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Diretor executivo: Claudio Weber Abramo

Projeto de lei de acesso a informação tem novo relator


na Comissão de Ciência e Tecnologia no Senado

O senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) assumiu em 17 de novembro a relatoria do PLC


41/2010, que regulamenta o acesso a informações públicas, na Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado.
Filho de Antonio Carlos Magalhães, Antonio Carlos Junior se tornou relator no lugar de José
Bezerra (DEM-RN), que estava na função desde 13 de outubro de 2010. Bezerra deixou a
relatoria porque voltou à suplência do Senado, com o retorno de José Agripino Maia (DEM-
RN) como titular.
Cabe lembrar que, na ocasião em que assumiu a relatoria do projeto de lei, José Bezerra
garantira, em entrevista à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que se
esforçaria para apresentar um parecer na Comissão antes de voltar à suplência
(http://bit.ly/bsWKXl), mas não o fez.
O projeto de lei de acesso a informação pública (PLC 41/2010) é resultado de discussão
iniciada em 2005 pela Transparência Brasil no Conselho de Transparência Pública e Combate
à Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU). Em 2006, como resultado de
negociações conduzidas pela Transparência Brasil, o então candidato à reeleição Luiz Inácio
Lula da Silva transformou o projeto de lei de acesso à informação em promessa de governo.
Em maio de 2009, por iniciativa do Executivo federal e após pressões exercidas pela
Transparência Brasil e outros atores junto à CGU e à Casa Civil, o projeto de lei
regulamentando o acesso a informações públicas foi enviado ao Congresso. Em abril de 2010,
o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e enviado ao Senado.
No Senado, após um mês parado na Comissão de Ciência e Tecnologia aguardando a
designação de um relator, José Bezerra assumiu a função – logo após ação em que a
Transparência Brasil, a Abraji e a ONG Artigo 19 questionaram os candidatos a senadores
sobre suas intenções em relação ao projeto.
O PLC 41-2010
No artigo 1º do Projeto de Lei da Câmara número 41 (protocolado no Senado em 2010) lê-se que o
texto “dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações” previsto na Constituição Federal.
De acordo com o artigo 3º, os procedimentos “devem ser executados em conformidade com os
princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:
I – observância da publicidade como preceito geral e o sigilo como exceção;
II – divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;
III – utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
IV – fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;
V – desenvolvimento do controle social da administração pública”

Pontos principais
• Alcance: o projeto de lei afeta os órgãos públicos de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) e de todas as esferas (União, estados e municípios). O PLC 41/2010 atinge também
autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e “demais entidades controladas direta
ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios”;
• Prazos: os órgãos públicos deverão fornecer a informação solicitada em vinte dias, prorrogáveis por
mais dez mediante justificativa;
• Obrigação de publicar: todos os entes públicos devem publicar na Internet um conjunto mínimo de
informações, a saber:
o Competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de
atendimento ao público;
o Registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;
o Registros das despesas;
o Informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados
bem como a todos os contratos celebrados;
o Dados gerais para o acompanhamento de programas;
o Ações, projetos e obras de órgãos e entidades;
o Respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
• Apelação: Se um funcionário público se negar a fornecer informação, o solicitante poderá recorrer à
autoridade hierarquicamente superior. Se esta autoridade concordar que a informação deve ser retida,
tal decisão acompanhada de sua justificativa deve ser enviada ao Tribunal de Contas correspondente
(quando se tratar de informações contábeis) ou ao Ministério Público (quando se tratar de informações
essenciais à tutela de direitos fundamentais);
• Sanção: Após processo no qual poderá se defender o servidor público que se recusar a fornecer a
informação injustificadamente será punido com, no mínimo, uma suspensão.

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