as carências e assuntos que dizem respeito
dificuldades da sua biblioteca, ao bibliotecário que deve, para
mas mais dificilmente compre- isso, estabelecer regras pre-
enderá a inexistência de uma cisas de modo a obter uma
obra de um autor local ou de colecção equilibrada, rigoro-
um jornal da região. sa e com interesse para a po-
pulação. Esta selecção deve
3. FUNDO LOCAL: obedecer a parâmetros exi-
CONCEITO gentes, pois não se admite que
Pois, o que é, então, o Fundo recolha matérias com erros
Local? grosseiros, nomeadamente,
Henrique Barreto Nunes dá- Fig. 3 - A Verdadeira Situação Militar de Portugal de Luiz no que diz respeito à história,
nos uma definição que descre- Pinto de Mesquita Carvalho, 1888 (Colecção Particular). geografia, demografia, entre
ve de forma precisa a ideia outros aspectos.
actual deste tipo de colecção e servi- ajustamentos necessários em função Assim, e utilizando a divisão esta-
ço. Sinteticamente, o Fundo Local dos condicionalismos e particularida- belecida por Henrique Barreto Nunes,
reúne todo o tipo de documentação e des do meio em que se insere. Se a os documentos que compõem o Fun-
publicações referentes a uma deter- autarquia disponibiliza aos cidadãos do Local podem ser impressos,
minada localidade. Mais rigorosa- um exemplar serviço de informação, iconográficos, cartográficos, audio-
mente, é um conjunto organizado de certamente que o Fundo Local se or- visuais e manuscritos.
espécies documentais, qualquer que ganizará de forma diferente. Tudo de- No âmbito dos documentos im-
seja o seu suporte (impressos e penderá, em última análise, da rela- pressos temos os livros, as publi-
audiovisuais), produzidas por uma ção oferta/procura. Em todo o caso, cações periódicas, documentos di-
comunidade ou com ela relaciona- é elementar que a biblioteca pública versos e dossiers de documentação:
das, que se referem aos mais varia- possua capacidade de resposta às a) Livros
dos aspectos da sua vida, história e mais variadas situações. Há que apro- Obras sobre a história local que abar-
actividades (NUNES, 1996:129). Esta veitar a visita das pessoas à bibliote- quem áreas como o património, a arte,
última observação parece-nos de ca, ainda que estas lá vão engana- a arqueologia, os costumes, o meio
capital importância, em conformidade das, como acontece amiudadamente. ambiente ou a sociedade. Dar espe-
com o que atrás dissemos. O bibliotecário tem de ter a capacida- cial atenção às teses académicas pois
De facto, o Fundo Local responde a de de, mesmo não possuindo o servi- são, normalmente, executadas com
um largo espectro de questões, des- ço que a pessoa deseja, a saber in- um grau de especificidade e rigor que
de aquelas que se relacionam com o terrogar para assim a orientar cor- não se encontra nas monografias ge-
quotidiano, com as actividades tão rectamente. Não se exige que as pes- rais. Biografias sobre personalidades
prosaicas como a ida ao cinema, ou o soas se desloquem à biblioteca para locais ou outras que de algum modo
horário de funcionamento duma far- usufruir dos serviços tradicionais, tenham cooperado e convivido com a
mácia, ou o horário das missas na podem simplesmente lá entrar para comunidade são, também, de grande
freguesia tal. Dedica, igualmente, es- tomar um café. interesse.
pecial atenção às necessidades Em sintonia com o que vimos dizen- Deve-se fazer um acompanhamento
cognitivas dos indivíduos, aquelas que do, o Fundo Local deve, então, en- regular da produção literária dos au-
têm a ver com a compreensão, no globar documentos sobre a história, tores locais, fomentando a edição das
caso presente, da sua localidade e a política, a economia, a sociedade, suas obras, e de outros escritores

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que tenham escrito sobre a localida- sez de recursos financeiros deve-
de ou às quais dedicam algumas pas- mos observar critérios muito preci-
sagens nos seus livros. sos no que diz respeito à constitui-
De acordo com os serviços de infor- ção do Fundo Local.
mação prestados à população será Obviamente que todos os livros dedi-
importante ter no Fundo Local docu- cados à localidade devem ser compra-
mentação emanada das autoridades dos, assim como a produção literária
locais, tais como o Plano Director dos autores locais. De preferência, as
Municipal, ou, por exemplo, o proces- obras em circulação devem ser adqui-
so de candidatura, construção e equi- ridas em dois ou três exemplares de
pamento da Biblioteca Municipal. modo a possibilitar o empréstimo. Quan-
b) Publicações Periódicas to aos livros fora do circuito comercial
Todo o tipo de jornais e revistas de normal, deve-se manter um contacto
âmbito local e regional, desde os bo- permanente e interessado com os al-
letins produzidos pela paroquia, pela farrabistas no sentido de obter pelo
escola ou pelo clube desportivo, até menos um exemplar das obras mais
às publicações emanadas da Câma- raras. Estas, como é óbvio, terão de
ra Municipal ou do Governo Civil. ficar mais salvaguardadas não se per-
c) Documentos Diversos mitindo o seu empréstimo.
Aqui engloba-se o material não-livro, Os periódicos locais e, se se justifi-
espécies menores e literatura cinzen- car, os regionais devem ser adquiri-
ta. Ou seja, documentos cuja difusão dos por assinatura pela biblioteca,
é limitada ou dirigida a públicos espe- Fig. 4 - Rosto da partitura de uma assim como colecções de postais,
cíficos e que se encontram, normal- mazurca composta por Manuel Peixo- selos, gravuras, fotografias. O es-
mente, fora do circuito comercial. É o to de Sousa Freire (Arquivo Privado) pólio literário e documental de perso-
caso dos panfletos, brochuras publi- nalidades da região deverá ser alvo
citárias e culturais, propaganda e constituem, também, parte importante de apreciação por parte do bibliote-
manifestos de partidos políticos, ca- do acervo do Fundo Local. Cada vez cário e, aferida a sua relevância, de-
tálogos de exposições ou de empre- mais os novos suportes digitais subs- vem ser encetadas diligências com o
sas, informação turística e gastro- tituem os tradicionais pois permitem fim de adquirir essa mesma obra. Es-
nómica, horários, ementas, cartões reunir muita informação de uma forma tas serão, então, as áreas para as
de associações, diplomas, etc. mais prática e cómoda. Assim, o quoti- quais os meios financeiros devem ser
d) Dossiers de Documentação diano e a actividade local devem estar preferencialmente dirigidos.
Devem ser criadas pastas com re- bem representados na colecção atra- Outro modo de adquirir documentos
cortes de imprensa com notícias lo- vés dos suportes mais antigos como para o Fundo Local é através da soli-
cais de interesse iminente, cuja actua- vídeo, cassete áudio, diapositivos ou citação de oferta. As publicações ofi-
lidade ainda não tenha permitido a microfilmes, mas dedicando crescen- ciais são, normalmente, oferecidas
análise mais demorada em livro ou te atenção aos novos formatos digi- desde que as bibliotecas as requei-
outro tipo de publicações. tais que poderão, inclusivamente, ser- ram. Também se pode suscitar a ofer-
Entende-se por documento icono- vir para salvaguardar documentos cuja ta junto de particulares, principalmen-
gráfico toda a documentação que degradação é acelerada, como é o te quando as obras em causa já não
reproduza uma imagem na qual a lo- caso das fitas magnéticas das casse- se encontram ou nunca sequer esti-
calidade se veja reflectida nas mais tes vídeo e áudio. veram em circulação. Certamente que
diversas facetas. Têm, assim, inte- Nesta colecção impõe-se a presença neste caso o rigor impera e o bibliote-
resse as colecções de estampas e de documentários sobre a vida e his- cário deve definir muito bem aquilo que
gravuras, fotografias, postais, calen- tória local, as gravações dos músi- é ou não susceptível de recolha e tra-
dários, cartazes, selos, autocolantes, cos e grupos da terra, conferências tamento. Do mesmo modo agirão os
entre outros. e cerimónias aí realizadas, etc. doadores em relação à biblioteca. Um
Os documentos cartográficos particular só se separará do seu es-
contêm informações muito úteis para 3.1.2. Constituição pólio se verificar que a instituição que
os cidadãos e para os investigado- Reconhecemos a dificuldade que, no o vai receber tem condições para tal e
res. As cartas podem incidir sobre geral, as instituições culturais depen- lhe dará o devido valor e atenção.
aspectos urbanísticos, geográficos, dentes de autarquias têm para con- A permuta entre bibliotecas também
ambientais e patrimoniais, consideran- seguir os fundos financeiros que lhes pode funcionar como método de va-
do-se, por isso, de elevada importân- garantam a prestação de serviços lorização do Fundo Local. Aplica-se,
cia a existência das cartas militares mais valiosos. No entanto, acredita- por exemplo, quando as localidades
da região, das cartas geológicas, mos que os órgãos executivos da estão inseridas em regiões bem defi-
hidrológicas e climatéricas, bem como autarquia estarão mais sensíveis e nidas como o Vale do Sousa ou o Vale
de plantas de localidades ou edifí- disponíveis para as questões relacio- do Minho. Nestes casos é do interes-
cios, mapas rodoviários e territoriais nadas com a valorização do Fundo se comum a troca de publicações que
actualizados. Local da sua biblioteca. Tendo isto em digam respeito à região em que os
Os documentos audiovisuais conta e admitindo, também, a escas- municípios se inserem.

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4. TRATAMENTO DO FUNDO LOCAL deve, igualmente, ter um conhecimen- sido feitas todas as relações hierár-
Como vimos o Fundo Local é compos- to profundo da colecção do Fundo quicas e de associação (Idem, Ibidem).
to por um conjunto muito variado de Local e deve, essencialmente, desen- Um Fundo Local tratado deste modo
documentos que pode ir desde a volver um trabalho de indexação mui- funcionará como um departamento ou
monografia ou periódico, até fotogra- to rigoroso, concreto e sustentado por instituto municipal de História Local.
fias, mapas, fichas de trabalho, pan- uma linguagem homogénea.
fletos, agendas pessoais. Este tipo de Será, com efeito, difícil encontrar 5. CONCLUSÃO
documentos, aos quais, normalmente, monografias que se debrucem sobre Como tentámos demonstrar, o Fundo
não se atribui especial importância, temáticas locais. Nestes casos há ne- Local tem um papel preponderante na
pode ser encontrado, por exemplo, no cessidade de recorrer a outras es- positiva aceitação da biblioteca públi-
acervo particular duma personalidade pécies documentais como a fotogra- ca no seio da comunidade. Ele deve
local. Ora, como deverá ser feito o tra- fia, os postais, as genealogias, a tra- reflectir o conjunto de valores mais
tamento de uma variedade tão grande dição oral ou a cartografia, por isso firmemente implantados na população,
de documentos? deve procurar observá-los no senti-
do de se irmanar com os públicos.
4.1. Catalogação Não queremos, nem cremos, contu-
A catalogação permite-nos um conhe- do, que este processo de identifica-
cimento físico dos documentos pelo ção tenha sentido único, mas que se
que esta deve ser feita para todas as faça acompanhar de semelhante es-
espécies documentais, seguindo as forço por parte dos utentes da biblio-
normas das ISBDs (International teca. Terá, apesar de tudo, de ser a
Standard Bibliographic Description), biblioteca a dar o primeiro e decisivo
que se adaptam a todo o tipo de do- passo que leve à inauguração deste
cumentação. Deve-se, no entanto, diálogo, promovendo um Fundo Local
estender a catalogação aos artigos capaz de atender aos desejos e ne-
de periódicos e em obras mono- cessidades da população.
gráficas mais relevantes deve ser O que fomos enunciando e desen-
feita a catalogação analítica dos ca- volvendo ao longo do trabalho trata-
pítulos mais importantes (MOREIRA, se apenas de matéria conceptual e
2001). A catalogação de imagens e técnica cuja exposição, objectiva e
mapas, em determinados casos, precisa, não justifica considerações
deve ser feita, dependendo do seu ao nível da conclusão. O que, de fac-
valor e interesse, falamos, concreta- to, importa ponderar é o indiscutível
mente, de elementos visuais únicos capital que o Fundo Local encerra no
sobre um determinado assunto. Ou- Fig. 5 - Brochura publicada pela San- que diz respeito à apropriação da
tros tipos de documentos podem ser ta Casa da Misericórdia de Lousada, ideia de biblioteca por parte da comu-
catalogados como material não livro comemorações do centenário, 1997 nidade. Cremos que as pessoas têm
e incluídos na base geral. (Fundo do Gab. Património Histórico). necessidade de sentir as instituições
como um espaço seu, algo que lhes
4.2. Indexação se torna essencial uma indexação ri- pertence não só de direito, mas tam-
Num acervo do género do Fundo Lo- gorosa e homogénea com vista a en- bém por necessidade afectiva, de
cal é fundamental proceder-se à contrar a mesma temática nos mais estima, de realização pessoal.
indexação. No entanto, é necessário variados tipos de documentos. Acreditamos, sem desvalorizar o fac-
que a linguagem de indexação se Na prática, se um indivíduo quiser co- tor humano, que um Fundo Local ade-
adapte de forma a responder conve- nhecer a história de uma família da quadamente organizado e dinamiza-
nientemente aos pedidos dos utiliza- região poderá encontrar informação do pode assemelhar-se a um verda-
dores. As pessoas que se servem do sobre as personalidades mais notá- deiro “frente de casa” duma bibliote-
Fundo Local têm, normalmente, neces- veis dessa família, fotografias, vídeos, ca. O Fundo Local deve estar visível,
sidades de informação muito concre- plantas da casa em que viviam, árvo- deve ocupar um lugar nobre da bibli-
tas, precisam de encontrar documen- res genealógicas, memórias, recortes oteca e, a partir daí, desdobrar-se
tação sobre um edifício, uma rua, uma de jornais, etc., obtendo, assim, numa para os restantes sectores combinan-
festa, um costume ancestral. O biblio- pesquisa rápida, uma fonte abundan- do-se com eles. De preferência, o
tecário para responder a estes pedi- te de informações. Para isso é neces- Fundo Local deve fazer-se notar logo
dos tem, desde logo, que conhecer sário que todos esses documentos no átrio da biblioteca acolhendo, jun-
muito bem a história e tradições da estejam indexados e, a nível da lin- tamente com o pessoal da recepção,
região, das suas gentes e costumes, guagem documental utilizada, tenham os diferentes tipos de visitantes.

Bibliografia
NUNES, H. B. (1996) – Da biblioteca ao leitor: estudos sobre a leitura pública em Portugal. Braga: Autores de Braga.
MOREIRA, M. da A. J. (2001) – Fundo Local / Mediateca Especializada. Lisboa: s.n. [Consultado em 9.1.2003] Disponível
em http://www.docbase.pt/pages/fontes/forum/fundolocal.htm.

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