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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 1 de 31

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Blog da Revista
Horizonte - Leitura
Holística
Espaço para sugestões, críticas, notícias, artigos extensos publicados
em parte na versão PDF, íntegra de entrevistas, cópia de chats (MSN),
etc. A Revista Horizonte é uma publicação gratuita enviada só por e-
mail. Só se recebe solicitando ao e-mail hug.horizonte@gmail.com ou
se um leitor enviar para você. Contudo, os números mais antigos
estão sendo disponibilizados experimentalmente para download
gratuito através do link:
http://www.4shared.com/dir/2554406/72a7bfd7/sharing.html

Quem sou eu Solar Energy Charity


Helping Relieve Poverty Though The Provision of
Solar Energy. Join Us!
Nome: Paulo
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Stekel
Local:
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Cachoeirinha,
€
RS, Brazil
Liberdade de expressão
Um escritor poliglota,
especialista em línguas sexual: a última fronteira da
sagradas que trabalha como espiritualidade [versão
jornalista, editor, tradutor,
revisor e tudo o que se completa] - por Paulo Stekel
relaciona à espiritualidade
universal e que se mostre salutar para todos os seres sencientes. Filho de músico, após
muitos anos pesquisando a relação entre Canalização, Cabala e Música, passou a
desenvolver um trabalho musical específico com música espiritual, que inclui música
canalizada e mantras codificados.

Visualizar meu perfil completo

Links
Compre as músicas de Stekel em mp3 clicando aqui

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Observação inicial: Neste artigo, ao nos referirmos


à palavra “espiritualidade”, estaremos incluindo
nela tanto as religiões instituídas quanto as seitas
religiosas e mesmo as práticas consideradas
“espiritualistas”. Afinal, o conceito de
espiritualidade abarca o de religião, mas o contrário
não é verdadeiro, já que espiritualidade é algo mais
amplo que religião.

Quando se fala em “liberdade de expressão sexual”,


logo aparecem os baluartes da “moral e dos bons
Stekel
on Facebook
costumes” para defender a família do que parece ser
uma ameaça iminente ao equilíbrio milenar da
sociedade moderna. Contudo, liberdade na
expressão da sexualidade não tem nada a ver com
religião ou mesmo com qualquer ameaça à família.
Mas os fanáticos continuam a insistir. O simples fato
de colocarmos no mesmo nível de naturalidade e de
direitos tanto a orientação sexual homossexual e a
bissexual quanto a heterossexual, dominante, gera
protestos dos mais acirrados contra a pessoa
humana. No Oriente, o fanatismo chega às raias da
loucura, com prisão perpétua e até pena de morte
para quem pense deste modo, mesmo sendo
heterossexual convicto. No Ocidente, onde as coisas
parecem menos radicais, ainda há uma carga de
violência muito grande contra gays, lésbicas e
bissexuais, especialmente por parte de fiéis
pertencentes a grupos cristãos de visão
fundamentalista.
Editorial Nº 01
Em 1973 a resolução seguinte foi aprovada pelo
[19/10/2007] Conselho de Administração da Associação
Psiquiátrica Americana: “A homossexualidade, per se

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Editorial Nº 02 [07/04/2008]
YouTube - Assista o vídeo de implica que não haja prejuízo em julgamento,
apresentação de HORIZONTE - estabilidade, segurança ou capacidades sociais ou
LEITURA HOLÍSTICA
vocacionais em geral. Mais ainda, exortamos todos
4Shared - Download de os profissionais em saúde mental a que tomem a
HORIZONTE iniciativa de remover o estigma da doença mental
Hierolingüística associada a uma orientação homossexual.”
Glozel Decifrado! Em muitas sociedades, a homossexualidade é
Danea Tage
considerada muito normal. Este era o caso da Antiga
Grécia e Roma (ambas durante o seu apogeu e
Parceria: Tibete Livre - Brasil declínio), é o de muitas culturas Nativas Americanas
Parceria: Coletivo Quan An - (onde lésbicas e homossexuais são influentes líderes
Budismo Socialmente tribais e religiosos), e é o de muitas sociedades
Engajado modernas, como a holandesa, dinamarquesa, sueca e
Parceria: Brasil Holístico tailandesa.
(Portal) Como veremos, a liberdade de expressão sexual é
Parceria: Projeto Refletindo - realmente a última fronteira da espiritualidade e das
De que é feito um religiões instituídas em geral. A maioria dos
pensamento? movimentos religiosos e espiritualistas ainda é muito
Web Entrevista com Ana homofóbica, machista e misógino. Ou seja, acha que
Seibert a mulher é inferior, que deve se “colocar no seu
lugar”, e que os homossexuais, as lésbicas e os
Web Entrevista com Rav Meir bissexuais são aberrações da Natureza (como se a
Botton conhecessem muito bem!).

Entrevista com Monge Shaku Antes de começarmos qualquer debate com alguém,
Shoshin deveríamos ser capazes de identificar um potencial
“fanático”, já que, se for o caso, qualquer
Entrevista com Verónica Paz
Wells argumento lógico de contestação será visto como
demoníaco.
Entrevista com Michael
Cremo
Poderíamos identificar um fanático como o indivíduo
Entrevista com Eustáquio que:
Patounas
Entrevista com Dr. Roberto 1.Só consegue contar até um; dois é um número
Giraldo grande demais para ele;
Entrevista com Monja Coen 2.prefere sentir a pensar;
Entrevista com Jucelino 3.tem incrível fascinação pela morte;
Nóbrega da Luz 4.despreza este mundo e anseia trocá-lo pelo céu;
Entrevista com Fernando
5.Não consegue ver as razões alheias;
Cleto Nunes Pereira 6.Alimenta certezas e convicções;
7.É incapaz de fazer acordos e compromissos;
Entrevista com Delci Jardim
8.Adota uma atitude de superioridade moral;
da Trindade
9.Sempre quer mudar o outro, não conseguindo se
Entrevista com Gabriel Jaeger colocar no lugar dele e ver seu ponto de vista;
Entrevista com Ingrid Cañete 10.Traz um desespero dentro de si;
3º Encontro Estadual de 11.E, especialmente, jamais tem senso de humor,
Terapeutas e Profissionais mas ironia e sarcasmo.
Holísticos em Porto Alegre (Fonte: http://www.glextj.locaweb.com.br/)
Direitos Humanos no Tibet
Estas características são aplicáveis a muitos

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praticantes de qualquer religião e a muitos


espiritualistas por aí. Não são poucos os
“espiritualizados” deste mundo que se mostram
fortes opositores da pena de morte, do aborto, dos
ataques terroristas, mas não fazem nada para se
opôr à violência e à morte de pessoas comuns
simplesmente por causa da orientação sexual delas.
Agem, segundo pensam, balizadas por “proibições
bíblicas” e então, condenam sumariamente ao fogo
do inferno gays, lésbicas, bissexuais e qualquer tipo
de comportamento sexual “estranho”.

Uma questão de interpretação bíblica?


archives
Janeiro 2007 Interessante é notar que a Bíblia, em suas línguas
Fevereiro 2007 originais (hebraico, aramaico e grego) não cita
nenhuma vez palavras como “homossexual”,
Março 2007
“lésbica” e “homossexualidade”. As Bíblias modernas
Abril 2007 que traduzem trechos contendo estes termos estão
Maio 2007 equivocadas. A palavra “homossexual” foi criada
Junho 2007 apenas em 1869, a partir de duas raízes: homo
(grego, “igual”) e sexual (latim). Não poderiam,
Julho 2007
portanto, os autores bíblicos, terem-na usado em
Agosto 2007 seus textos. Os fiéis modernos é que, contrariando o
Setembro 2007 aviso de Apocalipse de não mudar uma única letra
Outubro 2007 sequer da Palavra de Deus, a adaptaram segundo a
conveniência de suas crenças e preconceitos.
Novembro 2007
O amor entre pessoas do mesmo sexo é bem mais
Dezembro 2007 antigo que a Bíblia. É registrado em documentos
Janeiro 2008 egípcios de 500 anos antes de Abraão, que
Fevereiro 2008 descrevem não só relações entre os homens, mas
entre os deuses Hórus e Seth, por exemplo. O
Março 2008
próprio poeta Goethe dizia que “a homossexualidade
Abril 2008 é tão antiga quanto a humanidade”, o que não se
Maio 2008 pode mais contestar.
Junho 2008 A relação homossexual era tão tolerada no antigo
Julho 2008
Oriente, que os Hititas, povo inimigo de Israel,
autorizava por lei o casamento entre homens, e isso
Agosto 2008 cerca de 1400 anos antes de Cristo!
Setembro 2008 Mas os fanáticos querem ver na Bíblia a condenação
Outubro 2008 da homossexualidade. Interessante é que os
Novembro 2008
referidos trechos bíblicos só falam da
homossexualidade masculina, como se Deus tivesse
Dezembro 2008 esquecido das lésbicas! Mesmo assim, como explicar
Janeiro 2009 o sentido do seguinte trecho do Livro de Eclesiastes
Fevereiro 2009 4.9,11 – “É melhor viverem dois homens juntos do
Março 2009
que separados. (...) Se os dois dormirem juntos na
mesma cama se aquecerão melhor”? Este trecho tem
Abril 2009 dado o que falar entre os exegetas!
Maio 2009 Quanto às condenações de Paulo aos homossexuais

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 5 de 31

Junho 2009
Julho 2009 no Novo Testamento, autoridades exegetas
Agosto 2009 protestantes e católicas, como Mcneill, Thevenot,
Setembro 2009 Noth, Kosnik e outros, ao examinarem os trechos no
original, concluíram que os cristãos têm interpretado
Outubro 2009
erroneamente passagens como Romanos 1.2,
Novembro 2009 1Coríntios 6.9, Colossences 3.5 e 1Timóteo 1.10.
Dezembro 2009 Entre as categorias de “pecadores” aos quais Paulo
Janeiro 2010 interdita o Reino dos céus – adúlteros, bêbados,
ladrões, etc. - algumas bíblias incluem em suas
Fevereiro 2010
traduções os “efeminados” e os “homossexuais”. Mas
Março 2010 qualquer leigo sabe que muitos efeminados (e muitas
Abril 2010 mulheres masculinizadas) não são necessariamente
Maio 2010 homossexuais. Ou foi uma injustiça do apóstolo, ou
Junho 2010
preconceito dos modernos tradutores... ou
ignorância de ambos! Afinal, se Paulo quisesse
Julho 2010 realmente condenar o homo-erotismo da época,
Agosto 2010 teria usado o termo grego corrente, a palavra
Setembro 2010 “pederasta”. Mas usou as expressões gregas malakoi,
Outubro 2010
arsenokoitai e pornoi, cuja tradução rigorosa
“pervertores”, “pervertidos” e “imorais”. Como
Current Posts Paulo viveu na época de Calígula, Nero e Satiricon,
parece ter condenado os excessos sexuais de seu
tempo, mas não o amor inocente e recíproco, como
o que parece ter havido entre Davi e Jônatas, do
qual falaremos adiante. Alguns teólogos chegam
mesmo a acusar Paulo de ser homossexual e de ter
tendência à misoginia (ódio às mulheres), apesar de
não serem coisas conectadas. Há muitos
heterossexuais que, pelo modo como tratam suas
esposas, devem ser misógenos perfeitamente
heterossexuais, ou seja, os que tratam a mulher
como objeto de prazer, mas não como um indivíduo
com liberdade e valor em si mesmo. A Igreja Católica
pregou uma doutrina misógena por muitos séculos, e
muitas mulheres foram queimadas como bruxas por
se oporem a este preconceito torpe e vil ou por
expressarem sem hipocrisia sua feminilidade.
Quando falamos em “livre expressão sexual” não
estamos pregando qualquer licensiosidade
desmedida, mas o fim do machismo, da misoginia, da
visão da mulher como ser inferior e submisso (aberta
ou veladamente), do preconceito por orientação
sexual e da visão de que o sexo masculino deve ser
sempre o dominante, chegando às raias da
promiscuidade, e de que o sexo feminino deve
sempre manter a “pureza virginal”. Esse pensamento
medieval ainda atormenta muitas pessoas no mundo
inteiro.
O trecho bíblico que melhor pode ser invocado em
favor da livre expressão do amor, tenha implicações

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sexuais ou não, é 1João 4.6: “Caríssimos, amemo-nos


uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo aquele
que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.”
Segundo Daniel Helminiak, ex-padre católico: “As
investigações científicas mais recentes
demonstraram e denunciaram erros de tradução e de
interpretação nas passagens que dizem respeito à
homossexualidade. A maioria define claramente,
como por exemplo em Ezequiel 16, 48-49 e no Livro
da Sabedoria 9, 13-14, qual foi o pecado de Sodoma
(Gênesis 19): orgulho, ódio, abuso, dureza de
coração. Sexo nunca é mencionado. Também o
termo "não natural", por exemplo, que encontramos
na Carta aos Romanos 1, 28-29 devia ter sido
traduzido pelos termos "atípico" ou "não
convencional". A Bíblia, se lida em coerência com os
seus próprios termos e contexto, não apresenta
nenhuma condenação explícita dos actos
homossexuais.” [D. A. Helminiak, “What the Bible
Really Says About Homossexuality”, Alamo Press,
1994.]
Mas a visão cristã não é a única que temos sobre a
sexualidade. Outras religiões são até mais tolerantes
quanto ao assunto, não discriminando pessoas de
orientação não-heterossexual.

Analisemos o que diversas denominações religiosas


têm a nos dizer sobre o assunto, especialmente
sobre a homossexualidade:

Catolicismo

A Igreja Católica considera a orientação homossexual


como moralmente neutra, mas o comportamento
homossexual como pecaminoso. Ou seja, se pode ser
homossexual, mas sem manter relações
homossexuais, o que obriga o fiel a uma vida de
abstinência sexual, com riscos de autodestruição
emocional.
Para a Igreja, todo ato sexual deve possibilitar a
concepção. Por isso condena os atos homogenitais, a
contracepção, a masturbação e as relações pré e
extra-maritais. Mas, contrariamente à visão atual,
até o Séc. XII não houve oposição estruturada à
homossexualidade na Europa Cristã e os imperadores
cristãos do Ocidente toleravam os atos
homossexuais.
No Séc. VII, na Espanha dos visigodos, seis conselhos
nacionais da Igreja se recusaram a apoiar a lei contra
os atos homogenitais, embora tenha sido aprovada

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por outros conselhos. No Séc. IX, quase toda a


Europa Cristã tinha leis detalhando as ofensas
sexuais. Mas em nenhum país, exceto na Espanha,
tais leis proibiam os atos homogenitais.
Os documentos católicos afirmam que toda a bíblia
se opõe constantemente aos atos homogenitais. Na
verdade, está claro apenas que ela condena a
prostituição, tanto hetero quanto homossexual, mas
sem dizer uma palavra sobre o que hoje chamamos
de relações homossexuais estáveis. A principal
abominação bíblica é quanto aos prostitutos
masculinos que eram utilizados nos cultos pagãos.
Parte alguma da bíblia legisla sobre a atração
profunda e de amor entre dois adultos do mesmo
sexo, resultando num compromisso. Mas, como
consolo, a Igreja prega a compreensão para com os
fiéis homossexuais.

Islamismo

O consenso entre os estudiosos do Islã é de que todos


os seres humanos são naturalmente heterossexuais.
Sendo assim, a homossexualidade é vista como
pecado e desvio da norma, sendo considerada contra
a lei, principalmente em países em que a
constituição é o Alcorão. Quanto às penas
imputadas, os Hanafitas (sul e leste da Ásia) dizem
que não se deve aplicar nenhum castigo físico; os
Hanabalitas (mundo árabe) dizem que se deve
aplicar um castigo físico severo; a Escola de Sha'fi
(mundo árabe) requer pelo menos quatro
testemunhas adultas do sexo masculino para julgar
alguém por suposto ato homossexual.
Estima-se que cerca de 4 mil homossexuais foram
executados no Irã desde a revolução de 1979. Os
dados são da Al-Fatiha, um grupo internacional de
muçulmanos GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e
Transgêneros), algo realmente raro e corajoso no
conturbado mundo religioso islâmico [ver o site
oficial: http://www.al-fatiha.org]. Detalhe: a ONG
Al-Fatiha, fundada em 1998, está registrada nos EUA!
A simples tradução de alguns trechos do farto
material contido no site da Al-Fatiha é suficiente
para mostrar a gravidade da homofobia (preconceito
contra homossexuais, muitas vezes doentio e
violento) no mundo islâmico, o que é motivado
especificamente pela visão religiosa e pela
interpretação fundamentalista do Alcorão:

“A Fundação Al-Fatiha é dedicada aos muçulmanos

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que são lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros,


intersexo, curiosos, àqueles que pesquisam sua
orientação sexual ou identidade de gênero, a seus
alidados, famílias e amigos. A Al-Fatiha promove as
noções islâmicas progressistas de paz, igualdade e
justiça. Visualizamos um mundo livre de
preconceito, injustiça e discriminação, onde todas as
pessoas sejam plenamente incluídas e aceitas dentro
de sua fé, suas famílias e suas comunidades.
(...) A Al-Fatiha recebe regularmente pedidos de
informação sobre procura de asilo baseado em
orientação sexual de indivíduos que estão vivendo
tanto nos EUA como muçulmanos GLBT vivendo em
países islâmicos. Estes indivíduos, freqüentemente
sob condições muito exaustivas, escrevem à Al-
Fatiha pedindo ajuda em seus casos de asilo.
(...) Os países islâmicos continuam sendo opressivos
com relação às minorias sexuais e outras
comunidades marginalizadas. Infelizmente, sob o
disfarce de religião, regimes autoritários do mundo
islâmico usam as leis coloniais de sodomia para
reprimir com rigor minorias sexuais e de gênero.
(...) Trabalhando com organizações como a Anistia
Internacional, a Human Rights Watch e a
International Gay and Lesbian Human rights
Commission, a Al Fatiha continua a ser a voz
homossexual muçulmana, sempre que os direitos
humanos são rejeitados como importações do
Ocidente. Do mesmo modo que a “guerra contra o
terrorismo” surge sobre o mundo muçulmano,
comunidades marginalizadas incluindo minorias
sexuais e de gênero enfrentam mais injustiça e
acusações. A Al-Fatiha estará pronta para falar sem
medo contra esta opressão quando ocorrer. A
Escritura e a Teologia é, talvez, a maior barreira
para se lidar com a corrente dominante e a
comunidade ortodoxa.”

Testemunhas de Jeová

Considerada uma seita fundamentalista, as


Testemunhas de Jeová buscam seus ensinamentos no
Antigo Testamento e na doutrina emitida pela
denominada Torre de Vigia. Sua interpretação bíblica
quase literal leva-os a condenarem a
homossexualidade por completo, pois entendem-na
como contrária ao desígnios de Deus, sendo para eles
uma perversão.
Para as Testemunhas de Jeová o homossexual não
nasce assim, mas seu comportamento homossexual é

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aprendido. Pregam que, embora o homossexualismo


(assim dizem, como o homossexual fosse um doente)
seja uma prática condenada e odiosa, os
homossexuais não devem ser odiados, mas amados e
principalmente ajudados a mudar seu
comportamento.

A Igreja dos Santos dos Últimos Dias ou Mórmons

Aceitam os homossexuais de forma semelhante à


Igreja Católica: são tolerados, mas devem ser
celibatários ou mudar sua orientação sexual para
serem aceitos no culto. Há vários grupos de gays
mórmons que seguem todos os costumes da religião,
mas vivem numa semiclandestinidade.
Para a maioria dos Mórmons a causa da
homossexualidade é uma aberração, pois
inviabilizaria o mandamento divino do “crescei e
multiplicaivos”, de Gênese. O homossexual, por não
multiplicar, seria profundamente egocêntrico. Mas
muitos acreditam e até apresentam casos de “ex-
gays” arrependidos que “voltaram a Cristo”. Mas, se
a condição homossexual vem com o indivíduo, como
pode haver “arrependimento”? Como alguém pode
deixar de se sentir homossexual?
A “Affirmation – United Methodists” é um grupo de
apoio para Mórmons GLBT [ver site
http://www.umaffirm.org].

Igreja Adventista do Sétimo Dia

Os Adventistas aceitam o homossexual, mas são


totalmente contra a homossexualidade. São contra,
inclusive, uma possível cultura que busque preservar
a existência da homossexualidade na sociedade
humana. Consideram, como regra geral, que a
homossexualidade é um distúrbio emocional, e não
distúrbio físico, ou seja, um distúrbio de pessoas que
não sabem ou não aprendem a controlar as suas
emoções ou afeições. Não seria, então, nem doença
nem falta de vergonha, como pensam outras
correntes.

Assembléia de Deus

Consideram a homossexualidade um grande erro


diante de Deus, como se Deus não suportasse isso.
Acreditam se tratar de um problema psíquico e
mesmo “demoníaco”. Mas juram não fazer qualquer
distinção de pessoas em seu cultos, na esperança de

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converter todos às suas idéias preconceituosas e


homofóbicas.

Protestantes

É uma designação genérica que abrange muitas


tendências, incluindo os Batistas. Por isso a posição
frente à homossexualidade varia de acordo com a
corrente de pensamento de cada uma.
A Igreja Episcopal (2,4 milhões de fiéis nos EUA)
acolhe e até ordena homossexuais, participando
inclusive de programas antidiscriminação. Já realizou
alguns casamentos homossexuais, mas tem
encontrado muitos opositores entre os Anglicanos
conservadores, intolerantes quanto ao assunto.
Os Luteranos acreditam que o comportamento sexual
realizado de forma consentida entre dois adultos não
é assunto para se legislar ou para ação policial. Para
eles, os homossexuais são tão pecadores como os
heterossexuais, caso estejam afastados de Deus e do
próximo.
Os Presbiterianos não ordenam pessoas abertamente
homossexuais, não celebram casamentos gays e
entendem que a homossexualidade não corresponde
ao desejo de Deus.

Budismo

Há várias escolas budistas. Não há consenso sobre a


homossexualidade, mas também não é proibida nem
há penalidades, em geral. Isso porque o budismo se
preocupa mais em saber se uma ação é produtiva e
não causa dano ao outro, enquanto o cristianismo se
baseia em uma noção de pecado e proibição divina.
Para o Budismo Theravada, todas as relações
pessoais são assunto privado e são corretas, desde
que promovam o bem estar das partes envolvidas.
Para o Zen Budismo, toda a prática sexual que
prejudique, manipule ou explore os outros é
proibida, seja hetero ou homossexual.
O Budismo de Nitiren Daishonin não julga se a
sexualidade é boa ou má. Ela apenas existe e
qualquer julgamento depende do próprio indivíduo.
Nas palavra de Ikeda, presidente da escola de
Nitiren, em uma de suas viagens à Europa:

“O Budismo não considera a homossexualidade nem


como um mal, nem como um bem. (...) o Budismo é
a filosofia da vida e, mais precisamente, a filosofia
da vida humana. Quanto à homossexualidade, esta é

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uma questão que deve ser colocada em outra


categoria. Conseqüentemente, o budismo não
considera como um distúrbio ou vício. Como todos os
seres humanos são considerados iguais, qualquer que
seja a sua condição de vida, todos apresentam a
natureza do Buda e podem evidenciá-la através da
recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Por isso, é de
suprema importância tomar cuidado para não
considerar a homossexualidade como um
desequilíbrio e absolutamente não pensar que seja
um sinal de uma prática incorreta ou fraca. (...) A
conduta ética e moral naturalmente evolui como
conseqüência do auto-aperfeiçoamento, mas não é a
preocupação principal. Mas, isto não quer dizer que
o budismo defenda a licenciosidade sexual.
Moralidade é coisa relativa, que varia de uma
cultura para outra. A tentativa de qualquer religião
de impor a outra cultura, padrões morais estranhos
só pode estimular a rejeição da mesma e a negação
do seu poder em praticar o bem. Por essa razão,
ensinar a verdade básica, universal e dar apenas
ênfase secundária a questões de códigos de ética –
como o budismo geralmente procedeu – parece
prometer maiores vantagens a todos os interessados,
do que dar excessivo destaque a pontos de
moralidade que, na melhor das hipóteses, são
apenas relativos.”

No Budismo Tibetano, ainda que a posição varie, o


próprio Dalai Lama afirmou publicamente a sua
oposição às relações homossexuais entre membros da
religião, em especial os monges e monjas, embora
tenha defendido a não-discriminação em relação a
todos os homossexuais. Na verdade, o contato
homossexual entre os monges tibetanos é delatado
por Heinrich Harrer em seu livro “Sete Anos no
Tibete” e esclarecido em outras obras, ainda não
publicadas em português, como “A History of Modern
Tibet, 1913-1951 – The Demise of the Lamaist
State” [Uma História do Tibete Moderno, 1913-1951 –
A Morte do Estado Lamaísta], de Melvyn C. Goldstein
(Berkeley: University of California Press, 1992), onde
se diz:

“Enquanto os monastérios tibetanos impuseram o


celibato heterossexual, a relação homossexual foi
geralmente perdoada desde que nenhum orifício
fosse penetrado. Assim, se um monge se envolvia em
uma relação homossexual, isso era tipicamente feito
entre as pernas do parceiro.”

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Alguns lamas tibetanos que vieram para o Ocidente


depois de 1959 foram acusados de terem relações
homossexuais consentidas com discípulos, o que,
ainda que não seja verídico, reflete o fato de que a
homossexualidade existe em todos os setores da
sociedade e não pode ser simplesmente negada ou
sufocada violentamente. Os religiosos e os
espiritualistas não podem se omitir de discutir o
assunto, e muito menos passar a adotar posturas
intolerantes e homofóbicas que contradizem o ideal
de amor ao próximo pregado por todas as formas de
espiritualidade.

Seicho-No-Ie

A Seicho-No-Ie, uma filosofia religiosa que mescla


conceitos do Budismo, Cristianismo e Xintoísmo,
considera o homossexual como manifestação
anômala da sexualidade, não se identificando com o
seu tipo físico. Não é a favor nem contra, mas sua
postura é no sentido de induzir as pessoas
manifestarem-se conforme o sexo com que
nasceram, caso contrário não estariam manifestando
a perfeição interior. Mas se é interior, o que o físico
tem a ver com isso? Alguns preletores são da opinião
que algumas pessoas discriminaram homossexuais em
outras vidas e, como conseqüência, nascem
homossexuais agora (???). Então, ser homossexual é
um castigo?

Movimento Hare Krishna

Os Hare Krishna, nome popular do Movimento


Internacional para a Consciência de Krishna, de
raízes hinduístas, não é abertamente contra a
homossexualidade, mas a considera anormal. A
pessoa nasceria homossexual por karma, talvez por
excessivo apego a um dos sexos em outra vida.
Novamente o argumento equivocado de relacionar o
ser homossexual ou lésbica com querer ser mulher ou
homem! Como vemos, a opinião de muitas religiões
reflete a ignorância geral sobre a sexualidade
humana em si.

Judaísmo

As congregações judaicas variam em questões de


doutrina e política, de forma que não há uma
posição clara do Judaísmo sobre a

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homossexualidade.
Os judeus ortodoxos entendem a homossexualidade
como abominação proibida pela Torah. Neste
ambiente hostil, o norte-americano Steve
Greenberg, primeiro rabino ortodoxo do mundo a
revelar a sua homossexualidade, em 1999, lutou
durante anos contra o conservadorismo exacerbado
dos judeus ortodoxos, que repudiam a existência de
rabinos gays. Após uma busca incessante por
respostas na Torah ele decidiu assumir a sua
homossexualidade e fez disso uma vocação. Hoje
Greenberg vive em Nova Iorque com um
companheiro, ortodoxo também, e é respeitado na
sinagoga que freqüenta. Leciona no Center for
Learning and Leadership para judeus e é autor do
livro “Wrestling With God and Men” [Lutando com
Deus e Homens]. O rabino ganhou notoriedade
mundial ao mostrar a sua história no documentário
“Trembling Before God” [Tremendo Perante Deus,
2002], que aborda a fé e a homossexualidade na vida
de homens e mulheres.
Os judeus reformistas são bem abertos e aceitam
perfeitamente homossexuais assumidos encabeçando
organizações judaicas. Para eles, segundo palavras
diretas que ouvimos de um reformista, “o que
alguém faz em sua intimidade não é assunto de nossa
religião”.

Candomblé

Em geral, o Candomblé e os cultos de matriz


africana no Brasil (e acreditamos que em outros
países também), como a Umbanda e a Quimbanda,
não têm qualquer restrição à homossexualidade. O
grande sociólogo francês Roger Bastide, que
pesquisou por anos os cultos afrobrasileiros,
percebeu, já na década de 1940, que havia muitos
homossexuais entre os sacerdotes do Candomblé,
sendo estes, inclusive, a maioria entre os homens
[ver “Imagens do Nordeste Místico”, O Cruzeiro,
1945]. Um dos motivos de maior afluência de
homossexuais ali seria a ausência de preconceito por
orientação sexual. No Batuque ou Nação (culto
africanista do RS), por exemplo, é comum
homossexuais receberem orixás femininos (o que
também acontece no caso de homens
heterossexuais) e lésbicas receberem orixás
masculinos sem qualquer problema.
Nas palavras do babalorixá Fernando Khouri
(Babalorixá Ala Igbín), sacerdote de Candomblé

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Ketu, de Rio das Ostras (RJ):

“Desde que me entendo por gente, estou envolvido


com o candomblé (religião de culto aos orixás); e em
todos estes anos, nunca ouvi nenhuma crítica ao
amor entre duas pessoas, sejam elas de sexos
opostos ou do mesmo sexo. (...) Estas mesmas
religiões [as teístas] acusam os segmentos
afrobrasileiros – candomblé e umbanda – de
complacência com homossexualismo, com as drogas,
com a prostituição, entre outros problemas
humanos. Não se trata de ocultar o problema, mas
reconhecer que, pelo menos no que se refere ao
amor entre dois seres do mesmo sexo, somos
impotentes. Não sabemos e acreditamos que
nenhuma religião saiba os “porquês” de Deus. Sendo
assim, só nos cabe apoiar e jamais excluir um
buscador da fé. No candomblé, se condenarmos a
homossexualidade, condenaríamos os nossos deuses.
Logunedé, filho de Oxum com Oxóssi, reúne em si as
características sexuais de seus pais. Ele é uma
divindade andrógina. Oxumarê, por ser uma
serpente sagrada, pode ser macho ou fêmea. Oxalá,
o pai de todos os deuses, veste-se sempre de
mulher. Krishna, o Deus dos hindus é um homem
com aparência feminina. O deus judaico-cristão é
um reflexo da grande Mãe. Se entre os deuses há
ambigüidade sexual ou com probabilidade frágil, não
seremos nós que vamos exigir padronização
heterossexual dos nossos irmãos.”

Espiritismo

Sob esta denominação colocamos especificamente o


Espiritismo Cardecista. O Espiritismo ensina a sempre
respeitar o comportamento das pessoas, buscando a
compreensão. Não é contra os homossexuais, mas
também não é a favor da homossexualidade. Isso
porque prevê que se um espírito encarna num
determinado sexo, isso não lhe dá o direito de agir
de forma “contrária à lei natural”, pois, se a
homossexualidade fosse normal, a lei da reprodução
não o seria, e não haveria necessidade de macho ou
fêmea. É um argumento sem base e até
decepcionante que, embora não corresponda ao
pensamento de todos os espíritas, é o mais comum
de se encontrar entre os doutrinadores.
Sendo assim, o Espiritismo compreende mas não
aprova a união entre homossexuais. Muitos
doutrinadores professam a idéia de que alguém que

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encarna muitas vidas como mulher (ou como


homem), ao nascer homem (ou mulher), pode ter
dificuldades de adaptação, manifestando
comportamento homossexual como conseqüência
disso, ou para “resgatar” atos negativos de outras
vidas. Isso é sem lógica, pois não há, na vida de
muitos homossexuais masculinos (ou femininos),
qualquer comportamento feminino (ou masculino).
Muitos são homens, gostam de sê-lo, mas gostam de
outros homens. As lésbicas também, em sua maioria,
não desejam ser homens. A teoria espírita é,
portanto, pouco elaborada e esconde um sutil grau
de preconceito.

Grupos Tradicionais de Americanos Nativos

A opinião das várias tribos de índios americanos,


chamados “Native Americans” nos EUA, é
diversificada. A rejeição aos homossexuais é comum
em muitas tribos, mas mais ainda às lésbicas. Muitas
tribos negam sua existência ou equiparam os gays a
prostitutas. Mas antigamente, diversas das primeiras
nações nativas respeitavam seus membros gays da
mesma forma que os heterossexuais. Outras lhes
davam funções especiais como xamãs (líderes e
curandeiros espirituais ativos na tribo), médicos,
adivinhos, etc. A influência vinda dos brancos
cristãos mudou o pensamento em muitas tribos,
infelizmente.

Fé Baha'i

Religião de origem iraniana, a Fé Baha'i, apesar de


professar ideais de universalismo e entendimento
entre todas as religiões, esbarra numa ignorância
praticamente igual à do mundo islâmico e dos
protestantes mais fanáticos em geral: a única forma
aceitável de expressão sexual é entre um homem e
uma mulher depois do casamento; sentimentos e
comportamento homossexuais são impróprio e
opostos aos plano de Deus para a humanidade;
homossexualidade é algo incapaz do indivíduo
controlar – através de oração, tratamento médico,
aconselhamento e muito esforço pessoal ele pode se
tornar “purificado” deste comportamento; a não ser
que gays ou lésbicas convertam sua orientação
sexual para a bissexualidade ou heterossexualidade e
se casem com alguém do sexo oposto, só serão
aceitos como fiéis se permanecerem celibatários
(isso é o que prevê também a Igreja Católica).

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A Fé Baha'i tem tradicionalmente validado e aceito


as descobertas da Ciência. Mas suas crenças a
respeito da orientação sexual parecem constituir
uma exceção a esta política. A Fé Baha'i não aceita
as constatações da Ciência sobre orientação sexual,
embora aceite qualquer outra descoberta científica.
Dois pesos e duas medidas? Mais detalhes sobre a
visão Baha'i da orientação sexual, acesse:
http://www.religioustolerance.org/hom_bah.htm
(apenas em inglês).

Teosofia (Sociedade Teosófica)

A Sociedade Teosófica foi fundada em 1875 pela


mística russa Helena Petrovna Blavatksy. Trata-se de
um grupo religioso sem dogmas que estuda
comparativamente Ciência, Filosofia e Religião. Cada
teósofo (ou “teosofista”, como querem outros) cria
seu próprio caminho espiritual. Assim, a Sociedade
Teosófica não impõe qualquer dogma a seus
membros e de nenhum modo discrimina pessoas por
causa de sua orientação sexual. Membros gays e
lésbicas são aceitos como quaisquer outros membros
da família humana. Tanto que não há um só trecho
homofóbico nas obras de Helena Blavatsky ou de
outros teosofistas proeminentes. As situações de
homofobia envolvendo a Sociedade Teosófica se
devem mais a ações isoladas de membros ignorantes
e não a posicionamentos oficiais. Os estatutos da
organização nem mesmo permitiriam que ela se
manifestasse oficialmente sobre o assunto, positiva
ou negativamente.
Por exemplo, há um certo preconceito quanto ao
ingresso de membros homossexuais assumidos na
chamada “escola esotérica”, um grupo mais fechado
dentro da própria organização que pretende, por
diversas práticas de “purificação”, contatar os
Mestres ou Mahatmas da Fraternidade Branca. Entre
estas “purificações” estão não comer carne, não
fumar, não beber, não usar drogas, não mentir, não
fazer intriga, não ser fanático e... não manter
relações homossexuais(?!). A última determinação
não está escrita em lugar algum na verdade, mas é
tratada em muitos lugares como se fosse, já que,
para fazer parte da “escola esotérica”, há
necessidade de aprovação por membros mais antigos
e pertencentes à mesma. Uma forma sutil de
preconceito e de dizer: “os Mestres da Fraternidade
Branca não aceitam homossexuais”. Absurdum est!

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Zoroastrismo

A fé zoroastrista manifesta uma oposição histórica


ferrenha contra o comportamento homossexual. Os
textos de Zarathustra (ou Zoroastro) – os Gathas –
silenciam sobre a homossexualidade ou
bissexualidade. Mas o Vendidad, o livro zoroastrista
da lei (escrito entre 250 e 650 d.C.), ainda seguido
por algumas comunidades zoroastristas
conservadoras, compara os homossexuais a
demônios, quando diz:

“O homem que se deita com homens como um


homem se deita com mulheres, ou como uma mulher
se deita com homens, é o homem que é um Daeva
[demônio]; este homem é um adorador dos Daevas,
pois é um amante masculino dos Daevas.”

Um dos princípios que muito influenciam a


condenação da homossexualidade é a importância da
vida em família nesta fé. O zoroastrismo ortodoxo
geralmente não aceita convertidos vindos de outras
religiões. Eles devem ter uma mãe ou pai já
praticante para serem aceitos na religião. Para
preservar e expandir a religião, tanto homossexuais
quanto pessoas celibatárias são desprezadas e
pressionadas a se casar. Poucos zoroastristas
demonstram tolerância quanto à homossexualidade,
mas já existem alguns que a aceitam.

Maçonaria

Ainda que muitas organizações diferentes utilizem o


termo “maçonaria”, ele é mais genérico do que se
pensa. Há vários tipos de ordens maçônicas e cada
uma tem seu posicionamento quanto a aceitação de
homossexuais assumidos em seus quadros. Mas a
homofobia nelas reina como em muitas religiões,
embora a Maçonaria seja mais uma filosofia idealista
que uma religião. No Brasil, a maioria das grandes
ordens maçônicas é homofóbica. Há um setor muitto
machista também, que é a Maçonaria masculina, que
não permite o ingresso de mulheres. A Maçonaria
mista, contrariamente, as aceita. Mas a Maçonaria
masculina parece ser a mais forte politicamente.
Na época da apresentação do Projeto de Lei nº 1151-
A/95, de autoria da Deputada Marta Suplicy (PT-SP),
que pretendia legalizar o "casamento gay", mas que
não chegou a ser apreciado pelo Plenário da Câmara
dos Deputados, a maçonaria do Grande Oriente

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 18 de 31

comunicou ao Deputado Severino Cavalcanti que seus


49 deputados votariam contra a aprovação do
projeto. Membros da Igreja Católica, Igrejas
Evangélicas, da Seicho-no-iê e até grupos espíritas se
juntaram aos protestos. Este fato evidencia a opinião
corrente da maçonaria brasileira.

O pecado bíblico de Sodoma

A seguir apresentamos as sempre invocadas


passagens bíblicas que reprovariam a
homossexualidade. Contudo, diversos teólogos –
católicos e protestantes – têm contestado a
interpretação homofóbica que se deu a elas.

Gênese 19.1-11 (a destruição de Sodoma e


Gomorra): “(4)Ainda não se tinham deitado, quando
os homens da cidade, os homens de Sodoma, desde
os mais novos aos mais velhos, todos sem exceção,
rodearam a casa [... e disseram:] "Trá-los para fora a
fim de os conhecermos (...)." Ló ofereceu as suas
próprias filhas virgens aos homens da cidade para
evitar o confronto com os dois anjos que estavam
hospedados em sua casa, mas de nada lhe valeu.
Como o termo “conhecer” na Bíblia tem a conotação
de “sexo”, se associou Sodoma ao ato sexual entre
homens. Mas Sodoma e Gomorra não teriam sido
destruídas por isso, mas por uma série de pecados,
incluindo a “sodomia”.
Segundo C. Ann Shepherd, em “The Bible &
Homosexuality”, embora o termo “conhecer” não
implique diretamente sexo ou violação (o original
hebraico significa “tomar conhecimento; verificar
credenciais; ter sexo com”), no caso do trecho de
Sodoma e Gomorra, parece que se deseja cometer
um ato de violação contra os anjos na casa de Ló. Na
verdade, o ato de violação homossexual era comum
entre os semitas após as conquistas, como forma de
humilhar o inimigo, que era, então, comparado a
uma mulher (por ser passivo na relação). Isso
comprova a posição inferior da mulher naquela
época. Contudo, essa prática de violação não tinha
carga sexual; era uma forma de humilhação, um
estupro de fato, não transformava os estupradores
em homossexuais, nem mesmo os soldados
humilhados. Então, aqui a crítica não é contra a
homossexualidade em si, mas contra essa forma de
estupro humilhante. O que a Bíblia está condenando
aqui é exatamente essa violação que os habitantes
de Sodoma pretendiar perpetrar no caso dos anjos

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visitantes.

Ezequiel 16.49: “Eis em que consistiu o crime de


Sodoma (...): orgulho, abundância de alimentos e
insolências; estas foram as faltas que cometeu (...):
não socorreram o pobre e o indingente (...).” Esse
foi o pecado de Sodoma e não a prática
homossexual! Mas só vê quem tem inteligência para
estudar a Bíblia sem fanatismo!

Homossexuais na Bíblia?

Atualmente os teólogos se debatem sobre três grupos


de trechos bíblicos que parecem referir-se a
comportamentos homossexuais de personagens do
povo de Israel. Apesar disso causar abominação dos
fanáticos, os teólogos coerentes não deixam de
perceber as entrelinhas dos textos. Referimo-nos à
história de Ruth e Noemi, Davi e Jônatas, Daniel e
Aspenaz. Apresentaremos os trechos com poucos
comentários, para que o leitor faça seu julgamento:

Rute e Noemi (Rute 1.16-17 e 2.10-11): O livro de


Rute descreve a amizade muito próxima entre estas
duas mulheres. Noemi era viúva com dois filhos e
Rute viúva de um dos filhos de Noemi. A passagem
de 1.16-17 é, curiosamente, utilizada em muitos
casamentos heterossexuais: “Respondeu Rute: 'Não
insistas comigo para que te deixe, pois para onde
fores, irei também, onde for tua moradia, será
também a minha; teu povo será o meu povo e teu
Deus será o meu Deus. Onde morreres, quero morrer
e ser sepultada. Que Yahveh me mande este castigo
e acrescente mais este se outra coisa, a não ser a
morte, me separar de ti!'” Em Rute 1.14 aparece a
expressão “Rute se apegou a ela”. Aqui, o hebraico
para “apegou” é o mesmo utilizado no casamento
heterossexual em Gênese 2.24: “Portanto deixará o
homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne.”

Davi e Jônatas (I Samuel e II Samuel): Os livros de


Samuel apresentam claramente a relação muito
íntima entre Davi e Jônatas (filhodo rei Saul e
primeiro na linha de sucessão). Em nosso livro “Elohê
Israel – filosofia esotérica na Bíblia” (2001), fizemos
uma análise dos trechos mais polêmicos, a partir do
original hebraico:
“I Sm 18.1,3 diz: “Aconteceu que, terminando ele
[David] de falar com Saul, a alma de Jônatas

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apegou-se à alma de David [venéfesh yehonathan


niqsherah benéfesh davidh]. E Jônatas começou a
amá-lo como a si mesmo [vaye'ehavehu yehonathan
kenafsho]. (...) Jônatas fez um pacto com David,
porque o amava como a si mesmo. Jônatas tirou o
manto que vestia e o deu a David, e também lhe deu
a sua roupa, a sua espada, o seu arco e o seu
cinturão.” O termo “nefesh”, que se traduz por
“alma” equivale também ao corpo na Cabala. Assim,
a tradução incluiria o sentido: “(...) o corpo de
Jônatas ligou-se ao corpo de David. E Jônatas
começou a amá-lo como a seu próprio corpo.” Não se
trataria de uma simples amizade, como nos
tentaram fazer entender os redatores do livro de
Samuel. Afinal, a lei deuteronomista não aprovava
este tipo de relação, abominada por ser considerada
prática pagã.
Analisemos mais alguns trechos sobre esta questão:
“Ora, Jônatas, filho de Saul, tinha muita afeição
[chafets] por David.” [I Sm 19.1] O termo “chafets”
significa “gostar” e “desejar”. Devemos entender
que Jônatas tinha “muito desejo por David”?
I Sm 20.17 diz que Jônatas “o amava com toda a sua
alma”. As ambições dos dois talvez fossem maiores
do que essa “amizade grega”, pois no momento em
que Saul perseguia David, Jônatas o protegia de
cada ataque, e disse, em I Sm 23.17: “Não temas,
porque a mão de meu pai Saul não te atingirá. Tu
reinarás sobre Israel, e eu serei o teu segundo. Até
mesmo meu pai Saul bem sabe disso.” Seria possível
que os dois reinassem juntos, caso Jônatas não
tivesse sido morto em batalha? Para alívio dos
ortodoxos, eivados de preconceitos e hipocrisia, esta
é uma pergunta sem resposta.
Após a morte de Saul e Jônatas, David compôs uma
lamentação (II Sm 1.19-27), onde, acerca do amigo,
revela: “Jônatas, a tua morte dilacerou-me o
coração, tenho o coração apertado por tua causa,
meu irmão ['achí] Jônatas. Tu me eras imensamente
querido, a tua amizade ['ahavathkhá] me era mais
cara do que o amor das mulheres [me'ahavath
nashim].” Há aqui um flagrante do receio de se
traduzir corretamente um trecho pelas implicações
que isso pode acarretar. O termo hebraico traduzido
por “amizade” é o mesmo traduzido por “amor” das
mulheres – é o termo 'ahavah, que significa “o amar,
amor, amizade” e deriva do verbo 'ahev - “gostar,
amar”. Assim , a tradução correta seria: “(...) o teu
amor me era mais caro do que o amor das
mulheres”! Fica claro, pela palavra usada, que David

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se refere ao mesmo tipo de amor, o do


companheirismo de um relacionamento! Por isso o
chama de “'achí”, que, além de “meu irmão”,
significa “meu companheiro”.”
Há ainda outro trecho em I Samuel 20.41: “E, indo-
se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-
se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três
vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram
juntos, mas Davi chorou muito mais.”

Daniel e Asfenez (Daniel 1.9): Asfenez era o chefe


dos eunucos de Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Daniel era um dos eunucos escolhidos entre o povo
de Israel. O trecho diz: “Ora, Deus fez com que
Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe
dos eunucos.” A Bíblia de Jerusalém (1973) traduz
“graça e misericórdia” por “benevolência e
simpatia”. A Bíblia do Rei James (1611) traduz
“misericórdia” por “amor carinhoso”. Isso porque as
palavras hebraicas envolvidas (ĥesedh u-le-
raĥamiym) têm sentido duplo, já que uma das
traduções possíveis é “misericórdia e amor físico”. O
termo “ĥesedh” pode significar “solidariedade,
lealdade, amizade, comprometimento; fidelidade,
bondade” e “raĥamiym”, “vísceras, entranhas;
sentimento materno; compaixão, misericórdia”.
Contudo, como ambos eram eunucos, não poderiam
consumar seu amor, apesar de homens castrados
após a puberdade ainda manterem o desejo sexual.
Como se pode ver, a questão é complexa. Mas a
palavra homossexual não aparece em nenhuma
tradução da Bíblia até 1946. Apenas quando o
assunto se tornou um problema para os fanáticos é
que a palavra foi incluída nas traduções da pretensa
“Palavra de Deus”. Afinal, Deus não têm sido um
marionete na mãos dos fundamentalistas?

Apenas os heterossexuais são pessoas religiosas e


“espiritualizadas”?

A pergunta é provocativa, não é mesmo? Mas a


realidade é pior ainda. Há muitos homossexuais,
lésbicas e bissexuais praticando espiritualidade, seja
no meio das religiões instituídas, seja no meio da
chamada “nova espiritualidade” e do movimento
nova era. Entre as grandes religiões, as que têm se
demonstrado menos opressivas são o Budismo e as
religiões afrobrasileiras, como o Candomblé e a
Umbanda. Por isso mesmo a grande quantidade de
praticantes gays entre elas. Entre os grupos místicos

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e espiritualistas os menos homofóbicos – pelo menos


oficialmente – são as comunidades Wicca, os grupos
teosóficos e alguns grupos independentes, onde a
homofobia é inexistente por força de seus diretores,
geralmente homossexuais ou pessoas conscientes.
A verdade é que muitos homossexuais, lésbicas e
bissexuais encontram sérias dificuldades para a
prática espiritual profunda, devido ao preconceito
embutido nos textos de base de muitas práticas e,
principalmente, na mentalidade de seus líderes. O
fundamentalismo é, quase por natureza,
homofóbico. No caso de muitas religiões, é também
misógino, colocando a mulher numa posição inferior
(os homossexuais em posição mais inferior ainda, por
serem comparados com as mulheres).
A espiritualidade do 3º Milênio não pode ser nem
machista, nem misógina, nem homofóbica. Se 10% da
humanidade não é heterossexual, como fica a
espiritualidade dos “diferentes”? Se deve ignorá-los
simplesmente? Ou combatê-los, como se fossem
culpados de sua orientação sexual, que mais parece
uma característica desconhecida da Natureza do que
uma questão de vontade ou opção? Devemos é
combater a ignorância dentro de nós e não nossos
irmãos, que sofrem as mesmas dores conosco todos
os dias, num mundo faminto, miserável,
ambientalmente destruído e violento. Esses são os
verdadeiros problemas a serem combatidos pelas
pessoas sinceramente religiosas ou espiritualizadas.
O resto é deplorável, mas não é espiritualidade. Por
isso consideremos as questões ligadas à sexualidade
como a última fronteira a ser eliminada na prática
religiosa e espiritual.

Alguns links e websites religiosos que debatem a


livre expressão sexual

Judeus Gays (www.jgbr.com.br);


GLEXTJ [gays Testemunhas de Jeová]
(www.glextj.locaweb.com.br);
Ascensus [Grande Fraternidade Branca]
(http://ascensus.site.uol.com.br);
Deus e Homossexualidade
(http://homossexualidade.site.uol.com.br);
O Ministério de Nutrição da Alma
(www.soulfoodministry.org/Port_index.htm);
Igreja da Comunidade Metropolitana no Brasil
(www.icmbrasil.com.br);
Gays de Cristo (www.gaysdecristo.hpg.ig.com.br);
Budismo e Homossexualidade

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(www.vertex.com.br/users/san/vehomo.htm);
Os Excluídos da Igreja (http://excluidos.no.sapo.pt);
E-Deus (www.edeus.org/port/Perg14REIBR.htm);
Comunidade Nova Esperança
(www.comunidadenovaesperanca.org);
Affirmation – Português
(www.affirmation.org/international/portugues.asp);
Homos – Budismo (www.geocities.com/echo2000br);
Companheiros Cristãos
(www.geocities.com/companheiroscristaos).

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€
Entrevista: Fernando Cleto
Nunes Pereira - discos
voadores, cosmologia e
apocalipse [versão completa]

Entrevista concedida a Paulo Stekel pelo ufólogo


Fernando Cleto, autor de vários livros sobre
discos voadores e de uma nova teoria cosmológica

Desde 1984 conhecemos o trabalho deste incansável


pesquisador que é Fernando Cleto. Nosso primeiro
contato foi através da leitura de seu livro “A Bíblia e
os Discos Voadores”. Estávamos ainda na
adolescência e podemos dizer que esta leitura nos
inspirou muito nas pesquisas que fizemos

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 24 de 31

posteriormente sobre linguagem sagrada, Cabala e


religiões comparadas. Ele foi o pioneiro no Brasil no
que tange à pesquisa de extraterrestres no passado
religioso da humanidade.
Ultimamente, na verdade já há alguns anos, Cleto
tem se dedicado a desenvolver e divulgar sua nova
teoria cosmológica, a qual explica nesta entrevista.
Mas a Física Teórica é uma de suas paixões há
tempos.
Natural de Vitória (Espírito Santo), Fernando Cleto
Nunes Pereira foi bancário praticamente a vida toda.
Aposentou-se aos 54 anos e passou a conviver com
leilões de obras de arte, antigüidades, tendo sido
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Belas
Artes (RJ).
A Ufologia passou a ter importância em sua vida a
partir de 1948, o que o conduziu ao estudo
aprofundado de Física Teórica. É autor dos livros “A
Bíblia e os Discos Voadores”, “Sinais Estranhos”,
“Que Ciência Constrói Discos Voadores” e “Bang –
Detonando Conceitos Cosmológicos”.

Para saber mais sobre Fernando Cleto, seus livros


e suas pesquisas, acesse o site
www.cosmologia.com.br .

Horizonte: Seu trabalho é mais conhecido pelo


livro “A Bíblia e os Discos Voadores” (1970). Ali há
farta argumentação sobre a possível interferência
ET no passado religioso da Terra. Depois, muitos
escreveram sobre o tema com teorias semelhantes
ou não. O seu pensamento sobre o assunto ainda é
o mesmo ou ocorreram mudanças?

Cleto: No momento estou revendo o meu referido


livro com o propósito de atender muitos pedidos
para que eu volte a escrever sobre o assunto, porém,
escrevendo exclusivamente sobre a Bíblia: deixando
todas as outras religiões não cristãs de lado.
Isto porque no primeiro livro procurei mostrar que
por traz de todas as religiões existiu sempre um
mesmo Inspirador que parece ter usado o princípio
universal da dialética, no sentido de promover a
evolução das diferentes religiões pelo embate de
suas idéias contrárias.
Confirmo que o meu pensamento nos seus aspectos
primordiais continua sendo o mesmo do meu
primeiro livro, estando cada vez mais fortalecido. Os
seres alienígenas que primeiro implantaram o
Projeto Sêmen inoculando na raça humana uma nova

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 25 de 31

semente (o povo eleito) implantaram depois na Terra


o Projeto Cristão que continua presente para fazer
cumprir seus objetivos que terminarão com o
Apocalipse.

Horizonte: No livro “Que Ciência Constrói Discos


Voadores” (1995) o Sr. apresenta uma teoria sobre
o que seria o Movimento Absoluto do universo. O
que é exatamente e como raças Ets o utilizam em
sua engenharia Astronáutica?

Cleto: Continua intacta a minha teoria sobre a


existência de um movimento absoluto no universo
inteiro. O que é tal movimento? Meu referido livro
explica de forma detalhada. Vou fazer um breve
relato da idéia: Segundo Einstein em sua fórmula
E=MC² a matéria é luz materializada e a luz é
matéria desmaterializada. Ficou então aceito pela
ciência mundial que luz e matéria são aspectos
distintos de uma só entidade. Tal substância é
formada pela união de “finequanta” (plural de
“finequantum”). Assim, estabeleci que o último
tijolinho que forma a substância universal deve ser
identificado como sendo a quantidade final - daí ter
escolhido o nome de “finequantum”. O movimento
que está presente em tal substrato final forma o
universo inteiro... o “finequantum” é como se fosse
a presença de Deus; é preciso considerar que nada
existe sem a sua presença; nem a luz e nem matéria.
Vamos pensar no aspecto material do universo. O
nosso Planeta, por exemplo, possui um movimento
de rotação em torno de seu eixo imaginário numa
velocidade supersônica; possui também um
movimento de translação com velocidade ainda
maior. É preciso considerar também a velocidade do
próprio Sistema Solar com todos os seus planetas,
satélites, cometas, asteróides, etc. caminhando
circularmente no interior da nossa Via Láctea.
Finalmente devemos mencionar que a nossa galáxia
possui também, no seu todo, com outras galáxias,
uma velocidade considerável na imensidão do
espaço. Estou me referindo aos movimentos de
velocidades externas em cada quantidade de matéria
mencionada. Essas velocidades quando somadas
ultrapassam 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos
mil quilômetros por hora). Trata-se da velocidade
externa que eu e, você leitor possuímos. Mas não
podemos esquecer que também existe em cada
pedaço de matéria uma grande quantidade de
velocidade interna que está presente em todos os

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 26 de 31

átomos que formam o aspecto material no universo.


Nos meus momentos de meditação, quando percebi a
existência de velocidades variáveis, fiz a seguinte
pergunta: Se a matéria é luz materializada ela
positivamente tem que possuir, dentro dela, por
alguma forma despercebida, a própria velocidade
“C” - constante universal - velocidade da luz -
300.000 quilômetros por segundo. Foi quando intuí
que, sempre que somarmos as velocidades variáveis
externa com a interna, ou interna com externa,
iremos obter a velocidade máxima possível da
constante “C” da luz.
Como seres alienígenas usariam tal conhecimento em
sua engenharia Astronáutica?
O conceito mais aceito pelos ufólogos é o de que os
alienígenas usam a propulsão por campos
eletromagnéticos em suas naves. Nunca tive a
pretensão de saber como tal propulsão é definida e
utilizada. Posso apenas sugerir que tanto o campo
eletromagnético como a força gravitacional são da
mesma origem e devem ser conseqüência da troca de
movimentos de velocidades externas por internas ou
internas por externas conforme está exposto no meu
referido livro.

Horizonte: Por que os Ets não entram em contato


direto com a humanidade, mas só com indivíduos e
pequenos grupos? Há um propósito nisso?

Cleto: Desde 1970 que venho afirmando que os


alienígenas que nos rondam, observam e até
estudam não farão contato com os Governos da
Terra. Também sempre entendi que eles são os
agentes do Apocalipse e que só haverá contatos
isolados com seres humanos. Com que propósito?
Nada sei, apenas posso sentir velados interesses
nesses contatos cujos objetivos pertencem
exclusivamente aos alienígenas.

Horizonte: Em sua opinião, qual é a validade da


hipnose como forma de pesquisa nos casos
supostos de “abdução” por Ets? As informações
assim adquiridas não se tornam subjetivas demais?

Cleto: O tema abdução é sempre duvidoso e muito


complexo quando entram os implantes. No caso, por
exemplo, de implantes que tomei conhecimento,
aquele que achei mais próximo de ter sido possível
foi apresentado pelo Coronel Uranger no seu próprio
braço. Penso que este depoimento não foi tomado

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 27 de 31

sob hipnose. Alguma coisa era palpável e até de


certa forma visível em seu volume e, no entanto,
nenhuma radiografia foi capaz de acusar aquela
presença. Não consigo aceitar que uma super-raça
utilize metal em implantes. Penso que, teriam que
ser orgânicos como nossa civilização já é capaz de
fazer com a Nanotecnologia, Nanoterapia, etc onde
os implantes não podem ser visíveis em microscópios
normais ou radiografias.
Quando um evento é verdadeiro como o de Tiago
Machado, não existe nenhuma necessidade de
hipnose. Só serviria para atrapalhar.
Penso que, hipnose na pesquisa ufológica sem que
antes exista um histórico verdadeiro com
testemunhas e indícios correlatos não tem o menor
valor. Estou certo que existe o perigo, até
inconsciente, de o hipnotizador interferir no
processo.

Horizonte: O Sr. está se afastando da pesquisa


ufológica clássica? As fraudes, o “estrelismo” de
alguns e a desunião dos grupos de pesquisa têm
influenciado sua posição no cenário Ufológico?

Cleto: Algumas vezes saí da ufologia para não me


aborrecer apontando fraudes. Também, algumas
vezes voltei para defender casos pioneiros de
pesquisadores sérios falecidos. Para ser verdadeiro o
que mais tem atrapalhado a ufologia é a necessidade
de alguns pesquisadores se tornarem profissionais
buscando sobreviver do assunto. Até
inconscientemente transformam insignificantes
eventos em grandes acontecimentos e assim a
ufologia vai ficando cada vez mais pobre e mais
duvidosa. Os ufólogos devem compreender com rigor
que é preciso fotos verdadeiras, filmes autênticos,
pronunciamentos de autoridades responsáveis,
testemunhas oculares, etc.

Horizonte: O que o sr. Acha do embate evidente


entre os ufólogos que se dizem da “ala cientifica”
e os da “ala mística”? Há algum proveito nesta
luta?

Cleto: “Ala científica”,“ala mística” e “ala neutra”


são escolhas que podem conter fantasias em todas
elas. A melhor posição é a da verdade demonstrada
sem ataques e com dados sólidos.

Horizonte: Qual o propósito do seu recente livro

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 28 de 31

“BANG” - detonando conceitos cosmológicos?

Cleto: Não posso ser prolixo para falar sobre o livro


“BANG”, que possui mais de 100 páginas. Mas o meu
objetivo ao escrever tal livro foi mesmo o de
procurar detonar grande parte dos atuais conceitos
cosmológicos. Usei minhas observações sobre a física
teórica de par com muita meditação na área
filosófica. Procurei ir fundo nas incoerências que
hoje são apresentadas pelos principais cientistas que
cuidam da cosmologia, costumando apontar grandes
erros na existência de um possível Big Bang,
parecendo como que perdidos numa repetição
cansativa de idéias pouco coerentes. Eles são
cientistas e não sabem sair dos trilhos em que foram
colocados. Seria vergonhoso negar a existência de
um ovo cósmico primordial sem ter outra idéia para
ocupar o mesmo lugar. Eu, como autodidata vou
apontando novos caminhos na esperança de que eles
possam modificar a falta de perspectiva da
Cosmologia cuja mudança já foi prevista para três
mil anos adiante, ou seja, para o ano 5007, como
sugere Marcelo Gleiser. Em virtude do assunto não
ser ufologia deixei de comentar o livro com os
ufólogos. Mas, se alguém estiver interessado,
informo que ele foi editado pela Editora Imago - Rio
de Janeiro. Estou procurando desenvolver uma nova
teoria de que o universo é permanente, em
movimentação geométrica, estando suas galáxias em
rotações circulares ou elípticas, tudo dependendo
das velocidade externa de cada conjunto; ou seja
das velocidades variáveis de cada galáxia.

Horizonte: A grave situação ambiental do mundo,


os conflitos armados, o terrorismo e o
aquecimento global têm uma solução terrestre ou
precisamos de algum tipo de interferência ET para
escaparmos da autodestruição?

Cleto: Imagino que seja muito grave. Creio que nós


humanos poderíamos aliviar a situação, o que
exigiriam grandes renuncias como uma grandiosa
diminuição do uso do petróleo. Seria preciso da
maior unidade ao comando da ONU. Não devemos
pensar em aguardar interferência de ajuda de Ets.
Penso que foi um ET quem ditou o Apocalipse para
João na ilha de Patmos...e o referido anjo sabia o
que estava fazendo...no meu livro “A Bíblia e os
Discos Voadores” deixo o assunto muito bem
explicado...

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 29 de 31

Horizonte: Estamos próximos a um desastroso


“apocalipse” ou a uma “nova aurora” da
humanidade?

Cleto: Um desastroso “apocalipse” parece inevitável


neste século.

Horizonte: Agradecemos sua gentileza. Deixamos


espaço para que o Sr. faça suas considerações
finais, e também sobre os rumos da Ufologia e da
Ciência em geral.

Cleto: Espero que a humanidade tenha tempo para


retirar casais humanos em busca de algum lugar para
sobrevivência da nossa raça. Se não encontrarmos
saída com maior avanço tecnológico, resta-nos
admitir que o “apocalipse” esteja correto quando diz
que muitos serão retirados... Também existem
fragmentos na história de que agrupamentos
humanos teriam sido levados para fora da Terra...
São apenas considerações que podem ser lembradas
no sentido de trazerem esperanças para a possível
sobrevivência humana.
No meu entender a ufologia não tem futuro; está
perdida por não ser Ciência.
Ao contrário a Ciência estará avançando sempre de
forma a poder imortalizar o homem de modo
surpreendente.

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terça-feira, 8 de maio de 2007


€
"Deuses & Demônios -
Verdades inauditas e mentiras
anunciadas sobre os anjos" -
novo livro de Danea Tage
(Paulo Stekel)

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Blog da Revista Horizonte - Leitura Holística: Maio 2007 Página 30 de 31

Dia 10 de junho – lançamento virtual do mais


recente livro do escritor gaúcho Danea Tage (Paulo
Stekel), intitulado “Deuses & Demônios - Verdades
inauditas e mentiras anunciadas sobre os anjos”

Esta é a quarta obra do escritor Paulo Stekel, editor


de Horizonte – Leitura Holística, que em seus livros
usa o pseudônimo Danea Tage. “Deuses & Demônios”
será lançado no momento apenas em versão
eletrônica (arquivo em PDF).

Como promoção do mês de maio, válida até o


lançamento (10 de junho), os leitores que adquirirem
“Deuses & Demônios” até o dia 09 de junho,
receberão gratuitamente um exemplar eletrônico da
obra anterior de Danea Tage, “Santo & Profano –
estudo etimológico das línguas sagradas” (2006).

E, tudo isso por apenas R$ 14,00 (quatorze reais)!

Pedidos do livro, através do email:

pstekel@gmail.com

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