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Amigo de Jules Renard, Stéphane Mallarmé e Paul Valéry, Marcel Schwob (1867-1905) foi, tam-
bém ele, um grande escritor. Detentor de uma espantosa erudição, foi um criador de uma origi-
nalidade inesgotável cuja influência, secreta mas determinante, atravessa todo o século XX mar-
cando, entre outros, Jorge Luis Borges.
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des Mestre incontestado da canção popular portuguesa, si-
multaneamente um genial autor e intérprete de canções, ci-
TODAS AS CANÇÕES — partituras, letras, cifras dadão exemplar e incansável lutador pela liberdade e pela
Autor: José Afonso justiça no contexto da ditadura salazarista, mas também no
Transcriçõs de: Guilhermino Monteiro, João Lóio, José Mário Branco e Octávio Fonseca pós 25 de Abril, a sua vasta obra discográfica, iniciada em
Colecção: Rei Lagarto 42 / Tema, classificação: Música 1953 e terminada em 1985, constitui um manancial inesgo-
Data de Edição: Outubro de 2010 / Distribuição: 8 a 12 de Novembro de 2010 tável de inspiração e de aprendizagem.
Formato e acabamento: 23 x 29 cm, edição brochada com badanas / 352 páginas
ISBN: 978-972-37-1567-5
«Para ser rigoroso, teria que levar esta história ao princípio: a 25 de Agosto de 1951. Foi
nesse dia que nasceu — em Cedofeita, Porto — António José Correia de Brito. Para ser prático,
permito-me saltar alguns anos e passar em claro a aprendizagem familiar do piano, depressa tro-
cado pela guitarra e, finalmente, pelo baixo, deixando à vista um músico que começa pelos
grupos que a geografia de adolescente lhe permite. Outro salto e eis-nos chegados ao ponto de
referência, uma canção chamada “You’ll See”, um dos hinos da banda Pop Five. Hoje, como
compositor e/ou autor, o mesmo rapaz, amigavelmente rebaptizado como Tozé, tem registadas
mais de 250 canções na Sociedade Portuguesa de Autores. A solo também cantou, mas prefe-
riu sempre os grupos, como o Quarteto 1111, os Green Windows (ambos com José Cid, ao
menos na génese) ou os Gemini. Foi abrindo o talento e o trabalho a muitas das vozes mais
marcantes do panorama musical português e ficou como um dos mais assíduos criadores para
o Festival RTP da Canção. Foi produtor e editor, bateu recordes de vendas e de exposição ra-
diofónica com Carlos do Carmo e Adelaide Ferreira, com as Doce e Vítor Espadinha, com
Ana Moura e Simone. Nunca parou de compor e a passagem do tempo permite-nos perceber
que as suas canções o atravessam, sem desgaste nem erosão. Já sabíamos — ou tentávamos —
cantá-las de cor. Agora, com este Songbook em que qualidade e variedade formam a rima per-
feita, vamos aprender a tocá-las. E não vai custar nada, porque — tal como o seu autor — são
simples e deixam marcas. Mãos à obra.»
João Gobern
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des O melhor de Portugal pouco aparece e não abre geral-
mente os noticiários. Mas existe e por ele mesmo continuamos
PORQUÊ E PARA QUÊ? Pensar com esperança o Portugal de hoje nós a existir. Apesar de tudo, mas não apesar de nós.
Autor: Manuel Clemente
Colecção: Peninsulares 103 / Tema, classificação: Ensaio
Data de Edição: Novembro de 2010 / Distribuição: 24 a 29 de Novembro de 2010
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 240 páginas
ISBN: 978-972-37-1562-0
«Para lá do cinema girava também o inconsciente dos seus próprios sonhos, das suas viagens e en-
contros, dos museus, dos livros e revistas de arte, de todos os livros que lia e escrevia com a espinal-medula.
E assim viveu a chamada realidade, como uma externalização do inconsciente, como um esfolado
vivo — “la douce folie de parler avec des fantômes durant la moitié de sa vie”. Se não contasse apenas
quatro anos quando morreu Freud, se tivessem podido encontrar-se e encarar-se, teriam constituído
um acelerador de partículas e chegado a um nível mais subtil de interconectividade, talvez mesmo à
descoberta da “partícula de Deus”.
Tudo isso perpassa nestas crónicas, desde “a irremediável solidão das memórias despovoadas ou ex-
cessivamente povoadas por fantasmas que mais ninguém se lembra de ter visto”, até à semana em que foi
a Londres visitar os últimos Caravaggio. Andou perdido e viveu uma história que “faria chorar as pedras
da calçada sob a égide do Cão de Céfalo e da estátua de Mausolos de Halicarnasso”, tendo ademais tro-
peçado no regresso e ficado impróprio para consumo. História completada, no Martírio de Santa Úrsula,
por uma mão que se interpõe entre Atila e a santa (“mão de quem? Porque é que as mãos hão-de ser sem-
pre mãos de alguém? Porque é que só há sombra quando há luz? Quando souber responder a estas per-
guntas, irei até ao inferno — ou até ao céu — para rever a mão, a sombra e a cor. Talvez nesse dia comece
a ver Caravaggio e, em Caravaggio, o sangue do meu sangue”).»
Alberto Vaz da Silva, O Rei de Chipre
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des Talvez a melhor justificação para esta antologia esteja no
modo como os poemas agora reunidos ilustram diferentes for-
POEMAS COM CINEMA mas de diálogo da poesia portuguesa dos séculos XX e XXI
Autor: Vários Autores com o cinema. A amplitude do corpus poético aqui apresen-
Organização: Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós e Rosa Maria Martelo tado e a diversidade das poéticas nele envolvidas comprovam
Colecção: Documenta Poetica 139 / Tema, classificação: Poesia que o cinema tem merecido uma atenção continuada por
Data de Edição: Novembro de 2010 / Distribuição: 24 a 29 de Novembro de 2010 parte dos poetas portugueses. Foi a esta cumplicidade que pro-
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 208 páginas curámos dar relevo.
ISBN: 978-972-37-1507-1
«Sendo as relações da poesia com o cinema menos evidentes do que aquelas que aproximam a
narrativa literária da narrativa cinematográfica, e também menos estudadas, talvez esta antologia
possa contribuir para dar maior visibilidade a um diálogo certamente muito mais profícuo do que à
primeira vista pode parecer. A poesia moderna e contemporânea tem sido, embora no terreno que lhe
é próprio, uma arte da imagem e da montagem — ou então uma arte que, apesar de dominantemente
lírica, não exclui a narratividade. Mesmo se a palavra imagem traduz universos conceptuais e técnicos
diferentes em cada uma das duas artes, mesmo se a sintaxe entre as imagens se faz de forma diferente,
mesmo se é diferente o modo de narrar ou de articular expressão e imagem — e não sendo da mesma
ordem a visualidade que o cinema e a poesia podem proporcionar —, o fascínio pela imagem, a im-
portância atribuída à relação entre as imagens e ao seu poder evocativo justificam a cumplicidade tan-
tas vezes evidenciada nos poemas agora reunidos. Por outro lado, importará observar que, mesmo
quando a poesia não se aproxima do cinema em função da imagem e da montagem, pode ainda pro-
curá-lo por razões de ordem temática, ou porque a narrativa fílmica lhe abre novos caminhos no que
respeita ao cruzamento entre lirismo e narratividade.»
Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós e Rosa Maria Martelo
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des «Neste longo caminho, S. Tomás ocupa um lugar absoluta-
mente especial, não só pelo conteúdo da sua doutrina, mas tam-
CREDO bém pelo diálogo que soube instaurar com o pensamento árabe e
Autor: Tomás de Aquino hebreu do seu tempo. Numa época em que os pensadores cristãos
Tradução e prefácio: Artur Morão voltavam a descobrir os tesouros da filosofia antiga, e mais direc-
Colecção: Teofanias 15 / Tema, classificação: Filosofia / Teologia tamente da filosofia aristotélica, ele teve o grande mérito de colo-
Data de Edição: Novembro de 2010 / Distribuição: 24 a 29 de Novembro de 2010 car em primeiro lugar a harmonia que existe entre a razão e a fé.»
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 112 páginas João Paulo II, Fides et Ratio
ISBN: 978-972-37-1533-0
E como a forma da luz é o vazio, a forma mais profunda dessa escavação é o olho. O olho
é o vazio escavado pela própria luz na matéria. É a escavação cega que a luz deu à luz.
Sem esse vazio, a matéria não distinguiria a direcção e a fonte de luz; sem ele, não haveria
imagem — mas somente o claro e o escuro, a noite e o dia. E assim apenas, talvez, o pressen-
timento (o pré-sentimento) do medo. Desse medo tão arcaico do escuro.
Esse vazio não é portanto o nada — de resto, o vazio nunca foi confundido com o nada
na história da física (nem, num outro sentido, na história da metafísica). Ele é o que resta
de material quando se procura anular toda a matéria (toda a materialidade objectiva). O va-
zio é a matéria inanulável — aquilo a que, na extremidade daquela história, se deu o nome de
espaço-tempo (e que Kant pensou como condições — formas vazias ou puras — da sensibili-
dade). Ora, escavar um vazio luminoso na matéria é abri-la a um espaço-tempo outro: distinto
do espaço que ocupa essa matéria, e diferente do tempo próprio dessa mesma matéria (do
tempo do seu metabolismo, por exemplo).»
Tomás Maia
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des «Nesta exposição, deixamos os desenhos nas paredes,
sem moldura e sem protecção do vidro, para assim se poder
TENDAS NO DESERTO experimentar de modo directo a matéria, o próprio cheiro
Autor: João Jacinto / Texto: Paulo do Vale da tinta de óleo, das cinzas; ver as falhas no papel rasgado,
Colecção: Arte e Produção 118 / Tema, classificação: Arte Contemporânea sentir a presença física, eminentemente física, destas obras.
Data de Edição: Novembro de 2010 / Distribuição: 24 a 29 de Novembro de 2010 Não apenas de uma imagem, fantasmática, mas da sua
Formato e acabamento: 15 x 21 cm, edição brochada / 96 páginas carne — criada num combate corpo a corpo, que pressenti-
ISBN: 978-972-37-1566-8 mos, entre o artista e o papel.»
Paulo do Vale
Preço sem IVA: 14,15 € / P.V.P.: 15 €
«Todos os títulos se dirigiram para este: Tendas no Deserto. Recolhi-o do livro de Levinas sobre Mau-
rice Blanchot, numa passagem que une a arte e o rosto sob o signo do nomadismo: “A arte, segundo
Blanchot, longe de iluminar o mundo, deixa perceber o subsolo desolado, fechado a toda a luz que
o sustém e devolve à nossa estadia a sua essência de exílio e aos prodígios da nossa arquitectura a sua
função de tendas (cabanes) no deserto” . E Levinas retoma esta expressão no início do parágrafo se-
guinte: “Tendas (cabanes) no deserto. Não se trata de voltar atrás. Mas para Blanchot, a literatura re-
lembra a essência humana do nomadismo. O nomadismo não é a fonte de um sentido, aparecendo
a uma luz que nenhum mármore devolve, mas o rosto do homem” .
§
Cada auto-retrato é apenas um abrigo temporário, num êxodo de quem sabe não ter aqui morada
permanente. Um si sem lugar, fora do lugar, deslocado, que se reconhece a si mesmo como o lugar
de errância.»
Paulo do Vale