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Título : Carboidratos

Conteúdo :

CARBOIDRATOS

Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza, apresentam


como fórmula geral: CnH2nOn, e são moléculas que desempenham uma ampla variedade
de funções, entre elas:
- Fonte de energia;
- Reserva de energia;
- Estrutural;
- Matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas.
Na biosfera, há provavelmente mais carboidratos do que todas as outras matérias
orgânicas juntas, graças à grande abundância, no reino vegetal, de dois polímeros da D-
glucose, o amido e a celulose. O carboidrato é a única fonte de energia aceita pelo
cérebro, importante para o funcionamento do coração e de todo sistema nervoso. O corpo
armazena carboidratos em três lugares: fígado (300 a 400g), músculo (glicogênio) e
sangue (glicose). Os carboidratos evitam que nossos músculos sejam digeridos para
produção de energia, por isso se sua dieta for baixa em carboidratos, o corpo faz
canibalismo muscular.
São classificados em monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e
polissacarídeos.

Monossacarídeos
Os monossacarídeos geralmente têm sabor adocicado, de fórmula estrutural Cn(H2O)n.
Esse "n" pode variar de 3 a 7 (trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses), sendo os
mais importantes as pentoses e hexoses. Não sofrem hidrólise : Glicose - Frutose -
Galactose - Manose
Os monossacarídeos ou açúcares simples constituem as moléculas dos carboidratos, as
quais são relativamente pequenas, solúveis em água e não hidrolisáveis.

Pentoses:
-Ribose C5H10O5 forma o RNA
-Desoxiribose C5H10O4 forma o DNA
Pentoses são monossacarídeos de 5 carbonos. Para os seres vivos, as pentoses mais
importantes são a ribose e a desoxirribose, que entram na composição química dos
ácidos nucleícos, os quais comandam e coordenam as funções celulares.

Hexoses:
-Glicose: C6H12O6
-Frutose: C6H12O6
-Galactose: C6H12O6
Hexoses são monossacarídeos de 6 carbonos, que obedecem à fórmula geral - CnH2n0n
(n=6). As hexoses mais importantes são a glicose, a frutose e a galactose, principais
fontes de energia para os seres vivos. Ricas em energia, as hexoses constituem os
principais combustíveis das células. São naturalmente sintetizadas por fotossíntese,
processo de absorção de energia da luz.

Oligossacarídeos
Grupamento de dois a dez monossacarídeos através de ligação glicosídica. Os mais
importantes são os dissacarídios.
Dissacarídeos:
Quando, por hidrólise, produzem dois monossacarídeos. Exemplo de dissacarídios:
Maltose, sacarose, lactose.
Exemplo:
Sacarose + H2O → glicose + frutose
Maltose + H2O → glicose + glicose
Lactose + H2O → glicose + galactose

Polissacarídeos
Sofrem hidrólise produzindo grande quantidade de monossacarídeos. Ocorrem no talo e
folhas vegetais e camada externa de revestimento de grãos e são insolúveis em água.
Exemplo: Celulose, Amido e Glicogênio
Os polissacarídeos ou açúcares múltiplos são carboidratos formadas pela união de mais
de dez moléculas monossacarídeas, constituindo, assim, um polímero de
monossacarídeos, geralmente de hexoses. Ao contrário dos mono e dos dissacarídeos,
os polissacarídeos são insolúveis em água; não alteram, pois, o equilíbrio osmótico das
células e se prestam muito bem à função de armazenamento ou reserva nutritiva. De
acordo com a função que exercem os polissacarídeos classificam-se em energéticos e
estruturais. Polissacarídeos energéticos têm função de reserva nutritiva. Os mais
importantes são o amido e o glicogênio.

Amido:
Principal produto de reserva nutritiva vegetal , o amido é geralmente encontrado em órgão
de reserva nutritiva, como raízes do tipo tuberosa (mandioca, batata doce, cará), caules
do tipo tubérculo (batatinha), frutos e sementes. Constitui um polímero de glicose (mais ou
menos 1.400 unidades de glicose) com ligação glicossídica.
O amido constitui-se de dois tipos diferentes de polissacarídeos: a amilose com cerca de
1.000 unidades de glicose numa longa cadeia não ramificada enrolada em hélice e a
amilopectina com cerca de 48 a 60 unidades de glicose dispostas em cadeias mais curtas
e ramificadas. Espiral helicoidal da amilose.

Glicogênio:
Polissacarídeo de reserva nutritiva dos animais, o glicogênio é encontrado,
principalmente, nos músculos. Também é produto de reserva dos fungos. Constitui um
polímero de glicose (mais ou menos 30.000 resíduos de glicose) com ligação glicossídica
e várias ramificações.
Polissacarídeos estruturais entram na formação de algumas estruturas do corpo dos
seres vivos. Os mais importantes são a celulose e a quitina.

Quitina:
É um polissacarídeo que possui nitrogênio em suas unidades de acetilglicosamina.
Constitui o exoesqueleto dos artrópodes e é também encontrada na parede celular dos
fungos. A quitina é um polímero de acetilglicosamina com ligações β.

Observação: Existem outros tipos de polissacarídeos denominados hetropolissacarídeos


que originam, por hidrólise, vários tipos diferentes de monossacarídeos. Como, por
exemplo, o ácido hialurônico, condroitinsulfato e a heparina.

Título : Respiração Celular I: Glicólise


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GLICÓLISE

A glicose é o principal substrato para as reações energéticas, sendo a glicólise o


principal processo de utilização energética da glicose, presente em todos os seres vivos,
desde a mais antiga e simples bactéria até o mais recente e complexo organismo
multicelular. A glicólise, entretanto, é um processo essencialmente anaeróbico, com o
metabolismo aeróbico produzindo quase vinte vezes mais energia para os processos
metabólicos intracelulares. Desta forma, o Ciclo de Krebs e a Cadeia Respiratória (Cadeia
Transportadora de elétrons acoplada a Fosforilação Oxidativa) correspondem à seqüência
natural do metabolismo da glicose e dos demais compostos energéticos (ácidos graxos e
aminoácidos). A glicólise, também conhecida como via de Ebden-Meyerhof, é a primeira
via metabólica da molécula de glicose e outras hexoses. Todos os seres vivos (a exceção
dos vírus) realizam, invariavelmente, a glicólise seja em condições de aerobiose ou de
anaerobiose, com as enzimas glicolíticas presentes no citoplasma.
A glicólise é um processo anaeróbio onde se observa a transformação de uma
molécula de glicose em duas moléculas de piruvato e em condições de aerobiose, o
metabolismo da glicose prossegue com as demais vias produtoras de energia (ciclo de
Krebs e cadeia respiratória), mas somente se a célula possuir mitocôndrias funcionais,
uma vez que esses processos são todos intramitocondriais.
A glicólise ocorre em uma seqüência enzimática de 10 reações, divididas em duas
fases: a primeira fase corresponde até a formação de duas moléculas de gliceraldeído-3-
fosfato e caracteriza-se como uma fase de gasto energético de 2 ATPs nas duas
fosforilações; a segunda fase compreende desde as duas moléculas de gliceraldeído-3-
fosfato até as duas moléculas de piruvato. Tal fase caracteriza-se pela produção
energética de 4 ATPs em reações oxidativas enzimáticas independentes de oxigênio,
utilizando o NADH como transportador de hidrogênios da reação de desidrogenação. O
rendimento energético líquido final do metabolismo anaeróbio da glicose, portanto é de
somente 2 ATPs.
Em condições de aerobiose, porém, o piruvato não é reduzido e sim oxidado nas
mitocôndrias pelo complexo enzimático piruvato-desidrogenase (também chamado de
piruvato-descarboxilase) havendo a formação de acetil-CoA e a liberação de uma
molécula de CO2 por cada piruvato oxidado. É formado, também, um NADH na reação de
desidrogenação, indo para a cadeia respiratória, uma vez que já está dentro das
mitocôndrias. É importante observar que, havendo a oxidação do piruvato, o NADH
(produzido na glicólise) que seria utilizado para sua redução, é poupado, possibilitando
que os elétrons por ele transportados penetrem nas mitocôndrias e sejam convertidos em
ATP (na cadeia respiratória).
A glicose tem seis átomos de carbono e sua divisão em duas moléculas de
piruvato, cada uma com três átomos de carbono, ocorre em uma seqüência de 10 passos
e os cinco primeiros deles constituem a fase preparatória. Nestas reações a glicose é
inicialmente fosforilada no grupo hidroxila em C-6. A D-glicose-6-fosfato assim formada é
convertida em D-frutose-6-fosfato, a qual é novamente fosforilada, desta vem em C-1,
para liberar D-frutose-1,6-bifosfato. O ATP é o doador de fosfato nas duas fosforilações.
A seguir a frutose-1,6-bifosfato é quebrada para liberar duas moléculas com três
carbonos, a diidroxiacetona fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato; este é o passo em que
ocorre a "lysis" que dá o nome ao processo. A diidroxiacetona fosfato é isomerizada em
uma Segunda molécula de gliceraldeído-3-fosfato, e com isso termina a primeira fase da
glicólise. Desta forma, duas moléculas de ATP precisam ser investidas para ativar, ou
iniciar, a molécula de glicose para a sua quebra em duas partes com três carbonos;
haverá, depois, um retorno positivo para este investimento. Resumindo: na fase
preparatória da glicólise a energia do ATP é investida, aumentando o conteúdo de energia
livre dos intermediários, e as cadeias carbônicas de todas as hexoses metabolizadas são
convertidas em um produto comum, o gliceraldeído-3-fosfato.
O ganho energético provém da fase de pagamento da glicólise. Cada molécula de
gliceraldeído-3-fosfato é oxidada e fosforilada por fosfato inorgânico (não pelo ATP) para
formar 1,3-bifosfoglicerato. A liberação de energia ocorre quando as duas moléculas de
1,3-bifosfoglicerato são convertidas em duas moléculas de piruvato. A maior parte dessa
energia é conservada pela fosforilação acoplada de quatro moléculas de ADP para ATP.
O produto líquido são duas moléculas de ATP por molécula de glicose empregada, uma
vez que duas moléculas de ATP são investidas na fase preparatória da glicólise. A
energia também é conservada na fase de pagamento na formação de duas moléculas de
NADH a cada molécula de glicose.
Nas reações seqüenciais da glicólise três tipos de transformações químicas são
particularmente notáveis: 1. Degradação do esqueleto carbônico da glicose para produzir
piruvato; 2. Fosforilação de ADP a ATP pelos compostos de fosfato de alta energia
formados durante a glicólise; e 3. A transferência de átomos de hidrogênio ou elétrons
para o NAD+, formando NADH. O destino do produto, o piruvato, depende do tipo de
célula e das circunstâncias metabólicas.
A figura abaixo ilustra a processo:

Título : Respiração Celular II: Ciclo de Krebs

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O ciclo de Krebs, tricarboxílico ou do ácido cítrico, corresponde a uma série de reações


químicas que ocorrem na vida da célula e seu metabolismo. Descoberto por Sir Hans
Adolf Krebs (1900-1981). O ciclo é executado na matriz da mitocôndria dos eucariotes e
no citoplasma dos procariotes. Trata-se de uma parte do metabolismo dos organismos
aeróbicos (utilizando oxigênio da respiração celular). O ciclo de Krebs é uma rota
anfibólica, ou seja, possui reações catabólicas e anabólicas, com a finalidade de oxidar a
acetil-CoA (acetil coenzima A), que se obtém da degradação de carboidratos, ácidos
graxos e aminoácidos a duas moléculas de CO2.
Este ciclo inicia-se quando o piruvato que é sintetizado durante a glicólise é transformado
em acetil CoA (coenzima A) por ação da enzima piruvato desidrogenase. Este composto
vai reagir com o oxaloacetato que é um produto do ciclo anterior formando-se citrato. O
citrato vai dar origem a um composto de cinco carbonos, o alfa-cetoglutarato com
libertação de NADH, e de CO2. O alfa-cetoglutarato vai dar origem a outros compostos de
quatro carbonos com formação de GTP, FADH2 e NADH e oxaloacetato. Após o ciclo de
krebs ocorre outro processo denominado fosforilação oxidativa.
O ciclo do ácido cítrico começa com o Acetil-CoA, transferindo seu grupo acetila de dois
carbonos ao composto receptor oxaloacetato, de quatro carbonos, formando um
composto de seis carbonos, o citrato.
O citrato então passa por uma série de transformações químicas, perdendo dois grupos
carboxila na forma de CO2. Os carbonos liberados na forma de CO2 são oriundos do
oxaloacetato, e não diretamente do Acetil-CoA. Os carbonos doados pelo Acetil-CoA se
tornam parte do oxaloacetato após o primeiro passo do ciclo do ácido cítrico. A
transformação dos carbonos doados pelo Acetil-CoA em CO2 requer vários passos no
ciclo de Krebs. No entanto, por causa do papel do ácido cítrico no anabolismo (síntese de
substâncias orgânicas), ele pode não ser perdido já que muitas substâncias
intermediárias do ciclo também são usadas como precursoras para a biosíntese em
outras moléculas. A maior parte da energia disponível graças ao processo oxidativo do
ciclo é transferida por elétrons altamente energéticos que reduzem o NAD+,
tranformando-o em NADH. Para cada grupo acetila que entra no cliclo de Krebs, três
moléculas de NADH são produzidas (o equivalente a 2,5 ATPs). Elétrons também são
transferidos ao receptor Q, formando QH2. No final de cada ciclo, o Oxoalocetato de
quatro carbonos é regenerado, e o processo continua.

As principais etapas do ciclo de Krebs:

1°: Oxalacetato(4 carbonos) Citrato(6 carbonos)


O ácido acético proveniente das vias de oxidaçao de glicídios, lipídios e proteínas,
combinam-se com a coenzima a formando o Acetil - CoA. A entrada deste composto no
ciclo de Krebs ocorre pela combinação do ácido acético com o oxalacetato presente na
matriz mitocondrial. Esta etapa resulta na formação do primeiro produto do ciclo de Krebs,
o citrato. O coenzima A, sai da reação como CoASH.

2°: Citrato (6 carbonos) Isocitrato(6 carbonos)


O citrato sofre uma desidratação originando o isocitrato. Esta etapa acontece para que a
molécula de citrato seja preparada para as reações de oxidação seguintes

3°: Isocitrato αcetoglutarato (5 carbonos)


Nesta reação há participaçao de NAD, onde o isocitrato sofre uma descaborxilação e uma
desidrogenação transformando o NAD em NADH, liberando um CO2 e originando como
produto o alfa-cetoglutarato

4°: αcetoglutarato Succinato (4 carbonos)


O α-cetoglutarato sofre uma descarboxilação, liberando um CO2. Também ocorre uma
desidrogenação com um NAD originando um NADH, e o produto da reação acaba sendo
o Succinato

5°: Succinato Succinil - CoA


O succinato combina-se imediatamente com a coenzima A, originando um composto de
potencial energético mais alto, o succionil-Coa.

6°: Succinil-Coa Succinato


Nesta reação houve entrada de GDP+Pi, e liberação de CoA-SH. O succinil-CoA libera
grande quantidade de energia quando perde a CoA, originando succinato. A energia
liberada é aproveitada para fazer a ligação do GDP com o Pi(fosfato inorgânico),
formando o GTP, como o GTP não é utilizado para realizar trabalho deve ser convertido
em ATP, assim esta é a única etapa do Ck que forma ATP.

7°: Succinato Fumarato


Nesta estapa entra FAD. O succinato sofre oxidaçao através de uma desidrogenação
originando fumarato e FADH2. O FADH2 é formado apartir da redução do FAD.

8°: Fumarato Malato


O fumarato é hidratado formando malato.

9°: Malato Oxalacetato


Nesta etapa entra NAD. O malato sofre uma desidrogenacão originando NADH, a partir
do NAD, e regenerando o oxalacetato.

A influência do ciclo de Krebs no processo da respiração celular começa com a glicólise,


processo ocorrido no citoplasma de uma célula, onde a glicose, obtida através dos
alimentos ingeridos, passa por uma série de dez reações químicas que culminam na
formação de duas moléculas de ácido pirúvico. É a partir desse ponto que começa a
participação do ciclo de Krebs na respiração propriamente dita.
O ciclo de Krebs ocorre dentro da mitocôndria, logo as moléculas de ácido pirúvico têm
que entrar nela. Esse processo só ocorre quando há moléculas de oxigênio suficientes
para cada molécula de glicose; se há, na entrada do ácido pirúvico na mitocôndria faz
com que o oxigênio reaja com o ácido formando gás carbônico e libera os elétrons dos
átomos de hidrogênio presentes na fórmula da glicose. Esses elétrons são transportados
pelo NADH e o FADH, duas moléculas transportadoras. Os elétrons então se
responsabilizam pela união de mais um átomo de fósforo, com uma molécula de
adenosina difosfato(ADP) formando a adenosina trifosfato o famoso ATP. Esta molécula
de ATP então é que fornecerá a energia para a vida da célula e o transporte ativo de
substâncias pelo corpo.
Os compostos intermediários do ciclo de Krebs podem ser utilizados como precursores
em vias biossintéticas: oxaloacetato e a-cetoglutarato vão formar respectivamente
aspartato e glutamato. A eventual retirada desses intermediários pode ser compensada
por reações que permitem restabelecer o seu nível. Entre essas reações, que são
chamadas de anapleróticas por serem reações de preenchimento, a mais importante é a
que leva à formação de oxaloacetato a partir do piruvato e que é catalisada pela piruvato
carboxilase. O oxaloacetato além de ser um intermediário do ciclo de Krebs, participa
também da gliconeogênese. A degradação de vários aminoácidos também produz
intermediários do ciclo de Krebs, funcionando como reações anapleróticas adicionais.

ítulo : Respiração Celular III: Fosforilação Oxidativa acoplada à Cadeira Transportadora de


elétrons

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A fosforilação oxidativa é uma via metabólica que utiliza energia libertada pela oxidação
de nutrientes de forma a produzir trifosfato de adenosina (ATP). O processo refere-se à
fosforilação do ADP em ATP, utilizando para isso a energia libertada nas reações de
oxidação-redução.
Durante a fosforilação oxidativa, existe transferência de elétrons de moléculas doadoras
(moléculas redutoras) a moléculas recebedoras (moléculas oxidantes), numa reação de
oxido-redução. As transferências de elétrons constituem estas reações de oxido-redução,
que se processam com libertação de energia, biologicamente aproveitável para a
biossíntese de ATP. Em eucariontes, tais reações redox são feitas por cinco complexos
principais de proteínas mitocondriais. Ao conjunto de complexos protéicos envolvidos
nestas reações, dá-se o nome de cadeia transportadora de elétrons.
A energia derivada do transporte de elétrons é convertida numa força motriz proteônica e
é principalmente utilizada para bombear prótons para o exterior da matriz mitocondrial.
Este processo é denominado quimiosmose e origina energia potencial sob a forma de um
gradiente de pH (ou seja, uma concentração diferente de prótons dentro e fora da
mitocôndria) e de potencial elétrico através da membrana. A energia é utilizada quando
ocorre um fluxo de prótons a favor do gradiente de concentração através da enzima ATP
sintase (ATP sintetase).
Embora a fosforilação oxidativa seja uma parte vital do metabolismo, é um processo que
produz espécies reativas de oxigênio tais como o superóxido e o peróxido de hidrogênio,
que induzem a propagação de radicais livres, danificando componentes celulares (por
exemplo, oxidando proteínas e lípidios de membrana) e contribuindo para processos de
envelhecimento celular e patologias. Existem também diversos venenos e medicamentos
que têm como alvo as enzimas desta via metabólica, inibindo sua atividade.
Diversos processos bioquímicos catabólicos, tais como a glicólise, o ciclo dos ácidos
tricarboxílicos e a beta-oxidação, produzem a coenzima NADH. Esta coenzima contém
elétrons que possuem um alto potencial de transferência (correspondente a um potencial
de elétrons muito negativo). Ou seja, ao acontecer a oxidação do NADH, é libertada
grande quantidade de energia. No entanto, a célula não liberta esta energia de uma só
vez, pois tal reação poderia ser incontrolável. Os elétrons são então removidos do NADH
e transferidos para o dioxigênio (O2) através de uma série de passos catalisados por
diferentes enzimas, em que cada passo liberta uma pequena quantidade de energia. Este
conjunto de enzimas, designados complexos I, II, III e IV, constitui a cadeia transportadora
de elétrons e se encontra na membrana interna da mitocôndria. As enzimas neste sistema
de transporte de elétrons utilizam a energia libertada na oxidação do NADH para bombear
prótons através da membrana interna da mitocôndria. Isto gera o acúmulo de prótons no
espaço intermembrana, originando um gradiente eletroquímico através da membrana. A
energia armazenada sob este potencial é então utilizada pela ATP sintase para produzir
ATP.

ítulo : Metabolismo do Glicogênio: Glicogênese e Glicogenólise

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GLICOGÊNESE

A glicogênese corresponde ao processo de síntese de glicogênio no fígado e músculos,


no qual moléculas de glicose são adicionadas à cadeia do glicogênio pré-existente. Este
processo é ativado pela insulina em resposta aos altos níveis de glicose sangüínea. O
primeiro passo envolve a síntese de glicose-1-fosfato e UTP:

Glicose 1-fosfato + UTP + H2O → UDP-glicose + 2 Pi

Essa reação é catalisada pela UDP-glicose pirofosfatase. Essa reação seria reversível se
não fosse pela rápida hidrólise exergônica (o que implica a necessidade de água) do
pirofosfato a ortofosfato (catalisada pela pirofosfatase).
Na segunda reação, UDP-glicose é transferida ao grupo hidroxila da cadeia de glicogênio
existente, formado uma ligação glicosídica α-1,4. Essa reação é catalisada pela glicogênio
sintetase. Essa enzima só consegue promover essa adição se a cadeia contiver no
mínimo quatro unidades. Assim, a proteína glicogenina é utilizada como uma "molécula
primária".
A enzima glicogênio sintetase é ativada pela fosfoproteína fosfatase A. Essa enzima é
ativada pela insulina.
A glicogênese ocorre inteiramente no citosol (citoplasma) e corresponde ao processo de
síntese de glicogênio. Para tanto, são necessários um substrato (UDP-glicose), e as
enzimas glicogenina (responsável pela síntese do iniciador), a glicogênio sintase
(responsável pelo alongamento da cadeia) e uma enzima ramificadora (a qual criará
ramificações).

O primeiro passo envolve a síntese do iniciador (o 1° UDP-glicose): GLICOGENINA + o 1°


UDP-Glicose. A formação da UDP glicose, que é o precursor do glicogênio, ocorre através
da fosforilação da glicose (às custas de ATP) formando glicose-1-fosfato, unido-se a uma
UTP, e quem faz este processo todo é a UDP glicose pirofosforilase. Essa reação é
irreversível. Glicose + UTP + ATP → UDP-glicose + Ppi + ADP.
Na segunda reação, a glicogênio sintase entra em ação alongando entre 8 e 11 resíduos
a cadeia de glicogênio. Em seguida, ela se afasta, interrompendo a glicogênese. Essa
enzima só consegue promover essa adição se a cadeia contiver no mínimo quatro
unidades (ligações 1-4). Assim, a proteína glicogenina é utilizada como uma "molécula
primária".

Por fim, a enzima ramificadora acelera a síntese e a degradação do glicogênio e cria


extremidades livres com maior solubilidade (metabolização) e também cria novos sítios
para alongação (sintase) e degradação (fosforilase). Ela transfere blocos de 5 à 8
resíduos, rompendo uma cadeia já formada, criando uma nova extremidade ligando o
carbono1-6.

ítulo : Via das Pentoses-Fosfato

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VIA DAS PENTOSES-FOSFATO

A via das pentoses-fosfato, ou simplesmente via das pentoses, é uma via alternativa de
oxidação de glicose-6-fosfato, que leva à produção de 4 compostos importantes, a ribose-
5-fosfato, NADPH, gliceraldeído-3-fosfato e a frutose-6-fosfato.
- A ribose-5-fosfato é a pentose constituinte dos nucleotídeos, que vão compor os ácidos
nucléicos (material genético DNA e RNA), e de muitas coenzimas, como o ATP, NADH,
FADH2 e coenzima A.
- O NADPH atua como coenzima doadora de hidrogênio em sínteses redutoras e em
reações para proteção contra compostos oxidantes.
- O gliceraldeído-3-fosfato e a frutose-6-fosfato são moléculas intermediárias da via
glicolítica (glicólise).
Na via das pentoses são produzidos vários açúcares fosforilados, com um número
variável de átomos de carbono. A energia vinda da oxidação da glicose é armazenada
sob a forma de NADPH e não de ATP, como na glicólise.
A via das pentoses fosfato compreende uma etapa inicial que é oxidativa, na qual a
glicose-6-fosfato é convertida a ribulose-5-fosfato e CO2 por duas oxidações intercaladas
por uma reação de hidrólise. Além disso, ocorre a conversão de NADP a NADPH.
A etapa seguinte, que não é oxidativa, vai transformar a ribulose-5-fosfato em ribose-5-
fosfato pela ação de uma isomerase. Esta pentose sofre em seguida conversões e gera
açúcares fosforilados com números variados de átomos de carbono. Todas as etapas
não-oxidativas são reversíveis, o que permite que haja interconversão entre os diferentes
açúcares.
Assim como a glicólise, a via das pentoses também ocorre no citosol; elas estão
relacionadas por intermediários comuns que são a glicose-6-fosfato, frutose-6-fosfato e o
gliceraldeído-3-fosfato. Esse compartilhamento de intermediários e a interconversibilidade
permite que esta seja uma via de desvio da glicólise (conhecido como shunt das
pentoses), ao mesmo tempo que é uma integração entre várias vias metabólicas.

Regulação da via das pentoses


A atividade da via das pentoses vai variar de acordo com tecido, sendo mais intensa em
tecidos que ativam ácidos graxos constantemente, como é o caso do fígado e do tecido
adiposo. As duas desidrogenases que participam da via convertem NADP a NADPH e vão
ser inibidas competitivamente por NADPH.
A utilização da glicose-6-fosfato pela via das pentoses ou pela glicólise vai depender das
relações ATP/ADP e NADPH/NADP existentes nas células.
Quando a relação ATP/ADP é baixa, a glicose vai ser degradada pela via glicolítica,
produzindo ATP; não vai ocorrer a síntese de ácidos graxos e a relação NADPH/NADP é
alta, inibindo a via das pentoses.
Mas se a relação ATP/ADP é alta, a via glicolítica fica inibida e a síntese de ácidos graxos
é favorecida, consumindo NADPH e desinibindo as desidrogenases.
Portanto quando a carga energética das células é alta, o consumo de glicose-6-fosfato
pela via das pentoses é favorecida.
A via das pentoses é ativa quando as taxas glicêmicas são altas; os níveis altos de
insulina resultantes acarretam, no tecido adiposo, aumento da permeabilidade à glicose e,
no fígado, intensa síntese de glicocinase. Essas duas condições propiciam a síntese de
ácidos graxos.

Título : Metabolismo de lipídeos: Lipogênese e Lipólise

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Lipogênese
Processo que ocorre preferencialmente no tecido adiposo, ocorrendo também no
tecido hepático, e que consiste na síntese de ácidos graxos e triglicerídeos, que serão
utilizados como reserva energética.
Em uma hiperglicemia a insulina ativa as vias hipoglicemiantes que são a glicólise,
glicogênese e via das pentoses. No caso do excesso de ATP, tanto o ciclo de Krebs
quanto a cadeia respiratória são bloqueados causando o acúmulo de acetil-coA dentro da
mitocôndria, então o mesmo sai para o citoplasma na forma de citrato e através da
enzima citrato liase no citoplasma celular volta a ser acetil-coA. É agora que começa a
síntese de ácido graxo, uma via hipoglicemiante, citoplasmática e anaeróbica, tendo como
molécula precursora o acetil-coA, proveniente, por exemplo, do metabolismo dos
carboidratos. Esta via tem como hormônio ativador a insulina e como inibitório o glucagón.
A principal enzima do processo é a acetil-coA carboxilase, a qual atua com o
auxílio da biotina (vitamina que carrega o CO2 agindo em conjunto com a acetil-coA
carboxilase na transformação do acetil-coA em melanil-coA). Os ácidos graxos
sintetizados se combinam por esterificação com o glicerol, na finalidade de se produzirem
triglicerídeos armazenáveis.
No tecido hepático a síntese de triglicerídeos ocorre por meio da enzima
gliceroquinase que é abundante neste tecido. No tecido hepático, as vias ativadas para a
produção de gordura são:
- via glicolítica
- via das pentoses
- síntese de ácido graxo
- síntese de triglicerídeos
- glicogênese
No tecido adiposo a síntese de triglicerídeos não ocorre por meio da enzima
gliceroquinase que não existe neste tecido, então o glicerol fosfato é obtido através da
fosfodiidroxicetona (via glicolítica ou pentoses). No tecido adiposo, as vias ativadas para a
produção de gordura são:
- via glicolítica
- via das pentoses
- via síntese de acido graxo
- via síntese de triglicérides

Lipólise
Processo que ocorre no tecido adiposo e que consiste na degradação da gordura,
ou seja, das reservas energéticas (triglicerídeos) para a produção de energia, onde o
triacilglicerol deve ser hidrolisado até ácidos graxos livres e glicerol que serão mobilizados
e lançados na corrente circulatória. Esta hidrólise ocorre no tecido adiposo por ação da
lipase hormônio sensível (LHS) (enzima que regula o processo), que como o próprio
nome diz é sensível a ação de hormônios, sendo esta inibida pela insulina que dificulta a
lipólise e sendo favorecida pela presença de glucagón e adrenalina. Outros hormônios
como GH, T3 e T4 também estimulam a LHS.
Os ácidos graxos livres no sangue se associam a proteína albumina plasmática
formando lipoproteína com destino a tecidos consumidores como o músculo e o fígado,
onde os graxos livres se separam da albumina plasmática para entrar nas células e
sofrerem a β-oxidação (ciclo de Lynen).
O glicerol será degradado somente no fígado, pois é onde se tem a enzima
gliceroquinase. Dentro das células os ácidos graxos livres deverão ser ativados através
da enzima acil-coA sintetase que transforma o ácido graxo em acil-coA (ácido graxo livre),
para cada ácido graxo ativado consome-se 1 ATP. O acil-coA (ácidos graxos livres) é
transportado do citoplasma para dentro da mitocôndria através da ação da carnitina que é
uma proteína transportadora. Na mitocôndria ocorrera o ciclo de Lynen que
gradativamente vai quebrando os ácidos graxos livres e liberando acetil-coA que ativará o
ciclo de Krebs para a produção de ATP.

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