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FUNÇÕES VETORIAIS

OBS: O cálculo de funções vetoriais é usado para provar a Lei de Kepler.


Ela descreve o movimento dos planetas em torno do Sol e das luas em torno
de Júpiter. Essas leis também se aplicam para colocar um satélite em órbita
ao redor da Terra.

Definição. Uma função vetorial, ou função de valor vetorial, é uma função


cujo domínio é um conjunto de números reais e cuja imagem é um conjunto
de vetores.

Estudaremos as funções r cujos valores são vetores tridimensionais, ou


seja, para todo número no domínio de r existe um único vetor de V3
denotado por r(t). Se f(t), g(t) e h(t) são componentes do vetor r(t), então f, g
e h são funções de valor real chamadas funções componentes de r e se
escreve:
r(t) = < f(t), g(t), h(t)> = f(t)i + g(t)j + h(t)k (t é normalmente tempo)

Exemplo. Dado r(t) = <t3, ln(3 - t), 1/t>, identifique as funções componentes
de r(t) e dê o seu domínio.
FUNÇÕES VETORIAIS
Limite de Uma Função Vetorial
Se r(t) = < f(t), g(t), h(t)>, então lim r (t )  lim f (t ), lim g (t ), lim h(t ) 
t a t a t a t a

desde que os limites das funções componentes existam.

Exemplo:

Continuidade
Uma função vetorial r é contínua em a se lim r (t ) = r(a).
t a

Gráfico de Uma Função Vetorial

ILUSTRAÇÃO:

EXEMPLOS:
FUNÇÕES VETORIAIS
Derivadas
A derivada r’ de uma função vetorial r é definida do mesmo modo como foi
feito para funções reais:
dr r (t  h)  r (t )
 r ' (t )  lim , se o limite existir.
dt t 0 h

Significado geométrico
ILUSTRAÇÕES:

OBS:

Teorema. Se r(t) = < f(t), g(t), h(t)> = f(t)i + g(t)j + h(t)k , onde f , g e h são
funções diferenciáveis, então
r’(t) = < f’(t), g’(t), h’(t)> = f’(t)i + g’(t)j + h’(t)k
DEMOSTRAÇÃO:
EXEMPLOS:
FUNÇÕES VETORIAIS
Derivada segunda: r”(t)

Uma curva dada por uma função vetorial r(t) num intervalo I é chamada lisa se
r’ é contínua e r’(t) é diferente de 0 (exceto nos extremos de I). Por exemplo, a
hélice circular é lisa porque r’(t) é sempre diferente de 0.

Exemplo: Determine se a parábola semicúbica r(t) = <1 + t3, t2> é lisa.


Ilustração e solução:

OBS: Uma curva que é feita de um número finito de pedaços lisos, é chamada
lisa por partes.

Regras de Diferenciação
Suponha que u e v sejam funções vetoriais diferenciáveis, c um escalar e f
uma função real. Então:
I. II.. III. IV. V. VI.
FUNÇÕES VETORIAIS
Exemplo: Mostre que |r(t)| =c (constante), então r’(t) é ortogonal a r(t) para
todo t.

Integrais
A integral definida de uma função vetorial contínua r(t) pode ser definida da
mesma forma que para a função real, exceto que a integral resulta num vetor.
Assim
b b b b
a r (t )dt  ( a f (t )dt )i  ( a g (t )dt ) j  ( a h(t )dt )k

LISTA DE EXERCÍCIOS
FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Comprimento de Arco e Curvatura

OBS: comprimento de uma curva plana:L   ( f ' (t )) 2  ( g ' (t )) 2 dt   ( dx ) 2  ( dy ) 2 dt


b b

a a dt dt

Da mesma forma se define o comprimento de uma curva espacial:

b dx 2 dy 2 dz 2
L
b
L ( f ' (t ))  ( g ' (t ))  (h' (t )) dt
2 2 2 ou ( )  ( )  ( ) dt
a a dt dt dt

b
ou ainda L a
| r ' (t ) |dt

ILUSTRAÇÃO

Exemplo: Calcule o comprimento do arco de curva da hélice circular de


equação r(t) = costi + sentj + tk do ponto (1,0, 0) até o ponto (1, 0, 2 )
FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Parametrização
É frequentemente útil parametrizar uma curva em relação ao comprimento do
arco porque o comprimento do arco aparece naturalmente da forma de curva e
não depende do sistema de coordenadas utilizado.

Exemplo: r1(t) = <t, t2, t3> 1  t  2 e r2(t) = <eu, e2u, e3u> 0 u ln2,
representam a mesma curva C.

Função Comprimento de Arco


t t dx 2 dy 2 dz 2 ds
s (t )   | r ' (u ) |du   ( )  ( )  ( ) du  | r ' (t ) |
a a du du du dt

ILUSTRAÇÃO

OBS: s(t) é o comprimento da parte da curva C entre r(a) e r(t).


FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Exemplo: Reparametrize a hélice circular r(t) = costi + sentj + tk utilizando a
medida de comprimento de arco de (1, 0, 0) na direção de crescimento de t.
SOLUÇÃO:

Curvatura
A curvatura de uma curva é k = |dT/ds| onde T é o versor da tangente.

ILUSTRAÇÃO

OBS: observe que T(t) muda de direção muito devagar quando a curva é
razoavelmente reta, mas muda de direção mais rapidamente quando a curva C
se dobra ou retorce mais acentuadamente. A curvatura de C em um dado
ponto é a medida de quão rapidamente a curva muda de direção no ponto.

Pode-se calcular em termo do parâmetro t. Pela regra da cadeia temos:


dT/dt = (dT/ds)(ds/dt) e K = |dT/ds| = |(dT/dt)/(ds/dt)|, mas ds/dt = |r’(t)|, assim
K(t) = |T’(t)|/|r’(t)|.
FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Exemplo: Mostre que a curvatura de um círculo de raio a é 1/a.
SOLUÇÃO:

Teorema. A curvatura de uma curva dada pela função vetorial r é


| r '(t ) xr"(t )|
K (t ) 
| r '(t )|3

PROVA: T = r’/|r’| e |r’| = ds/dt, assim:

r’ = T|r’| = Tds/dt e r” = T’ds/dt + Td2s/dt2

r’ x r” = Tds/dt x (T’ds/dt + Td2s/dt2) = (ds/dt)2(T x T’), pois T x T = 0

| r’ x r”| = (ds/dt)2|T||T’| = (ds/dt)2|T’| (OBS: |T’| = (r’ x r”)/|r’|2)

Então K = |T’|/|r’| = |r’ x r”|/|r’|3.


FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Exemplo: Determine a curvatura de cúbica retorcida r(t) = <t, t2, t3> num ponto
genérico e em (0, 0, 0).
SOLUÇÃO

OBS: No caso especial da curva plana com equação y = f(x), com parâmetro x,
temos:
2
r(x) = xi + f(x)j, r’(x) = i + f’(x)j, r”(x) = f”(x)j e |r’(x)| = 1 f '( x)
| f "( x)|
K ( x) 
Assim 3
(1 ( f '( x) 2 ) 2

Exemplo: Determine a curvatura da parábola y = x2 nos pontos (0, 0), (1, 1) e


(2, 4).
SOLUÇÃO:
FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Vetores Normal e Binormal
Vetor normal N(t) = T’(t)/|T’(t)| Vetor binormal B(t) = T(t) x N(t)

ILUSTRAÇÃO

Observ que os vetores T, N e N são ortogonais um aos outros. Este triedro


TNB tem um papel importante na geometria diferencial e é aplicado em
movimentos espaciais.

Exemplo: Determine os vetores normal e binormal da hélice circular r(t) = costi


+ sentj + tk.
SOLUÇÃO:
FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Tópicos importantes sobre TNB
• O plano determinado por N e B num ponto P sobre a curva C é chamado
plano normal de C em P (consiste em todas as retas ortogonais a T).

• O plano determinado por T e N é chamado plano osculador de C em P (é o


plano que mais se aproxima de conter a parte da curva de C em P).
OBS: para uma curva do plano, o plano osculador é o plano que contém a
curva.

• O círculo do plano osculador de C em P tem a mesma tangente que C em P,


e fica do lado côncavo de C (para onde aponta N), seu raio é dado por 1/k (o
recíproco da curvatura) é chamado círculo osculador ou círculo da curvatura
de C em P. É o círculo que melhor descreve o comportamento da curva perto
de P, e tem em comum com a curva a mesma tangente, normal e curvatura em
P.


Exemplo1: Determine as equações do plano normal e do plano osculador da
2
hélice circular do exemplo anterior no ponto (0, 1, ).
FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Exemplo 2: Determine e desenhe o círculo osculador da parábola y = x2 na
origem.
SOLUÇÃO:

Movimento no Espaço: Velocidade e aceleração


Vetor velocidade é o vetor tangente que tem a direção de reta tangente à
curva, ou seja: r (t  h)  r (t )
v(t )  lim  r ' (t )
h0 h

A rapidez da partícula no instante t é o módulo do vetor velocidade, ou seja, |


v(t)|.
OBS: |v(t)| = |r’(t)| = ds/dt = taxa de variação da distância com relação ao
tempo.

Aceleração: a(t) = v’(t) = r”(t)


FUNÇÕES VETORIAIS E CURVAS ESPACIAIS
Exemplo 1: Determine a velocidade, a aceleração e a rapidez de uma partícula
com vetor de posição r(t) = <t2, et, tet>.

Exemplo 2: Uma partícula se move de uma posição inicial r(0) = <1, 0, 0> com
velocidade inicial v(0) = i – j + k. Sua aceleração é dada por a(t) = 4ti + 6tj + k.
Determine sua velocidade e posição no instante t.
SOLUÇÃO:

Componentes Tangencial e Normal da Aceleração


No estudo de movimento de uma partícula, é muitas vezes útil decompor a
aceleração em dois componentes:

ILUSTRAÇÃO

Exemplo: Uma partícula se move com função de posição r(t) = <t2, t2, t3>.
Determine os componentes tangencial e normal da aceleração.
LISTA DE EXERCÍCIOS

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