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ARTES
Editora Exato 1
ARTES
EGITO
A história da arte como um esforço contínuo não se propuseram a bosquejar a natureza tal como se
não começa nas cavernas do sul da França nem entre lhes apresentava sob qualquer ângulo fortuito. Dese-
os índios norte–americanos. Todos sabemos que o nhavam de memória, contrários aos primitivos que
Egito é a terra das pirâmides, montanhas de pedra observavam, e submetidos a regras estritas, as quais
que, de fato, tinham importância prática aos olhos asseguravam que tudo o que tivesse de entrar no qua-
dos reis e seus súditos. O faraó era considerado um dro se destacaria com perfeita clareza.
ser divino que exercia completo domínio sobre seu Na representação do corpo humano, a cabeça
povo e que, ao partir deste mundo, voltava para junto era mais facilmente vista de perfil, de modo que eles
dos deuses dos quais viera. As pirâmides, erguendo- a desenhavam lateralmente. O olho humano, se ob-
se em direção ao céu, ajudá-lo-iam provavelmente a servarmos, era representado de frente e era plantado
realizar essa ascensão. Os egípcios acreditavam que o na vista lateral da face. Os ombros e o tronco são vis-
corpo tinha que ser preservado a fim de que a alma tos melhor de frente, pois assim observamos como os
pudesse continuar vivendo no além. Em toda a volta braços se ligam ao corpo. Braços e pernas posiciona-
da câmara funerária, eram escritas fórmulas mágicas dos com intenção de movimento, porém, vêem-se
e encantamentos para ajudá-los em sua jornada para o com muito mais clareza de lado. Esta técnica ficou
outro mundo. Um nome para designar o escultor era: conhecida como Lei da Frontalidade (2.2.).
“Aquele que mantém vivo”.
A religião se tornou o fator de maior relevância
para os egípcios, e a morte o grande argumento para
sustentação do poder e da arte.
Na quarta “dinastia” do “Antigo império”, den-
tro das características peculiares da arte, os escultores
não eram fiéis à realidade. A observação da natureza
e a regularidade do todo são equilibradas de um mo-
do tão uniforme que essas cabeças nos impressionam
por sua expressão de vida, sendo, no entanto, remotas
Baixo relevo de um túmulo próximo de Sacará
e permanentes. Podemos estudá-las melhor nos rele- (Cerca de 2500 a.C.). Museu do louvre, Paris. (2.2.)
vos e pinturas que adornavam as paredes dos túmu-
los. As pinturas e os modelos encontrados em A regra para a arte egípcia permitia incluir tu-
túmulos egípcios estavam associados à idéia de for- do o que consideravam importante na forma humana;
necer servos para a alma no outro mundo, uma crença supõe-se ter algo a ver com a finalidade mágica da
que é encontrada em muitas culturas antigas. representação pictórica.
Representavam o que eles sabiam fazer, da
pessoa ou de uma cena, partiam de formas aprendidas
e dele conhecidas, construía figuras a partir do mo-
mento que suas formas podiam ser dominadas. Não
se tratava apenas do conhecimento técnico, mas pelo
conhecimento que eles tinham do significado das
formas representadas.
Um outro exemplo na arte egípcia em relação
ao significado de suas figuras destinava à separação
de aspecto social, representar a figura de um chefe
maior em uma comunidade egípcia, seu tamanho em
relação às outras figuras destacava-se.
O estilo egípcio incorporou uma série de leis
bastante rigorosa e todo artista tinha que apreendê-las
O jardim de Nebamun, c. 1400 a.C. Mural um tumulo em Tebas, desde muito jovem. Estátuas sentadas deviam ter as
64 x 74,2 cm; British Museum, Londres. mãos sobre os joelhos; os homens eram sempre pin-
(2.1.) tados com a pele um pouco mais escura que as mu-
lheres; aparência rigorosamente estabelecida.
A tarefa do artista consistia em preservar tudo
com maior clareza e permanência possível. Assim,
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Figura 1 Figura 2
Começaram assim a representar como real- Podemos concluir que o artista tinha a intenção
mente viam, foi justamente através desses artistas que de imitar um rosto real, com todas as suas imperfei-
surgiam a técnica do escorço. Exemplo apresentado ções, mas o modelava a partir de seus conhecimentos
na figura 2. sobre a forma humana.
Passou-se a ter a pretensão de levar em conta o Século IV a.C a I d. C A Beleza do Im-
ângulo de onde o artista via o objeto, logo as técnicas pério Grego
mudavam-se aos poucos, e era possível notar os níti-
O artista revela-se agora orgulhoso do seu i-
dos contornos, incluindo-se o conhecimento do corpo
menso poder e gradualmente durante o século IV dis-
humano. Amantes das linhas firmes e planos equili-
cutiam pinturas e estátuas como discutiam poemas e
brados.
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teatro e elogiavam suas beleza ou criticavam sua Outra religião Oriental que aprendeu a repre-
forma e concepção. sentar suas histórias sagradas para a construção dos
Durante todo o século, os artistas estiveram crentes foi a judaica. Mesmo pela proibição que tinha
analisando se empenhavam em insuflar cada vez em relação às imagens, temendo a idolatria. Suas i-
mais vida nos corpulentos modelos antigos. magens distanciavam da realidade justamente pelo
Século I a IV d. C medo de pecar, e as imagens apenas restringiam-se a
A maioria dos artistas que trabalhavam em lembrar, pois, a manifestação do poder de Deus.
Roma eram gregos, e a maioria dos colecionadores Foi exatamente através deles que surgiu a pri-
romanos adquiria obras dos grandes mestres gregos meira representação de Jesus, apesar das origens da
ou cópias dessas obras. A esses artistas foram confia- arte cristã estarem ainda mais longe.
das diferentes tarefas e eles tiveram, por conseguinte,
que se adaptar aos novos métodos.
O mais citado do edifício é o Panteão, templo
dedicado a todos os deuses. O único templo da anti-
guidade clássica que sempre se conservou como local
de culto.
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O GÓTICO
O estilo romântico não sobreviveu sequer ao permitiam que significado e mensagem pudessem ser
século XII, permitindo nascer na França setentrional entendidos e meditados pelos fiéis.
o aparecimento do estilo gótico. A tarefa dos pintores nórdicos era a iluminação
As diferenças inovadoras foram descobertas de manuscrito; observe “o sepultamento de cristo”:
pelo método de alobar uma igreja por meio de arcos “Mostra-nos semelhante importância em expor
transversais, desejaram empregar pilares leves e os sentimentos das figuras. A virgem debruça-se so-
“costelas” estreitas nas arestas da abóbada. Passou a bre o corpo morto de Cristo e S. João entrelaça a
ser o ideal dos arquitetos construir igrejas quase à mão, numa atitude de profundo pesar”.
maneira como hoje se constrói estufa. No século XIII,a época das grandes catedrais, a
Surgia uma idéia dominante das catedrais góti- França era o mais rico e o mais importante da Euro-
cas, desenvolvidas ao norte da França durante a 2ª pa. Somente na segunda metade século XIII é que um
metade do século XII. escultor italiano começou a seguir o exemplo dos
O princípio de cruzamento de “nervuras” não mestres franceses e a estudar os métodos da escultura
foi suficiente, foi preciso unir segmentos de arcos – clássica a fim de representar a natureza de modo mais
criando os arcos mais achatados ou pontiagudos, se- concrescente.
guindo as exigências da estrutura. A arte italiana encontrou o pintor genial floren-
No interior de uma catedral gótica somos leva- tino Giotto de B. As mais famosas obras de Giotto
dos a compreender complexas interações de traços e são os murais ou afrescos (pintura ainda fresca, ou
pressões que mantêm a grandiosa abóbada em seu lu- úmida).
gar. Todo o interior parece tecidos delicados, fustes e Ele criou a ilusão de que a história sagrada es-
nervuras e ao longo as paredes da nave parecem reu- tava acontecendo diante dos nossos olhos, já não era
nir no capitel dos diversos pilares que são formados suficiente examinar as representações mais antigas da
por um feixe de varas de pedras. mesma cena e adaptar aqueles modelos consagrados
Eram formadas de vitrais policromos que refu- pelo tempo a um novo uso.
gam como rubis e esmeraldas. Os pilares, nervuras e Observe a obra, o tema é o velório em torno do
rendilhados despendiam cintilações douradas. corpo de Cristo, a virgem abraçando-lhe pela última
Nos portais, as figuras esculpidas que se aglo- vez.
meram nos poéticos das grandes catedrais góticas
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Variou o tamanho das figuras de modo a en- uma vez que os interesses enveredaram por esse ca-
caixá-la bem na página, e se tentarmos imaginar as minho, a arte medieval podia realmente considerar-se
figuras em 1º plano e S. João ao fundo – com Cristo e no fim. E a partir daqui chegamos a tal grandioso pe-
a Virgem, percebe-se que tudo está espremido e que ríodo renascentista.
o artista não se importou com problemas de espaço. O início do século XV, conquistando a
Para Giotto, o observar é como uma testemu- realidade
nha do que estava acontecendo, ele mostra de modo
O renascimento ganhava terreno na Itália des-
tão convincente como cada figura reflete a dor pro-
de a época de Giotto, e ali mesmo a idéia de renasci-
funda suscitada pela trágica cena que não podemos
mento associava-se, na mente dos romanos, à idéia de
deixar de pressentir a mesma aflição nas figuras aga-
ressurreição da “grandeza de Roma”.
chadas, cujos rostos não podemos ver.
Os italianos do século XIV acreditavam que a
Como o trabalho continuava no século XIV,
arte, a ciência e o saber haviam florescido no período
vem-se a ambição dos grandes bispados por podero-
clássico, que todas essas coisas foram destruídas pe-
sas catedrais. Podemos dizer que o gosto do século
los bárbaros do Norte e que a eles cabia a missão de
XIV se inclinava mais para o refinado do que para o
reviver o passado glorioso.
grandioso.
O líder foi o arquiteto Fillipo Brunelleschi, que
Em sua arquitetura, já não se contentavam com
decidiu descartar inteiramente o estilo tradicional a-
os métodos e majestosos contornos, gostavam de exi-
dotado e ansiava pelo modelo romano.
bir sua habilidade na decoração e nos rendilhados
Tinha como intenção que as formas da arquite-
complexos. Há quem afirme que as obras mais carac-
tura clássica fossem desenvolvidas de formas livres
terísticas deste século são os trabalhos menores em
usadas para criar novos modos de harmonia e beleza.
metais preciosos ou marfim, em que o amor dos pin-
Brunelleschi não foi apenas o pioneiro da ar-
tores do século XIV por detalhes graciosos e delica-
quitetura da Renascença, mas também dominou toda
dos é visto em manuscritos iluminados, e o método
a arte de séculos subseqüentes: a da perspectiva,
de contar a história continua um tanto irreal.
culminou colunas, pilastras e arcos à sua própria ma-
Somente no decorrer do século XIV é que os
neira, a fim de lograr um efeito de leveza e elegância
dois elementos dessa arte, a leve narrativa e a obser-
diferente de tudo o que se construíra antes.
vação se conjugaram gradualmente.
Foi Brunelleschi quem forneceu a artistas mei-
Giotto foi contemporâneo do grande poeta flo-
os técnicos para solucionar esse problema. E o entu-
rentino Dante, que o menciona na divina comédia.
siasmo que isso causou entre os seus amigos pintores
Esses, entre outros artistas do século XIV, pintaram
deve ter sido imenso.
copiando da natureza, o que desenvolveu a arte retra-
A figura a seguir trata de um mural numa igre-
tista.
ja florentina representando a Santíssima trindade com
A Boêmia tornou-se um dos centros através do
a Virgem e S.João sob a cruz, e os doadores – um ve-
qual essa influência, oriunda da Itália e da França,
lho mercador e sua esposa – ajoelhados do lado de
propagou-se mais amplamente, alcançado contato a-
fora.
inda com a Inglaterra. A Europa da igreja latina ainda
O artista que representou tal grandiosidade
era mais vasta. Artistas e idéias circulavam livremen-
chama-se Masaccio, que significa “desejeitado”, sua
te de um centro para o outro, e ninguém pensava em
arte não constituía apenas a perspectiva elaborada na
rejeitar uma realização por ser “estrangeira”. O estilo
pintura, mas elaborou através da simplicidade e gran-
surgiu do intercâmbio em fins do século XIV, é co-
deza das figuras que eram emolduradas por essa nova
nhecido entre os historiadores como o “estilo interna-
arquitetura.
cional”.
Figuras maciças em sólidas formas angulares e
Os artistas desse estilo aplicaram a mesma ca-
a presença de um túmulo sombrio com um esqueleto
pacidade de observação e o mesmo prazer em coisas
acima, substituindo a delicadeza das flores e pedras
belas e delicadas sempre que retrataram o mundo à
preciosas.
sua volta. Tinha o costume da Idade Média ilustrar
calendários com quadros das diversas ocupações ca-
racterísticas dos sucessivos meses: se menteira, caça,
colheita etc.
Aqui era possível colocar todo o conhecimento
adquirido da natureza a serviço da arte religiosa, co-
mo os mestres do século XIV tinham feito. Havia o
treino antes das antigas fórmulas para representar as
principais figuras da história sagrada. Sendo assim,
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Final do Século XV na Itália cela de cada monge e no final de cada corredor. Ob-
As novas descobertas que os artistas da Itália e serve uma de suas pinturas.
Flandres tinham feito nos começos do século XV: a
nobreza do período comungava nos ideais da cavala-
ria; sua lealdade ao rei ou ao senhor feudal não im-
plicava que se considerassem os paladinos de
qualquer povo ou nação. Cada cidade orgulhava-se e
era ciosa de sua própria posição e privilégios no co-
mércio e indústria. Assim que os artistas ganharam
importância. Os artistas, como todos os artesão e artí-
fices, organizaram-se em corporações, as quais eram
companhias ricas que faziam ouvir sua voz na admi-
nistração da cidade, e não só a ajudavam a prosperar
como também se empenhavam em fazê-la bela, po-
rém dificultavam a todo e qualquer artista estranho
obter emprego ou instalar-se entre eles.
No século XV, a arte fragmentou-se numa sé-
rie de “escolas” diferentes; quase todas as cidades,
grandes ou pequenas, da Itália, Flandres e Alemanha
tinham sua própria “escola de pintura”. O termo es-
cola era para determinar que se uma criança se dedi-
Fra Angélico – A anunciação, 1440. Afresco
casse à pintura, o pai a colocava desde cedo na casa
187 x 157. Museu di San Marco, Florença.
dos mestres da cidade, com a intenção dele se tornar
um aprendiz.
Outro a ser citado é o pinto Paolo Uccello, a-
Como exemplo do período citamos Fra Angé-
parentemente sua pintura parece bastante medieval.
lico, um frade dominicano, e os afrescos que pintou
em uma de suas mais belas obras, uma cena sacra na
Paolo Uccello – A Batalha de San Romano, c. 1450. Provavelmente de um aposento do Palazzo Médici Florença, óleo sobre madeira,
181,6 x 320 cm. National gallery, Londres.
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LISTA DE EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS 2 Conforme a imagem, julguem os seguintes itens:
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Com base no texto e imagem, julgue os itens: 6 A arte gótica, como a conhecemos até o presente,
1 A sua obra apresenta, em sua arquitetura, uma reflete um desejo de conferir aos temas tradicio-
ilusão de formas geométricas. nais do cristianismo um apelo emocional cada
2 Suas pinturas já não têm por função represen- vez mais intenso. A mais característica e difundi-
tar um acontecimento. da dessas imagens é chamada Pietà, uma repre-
3 A pintura observada destina-se a transmitir sentação da Virgem lamentando o Cristo morto.
emoções, como alegria e tristeza. Essa cena não aparece nas escrituras. foi criado
4 As figuras representadas parecem estar estáti- em contrapartida ao tema da Madona com o Me-
cas. nino.
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é possível falar em categorias como objetos artísticos, 15 A arte egípcia tinha como seu deus não a coca–
artista, colecionador de arte, marchand e assim por cola, mas ao faraó a quem exortavam em suas
diante. Dentro dessa perspectiva, é totalmente inade- pinturas e esculturas.
quado presumir uma atividade artística para as cultu-
16 As figuras encontradas no período egípcio eram
ras primitivas e, portanto, tentar identificar uma
bastante adornadas com ouro e brilho para manter
classe de produtos de arte ou buscar especialização
a crença e o poder hierárquico de seu povo.
na sua manufatura. Por outro lado, remeter, como so-
lução alternativa, todos e quaisquer fenômenos for- 17 A arte na pré–história assemelha-se aos egípcios
mais relevantes, nessas culturas, a um contexto quando suas figuras produzem movimento e ins-
cerimonial e a conteúdos simbólicos é praticar outra tabilidade em cena.
forma de reducionismo que nada pode esclarecer. 18 As imagens no período paleolítico e neolítico não
se diferenciavam em suas formas apenas na temá-
tica e na organização das figuras.
19 Os artistas gregos iniciavam sua arte semelhante
à arte egípcia o tronco do corpo geometrizado aos
quadris.
20 Os egípcios e os povos primitivos possuíam suas
estilizadas.
21 Os romanos diferenciam em sua arte dos artistas
gregos apenas pelos valores das vestimentas.
22 Os artistas gregos idealizavam os homens como
Ulpiano Bezerra de Meneses. A arte no período pré-colonial. Walther Zanini. Histo- centro do universo, semelhantes aos deuses.
ria geral da arte no Brasil. São Paulo,Instituto Walther Moreira Salles, 1982, v 1 p
21. 23 Os romanos, além da escultura, que aperfeiçoa-
A partir do texto e da figura acima, que mostra ram em seu estilo artístico, tinham a arquitetura
urna funerária confeccionada em argila, julgue os i- como um dos seus grandes méritos, pois conse-
tens a seguir. gue elaborá-las em andares.
1 A urna exibida não tem função utilitária.
2 Os pés da figura humana representada pela 24 A arte cristã–primitiva era realizada em templos,
uma mostrada têm também a função de dar a- onde estabelecia a nova religião cristianismo.
poio ao objeto. 25 Os gregos dividem-se em três períodos artístico
3 O material utilizado na confecção da uma mos- arcaico, clássico e o período helênico, onde suas
trada na figura é raro no Brasil esculturas desenvolvem-se com novas formas e
4 A cerâmica é geralmente produzida por socie- sem implementação de materiais inovadores.
dades que não atingiram um estágio agrícola.
5 Conforme o exemplo da uma exibida na figura, 26 As catacumbas cristãs assemelham-se aos rituais
as irregularidades na superfície do objeto em egípcios, pois eles acreditavam em desenhos ar-
cerâmica tomam sua forma assimétrica. tísticos, como magia, pré–destinadores de salva-
ção.
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nham um sistema organizacional como o período Lendo o texto, julgue os itens sobre a arte roma-
neolítico. na.
31 A arquitetura na Grécia limitava-se a grandes es-
1 A estrutura romana era exclusiva para que se
pudessem glorificar os deuses em que eram re-
paços retangulares com colunas dóricas e jônicas.
presentados através de esculturas.
32 A tentativa de perspectiva da arte egípcia é dada 2 A arte romana é menos idealizada e intelectual
pela proporção em que as figuras são representa- que a arte clássica grega, porém os romanos
das. desenvolviam um maior poder de razão e inte-
33 A arte no período paleolítico já demonstrava a lecto em relação a administração, enquanto que
necessidade de criar volume e dar formas com os gregos queriam apenas brilhar.
maior precisão, pois tratava da sobrevivência e 3 As formas romanas são exclusivas e distintas.
fé. 4 A utilização inovadora da arquitetura romana
permitiu projetos mais flexíveis como a utili-
34 Os egípcios eram regidos por leis e regras deter- zação de abóbadas, formas curvas e circulares.
minadas pelos faraós, que manipulavam a arte em
seu favor. 38 A pintura de vasos tornou-se uma importante in-
35 A arte iniciou por estranhos começos nos quais dústria em Atenas, e os humildes artífices empre-
os homens estabeleciam uma comunicação entre gados nas oficinas estavam ávidos por introduzir
si. as mais recentes descobertas em seus trabalhos.
Nos primeiros vasos, pintados no século VI a.C.,
36 A arte é considerada primitiva porque seus artis-
ainda encontram-se vestígios dos métodos egíp-
tas não sabiam desenhar e manipular as cores
cios.
conforme as observavam.
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natureza das coisas. É período em que a ciência, 3 O desenho do vaso grego representado é estáti-
tal como hoje entendemos o termo, e a filosofia co.
desperta pela primeira vez entre os homens, e de- 4 A arte grega envolve uma harmonia em sua
senvolvendo-se o teatro a partir das cerimônias obra tão expressiva que tudo se combina, o que
em honra a Dionísio. produziu uma composição harmoniosa.
5 A arte grega possui suas formas geométricas
de rigidez, retendo uma singela beleza e luci-
dez em sua obra.
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37 E, C, E, C
38 E, C, E, C
39 C, C, E, C
40 C, C, C, C, E
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BARROCO
1. INTRODUÇÃO Barroco apresentou um dinamismo e um exagero de
formas e cores jamais visto no Renascimento.
Historicismo A Pintura Barroca na Itália
1523 – Reforma Protestante de Lutero. De um modo geral, a pintura barroca pode ser
1541 – Contra-Reforma Católica. resumida em alguns pontos principais. O primeiro é a
1542 – Instaurada a Santa Inquisição pelo Concílio disposição dos elementos dos quadros, que sempre
de Trento. forma uma composição em diagonal. Além disso, as
1600 – Caravaggio pinta A Conversão de Santo Pau- cenas são envolvidas em acentuado contraste de cla-
lo. ro-escuro, intensificando a expressão de sentimentos.
1607 – Final das obras da Basílica de São Pedro. E se a pintura barroca é realista, essa realidade não é
1612 – Ingleses iniciam a colonização da Índia. só a vida de reis e nobres, mas também a do povo
1636 – Rembrandt pinta O Cegamento de Sansão. simples.
1654 – Expulsão dos Holandeses do Brasil. Dentre os pintores italianos desse período, qua-
1660 – Vermeer cria A Moça de Turbante. tro são os mais expressivos; Michelangelo, o verda-
1687 – Jesuítas fundam Sete Povos das Missões deiro precursor do barroco, ainda dentro do
(Brasil). Renascimento. Seu trabalho na Capela Sistina já pre-
1740 – Bouchet pinta Triunfo de Vênus. diz o que seria o barroco. Ele lançou as bases da pin-
1757 – Início da Construção da Igreja de Sta. Geno- tura barroca, seu estilo e suas tendências. O Segundo
veva. foi Tintoretto, o mestre do Maneirismo que, com o
1766 – Aleijadinho projeta a Igreja de São Francisco passar dos anos, enveredou pelo barroco, encontran-
de Assis. do nesse estilo o campo fértil para seu talento. Tinto-
O surgimento do Barroco no século XVII, na retto determinou aqui duas características bem
Itália, deve-se a uma série de mudanças econômicas, marcantes: os corpos das figuras são mais expressi-
religiosas e sociais ocorridas na Europa. Com o hu- vos do que seus rostos e a luz e a cor têm grande in-
manismo, o Renascimento e, principalmente, a Re- tensidade.
forma Religiosa de Lutero, a Igreja católica teve seu Tintoretto (Jacopo Robusti, 1518 –
poder enfraquecido. O grande Império cristão frag- 1594) – O mestre filho de um tintureiro
mentou-se em diversas religiões e para reconquistar Pintor italiano de Veneza, cujo apelido, Tinto-
seu prestígio e poder, organiza a Contra-Reforma, retto, deriva da profissão de seu pai, um tintureiro.
tomando iniciativas que visavam reafirmar e difundir Foi na tinturaria do pai que o jovem pintor começou a
a fé católica. Uma dessas iniciativas é a imediata experimentar cores e tons, ainda sobre tecidos velhos
construção de grandes igrejas que serão verdadeira e manchados. Produziu uma grande quantidade de
exibição artística da riqueza, do esplendor e do poder obras para a Igreja, além de cenas mitológicas e retra-
católico. É na construção desse tipo de Igreja que tos. Foi um desenhista formidável que se destacou
nasce a arte Barroca. por empregar em suas telas vívidos exageros de luz e
Da Itália, a arte barroca se propagou para ou- movimento. Já velho e milionário, resolveu ensinar
tros países europeus e pelo continente americano a- sua arte a jovens discípulos, fundando sua própria es-
través dos colonizadores portugueses e espanhóis. cola de arte, atitude incomum para a época.
Mas ela não se desenvolveu de forma igual. Houve
grandes diferenças entre artistas e entre obras produ-
zidas nos diferentes países. Inclusive no Brasil, onde
a arte Barroca, em muitos aspectos e também na sua
duração histórica, superou a própria arte italiana. A-
pesar disso, alguns princípios gerais podem ser indi-
cados como característicos dessa arte: o barroco
rompeu o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou
entre a arte e a ciência, que os renascentistas procura-
ram realizar de forma consciente. No barroco, pre-
dominam as emoções e não o racionalismo
renascentista. As figuras barrocas são representadas
de tal forma que parecem estar em movimento. O A Última Ceia, de Tintoretto
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leceu e desenvolveu seu estilo próprio, a partir de guras, a luz e a cor numa vasta escala, sugerindo um
1577. Suas obras se caracterizam pela predominância intenso movimento.
da verticalidade, que lembra os temas góticos, as fi-
guras são alongadas e geralmente pintadas em cores
frias. Extravasou em sua pintura um intenso senti-
mento religioso, uma forte ironia com a Igreja (no
quadro O Enterro do Conde Orgaz, metade dos ros-
tos das figuras presentes ao enterro são do próprio El
Greco), em diferentes fases da vida e a outra metade,
de bispos e padres. O pintor se divertiu com a ironia,
mas o Papa quis excomungá- lo.
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4. ARQUITETURA BARROCA
A arquitetura do séc. XVII realizou-se princi-
palmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católi-
ca queria proclamar o triunfo de sua fé e, por isso,
realizou obras que impressionaram pelo seu esplen-
dor. Por outro lado, governantes como Luís XIV, da
França, que se consideravam reis por direito divino,
também desejaram palácios que demonstrassem po-
der e riqueza.
Quanto ao estilo da construção, os arquitetos
deixam de lado os valores de simplicidade e raciona-
lidade típicos da Renascença e insistem nos efeitos
decorativos, pois “no barroco, todo muro se ondula e
dobra para criar um novo espaço".
Outro fato importante que merece ser assinala-
do é o reconhecimento, no barroco, de que as áreas
que cercam os prédios tinham importância para a be-
leza final da construção. Daí a preocupação paisagís-
tica com os grandes jardins dos palácios, como em
Versalhes, ou com as praças das igrejas, como a basí-
lica de São Pedro, no Vaticano.
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e que fossem o resultado de uma justa proporção en- Na Idade Média, a produção artística era anô-
tre todas as partes do edifício. A principal caracterís- nima, de acordo com os ideais eclesiástico e real da
tica da arquitetura do Renascimento, portanto, é o iniqüidade do homem diante de Deus e de seu Rei.
equilíbrio das linhas, a organização matemática dos Na arte renascentista, sobretudo na pintura, surge o
espaços e a presença de elementos da Antigüidade artista com estilo pessoal, idéias próprias e liberdade
clássica na decoração. A cúpula é um detalhe impor- para divulgá-las. A partir dessa época, começa a exis-
tante e constante nas construções renascentistas. O tir o artista como o conceituamos atualmente: um cri-
mais famoso exemplo de cúpula existente nesse perí- ador individual e autônomo, que expressa em suas
odo é sem dúvida a da basílica de São Pedro, no Va- obras os seus sentimentos e suas idéias, sem submis-
ticano, em Roma. Erguida entre 1507 e 1607, da sua são a nenhum poder que não a sua própria capacidade
construção participaram grandes arquitetos como de criação.
Donato Bramante, de 1507 a 1510; Rafael, de 1514 a Assim, no Renascimento, são inúmeros os no-
1520; Antonio Sangalloi, de 1540 a 1546; Michelan- mes de artistas conhecidos, cada um com característi-
gelo, de 1546 a 1564, juntamente com Giacomo Del- cas próprias.
la Porta, que continuou a execução do projeto até
7. LEITURA DE OBRAS RENASCENTISTAS
1602; e Carlo Moderni, que a concluiu entre 1602 e
1607. Este, como outros prédios públicos e palácios Masaccio (1421-1428): a pintura como
do período, teve sua arquitetura fortemente influenci-
imitação da realidade
ada pelas características do Renascimento.
Foi um artista genial e precoce que, aos 21 a-
nos, concebeu a pintura como imitação fiel do real e
morreu aos 27 anos, deixando obras que retratam as
formas humanas com impressionante beleza. Seu rea-
lismo é tão cuidadoso que ele parece ter a intenção de
nos convencer da realidade da cena retratada e mais,
parece nos convidar a participar do que está represen-
tado na pintura.
Fra Angélico (1400 –1455) – a busca da
conciliação entre o plano terrestre e o
sobrenatural
Frade dominicano que seguiu as tendências re-
alistas de Masaccio, mas, por respeitar seriamente
seus votos, tem em sua obra como tema principal a
Cúpula da Basílica de S.Pedro – de Michelangelo e Della Porta. religião. Sua pintura, embora siga os princípios re-
6. A PINTURA RENASCENTISTA nascentistas da perspectiva e da técnica claro-escuro,
está impregnada de um sentido místico. O ser huma-
A pintura do Renascimento confirma as três no representado nas obras de Fra Angélico não pare-
conquistas que os artistas do último período gótico ce manifestar angústia ou inquietação diante do
haviam alcançado: a perspectiva, o realismo e o uso mundo, mas serenidade, pois se reconhece como
do claro-escuro. Na Antigüidade, pintores gregos e submisso à vontade de Deus.
romanos já haviam dominado esses recursos da pin- Paollo Uccello (1397-1475) – O encon-
tura, entretanto, os pintores românicos e medievais
tro das fantasias medievais com a
abandonaram essas possibilidades de imitar a reali-
dade. No período Gótico e no Renascimento, porém, perspectiva geométrica
predomina a tendência de uma interpretação científi- Uccello procura compreender o mundo segun-
ca da realidade e do mundo. O resultado disso nas ar- do os conhecimentos científicos do seu tempo e, em
tes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos suas obras, tenta recriar a realidade segundo princí-
da perspectiva segundo princípios da Matemática e pios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação o
da Geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro remete às fantasias medievais, um mundo lendário de
recurso, o claro-escuro, que consiste em pintar algu- um passado superado. Sua pintura está repleta de
mas áreas iluminadas e outras na sombra, reforçando movimento e realismo fantástico.
a sugestão de volume dos corpos. A combinação da
perspectiva com o claro-escuro deu maior realismo às
pinturas.
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ARTES
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ARTES
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ARTES
Madona do Grã-Duque, de Rafael.
8. O RENASCIMENTO FORA DA ITÁLIA
Ticiano Vecellio (1490 –1576) – O pin-
tor que virou nobre As concepções estéticas italianas de valoriza-
ção da cultura greco-romana começaram a se interna-
Ticiano foi o maior pintor da escola veneziana.
cionalizar. Nesses países, foi comum o conflito entre
Viveu toda a sua vida em Veneza, considerada a mais
as tendências nacionais e as novas formas artísticas
importante cidade italiana do Renascimento. Em
vindas da Itália. Mas tal conflito se resolveu com a
1533, o rei Carlos V nomeou-lhe pintor da corte e lhe
nacionalização das idéias italianas.
concedeu um título de nobreza, nunca antes conquis-
Fora da Itália, foi a a pintura, entre as artes
tado por um artista. Ticiano produziu uma série de
plásticas, que melhor refletiu a nacionalização do es-
obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando co-
pírito humanista renascentista italiano. No séc. XV,
res vivas e movimentos que mais tarde serviram de
ainda eram conservadas, na pintura alemã e na dos
base para outros artistas.
Países Baixos, por exemplo, as características do esti-
lo gótico. Mas, alguns artistas, como Dürer, Hans
Holbein, Bosch e Bruegel, fizeram uma espécie de
conciliação entre o gótico e a nova pintura italiana,
intérprete científica de uma realidade. Assim, Albre-
cht Dürer (1471-1528) foi o primeiro artista alemão a
conceber a arte como uma representação fiel da reali-
dade e a buscar traços psicológicos do ser humano e
retratá-los em seus quadros, como por exemplo, no
retrato de Oswolt Krell, onde registra fielmente os
traços físicos do personagem, mas também a atitude
enérgica desse comerciante alemão.
O Maneirismo
A partir de 1520, alguns pintores italianos co- Oswold Krel, de Dürer
meçaram a procurar formas alternativas para a cria- Já Hans Holbein (1498-1543) ficou conhecido
ção de suas obras. Embora tenham buscado como retratista de políticos, intelectuais e financistas
inspiração nas obras renascentistas de Michelângelo, da Inglaterra e dos Países Baixos. Tudo retratado
Leonardo da Vinci e Rafael, deram início a um novo com um realismo tranqüilo, diferente da inquietação
estilo artístico que rompeu com o equilíbrio, a orga- de Dürer. Soube expressar o esmero técnico e o ideal
nização espacial, a simetria, a racionalidade e as pro- renascentista de beleza com precisão e forma. Ao re-
porções estabelecidas pela arte renascentista. Este tratar seu amigo Erasmo de Roterdã, Holbein o fez
novo estilo foi denominado Maneirismo, termo origi- com simplicidade, traçando com sutileza os traços
nário da palavra italiana maniera, que designa o estilo psicológicos e físicos do grande humanista do séc.
ou a maneira própria com que cada artista realiza a XVI.
sua obra. As características iniciadas no Maneirismo
tiveram total desenvolvimento no estilo Barroco, que
sucedeu o renascimento.
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ARTES
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ARTES
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ARTES
EGITO
A história da arte como um esforço contínuo lhes apresentava sob qualquer ângulo fortuito. Dese-
não começa nas cavernas do sul da França nem entre nhavam de memória, contrários aos primitivos que
os índios norte–americanos. Todos sabemos que o observavam, e submetidos a regras estritas, as quais
Egito é a terra das pirâmides, montanhas de pedra asseguravam que tudo o que tivesse de entrar no qua-
que, de fato, tinham importância prática aos olhos dro se destacaria com perfeita clareza.
dos reis e seus súditos. O faraó era considerado um Na representação do corpo humano, a cabeça
ser divino que exercia completo domínio sobre seu era mais facilmente vista de perfil, de modo que eles
povo e que, ao partir deste mundo, voltava para junto a desenhavam lateralmente. O olho humano, se ob-
dos deuses dos quais viera. As pirâmides, erguendo- servarmos, era representado de frente e era plantado
se em direção ao céu, ajudá-lo-iam provavelmente a na vista lateral da face. Os ombros e o tronco são vis-
realizar essa ascensão. Os egípcios acreditavam que o tos melhor de frente, pois assim observamos como os
corpo tinha que ser preservado a fim de que a alma braços se ligam ao corpo. Braços e pernas posiciona-
pudesse continuar vivendo no além. Em toda a volta dos com intenção de movimento, porém, vêem-se
da câmara funerária, eram escritas fórmulas mágicas com muito mais clareza de lado. Esta técnica ficou
e encantamentos para ajudá-los em sua jornada para o conhecida como Lei da Frontalidade (2.2.).
outro mundo. Um nome para designar o escultor era:
“Aquele que mantém vivo”.
A religião se tornou o fator de maior relevân-
cia para os egípcios, e a morte o grande argumento
para sustentação do poder e da arte.
Na quarta “dinastia” do “Antigo império”, den-
tro das características peculiares da arte, os escultores
não eram fiéis à realidade. A observação da natureza
e a regularidade do todo são equilibradas de um mo-
do tão uniforme que essas cabeças nos impressionam
Baixo relevo de um túmulo próximo de Sacará
por sua expressão de vida, sendo, no entanto, remotas (Cerca de 2500 a.C.). Museu do louvre, Paris. (2.2.)
e permanentes. Podemos estudá-las melhor nos rele-
vos e pinturas que adornavam as paredes dos túmu- A regra para a arte egípcia permitia incluir tu-
los. As pinturas e os modelos encontrados em do o que consideravam importante na forma humana;
túmulos egípcios estavam associados à idéia de for- supõe-se ter algo a ver com a finalidade mágica da
necer servos para a alma no outro mundo, uma crença representação pictórica.
que é encontrada em muitas culturas antigas. Representavam o que eles sabiam fazer, da
pessoa ou de uma cena, partiam de formas aprendidas
e dele conhecidas, construía figuras a partir do mo-
mento que suas formas podiam ser dominadas. Não
se tratava apenas do conhecimento técnico, mas pelo
conhecimento que eles tinham do significado das
formas representadas.
Um outro exemplo na arte egípcia em relação
ao significado de suas figuras destinava à separação
de aspecto social, representar a figura de um chefe
maior em uma comunidade egípcia, seu tamanho em
relação às outras figuras destacava-se.
O estilo egípcio incorporou uma série de leis
bastante rigorosa e todo artista tinha que apreendê-las
desde muito jovem. Estátuas sentadas deviam ter as
O jardim de Nebamun, c. 1400 a.C. Mural um tumulo em Tebas, mãos sobre os joelhos; os homens eram sempre pin-
64 x 74,2 cm; British Museum, Londres. tados com a pele um pouco mais escura que as mu-
(2.1.) lheres; aparência rigorosamente estabelecida.
A tarefa do artista consistia em preservar tudo
com maior clareza e permanência possível. Assim,
não se propuseram a bosquejar a natureza tal como se
Editora Exato 2
ARTES
Editora Exato 3
ARTES
Figura 1 Figura 2
Começaram assim a representar como real- Podemos concluir que o artista tinha a intenção
mente viam, foi justamente através desses artistas que de imitar um rosto real, com todas as suas imperfei-
surgiam a técnica do escorço. Exemplo apresentado ções, mas o modelava a partir de seus conhecimentos
na figura 2. sobre a forma humana.
Passou-se a ter a pretensão de levar em conta o Século IV a.C a I d. C A Beleza do Im-
ângulo de onde o artista via o objeto, logo as técnicas pério Grego
mudavam-se aos poucos, e era possível notar os níti-
O artista revela-se agora orgulhoso do seu i-
dos contornos, incluindo-se o conhecimento do corpo
menso poder e gradualmente durante o século IV dis-
humano. Amantes das linhas firmes e planos equili-
cutiam pinturas e estátuas como discutiam poemas e
brados.
Editora Exato 4
ARTES
teatro e elogiavam suas beleza ou criticavam sua Outra religião Oriental que aprendeu a repre-
forma e concepção. sentar suas histórias sagradas para a construção dos
Durante todo o século, os artistas estiveram crentes foi a judaica. Mesmo pela proibição que tinha
analisando se empenhavam em insuflar cada vez em relação às imagens, temendo a idolatria. Suas i-
mais vida nos corpulentos modelos antigos. magens distanciavam da realidade justamente pelo
Século I a IV d. C medo de pecar, e as imagens apenas restringiam-se a
A maioria dos artistas que trabalhavam em lembrar, pois, a manifestação do poder de Deus.
Roma eram gregos, e a maioria dos colecionadores Foi exatamente através deles que surgiu a pri-
romanos adquiria obras dos grandes mestres gregos meira representação de Jesus, apesar das origens da
ou cópias dessas obras. A esses artistas foram confia- arte cristã estarem ainda mais longe.
das diferentes tarefas e eles tiveram, por conseguinte,
que se adaptar aos novos métodos.
O mais citado do edifício é o Panteão, templo
dedicado a todos os deuses. O único templo da anti-
guidade clássica que sempre se conservou como local
de culto.
Editora Exato 5
ARTES
O GÓTICO
O estilo romântico não sobreviveu sequer ao permitiam que significado e mensagem pudessem ser
século XII, permitindo nascer na França setentrional entendidos e meditados pelos fiéis.
o aparecimento do estilo gótico. A tarefa dos pintores nórdicos era a iluminação
As diferenças inovadoras foram descobertas de manuscrito; observe “o sepultamento de cristo”:
pelo método de alobar uma igreja por meio de arcos “Mostra-nos semelhante importância em expor
transversais, desejaram empregar pilares leves e os sentimentos das figuras. A virgem debruça-se so-
“costelas” estreitas nas arestas da abóbada. Passou a bre o corpo morto de Cristo e S. João entrelaça a
ser o ideal dos arquitetos construir igrejas quase à mão, numa atitude de profundo pesar”.
maneira como hoje se constrói estufa. No século XIII,a época das grandes catedrais, a
Surgia uma idéia dominante das catedrais góti- França era o mais rico e o mais importante da Euro-
cas, desenvolvidas ao norte da França durante a 2ª pa. Somente na segunda metade século XIII é que um
metade do século XII. escultor italiano começou a seguir o exemplo dos
O princípio de cruzamento de “nervuras” não mestres franceses e a estudar os métodos da escultura
foi suficiente, foi preciso unir segmentos de arcos – clássica a fim de representar a natureza de modo mais
criando os arcos mais achatados ou pontiagudos, se- concrescente.
guindo as exigências da estrutura. A arte italiana encontrou o pintor genial floren-
No interior de uma catedral gótica somos leva- tino Giotto de B. As mais famosas obras de Giotto
dos a compreender complexas interações de traços e são os murais ou afrescos (pintura ainda fresca, ou
pressões que mantêm a grandiosa abóbada em seu lu- úmida).
gar. Todo o interior parece tecidos delicados, fustes e Ele criou a ilusão de que a história sagrada es-
nervuras e ao longo as paredes da nave parecem reu- tava acontecendo diante dos nossos olhos, já não era
nir no capitel dos diversos pilares que são formados suficiente examinar as representações mais antigas da
por um feixe de varas de pedras. mesma cena e adaptar aqueles modelos consagrados
Eram formadas de vitrais policromos que refu- pelo tempo a um novo uso.
gam como rubis e esmeraldas. Os pilares, nervuras e Observe a obra, o tema é o velório em torno do
rendilhados despendiam cintilações douradas. corpo de Cristo, a virgem abraçando-lhe pela última
Nos portais, as figuras esculpidas que se aglo- vez.
meram nos poéticos das grandes catedrais góticas
Editora Exato 6
ARTES
Variou o tamanho das figuras de modo a en- uma vez que os interesses enveredaram por esse ca-
caixá-la bem na página, e se tentarmos imaginar as minho, a arte medieval podia realmente considerar-se
figuras em 1º plano e S. João ao fundo – com Cristo e no fim. E a partir daqui chegamos a tal grandioso pe-
a Virgem, percebe-se que tudo está espremido e que ríodo renascentista.
o artista não se importou com problemas de espaço. O início do século XV, conquistando a
Para Giotto, o observar é como uma testemu- realidade
nha do que estava acontecendo, ele mostra de modo
O renascimento ganhava terreno na Itália des-
tão convincente como cada figura reflete a dor pro-
de a época de Giotto, e ali mesmo a idéia de renasci-
funda suscitada pela trágica cena que não podemos
mento associava-se, na mente dos romanos, à idéia de
deixar de pressentir a mesma aflição nas figuras aga-
ressurreição da “grandeza de Roma”.
chadas, cujos rostos não podemos ver.
Os italianos do século XIV acreditavam que a
Como o trabalho continuava no século XIV,
arte, a ciência e o saber haviam florescido no período
vem-se a ambição dos grandes bispados por podero-
clássico, que todas essas coisas foram destruídas pe-
sas catedrais. Podemos dizer que o gosto do século
los bárbaros do Norte e que a eles cabia a missão de
XIV se inclinava mais para o refinado do que para o
reviver o passado glorioso.
grandioso.
O líder foi o arquiteto Fillipo Brunelleschi, que
Em sua arquitetura, já não se contentavam com
decidiu descartar inteiramente o estilo tradicional a-
os métodos e majestosos contornos, gostavam de exi-
dotado e ansiava pelo modelo romano.
bir sua habilidade na decoração e nos rendilhados
Tinha como intenção que as formas da arquite-
complexos. Há quem afirme que as obras mais carac-
tura clássica fossem desenvolvidas de formas livres
terísticas deste século são os trabalhos menores em
usadas para criar novos modos de harmonia e beleza.
metais preciosos ou marfim, em que o amor dos pin-
Brunelleschi não foi apenas o pioneiro da ar-
tores do século XIV por detalhes graciosos e delica-
quitetura da Renascença, mas também dominou toda
dos é visto em manuscritos iluminados, e o método
a arte de séculos subseqüentes: a da perspectiva,
de contar a história continua um tanto irreal.
culminou colunas, pilastras e arcos à sua própria ma-
Somente no decorrer do século XIV é que os
neira, a fim de lograr um efeito de leveza e elegância
dois elementos dessa arte, a leve narrativa e a obser-
diferente de tudo o que se construíra antes.
vação se conjugaram gradualmente.
Foi Brunelleschi quem forneceu a artistas mei-
Giotto foi contemporâneo do grande poeta flo-
os técnicos para solucionar esse problema. E o entu-
rentino Dante, que o menciona na divina comédia.
siasmo que isso causou entre os seus amigos pintores
Esses, entre outros artistas do século XIV, pintaram
deve ter sido imenso.
copiando da natureza, o que desenvolveu a arte retra-
A figura a seguir trata de um mural numa igre-
tista.
ja florentina representando a Santíssima trindade com
A Boêmia tornou-se um dos centros através do
a Virgem e S.João sob a cruz, e os doadores – um ve-
qual essa influência, oriunda da Itália e da França,
lho mercador e sua esposa – ajoelhados do lado de
propagou-se mais amplamente, alcançado contato a-
fora.
inda com a Inglaterra. A Europa da igreja latina ainda
O artista que representou tal grandiosidade
era mais vasta. Artistas e idéias circulavam livremen-
chama-se Masaccio, que significa “desejeitado”, sua
te de um centro para o outro, e ninguém pensava em
arte não constituía apenas a perspectiva elaborada na
rejeitar uma realização por ser “estrangeira”. O estilo
pintura, mas elaborou através da simplicidade e gran-
surgiu do intercâmbio em fins do século XIV, é co-
deza das figuras que eram emolduradas por essa nova
nhecido entre os historiadores como o “estilo interna-
arquitetura.
cional”.
Figuras maciças em sólidas formas angulares e
Os artistas desse estilo aplicaram a mesma ca-
a presença de um túmulo sombrio com um esqueleto
pacidade de observação e o mesmo prazer em coisas
acima, substituindo a delicadeza das flores e pedras
belas e delicadas sempre que retrataram o mundo à
preciosas.
sua volta. Tinha o costume da Idade Média ilustrar
calendários com quadros das diversas ocupações ca-
racterísticas dos sucessivos meses: se menteira, caça,
colheita etc.
Aqui era possível colocar todo o conhecimento
adquirido da natureza a serviço da arte religiosa, co-
mo os mestres do século XIV tinham feito. Havia o
treino antes das antigas fórmulas para representar as
principais figuras da história sagrada. Sendo assim,
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ARTES
Editora Exato 8
ARTES
Final do Século XV na Itália cela de cada monge e no final de cada corredor. Ob-
As novas descobertas que os artistas da Itália e serve uma de suas pinturas.
Flandres tinham feito nos começos do século XV: a
nobreza do período comungava nos ideais da cavala-
ria; sua lealdade ao rei ou ao senhor feudal não im-
plicava que se considerassem os paladinos de
qualquer povo ou nação. Cada cidade orgulhava-se e
era ciosa de sua própria posição e privilégios no co-
mércio e indústria. Assim que os artistas ganharam
importância. Os artistas, como todos os artesão e artí-
fices, organizaram-se em corporações, as quais eram
companhias ricas que faziam ouvir sua voz na admi-
nistração da cidade, e não só a ajudavam a prosperar
como também se empenhavam em fazê-la bela, po-
rém dificultavam a todo e qualquer artista estranho
obter emprego ou instalar-se entre eles.
No século XV, a arte fragmentou-se numa sé-
rie de “escolas” diferentes; quase todas as cidades,
grandes ou pequenas, da Itália, Flandres e Alemanha
tinham sua própria “escola de pintura”. O termo es-
cola era para determinar que se uma criança se dedi-
Fra Angélico – A anunciação, 1440. Afresco
casse à pintura, o pai a colocava desde cedo na casa
187 x 157. Museu di San Marco, Florença.
dos mestres da cidade, com a intenção dele se tornar
um aprendiz.
Outro a ser citado é o pinto Paolo Uccello, a-
Como exemplo do período citamos Fra Angé-
parentemente sua pintura parece bastante medieval.
lico, um frade dominicano, e os afrescos que pintou
em uma de suas mais belas obras, uma cena sacra na
Paolo Uccello – A Batalha de San Romano, c. 1450. Provavelmente de um aposento do Palazzo Médici Florença, óleo sobre madeira,
181,6 x 320 cm. National gallery, Londres.
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LISTA DE EXERCÍCIOS
2 Conforme a imagem, julguem os seguintes itens:
EXERCÍCIOS
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ARTES
Com base no texto e imagem, julgue os itens: 6 A arte gótica, como a conhecemos até o presente,
1 A sua obra apresenta, em sua arquitetura, uma reflete um desejo de conferir aos temas tradicio-
ilusão de formas geométricas. nais do cristianismo um apelo emocional cada
2 Suas pinturas já não têm por função represen- vez mais intenso. A mais característica e difundi-
tar um acontecimento. da dessas imagens é chamada Pietà, uma repre-
3 A pintura observada destina-se a transmitir sentação da Virgem lamentando o Cristo morto.
emoções, como alegria e tristeza. Essa cena não aparece nas escrituras. foi criado
4 As figuras representadas parecem estar estáti- em contrapartida ao tema da Madona com o Me-
cas. nino.
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é possível falar em categorias como objetos artísticos, 15 A arte egípcia tinha como seu deus não a coca–
artista, colecionador de arte, marchand e assim por cola, mas ao faraó a quem exortavam em suas
diante. Dentro dessa perspectiva, é totalmente inade- pinturas e esculturas.
quado presumir uma atividade artística para as cultu-
16 As figuras encontradas no período egípcio eram
ras primitivas e, portanto, tentar identificar uma
bastante adornadas com ouro e brilho para manter
classe de produtos de arte ou buscar especialização
a crença e o poder hierárquico de seu povo.
na sua manufatura. Por outro lado, remeter, como so-
lução alternativa, todos e quaisquer fenômenos for- 17 A arte na pré–história assemelha-se aos egípcios
mais relevantes, nessas culturas, a um contexto quando suas figuras produzem movimento e ins-
cerimonial e a conteúdos simbólicos é praticar outra tabilidade em cena.
forma de reducionismo que nada pode esclarecer. 18 As imagens no período paleolítico e neolítico não
se diferenciavam em suas formas apenas na temá-
tica e na organização das figuras.
19 Os artistas gregos iniciavam sua arte semelhante
à arte egípcia o tronco do corpo geometrizado aos
quadris.
20 Os egípcios e os povos primitivos possuíam suas
estilizadas.
21 Os romanos diferenciam em sua arte dos artistas
gregos apenas pelos valores das vestimentas.
22 Os artistas gregos idealizavam os homens como
Ulpiano Bezerra de Meneses. A arte no período pré-colonial. Walther Zanini. Histo- centro do universo, semelhantes aos deuses.
ria geral da arte no Brasil. São Paulo,Instituto Walther Moreira Salles, 1982, v 1 p
21. 23 Os romanos, além da escultura, que aperfeiçoa-
A partir do texto e da figura acima, que mostra ram em seu estilo artístico, tinham a arquitetura
urna funerária confeccionada em argila, julgue os i- como um dos seus grandes méritos, pois conse-
tens a seguir. gue elaborá-las em andares.
1 A urna exibida não tem função utilitária.
2 Os pés da figura humana representada pela 24 A arte cristã–primitiva era realizada em templos,
uma mostrada têm também a função de dar a- onde estabelecia a nova religião cristianismo.
poio ao objeto. 25 Os gregos dividem-se em três períodos artístico
3 O material utilizado na confecção da uma mos- arcaico, clássico e o período helênico, onde suas
trada na figura é raro no Brasil esculturas desenvolvem-se com novas formas e
4 A cerâmica é geralmente produzida por socie- sem implementação de materiais inovadores.
dades que não atingiram um estágio agrícola.
5 Conforme o exemplo da uma exibida na figura, 26 As catacumbas cristãs assemelham-se aos rituais
as irregularidades na superfície do objeto em egípcios, pois eles acreditavam em desenhos ar-
cerâmica tomam sua forma assimétrica. tísticos, como magia, pré–destinadores de salva-
ção.
Editora Exato 15
ARTES
nham um sistema organizacional como o período Lendo o texto, julgue os itens sobre a arte roma-
neolítico. na.
31 A arquitetura na Grécia limitava-se a grandes es-
1 A estrutura romana era exclusiva para que se
pudessem glorificar os deuses em que eram re-
paços retangulares com colunas dóricas e jônicas.
presentados através de esculturas.
32 A tentativa de perspectiva da arte egípcia é dada 2 A arte romana é menos idealizada e intelectual
pela proporção em que as figuras são representa- que a arte clássica grega, porém os romanos
das. desenvolviam um maior poder de razão e inte-
33 A arte no período paleolítico já demonstrava a lecto em relação a administração, enquanto que
necessidade de criar volume e dar formas com os gregos queriam apenas brilhar.
maior precisão, pois tratava da sobrevivência e 3 As formas romanas são exclusivas e distintas.
fé. 4 A utilização inovadora da arquitetura romana
permitiu projetos mais flexíveis como a utili-
34 Os egípcios eram regidos por leis e regras deter- zação de abóbadas, formas curvas e circulares.
minadas pelos faraós, que manipulavam a arte em
seu favor. 38 A pintura de vasos tornou-se uma importante in-
35 A arte iniciou por estranhos começos nos quais dústria em Atenas, e os humildes artífices empre-
os homens estabeleciam uma comunicação entre gados nas oficinas estavam ávidos por introduzir
si. as mais recentes descobertas em seus trabalhos.
Nos primeiros vasos, pintados no século VI a.C.,
36 A arte é considerada primitiva porque seus artis-
ainda encontram-se vestígios dos métodos egíp-
tas não sabiam desenhar e manipular as cores
cios.
conforme as observavam.
Editora Exato 16
ARTES
natureza das coisas. É período em que a ciência, 3 O desenho do vaso grego representado é estáti-
tal como hoje entendemos o termo, e a filosofia co.
desperta pela primeira vez entre os homens, e de- 4 A arte grega envolve uma harmonia em sua
senvolvendo-se o teatro a partir das cerimônias obra tão expressiva que tudo se combina, o que
em honra a Dionísio. produziu uma composição harmoniosa.
5 A arte grega possui suas formas geométricas
de rigidez, retendo uma singela beleza e luci-
dez em sua obra.
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37 E, C, E, C
38 E, C, E, C
39 C, C, E, C
40 C, C, C, C, E
41
42
43
44
45
46
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BARROCO
1. INTRODUÇÃO Barroco apresentou um dinamismo e um exagero de
formas e cores jamais visto no Renascimento.
Historicismo A Pintura Barroca na Itália
1523 – Reforma Protestante de Lutero. De um modo geral, a pintura barroca pode ser
1541 – Contra-Reforma Católica. resumida em alguns pontos principais. O primeiro é a
1542 – Instaurada a Santa Inquisição pelo Concílio disposição dos elementos dos quadros, que sempre
de Trento. forma uma composição em diagonal. Além disso, as
1600 – Caravaggio pinta A Conversão de Santo Pau- cenas são envolvidas em acentuado contraste de cla-
lo. ro-escuro, intensificando a expressão de sentimentos.
1607 – Final das obras da Basílica de São Pedro. E se a pintura barroca é realista, essa realidade não é
1612 – Ingleses iniciam a colonização da Índia. só a vida de reis e nobres, mas também a do povo
1636 – Rembrandt pinta O Cegamento de Sansão. simples.
1654 – Expulsão dos Holandeses do Brasil. Dentre os pintores italianos desse período, qua-
1660 – Vermeer cria A Moça de Turbante. tro são os mais expressivos; Michelangelo, o verda-
1687 – Jesuítas fundam Sete Povos das Missões deiro precursor do barroco, ainda dentro do
(Brasil). Renascimento. Seu trabalho na Capela Sistina já pre-
1740 – Bouchet pinta Triunfo de Vênus. diz o que seria o barroco. Ele lançou as bases da pin-
1757 – Início da Construção da Igreja de Sta. Geno- tura barroca, seu estilo e suas tendências. O Segundo
veva. foi Tintoretto, o mestre do Maneirismo que, com o
1766 – Aleijadinho projeta a Igreja de São Francisco passar dos anos, enveredou pelo barroco, encontran-
de Assis. do nesse estilo o campo fértil para seu talento. Tinto-
O surgimento do Barroco no século XVII, na retto determinou aqui duas características bem
Itália, deve-se a uma série de mudanças econômicas, marcantes: os corpos das figuras são mais expressi-
religiosas e sociais ocorridas na Europa. Com o hu- vos do que seus rostos e a luz e a cor têm grande in-
manismo, o Renascimento e, principalmente, a Re- tensidade.
forma Religiosa de Lutero, a Igreja católica teve seu Tintoretto (Jacopo Robusti, 1518 –
poder enfraquecido. O grande Império cristão frag- 1594) – O mestre filho de um tintureiro
mentou-se em diversas religiões e para reconquistar Pintor italiano de Veneza, cujo apelido, Tinto-
seu prestígio e poder, organiza a Contra-Reforma, retto, deriva da profissão de seu pai, um tintureiro.
tomando iniciativas que visavam reafirmar e difundir Foi na tinturaria do pai que o jovem pintor começou a
a fé católica. Uma dessas iniciativas é a imediata experimentar cores e tons, ainda sobre tecidos velhos
construção de grandes igrejas que serão verdadeira e manchados. Produziu uma grande quantidade de
exibição artística da riqueza, do esplendor e do poder obras para a Igreja, além de cenas mitológicas e retra-
católico. É na construção desse tipo de Igreja que tos. Foi um desenhista formidável que se destacou
nasce a arte Barroca. por empregar em suas telas vívidos exageros de luz e
Da Itália, a arte barroca se propagou para ou- movimento. Já velho e milionário, resolveu ensinar
tros países europeus e pelo continente americano a- sua arte a jovens discípulos, fundando sua própria es-
través dos colonizadores portugueses e espanhóis. cola de arte, atitude incomum para a época.
Mas ela não se desenvolveu de forma igual. Houve
grandes diferenças entre artistas e entre obras produ-
zidas nos diferentes países. Inclusive no Brasil, onde
a arte Barroca, em muitos aspectos e também na sua
duração histórica, superou a própria arte italiana. A-
pesar disso, alguns princípios gerais podem ser indi-
cados como característicos dessa arte: o barroco
rompeu o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou
entre a arte e a ciência, que os renascentistas procura-
ram realizar de forma consciente. No barroco, pre-
dominam as emoções e não o racionalismo
renascentista. As figuras barrocas são representadas
A Última Ceia, de Tintoretto
de tal forma que parecem estar em movimento. O
Editora Exato 20
ARTES
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ARTES
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ARTES
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ARTES
4. ARQUITETURA BARROCA
A arquitetura do séc. XVII realizou-se princi-
palmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja Católi- Praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
ca queria proclamar o triunfo de sua fé e, por isso,
realizou obras que impressionaram pelo seu esplen-
dor. Por outro lado, governantes como Luís XIV, da
França, que se consideravam reis por direito divino,
também desejaram palácios que demonstrassem po-
der e riqueza.
Quanto ao estilo da construção, os arquitetos
deixam de lado os valores de simplicidade e raciona-
lidade típicos da Renascença e insistem nos efeitos
decorativos, pois “no barroco, todo muro se ondula e
dobra para criar um novo espaço".
Outro fato importante que merece ser assinala-
do é o reconhecimento, no barroco, de que as áreas
que cercam os prédios tinham importância para a be-
leza final da construção. Daí a preocupação paisagís-
tica com os grandes jardins dos palácios, como em
Versalhes, ou com as praças das igrejas, como a basí-
lica de São Pedro, no Vaticano.
Editora Exato 24
ARTES
O RENASCIMENTO
HISTORICISMO sição ao divino e ao sobrenatural conceituados na I-
dade Média.
1308 – Dante Alighieri começa a escrever A Devido ao humanismo e ao ideal de liberdade
Divina Comédia. predominante no período, o artista renascentista teve
1333 – Simoni de Martini pinta O Anjo e a a oportunidade de expressar suas idéias e sentimentos
Anunciação. sem estar submetido à Igreja ou a outro poder. Ele
1415 – Navegadores portugueses chegam a era um criador e tinha um estilo pessoal, diferencian-
Ceuta. do-se dos artistas medievais. Além disso, o artista era
1448 – Gutenberg inventa a imprensa. dignamente pago para produzir suas obras, quer fos-
1474 – Da Vinci pinta O Retrato de Ginevra sem elas feitas para compradores particulares ou para
Benci. a própria Igreja.
1492 – Colombo descobre a América.
1500 – Cabral chega ao Brasil. 1. ARQUITETURA RENASCENTISTA
1505 – Giovanni Bellini pinta Nossa Senhora
A preocupação dos construtores renascentistas
do Prado.
foi criar espaços compreensíveis de todos os ângulos
1532 – Fundação de S. Vicente, por Martim
e que fossem o resultado de uma justa proporção en-
Afonso de Souza.
tre todas as partes do edifício. A principal caracterís-
1543 – Copérnico fundamenta a tese do Sol
tica da arquitetura do Renascimento, portanto, é o
como centro do universo.
equilíbrio das linhas, a organização matemática dos
espaços e a presença de elementos da Antigüidade
O termo Renascimento é comumente aplicado
clássica na decoração. A cúpula é um detalhe impor-
à civilização européia que se desenvolveu entre 1300
tante e constante nas construções renascentistas. O
e 1650. Ele sugere que, a partir do século XIV, teria
mais famoso exemplo de cúpula existente nesse perí-
havido na Europa um súbito reviver dos ideais da
odo é sem dúvida a da basílica de São Pedro, no Va-
cultura greco-romana. Essa é, no entanto, uma visão
ticano, em Roma. Erguida entre 1507 e 1607, da sua
simplista da História, já que, mesmo durante o perío-
construção participaram grandes arquitetos como
do medieval, o interesse pelos autores clássicos nun-
Donato Bramante, de 1507 a 1510; Rafael, de 1514 a
ca deixou de existir. Nas escolas das catedrais e dos
1520; Antonio Sangalloi, de 1540 a 1546; Michelan-
mosteiros, autores gregos ou romanos, como Cícero,
gelo, de 1546 a 1564, juntamente com Giacomo Del-
Virgílio, Sêneca e os grandes filósofos gregos eram
la Porta, que continuou a execução do projeto até
muito estudados.
1602; e Carlo Moderni, que a concluiu entre 1602 e
Outro problema é o da subestimação e do des-
1607. Este, como outros prédios públicos e palácios
conhecimento da cultura medieval. O termo “renas-
do período, teve sua arquitetura fortemente influenci-
cimento” pode sugerir que todo o período medieval
ada pelas características do Renascimento.
foi uma época de trevas e ignorância. Essa falsa idéia
foi difundida pelos próprios renascentistas, que, no
desejo de combater tudo que fosse medieval, chama-
vam a Idade Média de “Idade das Trevas”.
Na verdade, já a partir do século XI, começa a
surgir por toda a Europa Ocidental uma série de mo-
vimentos de renovação cultural inspirados nos ideais
greco-romanos. No entanto, sob vários aspectos, o
Renascimento retoma certos elementos da cultura
medieval. Por outro lado, o Renascimento foi um
momento da História muito mais amplo e complexo
do que o simples reviver da antiga cultura greco-
romana. Ocorreram nesse período muitos progressos
e incontáveis realizações no campo das artes, da lite-
ratura e das ciências, que superaram a herança clássi-
Cúpula da Basílica de S.Pedro – de Michelangelo e Della Porta.
ca. O ideal humanista foi, sem dúvida, o móvel desse
progresso e tornou-se o próprio espírito do Renasci- 2. A PINTURA RENASCENTISTA
mento. Num sentido amplo, esse ideal é entendido
A pintura do Renascimento confirma as três
como a valorização do homem e da natureza em opo-
conquistas que os artistas do último período gótico
Editora Exato 25
ARTES
haviam alcançado: a perspectiva, o realismo e o uso mundo, mas serenidade, pois se reconhece como
do claro-escuro. Na Antigüidade, pintores gregos e submisso à vontade de Deus.
romanos já haviam dominado esses recursos da pin- Paollo Uccello (1397-1475) – O encon-
tura, entretanto, os pintores românicos e medievais tro das fantasias medievais com a
abandonaram essas possibilidades de imitar a reali-
dade. No período Gótico e no Renascimento, porém, perspectiva geométrica
predomina a tendência de uma interpretação científi- Uccello procura compreender o mundo segun-
ca da realidade e do mundo. O resultado disso nas ar- do os conhecimentos científicos do seu tempo e, em
tes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos suas obras, tenta recriar a realidade segundo princí-
da perspectiva segundo princípios da Matemática e pios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação o
da Geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro remete às fantasias medievais, um mundo lendário de
recurso, o claro-escuro, que consiste em pintar algu- um passado superado. Sua pintura está repleta de
mas áreas iluminadas e outras na sombra, reforçando movimento e realismo fantástico.
a sugestão de volume dos corpos. A combinação da
perspectiva com o claro-escuro deu maior realismo às
pinturas.
Na Idade Média, a produção artística era anô-
nima, de acordo com os ideais eclesiástico e real da
iniqüidade do homem diante de Deus e de seu Rei.
Na arte renascentista, sobretudo na pintura, surge o
artista com estilo pessoal, idéias próprias e liberdade
para divulgá-las. A partir dessa época, começa a exis-
tir o artista como o conceituamos atualmente: um cri-
ador individual e autônomo, que expressa em suas
obras os seus sentimentos e suas idéias, sem submis-
são a nenhum poder que não a sua própria capacidade
de criação.
Assim, no Renascimento, são inúmeros os no-
mes de artistas conhecidos, cada um com característi-
cas próprias.
3. LEITURA DE OBRAS RENASCENTISTAS
Editora Exato 26
ARTES
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ARTES
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ARTES
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ARTES
Editora Exato 30
BIOLOGIA
BIOLOGIA
CITOLOGIA
Água (H2O)
BIOQUÍMICA Substância mais abundante no organismo, a
água equivale a cerca de 60-70% (quantidade relati-
1. INTRODUÇÃO va) do peso do corpo humano. As quantidades podem
variar em função de inúmeros fatores, entre eles: ati-
Os seres vivos apresentam uma grande diver- vidade metabólica do tecido, idade do organismo e
sidade e é possível distingui-los da matéria bruta de- tipo de organismo.
vido a algumas características básicas: metabolismo,
Sais minerais
material genético, reprodução, excitabilidade e cres-
cimento. Há três maneiras básicas de apresentação dos
Metabolismo: conjunto de reações quími- íons nos seres vivos. Encontraremos estes na forma
cas que ocorrem no organismo. As reações iônica (ex.: Mg+) imobilizados no esqueleto (ex:
que envolvem síntese de substâncias consti- CaCO3 - Tecido ósseo) ou combinados com molécu-
tuem o anabolismo e as reações que envol- las orgânicas (ex.: Cobalto, na vitamina B12).
vem a degradação de substâncias 3. SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS
constituem o catabolismo.
Material genético: a maioria dos organis- Carboidratos
mos possui a molécula de DNA como de- São substâncias formadas por carbono(C), hi-
tentora da informação genética. O fato de drogênio(H) e oxigênio(O). Também são chamadas
os seres vivos terem a informação codifica- de hidratos de carbono, ou glúcides, ou glicídos.
da em uma molécula capaz de autoduplica- Classificação dos Carboidratos
ção é fundamental à ocorrência de Monossacarídeos: moléculas de carboidra-
reprodução. O material genético possui tos simples (não sofrem hidrólise), forma-
também a vantagem de não ser estático; su- das segundo a fórmula geral Cn(H2O)n, onde
as transformações, as mutações, constituem n representa o número de átomos de carbo-
fator essencial à ocorrência da evolução no, que varia entre 3 e 7. Podem ser cha-
dos seres vivos, devido à possibilidade de mados de trioses, tetroses, pentoses,
surgimento aleatório de novos genes. hexoses e heptoses, de acordo com o núme-
Reprodução: na reprodução sexuada, a ro de átomos de carbono.
troca de material genético entre organismos Exemplos de monossacarídeos:
leva à produção de prole variada, o que é Glicose: monossacarídeo do tipo hexose, é um
vantajoso para a evolução dos organismos. carboidrato com função energética, produzido pelos
Já, na reprodução assexuada, não há troca vegetais através da fotossíntese.
de material genético e, conseqüentemente,
os organismos produzidos são geralmente Frutose: monossacarídeo do tipo hexose, é um
idênticos àqueles que os produziram. carboidrato com função energética, encontrado em
Crescimento: os seres vivos crescem por frutas.
transformações da matéria absorvida, o que Dissacarídeos:
leva ao crescimento por aumento do volu- Os dissacarídeos são formados por 2 moléculas
me celular ou aumento do número de célu- de monossacarídeos (monossacarídeo + monossaca-
las. rídeo). Ao sofrerem hidrólise, geram monossacarí-
Os seres vivos apresentam uma composição deos.
química muito complexa. Na sua organização celular, Principais dissacarídeos:
consideraremos dois grandes grupos de substâncias: Maltose (glicose + glicose): encontrada em ce-
as orgânicas e as inorgânicas. Estas variam em quali- reais.
dade e quantidade em função do metabolismo a que Lactose (glicose + galactose): encontrada no
cada tipo se destina. leite.
Sacarose (glicose+frutose): encontrada na ca-
2. SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS na-de-açúcar.
Compreende o grupo de substâncias que não Polissacarídeos:
apresentam o carbono como elemento principal da São cadeias formadas pela união de vários mo-
molécula. nossacarídeos (polímeros de oses).
Principais polissacarídeos:
Editora Exato 1
BIOLOGIA
Amido: reserva energética dos vegetais. Nos vegetais, as gorduras ficam armazenadas
Celulose: presente no tecido vegetal, apresenta em sementes ou em frutos, o que representa uma ca-
função estrutural. racterística adaptativa interessante, pois essas estrutu-
Glicogênio: reserva energética animal. ras compactas contêm grande quantidade de energia,
Lipídios empregada pelo embrião durante seu desenvolvimen-
São ésteres (ácido graxo + álcool) insolúveis to ou por muitos animais que se alimentam de frutos
em água, mas que degradam-se em meio a solventes e de sementes. Sendo estruturas relativamente peque-
orgânicos como álcool, clorofórmio, benzina etc. A- nas, as sementes e os frutos podem ser levados para
tuam como eficiente reserva energética, pois rendem locais distantes da planta mãe – o que se chama dis-
mais do que duas vezes a energia por grama do que persão - facilitando a ocupação de territórios. Os a-
os carboidratos. Também atuam como importantes nimais colaboram para esse transporte quando
componentes estruturais das células, especialmente comem os frutos e esparramam as sementes.
da membrana celular. Proteínas
Classificação dos Lipídios: São macromoléculas orgânicas formadas por
Lipídios Simples: unidades (monômeros) denominadas aminoácidos.
a) Glicerídeos (óleos e gorduras). Composição Cada aminoácido é formado por um grupo carboxila,
básica: álcool de cadeia curta (glicerol + ácido gra- um grupo amina e uma porção variável da molécula
xo). São conhecidos como “triglicerídeos”. denominada radical.
b) Cerídeos (ceras). Composição básica: álcool
de cadeia longa.
Rn Radical
Lipídios Compostos (Conjugados):
Encontram-se associados a outras substâncias.
Exemplo: fosfolipídios (lecitina, esfingomieli-
na, cefalina). H2N C COOH
Esteróides:
Composição básica: álcoois de cadeia fechada
(ex.: colesterol + ácido graxo). São esteróides: hor- Amina Carboxila
mônios sexuais masculinos e femininos, hormônios H
corticais supra-renais (ex.: corticoesteróides), vitami- Estrutura de um aminoácido
O H N O H C C H + HO H
Na fotossíntese, as plantas produzem molécu- H C C + H C C C N
las de glicose e a produção do amido, a partir delas, H OH H OH H O
exige um equipamento enzimático relativamente H C C C
simples. Como o gasto energético das plantas não é H H OH
tão elevado quanto o dos animais, já que são relati- Ligação peptídica
vamente imóveis, o fato de haver menos trabalho me-
tabólico favoreceu a armazenagem de amido no Um total de somente 20 aminoácidos compõe
processo evolutivo dos vegetais. todas as proteínas de todos os seres vivos. Um dos
Os animais, por sua vez, gastam muita energia principais fatores que caracterizam esses polipeptí-
na locomoção e devem carregar consigo seu estoque deos é o arranjo (ordem, tipo e número) dos aminoá-
de energia. Armazenar gorduras representa diminui- cidos que os constituem. Esse arranjo é determinado
ção da massa a ser transportada, com menor gasto pela ação dos ácidos nucléicos.
energético. Existem dois tipos básicos de aminoácidos, os
A capacidade de estocagem de carboidratos naturais e os essenciais. Os primeiros são sintetiza-
pelos animais é pequena, restringindo-se aos múscu- dos pelo organismo e os últimos, por não serem sinte-
los e ao fígado, na forma de glicogênio. tizados no organismo, devem estar incluídos na dieta.
A classificação de aminoácido essencial e natural é
Editora Exato 2
BIOLOGIA
variável entre os organismos, o que significa dizer Estrutura terciária e quaternária: as ca-
que se um aminoácido é essencial para o homem, po- deias protéicas podem dobrar-se, formando
de ser natural para um cão, por exemplo. a estrutura terciária de natureza globular. A
As proteínas são classificadas da seguinte for- maioria das proteínas com atividade bioló-
ma: gica possui forma globular. Muitas proteí-
Simples⇒ moléculas formadas exclusiva- nas são formadas por mais de uma cadeia
mente por aminoácidos. polipeptídica, sendo esse nível de organiza-
Conjugadas⇒ apresentam um grupamento ção denominado estrutura quaternária. São
prostético, que é uma porção não protéica exemplos de proteínas globulares:
da molécula. Exemplos: nucleoproteínas Hemoglobina;
(grupo prostético é um ácido nucléico), gli- Mioglobina;
coproteínas (grupo prostético contém polis- Hemocianina;
sacarídeos), lipoproteínas (grupo prostético Enzimas;
contém lipídios), metaloproteínas (grupo Proteínas da membrana.
prostético é um metal) .
Níveis de Organização das Proteínas
Estrutura primária: refere-se à seqüência
linear de aminoácidos em uma cadeia poli-
peptídica. Cada tipo de proteína (cadeia po-
lipeptídica) possui uma seqüência particular
de aminoácidos.
para que seja exercida a ação catalítica. Es- Observe os gráficos a seguir :
sa relação entre a enzima e seu substrato é
chamada de efeito chave-fechadura. Pelo
Velocidade máxima
que foi exposto, é fácil concluir que a ativi-
dade enzimática depende fundamentalmen-
te da forma espacial da molécula da Velocidade da
enzima. Modificações na forma dessa mo- reação
lécula, como as que ocorrem na desnatura- Temperatura
ção, inativam as enzimas. ótima
E1 Temperatura
A B A E2 produtos
A B
Velocidade máxima
E3
Especificidade enzimática: efeito chave-fechadura. (A)= enzima (B) substrato
Velocidade da
reação
A estrutura terciária da cadeia protéica de uma
enzima é mantida por pontes de hidrogênio entre os pH
grupos R dos aminoácidos em voltas adjacentes da ótimo
cadeia e por interações entre os vários grupos R dos
aminoácidos. Na desnaturação protéica, há o rom- pH
pimento dessas ligações, o que resulta em perda da
forma e, conseqüentemente, da atividade biológica da
proteína. A desnaturação pode ocorrer por alterações Velocidade máxima
no meio, tais como aumento da acidez ou aumento da Velocidade da
temperatura. A coagulação da clara do ovo é um bom reação
exemplo de desnaturação protéica. Em geral, os or-
ganismos não vivem em ambientes com temperaturas
muito altas, pois a desnaturação de suas enzimas in-
viabiliza o metabolismo celular. Concentração do substrato
Algumas enzimas necessitam, para exercerem
sua atividade biológica, de co-fatores, que podem ser
um íon ou uma molécula (coenzima). O complexo Inibidores Enzimáticos
formado pela enzima (apoenzima) e seu co-fator é
Existem substâncias capazes de impedir a ação
chamado de holoenzima.
de uma enzima. São chamados inibidores enzimáti-
O nome das enzimas é formado geralmente pe-
cos. Uma enzima “reconhece” seu substrato porque
la adição do sufixo ase à raiz de nome do substrato.
se liga ao seu centro ativo. Se outra molécula, com
Exemplos:
estrutura espacial semelhante à de seu substrato, li-
Amilase⇒ catalisa a hidrólise do amido. gar-se a ela, a enzima poderá ser desativada temporá-
Sacarase⇒ catalisa a hidrólise da sacarose. ria ou definitivamente.
Fatores que Interferem na Atividade Muitos dos inibidores enzimáticos competem
Enzimática com o verdadeiro substrato pela ligação com o centro
Temperatura: a atividade enzimática é ativo. Há venenos que exercem sua ação tóxica dessa
inativada pelo calor, sendo que temperatu- maneira. Por exemplo: algumas plantas em decompo-
ras de 50 a 60 ºC inativam a maioria das sição geram dicumarol, cuja molécula é semelhante à
enzimas. Essa inativação é irreversível. Ge- da vitamina K.
ralmente as enzimas não são inativadas a- Olhando a molécula inteira, é possível saber de
pós o congelamento, mas sua atividade qual molécula se trata, mas, embora sejam um pouco
reduz-se bastante a baixas temperaturas. diferentes, ambas podem ligar-se a certas enzimas.
pH: as enzimas são sensíveis às alterações As enzimas são “enganadas” pela semelhança.
no pH: alterações de acidez ou alcalinidade Se um animal ingerir esta substância, ela irá
no meio em que a reação está ocorrendo. competir com a vitamina K pela ligação com as en-
Concentração do substrato. zimas que participam da produção da protrombina,
proteína indispensável para a coagulação do sangue.
Editora Exato 4
BIOLOGIA
Sulfa
PABA
Fosfato Cadeia
D D D D polinucleotídea
C C
A A
Base
Carboidrato Nitrogenada Pontes de
Bases
(pentose) nitrogenadas Hidrogênio
Nuleotídeo: unidade de ácido nucléico G G
T T
Editora Exato 5
BIOLOGIA
T A
Os três tipos de RNA existentes, o mensageiro,
o ribossômico e o transportador, são indispensáveis à rompimento das
ocorrência da produção intracelular de proteínas. fontes de hidrogênio
G
C
C
G
RNAm: molécula em que o número de nu- A
T
cleotídeos é diretamente proporcional ao T
A
tamanho da proteína que codifica. Na ver- T
A
dade, há uma relação entre o número de a- C
G
minoácidos e o número de trincas de G
C
nucleotídeos (ou bases). A seqüência de A
T
códons de RNAm é determinada pela se-
qüência de códons de um segmento de
DNA (gene). G
C
RNAr: é a maior molécula de RNA e tam- G T
C
A
bém a mais abundante, responde por 80% T A
A
T
do total do RNA celular. Quando associada A T
T A
a moléculas de proteínas, constitui os ribos- A T
Inserção de
somos que, quando presos a filamentos de G C novos nucleotídeos
RNAm, formam os polirribossomos, onde C G G
ocorre a síntese protéica. T A
RNAt: é a menor molécula de RNA. Tem
como função ligar-se a um aminoácido es-
pecífico e conduzi-lo ao local de síntese
protéica. Apresenta uma seqüência especí-
fica de três bases, o anticódon, que se liga G C G C
ao códon do RNAm. Existe pelo menos um T A T A Formação de
RNAt para cada aminoácido. duas novas
A T A T
moléculas, cada
Atividade dos ácidos nucléicos A T A T uma com uma
O esquema a seguir resume a atividade dos á- G C G C fita da original:
cidos nucléicos: C G C G
duplicação
semiconservativa.
T A T A
Editora Exato 6
BIOLOGIA
Filamento
de DNA Código Genético: dos 64, 61 codificam amino-
ácidos.
1ª base 2 base 3ª base
U C A G
UUU UCU UAU Tirosina (Tir) UGU Cisteína (Cis) U
Fenilalanina (Fen) UAC UGC C
UUC UCC
Serina (Ser)
U UUA Leucina (Leu)
UCA UAA Códons de UGA Códons de finalização A
UUG UCG UAG finalização UGG triptofano (Trp) G
Editora Exato 8
BIOLOGIA
7 Durante o ciclo de vida celular ocorrem os se- 4 O DNA é a molécula responsável por conter a in-
guintes fenômenos: formação genética. Essa molécula é formada por
dois filamentos dispostos em forma de hélice no
1 2 espaço (modelo de Watson e Crick).
DNA RNA PROTEÍNA
5 É uma molécula bem menor que o DNA e que
3 está relacionada diretamente com a síntese pro-
DNA téica. É uma molécula formada por uma cadeia
simples de nucleotídeos.
Transcrição e tradução estão representadas,
respectivamente, pelos números:
a) 1 e 2.
Editora Exato 9
BIOLOGIA
Exercícios
1 B
2 C
3 B
4 A
5 E
6 B
7 A
8 C
9 A
Editora Exato 10
BIOLOGIA
ORGANIZAÇÃO CELULAR
1. INTRODUÇÃO As células eucarióticas animais apresentam os
centríolos como estruturas típicas, e estes se incum-
A célula é a unidade básica formadora dos se- bem do processo de divisão celular.
res vivos.
De acordo com a estrutura celular, os seres vi- complexo
vos classificam-se em procariontes e eucariontes. Os de golgi centríolo
primeiros caracterizam-se por não apresentarem ca- núcleo vacúolo
rioteca (membrana nuclear) e não possuem organe- lisossomos
las citoplasmáticas membranosas. Os eucariontes mitocôndrias
têm carioteca, que individualiza o material genético ribossomo nucléolo
(ácidos nucléicos), além de organelas revestidas de membrana
membranas.
Observe, nos esquemas a seguir, os elementos
haloplasma
(estruturais e funcionais) que evidenciam os modelos
retículo endoplasmático
citados. Esquema de célula animal
2. CÉLULA PROCARIÓTICA
Célula eucariótica animal
As células procarióticas são as primeiras for-
A célula animal é como um pequenino saco
mas de vida, provavelmente surgiram há 3,5 bilhões
cheio de material gelatinoso. Ela é envolvida por uma
de anos atrás e atualmente são representadas por bac-
membrana plasmática flexível, que não lhe dá a for-
térias e algas cianofíceas (algas azuis). Perceba, para
ma rígida da célula vegetal. A célula animal precisa
a distribuição interna de suas estruturas, que são ca-
receber alimento, do qual obtém energia para sobre-
rentes de membranas.
viver. Muitas células animais são microscópicas, mas
algumas como, por exemplo, a gema do ovo, podem
Ribossomos Membrana medir dez centímetros. As células nervosas, por e-
xemplo, chegam a ter cerca de um metro.
Citoplasma 4. ENVOLTÓRIOS CELULARES
DNA
Existem três envoltórios celulares:
2µm
1. Parede celular: envoltório semi-rígido, inerte,
de composição química variada, que circunda
Parede a célula externamente à membrana celular. A
bacteriana parede celular dos vegetais, ou parede celuló-
sica, é composta principalmente de uma subs-
Célula bacteriana tância que lhe confere resistência, a celulose.
2. Membrana Plasmática (Plasmalema): envol-
3. CÉLULA EUCARIÓTICA tório delgado(75Aº), elástico, lipoprotéico. A
membrana plasmática possui a função de con-
Célula eucariótica vegetal
trolar a entrada e saída de substâncias, de a-
As células eucarióticas vegetais apresentam
cordo com as necessidades celulares
como estrutura típica a parede celular, composta ba-
(permeabilidade seletiva).
sicamente de celulose, e também os plastos, cujo
O modelo aceito para a organização da mem-
principal tipo é o cloroplasto, que se incumbe do pro-
brana é o de Singer e Nicholson. Segundo estes, exis-
cesso de fotossíntese.
te uma película bimolecular de fosfolípidios e
Retículo moléculas dispersas de proteínas globulares. Esse
Mitocôndria endoplasmático modelo, que explica a disposição de lipídios e proteí-
Parede nas na molécula, é denominado modelo do mosaico
Citoplasma
celular
Membrana
fluido.
Cloroplasto
celular
Complexo
Ribossomos de Golgi
Editora Exato 11
BIOLOGIA
Polirribossomo
Centrossomas
Microtúbulos
Lisossomas
Célula Animal
Cavidade
O citoplasma é a região celular compreendida do retículo
entre a membrana plasmática e o material nuclear. O Retículo endoplasmático endoplasmático
citoplasma é preenchido por um fluido gelatinoso, o
hialoplasma, no interior da célula, na qual se encon- Complexo de Golgi: é uma estrutura cito-
tram as organelas. plasmática formada por um conjunto de
A célula, como unidade básica morfo- membranas que reúne e empacota diferen-
fisiológica dos seres vivos, apresenta diversas estru- tes substâncias, como as enzimas e os hor-
turas citoplasmáticas que desempenham funções im- mônios. Sua principal função é, portanto, a
portantes para a manutenção da vitalidade da célula. secreção celular. Além disso, ainda sinteti-
A seguir, estão listadas as principais organelas com za mucopolissacarídeos e atua na formação
suas respectivas funções: do acrossomo do espermatozóide. O acros-
Ribossomos: estruturas granulares sinteti- somo é uma bolsa cheia de enzimas capazes
zadas no núcleo, formadas por RNAr asso- de dissolver as camadas externas do gameta
ciado às proteínas. Os ribossomos podem feminino, permitindo a fecundação.
ser encontrados livres no hialoplasma ou
associados ao retículo endoplasmático ru- Vesículas
goso. Os ribossomos relacionam-se com a
síntese protéica.
Complexo de G olgi
Editora Exato 12
BIOLOGIA
Quadro comparativo dos componentes da célula bacteriana, célula animal e célula vegetal
Editora Exato 13
BIOLOGIA
3 O que é mitocôndria?
4
4 Qual a estrutura do vírus?
( ) centríolo a) 2, 1, 3, 5, 6, 4
( ) retículo endoplasmático b) 2, 1, 3, 5, 4 6
EXERCÍCIOS ( ) complexo de Golgi c) 1, 6, 5, 3, 2, 4
( ) vacúolo d) 6, 4, 3, 5, 1, 2
1 (FMU/Fiam-SP) Observe os desenhos das célu- ( ) carioteca e) 1, 2, 3, 4, 5, 6
las A e B e assinale a alternativa correta. ( ) mitocôndria
Editora Exato 14
BIOLOGIA
GABARITO
Estudo Dirigido
1 Envoltório delgado(75Aº), elástico, lipoprotéico.
A membrana plasmática possui a função de con-
trolar a entrada e saída de substâncias, de acordo
com as necessidades celulares (permeabilidade
seletiva).
2 Estruturas granulares sintetizadas no núcleo,
formadas por RNAr, associado às proteínas.
3 Organela cilíndrica de extremidades arredonda-
das, com uma membrana externa lisa e outra in-
terna com dobras (cristas mitocondriais).
Editora Exato 15
BIOLOGIA
Editora Exato 16
BIOLOGIA
zantes) ou heterótrofos. Bactérias e cianofíceas (algas nada plasmídio. Essas estruturas extracromossomiais
azuis) pertencem a esse reino. são formadas por pequenas moléculas de DNA e os
Protista⇒⇒ organismos unicelulares, eucarion- genes que apresentam não codificam caracteres es-
tes, autótrofos ou heterótrofos. Pertencem a esse rei- senciais. Da mesma forma como ocorre com o cro-
no os protozoários e as algas unicelulares. mossomo bacteriano, os plasmídios são
Fungi⇒ ⇒ organismos uni ou pluricelulares, eu- autoduplicáveis e sua duplicação independe da dupli-
cariontes e heterótrofos. Os fungos pertencem a esse cação do cromossomo.
reino. A reprodução entre as bactérias ocorre por bi-
Plantae⇒ ⇒ (Metaphyta) organismos, em sua partição e em algumas situações as bactérias podem
maioria, pluricelulares, eucariontes e autótrofos fo- trocar material genético extracromossomial, os plas-
tossintetizantes. Pertencem a esse reino as algas plu- mídeos, através de um processo denominado conju-
ricelulares, as briófitas, pteridófitas, gimnospermas e gação. Esse processo aumenta a variabilidade desses
angiospermas. organismos. A esporulação é um fenômeno que leva
Animalia (Metazoa)⇒ ⇒ organismos pluricelu- à multiplicação desses organismos pela formação de
lares, heterótrofos. Englobam organismos com grau esporos, estruturas extremamente resistentes às in-
de complexidade bem variável como vertebrados, po- tempéries.
ríferos, moluscos etc. As bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridi-
um freqüentemente formam os esporos. Os esporos
3. REINO MONERA são formados no interior das células bacteriana na
forma vegetativa, especialmente quando os nutrientes
Bactérias bacterianos são escassos. Cada esporo possui uma
Observe a figura abaixo, que ilustra a estrutura cópia completa do material genético da bactéria, além
de uma bactéria. de ribossomos e estruturas relacionadas com a produ-
ção de energia. Em condições adequadas, o esporo
germina gerando uma bactéria na forma vegetativa.
Ribossomos
Cromatina
Membrana
esqueletica Célula mãe
Membrana
plasmática
Hialoplasma
Bacteria
Características gerais
As bactérias são seres presentes em basica-
mente todos os ambientes. A célula bacteriana apre-
senta uma parede celular gelatinosa formada por um
polímero, o peptoglicano. A parede celular é a res- Células filhas
ponsável pela definição da forma das bactérias, que Reprodução assexuada em bactérias
podem se apresentar como cocos, bastonetes, espiri-
los ou vibriões. Como acontece com todos os inte- Em relação à nutrição, as bactérias podem ser
grantes do reino Monera, não há carioteca e não há autótrofas, realizando fotossíntese ou quimiossíntese,
organelas intramembranosas (mitocôndrias, plastos, e ainda heterótrofas (parasitas ou saprófitas). As bac-
complexo de Golgi etc.). Existe, no entanto, uma do- térias podem ainda ser aeróbicas ou anaeróbicas.
bra da membrana denominada mesossomo que se re- Algumas bactérias apresentam capacidade de
laciona com a produção de energia. O citoplasma locomoção graças a flagelos formados por longos fi-
apresenta abundância em ribossomos, responsáveis lamentos de proteínas.
pela produção de proteínas e seu material genético é Importância
representado por um único cromossomo circular for- Atuam como decompositores em ecossis-
mado apenas por DNA. temas.
Além do cromossomo, muitas bactérias possu- Realizam fotossíntese e quimiossíntese.
em ainda em seu citoplasma uma estrutura denomi-
Editora Exato 17
BIOLOGIA
DNA
Membrana
plasmática
Entamoeba histolytica
Parede celular
Vacúolo com
Estrutura de uma cianobactéria reserva de amido
Flagelados (mastigóforos): locomovem-se
às custas de flagelos. Exemplo: Trypano-
Características gerais soma cruzi.
São organismos autótrofos, fotossintetizantes,
que vivem isolados ou em colônias na água, na terra
úmida ou em associação com outros organismos.
Também apresentam uma parede celular, citoplasma
rico em ribossomos e com lamelas fotossintetizantes.
Associados a essas lamelas, encontram-se pigmentos
como clorofilas e xantofilas. Esses organismos não
apresentam cloroplastos.
A reprodução entre as cianofíceas pode ser as-
sexuada através de bipartição ou hormogonia, fenô-
meno em que uma colônia sofre fragmentação.
Importância Trypanosoma cruzi
Como autótrofos, formam a base de diver-
sas cadeias alimentares. Ciliados (cilióforos): locomovem-se às
Liberam oxigênio através da realização de custas de cílios. Exemplo: paramécio (Pa-
fotossíntese. ramecium caudatum), protozoário de vida
São organismos pioneiros em uma sucessão livre que vive em lagoas, tanques e poças
ecológica, devido às baixas exigências nu- de água doce. Uma peculiaridade do para-
tricionais, já que, além de fotossíntese, são mécio é a presença de um macronúcleo, que
capazes de fixar o nitrogênio atmosférico. regula as atividades gerais da célula e da
Podem associar-se com fungos e constituir reprodução assexuada, e de um micronú-
os liquens. cleo, que participa dos processos de repro-
dução assexuada e sexuada. A reprodução
Editora Exato 18
BIOLOGIA
sexuada ocorre por conjugação e a assexua- ocasiona o fenômeno maré vermelha. Nes-
da por divisão binária. sa situação, há liberação de toxinas pelos
dinoflagelados que causam grande mortali-
dade de organismos aquáticos. No litoral
sul do Brasil, em 1978, ocorreu um grave
caso de maré vermelha que resultou na
morte de um grande número de crustáceos,
aves e peixes.
Como as algas são organismos fotossintetizan-
tes, realizam papel importantíssimo nos ecossistemas
aquáticos, onde atuam como produtores, formando o
fitoplâncton. O fitoplâncton é formado principal-
mente por dinoflagelados e crisofíceas.
5. REINO FUNGI
Os fungos, conhecidos popularmente como bo-
lores, mofos ou leveduras, são organismos que não
apresentam clorofila, conseqüentemente não realizam
Paramecium caudatum fotossíntese. São todos heterótrofos por absorção, ou
seja, suas enzimas atuam fora do organismo e quando
Esporozoários: não apresentam estruturas ocorre a digestão apenas absorvem os nutrientes.
de locomoção. Exemplo: plasmódio (Plas- Os fungos apresentam células eucariontes e
modium sp.), parasita causador da malária. uma estrutura que pode ser unicelular ou pluricelular.
Importância dos protozoários Suas células armazenam o glicogênio, um polissaca-
Vivem em associações harmônicas com um rídeo de reserva típico das células animais. No caso
grande número de organismos. É o caso do dos fungos pluricelulares, o corpo é chamado de mi-
protozoário Trichonimpha, que vive associ- célio. O micélio, por sua vez, é formado por uma sé-
ado com cupins e auxilia na digestão de ce- rie de filamentos emaranhados denominados hifas.
lulose. Vale lembrar que o micélio não forma um tecido ver-
São causadores de doenças graves, como dadeiro.
malária, doença de Chagas etc. Essas doen-
ças serão estudadas em programas de saú-
de.
Célula
Algas Hifa
As algas protistas são organismos unicelulares,
que apresentam uma grande diversidade e vivem tan- Micélio
to em água doce como salgada. Dividem-se em:
Euglenofíceas (Euglenophyta): encontradas
principalmente na água doce. O principal
exemplo é a Euglena viridis.
Talo
Crisofíceas: encontradas principalmente
nos mares. Os principais exemplos são as Estrutura de fungo pluricelular
diatomáceas, algas com uma parede celular
silicosa. As hifas podem formar uma massa celular ci-
A terra de diatomáceas é um material explora- toplasmática, onde existem vários núcleos. As hifas
do comercialmente. Esse produto é formado por res- com casas características são denominadas cenocíti-
tos das carapaças das diatomáceas e é usado na cas. As hifas com septos separando os núcleos são as
indústria de cosméticos, cremes dentais e materiais mais comuns, sendo chamadas de monocarióticas ou
para polimento. dicarióticas pelo número de núcleos presentes nos
Pirrofíceas/dinoflagelados: encontradas septos.
principalmente nos mares. Esses organis-
mos apresentam dois flagelos e geralmente
possuem coloração esverdeada ou parda.
A proliferação excessiva desses organismos
Editora Exato 19
BIOLOGIA
Esporângios Esporos
Reprodução O zigósporo germina
assexuada e, por meiose, origina
núcleos haplóides.
Esporo
sofre
mitose
Zigósporo
Reprodução
sexuada
Hifa(+)
Gametângios
Hifas
Fecundação
Basidiomicetos Ascomicetos
Fungos complexos formados por um compo- Fungos que apresentam as hifas organizadas
nente vegetativo geralmente subterrâneo e uma por- em forma de sacos, os ascocarpos. Estão incluídos
ção visível denominada corpo de frutificação ou nesse grupo os fungos do gênero Saccharomyces,
basidiocarpo. Cogumelos comestíveis, orelhas de pau Neurospora, Penicillium e Aspergillus.
e os cogumelos de chapéu são apenas alguns exem-
plos de fungos pertencentes a esse grupo.
Penicillium, o fungo do
qual se extraiu o primeiro
antibiótico, a penicilina.
Basídios
Deuteromicetos
Como não apresentam reprodução sexuada,
são também chamados fungos imperfeitos. Doenças
como a monilíase, candidíase e pé-de-atleta são cau-
Basidiósporos sadas por fungos pertencentes a esse grupo.
Importância
Atuam como decompositores nos ecossis-
temas.
Basidiomiceto São causadores de prejuízos na agricultura:
pode-se citar como exemplo o fungo causa-
dor da ferrugem no café, o Hemileias vasta-
trix.
Editora Exato 20
BIOLOGIA
1 Quais as categorias taxonômicas consideradas a- 4 (UFMG) Todos os vírus são constituídos por:
tualmente? a) DNA e proteína.
b) aminoácidos e água.
c) ácidos nucléicos e proteínas.
2 Cite três importâncias das bactérias. d) DNA e RNA.
e) RNA e proteína.
6 Um organismo formado por células nucleadas, 3 São organismos formados por uma única célula,
sem pigmentos fotossintetizantes e que cresce so- que apresenta elevado grau de complexidade.
bre matéria orgânica em decomposição, é, prova- Como já foi dito, são eucariontes e heterótrofos,
velmente: podendo ser aeróbicos ou anaeróbicos.
a) Bactéria;
4 Fungos complexos, formados por um componen-
b) Fungo;
te vegetativo geralmente subterrâneo e uma por-
c) Protozoários;
ção visível denominada corpo de frutificação ou
d) Vírus.
basidiocarpo.
Exercícios
7 Lineu, em 1735, publicou um trabalho, no qual
apresentava um plano para classificação de seres 1 A
vivos. Nele estavam propostos o emprego de pa- 2 C
lavras latinas e o uso de categorias de classifica-
3 C
ção hierarquizadas. Deve-se também a Lineu a
regra de nomenclatura binominal para identificar 4 C
cada organismo. Nesta regra, entre outras reco-
5 E
mendações, fica estabelecido que devemos escre-
ver: 6 B
a) em primeiro lugar o gênero, depois a espécie. 7 A
b) em primeiro lugar o gênero, depois a família.
c) em primeiro lugar a espécie, depois o gênero. 8 A
d) em primeiro lugar a espécie, depois o filo.
GABARITO
Estudo Dirigido
1
Reino
Filo
Classe
Ordem
Família
Gênero
Espécie
Editora Exato 23
BIOLOGIA
Principais patogenias causadas por contato sexual (pode passar também da mãe
bactérias para o feto pela placenta). Um sinal caracte-
rístico da doença é o aparecimento, próxi-
Tuberculose – é causada pelo bacilo de
mo aos órgãos sexuais, de uma ferida de
Koch (Mycobacterium tuberculosis), ata-
bordas endurecidas, indolor (o “cancro du-
cando geralmente os pulmões. Há tosse
ro”), que regride mesmo sem tratamento.
persistente, emagrecimento, febre, fadiga e,
Sem tratamento, a doença tem sérias conse-
nos casos mais avançados, hemoptise (ex-
qüências, atacando diversos órgãos do cor-
pectoração com sangue). O tratamento é
po, inclusive o sistema nervoso, e
feito com antibióticos e as medidas preven-
provocando paralisia progressiva e morte.
tivas incluem vacinação das crianças – a
Cólera – doença causada pela bactéria Vi-
vacina é a BCG (Bacilo de Calmet-
brio cholerae (vibrião colérico), que se ins-
Guérin)–, radiografias e melhorias dos pa-
tala e se multiplica na parede do intestino
drões de vida das populações mais pobres.
delgado, produzindo uma forte diarréia. As
Hanseníase (lepra) – transmitida pelo ba-
fezes são aquosas e esbranquiçadas (pare-
cilo de Hansen (Mycobacterium leprae),
cendo água de arroz), sem muco ou sangue.
causa lesões na pele, nas mucosas e nos
Ocorrem também cólicas abdominais, dores
nervos. O doente fica com falta de sensibi-
no corpo, náuseas e vômitos. Mais de 90%
lidade na pele. Quando o tratamento é feito
das pessoas que contraem o cólera perma-
a tempo, a recuperação é total.
necem assintomáticas, isto é, não chegam a
Pneumonia bacteriana – embora algumas
adoecer, podendo sofrer apenas uma diar-
formas de pneumonia sejam causadas por
réia branda (embora possam transmitir a
vírus, a maioria é provocada pela bactéria
doença por cerca de 30 dias). A doença é
Streptococcus pneumoniae, que ataca o
contraída através da ingestão de água ou a-
pulmão. Começa com febre alta, dor no pei-
limentos contaminados, crus ou mal cozi-
to ou nas costas e tosse com expectoração.
dos (a bactéria morre em água fervida e em
O tratamento consiste em antibioticoterapia
alimentos cozidos). Embora haja vacinas
orientada por médico e o doente deve ficar
contra o cólera, sua eficácia é apenas parci-
em repouso.
al (em geral, cerca de 50%) e dura pouco
Tétano – produzido pelo bacilo do tétano
meses. Por isso, a doença somente pode ser
(Clostridium tetani), pode penetrar no or-
erradicada através de medidas de higiene e
ganismo por ferimentos na pele ou pelo
saneamento básico.
cordão umbilical do recém-nascido, quando
Medidas de profilaxia contra o cólera:
este não é cortado com instrumentos esteri-
1. Os dejetos humanos não devem ser eliminados
lizados. Há dor de cabeça, febre e contra-
ou lançados em coletores de água, como, por
ções musculares, provocando rigidez na
exemplo, rios, lagos, açudes etc.
nuca e mandíbula. Há casos de morte por
2. A higiene pessoal diminui a possibilidade de
asfixia. A vacinação e os cuidados médicos
transmissão do agente do cólera. Lavar as
(é aplicado o soro antitetânico em caso de
mãos com sabão freqüentemente e, principal-
ferimento suspeito) são essenciais.
mente, antes de preparar e comer alimentos.
Leptospirose – causada pela Leptospira in-
3. Adotar as medidas de higiene na preparação dos
terrogans, é transmitida pela água, alimen-
alimentos e, na fase epidêmica, evitar a utiliza-
tos e objetos contaminados por urina de
ção de hortaliças e frutos do mar, consumidos
ratos, cães e outros animais portadores da
sem cozinhar ou insuficientemente cozidos.
bactéria. Há febre alta, calafrios, dores de
4. Alimentos preparados e mantidos em refrigera-
cabeça e dores musculares e articulares. É
ção, como leite, arroz, feijão, papas etc., de-
necessário atendimento médico para evitar
vem sofrer sempre uma nova cocção antes do
complicações renais e hepáticas.
consumo.
Gonorréia ou blenorragia – causada por
5. Utilizar apenas água potável e, na dúvida, fer-
uma bactéria, o gonococo (Neisseria go-
ver por 2 a 3 minutos. Não consumir sorvetes,
norreae), transmite-se por contato sexual.
sucos, refrigerantes etc., preparados com água
Provoca dor e ardência ao urinar. O trata-
de origem desconhecida.
mento deve ser feito sob orientação médica,
6. Adicionar 4 gotas de água sanitária por litro de
pois exige o emprego de antibióticos.
água a ser consumida na lavagem de louças,
Sífilis – provocada pela bactéria Trepone-
panelas ou mesmo para beber. Dissolver algu-
ma pallidum, é transmitida, geralmente, por
Editora Exato 24
BIOLOGIA
mas gotas de vinagre para lavagem de frutas e O consumo de álcool apresenta incidência
verduras. preocupante com altos índices, na faixa de
38.7% constatados tanto na escola pública
Antibióticos
quanto particular. Desses, 17.25% fazem
Drogas de caráter medicinal, usadas no contro- uso semanal, em encontros com amigos nos
le de bacterioses. (Lembre-se de que o poder patogê- finais de semana, hábito permitido pelas
nico da bactéria está vinculado à presença da parede famílias, reforçado pela mídia, e indiferente
celular). às escolas de modo geral.
Advertência: o uso indevido e/ou indiscrimi- As drogas ilícitas (inalantes, maconha, co-
nado de medicamentos, inclusive antibióticos, é con- caína, crack, merla) apresentam 19.1% de
denável. Além de poder trazer complicações, pode incidência nas duas redes de ensino.
selecionar variantes mais patogênicas. Entorpecentes mais consumidos:
Inalantes 11.45%
3. DROGAS Maconha 4.95%
Anfetaminas 1.40%
Introdução Cocaína 0.40%
O ser humano da sociedade contemporânea Crack 0.55%
busca empreender estranhas viagens, através do uso
de substâncias psicoestimulantes, que obrigam o cé- 4. CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS PSICO-
rebro a provocar grande estimulação física e mental TRÓPICAS
através de seus neurotransmissores.
Essas substâncias são denominadas drogas, Em farmacologia, são denominadas psicotrópi-
que podem ser lícitas (tabaco e álcool) e ilícitas (sol- cos substâncias químicas, naturais ou sintéticas que
ventes, inalantes, maconha, cocaína, crack, merla, he- atuam sobre o sistema nervoso central, modificando
roína etc.). os processos mentais ou psíquicos. Os psicotrópicos
A Organização Mundial de Saúde define toxi- podem ser classificados em três grandes grupos, ana-
comania como um estado de intoxicação periódico ou lisados a seguir:
crônico, nocivo ao indivíduo e à sociedade, pelo con- Depressoras
sumo de uma droga natural ou sintética. São drogas que diminuem a atividade mental.
Dá-se o nome de droga a toda substância que, Induzem a tranqüilidade e sedação, combatendo a
quando introduzida no organismo vivo, pode modifi- tensão emocional e os estados de angústia. Álcool,
car uma ou mais de suas funções. heroína e solventes como éter são exemplos dessas
“Doença social epidêmica” é como a OMS drogas.
(Organização Mundial de Saúde) considera o cres- Estimulantes
cente uso de drogas entre os jovens. O que levou São estimulantes do sistema nervoso central.
muitos governos a realizarem levantamentos para a- Exemplos: cocaína, anfetaminas, cafeína e nicotina.
valiarem a situação relativa a esse uso. A cafeína é amplamente consumida, represen-
O levantamento de Brasília (Conen, 1995), tando a bebida nacional por excelência, podendo cau-
realizado entre dois mil estudantes de escolas públi- sar danos à saúde.
cas e particulares do DF, traz alguns aspectos que A nicotina, aspirada pelo fumo do tabaco causa
merecem ser mencionados: danos cardiovasculares e respiratórios. As anfetami-
A faixa etária entre 10 e 15 anos é apontada nas são medicamentos ainda muito consumidos, em
como sendo de risco para uso de tabaco, ál- particular para ficar acordado (estudantes e caminho-
cool e drogas ilícitas. neiros). Substâncias anfetamínicas contidas nos mo-
A curiosidade é a causa apontada por 15% deradores de apetite (anorexígenos), além de
dos jovens para uso de drogas ilícitas. emagrecimento, criam dependência.
O tempo ocioso e a ausência de realizações Todo abuso de substâncias estimulantes pode
significativas entre estudantes de camadas provocar insônia, nervosismo, irritabilidade, instabi-
média e média-alta da população, tem pro- lidade emocional e idéias de perseguição (paranóia),
vocado nos jovens a chamada síndrome do chegando a formações delirantes.
“tédio existencial”, considerado um dos in- Perturbadoras
dicadores para o consumo de drogas entre
Caracterizam-se por produzir alucinações ou
jovens.
despersonalização, levando a alterações do compor-
tamento. Exemplos: maconha e LSD (dietilamina do
ácido lisérgico).
Editora Exato 25
BIOLOGIA
Temos, assim, classes distintas de drogas: de- alcoolista não apresenta “cura” e, sim, recuperação, o
pressoras, estimulantes e perturbadoras, todas afetan- que significa que “enquanto se abstiver da bebida e
do o funcionamento do sistema nervoso central e do de usar drogas, pode levar vida saudável e produti-
cérebro, retardando, acelerando ou desgovernando va”.
sua atividade. Desta forma, dificultam a coordenação O assim chamado bebedor-problema apresenta
motora, mental e emocional: a pessoa fica “drogada”, problema físico, psicológico ou social, causado pelo
“intoxicada” ou “inebriada” em um grau que depende álcool. Estudos mostram que fatores hereditários são
da substância usada (quantidade e qualidade), da pes- importantes na continuidade geracional para uso do
soa e do contexto. álcool, ou seja, filhos de pais alcoólatras tendem a
beber e a se tornar dependentes com mais facilidade
5. ASPECTOS TÉCNICOS
do que filhos de pais abstêmios.
As substâncias que agem sobre o sistema ner- A escola deve ter como preocupação detectar
voso central, usadas indiscriminadamente, podem le- sinais de sintomas da doença antes que atinja a fase
var à dependência física e/ou psíquica. Dessa aguda, razão pela qual é importante que se conheça a
maneira, o uso conduz ao vício e à necessidade de trajetória do alcoolismo, que ocorre em três estágios:
consumo contínuo, muitas vezes crescente, até pro- 1º estágio (agudo): o usuário afirma beber apenas
vocar danos físicos e mentais irreparáveis ao indiví- socialmente, raramente fica embriagado, porque
duo. inicialmente o organismo filtra as substâncias com
Qual é a diferença entre a dependência psí- mais facilidade; mas esta fase, aparentemente ino-
quica e a dependência física? No primeiro caso, a fensiva, prepara para o 2º estágio.
droga produz sensação de “libertação” dos proble- 2º estágio – intermediário (subagudo): o bebedor
mas, o que leva o indivíduo a procurar obtê-la com precisa de um fluxo regular de álcool, não ficando
freqüência, a fim de evitar os conflitos, numa verda- muito tempo sem beber. Tendem a passar a ima-
deira “fuga” da realidade. Para obtê-la, o viciado é gem de bebedores periódicos, mas são tão alcoóli-
capaz de cometer atos condenáveis. Já na dependên- cos quanto os que se embriagam constantemente,
cia física, o problema é bem maior, pois o organismo dizem os estudiosos.
se adapta quimicamente à presença da substância no 3º estágio – final (crônico): sente-se a presença da
sangue e reage com sensações terríveis de náuseas, obsessão pela bebida, tornando-se o álcool tudo
vômitos, irritabilidade e ansiedade incontroláveis, na vida da pessoa, embora os alcoólicos não se
quando o indivíduo não faz uso da droga. Esta série convençam de que o são, negando o problema.
de manifestações físicas quando há interrupção do Geralmente, os consumidores de álcool e ou-
consumo de uma droga caracterizam a síndrome de tras drogas como a maconha, por exemplo, utilizam-
abstinência. se do mecanismo denominado “crise da negação”,
que é a recusa em reconhecer seus efeitos prejudici-
O fenômeno da tolerância ocorre quando o
ais, mesmo que sejam cientificamente demonstrados.
organismo começa a se adaptar à droga, e a necessi-
O álcool é uma droga que traz consigo lesões
dade de doses cada vez maiores torna-se imperiosa
hepáticas, intestinais, pancreáticas, gástricas, cardio-
para satisfazer a necessidade do viciado.
vasculares, neurológicas, mentais, psicológicas, e,
Na maioria das vezes, a pessoa atinge doses
não raro, é fatal. A faixa etária de contato e consumo
tão grandes que acaba sofrendo um quadro de pro-
de álcool está entre 10 e 15 anos de idade.
funda alteração do sistema nervoso com bloqueio das
A pessoa desenvolve a doença alcoolismo
funções vitais que comandam a atividade do coração
quando o álcool passa a ser o “centro da vida dela”.
e os movimentos respiratórios, ocorrendo a morte de
Parar de beber é apenas o primeiro passo, o mais im-
maneira súbita.
portante é não voltar a beber. O álcool é também o
6. ALCOOLISMO grande causador de acidentes de trânsito e de violên-
cia física. Vale mencionar que 32% dos leitos de
Como droga depressora, cria graves problemas hospitais públicos são ocupados por pessoas com
e sofrimentos, com altíssimo custo social. O uso crô- problemas relacionados ao álcool.
nico leva a uma degradação física e moral, uma sín- Sintomas do alcoolismo:
drome de abstinência violenta. Leva à morte (por Desejo intenso de beber.
coma alcoólico ou complicações orgânicas, como a Dificuldades em parar de beber.
cirrose). Instiga com freqüência a violência e aciden- Necessidade de doses cada vez maiores.
tes, bem como absenteísmo no trabalho. (Bucher, Ansiedade, angústia, suores frios intensos,
1995). delírios.
O alcoolismo é uma doença que pode atingir
qualquer pessoa, da mesma forma que a diabetes, o
Editora Exato 26
BIOLOGIA
Abandono das atividades de lazer e faltas apresenta ação no sistema nervoso central, 3 minutos
ao trabalho. depois de inalado e 14 segundos depois de injetado
Uso do álcool, apesar dos males. por via intravenosa.
Raramente se pode encontrar consumidores de
7. TABAGISMO
cocaína como droga única, porque, geralmente, são
Em quase todo fumante, observa-se uma ne- politoxicômanos, usando-a, combinada com fumo,
cessidade psicológica de continuar fumando. Nos álcool, cafeína, maconha e benzodiazepina, sendo os
grandes fumantes, revela-se dependência, havendo mais comuns em nosso meio. Nos Estados Unidos e
sintomas físicos quando privados de cigarros. O con- Europa, combinam com opiáceos: “sobem com a co-
sumo exagerado de cigarros relaciona-se com estados caína e baixam com a heroína”, prática denominada
de tensão e ansiedade, com preocupações, fobias e speed boiling.
obsessões.
9. MACONHA
Fumo e saúde
Os efeitos nocivos do fumo à saúde dependem A maconha e duas outras drogas com ela rela-
dos componentes encontrados nos cigarros. Um de- cionadas, o haxixe (resina da planta) e o óleo de ha-
les, a nicotina, tem ação sobre o sistema nervoso, co- xixe, derivam de uma planta conhecida como
ração, vasos, sendo, provavelmente, responsável pela cannabis, ou cânhamo, que tem passado por trans-
dependência ao fumo. formações significativas.
Doenças associadas Planta que existe nas Américas, a Cannabis sa-
tiva está sendo hibridizada com uma potente varieda-
Além do câncer pulmonar, outras doenças re-
de asiática, a Cannabis indica e a Cannabis
lacionadas com o tabagismo são:
ruderalis.
Doença coronariana (leva ao enfarte do mio-
Segundo relatório da UNDCP (Programa da
cárdio).
Nações Unidas para o Controle Internacional de Dro-
Doença vascular cerebral.
gas), a maconha, principal droga de abuso, é cultiva-
Doença arterial periférica.
da na América do Sul, sobretudo no Brasil e na
Enfisema pulmonar.
Colômbia, sendo contrabandeada desta para a Euro-
Câncer de bexiga.
pa. A maconha continua sendo a principal droga de
8. COCAÍNA abuso na América do Sul.
Em geral, o jovem baseia-se no mito de que a
Os seres humanos usam folhas de coca desde
maconha faz menos mal do que o cigarro, afirmando
tempos muito remotos, sendo que atualmente os dois
que é inofensiva, embora estudos científicos revelem
principais produtos que narcotraficantes oferecem
que é uma das mais complexas drogas ilegais em es-
aos compradores são a coca e o crack.
tudo.
Nas folhas de coca, cada 100 gramas contém
Contém o alucinógeno THC, que produz alte-
305 calorias, 19 gramas de proteína e 42.6 gramas de
ração mental, levando o usuário a estados de euforia
carboidratos, além de quantidades importantes de fer-
e com dificuldades de concentração. É falso o argu-
ro, cálcio, fósforo e vitaminas A1, B2 e E.
mento de que a maconha, sendo um produto natural
As folhas de coca são mastigadas com um rit-
proveniente de uma planta, apresentaria propriedades
mo monótono denominado “coqueo”; cerca de 18 a
menos tóxicas do que outras drogas sintéticas, por-
20 minutos depois da mastigação, os princípios ativos
que, até o momento, já foram identificados 421 (qua-
chegam ao cérebro.
trocentos e vinte e um) compostos pertencentes a 15
Já o “crack” é uma cocaína altamente intensifi-
diferentes classes químicas.
cada e impura, podendo ser fumado, chegando ao cé-
O THC (tetrahidrocanabinol), existente na ma-
rebro em 6 a 8 segundos. A “pasta básica da
conha, não é a única droga psicoativa, podendo ser
cocaína”, outra variante, pode ser fumada, misturada
encontrados dezenas de canabinóis na marijuana, to-
com fumo ou maconha.
dos importantes, sendo o THC o alucinógeno mais a-
Essa forma é encontrada nos países produtores tivo, podendo ser detectado na urina, de 7 a 14 dias
e vizinhos, sendo mais barata e impura, costumando após o uso.
conter 36% de sulfato da cocaína, sendo o restante Os efeitos da maconha sobre o cérebro foram
amoníaco, ácido sulfúrico, querosene etc. A “free ba- estudados pelo Prof. Heath (Departamento de Psiqui-
se” ou cocaína de base livre, é uma variante purifica- atria e Neurologia da Escola Médica de Tulane –
da, que também pode ser fumada, sendo o resultado New Orleans), tendo publicado 350 trabalhos a res-
do processamento do cloridrato de cocaína com éter, peito. Estudando seus pacientes usuários de maconha
chegando ao cérebro também em 6 a 8 segundos, a- (como única droga), observou que apresentavam sin-
pós ser fumada. O clássico “cloridrato de cocaína”
Editora Exato 27
BIOLOGIA
Editora Exato 28
BIOLOGIA
1. ovo com
O Ciclo evolutivo da Taenia solium pode ser 7. l arva é engolida larva desce
pelo esôfago
resumido em: 6.larva na traquéia
Ingestão, pelo homem, de carne infestada 5.larva no pulmão
por cisticerco.
Libertação do embrião hexacanto no estô- 4.larva no coração 2. larva sai do
intestino e vai
mago humano. 3.larva no fígado para o fígado
Desenvolvimento da tênia no intestino.
8. no intestino, as
Liberação de anéis grávidos da solitária, larvas evoluem para
contendo ovos embrionados. forma adulta
Anel grávido, eliminado com as fezes, já no verduras são regadas
9. acasalamento e
com água contaminada
meio externo, dando liberdade aos ovos. liberação dos ovos
Ingestão do ovo embrionado, pelo hospe- 10.ovos caem no solo
deiro intermediário. O ovo libera uma larva com as fezes
- a oncosfera - que perfura a parede intesti-
nal. Em geral, a larva se instala na muscula-
Ciclo do Ascaris lumbricoides
tura do animal.
Ancilostomose ou necatorose. Os vermes
Ancylostoma duodenale e Necator americanus são os
Editora Exato 29
BIOLOGIA
8. larva no intestino
larva no sangue
ovo com Ciclo da filária
larva
ESTUDO DIRIGIDO
1 O que é AIDS?
Editora Exato 32
BIOLOGIA
Editora Exato 34
BIOLOGIA
Esforços em conjunto, organizados, devem ser se estabeleceu como a primeira equipe de pesquisa-
feitos para investigar os efeitos potenciais no meio dores realizando trabalhos em clonagem de genes e
ambiente (positivos ou negativos) dos vegetais trans- desenvolvimento de tecnologias para obtenção de
gênicos em suas aplicações específicas. Esses esfor- plantas transgênicas. Hoje, vários laboratórios no
ços devem ser avaliados tomando-se como referência Brasil estão trabalhando com plantas geneticamente
os efeitos de tecnologias convencionais da agricultu- modificadas, incluindo diferentes centros de pesquisa
ra, que estejam atualmente em uso. da Embrapa e universidades federais e estaduais, a-
O uso da tecnologia da modificação genética lém de empresas privadas.
de vegetais pode ser aplicada a alguns problemas es- Alface - A Embrapa está investindo na produ-
pecíficos da agricultura, tais como: ção de alface transgênico, contendo um gene para re-
Resistência a pragas: temos como exemplo a sistência a fungo. O objetivo é testar as variedades
papaia que é resistente ao vírus Ringspot e que tem geneticamente modificadas contra a Sclerotinia, um
sido comercializada e plantada no Hawai desde 1996. fungo que causa a podridão do alface. O fungo é res-
Este exemplo prova a eficiência do uso de modifica- ponsável ainda por uma doença conhecida como mo-
ção genética em vegetais visando obter maior resis- fo branco, que ataca de forma bastante nociva o
tência a uma praga específica. feijão, a soja, entre outras 60 culturas agrícolas.
Colheitas mais abundantes: como exemplo te- A unidade também está desenvolvendo, em
mos as pesquisas que envolvem a produção de ali- parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais
mentos de alto-rendimento. O maior exemplo é o (UFMG), uma planta-vacina transgênica para comba-
trigo semi-anão que possui genes insensíveis a gibe- ter a leishmaniose, uma doença infecciosa causada
relina. A introdução desses genes faz com que se ob- pelo protozoário do gênero Leishmania. Essa tecno-
tenha uma planta mais baixa, mais forte e que logia consiste na introdução do gene da proteína Lack
aumenta o rendimento da safra diretamente, uma vez (antígeno da leishmaniose) em plantas de alface e
que se reduz o alongamento das células na parte ve- tem como objetivo fazer com que as pessoas se tor-
getativa, de forma que a planta desenvolva mais sua nem imunes à enfermidade com a simples ingestão da
parte reprodutiva (comestível). hortaliça.
Uso de terras marginalizadas: solos com ele- Feijão - A Embrapa já possui, desde 2000,
vados índices de salinidade e alcalinidade podem ser plantas transgênicas de feijão para resistência ao ví-
utilizados caso se consiga obter um transgênico que rus do mosaico dourado, considerado o pior inimigo
tenha por característica ser resistente nessas condi- da cultura na América do Sul. No Brasil, a doença es-
ções. Como exemplo, temos um gene de tolerância tá presente em todas as regiões, e se atingir a planta-
em manguezais (Avicennia marina), que foi clonado ção ainda na fase inicial, pode causar perdas de até
e transferido para outras plantas e através dele pôde- 100% na produção.
se observar que as plantas transgênicas mostraram-se Batata - A Embrapa Recursos Genéticos e Bio-
mais tolerantes a altas concentrações de sal. tecnologia, em parceria com a Embrapa Hortaliças,
Benefícios nutricionais: temos o exemplo da Universidade Federal de Pelotas, o Instituto de Inge-
introdução de genes para obter maior produção de be- niería Genética Y Biotecnologia (Ingeb, da Argenti-
ta caroteno, precursor da vitamina A, extremamente na), e o Centro Brasileiro-Argentino de
necessária e cuja deficiência nos animais causa ce- Biotecnologia, desenvolveram variedades transgêni-
gueira. A semente deste transgênico apresenta cor cas de batata resistentes aos vírus "Y" e PLRV, ou ví-
mais amarelada. Também já se desenvolveu o arroz rus do enrolamento das folhas, como é mais
transgênico com elevados níveis de ferro, de forma a conhecido. O primeiro causa o enrugamento das fo-
combater a anemia. Este arroz foi produzido usando- lhas e mosaico. Já o segundo, como já diz o nome,
se genes envolvidos na produção de proteínas capa- provoca o enrolamento. Ambos têm como sintomas a
zes de ligar o ferro e de uma enzima que facilita a redução do porte da planta e do tamanho das folhas e,
disponibilidade de ferro na dieta humana. As plantas quando estão juntos, são capazes de causar 100% de
transgênicas contêm entre 2 e 4 vezes mais ferro do perdas na produção.
que normalmente encontrado no arroz convencional. Mamão - A Embrapa desenvolveu plantas
Principais pesquisas com transgênicos transgênicas de mamão resistentes ao vírus da man-
no Brasil cha anelar. O vírus é considerado o pior inimigo da
cultura de mamão em nível mundial. Além de reduzir
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-
o tamanho das folhas, ele diminui também a capaci-
ria (Embrapa), que começou a investir em biotecno-
dade de fotossíntese das plantas, levando à redução
logia na década de 80, desenvolve a maior parte das
de seu crescimento e, conseqüentemente, a perdas
pesquisas no País. Foi na Embrapa Recursos Genéti-
significativas na produção.
cos e Biotecnologia, localizada em Brasília (DF), que
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BIOLOGIA
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BIOLOGIA
1 Com relação à Biotecnologia, julgue os itens. 4 A pesquisa com células tronco tem-se tornado de
1 Um exemplo de biotecnologia é o uso de bac- grande importância para a recuperação de órgãos
térias no controle de pragas agrícolas como bi- lesionados que não têm capacidade de regenera-
oinseticidas. ção de suas células. As células tronco têm grande
2 A produção de alimentos transgênicos deu-se poder de regeneração porque:
graças à utilização da biotecnologia. a) têm todos os seus genes funcionando.
3 A clonagem e o projeto genoma humano são b) todos os seus genes estão desligados.
consideradas perdas de tempo e dinheiro, uma c) têm alto grau de especialização.
vez que já existem muitos seres vivos na Terra. d) são pouco especializadas.
4 A técnica de formação de um animal ou vege- e) não se reproduzem com facilidade.
tal transgênico consiste na retirada de um gene
de um ser e implante do material genético em
outro ser. 5 O melhoramento de plantas consiste basicamente
em modificar seu patrimônio genético com a fi-
nalidade de obter variedades capazes de apresen-
2 Alimentos transgênicos são bons ou ruins para a tar o maior rendimento possível, com produtos de
saúde? Esta é uma dúvida muito comum entre a alta qualidade. No entanto, não se sabe os efeitos
população. Até hoje não existe nenhuma pesquisa que isto provoca à saúde daqueles que ingerem
que comprove os efeitos tóxicos ou somente as constantemente estes produtos. Por isso, o gover-
vantagens destes alimentos. Os estudos que estão no brasileiro exigiu que nas embalagens estivesse
sendo feitos nesta área devem durar um longo explícito se a mercadoria é um transgênico ou
tempo para que possam mostrar qualquer tipo de não. Dessa forma, as pessoas sabem seguramente
alteração no indivíduo, mesmo que a eventual aquilo que estão comendo. Supondo-se que uma
modificação não seja relevante. O que existe hoje hortaliça transgênica heterozigota foi cruzada
é muita especulação a respeito destes alimentos. com uma homozigota recessiva, qual a probabi-
O mais sensato é esperar “que bicho vai dar”. lidade de ter um descendente recessivo?
Segundo seus conhecimentos sobre material ge- a) 0%.
nético, julgue os itens: b) 25%.
1 O RNA se difere do DNA somente por apre- c) 75%.
sentar fita simples. d) 50%.
2 As bases nitrogenadas púricas (adenina e gua-
nina) se ligam obrigatoriamente às bases piri-
mídicas (citosina, timina ou uracila). GABARITO
3 A duplicação do DNA também é chamada de
replicação. Estudo Dirigido
4 Durante a duplicação do material genético
podem ocorrer mutações, afetando o indivíduo. 1 As células tronco acompanham o ser vivo desde
a sua criação. Depois elas se diferenciam em cé-
lulas do coração, do cérebro, da coluna vertebral
3 O tratamento da leucemia por meio dos trans- ou em outras células do organismo. Esta é uma
plantes de medula óssea tem por princípio a capacidade especial e única das células tronco,
transferência de células tronco da medula de um porque as outras células só se diferenciam em um
indivíduo sadio para o indivíduo afetado. Tal tipo específico de tecido.
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BIOLOGIA
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BIOLOGIA
GENÉTICA
mamíferos, por X e Y. Nas células somáticas, os
HERANÇA MENDELI- cromossomos organizam-se aos pares, fala-se então
em pares de cromossomos homólogos.
ANA Genes
São segmentos de DNA com informações so-
1. HEREDITARIEDADE bre a síntese de determinada proteína, normalmente
uma enzima.
Desde séculos, o homem estabeleceu que, nu- Os gens alelos ou alelomorfos são aqueles que
ma infinita diversidade de formas, as gerações se su- se encontram em mesmo “locus” de cromossomos
cedem de tal modo que semelhante origina homólogos.
semelhante.
A noção de hereditariedade impõe-se, de fato, Os genes dominantes são aqueles que mani-
pela simples observação do mundo que nos rodeia. festam seu efeito tanto em dose dupla, quanto em do-
Na tentativa de explicar o modo como são se simples. Já os genes recessivos, normalmente,
transmitidas as características hereditárias foram sur- somente manifestam seu efeito quando estão em dose
gindo várias teorias, entre as quais a da hereditarie- dupla.
dade sangüínea. Segundo este modelo teórico, na Os genes letais quando se expressam causam a
reprodução dos animais, os fatores responsáveis pelas morte do indivíduo (ou até mesmo impede o seu nas-
características flutuavam no sangue dos dois progeni- cimento). Normalmente, esses genes atuam quando
tores e passavam para o ovo. Hoje, a nossa lingua- estão em homozigose.
gem retém ainda reminiscências que refletem esta Genótipo
explicação. É o caso de frases comuns como: “está no É o patrimônio hereditário de um indivíduo, is-
sangue”; “sangue azul”; “irmão de sangue”; “tem to é, a bagagem de gens que é recebida dos pais; mais
sangue ruim”. Mas nem sempre os modelos teóricos especificamente, genótipo é representado pelos gens
estabelecidos são compatíveis com os resultados ob- alelos de um indivíduo para um citado caráter.
servados. Fenótipo
Há cerca de 150 anos, um monge agostinho, É a manifestação de uma constituição hereditá-
Gregor Mendel (1822-1881), que ensinava ciências ria de um indivíduo. O fenótipo refere-se à caracterís-
na Escola Secundária, nos arredores do Mosteiro de tica detectável através de métodos diretos ou
Brünn, na antiga Checoslováquia, utilizando ervilhas indiretos.
da espécie Pisum sativum, fez experiências cujos re-
sultados constituíram as bases científicas da trans- Fenótipo = Genótipo + Meio ambiente
missão dos caracteres hereditários. Homozigoto ou puro
Mendel não pertencia a nenhuma instituição É aquele indivíduo que para um citado caráter
acadêmica como seria de supor. A sua horta foi o la- apresenta gens alelos iguais - dominantes ou recessi-
boratório onde demonstrou que a transmissão dos ca- vos.
racteres não é ambígua, mas pode ser prevista. Exemplo:
Mendel lançou as bases científicas da Genéti- AA ou aa
ca, ciência que estuda o modo de transmissão dos ge- Heterozigoto ou híbrido
nes, e a sua expressão a nível celular e do organismo. É aquele que para um citado caráter apresenta
Os seus conceitos fundamentam grande parte da Bio- gens alelos diferentes - um dominante e um recessi-
logia moderna e relacionam-se com muitos dos gran- vo.
des problemas do Homem de hoje.
Exemplo:
Conceito Básicos em Genética Aa = “olhos castanhos recessivos para azuis”.
Cromossomos
São estruturas nucleares formadas por DNA
associado a proteínas. Os cromossomos autossomos
contêm os gens responsáveis pelos caracteres somáti-
cos de um indivíduo, determinando as características
físicas do indivíduo. Já, os cromossomos alossomos
são responsáveis pelos caracteres sexuais primários e
secundários de um indivíduo. São representados, nos
Editora Exato 39
BIOLOGIA
recessivo
Aa aa autopolinização.
X
Aa aa
50% 50%
Retrocruzamento
No retrocruzamento, o indivíduo cujo genótipo
se deseja conhecer é cruzado com o progenitor de
genótipo homozigoto recessivo e, como resultado,
surgirão dois tipos de descendentes em iguais pro-
porções.
Cruzamento Consangüíneo
É o cruzamento entre indivíduos aparentados
por descendência, por exemplo, primos em primeiro A estrutura da corola não permite a entrada
grau. Em geral, quanto maior o grau de consangüini- de pólen estranho, evitando assim perturba-
dade, maiores os riscos de aparecimento de caracte- ções devidas a cruzamentos não desejados.
rísticas deletérias na prole.
Fenocópia
É uma alteração que imita uma característica
originariamente determinada por um gen específico.
Cariótipo
É o conjunto de características formado desde
o número, tamanho, forma e estrutura dos cromos-
somos de uma célula diplóide.
Genoma Para efetuar cruzamentos entre plantas diferen-
É o termo usado para fazer referência à carga tes, pode realizar-se a polinização cruzada artificial.
de gens de uma célula gamética, espermatozóide ou Nesta técnica, cortam-se os estames ainda imaturos
óvulo. das flores de um dos progenitores e polvilham-se os
estigmas dessas flores com pólen proveniente das an-
teras das flores do outro progenitor.
Editora Exato 40
BIOLOGIA
Nos estudos que realizou, Mendel trabalhou Ao deixar que os híbridos se autopolinizassem,
com sete características diferentes, bem distintas u- Mendel obteve 929 sementes que, semeadas, origina-
mas das outras. ram uma 2ª geração, que costuma representar-se por
F2, em que aparecem indivíduos com flores verme-
Órgão Carácter Formas antagônicas do carácter lhas e indivíduos com flores brancas, numa propor-
ção aproximada de 3 para 1.
Cor da semente
Na interpretação dos resultados experimentais
Semente Amarela Verde obtidos, Mendel propôs:
Forma da semente
Rugosa
Cada organismo contém dois fatores para
Lisa
cada caráter.
Cor da corola
Púrpura Branca
Na formação dos gametas, os fatores sepa-
Flor ram-se de tal modo que cada gameta con-
Disposição das flores
Axial Terminal
tém um só fator de cada par (pureza dos
gametas).
Cor da vagem
Verde Amarela Este princípio é conhecido por princípio da
Vagem
segregação fatorial.
Forma da vagem
Lisa Rugosa
No caso da geração parental, cada progenitor
possui dois fatores iguais. Um dos progenitores tem
Caule
Tamanho do caule
dois fatores responsáveis pela cor vermelha e os ou-
tros dois fatores responsáveis pela cor branca.
Cada indivíduo da geração F1 resulta da união
Alto Baixo
de dois gametas que transportam, cada um deles, um
fator antagônico, possuindo portanto os dois fatores,
Para cada uma destas características, e durante
um par da cor vermelha e outro para a cor branca.
dois anos, tentou isolar linhas puras, isto é, plantas
O fator que condiciona o aparecimento do ca-
que, autopolinizadas, originam uma descendência
racter branco encontra-se de fato nos indivíduos da
que é sempre toda igual entre si, e igual aos progeni-
geração F1. Só assim se explica que venha mais tarde
tores relativamente à característica considerada. Por
a surgir nos seus descendentes.
exemplo, plantas altas cruzadas com plantas altas, o- Como nos indivíduos da geração F1, os dois fa-
riginam sempre plantas altas.
tores se encontram em presença um do outro e só o
3. O EXPERIMENTO DE MENDEL vermelho se manifesta, chama-se a este fator domi-
nante em relação ao branco, que se chama fator re-
Um princípio fundamental em investigação bi- cessivo pelo fato de não se manifestar quando em
ológica consiste em dividir um problema complexo presença do dominante correspondente.
em problemas simples. Uma das razões por que Além de trabalhar com o caráter cor da corola,
Mendel foi bem sucedido deve-se ao fato de ter se- Mendel efetuou outras experiências de monoibridis-
guido este princípio. Em vez de estudar a hereditarie- mo, envolvendo outros caracteres. A tabela apresenta
dade no seu todo, debruçou-se sobre sete caracteres, os resultados obtidos, relativamente aos sete pares de
iniciando os seus trabalhos com a análise do que se caracteres contrastantes estudados por Mendel.
passava em relação a apenas um, isoladamente - mo-
noibridismo.
Começou por efetuar cruzamentos entre indi-
víduos pertencentes a linhas puras, previamente iso-
ladas - cruzamento parental.
O caráter em estudo assumia em cada um dos
progenitores aspectos antagônicos. Por exemplo, o
caracter cor da corola poderia apresentar-se sob dois
aspectos: o branco e a púrpura.
Para conseguir este cruzamento, Mendel recor-
reu à polinização cruzada, impedindo o processo na-
tural de autopolinização cruzada. As sementes
colhidas nas plantas deste cruzamento deram origem
à ervilheira de corola vermelha. Esta geração filial
designa-se por geração F1, ou híbridos da primeira
geração.
Editora Exato 41
BIOLOGIA
Em todos os casos, a análise dos dados revela dentes, em cromossomas homólogos. A zona de um
que: cromossoma onde se situa um gene designa-se por
A geração F1 é uniforme em relação ao cará- locus. Os dois alelos que controlam um dado caracter
ter em estudo, manifestando o fator dominan- estão localizados em loci (plural de locus) correspon-
te. dentes nos dois cromossomas.
Na geração F2, a proporção da característica Cada organismo possui uma constituição gené-
determinada pelo fator dominante em relação tica própria, da qual dependem as suas característi-
ao recessivo é aproximadamente 3/4 para 1/4 cas. O termo genótipo é usado para designar a
(3 para 1). constituição genética de um indivíduo. Aos caracte-
res que o indivíduo manifesta, resultantes da sua
Por convenção, pode representar-se o fator que constituição genética, foi atribuído o termo fenótipo.
condiciona a forma dominante pela letra inicial mai- Este corresponde ao modo como o genótipo se ex-
úscula da característica (neste caso, V) e o que condi- pressa. Assim, no exemplo apresentado, a cor verme-
ciona a forma recessiva pela mesma inicial, mas lha das corolas, fenótipo, pode corresponder a dois
minúscula (v). genótipos diferentes (Vv ou VV) em que V represen-
Nos indivíduos da geração F1, existem dois fa- ta o alelo para a cor vermelha e v, o alelo para a cor
tores (Vv), cada um recebido através dos gametas dos branca.
respectivos progenitores. Um transmite o fator V e o Árvores genealógicas ou heredogra-
outro o fator v.
mas
Quando se formam os gametas dos indivíduos
da geração F1, os dois fatores em causa separam-se O heredograma é uma prática representação
novamente, levando cada gameta apenas um dos fato- gráfica usada em genética e que permite a análise
res, dominante (V) ou recessivo (v). concomitante de várias gerações.
Na fecundação, vão-se juntar dois gametas ao Os símbolos usados na confecção dos heredro-
acaso, formando-se zigotos com todos os tipos de gramas são:
combinações possíveis dos respectivos fatores. Em
conseqüência disso, os indivíduos da geração F2 po-
dem ter dois fatores iguais ou diferentes em relação à
cor vermelha, aparecendo indivíduos que possuem os Portadora G êmeos Gêmeos
Afetado Casamento
dois fatores que condicionam corolas vermelhas, VV, heterozigota monozigóticos n dizigóticos
Principais símbolos usados
manifestando-se o dominante. Embora sejam todos
vermelhos, a sua composição fatorial é diferente.
Surgem ainda indivíduos produtores de flores Albinos
Normais
brancas cuja composição fatorial é vv. 1 2
Zigotos
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0
O AB
A B
A O
AB
Transfusões
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BIOLOGIA
que os genes: o indivíduo recebe metade do padrão e) que a pessoa só possui genes recessivos.
do pai e metade da mãe.
Valendo-se dessas informações é que são fei-
tos os testes de paternidade com base no DNA. Nes- 2 (Cesgranrio-RJ) O sistema abaixo apresenta
ses testes, comparam-se o padrão de séries do DNA possíveis transfusões entre indivíduos dos grupos
da criança com o dos possíveis pais. Os pais verda- sangüíneos do sistema ABO:
deiros são aqueles cujos padrões de repetição das u- AB
nidades do DNA encontram-se registrados no DNA
da criança, sendo metade dos padrões igual ao da A AB B
mãe e metade igual ao do pai.
A O B
A identificação dessas séries é feita, simplifi-
cadamente, do seguinte modo: os pedaços de DNA
O
são quebrados uns dos outros, por eletroforese, em
uma placa gelatinosa. Após a separação, adicionam- A partir do esquema, podemos concluir que:
se ao meio sondas, que são trechos conhecidos de a) B tem aglutinogênio A e aglutinina B.
DNA, com bases nitrogenadas radiativas. As bases b) A tem aglutinogênio a e aglutinina A.
dessas sondas pareiam-se com os segmentos isolados c) O tem aglutinogênio A e B.
de DNA, marcando-os com a radiatividade. A seguir, d) AB não tem nenhum dos aglutinogênios.
a placa de gelatina é colocada sob um filme fotográ- e) AB não tem nenhuma das aglutininas.
fico virgem, no escuro. Após algum tempo, cada sé-
rie deixa sua impressão no filme. O resultado é uma 3 (IMS-SP) Em uma criança do grupo sangüíneo A
imagem fotográfica semelhante a um código de bar- e filha de uma mulher do grupo sangüíneo B, o
ras. Esses códigos são tão exclusivos de um indiví- grupo sangüíneo do pai deve ser:
duo como são suas impressões digitais, não existindo a) A.
dois indivíduos com o mesmo “código de barras” b) A ou AB.
(com exceção, é claro dos gêmeos univitelinos). c) AB ou O.
d) B ou O.
ESTUDO DIRIGIDO
e) Nenhuma das alternativas.
1 Defina polialelia.
4 O rei Salomão resolveu uma disputa entre duas
mulheres que reclamavam a posse de uma crian-
2 O que são antígenos? ça. Ao propor dividir a criança ao meio, uma das
mulheres desistiu. O rei, então, concluiu que a-
quela que havia desistido era de fato a mãe ver-
dadeira. Nos tribunais modernos, um juiz pode
3 Por que os indivíduos O são considerados doado- utilizar a análise dos grupos sangüíneos e teste de
res universais e os indivíduos AB receptores uni- DNA para ajudar a solucionar questões seme-
versais? lhantes. Analisando uma situação em que uma
mulher chamada Joana, de sangue A, atribuía a
paternidade de seu filho, de sangue O, a um ho-
mem chamado Paulo, de sangue B, o juiz não pô-
4 O que é Eritroblastose fetal?
de chegar a nenhuma decisão conclusiva.
Baseado no texto e em conhecimentos correlatos,
julgue os itens.
EXERCÍCIOS 1 Um homem do grupo sangüíneo B pode ser he-
terozigoto e, portanto, pai do filho de Joana.
1 (Unifor-CE) Determinando-se, através de teste 2 Se Paulo fosse do grupo AB não poderia ser o
bioquímico, que uma pessoa pertence ao grupo pai da criança com sangue tipo O.
sangüíneo A, está determinado, em relação ao 3 A análise dos grupos sangüíneos do sistema
grupo ABO: ABO não apresenta nenhuma utilidade no es-
a) o fenótipo da pessoa. clarecimento de paternidade duvidosa. O único
b) o genótipo da pessoa. teste capaz de incluir Paulo na lista dos prová-
c) que a pessoa é homozigoto. veis pais biológicos seria o teste de DNA, que
d) que a pessoa é heterozigota. é capaz de comparar as seqüências de bases ni-
Editora Exato 50
BIOLOGIA
FISIOLOGIA ANIMAL
SISTEMA
Os mamíferos são animais placentários. A pla-
REPRODUTOR centa tem como função básica a nutrição do feto. Du-
rante o período gestacional, haverá troca de alimento
e oxigênio. A eliminação de excretas ocorre de tal
1. REPRODUÇÃO maneira que o feto e a mãe em profunda ligação esta-
Como visto na unidade de Citologia, uma das rão unidos até o momento do nascimento, daí classi-
características fundamentais da vida é a reprodução. ficarmos estes animais como vivíparos. Em
Esse processo pode ocorrer de duas maneiras distin- organismos ovíparos não há intercâmbio entre a mãe
tas: e o embrião.
Reprodução Assexuada 2. REPRODUÇÃO HUMANA
Nesse processo, os indivíduos gerados resul-
O estudo da reprodução humana, além de inte-
tam de um único indivíduo sem que ocorra a partici-
ressar diretamente à nossa espécie, permite a com-
pação de estruturas reprodutoras especiais. Como não
preensão do mecanismo da reprodução dos
há mecanismos de recombinação gênica envolvidos,
mamíferos em geral.
o material genético da prole é idêntico ao do genitor.
Os tipos de reprodução assexuada mais impor- 3. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
tantes são:
Divisão binária: processo comum em pro- bexiga ureter vesícula seminal
tozoários. O organismo se divide em duas
metades que crescem até o tamanho do or-
ganismo original.
Esporulação: nesse processo, comum entre
os protozoários, ocorre divisão múltipla do
núcleo seguida de divisão do citoplasma.
Brotamento: nesse processo, comum em
poríferos, um novo indivíduo surge como canal ejaculatório
Pênis
um broto a partir do organismo original. próstata
Fragmentação: nesse processo, encontrado canal deferente
epidídimo
em alguns platelmintos, o indivíduo se par- testículo
te em dois ou mais fragmentos que resulta- escroto
orifício
rão no desenvolvimento de um organismo urinário uretra
adulto. e genital
passagem dos espermatozóides. A vasectomia, efici- masculinos (caracteres sexuais primários); as caracte-
ente método contraceptivo masculino, consiste na in- rísticas sexuais secundárias que diferenciam homens
terrupção cirúrgica dos canais deferentes. Esse e mulheres. A distribuição dos pêlos (maior quanti-
método age impedindo que os espermatozóides sejam dade, na face e no peito, por exemplo), o tom da voz
liberados durante a ejaculação. Não há outros prejuí- e o desenvolvimento muscular e ósseo são algumas
zos às funções sexuais do homem após a cirurgia, ou das características sexuais masculinas.
seja, ereção e desejo sexual não sofrem alterações.
5. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
As vesículas seminais, a próstata e as glându-
las bulbo-uretrais formam os líquidos do sêmen, que O sistema reprodutor da mulher compreende
protegem e nutrem os espermatozóides além de esti- vagina, útero, tubas uterinas e ovários. A vagina é um
mularem sua motilidade. canal bastante elástico onde são lançados os esperma-
O pênis é o órgão copulador possuindo corpos tozóides; o útero é um órgão muscular oco, que abri-
cavernosos e corpo esponjoso. Essas estruturas en- ga o embrião e o feto até o nascimento; as tubas
chem-se de sangue e garantem a ereção do pênis du- uterinas comunicam os ovários com o útero; os ová-
rante a ereção. rios são os órgãos produtores de óvulos e hormônios
Durante a excitação sexual, estímulos nervosos femininos.
vindos do sistema nervoso autônomo (divisão do pa-
rassimpático) dilatam artérias do pênis, provocando
um acúmulo de sangue nesses tecidos. O pênis come-
ça a inchar e aumentar de tamanho, comprimindo as ureter fímbria trompa
canal de Falópio
veias e obstruindo o retorno do sangue. 0 resultado é bexiga ovário
Editora Exato 53
BIOLOGIA
fase folicular fase luteínica assim um corpo amarelo, o corpo lúteo. Este é uma
LH
importante estrutura secretora de hormônios femini-
FSH LH
nos, principalmente progesterona. Sob a ação da pro-
LH FSH gesterona, o endométrio uterino completa seu
desenvolvimento aumentando a quantidade de glân-
0 14° 28°
dulas e vasos sangüíneos(fase uterina secretora).
Caso não ocorra a fecundação a taxa do hor-
mônio LH cairá e, como conseqüência, haverá a atro-
fia do corpo amarelo. Com isso, a taxa de
Folículo ovulação corpo amarelo progesterona cairá o que resultará em descamação do
maduro (corpo lúteo)
endométrio (menstruação).
Caso ocorra a fecundação, o embrião será con-
ciclo ovariano
duzido das tubas uterinas ao útero onde ocorrerá a
estrogeno progesteona nidação. O embrião passará então a secretar o hor-
mônio gonadotrofina coriônica, que mantém o corpo
lúteo funcional e, portanto, impede a queda de pro-
gesterona. O corpo lúteo mantém-se funcional até
0 14° 28° mais ou menos o quarto mês de gestação quando en-
tão a placenta assume a produção de progesterona
ciclo uterino responsável pela manutenção do endométrio.
endométrio
A pílula anticoncepcional é um método contra-
ceptivo muito eficiente sendo considerado um méto-
do anovulatório, isto é, impede a ovulação. Essa
ausência de ovulação ocorre devido ao fato da pílula
ser constituída por hormônios sintéticos semelhantes
mestruação ao estrógeno e progesterona. A manutenção de taxas
alterações hormonais e uterina do ciclo reprodutor femenino
O ciclo menstrual se dá do primeiro dia da elevadas desses hormônios impedem a liberação de
menstruação até o último dia antes da próxima mens- FSH e LH pela hipófise, hormônios indispensáveis à
truação. Todo este mecanismo é controlado pela inte- produção dos gametas femininos.
ração dos hormônios hipofisários (FSH e LH) e
ESTUDO DIRIGIDO
gonadais (estrógenos e progesterona).
A fase mais expressiva do ciclo menstrual é a 1 Caracterize reprodução assexuada.
menstruação. Esta ocorre devido à descamação do
endométrio, que é a camada interna do útero, e, como
este é ricamente vascularizado, caracterizar-se-á por
um grande fluxo de sangue, que será excretado pelo
orifício vaginal. A descamação do endométrio ocorre 2 Caracterize reprodução sexuada.
devido a uma redução na taxa dos hormônios femini-
nos.
No início de um ciclo menstrual, devido a uma
redução nas taxas de estrógenos e progesterona, a hi- 3 Quais hormônios controlam o ciclo menstrual?
pófise libera o hormônio FSH na corrente circulató-
ria. Esse hormônio atua sobre os ovários, fazendo
com que se incie a maturação de folículos ovarianos.
Esses folículos em desenvolvimento liberam quanti-
dades crescentes de estrógeno na corrente circulató- EXERCÍCIOS
ria. Esse estrógeno atua sobre o endométrio, fazendo
com que este inicie o processo de proliferação (fase 1 (Santa Casa –SP) Qual das alternativas marcam,
uterina proliferativa). corretamente, as taxas de hormônio no sangue de
O LH é o segundo hormônio hipofisário a par- uma mulher grávida, durante a fase de implanta-
ticipar do ciclo. Esse hormônio é liberado em função ção do embrião?
das quantidades crescente de estrógeno e sua função Gonadotrofina Estrógeno Progesterona
é atuar sobre o ovário determinando a ovulação. As a) alta alta baixa
células do folículo que liberou o gameta (ainda ovó- b) alta baixa alta
cito) passam a produzir um lipídio amarelo gerando c) baixa alta baixa
Editora Exato 54
BIOLOGIA
d) alta baixa baixa e) só ocorre entre espécies onde não existem dois
e) baixa alta Alta sexos, e a sexuada ocorre nos seres em que há
diferença dos dois sexos.
2 (Fuvest-SP) O gráfico representa as variações
nos níveis de dois importantes hormônios re- 5 O uso de esteróides anabolizantes tem-se tornado
lacionados com o ciclo menstrual na espécie cada vez mais comum entre as pessoas que bus-
humana. Qual das alternativas indica fenôme- cam um desenvolvimento muscular rápido. O uso
nos que ocorrem, respectivamente, nos mo- freqüente desses esteróides, análogos à testoste-
mentos 1 e 2 do ciclo? rona, pode causar problemas cardiovasculares e
hepáticos, além de alterar o equilíbrio hormonal
hormônio 1 do organismo e aumentar a chance de desenvol-
nível hormonol
Editora Exato 55
BIOLOGIA
5 A
Editora Exato 56
FILOSOFIA
FILOSOFIA
FILOSOFIA
A cultura, com o acúmulo de conhecimentos e
1. O PENSAMENTO HUMANO ENQUANTO
de experiências pelas pessoas ao longo das gerações,
PENSAMENTO REFLEXIVO FILOSÓFICO torna o ser humano diferente dos animais. O ser hu-
O ser humano dos tempos pós-modernos tem mano utiliza tal aprendizado cultural para experimen-
em suas mãos ferramentas suficientes capazes de fa- tar, analisar e diferencia o que há de melhor na vida.
zê-lo diferenciar-se dos outros seres. Ora, sabemos Os animais também se utilizam da experimentação
que desde sua criação ele tem buscado transformar para se desenvolver, mas o homem atingiu primeiro o
sua história e, conseqüentemente a história do mun- estágio de encadear as idéias com um grau mais apu-
do. Ao diferenciar-se dos outros seres, Ele necessari- rado de raciocínio para um fim específico e determi-
amente se torna um agente transformador da história. nado.
Tal diferenciação é visivelmente vista na maior qua- Não podemos negar também que ao longo dos
lidade humana, a esfera do pensamento. Por meio do tempos o ser humano passou por várias mudanças até
pensar, o ser humano passa à qualidade de “animal” chegar ao estágio atual. Se olharmos a história huma-
diferenciado das outras espécies porque é capaz de na a partir de básicos fundamentos científicos bási-
pensar de maneira elaborada. cos, racionalmente aceitos, perceberemos que
A explicação para tornar aceita racionalmente realmente ele evoluiu bastante, desde a caverna ou a
essa diferenciação entre ser animal e ser humano tem pré-história, passando pelo homo sapiens, até chegar
gerado diversas discussões até nossos dias. Há um ao atual humano, dominador da Informática e da In-
tempo atrás, alguns pensadores apostaram suas “fi- ternet.
chas” na Teoria Criacionista para explicar porque vi- Todas as transformações humanas ou evolu-
emos ao mundo, ou ao menos explicar porque o ções se devem ao fato de que o homem percebeu-se
mundo existe. Sem respostas reais e evidentes capa- capaz de criar, inventar, dominar. Conforme a coisas
zes de tranqüilizar o pensamento humano quanto à iam acontecendo, ele crescia cada vez mais na cons-
sua existência, os cientistas da Teoria Criacionista as- ciência de sua consciência, do seu potencial como
sumiram Deus como resposta mais plausível para agente transformador da história. Sua percepção da
tantas interrogações acerca do mundo, do universo e própria consciência levou-o a concluir que necessita-
da existência humana. va conviver com outros de sua espécie de maneira
Outros pensadores, no entanto, desviaram seus harmoniosa e pacífica, por motivos de sobrevivência
pensamentos dessa teoria, pois não aceitavam que a em relação à natureza e às outras espécies animais.
existência humana e do planeta tenham sido algo rea- Por causa dessa percepção, não foi difícil para
lizado num “passe de mágica” por um ser que sequer o ser humano aceitar que viver em sociedade seria si-
conhecemos o seu rosto. Eles, por este motivo, co- nônimo de viver em comunidade (comum + unida-
meçaram a pensar a partir de uma nova perspectiva. de). Ora, essa vivência refere-se à regra fundamental
Acreditavam que o ser humano não havia sido criado da vida coletiva: saber dividir o “seu” com os outros.
por Deus como uma “mágica” em que se tira um coe- A vivência em sociedade também é um diferencial
lho da cartola, mas que ele evoluiu a partir de um fundamental do homem em relação aos outros seres,
macaco ou mesmo de um mamífero. Isto não quer di- visto que na natureza os animais comuns possuem
zer que viemos do macaco. Na verdade, a teoria refe- uma espécie de comunidade, (a das abelhas por e-
re-se à ancestralidade. Assim como há vários tipos de xemplo), mas essa vivência não altera a programação
flores mas a flor em si é única, havia também há mi- permanente da natureza. Com o homem ocorre a mu-
lhares de anos atrás diversos tipos de primatas, entre dança das regras da natureza pois ele se nega a ser
eles, o homo. parte desse eterno determinismo.
Mas, em quem podemos acreditar? Estaria com A vida social trouxe responsabilidades ao ho-
a razão a ciência, que procura através de provas e ex- mem que, como indivíduo isolado, não as possuía.
perimentação explicar a existência das coisas e do Devido a sua evolução, ele foi forçado a adquirir ain-
ser? Ou os antigos estavam corretos ao tomarem nas da mais conhecimento, aprender a respeitar o direito
sagradas escrituras o princípio Deus como explicação alheio e a exigir os seus. Assim, ele aprendeu a amar
para a existência humana e das coisas? Não poderiam a prole protegendo-a de tudo, mesmo que nessa prole
elas, a ciência e as sagradas escrituras, serem asas do tivesse alguém sem condições para enfrentar as duras
mesmo corpo? Toda essa discussão, entretanto, fica regras da seleção natural, ou fosse fragilizado por
num âmbito teórico mais complexo que não cabe a- questões de doença. Ora, no mundo animal em geral,
qui aprofundar. Por enquanto, ocupemo-nos apenas quando um bicho passa a não ser mais útil para a pro-
com os fatos. le, este é descartado sem qualquer escrúpulo. Neste
Editora Exato 1
FILOSOFIA
aspecto temos que questionar nossa postura humana a re-leitura, faça uma pausa e reflita sobre as idéias
dos tempos atuais. Não estaríamos hoje retrocedendo mais importantes que há no texto. Finalmente, escre-
em nosso processo descartando pessoas que julgamos va carta direcionada a um amigo, comentando a im-
inúteis para a sociedade ou para determinado sistema portância da existência humana e o rumo da
econômico, ou para a melhoria da família? sociedade, a partir da percepção humana de sua capa-
O ser humano aprende ainda a monogamia, cidade transformadora da história.
com o acréscimo do amor. Isto eleva os laços de con-
Comece assim:
vivência e provoca uma revolução no significado de
família. O homem tenta tornar sua vida algo eterno “Caro amigo/a, tenho refletido....”
na memória e na cultura de seus filhos, ele assume
2. A FILOSOFIA ENQUANTO INSTRUMEN-
sua condição humana e repassa essa atitude a seus fi-
lhos que a melhoram a fim de que um dia, no longín- TO DO PENSAR HUMANO
quo futuro, ele esteja maduro suficientemente para Considere o seguinte texto extraído do livro Fi-
conviver com o outro sem problemas de qualquer na- losofia para Jovens, de Maria Luiza Silveira Teles.
tureza. “O homem é um animal diferente. Só ele tem
Um outro aspecto diferenciador entre ser hu- consciência de si próprio e da realidade, pode refletir
mano e animal refere-se à arte. Temos a natureza que sobre isto e, também, agir sobre si, transformando-se,
possui mil maneiras de criar a arte. Entretanto, o ho- e sobre a realidade exterior, criando cultura e mudan-
mem aprendeu mil maneiras de apreciá-la, demons- do as circunstâncias. Não é apenas o fato de racioci-
trando um sentimento elaborado para tanto. Os nar, de ter um sistema nervoso mais complexo, mas,
animais passam milênios fazendo a mesma coisa, principalmente, o fato de poder opor o polegar e ser
como as aranhas que tecem suas teias fantásticas para capaz de manipular os objetos que o leva a se perce-
aprisionar suas presas, mas não escapam de seus mo- ber como algo separado do mundo, embora inserido
delos milenares. O homem pode criar a arte. E pode nele. Isto conduz a uma série de conseqüências, in-
fazê-la com maestria a ponto de, a partir dela mesma, clusive ao ato de filosofar.
experimentar novas formas. Tudo isso em prol do Já que ele não se mistura com a natureza, em-
bem comum. bora faça parte dela e só se realize nela, ele levanta
Mas, sejamos realistas, temos algumas obriga- questões como “quem sou eu?”, “qual a minha ori-
ções como seres humanos diferenciados. Temos o gem?”, “qual o meu destino?”, etc.
dever de preservar o cosmo, a vida humana. Temos A investigação filosófica, pois, consiste em
também o dever de trabalhar em prol do bem comum tomar como objeto da consciência o próprio ato de
a fim de que todos vivam com dignidade porque so- consciência das coisas, é uma busca do significado
mos todos uma parte privilegiada da natureza. Por is- imutável das coisas em si. Ela é uma atitude, um ato
so, atingir o bem comum e fazer a vida acontecer em de reflexão e apreensão, metodicamente controlado.
ritmo de boa vizinhança é uma tarefa fundamental Se ela é uma apreensão de algo que está além
para nós seres humanos. Se falharmos nesse aspecto das aparências e do nível aparente do que é dito, con-
social, estaremos, ao contrário do sentido de nossa siste, portanto, em:
existência, tecendo a própria falência humana em sua um esforço intelectual do pensamento para
busca fantástica pela razão de seu existir. a obtenção de uma resposta;
uma análise metódica;
Praticando o pensamento uma interpretação teórica;
uma reflexão sobre as possibilidades de cer-
O texto acima coloca você diante de uma rea-
teza ou não dessa interpretação.
lidade que se inicia agora em sua atividade filosófica.
A filosofia busca, então, respostas, eleva-se,
Tal realidade pode ser chamada de condição humana.
desenvolve-se, reflete-se, retoma, ao reconsiderar
É fundamental que você tenha elementos básicos so-
respostas anteriores. Ela não é uma conclusão a res-
bre o caráter diferenciado do ser humano em relação
peito de nada, mas, mais apropriadamente, uma colo-
à natureza e suas belas peripécias. Esta consciência
cação, um debate. Como diz Husserl: ‘a filosofia é,
da condição humana permitirá que você desfrutar
por essência, uma ciência dos começos verdadeiros,
com mais gosto das reflexões filosóficas sistemáticas,
das origens radicais’. O filosofar é, portanto, próprio
que a partir desse momento se iniciam.
da natureza humana. Que é isto? O que é o homem?
Neste momento, você é convidado a pensar Qual a sua humanidade?/.../ O legítimo filosofar é a
sobre o texto acima citado. Ele contém algumas idéi- tentativa de responder, pessoalmente, a uma pergunta
as iniciais que o introduzirão na arte de pensar a vida pessoal, sobre algo experienciado.
e o mundo. Releia-o e exercite seu pensamento. Após
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grado da desolação e da condenação. A tragédia é o
1. O PENSAMENTO ORIGINÁRIO
ser da realidade fundado numa identidade misteriosa.
É costume dizer que quando refletimos sobre a Incapazes de decifrar do conteúdo trágico a i-
vida a partir de fundamentos filosóficos, quando de- dentidade verdadeira do ser, tornamo-nos impotentes
batemos filosoficamente o mundo, sempre iniciamos para reabilitar a noção tão desgastada do ser humano.
com questionamentos nem sempre fáceis de resolver. Recorremos à ciência para chegarmos à via da histo-
Os questionamentos filosóficos não são gerados em ricidade, mas nos deparamos com um outro problema
vista de uma solução racional e inteligível. Eles são gerado pelas ciências fundadas na primazia do fenô-
formulados para exigir da consciência humana o ato meno sobre o universal: o presente haverá de ser
de pensar. Por esta razão, não cabe neles direciona- compreendido se recuperarmos adequadamente arti-
mento para um pensar único, perfeito e feito. O pen- culações do passado, esquecidas pela própria dinâmi-
samento não deve estar preso entre as paredes da ca da vida. Por isso, devemos pensar nas razões que
crença e do fundamentalismo, ou mesmo em catego- geraram uma ciência desesperada que, não tolerando
rias científicas que limitem o espaço em que a cons- esperar, se atropela na impotência de seu poder em
ciência é capaz de explorar na sua busca fantástica alcançar o mistério do pensamento. É necessário pois
pela verdade. despojarmo-nos de tudo quanto julgamos já saber so-
A finalidade da filosofia pode ser dita como o bre o pensamento dos primeiros pensadores, e resga-
fundamento e o sentido último de todos os fins, ou tarmos todo o pensamento ao longo da história,
seja a apreensão do ser. Mas há dificuldade de se en- aprendendo a dialogar com a tradição, gerando novos
contrar com a identidade no próprio seio das diferen- pensamentos.
ças. O ser contra o nada, a ausência contra a Um pensamento originário é a coragem de
aparência, o bem contra o mal, o inteligível contra o descer às raízes das próprias possibilidades de pensar.
sensível, o permanente contra o mutável, o verdadei- Um pensamento originário é um pensamento radical.
ro contra o falso, o racional contra o animal, o ne- Procura interpretar os modos de ser da realidade, res-
cessário contra o contingente, o uno contra o tituindo as estruturas de suas diferenças à identidade
múltiplo, a sincronia contra a diacronia. Onde po- do mistério. O modo de ser que nos apresenta como
demos apreender de fato o ser? E quando finalmente presente, não é originalmente um determinado pre-
o apreendemos, é essa apreensão verdadeira ou falsi- sente.
dade na aparência forçosa da verdade?
Nessa dúvida sistemática perpassa a certeza de Praticando o pensamento
que não haverá a imposição de nenhuma verdade que
não seja problematizada e pensada em todos os seus O texto acima coloca você diante de uma nova
aspectos por cada um de nós. Por isso, essa dúvida postura frente ao significado de filosofia. É funda-
nos abre sem possibilidade de fechamento à questão mental que você saiba o mais profundo significado
do sentido de nossas vidas. A verdade e a não- do que vem a ser atividade filosófica. O próprio ter-
verdade, a certeza e a ilusão são como um bufão em mo filosofia tem um significado interessante. Ele re-
permanente riso debochado de nossa consciência, fere-se à profunda amizade (filo) que alguém pode ter
como a dizer: vocês desconhecem o paradoxo da re- com a sabedoria (sofia).
volução do pensamento. O texto contém algumas proposições que de-
Por isso, para fazer filosofia, é preciso perder monstram a finalidade da filosofia. Releia-o e exerci-
algo da fé nas aparências, nas rotinas, nos dogmas e te seu pensamento. Após a re-leitura, faça uma pausa
crenças. Pensar, pois, é acordar o não-pensado. O re- e reflita sobre as idéias mais importantes que há no
velar autêntico do ser se dá na forma do pensar. Ele texto. Finalmente, escreva carta direcionada a um
surgiu quando o trágico travou a luz pensante do ra- amigo, convencendo-o da importância de se pensar
cional e do irracional, do físico e do político, do mito filosoficamente. Use os argumentos do texto e os
e do culto, do desespero e da salvação. seus argumentos críticos.
Trágico é perceber o nosso abandono desespe-
rado às forças da natureza, ao império fundado em 2. OS PENSADORES ORIGINÁRIOS
vontades e punições de deuses, à fatalidade do desti- Após nosso primeiro contato com idéias refe-
no que aponta para um determinismo que gera total rentes ao significado de filosofia, a sua finalidade e
impotência no ser humano. A tragédia é o palco sa- algumas de suas características fundamentais, vamos
agora para um segundo momento onde você terá a
Editora Exato 5
FILOSOFIA
oportunidade de ter contato com as idéias de alguns das coisas. O número era portanto o princípio primei-
dos maiores pensadores do Período Originário do ro de toda a realidade, a essência geradora e promoto-
Pensamento Grego da Filosofia. Entre com amor no ra da harmonia. Seria uma espécie de “tudo é
mundo desses filósofos, eles são fundamentais para número”. Mas, este filósofo não estava satisfeito com
entender não somente a filosofia, como também a sua perspicaz reflexão. Como as coisas acontecem,
História do Pensamento Humano até nossos dias. como há a multiplicidade dos seres? Há, na posição
No período Originário da Filosofia, há uma va- de Pitágoras, multiplicidade porque também há um
riedade muito grande de filósofos. Para melhor en- vir-a-ser constante. Conforme seu pensamento, a al-
tendermos o pensamento grego originário, é comum ma é imortal, mas vive em constante re-criação, ou
dividirmos ele em duas fases, a naturalista e a antro- vir-a-ser, sendo parte da constante revolução de um
pológica. Neste módulo nos concentraremos na filo- determinado ciclo. Esta afirmação nos leva a perce-
sofia naturalista. Selecionamos alguns dos mais ber que para Pitágoras nada é absolutamente novo.
importantes filósofos e representantes do Pensamento Ao avançar ainda mais em seu pensamento, Pi-
Originário, que são Anaximandro, Pitágoras, Herácli- tágoras recorre à idéia da existência de uma luta de
to e Parmênides. Vamos pois ao encontro deles. opostos – em seu caso, pares e ímpares – para con-
2.1. Anaximandro firmar sua teoria da multiplicidade das coisas. Mas
Anaximandro, que viveu por volta de 546 a.C., esta luta de opostos é reconduzida à unidade, ao um
buscava, como outros filósofos de sua época, uma pela harmonia matemática.
explicação válida e consistente para dar sentido e u- Um outro ponto fundamental do pensamento
nidade às coisas, à natureza e ao universo, visto que pitagórico refere-se à idéia da investigação. O estu-
essa explicação poderia nos ajudar a responder o sen- dar, o investigar, o erigir descobertas deveriam estar
tido de nossa existência. Pensador do período dito na- unidos ao ser, ao viver, ao relacionar-se. Para haver a
turalista, onde as idéias estava voltadas para o mundo compreensão da verdade é necessário que haja a vida
exterior, Anaximandro, ao sustentar o pensamento de vivida em seu cotidiano, com os outros. Vida esta
Tales de Mileto, afirmou haver uma substância pri- que deve estar incessantemente ligada à prática das
mária e uma lei, natural atuante no mundo gerando virtudes. Portanto, para a escola pitagórica, o acesso
um Movimento Eterno do universo, mas conservando à verdade se dá pela via da pureza e do amor ao bem.
um equilíbrio entre os diferentes elementos existen- Ora, para que haja progresso ordenado, antes
tes. de nos ocuparmos das coisas grandes, devemos nos
atentar em ocupar das coisas pequenas. Isto significa
que através de nossas virtudes nos tornaremos seme-
lhantes a Deus. Neste sentido, o pensamento pitagó-
A substância a que ele se referia, ou o “princí- rico deve ser visto a partir da idéia de ser enquanto
pio gerador” deste movimento, é denominada de a- tudo quanto é imaterial, eterno, essencialmente ativo;
peirón – algo indeterminado, infinito e em o que goza de uma existência própria, que se basta a
movimento perpétuo. Esta substância gerava um mo- si mesmo e permanece sempre como é. O vir-a-ser
vimento provocador de incessante separação de pares constante e inalterado por que numérico absoluto do
de opostos. Essa relação de separação acabava por ser na realidade é algo que devemos investigar pro-
gerar, para ele, freqüentes injustiças de ambos os la- fundamente pela via da virtude, ponte fundamental a
dos separados, necessitando pois daquela própria ser atravessada se queremos chegar à verdade.
substância e de uma lei natural atuante que tornasse 2.3. Heráclito
simétrica essa relação. Anaximandro resolve esta si-
Heráclito viveu por volta do ano 500 a.C., em
tuação apontando que, ao longo do tempo, os opostos
Éfeso, na Jônia. Seu pensamento também está volta-
pagam entre si as injustiças cometidas de maneira re-
do para a busca da unidade das coisas. Ele afirmava
cíproca. Podemos inclusive tomar o mesmo rumo de
que tudo estava em permanente fluxo. Sua teoria
vários intérpretes e afirmar que essa concepção cos-
fundamental diz respeito à essência, ao princípio ge-
mológica significaria a afirmação de uma Lei do E-
rador da realidade, que também considerava como
quilíbrio Universal, garantida através do processo de
um constante vir-a-ser. Para ele, tal essência em per-
compensação dos excessos, conforme podemos ob-
manente fluxo somente poderia ser explicada caso a
servar na relação frio /inverno – calor/: verão.
denominássemos de fogo pois este está em constante
2.2. Pitágoras mudança, em permanente fluir. Ele também não tem
Pitágoras, fundador de uma escola baseada em como escapar ao questionamento da multiplicidade.
suas idéias matemáticas e metafísicas, viveu por volta Sua explicação dá-se na idéia de que o vir-a-ser é
de 571 a.C. A escola pitagórica defendia uma harmo- uma luta, onde a vida e a morte revezam-se incessan-
nia cósmica baseada nos números enquanto relações temente. Ora, a unidade da realidade ocorria pela
Editora Exato 6
FILOSOFIA
harmonia e pela sabedoria universais, determinadoras letheia) e à certeza, fazendo com que permaneçamos
de um acordo entre esses opostos. no nível instável das opiniões e das convenções da
Heráclito refere-se à natureza como uma uni- linguagem.
dade de tensões opostas. Para ele, há uma harmonia Na terceira parte, ele defende a via da ascese e
oculta das forças opostas que geram a unidade da na- revelação como método de busca da verdade. Ele
tureza. Esta harmonia oculta não está no âmbito ex- busca uma unidade lógica que é incompatível com a
clusivamente cosmológico, mas na razão, no saber. A multiplicidade e o movimento percebidos, tais reali-
razão – logos – significa precisamente a unidade que dades defendidas pelos filósofos Anaximandro, He-
as oposições aparentes ocultam e sugerem. Assim, ráclito e Pitágoras.
pode-se afirmar que os contrários, em todas as di-
mensões da realidade, seriam aspectos inerentes a es-
ta unidade. Neste aspecto, o um imerge no múltiplo e Na terceira parte, Parmênides define que “O
a multiplicidade significa apenas uma forma de uni- que é” sendo “O que é” terá de ser único. Além do
dade. Numa linguagem simplificada, todas as coisas “O que é”, estaríamos apenas atribuindo existência ao
são um. Portanto, o logos seria, no pensamento de não-ser, que é impensável e indivisível. Por isso o
Heráclito, a unidade nas mudanças, nas tensões e no Ser é enquanto uno, imutável e eterno, imóvel, idên-
fluir permanente a reger os planos da realidade. tico, determinado. Não cabe no pensamento de Par-
A crítica de Heráclito a Pitágoras está no fato mênides considerar que uma coisa pode ser e não ser
dele propor a supremacia do Um sobre a multiplici- ao mesmo tempo. A esta contradição opõe-se o prin-
dade. A idéia do Uno imutável não está em concorde cípio que rege “o ser é” e “o não-ser não é”.
com um em permanente fluxo. Há a multiplicidade da Não há, entretanto, como rejeitar a existência
realidade mesmo que esta realidade múltipla seja re- do movimento no mundo que percebemos, pois as
conduzida à unidade por via da razão. Heráclito tam- coisas nascem e morrem, são mutáveis em seu tempo
bém tece críticas a Anaximandro quando este aponta e em seu espaço, geram e são geradas sob infinita
para a extinção dos conflitos e tensões entre os opos- multiplicidade de aspectos.
tos através da compensação dos excessos de cada Ora, para Parmênides, o movimento existe a-
“qualidade-substância” em relação ao seu oposto. Pa- penas no mundo sensível, e a percepção levada a e-
ra ele, o vir-a-ser é luta constante e não uma momen- feitos pelos sentidos é ilusória. Só o mundo
tânea oposição que exige compensação para chegar à inteligível é verdadeiro, pois está submetido ao prin-
simetria. Mas, Heráclito entende que o ser humano cípio que hoje chamamos na Lógica de identidade e
possui grandes dificuldades para perceber esta rela- de não-contradição.
ção visto que há uma ignorância na maioria dos ho- Esse princípio aponta que há identidade entre o
mens, incapazes de compreender a lei universal ser e o pensar. Ou seja, o que eu não conseguir pen-
regente de tudo. sar não pode ocorrer ou ser na realidade. Essa defini-
2.4. Parmênides ção de Parmênides é um abrir o leque para uma nova
O Eleata Parmênides viveu na primeira metade reflexão: a distinção entre a ciência construída pela
do século V a.C. Sua obra, escrita sob a forma de um razão e que nos dá a verdade, o Uno; e a opinião
poema, demonstra a perspicácia deste grande pensa- construída pelos sentidos e que não nos oferece a
dor. Em um poema extremamente profundo, ele revi- verdade, mas uma enganosa e aparente verdade.
taliza o debate em torno do ser que movimenta o O conhecimento dos seres humanos - a doxa -
universo. A divisão do seu poema é feita em três par- é iluminado pela verdade do ser. Mas esse conheci-
tes: mento sem a presença da razão pura gera apenas uma
Na primeira delas, ele defende a via da verda- percepção sensorial da realidade, portanto, mero en-
de. afirmando que o homem, ao se deixar conduzir gano do conhecimento. O engano é uma ausência
pela razão, é levado à certeza de que “O que é, é” – e com “pele” de presença.
que não pode deixar de ser. Chamamos esse princípio Entretanto, o ser humano é capaz de evidenciar
de identidade do ser. a verdade. Para tanto, é preciso que ele filosofe, veja
A segunda parte é dirigida a problemas rela- o ser na diferença com os seres. É preciso que ele
cionados ao senso comum, à opinião geradora de considere a presença das coisas a partir de um dife-
uma compreensão falsa da realidade com a aparência rencial fundamental, a aletheia (= verdade), evidência
de verdade. Neste ponto, Parmênides afirma que ao fundamental do ser. Ou de outra maneira, é a dimen-
considerarmos os dados empíricos e informações dos são do ser que permite evidenciar a diferença entre
sentidos para chegarmos à verdade, estamos trilhando aletheia – a verdade – e doxa – a opinião.
caminhos sem sentido. Tais dados e informações não Esses são os dois princípios fundamentais uti-
nos fazem chegar ao desvelamento da verdade (a- lizados por Parmênides para definir o mundo real na
Editora Exato 7
FILOSOFIA
perspectiva do ser. Pode-se, ora pensar o real, anali- Praticando o pensamento
sá-lo em processo de vir-a-ser segundo os dados for-
necidos pela opinião, pelo senso comum (doxa), mas 1) O pensamento de Anaximandro segue a i-
é de fundamental importância ajustar esses dados à déia de Tales de Mileto, pois ele afirma haver uma
concepção do ser, visto como a única via de pesquisa substância primária e uma lei natural atuante no
digna de fé. É necessário ajustar, porque não há sepa- mundo gerando um Movimento Eterno do universo.
ração entre doxa e aletheia, mas complementaridade. Para ele, o princípio gerador do movimento é deno-
A ilusão é somente falsa na medida em que a verdade minado de apeirón. Faça uma breve análise do signi-
vem à luz. ficado desse princípio originário.
Por esta razão, a filosofia de Parmênides não 2) Releia o texto de Heráclito e depois disserte
pode ser mecanicamente vista como “um espaço me- sobre sua concepção no que se refere à substância ú-
tafísico sobreposto a um espaço físico”. Ora, não po- nica ou princípio gerador da vida, o fogo. Comente
demos conceber o pensamento de Parmênides sob a também suas divergências com Pitágoras e Anaxi-
ótica da dualidade que luta entre si e não encontram a mandro.
harmonia. Isto seria incorrer em um erro grave.
Como, no entanto, chegar ao conhecimento 3) Um dos pontos fundamentais de Pitágoras
pleno da aletheia? Há algum instrumento deixado por refere-se à idéia da investigação. O estudar, o inves-
Parmênides, um método, um procedimento? O que tigar, o erigir descobertas deveriam estar unidos ao
Parmênides nos deixa chama-se Nous, uma realidade ser, ao viver, ao relacionar-se. A partir do que Pitágo-
dinâmica, com vida e movimento. O Nous é uma vi- ras percebe como atividade filosófica, como você en-
são do espírito para além da multiplicidade da per- tende a filosofia? Seria essa atividade uma união de
cepção sensível. O Nous quer ser um movimento que virtude e Busca da Verdade? Justifique sua posição.
atravessa os limites da doxa, mas faz esse percurso 4) O pensamento de Parmênides é dividido em
com destino certo e por certo não perigoso pois sua três grandes momentos. Descreva-os de maneira clara
função unificadora fundado no ser, capta a unidade e fundamentada. Faça em seguida a distinção de
do que se apresenta no real como múltiplo e descon- Parmênides entre Verdade (aletheia) e Opinião (do-
tínuo. xa).
Uma análise ainda mais sistemática desta idéia
de Parmênides nos evoca a relacionar aspectos que 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
estudam o ser (chamados de ontológicos) à questão Apreender a realidade consciente de que há
do conhecimento (chamado de gnosiologia), quando algo mais profundo em seu interior. É esse o papel da
ele vê no Nóos a essência do humano, que não se es- filosofia. Há que se perceber a realidade de maneira
vazia na totalidade do ser, mas que corresponde a ele lógica e unificada. Um todo feito partes ajustadas e
ao modo da presença e da ausência, da identidade na em permanente reconstrução. Talvez seja esse o nos-
diferença. so limite: conseguir apreender a partir de nossa limi-
A intervenção humana no processo de apreen- tada razão a constante mudança da realidade
são contínua da realidade se dá em seu interior com provocada pelo ser.
sua diferença. O ser humano lança na palavra racio- O pensamento originário nos mostrou que o
nalmente tecida a busca e não a posse plena do ser. É caminho a seguir é longo e de difícil acesso. Nossos
na realidade presente, nas coisas e na vida de todos instrumentos deverão ser o interrogar permanente e a
os dias que se deve aprender a perceber o ser, ou me- constante insatisfação com as respostas fornecidas
lhor, se deixar captar pelo ser, presente naquilo que é por nossa razão e nossa experiência. Ora, a finalidade
vivido. A “presentificação” se dá por meio de uma da filosofia é a busca dos fundamentos necessários
vivência de linguagem, que é tanto revelação divina – para que a apreensão do sentido último de todas as
aletheia – quanto diálogo fundado no senso comum e coisas não seja frustrante.
na opinião dos humanos – doxa. Através de uma per- Há que sistematizar o pensamento e a certeza
cepção unificadora, o dizer formulado na doxa des- para não haver imposição de verdades não problema-
cobre o mundo re-velando, trazendo à luz e tornando tizáveis e não pensáveis em todos os seus aspectos
verdade o ser. Ao rejeitar a idéia da dualidade confli- por cada um de nós. Por isso, é necessário que te-
tiva dessa relação, Parmênides finalmente sugere que nhamos dúvidas. A dúvida nos abre uma infinidade
o ser amarra o homem em laços firmes que excluem de possibilidades, ao mesmo tempo em que não se
o viver e o morrer. fecha diante da questão do sentido de nossas vidas.
Editora Exato 8
FILOSOFIA
FILOSOFIA
coisas”. Ou seja, as coisas são como lhe aparecem.
1. O PENSAMENTO ORIGINÁRIO DO PERÍ-
As pessoas decidem o que é verdadeiro para elas, e
ODO ANTROPOLÓGICO elas agem de acordo com o que se lhe apresenta co-
O Pensamento Grego é dividido didaticamente mo verdade. Com isto, quer-se dizer que não é a na-
em dois períodos fundamentais: o período naturalista, tureza a detentora dos rumos do comportamento
onde os filósofos dedicaram boa parte do seu tempo humano, mas os próprios indivíduos que são capazes
procurando razões naturais e empíricas para interpre- de tomar decisões por si próprios. No entanto, as de-
tar a existência do cosmos e, conseqüentemente, a e- cisões dos homens dessa época eram fundamentadas
xistência humana. no princípio da persuasão que na medida do seu de-
O pensamento grego naturalista ou cosmológi- senvolvimento tornava-se cada vez mais importante
co, representado pelas idéias de Tales, Anaximandro, que a verdade.
Anaxímenes, Heráclito, Parmênides e outros é apro- Ora, fundamentos do conhecimento baseado
fundado e sistematizado quando Sócrates, Platão e nesse tipo de sistematização sofística põem a ciência
Aristóteles começam a caracterizar conceitualmente a às ruínas e cria um sério problema moral visto que o
ciência e a inteligência. Há nessa época uma mudan- único bem é o prazer, e a única regra de conduta é o
ça de interesse, que passa da natureza para homem e interesse particular.
o espírito, o conhecimento e a moral.
Ora, essa mudança é pensada como uma ruptu- Praticando o pensamento
ra em relação ao pensamento originário. Tal ruptura
O texto acima coloca você diante de uma nova
demonstra que os gregos deram um novo rumo à his-
postura grega frente ao significado de filosofia. É
tória do pensamento ao optarem pelo uno desarticu-
fundamental que você saiba sobre o que os filósofos
lado do múltiplo, pelo inteligível livre do sensível.
antropólogos refletiam em seus ensaios filosóficos.
Devido a esta linha de pensamento, a filosofia produ-
Releia, pois, o módulo dois.
zida nesse período resultou na estruturação de um
pensamento metafísico. Daí ser dado a este período Depois de relembrado o conteúdo da primeira
também o nome de Período Antropológico, visto que etapa, vamos pensar sobre o texto acima citado. Ele
há uma valorização da importância e do lugar do ho- contém algumas proposições que demonstram a mu-
mem e do espírito no mundo. dança no objeto de pensar da filosofia. Releia-o e e-
Tudo parece começar com o advento da demo- xercite seu pensamento. Após a re-leitura, faça uma
cracia, que ganhara impulso logo depois das vitórias pausa e reflita sobre as idéias mais importantes que
atenienses e gregas sobre o Império Persa. Conside- há no texto. Finalmente, escreva uma carta direcio-
rando que o tipo de democracia grega exigia dos ho- nada a um amigo, comentando a importância dos fi-
mens adultos livres a participação no governo. A lósofos antropólogos para a humanidade.
democracia, nesta época, era desenvolvida com deba-
tes em praça pública. Surge daí um grupo de filósofos
denominado de “sofista”, ou seja, homem sábio. Tais
filósofos acreditavam em idéias que fossem úteis pa-
ra a política, e para que as pessoas tivessem sucesso
na vida. Sua metodologia de debate levava em conta
a capacidade de conquistar o povo pela persuasão.
Essa atividade de conquista do povo era a razão da
oratória sofística, sendo Protágoras e Górgias seus
maiores representantes.
Os sofistas especulavam profundamente sobre
o comportamento humano. Para eles, grupos diferen-
tes e diferentes indivíduos podem ter comportamen-
tos diferentes. Essa idéia era caracterizada de
relativista. Ora, a Teoria do Conhecimento sofística
pode ser caracterizada como uma teoria do relativis-
mo, da subjetividade e do ceticismo. Um dos mais
conhecidos sofistas era Protágoras, que cunhou a se-
guinte expressão: “o homem é a medida de todas as
Editora Exato 9
FILOSOFIA
FILOSOFIA
lado para outro, através de diferentes posicionamen-
1. O PENSAMENTO GREGO A PARTIR DE
tos e conceitos, questionando e redefinindo conceitos
SÓCRATES a fim de solidificar idéias e, por esse caminho, chegar
No período Originário da Filosofia, há uma va- à verdade.
riedade muito grande de filósofos chamados de natu- Sócrates era um polemizador de marca maior.
ralistas e antropólogicos. Alguns dos mais Polemizava suas idéias na praça do mercado, em A-
importantes naturalistas, conforme o módulo dois, tenas. Estava tão preocupado em descobrir o que era
são Anaximandro, Pitágoras, Heráclito e Parmênides, bom, justo e verdadeiro que acabara por afirmar que
que já estudamos. Neste momento, selecionamos al- a maior causa do mal era a ignorância, e, por esta ra-
guns dos mais importantes filósofos do período an- zão, o homem pecava por falta de conhecimento. Ele
tropológico da filosofia grega: Sócrates, Platão e tinha como objetivo de vida viver na justiça e formar
Aristóteles são os maiores representantes do Pensa- cidadãos sábios, honestos e temperados. Esse objeti-
mento Originário Antropológico. Vamos pois ao en- vo visava uma formação oposta a dos sofistas que a-
contro destes pensadores. giam com intenções direcionadas ao próprio proveito.
2.1. Sócrates Os sofistas formavam grandes egoístas, que lutavam
Sócrates é uma personalidade fundamental pa- uns contra os outros e escravizavam o próximo, além
ra a filosofia. Uma maneira de percebermos sua im- de sua metodologia negar a existência da verdade.
portância talvez esteja num episódio ao final de sua Sócrates não aceitava aquela maneira de ajudar os
vida. No momento em que Sócrates estava prestes a homens a viverem suas vidas.
morrer, e ele sabia da hora chegada, aquela em que O sentido da vida toma novo rumo com o pen-
sua alma entraria para a eternidade e com isto para o samento de Sócrates. Para ele, a vida não analisada
contato com a verdade absoluta, ele admite que a vi- não merece ser vivida. Para que haja vida verdadeira,
da é um erro e convida os seus amigos a o seguirem a pessoa tem que ir em busca da verdade, mas esta
em seu envenenamento. busca se faz via conhecimento fundado na virtude. O
Ele percebera os limites que o corpo infligia saber em Sócrates é conhecimento sólido, não deteri-
contra o acesso à verdade e à imortalidade da alma. orável, irrefutável. Ora, mesmo que não saibamos a
Finalmente a proximidade da morte parece lhe colo- verdade, é necessário sabermos que nada sabemos,
car cara-a-cara com a possibilidade da verdade. As- mas sem jamais desistir de buscar a verdade, ter pre-
sim, seu corpo, um obstáculo à essa busca já não faz sente a idéia da verdade, um lançar-se à procura do
sentido algum. Sócrates, na fronteira da morte, via-se verdadeiro saber.
ansioso por encontrar-se no Hades, na morada dos O diálogo provocador do pensar tinha, para
mortos, com ilustres pensadores ou com deuses que Sócrates, a função de ajudar a pessoa questionada a
finalmente poderiam decifrar os códigos da verdade. tomar consciência da própria ignorância. O exercício
A morte não tem sentido enquanto fim do ser. Ela é, da descoberta do próprio ser ignorante é uma espécie
antes de mais nada, a libertação da alma que, ao afas- de busca do próprio conhecimento. Em suas palavras,
tar-se do invólucro corpóreo, das ilusões e dos erros um conheça-te a ti mesmo. O ápice da sabedoria é
produzidos por ele, pode agora chegar a instância da atingido através da virtude que aponta para uma rea-
verdade absoluta. lidade franca: a verdade nasce quando a pessoa se dá
Nascido por volta do ano 470 a.C., Sócrates conta de que todo saber que pensava possuir não tem
não deixou nada escrito. Entretanto, seu discípulo na verdade qualquer verdade. O ser humano a esta al-
mais famoso, Platão, registrou os passos da vida des- tura encontra-se consigo na consciência racional de si
se grande filósofo. Na verdade, Sócrates é lembrado mesmo. Esse encontrar consigo na consciência ra-
muito mais por causa de sua maneira de ensinar. Ele cional quer afirmar que a verdade das coisas não po-
desenvolvera um método que consistia em diálogo derá ser captada pelo seu aspecto sensível, mas pelo
mediante perguntas. Esse diálogo visava chegar à próprio pensamento das coisas, ou seja, pelo univer-
descoberta do conceito, meio imprescindível de se sal que o pensamento apreende em todo o sensível e
chegar à verdade. que, na medida em que é apreendido pelo pensamen-
Para compreendermos o método de Sócrates to, transforma-se em conceito.
devemos em primeiro lugar considerar o diálogo co- O ato de pensar as coisas a partir de seu aspec-
mo artifício metodológico de procura da verdade. Ali to racional é, em outras palavras, um partir em busca
é o lugar da gestação e do nascimento da verdade. No da verdade com o objetivo de estabelecer um sistema,
diálogo, a pessoa caminhava reflexivamente de um um organismo lógico de conceitos. Ora, esse estabe-
Editora Exato 10
FILOSOFIA
lecimento quer nos levar a um patamar onde somos questões fundamentais tais como o ser, o conhecer e
capazes de olhar as coisas a partir de seu conceito u- o agir. Nascido por volta de 428 a.C., Platão baseia
niversal. Caso haja um fracasso nessa nossa busca, toda a sua filosofia na questão do ser. Por esta razão,
então a pregação dos sofistas tornar-se-á certamente via o filósofo como amante da verdade e de todo ser
insuperável: o conhecimento – como conhecimento verdadeiro, devendo por isso, aspirar desde a sua ju-
das particularidades é sem dúvidas relativo e contra- ventude à verdade sobre todas as coisas. Platão Fun-
ditório, sendo assim, a comunicação e as relações de dou a ACADEMIA, uma espécie de maquete de
respeito entre os homens tornam-se também imprati- todas as universidades. Nesta Academia, os estudos
cáveis. básicos estavam direcionados para a aritmética, a ge-
Entretanto, não buscamos a verdade com pers- ometria, a astronomia e a harmonia do som. Nela,
pectivas de fracasso. Se tomamos como nossa a bus- Platão intencionava treinar a mente dos homens para
ca de Sócrates, então para nós procurar a verdade capacitá-los a pensar por si mesmos à luz da razão. A
deve significar ir ao encontro da própria força supre- educação exigia esforça conjunto da parte do profes-
ma que pode orientar nossa vida, visto que ao agir- sor e do aluno em processo verdadeiramente dialéti-
mos mal acabamos por gerar dor e infelicidade. Com co. Nesta Academia estudou um dos maiores
isto, alcançar a verdade significa alcançar a salvação filósofos de que se tem notícia: Aristóteles.
da vida, relação essencial existente entre a verdade e No pensamento de Platão sobre o papel do
a vida. Por isso, a reflexão socrática direciona nossas verdadeiro filósofo, ele tece algumas importantes co-
vidas para o mundo da ética. locações. Em primeiro lugar, Platão aponta que o
O ensino dialógico de Sócrates tinha o objetivo verdadeiro amante do saber é aquele que deseja en-
de reconstruir o conhecimento através da extração de contrar a verdade desde sua juventude. Transfigura-
idéias. Sua forma de ajudar os outros a pensar seguia dos pelas virtudes que fazem o ser humano tornar-se
os seguintes passos: Ironia: Maiêutica: Introspecção: justo, o filósofo vai em busca de superar os limites do
Ignorância: Indução: Definição. conhecimento fornecido pelo corpo. Ora, quando os
O primeiro passo chama-se Ironia. Ela visa de- outros opinam dizendo que os filósofos são pessoas
sembaraçar o espírito de conhecimentos errados, pre- inúteis, que vivem “no mundo da lua”, que pouco se
conceitos e opiniões. Na ironia ridiculariza-se a interessam por questões práticas, na verdade eles es-
linguagem sofística das pessoas, levando-as a perce- tão desqualificando quem pode mudar o mundo, go-
ber que nada sabem acerca da verdade. vernando-o.
Uma vez chegada a conclusão da ignorância. Platão vê naquele que busca sinceramente a
Sócrates aponta o segundo passo, a maiêutica. A verdade das coisas, e a medida justa de tudo, um ser
maiêutica realiza o conhecimento verdadeiro pela ra- único capaz de mudar o mundo. Talvez por estar ple-
zão, extraindo-o através do próprio aprendiz. Na per- no de justeza, ele seja o mais capacitado a promover
cepção de Sócrates, a verdade não nos pode ser a transformação no mundo, a governar a sociedade.
transmitida por outros ou vir ao nosso encontro de Para Platão, o homem harmoniosamente constituído,
algum modo a partir do exterior. O ansiar por desco- despojado da avareza e da mesquinhez, da vaidade, e
brir a verdade é, para Sócrates, um sinal de que a da covardia, jamais poderá mostrar-se duro ou injusto
verdade está no ser de quem anseia. A verdade reside em suas relações com os outros. Esta é uma das mai-
numa dimensão diferente da exterior. Esta dimensão ores qualidades do filósofo.
somos nós mesmos, enquanto consciência. Mas, por que o filósofo é tão importante para
A maiêutica tem o objetivo de desmascarar a Platão? Uma resposta é o fato do filósofo ir em busca
falsa sabedoria e chegar a um conhecimento da natu- da verdade pura. Neste sentido, o próprio Platão faz o
reza do homem, limitado em sua busca. Ao buscar a papel nato do filósofo que busca incessantemente a
verdade que se esconde para além das aparências, o verdade. Para ele, a filosofia, tal como Sócrates, é a
ser humano passa por um processo de introspecção, ciência capaz de resolver o problema da vida. E o
voltando-se para si mesmo, dirimindo questões até maior de todos os problemas é o conhecimento pleno,
esvaziar-se de seu conhecimento aparente. Há então o ou o desvelamento da verdade; visto que o conheci-
reconhecimento de que o conhecimento está para a- mento prático, a gnose nascida do senso comum é li-
lém do senso comum. Há logo em seguida um novo mitada e pura aparência.
passo. Pela via dialógica, o ser humano volta ao Para enveredarmos no pensamento de Platão,
mundo universal a partir do particular a fim de atingir iniciemos com uma de suas mais famosas estórias: a
os limites da verdade através de conceitos. Alegoria da Caverna. Ela é uma maneira de Platão
2.2. Platão demonstrar como ocorre a sua Teoria das Idéias.
Aristocrata, discípulo de Sócrates, Platão foi o Imaginemos uma Caverna onde há pessoas.
primeiro a refletir e colocar em um sistema coerente Todo mundo acorrentado numa caverna desde a in-
Editora Exato 11
FILOSOFIA
fância. Com as cabeças presas, os prisioneiros só po- idéia e das almas. É uma questão de devir e de idéia,
dem olhar em uma direção, a direção da parede da a dissolução do mundo do devir no mundo das idéias.
caverna. Um fogo aceso atrás deles, e por entre eles e Ora, as idéias são o fundamento que permite diálogo
o fogo, pessoas circulam carregando objetos. Virados e, por conseguinte, a realização da utopia como pro-
para a parede, não conseguem ver o fogo ou as pes- jeto de humanidade em todos os níveis. Essa sistema
soas que circulam ou mesmo os objetos que elas car- de pensamento revela a percepção metafísica de Pla-
regam. Os prisioneiros vêem somente as sombras tão em relação ao ser feito mundo divino das idéias.
projetadas e julgam que elas são a realidade. De re- O evoluir do pensamento para além das apa-
pente, um homem foge, sai da caverna e vê o mundo rências, para o ápice das idéias permanentes exige
real. Ele volta mas, ofuscado pela luz, parece mais i- um processo dialético e dialógico. O diálogo e a dia-
diota do que antes. Convida os outros para sair e ver lética são possíveis graças ao Eros, aquele que busca
a nova realidade. Os outros não aceitam, preferem a metade que nos falta, aquele que nos faz desejar o
viver na crença da própria aparência. que nos torna felizes. Eros nos ajuda na mudança do
Esta alegoria é uma demonstração de que o diálogo para a dialética, que se faz pelo processo de
conhecimento aparente se apresenta a nós como se unificação desde uma interioridade em travessia à ex-
fosse pura verdade. Ora, a Alegoria da Caverna quer terioridade e vice-versa. O aprender consigo mesmo
demonstrar que o sensível é, na teoria platônica, insu- no responder e no perguntar nos faz crescer em nos-
ficiente para identificar o conhecimento. Em outras sa percepção e conhecimento da verdade e inclusive
palavras, a idéia, que não possuímos plenamente, é de nós próprios. O conhecer-me a mim mesmo diz
real e o real, que nossa percepção sensível capta natu- respeito ao apreender o ser que se revela em nós.
ralmente, é apenas aparência. O corpo, fonte de aces- Neste aspecto, Platão indica que a atividade fi-
so ao conhecimento primeiro, é um obstáculo ao losófica implica uma postura ético-metodológica do
conhecimento da verdade visto que ele revela apenas sujeito, sendo simultaneamente, abertura ao outro e
a aparência das coisas. abertura ao ser. É a ética e a razão do filosofar juntas.
No entanto, Platão postula que devemos consi- O método dialético ético realizado no diálogo com o
derar a percepção – e isso exige o sensorial – como outro nos ajuda a, através da argumentação racional,
condição necessária para fazer a razão chegar ao ápi- encontrar o caminho que ascende da opinião à verda-
ce das idéias. Esse subir racionalmente do sensorial de justa. Por isso, há de fato uma necessidade ima-
ao mundo das idéias é um processo dialético ascen- nente do outro, o que nos leva a formular uma
dente enquanto que o processo inverso pode ser cha- concepção ética, cujo fundamento se encontra na sub-
mado de dialético descendente. Na verdade, esse sair jetividade, mas que exige de nós a racionalidade a
de nossas próprias percepções sombrias, é um passo fim de que a humanidade seja realizada. E realizar a
fundamental caso queiramos ver sair da caverna e ver humanidade significa libertar inteiramente da sensibi-
o mundo real. lidade para o permanente mundo das idéias.
Ora, o sensível é insuficiente ao conhecimento 2.3. Aristóteles
porque está manifestado de erros. Por esta razão é O estagirita Aristóteles, discípulo incondicio-
necessário que pela anamnesis sejamos capazes de nal de Platão na Academia, nasceu em 384. Sua mai-
transitar da subjetividade às idéias pois o verdadeiro or atividade social e política talvez tenha sido a de
conhecimento só se produz a partir da relação com as educar Alexandre, o grande. Aristóteles fundou tam-
idéias, que está além das aparências. Podemos ainda bém uma espécie de faculdade, o LICEU, tido como
afirmar que uma vez longe do mundo das idéias, a superior à Academia. Sua maneira de ensinar tinha
verdade desaparece de nossas mentes. Platão refuta como metodologia o caminhar. Por esta razão, seus
tal premissa revelando que mesmo que esqueçamos a alunos eram chamados de peripatéticos.
realidade ideal, nossa lembrança do que conhecíamos A organização lógica do nosso pensamento em
antes de conhecer em realidade – anamnesis – faz- silogismos, ou seja, em premissas e conclusões, é fei-
nos saber aquilo que nunca experienciamos. Assumir ta por Aristóteles. Ao refletir questões do pensamento
a anamnesis significa aceitar o fato de que podermos ele define como meio fundamental de acesso ao co-
conhecer a verdade não significa que a conhecemos. nhecimento a filosofia. Filosofia é teorética e, por is-
A nossa busca pela verdade deve estar fundada so, busca pensar os problemas mais profundos do
em princípios da racionalidade enquanto instância universo. Ora, a filosofia enquanto ciência das causas
que permite aproximação com o eterno, o imutável, primeiras, é fatuamente teórica, e eleva o ser do esta-
as essências, as idéias. Apesar desta concepção pla- do de ignorância para o estado de sabedoria.
tônica supor uma divisão no âmbito do ser, uma sepa- Para Aristóteles, o conhecimento de todas as
ração entre idéia e alma, a psyché deverá determinar coisas encontra-se necessariamente naquele que, em
o nexo estrutural, ou seja, o princípio unificador da maior grau, possui a ciência universal, porque ele co-
Editora Exato 12
FILOSOFIA
nhece, de certa maneira, todos os sujeitos, ou casos tendamos por potência como o não-ser atual e a ca-
particulares do universal. Mas ao ser humano, por pacidade de ser, e como ato o ser efetivo.
seus limites que não vão além do sensorial, torna-se O pensamento aristotélico caracteriza-se então
difícil chegar ao conhecimento universal. Há neces- como um pensar analítico, que fundamenta uma
sidade de filosofar. Mas há que diferenciar entre a- forma de acesso ao real, e uma visão de mundo arti-
quele que apreende o pensamento dos filósofos e culada em contraposição à forma de saber da tradição
aquele que debate com eles seus pensamentos. grega até então, que era dialética. Mas a analítica a-
Aristóteles afirma que filosofar é uma questão ristotélica tem uma preocupação fundamental, a de
de atitude. E tal atitude se inicia pelo “admirar” co- salvar a racionalidade humana do arbítrio em virtude
mo fonte de aprendizado filosófico. do emprego do jogo de opostos feito por sofistas.
Se cabe ao filósofo o belo papel de admirar o Aristóteles não tolerava os sofistas. Contra o
ser, logo, é tarefa da filosofia captar e tematizar o pensamento falacioso destes pensadores, ele dividiu
permanente, o imutável em todas as coisas, ou seja, a em categorias os diferentes tipos de coisas que po-
physis: totalidade do real, o necessário e permanente. demos dizer algo. As categorias são substância, qua-
Ao apontar um conceito mais elaborado para physis, lidade, quantidade, relação, lugar, tempo, posição,
Aristóteles revela sua visão metafísica das coisas e do estado, ação, propriedade. Ora, ao categorizar as coi-
próprio ser humano. Para ele, todo o homem deseja sas, Aristóteles revela sua visão cosmológica do
naturalmente saber. Mas esse conhecer exclui o com- mundo. Nesta visão, sua organização metodológica
portamento prático e utilitarista. Há que se ter na ver- leva a termo uma descrição precisa dos fenômenos.
dade um comportamento admirativo. Ora a Tal organização é assim desenhada: em primeiro te-
admiração é o elemento fundamental da gênese do fi- mos a causa material que constitui as coisas e permi-
losofar. Devemos, no entanto, chegar através da ad- te que haja mudança; a causa eficiente, o evento em
miração filosófica à consciência da ignorância por processo levando a um resultado; causa formal, a
meio da percepção de uma dificuldade. O admirar realidade que leva à mudança; causa final, razão ex-
remonta à tese básica da identidade fundamental, a- terna da mudança. A causa final é um princípio bási-
quela em que Parmênides nos apresenta: pensar e ser, co de sua filosofia que indica haver finalidade em
onde o Ontos é o todo e o Logos é a reunião prévia de tudo. O ser humano nasceu para a finalidade de pen-
todos os entes cada um em seu lugar. sar. Essa visão finalista da natureza das coisas é cha-
O pensamento aristotélico não nega, contudo o mada de teleologia, uma maneira de explicar o
movimento que é uma característica real do ser en- desenvolvimento dos seres vivos e das pessoas.
quanto realidade. No entanto, sem negar o movimen-
to, o verdadeiro sentido da realidade no pensar Praticando o pensamento
aristotélico é a imutabilidade. Essa é a maior diferen-
ça entre o pensamento de Platão e o de Aristóteles. 1) O pensamento de Sócrates é muito impor-
Enquanto Platão separa o mundo das idéias do mun- tante devido ao seu método de apreensão do conhe-
do das aparências, o estagirita afirma que a idéia e- cimento. Chamado de maiêutica, esse método tem
xiste na matéria, ou a essência existe na substância. várias fases quando colocado em prática. Faça uma
Assim, o conhecimento do ser deve se iniciar no co- breve análise explicando como é na prática esse mé-
nhecimento do real. Com isto, Aristóteles coloca no todo de Sócrates.
centro da reflexão filosófica o conceito fundamental 2) O pensamento de Platão é muito importante
de essência. para entendermos os problemas relacionados ao co-
A essência é interna possibilitas, ou seja, é a nhecimento sensível e ao conhecimento racional. Pa-
possibilitação interna de uma coisa, sua necessidade, ra tanto ele faz uso de um conto chamado de Alegoria
aquilo que faz com que ela seja necessariamente o da Caverna. Releia no texto essa alegoria e faça uma
que ela é. Cabe aqui afirmar a essência como princí- síntese da história interpretando cada personagem e
pio de identidade da substância, onde a substância é a cada ato da alegoria.
junção de matéria e forma. Logo, os dois principais
aspectos da realidade física para Aristóteles são a 3) No pensamento de Aristóteles há uma dife-
substância, ou tudo o que se constitui; e a essência, rença muito grande sobre o significado de conhecer
ou o que tudo realmente é. Neste aspecto, Aristóteles em relação ao pensamento de Platão. Reflita e tente
avança em sua reflexão sobre o permanente, ou a es- descrever o pensamento de Aristóteles destacando es-
sência, e o mutável, a substância. As coisas mudam sa diferença.
porque à medida em que há o andamento natural das
coisas, tais coisas vão realizando o seu potencial. En-
Editora Exato 13
FILOSOFIA
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma nova caminhada da filosofia se dá com a
mudança de ótica do pensamento grego. O cerne dos
questionamentos não está mais na realidade a ser a-
preendida, mas no ser que gera a realidade e a trans-
forma a medida que o tempo passa. Não há somente a
mudança de ótica do pensar grego, mas em Sócrates
se inicia uma nova maneira de pensar. Seu método de
fazer parir as idéias é uma singular maneira de cons-
truir o conhecimento sobre a verdade, sobre o ser, e
sobre o universo. Em Platão, o diálogo transforma-se
em Dialética. O pensamento evolui para além das a-
parências, para o nível mais elevado das idéias per-
manentes, que exige um processo dialético e
dialógico.
Mas, em Aristóteles o debate ganha novos a-
res. A dialética platônica dá lugar à analítica. Não é
mais o diálogo que fornece as informações e o co-
nhecimento. Aristóteles constrói os argumentos, tece
um método para se conhecer sem que haja necessari-
amente o diálogo. Para ele, o ser humano veio ao
mundo para a finalidade de pensar. Por isso há que se
considerar fundamentos argumentativos para che-
garmos ao conhecimento da verdade. Aristóteles será
o grande pensador, o mais influente até nossa época
pois sua filosofia dá novos rumos à ciência e sua fi-
nalidade.
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exigia a existência de uma fé comum e infalível, a
1. ATIVIDADEFILOSÓFICA EM ALGUNS
fim de estar acima das mudanças temporais e do pen-
PENSADORES MEDIEVAIS samento humano, em constante ataque por variadas
A divisão mais profunda da História da Filo- correntes filosóficas.
sofia é marcada pelo Cristianismo. Mas, ao pensar- Assim, dogmas foram proclamados contra os
mos essa divisão temos que considerar que não há, no quais não havia contestação. Dentro dessa redoma, a
sentido próprio do termo, uma filosofia cristã, visto filosofia cristã tentava promover o diálogo entre fé e
que o pensamento cristão é de cunho religioso. Mas, razão, gerando argumentos que não podiam ser con-
por pressupor uma concepção bastante específica do testados, pois seus fundamentos se encontravam na
mundo e da vida, sua doutrina faz uso de fundamen- revelação divina, fonte única da verdade. Mas duran-
tos filosóficos. Sua primeira fase se dá entre o segun- te esse período de desenvolvimento da filosofia cris-
do e o oitavo século. Esta fase é chamada de tã, alguns filósofos arriscaram envolver-se em
Patrística, pois representa o pensamento dos Padres debates delineadores do pensar, quebrando a redoma
da Igreja. Nela, há uma busca especulativa profunda da teologia para ex-trair dela a filosofia e dar-lhe de
para resolver o problema do mal. Do nono ao décimo volta a liberdade de pensar com seus próprios argu-
quinto século ocorre a segunda fase, chamada de Es- mentos, a razão e, também, a própria fé. Centraremos
colástica, pois representa a filosofia ensinada nas es- nossa atenção em apenas alguns filósofos mais im-
colas da época por mestres chamados escolásticos. portantes do Pensamento Medieval.
Nela, o pensamento cristão cria a filosofia cristã ver- 1.1. Santo Agostinho
dadeira e própria. A partir desses dados fundamen- Nascido em 354, Santo Aurélio Agostinho é
tais, tomaremos nossa postura reflexiva sobre os considerado um filósofo neoplatonista, com uma ex-
filósofos que fizeram escola no período em que o periência de fé profunda. Por esta razão, ele deixa-se
Cristianismo se expande e passa a indicar os rumos conduzir pela fé quando exerce uma atividade filosó-
do pensamento no mundo. Mas, atentamos à verdade fica. Conforme Agostinho, a filosofia é importante
de que há uma ruptura ordenada com o pensamento para a fé enquanto lhe mostra a racionalidade, dando
grego clássico. compreensão e coerência. Fazendo uso da filosofia
No mundo grego, a percepção das coisas se como solucionadora da vida, Santo Agostinho acredi-
dava a partir da idéia de movimento. As coisas se ta poder chegar a uma solução integral. No entanto,
moviam, tornavam algo e deixavam de ser algo, de- ele defende a posição de que a última palavra deveria
monstrando um constante e perpétuo vir-a-ser. Por estar na revelação, fonte da verdade definitiva porque
esta razão não havia problemas com relação à não- provinda de Deus. Essa posição era tão importante
existência. Para o Cristianismo, no entanto, as coisas para Agostinho que ele chegou a afirmar em seu livro
poderiam não ser pois sua existência requer uma jus- As Confissões que a vida feliz é a alegria que provem
tificação. A não justificação resulta em que a coisa da verdade. Tal é a que brota em vós, ó meu Deus.
em si deixe de existir. Esse tipo de filosofia promove Ou uma outra assertiva mais adiante, revela magis-
o niilismo. Logo, no mundo grego as coisas são vari- tralmente sua postura filosófica, onde encontrei a
áveis, enquanto no pensamento cristão, o “nada” é verdade, aí encontrei a meu Deus, a mesma verdade.
um pretendente a ser. O que está aí, o ser da visão Ora, ele aponta que somos demasiados fracos para
grega é redefinido pelos filósofos cristãos como o descobrir a verdade apenas pelo raciocínio.
não ser nada. Assim, podemos perceber que há no Logo, podemos perceber que a atividade filo-
novo pensar filosófico a partir do Cristianismo um sófica está em pleno vapor nesta época. Uma amostra
acréscimo argumentativo que diz respeito ao ser cri- da importância da filosofia na vida de Santo Agosti-
ador e ao ser criado. nho, e uma prova de sua atividade racional, está em
Ora, os séculos que se seguiram após o Cristi- sua definição de tempo. O tempo é enquanto possibi-
anismo tornar-se a religião oficial de Roma, tiveram lidade futura provada na expectação ou memória viva
uma profunda mudança no eixo de reflexão filosófi- e real do presente no qual perpassamos, com nossos
ca, ao ponto de a História do Pensamento Filosófico atos e atitudes. Mas, quanto a Deus? Como se pode
chegar ao final do século XIII dominado quase por falar de tempo em relação a Deus? Santo Agostinho
completo, pela Teologia Cristã. Mas para chegar a es- sustentava que Deus é eterno e, por isso, está fora do
te ponto, a Igreja conseguiu um feito único no mun- tempo. Então, o tempo para Deus é um eterno presen-
do, uniu com a magia de uma crença invariável a te. Isso levou Agostinho a tomar a postura de que
maior parte do continente europeu. Ora, a unidade somente o presente realmente existe.
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1.2. Santo Anselmo condutor de seres humanos ao reino da imortalidade e
Bispo da Cantuária, Santo Anselmo nasceu em da verdade. Esse é o centro de seu pensamento, a dis-
1033. Seu pensamento pode ser definido com a sua tinção da teologia natural da teologia revelada. A
mais famosa frase: eu não procuro compreender-te primeira, segundo ele, provem a atividade da razão e
para crer, mas creio para poder compreender-te. das experiências sensíveis. A segunda, da fé, da graça
Com essa epígrafe podemos afirmar que Santo An- e das escrituras. O objeto das duas, porém, é a apre-
selmo dedica sua atividade filosófica a tentar esclare- ensão de Deus.
cer com a razão o que ele já possuía como fé. Ou Santo Tomás era um sacerdote com visão ex-
seja, o objeto revelado deveria ser confirmado pela pansionista da fé cristã. Neste sentido, ele reconhece
iluminação do raciocínio. Assim, a razão humana de- a dificuldade em debater a verdade revelada com pes-
veria ser vista como lançadora de luz sobre os misté- soas que não reconhecem as sagradas escrituras como
rios da fé cristã, demonstrando sua coerência, sua autoridade máxima da verdade. Desse reconhecimen-
conveniência e sua necessidade. Logo, sua proposta to surge a necessidade de se recorrer à razão natural
se resume no fides quarens intelectum e credo ut in- para argumentar assuntos teológicos. No entanto, há
telligam (a fé que procura o intelecto para tornar a que se precaver de um limite lógico, a razão natural
própria fé inteligente). pode enganar-se quando da argumentação sobre as
Por tal razão filosófica, há que se pensar uma coisas de Deus, em especial sobre a verdade revelada.
realidade ontológica fundada na teologia para tornar Então, a filosofia e a teologia tinham como objeto de
a própria atividade intelectual válida diante da fé na especulação o divino, Deus.
revelação. A filosofia de Santo Anselmo funda o ar- Em contestação a Santo Anselmo, Tomás de
gumento ontológico para demonstrar a existência na Aquino apresenta cinco provas da existência de Deus.
realidade e na natureza algo do que o qual nada se A primeira é o argumento do movimento. O movi-
pode pensar. O algo para além do pensar não é o na- mento está em toda parte. Alguém o causa, logo deve
da, mas algo para além do entendimento. O para a- haver um Deus como o Motor Imóvel de Aristóteles.
lém do pensar é uma possibilidade válida pois A segunda prova é o argumento das causas. Quem
consideramos que o ser enquanto totalidade é mais causa as causas? Existirá uma causa primeira e ina-
universal amplo do que nossas limitadas capacidades cabada? Conforme Tomás de Aquino, sim. A terceira
de apreendê-lo. Daí a necessidade da crença preexis- prova é o argumento da contingência. Como expli-
tir em relação à razão. camos a contingência na natureza? Somente pela e-
O que mais intrigou os filósofos dessa época xistência de um Ser Necessário que esteja além da
foi o argumento ontológico, que pode ser descrito contingência. A quarta prova é o argumento dos
da seguinte forma: “Dizemos que Deus é o maior ob- Graus de Perfeição. Há graus de perfeição na nature-
jeto do pensamento. Ora, se dizemos que uma coisa za. Isso implica a noção de perfeição, que por sua
não existe, outra coisa exatamente igual, se existisse vez, implica o que podemos chamar de Um Ser Per-
pelo simples fato de existir, seria superior. Portanto, feito. Finalmente a Quinta prova, argumento da Or-
se Deus não existisse, poderíamos imaginar algo su- dem Universal. Em tudo o que vemos há adaptação
perior, ou seja, um Deus que exista. Já que podemos ou acordo. Isso é um desígnio que manifesta uma In-
conceber este Deus superior, o próprio Deus deve e- teligência que organiza as coisas.
xistir, do contrário, existiria um ainda superior. Logo, A profundidade de tais argumentos sugerem
Deus existe”, nesmo que tenha provocado uma revi- uma profunda organização da atividade racional em
ravolta com tal argumento, Santo Anselmo é uma re- defesa da fé cristã.
al amostra do aprofundamento filosófico nesta época 1.4. Filósofos Árabes: Avicena e Al-
da história do pensamento. Gazzali
1.3. Tomás de Aquino Um pouco antes de Santo Anselmo, alguns
O italiano Santo Tomás de Aquino nasceu em pensadores árabes se destacaram no mundo da filoso-
1225. Seus estudos eram fundamentados pela filoso- fia. Avicena, nascido em 980, tentou uma síntese en-
fia aristotélica. Ele parte de Aristóteles para organizar tre o Islamismo, Platão e Aristóteles. Sua concepção
os ramos do conhecimento num sistema completo. filosófica é a de que esta é uma ciência com o fim de
O objeto de sua filosofia volta-se para o divi- informar acerca da verdade de todas as coisas na
no, sem o qual não há sentido debater sobre o mundo medida em que for possível ao homem. A possibili-
e o homem. O pensar filosófico faz sentido somente dade do conhecimento da verdade deve ser objeto do
enquanto sustentáculo do pensamento teológico, pois homem que deseja a nobreza e a perfeição para a sua
a verdade além de estar revelada, seu sentido é defi- alma. Há assim dois tipos de filosofia, a prática que
nitivamente garantido a partir da fé. Ora, a sabedoria, visa a busca do bem, e a teórica que visa a busca da
conforme Santo Tomás de Aquino, é apenas um fio verdade.
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No esforço de buscar a verdade, um outro filó-
sofo, de nome Al-Gazzali aponta para a necessidade
de se certificar das bases da certeza. A certeza é o
mais claro e completo conhecimento das coisas, des-
de que não haja nos espaços dos argumentos margem
para a dúvida e o erro. Neste sentido escreveu o tomo
Destructio Philosopharum onde afirma que a filoso-
fia fazia mal, pois mesmo que ela fosse capaz de ge-
rar argumentos racionais válidos, a verdade eterna
estaria centrada em Deus.
Praticando o pensamento
O texto acima coloca você diante de uma nova
realidade a partir da Idade Medieval e a atividade fi-
losófica desse período. Tal realidade pode ser cha-
mada de A filosofia a partir do Pensamento
Teológico Cristão. É fundamental que você tenha e-
lementos básicos sobre o caráter diferenciado da filo-
sofia cristã em relação à filosofia clássica nascida na
Grécia. Saber perceber as diferenças o permitirá a-
profundar as razões para a Revolução do pensamento
a partir do Século XVI.
Neste momento, você é convidado a pensar
sobre o texto acima citado. Ele contém algumas idéi-
as básicas que o ajudarão e o introduzirão na arte de
pensar a vida e o mundo a partir da Idade Média. Re-
leia-o e exercite seu pensamento. Após a re-leitura,
faça uma pausa e reflita sobre as idéias mais impor-
tantes que há no texto. Finalmente, escreva uma carta
direcionada a um Padre da Igreja Católica Romana,
oferecendo explicações sobre as razões assumidas pe-
la Igreja para deter o pensamento filosófico e atrelá-
lo ao pensamento teológico da Igreja.
Comece assim:
“Caro amigo/a, tenho refletido....”
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do, celebrado, exaltado até à divindade, livre de si.
1. O MODO DE CONCEBER E FAZER FILO-
Ocorre de fato um endeusamento do homem demons-
SOFIA EM ALGUNS PENSADORES MO- trando a existência de uma redescoberta da Filosofia
DERNOS Antiga, mas desta vez exaltando o Humanismo. O
novo pensar no início da Era Moderna indica que o
1.2. Visão Panorâmica do Modo de
sentimento vigente na época era o de que as pessoas
Pensar Moderno não pareciam ser tão incapazes de conhecer a verda-
A História do Pensamento Moderno iniciada de, como a filosofia cristã deixara transparecer.
por volta do século XIV é um exemplo evidente de Na busca de auto-afirmação diante de um
que nossa maneira de “olhar” o mundo ainda está em mundo em reordenação surge a idéia da mecânica do
um processo de construção. Nessa época, a mudança universo. Esta nova postura do pensar refere-se em
na rota da história do pensamento provocou uma re- primeiro lugar à geometrização do espaço. Na física
viravolta nas questões relacionadas à percepção do aristotélico-tomista, o espaço fora caracterizado co-
Cosmos. Tal mudança leva a concepção greco- mo topográfico ou topológico, ou seja, rico em aci-
romana cristã, que promovia a idéia de uma ordem dentes. A nova concepção espacial o vê como neutro,
fixa segundo hierarquias de perfeição, dotada de homogêneo, mensurável, calculável, sem hierarquia e
centro e de limites conhecíveis, cíclico no tempo e sem valores, portanto, sem qualidades. A geometri-
limitado no espaço, a uma nova fase, com o reorde- zação do espaço diz respeito à idéia de que o univer-
namento de idéias e de questões filosóficas da época. so, feito de figuras geométricas circulares e
No lugar da concepção de uma ordem fixa surge a i- triangulares, parece escrito em linguagem matemáti-
déia do Universo Infinito, para além dos limites hu- ca.
manos, aberto no tempo e no espaço. Blaise Pascal Essa nova postura diante do universo requer
retrata a nova mudança na seguinte frase: “esfera cu- também uma nova concepção da ciência da natureza
ja circunferência está em toda parte e o centro em enquanto pensamento acerca do cosmos baseado na
nenhuma.” mecânica. O princípio da mecânica que fundamenta a
No século XIV e seguintes, as crenças das pes- ciência da natureza da Idade Moderna postula que to-
soas passavam por uma drástica mudança. Em vários dos os fenômenos naturais são corpos constituídos de
campos sociais e científicos a humanidade passava partículas dotadas de grandeza, figura e movimento
por câmbios os mais diversos. O comércio florescia, determinados. Ora, para conhecer a natureza é preci-
a quantidade de bens produzidos era cada vez maior, so estabelecer as leis necessárias do movimento e do
resultando em excedentes e desenvolvendo cada vez repouso que conservam ou alteram a grandeza e a fi-
mais as relações de mercado através da troca via es- gura das partículas. Ou seja, é necessário que se acei-
pécie monetária. As cruzadas haviam deixado aberto te a concepção física da Causa e do Efeito. Por esta
o caminho para o Oriente, a imprensa dera um passo razão, devemos repensar nossas idéias de Substância
importante na propagação do conhecimento a partir e de Causalidade. Ora, o mundo greco-romano pen-
de Gutenberg. A invenção da bússola motivou nave- sava a existência de uma pluralidade infinita de subs-
gantes a avançarem cada vez mais em suas descober- tâncias. Essas substâncias podem ser um gênero, ou
tas marítimas, derrubando crenças nunca antes uma espécie ou mesmo um indivíduo, cada qual com
questionadas. Uma Nova Era estava sendo construí- seus modos ou acidentes e suas próprias causalida-
da. A essa época de grandes mudanças universais de- des.
nominamos de Renascença. A Renascença é o Os modernos simplificam tal conceito, afir-
resultado da explosão do pensamento humano em vi- mando que a substância é toda realidade capaz de e-
as de libertação das crenças cristãs. xistir ou de subsistir em si e por si mesma. Neste
Ora, essa nova postura que então se desenhava caso, há três substâncias: a extensão - matéria dos
estava sob a bandeira de um movimento filosófico corpos regida pelo movimento e pelo repouso. O
chamado de Humanismo Imanentista. Ele procurava pensamento - a essência das idéias, e constitui as al-
destruir a harmonia do Pensamento Clássico baseado mas. Por fim, o infinito, ou seja, a substância divina.
na transcendência cristã. Ele privilegiava os interes- A partir dessas três substâncias ocorre o processo de
ses e ideais materiais e terrenos, colocando de lado conhecimento, que se fará pelo princípio da causali-
valores espirituais e religiosos. Para o Humanismo dade. Logo, conhecer é conhecer a causa da essência,
Imanentista, era necessário conquistar, dominar, go- da existência e das ações de um ser. Por isso, um co-
zar o mundo com meios humanos. Com ênfase em tal
tipo de postulado, o homem passa a ser potencializa-
Editora Exato 18
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nhecimento será verdadeiro, apenas e somente, ao o- sacordo é apenas aparente, e que o significado autên-
ferecer essas causas. tico da Revelação não se encontra em desacordo com
No desejo de decifrar um conceito mais preci- a razão.
so do conhecimento, Baruch Spinoza (1632-1677) a- Com sua mais nobre invenção, o telescópio,
firma que o conhecimento verdadeiro revela como Galileu confirma a teoria copérnica. Além disso, fun-
uma realidade foi produzida, isto é, o conhecimento damentou três princípios essenciais para se pensar a
verdadeiro é o que alcança a gênese necessária de nova ordem física do universo. Em primeiro, um cor-
uma realidade. Guilherme Leibniz (1646-1716) am- po, ao contrário do que se pensava, podia ter dois
plia a noção de conhecimento estabelecendo o prin- movimentos de natureza diferente. Em segundo, há o
cípio Nihil sine ratione, onde nada é sem causa princípio da inércia, ou seja, na ausência de qualquer
racional. intervenção externa, um corpo em repouso se man-
O pensamento filosófico amplia suas fronteiras tém em repouso e um corpo em movimento se man-
ao buscar novas interpretações de cunho mecanicista tém em movimento. A idéia de Galileu era
da realidade natural e social. A ciência moderna é a geometricamente fantástica, mas como explicar que
maior evidência de que houve uma ruptura da filoso- os planetas não perdiam sua rota apesar de sua vida
fia realizada nos séculos XV em diante em relação a vagante? Esse passo ele deixara para outro. Isaac
feita nos séculos anteriores. A ciência moderna se a- Newton (1643-1727) leva adiante o problema ao u-
presenta como saber apto a isolar uma dimensão par- sar o cálculo matemático, da mecânica galileana, das
ticular da realidade, mas deixa para outros a leis planetárias de Kepler e da teoria da atração de
compreensão da origem e do objetivo da vida huma- Gilbert, e chega à Lei da Gravitação Universal.
na. A partir dessa época surgem vários pensadores Ora, a nova ciência prescinde do mundo hu-
com a ambição grandiloqüente de desvendar os mis- mano e de toda a explicação metafísica e teológica do
térios da natureza. Leonardo da Vinci (1452-1519), devir do mundo. Esse devir aparece aos olhos da ci-
João Kepler (1571-1630), Nicolau Copérnico (1473- ência como um mecanismo, no qual o movimento de
1543), Gilbert (1544-1603) eram os novos filósofos cada parte é determinado pelo movimento de uma ou-
experimentais, ou cientistas. Além destes, vários ou- tra parte. A ciência não procura a origem e o objetivo
tros se destacaram no cenário mundial pela coragem do movimento, mas acompanha constantemente a
em fornecer, mesmo que dedutivamente a priori, no- produção de novos fatos que são objetos de investi-
vas leis que explicassem o funcionamento do mundo. gação a partir dos fatos observáveis. A percepção de
Surge pois a grande novidade da ciência nessa uma ciência ainda dependente de explicação metafí-
época para explicar o mecanismo do mundo, a Terra sica e a concepção mecanicista da realidade depen-
não era o centro do universo. Há, conseqüentemente, dente de fundamentos causais do ser são resultados
um confronto do modelo físico do mundo pensado do isolamento do todo. Logo, uma ciência feita nes-
por Copérnico com o modelo cristão ptolomaico. Os ses moldes terá a tendência de tornar-se uma concep-
luminares existiam, segundo Ptolomeu, para iluminar ção metafísica tal como o atomismo grego.
a Terra, durante o dia, e o outro durante a noite. Ora, Do interior de tais entraves científicos, brota a
nesse modelo, a Terra era concebida como uma esfe- atitude filosófica moderna, que se dá com base na
ra imóvel no centro do mundo, estando os outros cor- concepção mecanicista do mundo. Essa atitude acaba
pos celestes girando ao redor dela, segundo uma por dar uma nova concepção às ciências que, no pen-
hierarquia. Mas como explicar que um objeto tão samento de Thomas Hobbes (1588-1679), pode ser
grande, que era o Sol, ficava girando ao redor da Ter- definida de estudo das causas e dos efeitos mecânicos
ra sem sequer mudar sua rota? dos corpos em movimento. Para além desta lei en-
Dentro desse contexto, surge um dos mais fa- contra-se Deus pois não há uma ciência do infinito,
mosos pensadores, Galileu Galilei (1564-1642). Em do eterno e da origem primeira, como também não há
sua época, o debate com a Igreja sobre o verdadeiro uma ciência da totalidade do mundo. E Deus está pa-
conhecimento acerca da ordem universal era ainda ra além de toda a nossa imaginação sensível. Isto não
bastante complexo. Mas suas idéias já direcionavam quer dizer que o ser humano aceite os limites da Físi-
o mundo para um novo pensar. O seu Diálogo a Res- ca Mecânica. Sua vontade de sobreviver provoca seu
peito dos dois Maiores Sistemas: Ptolomaico e Co- desejo de ir além de seus limites naturais, enveredan-
pernicano provocou ira na cúpula da Igreja, levando do inclusive caminhos de desavença com seus seme-
Galileu a se submeter a um processo inquisitorial. lhantes. Mas para evitar a luta recíproca, o ser
Apesar de seu receio em relação às punições, Galileu humano deve impor a si mesmo limites à sua própria
chegara a afirmar que quando se demonstra de modo vontade de domínio. A obsessão humana não contro-
indubitável algo que parece estar em desacordo com lada tende a extrapolar os limites de sua possibilida-
as Escrituras, é sempre possível mostrar que esse de- de, avançando a qualquer preço dentro dos mistérios
Editora Exato 19
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universais, provocando inexoravelmente a destruição fia partia da certeza de que ele existia e se ele existia,
do cosmos. Deus também existia, pois se a existência de Deus era
Iremos a partir desse momento nos direcionar possível, mais ainda o conhecimento. Sua solução pa-
para alguns pensadores modernos. ra a questão epistemológica sobre o que podemos co-
1.2. O Filosofar em Descartes nhecer tornou-se uma corrente filosófica chamada de
René Descartes, francês da Bretanha (1596- Racionalismo, ou a crença de que a mente é capaz de
1650), é considerado o pai da Filosofia Moderna. Seu conhecer coisas mesmo sem experiência. Assim, o
início de atividade foi marcado por um ceticismo e- pensar cartesiano se direciona para a metafísica.
vidente, talvez devido a seu apego à idéia de que não A metafísica visa fundamentar o saber. O saber
tinha certeza de nada e, ao mesmo tempo, ansiava porém não é o fundamento da verdade. A verdade, na
conhecer a partir de suas faculdades racionais. Des- verdade, é uma relação entre pensamento e objetos. A
cartes procurou sistematizar seu pensamento através idéia de saber envolve relação entre a verdade e a
de um método eficaz a partir do qual seria possível certeza de que algo é verdadeiro. A certeza é apenas
conhecer. um estado do sujeito. Logo, fundamentar o saber sig-
Para ele, o conhecimento se deduz das primei- nifica evidenciar dois aspectos, a verdade e a certeza.
ras causas. Por isso há a necessidade de se começar a Evidenciar a verdade e a certeza é o objetivo
pensar o conhecimento obedecendo a duas condições do método cartesiano que tem sua gênese na funda-
fundamentais: a primeira é ter um princípio tão claro mentação dos primeiros princípios por si evidentes.
e evidente que não haja qualquer possibilidade de Eles não se apoiam em qualquer outro princípio, e
dúvida de sua verdade, e uma outra que o conheci- enquanto evidentes dispensam qualquer outra de-
mento das coisas deve depender do princípio anterior monstração. Assim, o método cartesiano passa a du-
para deduzir esse conhecimento das coisas. Partindo vidar de todos os gêneros de conhecimento para
dessa percepção racional, Descartes inicia sua orga- encontrar um princípio que, se colocado ainda em
nização do Discurso do Método, esboçando quatro questão, acarretaria uma contradição. Se no entanto
regras básicas: aceitar somente idéias claras e defini- um princípio é indubitável e não acarreta contradição,
das; dividir cada problema em tantas partes quantas não pode ser negado e pode assim ser considerado
forem necessárias para a sua solução; ordenar o pen- justificadamente como um primeiro princípio.
samento do simples ao complexo, e verificar exausti- O método dedutivo, físico-matemático, quanti-
vamente se há algum lapso. tativo-mecanicista de Descartes fundamentado na
Ele afirma o seguinte: por desejar ocupar-me dúvida coloca em questão os saberes sensíveis, a i-
somente com a pesquisa da verdade, pensei que era maginação e, por fim, a própria razão. Dessa dúvida
necessário agir exatamente ao contrário, e rejeitar radical emerge um enunciado fundamental e indubi-
como absolutamente falso tudo aquilo em que pudes- tável: eu penso. Só o ato de pensar, a consciência vi-
se imaginar a menor dúvida... Enquanto eu queria va desse pensar é indubitável, e nesse mesmo ato
pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente encontra-se o desejo de provar a existência de Deus.
que eu, que pensava, fosse alguma coisa, e, notando A dúvida cartesiana sem a inserção da questão sobre
que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme a existência de Deus e sua prova irrefutável gera o
e tão certa que todas as mais extravagantes suposi- ceticismo. Ora, a idéia de Deus perfeito deve ter uma
ções dos céticos não seriam capazes de abalar, jul- causa. Mas como somos imperfeitos, não podemos
guei que poderia aceitá-la, sem escrúpulo, como o ser essa causa, de maneira que Deus deve ser a causa
primeiro princípio da filosofia que procurava. de nossa idéia da perfeição dele.
O cogito ergo sum cartesiano leva à suposição 1.3. O Pensar Filosófico Segundo Loc-
de que a essência do ser era o pensamento, e que a ke
mente era algo separado do corpo. Mas, como algo John Locke (1632-1704) é um pensador que
separado do corpo e, por conseguinte, do mundo ex- nos proporciona uma teoria do conhecimento bastan-
terno, podia conhecer os objetos? Não estaria Descar- te interessante e diversa de Descartes. O Empirismo,
tes adotando uma postura dualista platônica? De fato, em contraposição ao Racionalismo na Europa do sé-
para ele, a alma é uma substância distinta do corpo, culo XVII, estava crescendo cada vez mais. Locke
mas os dois trabalhavam como dois relógios sincro- assume o Empirismo como forma válida de atingir o
nizados. conhecimento. Para ele, o Empirismo é o fundamento
A filosofia primeira cartesiana não é uma ciên- de como aprendemos o que sabemos. Os nossos co-
cia que prioriza o conhecimento de objetos específi- nhecimentos (idéias) derivam da experiência. Há um
cos. Se ela demonstra a existência de certos objetos é fenômeno do pensamento, onde as idéias que temos
porque somente por meio deste conhecimento é pos- são representações derivadas da experiência, ou seja,
sível fundamentar as outras ciências. Esta sua filoso- não há idéias inatas. Para ele, os sentidos e a mente
Editora Exato 20
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funcionam em conjunto para transformar a experiên- ventos. Para ele, todo conhecimento humano é com-
cia em entendimento. A experiência no entanto ocor- binação de sensações. A impressão é a percepção a-
re de maneira dupla, uma externa que ocorre através tual das coisas e a idéia é a imagem que a impressão
das sensações e nos proporciona a representação dos deixa após ser.
objetos chamados externos (cheiro, cor, e etc); e uma A filosofia de Hume assume que todo conhe-
interna, reflexiva, e nos proporciona a representação cimento é reduzido ao sentido, que nos proporciona
das operações feitas pelo espírito sobre os objetos os fenômenos, as aparências das coisas. Mas temos
(conhecer, querer, e etc.). impressão de algo. Diferentemente de Locke, esse al-
Locke ainda desvela que nosso entendimento é go é chamado de substância. Assim temos que as im-
feito de impressões, idéias, sensações e reflexões, in- pressões e a idéias são coligadas entre si pela lei
teragindo entre si, e proporcionando o nosso pensar. fundamental da associação. A substância é uma cons-
Mesmo idéias imaginárias, fruto de nossos sonhos tante associação de percepções, tirada da experiência
formam-se a partir de experiências reais. Com a idéia real, na realidade. Ora, a realidade é resolvida em um
do entendimento enquanto objeto para si próprio e o mundo atômico de impressões sensíveis, aparências
sujeito de conhecimento objeto de conhecimento, a fenomênicas, em perpétuo vir-a-ser.
filosofia moderna inicia a Teoria do Conhecimento. Por buscar os fundamentos para o conhecimen-
Locke ainda defende a tese da mente como um to nos sentidos, Hume não prega a Metafísica, ao
papel não escrito, uma tabula rasa. A medida em que mesmo tempo em que ao demolir a idéia da ligação
alguém vai experienciando sons, imagens, cores, sen- causal entre os fenômenos, acaba também por implo-
tindo os objetos, ele vai aprendendo sobre tais coisas. dir a indução como método científico. Ele também
Assim, a experiência e a observação são como a ca- implode quase toda a ciência, e qualquer conheci-
neta que preenche o papel vazio, a mente humana. mento do eu e do mundo externo ao determinar que a
Neste caso, Locke reformula a idéia aristotélica de realidade é a associação de acontecimentos separados
que os objetos que percebemos estão na verdade den- e coincidentes. Essas ligações associativas reúnem-se
tro de nossas mentes quanto os percebemos. Para em nossas mentes somente se forem semelhantes
Locke, sabemos das coisas somente porque nossas umas às outras ou se as experimentamos conjunta-
percepções produzem a partir delas sensações das mente. Por exemplo, podemos associar abacate e a-
quais formamos idéias. bacateiro porque costumamos experimentá-los
Um dos problemas do pensamento de Locke juntos.
diz respeito ao fato de que ele afirmava a existência A ruptura que Hume faz entre fatos e razão é
da idéia de substância, embora o nosso conhecimento chamada de “forquilha de Hume”, e refere-se à idéia
empírico e racional seja obtido pelas nossas impres- de que os fatos não existem em relação lógica neces-
sões. Se as substâncias não podem ser assimiladas sária, e essas relações não pressupõem nenhum fato
por nosso cérebro, e Locke assume que só conhece- específico, não havendo portanto nexo causal na rela-
mos o que a experiência nos ensina, então como ele ção entre as coisas, apesar de gerarem novos conhe-
pode ter certeza de que a substância existe? Além dos cimentos.
problemas gnosiológicos, Locke ainda se interessou 1.5. A Ilustração (Iluminismo) e a Ati-
pela Moral, Política e Pedagogia. vidade Racional
1.4. O Filosofar Segundo Hume O século XVIII, na Europa, é marcado pela li-
O escocês David Hume (1711-1776) desen- bertação da razão de tudo o que fosse irracional, a
volveu o fenomenismo empírico. Sua filosofia, por- saber: a tradição, a autoridade, a religião, o mito e os
tanto, é de caráter empírico. Hume aprofunda o preconceitos. O progresso da humanidade podia fi-
empirismo de Bacon e Locke. Ele parte de duas idéi- nalmente ser plenificado através da ciência e da filo-
as fundamentais. A primeira é o princípio de que só sofia que instrumentalizando as luzes da razão
os fenômenos são observáveis; e a segunda é a de que podiam levar adiante os anseios existenciais da hu-
o mecanismo do real não é passível de experiência. manidade. Esse período é denominado de Iluminismo
Assim, as relações entre o ser humano e os objetos ou Ilustração. Ilustração é uma expressão alemã Auf-
são modos que o homem tem de passar de um objeto klarung para significar a saída do ser humano de sua
a outro sem que para isso tenha de passar pelas idéi- menoridade para sua maioridade.
as. Portanto, o nexo causal, propagado no início do Essa saída é realizada por meio de um movi-
Renascimento, onde estabelecer um nexo causal é de- mento cultural desenvolvido entre a revolução ingle-
terminar quais as identidades e quais as diferenças sa (1688) e a revolução francesa (1789). De nome
entre os seres, é totalmente rejeitado por Hume, que Iluminismo, refere-se ao próprio objetivo do movi-
prefere dizer que as coisas observadas por nós são mento de iluminar a sociedade da época com a razão
apenas uma sucessão de fatos ou a seqüência de e- contra o Obscurantismo da história e das tradições
Editora Exato 21
FILOSOFIA
política e religiosa. Ora, a Reforma Luterana retroce- Finalmente, a razão se impõe como fundamen-
deu o pensamento cristão à sua época inicial. O Hu- to da humanidade e instrumento luminar da ação hu-
manismo e a Renascença remontaram ainda mais mana. Mas seria essa razão capaz de controlar os
atrás, até a civilização pagã. O Racionalismo enquan- anseios humanos de domínio em relação ao universo
to método crítico demoliu a estrutura do pensamento e a seus próprios semelhantes? A razão tornada uma
cristão tradicional. O Empirismo, por sua vez, pro- espécie de deusa teria força suficiente para implantar
moveu a reconstrução da percepção da realidade a- no coração do ser humano princípios morais capazes
través de elementos primitivos mediante o de preservar a espécie humana de guerras e desaven-
mecanicismo e o associacionismo. Mas, desses mo- ças, lutas de conquistas e de colonização? Estariam
vimentos e correntes, nada se compara ao Iluminis- os sentimentos humanos condenados à repressão para
mo. sempre? As leis do Estado estariam subordinadas à
A característica do Iluminismo é o culto à deu- razão ou à vontade geral? Se por um lado o Ilumi-
sa razão, que deve dominar absolutamente todas as nismo libertou a humanidade do Obscurantismo, por
instâncias da sociedade, provocador de guerra a tudo outro, fez o ser humano tornar-se sujeito absoluto dos
que não seja puramente racional, como fantasia, pai- rumos da humanidade avançando os próprios limites
xão e sentimentos. É preciso demolir tudo para im- e assumindo e auto-denominando o novo dono do
plantar o reino da razão. Kant revela com bastante mundo.
clareza essa época: entretanto, nada além da liberda- 1.6. A Atividade Filosófica Segundo
de é necessário à ilustração; na verdade, o que se Kant
requer é a mais inofensiva de todas as coisas às
O pensamento contemporâneo se inicia com
quais esse termo pode ser aplicado, ou seja, a liber-
Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão consi-
dade de fazer uso público da própria razão a respei-
derado o pensador mais influente dos tempos moder-
to de tudo.
nos. Kant fornece uma síntese crítica e especulativa,
A vitória das Luzes sobre o Obscurantismo
fundindo os dois fenômenos, razão e sensação, em
Medieval pode ser visualizada como o fato de que ela
um superior, o Idealismo, que é denominado por ele
passa pela instalação do sol em seu verdadeiro lugar.
de Criticismo. Essa síntese explicita uma concepção
Daí para frente, a luta seria cada vez mais facilmente
sistemática imanentista e humanista do mundo e da
realizada. Surge logo em seguida o projeto da Enci-
vida de sua época. Tal pensamento vai até Hegel.
clopédia, esforço coletivo entre pensadores filósofos
Immanuel Kant é um grande pensador. Segun-
e cientistas visando difundir e solidificar o novo pen-
do ele, a atividade filosófica deve considerar a razão,
samento tornando-o acessível ao povo. Os enciclope-
mas também deve levar em conta as sensações. Ao
distas concebiam a natureza como um grande
ter esse princípio como fundamento de seu pensa-
processo criativo, com o ser humano sendo parte de
mento, ele volta sua atividade para a organização de
um todo. Além disso, apontavam a necessidade de
um pensamento crítico diante dos problemas do co-
mudanças principalmente no aspecto cultural da Eu-
nhecimento.
ropa. Entre os grandes enciclopedistas, temos Ques-
Os estudos de Kant fizeram-no perceber apa-
nay, Buffon, D´Alembert, Rousseau, Voltaire,
rentes contradições nas ciências físicas da época. Ele
Montesquieu e Diderot. A Enciclopédia da ciência,
também percebe certa contradição nas ilações feitas
arte e ofícios foi lançada em 17 volumes e concluída
por Hume em sua análise do princípio de causa, onde
sob a coordenação de Diderot.
aponta que a relação de causa e efeito é uma coinci-
Promotores da humanidade, os enciclopedistas
dência e não um conhecimento verdadeiro, conforme
também defendiam as idéias iluministas. Entre as
havia dito Leibniz. Por esta razão, Kant decide tecer
mais importantes temos a defesa do homem como ser
uma crítica sobre a experiência humana do conheci-
não depravado por natureza; o objetivo da vida é a
mento a fim de solidificar as verdades metafísicas
própria vida, mas não a vida após a morte; a condição
que o ceticismo de Hume havia demolido. Hume ha-
essencial para bem viver na terra era libertar o ser
via revelado que não podemos ter nenhum conheci-
humano de sua ignorância e superstição, bem como
mento metafísico da realidade.
dos poderes arbitrários do estado; a evolução para se
Entre Leibniz e Hume, Kant confronta com
chegar à perfeição humana é condição fundamental;
mais profundidade o pensamento de Hume. Este ha-
tudo é interligado e é parte de um grande esquema de
via afirmado que nada podemos conhecer sem a ex-
uma providência benevolente..
periência, além de termos de julgá-la para então
compreendê-la. Por isso, o conhecimento estava re-
duzido ao mundo real. Além disso, a mente ainda de-
veria “apelar” à associação dos objetos reais para que
houvesse o mínimo de conhecimento. Kant inverte a
Editora Exato 22
FILOSOFIA
idéia empírica de submissão do conhecimento à ex- tros dois termos fundamentais, o conhecimento a pri-
periência. Não é o conhecimento que deve se con- ori, que vem antes da experiência e torna a experiên-
formar com os objetos, mas os objetos é que devem cia possível; e o conhecimento a posteriori, que
se conformar com o conhecimento, pois os objetos ocorre a partir da experiência.
são organizados pelo conhecimento. Para superar es- Na filosofia da época kantiana, os juízos analí-
se problema, Kant afirma que o conhecimento é ticos eram perfeitamente concebíveis, mas o que di-
constituído de forma e matéria. A matéria são as coi- zer dos juízos sintéticos a priori? A filosofia de
sas em si e a forma somos nós com nossa percepção Hume não acreditava na possibilidade do conheci-
a priori das coisas. mento que ultrapassava os limites do objeto real em
Immanuel Kant tinha também uma preocupa- si. Mas Kant insistia que o conhecimento sintético a
ção com a metafísica. Sua rejeição à metafísica “tra- priori era possível. O conhecimento nesse aspecto era
dicional”, presa a rigorosos dogmatismos sem antes o resultado de uma síntese entre experiência e concei-
pensar o que de fato o ser humano era capaz de co- tos. Ora, sem os sentidos, como perceberíamos os ob-
nhecer, fê-lo tecer novos fundamentos para a metafí- jetos? Mas sem o entendimento, como formarmos
sica. Seu pressuposto parece bastante válido pois conceito de um dado objeto? Logo, era necessário a
percebia o homem como um ser desejoso de conhecer interação entre sensibilidade e razão para ocorrer o
as coisas para além da experiência. A alegação de “conhecer”. É necessário que o mundo numênico (re-
Kant é um bom início de nossa reflexão: o ser huma- alidade em si) e o mundo fenomênico (aparência) in-
no em sua ânsia de conhecer enfatiza a questão fun- terajam em vista do conhecimento, visto que a coisa
damental da vida: o que é o ser humano? Em sua em si – noumenon, era incognoscível. Ultrapassar os
Crítica da Razão Pura ele destrói a metafísica tradi- limites de seu método levaria inevitavelmente a falá-
cional e a reconstrói sob novas bases racionais. cias e paradoxos. Por isso, o emprego da razão devia
Ora, o homem possui uma natureza metafísica, se dar na esfera prática, conhecendo o mundo, orga-
pois relaciona-se com o ser e não se desenvolve se nizando sob a forma a priori de tempo e espaço nossa
não for a partir de sua compreensão do ser. O pro- percepção sobre ele. Tempo e espaço no pensamento
blema surgirá quando Kant tentar conciliar Raciona- kantiano deve ser pensado como formas que alguém
lismo e Empirismo, Idealismo e Realismo. No põe nas coisas, e não como uma realidade externa.
Realismo, conhecer os objetos é apreendê-los como 1.7. Notas Finais Sobre o Pensamento
realmente são em sua existência independente da Moderno
mente. Conhecer algo é assumir entre vários concei-
O Renascimento trouxe para o centro das re-
tos o mais adequado a tal coisa, ou seja, a essência.
flexões uma ruptura radical frente ao pensamento
Ao contrário do Realismo, temos o Idealismo. Para
cristão. As preocupações especulativas desde então
ele, as coisas existem conforme a construção da men-
apontaram suas baterias carregadas de questionamen-
te; tudo que existe é conhecido através de idéias ou
tos filosóficos com respostas nem sempre alcançáveis
como idéias. O Racionalismo tem na razão sua fonte
ao pensamento humano. Neste sentido, René Descar-
do conhecimento. Ora, há uma classe de verdades
tes é um profeta do conhecimento pleno. Sua dúvida
que o intelecto pode intuir diretamente, e que está a-
sobre a certeza do conhecimento pleno do ser fê-lo
lém da percepção sensível. Na contraposição está o
chegar a idéia fundamental de que a dúvida é a certe-
Empirismo, onde todo conhecimento vem da experi-
za de um conhecimento livre de qualquer erro da ló-
ência sensível.
gica. Assim, podemos assumir como o centro de
Para Kant, conciliar essas quatros concepções
nossa atividade filosófica a dúvida sob a fantasia do
do conhecimento era fundamental para seu postulado.
questionamento. Ora, a pergunta é um instrumento
Sua atividade filosófica presume a organização do
necessário para evitar que o pensamento se interrom-
pensamento, percebendo que o problema da percep-
pa em seu processo de apreensão do conhecimento.
ção das coisas pelos cientistas era muito semelhante
Mas não somente Descartes é profeta. Imma-
ao de como os metafísicos conheciam coisas sobre
nuel Kant, ao valorizar razão e sentido, criticando
idéias abstratas tais como a justiça, a honestidade, a
posturas particulares, dogmáticas e reducionistas de
moral. Segundo Kant, o ser humano parte de dados
certas correntes filosóficas, coloca-nos num grau ele-
para fazê-los juízos. Inicia-se aqui sua idéia de que a
vadíssimo do pensar humano. Com nosso raciocínio
razão pura é a que contém os princípios que servem
envolvido nesse grau, a prática do nosso pensar tra-
para conhecer alguma coisa a priori.
balha os limites, as fronteiras do conhecimento pos-
Para tanto, ele usa proposições analíticas e sin-
sível, permitindo “olhar” o mundo como se sempre
téticas. As proposições analíticas só explicam as pa-
fosse a primeira vez. Por isso, para o ser humano en-
lavras, enquanto que as sintéticas explicam as coisas
veredar nas atividades filosóficas é preciso perder al-
para além das palavras. Além disso, ele assume ou-
go da fé nas aparências, nas rotinas, nos dogmas para
Editora Exato 23
FILOSOFIA
que não seja aceita nenhuma verdade que não seja
especulada, problematizada e pensada limitar nosso
conhecimento. Hoje, distante dos idos séculos do das
Luzes ainda podemos desfrutar das conquistas que a
vitória da razão trouxe para a humanidade. Daquela
época até nossos tempos, o ser humano vem enfati-
zando cada vez mais a não clausura do pensamento e
o permanente compromisso de manter aberta a ques-
tão do sentido de nossas vidas.
O permanecer em aberto as questões funda-
mentais de nossas vidas remonta a Hegel que, em sua
feliz apreciação acerca da história, revela que ela en-
sina que nunca aprendemos com ela. Talvez isso te-
nha duas verdades aparentemente paradoxais. A
primeira verdade é a que nossa alienação permanente
diante dos fatos ocorridos é uma realidade pois os fa-
tos históricos se repetem porque somos incapazes de
alterá-los ao longo do caminhar temporal. A segunda
verdade é a que não ocorre esse repetir, mas o reco-
locar no centro do caminhar temporal as mesmas
questões feitas há milhares de anos atrás para que,
quem sabe com novos postulados categóricos, com
novos dados da história e das ciências, possamos res-
ponder finalmente a grande pergunta kantiana: o que
é o ser humano? Se assim fazemos então estamos fa-
zendo filosofia, ou seja, estamos dialogando com
uma tradição que já tem mais de 25 séculos no Oci-
dente.
Praticando o pensamento
1) Reflita sobre a seguinte idéia: "O Renasci-
mento trouxe para o centro das reflexões uma ruptura
radical frente ao pensamento cristão. As preocupa-
ções especulativas desde então apontaram suas bate-
rias carregadas de questionamentos filosóficos com
respostas nem sempre alcançáveis ao pensamento
humano. Neste sentido, René Descartes é um profeta
do conhecimento pleno. Sua dúvida sobre a certeza
do conhecimento pleno do ser fê-lo chegar a idéia
fundamental de que a dúvida é a certeza de um co-
nhecimento livre de qualquer erro da lógica. Assim,
podemos assumir como o centro de nossa atividade
filosófica a dúvida sob a fantasia do questionamento.
Ora, a pergunta é um instrumento necessário para e-
vitar que o pensamento se interrompa em seu proces-
so de apreensão do conhecimento...” Faça uma breve
análise crítica procurando explicar racionalmente as
razões que evidenciam a importância do perguntar na
Filosofia.
Editora Exato 24
FÍSICA
FÍSICA
CINEMÁTICA ESCALAR
1. INTRODUÇÃO 1.5. Espaço ou Posição Escalar (S)
A cinemática escalar é a parte da Mecânica Determina a localização do ponto material em
que apenas descreve o movimento, sem se preocupar uma determinada escala ao longo da trajetória. Ob-
com a sua causa. serve que a posição não representa o quanto a partí-
Só podemos dizer que conhecemos o movi- cula deslocou-se. Quando se diz, por exemplo, que há
mento de um corpo se, e somente se, em qualquer um automóvel quebrado no quilômetro 20 da BR
instante, pudermos informar qual a posição, a veloci- 040, você com certeza sabe sua localização; no en-
dade e a aceleração que esse corpo terá. tanto, não pode determinar quanto ele viajou para
chegar lá, pois não sabe de onde o automóvel partiu.
1.1. Ponto Material
Corpo cujas dimensões são desprezíveis, quando 1.6. Deslocamento Escalar ou Variação
comparadas com outras dimensões envolvidas no es- de Espaço (∆s):
tudo do fenômeno. Seja So a posição escalar de uma partícula de
Exemplo: a Terra em relação à Via Láctea tem um instante t0 e S sua posição escalar no instante t. O
dimensões desprezíveis. Assim, em relação à Via deslocamento escalar é definido por:
Láctea, a Terra é um ponto material.
∆S = S − S 0
No estudo de um ponto material, devemos
desprezar seu movimento de rotação. 100 Km 300 Km
1.2. Corpo Extenso
Corpo cujas dimensões não podem ser des- S0 S
prezadas no estudo de um determinado fenômeno.
Exemplo: Na figura, um automóvel sai do quilômetro
Um carro fazendo uma manobra em uma gara- 100 e vai ao quilômetro 300. Para calcular o deslo-
gem é um corpo extenso. O mesmo carro em relação camento escalar temos:
à rodovia Belém-Brasília é um ponto material.
∆S = S – So
1.3. Trajetória
Linha que une todas as sucessivas posições de ∆S = 300 –
um objeto. 100
P2 ∆S = 200 km
1.7. Velocidade Escalar Média (Vm)
É muito comum, ao assistirmos a uma corrida
P1 P3 de automóveis, o locutor dizer qual foi a velocidade
média dos carros em uma determinada volta ou mes-
mo em toda a corrida. Isto não significa, porém, que
A forma da trajetória depende do referen-
aquela tenha sido a velocidade do carro em todo o
cial adotado. percurso.
Exemplo: Define–se velocidade escalar média de um
Um estudante, sentado no banco de um ônibus móvel, o quociente entre a variação de espaço e o in-
em movimento retilíneo uniforme, lança uma borra- tervalo de tempo gasto.
cha para cima, na vertical. Para o estudante, a trajetó-
ria da borracha, será uma reta. Para um observador ∆S
Vm =
parado na estrada, a trajetória será um arco de pará- ∆t
bola.
1.4. Movimento e repouso. Para converter km/h em m/s, basta dividir o
Um ponto material está em repouso em relação valor em km/h pelo fator de conversão 3,6. Para a
a um certo referencial quando sua posição não varia transformação inversa – converter m/s em km/h –
para este referencial. Caso ocorra variação na posi- basta multiplicar o valor em km/h por 3,6.
ção, o ponto material estará em movimento para a- Dizer que a velocidade de um móvel é cons-
quele referencial. tante significa que essa velocidade é a mesma em
qualquer instante e que é igual à velocidade escalar
média em qualquer intervalo de tempo.
Editora Exato 1
FÍSICA
Editora Exato 2
FÍSICA
GABARITO
Estudo dirigido
1 Corpo de dimensões desprezíveis quando o
comparamos com outras dimensões. Exemplo:
a terra em relação ao universo é desprezível,
já em relação a você ela é muito grande; logo,
em relação ao universo, a Terra é um ponto
material e em relação a você, não.
2 Errado. Depende do referencial. Por exemplo:
para uma árvore na estrada, o estudante estaria
em movimento; já, para o banco do ônibus, ele
está parado (repouso).
∆s
3 Vm =
∆t
Vm = velocidade média (m/s)
∆s = deslocamento (m)
∆t = variação de tempo (s)
Exercícios
1 5m/s.
2 744km.
3 10 m/s.
4 0,3s.
5 C, C, E, E
Editora Exato 3
FÍSICA
GRANDEZAS E VETORES
1. INTRODUÇÃO Resposta:
Define-se como grandeza tudo aquilo que pode Volume = 10 + 20 = 30l
ser medido. O universo das grandezas é dividido em
dois grandes grupos, as escalares e as vetoriais. As 3. OPERAÇÕES COM GRANDEZAS VETO-
grandezas que ficam completamente determinadas RIAIS
por seu valor numérico e uma unidade adequada são A adição e a subtração de grandezas vetoriais
denominadas de escalares. Por exemplo, quando o necessitam de uma nova álgebra. Como exemplo,
noticiário diz que em Palmas a temperatura é de consideramos os deslocamentos feitos por uma pes-
32°C, conseguimos entender a mensagem claramente soa que anda com um mapa procurando um tesouro.
sem a necessidade de complemento. Outros exemplos Observe que no mapa não se pode escrever somente:
de grandezas escalares são: área, volume, massa, e- ande 20 passos! Para onde? Os deslocamentos são
nergia, tempo, carga elétrica. grandezas vetoriais que precisam, portanto, de orien-
Existem, por outro lado, grandezas físicas que tação.
exigem para sua completa compreensão, além do seu Assim, o mapa deve conter informações como
valor numérico, o conhecimento de uma direção ori- direção e sentido. Informações do mapa:
entada. Tais grandezas são denominadas de vetoriais. A partir do ponto A, ande 20 passos para o
Como exemplo, veja o esquema do mapa na figura 2 Norte, em seguida, ande 6 passos para o
– observe que é necessário dizer para onde os passos Leste e, finalmente, 12 passos para o Sul.
devem ser dados, ou seja, é preciso orientação. Quantos passos a pessoa deu? 38 passos.
As grandezas vetoriais são representadas por
um ente matemático denominado vetor, que se carac-
N
teriza por apresentar módulo, direção e sentido. Gra- 06
ficamente representamos um vetor por um segmento
orientado (fig. 1) e indicado por uma letra qualquer, 12 O L
r
sobre a qual se coloca uma pequena seta ( v ) . 20
B S
A dr Figura 2
1cm 1cm Reta suporte r
Se a pessoa fosse direto de A para B, andando
Direção
o segmento dr , chamado aqui de Deslocamento Re-
O P sultante, ela teria andado 10 passos. Como este cálcu-
Sentido Figura 1
lo é feito?
Devemos subtrair vetores com sentidos opos-
A direção do vetor é a mesma da reta suporte r. tos, assim temos 20 – 12 = 8. Os vetores 6 e 8 são
O sentido é de O para P dado pela ponta da seta. O perpendiculares entre si. Utilizamos aqui o Teorema
módulo é o comprimento do vetor. Na figura 1, o de Pitágoras para nos fornecer o deslocamento resul-
módulo do vetor vale 2cm. tante dr .
2. OPERAÇÕES COM GRANDEZAS ESCA-
LARES 6
2.1. Soma e subtração de grandezas
escalares 8
Para se somar ou subtrair grandezas escalares, dr
devemos aplicar a álgebra já conhecida do 1º grau.
Vejamos um exemplo: em 10l de água quente, são
adicionados 20l de água fria. Qual o volume total de dr2 = 82 + 62
água?
dr2 = 64 + 36
dr = 100 dr = 10
passos
Editora Exato 4
FÍSICA
Este método de adicionar vetores é chamado 3.3. Soma de vetores que formam en-
de regra origem–extremidade: a resultante vai da ori- tre si um ângulo reto ( α = 90°)
gem do primeiro vetor até a extremidade do último
vetor.
Considere os vetores V1 e V2 da figura abaixo.
Pela regra origem–extremidade, temos:
VR
V1
V2
V1 V1
V
V2
V2
A A
O E
B VR B
SO SE
VR = A+ (-B) S , oriente-se
VR = A - B Intensidade
4 passos
E
DR 3 passos
Editora Exato 5
FÍSICA
DR2 = 16 + 9
DR2 = 25 DR
6 8 DR2 = 62 + 82
DR = 25
DR2 = 36 + 64
DR = 5 passos
DR2 = 100
O deslocamento resultante (DR) foi de 5 pas- DR = 100
sos. DR = 10
c)
6 EXERCÍCIOS
8
1 Se somarmos dois vetores de módulo 20 e 8, que
d) tenham mesma direção e sentido, qual será o mó-
dulo do vetor resultante?
4
7 9
b) Basta subtrair c)
7
3
DR = 4
5
90º
12
d)
60º
2
Editora Exato 6
FÍSICA
GABARITO
Estudo dirigido
1 É a grandeza física que fica perfeitamente defini-
da com um número e uma unidade, ou seja, não
precisa de orientação. Exemplos: massa, tempo.
2 É a grandeza física que além do número e unida-
de precisa de orientação (direção e sentido).
3
a) b)
Exercícios
1 28
2 a)16
b)2
c)13
d) 2 3
3 63km/h.
4 D
5 105km/h e 85km/h
Editora Exato 7
FÍSICA
M.R.U E M.R.U.V
1. MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME m/s/s, assim podemos dizer que a velocidade varia 2
(MRU) m/s a cada segundo:
Considere um automóvel que viaja num trecho 0s, 1s, 2s, 3s ... Tempo
reto de uma estrada. Você observa que o velocímetro 0 m/s, 1m/s, 2m/s, 3m/s ... Velocidade
registra sempre a mesma velocidade. O automóvel 2.2. Função horária da velocidade
em questão está em Movimento Retilíneo Uniforme.
V = V0 + at
80 km/h 80 km/h
2.3. Função horária do Espaço
at 2
S = S 0 + V0 t +
S0 S 2
Equações tq = 9
tq = 3s
g 2
h = h0 + v0yt ± t vy = v0y ± gt
2
v2y = v0y2 ± 2gh 2 Um homem lança verticalmente para cima um
3. PROPRIEDADES corpo com velocidade inicial de 10m/s. Conside-
re g=10m/s2, calcule:
Na altura máxima, temos a = g e v = 0. a) a altura máxima atingida;
O tempo de subida é igual ao tempo de des- b) o tempo gasto na subida;
cida. c) o tempo total do movimento de ida e volta.
A velocidade escalar de saída é igual à ve- Resolução:
locidade escalar de retorno ao ponto de lan- a) Para calcular a altura máxima devemos lem-
çamento. brar que nesse ponto a velocidade final é zero.
V=0
g=10m/s2
Editora Exato 10
MATÉRIA
c) Lembrando da teoria, temos que o tempo de 3 Os tempos de subida e descida são iguais.
subida é igual ao tempo de descida, logo: Exercícios
tsubida = 1s 1 80m
tdescida = 1s
ttotal = 2s 2
a) Hmáx=80m
EXERCÍCIOS b) t=8s
t = 0, 85s
1 Do alto de um edifício, deixa-se cair uma pedra c) 1
t 2 = 7,16s
que leva 4s para atingir o chão. Desprezando a
resistência do ar e considerando g = 10m/s2, de- 3 D
termine a altura do edifício.
4
a) 15m/s
2 Uma esfera é lançada do solo, verticalmente para b) 11m
cima, com velocidade inicial de 40m/s. (Nos lan- c) -15m/s
çamentos verticais, a velocidade inicial é aquela
adquirida pelo corpo logo após o lançamento). A
aceleração do corpo é a gravidade, para baixo, e
de valor aproximadamente igual a 10m/s2.
a) Qual a altura máxima atingida?
b) Durante quanto tempo a esfera permanecerá no
ar?
c) Qual o instante em que ela estará a 30m do so-
lo?
Editora Exato 11
FÍSICA
LEIS DE NEWTON
1. FORÇA Figura 1 v
Editora Exato 12
FÍSICA
Primeira lei de Newton (Lei da inércia, patinadores se movem em sentidos opostos. Se os pa-
de Galileu) tinadores tiverem a mesma massa, terão a mesma a-
celeração; se tiverem massas diferentes, o de maior
Quando a resultante das forças é nula, um cor-
massa terá menor aceleração, mas a força trocada en-
po em repouso continua em repouso, e um corpo em
tre eles terá módulo igual.
movimento continua em movimento em linha reta e
Observe ainda que a força que A aplica está
com velocidade constante.
em B, a que B aplica está em A. Assim mesmo, tendo
módulos iguais e sentidos opostos, não podem se a-
Força resultante nula
nular.
Referencial
Figura 4
A B A B +
Repouso FBA FAB
Equilíbrio
(Ponto Material) M.R.U.
FAB = FBA
4. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMI-
CA (2ª LEI DE NEWTON)
6. PESO E MASSA
A aceleração que um corpo adquire é direta-
mente proporcional à força resultante que atua sobre 6.1. Peso de um corpo
ele e tem a mesma direção e o mesmo sentido desta A força peso de um corpo é conseqüência do
força. campo gravitacional criado pela Terra.
O planeta Terra, bem como qualquer corpo
Na segunda lei de Newton, quando um corpo esti-
material, cria em torno de si um campo de forças a-
ver sujeito a várias forças, deve-se substituí-las – F –
r trativas, denominado campo gravitacional. Qualquer
pela resultante Fr dessas forças. corpo dentro do campo gravitacional da Terra será a-
Então temos, de uma maneira mais geral: traído por esta, e a força de atração é denominada
força gravitacional.
Não considerando os efeitos ligados à rotação
da Terra, a força gravitacional, aplicada pela Terra,
corresponde ao peso do corpo.
r
Sendo m a massa do corpo e g o vetor acele-
r r
Fr = m ⋅ a ração de queda livre (imposta pelo campo gravitacio-
nal e que é independente da massa do corpo), de
Unidade de força no SI: Newton (N) acordo com a 2ª Lei de Newton (PFD), o vetor peso
r r
Observe que a força aplicada Fr e a aceleração P será dado por: r r
adquirida são grandezas vetoriais que têm sempre a P = mg
mesma orientação, isto é, mesma direção e sentido,
pois a massa m é um escalar positivo. 1. A massa (m) é característica do corpo e é a
1N= 1Kg m/s2 mesma em qualquer local do universo em que esteja
o corpo, isto é, a massa independe do local.
5. AÇÃO X REAÇÃO (3ª LEI DE NEWTON)
2. A intensidade do campo gravitacional varia
A toda força de ação corresponde uma força de com o local e é independente da massa do corpo que
reação, com o mesmo módulo, mesma direção e sen- está sendo atraído pela Terra.
tidos OPOSTOS.
Ação e reação estão sempre aplicadas em cor- 3. O peso de um corpo não é característica sua,
pos distintos, portanto AÇÃO E REAÇÃO NUNCA pois varia de uma região para outra, proporcional-
SE EQUILIBRAM. mente ao valor da gravidade local. Isto significa que,
Ação e reação têm SEMPRE O MESMO se a gravidade for n vezes maior, o peso de um dado
MÓDULO, mas podem produzir efeitos diferentes. corpo também será n vezes maior.
Exemplo:
Considere dois patinadores, A e B, sobre patins
em uma pista de gelo. O patinador A empurra o pati-
nador B. O que se observa na pista é que ambos os
Editora Exato 13
FÍSICA
Resolução:
ESTUDO DIRIGIDO Em primeiro lugar, devemos colocar todas as
forças que atuam nos blocos, assim teremos
1 Qual a unidade de força no sistema internacio-
nal? NA
T
T
A B
cálculo do PB
2 O que é inércia? PA PB PB = mB .g
PB = 4.10
PB = 40N
F
5kg
Resolução:
FR = ma
F1 − F2 = ma
20 − 5 = 3.a
15 = 3.a 2 Um determinado corpo está inicialmente em re-
15 pouso, sobre uma superfície sem qualquer atrito.
a= = a = 5m / s2
3 Num determinado instante aplica-se sobre o
mesmo uma força horizontal constante de módulo
12N. Sabendo-se que o corpo adquire uma velo-
b) Calcule a tração no fio suposto perfeito cidade de 4m/s em 2 segundos, calcule sua acele-
ração e sua massa.
A
3 Em 20 de julho, Neil Armstrong tornou-se a pri-
ma=1kg meira pessoa a pôr os pés na Lua. Suas primeiras
mb=4kg B palavras, após tocar a superfície da Lua, foram "É
um pequeno passo para um homem, mas um gi-
gantesco salto para a Humanidade". Sabendo que,
na época, Neil Armstrong tinha uma massa de 70
Editora Exato 14
FÍSICA
5 Julgue os itens:
1 Todo corpo, por inércia, tende a manter sua
aceleração constante.
2 O uso de cintos de segurança em automóveis
é uma conseqüência da 1ª lei de Newton, a Lei
da inércia.
3 Um corpo que está sobre uma mesa e se man-
tém em repouso, tem aplicado sobre ele duas
forças: o peso e a força normal. Essas forças
constituem um par ação e reação, pois estão
sendo aplicadas num mesmo corpo.
4 Se há forças aplicadas num corpo, certamente
ele apresenta uma aceleração não-nula.
GABARITO
Estudo dirigido
1 Newton (N)
2 Consiste na tendência do corpo em manter sua
velocidade vetorial constante.
3 Quando a resultante das forças é nula, um corpo
em repouso continua em repouso, e um corpo em
movimento continua em movimento em linha reta
e com velocidade constante.
4 O par ação e reação possui a mesma direção, a
mesma intensidade e sentidos opostos, e não se
anulam pois estão aplicados em corpos diferen-
tes.
Editora Exato 15
FÍSICA
V
Uma mola que apresenta um comprimento
v
na-
tural, ao ser comprimida por uma força F , sofre uma
m deformação x. O trabalho realizado para deformar a
mola é dado por:
kx 2
τ=
mv 2 2
EC =
2 Esse trabalho representa a energia potencial
Unidade - Sistema internacional joule [ J ]. armazenada na mola, tomando como referência a mo-
3. ENERGIA POTENCIAL (EP)
la em sua posição natural:
kx 2
Energia potencial gravitacional EP =
2
Considere o corpo de massa m colocado no K → Constante elástica. Unidade [ N/m ].
ponto A a uma altura h do solo. Ao abandonarmos o
corpo, este adquirirá velocidade v e uma quantidade 4. CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNI-
mv2 CA
de energia cinética dada por . De onde veio esta
2
A energia nunca é criada ou destruída. Ela se
energia? transforma de um tipo em outro, ou outros. Em um
Lembre-se de que energia não pode ser criada. sistema isolado, o total de energia existente antes de
Dizemos que a energia cinética veio da transforma- uma transformação é igual ao total de energia após a
ção de uma quantidade de energia armazenada no sis- transformação. Esse princípio é chamado princípio
tema devido à posição do corpo em relação ao solo de conservação da energia.
Editora Exato 16
FÍSICA
GABARITO
Estudo Dirigido
mv 2
1 EC = , onde m é a massa dada em kg (quilo-
2
gramas) e v é a velocidade em m/s.
2 Ep = mgh , onde m=massa (kg); g = gravidade
(m/s2); h=altura (m)
3 A energia mecânica permanece constante.
Exercícios
1 100 J
2 10 m/s
3 10 J
4 E, C, C, E
5 4 cm
Editora Exato 18
FÍSICA
F
θ
d τ = P ⋅ d cos 0°
τ = mgh ⋅ 1
A
d
B
Assim:
τp = mgh
Unidade Si joule [J] 1.3. Trabalho da Resultante
O trabalho é uma grandeza escalar. O trabalho da força resultante sobre um corpo,
Em função do ângulo θ, o trabalho pode ser num determinado deslocamento, é igual à variação da
positivo, negativo ou nulo: energia cinética do corpo neste deslocamento.
Trabalho Nulo → O trabalho é nulo quando a Se o corpo se moveu do ponto A para o ponto
força for nula, ou o deslocamento for nulo ou a força B e a força resultante realizou um trabalho τ neste
fizer um ângulo θ = 90° com o deslocamento, pois deslocamento, temos τAB = E c B − E c A .
temos cos90° nulo. Assim, concluímos que forças
perpendiculares ao deslocamento não realizam traba-
A B
lho mecânico.
Gráfico
Considere o gráfico cartesiano da força Ft em
função da posiçãor X ao longo do deslocamento. O 1.4. Trabalho de uma Força Elástica
trabalho da força F entre duas posições A e B quais- A deformação de uma mola é dita elástica
quer é numericamente igual à área determinada entre quando, retirada a ação da força que produziu a de-
a curva e o eixo horizontal. formação, ela volta à posição inicial.
r
Nessas condições, aplicando-se uma força F , a
mola responde com uma força reativa dita elástica
r
Ft Fel , que se opõe à deformação, tendendo a trazer a
mola para a posição inicial. Pela lei de Hooke, temos
Fel = k . x, onde k é a constante elástica da mola. A
A
unidade de k no SI é N/m.
{
Editora Exato 19
FÍSICA
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Fel
kx 1 Calcule o trabalho realizado para deslocar a caixa
da figura abaixo por 10m.
τ=N A Resolução:
X Fel
A
F=50N
F
0 x X
θ 100 x = 10
v
10
x=
100
x = 0,1m
2
Pot Média = F . v . cosθ kx 2 20 ( 0,1)
τ = →τ =
2 2
ESTUDO DIRIGIDO 20.0, 01
τ = → τ = 0,1J
2
1 Qual a unidade internacional de trabalho?
EXERCÍCIOS
Editora Exato 20
FÍSICA
GABARITO
a) O trabalho da força F Estudo dirigido
b) O trabalho da força de atrito.
c) O trabalho do peso do bloco. 1 Joule
2 a)
2 O caixote da figura abaixo tem massa de 50 kg e τ= trabalho – unidade joule(J)
está sendo empurrado por um esqueleto que exer- F = força – unidade Newton (N)
ce uma força F paralela ao plano horizontal, com d = deslocamento – unidade metro (m)
velocidade constante, num deslocamento de b)
2,0m. Sabendo que o coeficiente de atrito cinéti- m = massa – unidade quilograma (kg)
co entre o caixote e o plano é de 0,2, e assumindo g = gravidade – unidade m/s2
que g = 10m/s², determine: h = altura – unidade m
c)
k = constante elática – N/m
x = deformação da mola - m
Exercícios
1
a) 50 J
b)-10 J
a) o trabalho realizado pelo esqueleto (F);
c) 0 J
b) o trabalho realizado pela força de atrito;
c) o trabalho realizado pela força peso (P); 2
d) o trabalho realizado pela reação normal do pi- a) 200 J
so (N). b)-200 J
c) 0J
d) 0J
3 A figura abaixo mostra uma força constante de
20N atuando sobre um corpo, deslocando-o hori- 3 8W
zontalmente a uma distância de 5,0 m em 10s. 4 250 J
Determine a potência desenvolvida por esta for-
ça. (Dados: sen 37º = 0,6 ; cos 37º = 0,8) 5 5s
F
37° d
Editora Exato 21
FÍSICA
5. CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE
2. GRÁFICO MOVIMENTO
r r r
No caso da força F constante, o gráfico da in- Q final = Q inicial
tensidade da força em função do tempo se apresenta Em um sistema isolado, a quantidade de mo-
de acordo com o gráfico abaixo. vimento do sistema é constante.
A área A é numericamente igual à intensidade
Um sistema é dito isolado quando a força re-
do impulso I no intervalo de tempo ∆t. sultante externa é nula, ou seja, participam somente
O exposto acima também é válido com a inten- forças internas.
sidade da força variável.
6. CHOQUE MECÂNICO
F
Para que possamos aplicar o princípio da con-
servação da quantidade de movimento aos choques,
precisamos de um sistema isolado, ou seja, de um sis-
A
tema no qual não haja interações relevantes com for-
t ças externas a ele.
Área = I
N Para um choque entre dois corpos A e B, num
sistema isolado, teremos:
r
3. QUANTIDADE DE MOVIMENTO ( Q ) r r r r
Q A + Q B = Q 'A + Q B'
Quantidade de movimento, ou momento linear, Sendo os choques na mesma direção e adotan-
ou simplesmente momento, é uma grandeza vetorial do-se um sentido positivo, podemos escrever:
definida como o produto da massa do corpo por sua
r Q A + Q B = Q 'A + Q 'B
velocidade. Sendo m a massa e V a velocidade,
r r
temos Q = m V . ou
A unidade SI da quantidade de movimento é
mAvA + mBvB = mAv'A + mBvB'
kg . m/s.
Classificação dos choques:
4. TEOREMA DO IMPULSO
6.1. Perfeitamente elástico
O impulso da força resultante sobre um corpo Conserva energia cinética
durante um determinado intervalo de tempo é igual à EcA = EcD (Antes → A; Depois → D)
variação da quantidade de movimento do corpo no
mesmo intervalo de tempo. Conserva quantidade de movimento
r
Sendo I o impulso
r r
da força resultante entre os QA = QD
instantes t1 e t2, e Q1 e Q 2 , as respectivas quantidades
r r r
de movimento, temos I = Q 2 − Q 1 . Coeficiente de restituição (e)
Note que 1 N . s = 1 kg . m/s. e=1
Editora Exato 22
FÍSICA
Conserva quantidade de movimento 3 Uma força de 20N atua durante 6s sobre uma pe-
QA = QD quena bola. Qual a variação da quantidade de
movimento da bola?
Coeficiente de restituição Resolução:
r r
e=0 Lembrando que I = ∆Q , basta aplicar a equação:
I = ∆Q
Após um choque inelástico, os corpos perma-
F ∆t = ∆Q
necem unidos.
∆Q = 20.6
7. COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO ∆Q = 120kgm / s
Consideremos duas esferas, A e B, realizando
um choque direto. 4 Uma massa de modelar rola com velocidade 1m/s
As propriedades elásticas dos corpos envolvi- quando colide com outra massa idêntica que es-
dos em choques são caracterizadas por uma grandeza tava em repouso. Qual a velocidade de ambas a-
chamada coeficiente de restituição. pós a colisão, sabendo que agora elas se
O coeficiente de restituição e é definido como movimentam juntas?
o quociente entre o módulo da velocidade relativa de Resolução:
afastamento dos corpos imediatamente após o choque A quantidade de movimento antes e depois da
e o módulo da velocidade relativa de aproximação colisão é a mesma (conservação); portanto,podemos
imediatamente antes do choque. escrever:
| velocidade relativa depois do choque| Q antes Q depois
e=
| velocidade relativa antes do choque| mv
1 1 + m2v 2 (m1 + m2 )v
O coeficiente de restituição é adimensional e m.1+ m.o (m + m )v
varia de 0 a 1. Quando o valor é 1, temos um choque Q ANTES = Q DEPO IS
perfeitamente elástico. 1.m + 0 = 2mV
.
1m
/ = 2mV
/.
ESTUDO DIRIGIDO
1
v= m/ s
1 Escreva as equações de impulso e quantidade de 2
movimento.
EXERCÍCIOS
2 Defina sistema isolado.
1 Uma força constante F = 34,0 N atua sobre um
corpo, inicialmente em repouso, por 6 s. Calcule,
3 Classifique os tipos de choque, comentando quais em Ns, o impulso exercido por esta força no cor-
são conservativos. po.
3 Julgue os itens:
1 Um sistema físico isolado de forças externas
conserva sua energia e sua quantidade de mo-
vimento.
2 Numa colisão totalmente elástica e na ausên-
cia de forças externas, há conservação de ener-
gia.
3 Numa colisão inelástica e na ausência de for-
ças externas, há conservação da quantidade de
movimento.
4 O vetor quantidade de movimento de um cor-
po é proporcional ao seu vetor velocidade.
GABARITO
Estudo dirigido
r r r r
1 I = F .∆t , Q = mv
Editora Exato 24
FÍSICA
TERMOMETRIA
1. INTRODUÇÃO de números, fazendo corresponder a cada temperatu-
ra um número, temos um instrumento chamado ter-
Termometria é a parte da Termofísica que tem mômetro (a escala de números é chamada de escala
por meta o estudo e a medição da temperatura, ou se- termométrica). O termômetro mais comum consiste
ja, ela tem por finalidade associar um número a cada em um capilar de vidro, adaptado a um pequeno bul-
estado térmico, de modo a permitir comparações en- bo, também de vidro, contendo o metal mercúrio no
tre estados térmicos de corpos diferentes. A medida estado líquido. Funciona como grandeza termométri-
da temperatura é feita por um processo indireto. ca o comprimento da coluna capilar de mercúrio.
Experimentalmente, verificou-se que determi-
nadas características dos corpos se alteram quando
sua temperatura muda, ou seja, certas grandezas são
afetadas pela alteração do estado térmico do corpo. O
comprimento de uma barra, o volume de um líquido,
a pressão de um gás, a resistência elétrica de um con-
tubo capilar
dutor variam com a temperatura e, medindo os valo-
res destas grandezas, podemos avaliar o estado
térmico do corpo.
2. TEMPERATURA coluna de mercúrio
h
Temperatura é uma grandeza primitiva e, por-
tanto, não pode ser definida. Mas a idéia macroscópi-
ca sobre temperatura tem origem na sensação que nos
diz se um corpo está frio ou quente. Quando tocamos bulho
um corpo, nossa sensibilidade térmica nos permite
Termômetro de mercúrio: a cada tempertura T
fazer uma estimativa grosseira de sua temperatura. corresponde uma altura h.
Tal estimativa é proporcionada através do nosso tato,
que pode nos levar a situações enganosas de tempera-
tura. A seguir, relatamos uma experiência clássica, Graduação do termômetro
mostrando este tipo de engano: tome três recipientes Na graduação de um termômetro, costuma-se
contendo água quente, morna e fria. Mergulhe uma atribuir pontos de referência para as temperaturas,
das mãos na água quente e a outra na água fria por que correspondem a estados térmicos bem determi-
um determinado tempo. Coloque agora as duas mãos nados e de fácil obtenção na prática: são os chamados
na água morna. A sensação térmica será igual para as pontos fixos. Os dois pontos fixos mais utilizados na
duas mãos? Não, a água morna parecerá fria para a construção de escalas de temperatura são: o ponto do
mão que estava na água quente, e parecerá quente pa- gelo e o ponto do vapor.
ra a que estava na água fria. Assim, é evidente que a Ponto do gelo
sensibilidade à temperatura é muito limitada, não Corresponde à fusão do gelo sob pressão de
sendo precisa para ser útil em ciência. 1atm. O termômetro é colocado em gelo moído em
Em nível microscópico, pode-se dizer que equilíbrio térmico com água (gelo fundente). Observe
temperatura é uma grandeza que mede o estado de que o mercúrio desce. Pouco depois ele estaciona.
agitação térmica das partículas que constituem um Enquanto durar a fusão de gelo, o mercúrio manterá a
corpo. Em um gás, por exemplo, quanto maior a ve- sua posição. Marque a posição do extremo da coluna
locidade média de suas moléculas, maior a sua tem- de mercúrio.
peratura.
3. TERMÔMETRO DE MERCÚRIO
A variação do estado térmico de um corpo é
sempre acompanhada da variação de algumas de suas
propriedades. Estas são denominadas propriedades
termométricas, e as grandezas com que são medidas,
grandezas termométricas. Um sistema que apresenta
uma propriedade termométrica chama-se termoscó-
pio. Ao acrescentarmos a um termoscópio uma escala
Editora Exato 25
FÍSICA
Temperatura
do segundo
ponto fixo TC TF T
tg
V ∆H
h ∆h
ponto
do gelo 0ºC 32ºF 273K
hg
h-altura da coluna de mercúrio
Tc − 0 T − 32 T − 273
= f =
100 − 0 212 − 32 373 − 273
Tc T − 32 T − 273
= f =
100 180 100
Tc Tf − 32 T − 273
= =
5 9 5
4. ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Em particular:
Escalas termométricas são um conjunto de va- T = Tc + 273
lores numéricos de temperaturas, associados a um de- Há ainda outras escalas, como, por exemplo, a
terminado estado térmico preestabelecido, escala absoluta Rankine. Ela, por ser uma escala ab-
denominado ponto fixo da escala. soluta, só apresenta valores acima de zero e se rela-
Para a graduação do termômetro de mercúrio, ciona com a escala Fahrenheit da seguinte forma:
usamos a escala Celsius, oriunda dos antigos graus
centígrados, que atribuíam os valores 0°C a 100°C às TR = TF + 459, 67
Editora Exato 26
FÍSICA
5. EQUILÍBRIO TÉRMICO que ele trabalha, essa esterilização não pode ser feita
através de processos que utilizam temperaturas ele-
A experiência mostra que, quando colocamos vadas. O álcool, então, é o anti-séptico recomendado.
um corpo quente próximo a um corpo frio, este se
aquece e o corpo quente se esfria. O processo conti- Os termômetros de mercúrio são muito utiliza-
nua até que, num dado momento, as temperaturas dos dos na prática, pois:
dois corpos se igualam. Neste instante, dizemos que - O mercúrio é facilmente obtido em elevado grau de
os dois corpos se encontram em equilíbrio térmico. pureza.
Generalizando, temos que:
- O mercúrio apresenta dilatação térmica regular e
Dois corpos estão em equilíbrio térmico quan- muito superior à do vidro.
do tiverem a mesma temperatura.
- Sob pressão normal, o mercúrio é líquido num in-
6. PRINCÍPIO ZERO DA TERMODINÂMICA tervalo de temperaturas bastante extenso (entre
Dois corpos em equilíbrio térmico com um ter- 39°C e 359°C), o que abrange os fenômenos tér-
ceiro estão em equilíbrio térmico entre si. micos mais freqüentes.
7. LEITURA COMPLEMENTAR - O mercúrio não adere ao vidro e não reage com ele.
- Os termômetros de mercúrio são de fácil construção
Termômetro clínico e cômodos no manuseio.
É um termômetro de mercúrio adaptado para
funcionar no intervalo de temperaturas de 35°C a ESTUDO DIRIGIDO
44°C.
Normalmente, o termômetro clínico é utilizado 1 Defina temperatura em nível microscópico.
na determinação da temperatura do corpo humano e
de outros seres vivos.
Como é construído com a finalidade básica de 2 Cite os pontos fixos mais utilizados na constru-
indicar a temperatura mais elevada por ele atingida, ção de escalas de temperatura.
quando em contato com o corpo humano, o termôme-
tro clínico é considerado um termômetro de máxima. 3 Quais são os pontos fixos das escalas Celsius e
Para que esse objetivo seja alcançado, há um estran- Fahrenheit?
gulamento do tubo capilar na região que o liga ao
bulbo, evitando, assim, o refluxo de mercúrio após
ter atingido a temperatura máxima. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
35
bulho
100ºC 212
40 TF
Para desfazer o efeito do estrangulamento, é
suficiente sacudir o termômetro com movimentos rá-
pidos: a inércia do mercúrio leva-o de volta ao bulbo. 0 32
O termômetro clínico deve ter pequenas di-
mensões, a fim de atingir o equilíbrio térmico com o Assim, temos:
corpo humano rapidamente, e sua escala deve ser fra- 40 − 0 T − 32
= F →
cionada para que seja sensível a pequenas variações 100 − 0 212 − 32
de temperatura. Na prática, o termômetro clínico a- 40 TF − 32
= →
presenta tubo capilar de alguns milímetros de diâme- 100 180
4 TF − 32
tro e comprimento de dez centímetros, = →
1 18
aproximadamente.
4.18 = TF − 32 → 72 = TF − 32
O termômetro clínico, quando usado em mais TF = 72 + 32 → TF = 104º F
de um paciente, pode funcionar como veículo de con-
taminação microbiana. Assim, após cada tomada de
temperatura, ele deve ser esterilizado. Mas, devido ao
pequeno intervalo de temperaturas (35°C a 44°C) em
Editora Exato 27
FÍSICA
20
Editora Exato 28
FÍSICA
CALORIMETRIA
1. INTRODUÇÃO
3. CALOR ESPECÍFICO DE UMA SUBSTÂN-
Vamos considerar uma moeda quente que, CIA (C)
quando mergulhada em uma porção de água fria, tem
sua temperatura diminuída. É a razão entre a capacidade térmica C de um
Inicialmente, a temperatura da moeda é maior corpo constituído da substância considerada e a mas-
que a da água. De acordo com a teoria cinética, as sa m do corpo:
C
moléculas da moeda têm maior agitação que as molé- c= C = mc
m
culas de água, ou seja, maior energia cinética média.
Quando a moeda é mergulhada na água, acon- A capacidade térmica de uma substância de-
tece uma transferência de energia das moléculas da pende da natureza e da quantidade da substância. O
moeda para as da água, diminuindo a temperatura da calor específico depende da natureza da substância,
moeda e aumentando a da água. À medida que as mas não depende da quantidade.
temperaturas se igualam, cessa a transferência de e-
Exemplo:
nergia e, nessa situação, atingimos o equilíbrio tér-
mico. A essa energia transferida da moeda para a 1kg de ferro tem o mesmo calor específico de
água, devido à diferença de temperatura, damos o 2kg de ferro, mas os 2kg de ferro têm capacidade
nome de calor. térmica maior.
Caro aluno, não esqueça!!! Fórmula fundamental da calorimetria
Consideremos dois corpos A e B, com tempe-
O termo calor é usado para indicar a energia raturas TA > TB , haverá, então, passagem de energia do
que se transfere de um corpo, ou sistema, a outro, não
corpo A para o corpo B, até que os dois tenham a
sendo usado para indicar a energia que um corpo
mesma temperatura (equilíbrio térmico). A quantida-
possui.
de de calor trocada entre os corpos A e B pode ser
A unidade de quantidade de calor [Q] no Sis-
calculada com a expressão abaixo:
tema Internacional é o joule (J). As unidades mais
usadas, no entanto, são a caloria (cal) e seu múltiplo, CALO R
o quilocaloria (kcal).
Definição de caloria ⇒ 1 caloria é a quantida- A B
de de calor necessária para elevar a temperatura de
1g de água de 14,5ºC a 15,5ºC, sob pressão normal.
1 cal = 4,186 J
1 kcal = 103 cal Q = mc ∆T
2. CAPACIDADE TÉRMICA DE UM CORPO Em que:
Q = quantidade de calor sensível (cal)
(C)
m = massa do corpo (g)
Representa a quantidade de calor necessária cal
c = calor específico
para que a temperatura do corpo varie de 1 grau. Siga g ⋅ °C
o exemplo: ∆ T = Tf - Ti = variação de temperatura (°C)
Um pedaço de ferro de 100g é aquecido Se:
num calorímetro de 20° C para 50° C, rece-
Tf ≥ Ti ⇒ Q > 0 (calor recebido pelo corpo)
bendo para isso uma quantidade de calor
Tf ≤ Ti ⇒ Q < 0 (calor cedido pelo corpo)
(Q) de aproximadamente 330 cal. Ou seja,
precisou de 11cal para aquecer 1° C. As- Calor sensível → define-se calor sensível
sim, a capacidade térmica desse pedaço de como a quantidade de calor dada a uma
ferro é de 11cal/ºC. Daí, temos que: substância, a fim de que esta sofra apenas
Q uma variação de temperatura, sem que o-
C= corra mudança de fase.
∆T
C = Capacidade térmica (cal / °C).
Q = Quantidade de calor.
∆T = Variação de temperatura.
Editora Exato 29
FÍSICA
Editora Exato 30
FÍSICA
2 Misturam-se 40l de água a 60ºC com 20l de á- 4 Um cubo de gelo de 20g, que estava inicialmente
gua a 30ºC. Calcule a temperatura final da mistu- a −10°C , é retirado do congelador e colocado em
ra. Dado C H O = 1cal / g º C .
2
um copo. Após estar em equilíbrio térmico com o
Resolução: ambiente, que está a 25ºC, que quantidade de ca-
Quando se trata de mistura, é preciso lembrar lor o gelo terá absorvido?
que a quantidade de calor cedida pelo mais quente é Dados:
totalmente transferida para o mais frio, pois aqui con- Calor específico da água líquida = 1,0 cal/gºC
sideramos que o sistema é isolado termicamente, ou Calor específico do gelo = 0,5 cal/gºC
seja, não perde energia para o ambiente. Assim temos Calor latente de fusão da água = 80 cal/g
Estudo dirigido
EXERCÍCIOS
1 Calor é energia térmica em trânsito, passando es-
1 A definição de calor é: pontaneamente do corpo mais quente para o mais
a) a mesma de temperatura. frio. Lembre-se de que não é correto afirmar que
b) energia transferida entre corpos devido à dife- um corpo possui calor.
rença de temperatura. 2
c) energia armazenada em corpos quentes. a) O calor específico depende da natureza da
d) energia armazenada em corpos frios. substância, mas independe da quantidade. C como as
e) energia total de um corpo. amostras são de ferro possuem o mesmo calor especí-
fico.
2 Julgue os itens abaixo: b) A capacidade térmica, depende da natureza
1 Dois corpos à mesma temperatura estão em e da quantidade da substância; logo, a amostra de 2kg
equilíbrio térmico e não trocam calor entre si. possui maior capacidade térmica.
2 Quanto maior o calor latente de um corpo, 3 Q = mc ∆t
maior a quantidade de calor que uma certa Q = quantidade de calor - calorias (cal)
massa do corpo deve receber para que tenha m = massa – grams (g)
um certo aumento de temperatura. c = calor específico – cal/gºC
3 Dois corpos de mesmo calor específico po- ∆t = variação de temperatura – Celsius (ºC)
dem ter capacidades térmicas diferentes.
4 O calor armazenado em um corpo é denomi-
nado calor específico. Exercícios
1 B
3 Um certo corpo sólido, de 200g, que está inici- 2 V, F, V, F
almente a 10ºC, é aquecido até 40ºC. Para tanto,
3 0,1 cal/g°C
absorveu 600cal de calor. Determine o calor es-
pecífico do material que constitui este sólido. 4 2200 cal
5 a) 50L b) 250s
Editora Exato 31
FÍSICA
curvarão. Veja, na Tabela 1, que o coeficiente de di- Fusão (ou solidificação) nítida é aquela em que
latação linear do zinco é maior que o do cobre. há a coexistência das fases sólida e líquida. O corpo
Lâminas como estas podem ser usadas como passa aos poucos de uma fase para a outra. É própria
reguladores de temperaturas em ferros de engomar, das substâncias cristalinas.
em estufas, em fornos elétricos e em lâmpadas de A fusão do gelo é nítida, porém a da parafina,
pisca-pisca. da cera, não é. Enquanto parte do gelo já se fundiu
(virou água), a outra parte continua sólida. Por outro
Cu lado, a parafina vai amolecendo, passa por um estado
pastoso e, em seguida, vai de uma vez para o estado
líquido.
Vaporização é a passagem da substância do
estado líquido para o estado gasoso.
Zn Liquefação é a passagem do gasoso para lí-
quido. É a transformação inversa da vapori-
zação.
Tensão térmica Sublimação é a passagem da substância di-
A tensão térmica nos dá uma explicação para o retamente do estado sólido para o gasoso ou
fato de um copo de vidro grosso comum romper-se do gasoso para o sólido.
ao receber água fervendo em seu interior. Como o vi- A experiência mostra que a fusão e a vaporiza-
dro é mal condutor de calor, as camadas internas dila- ção se processam sempre com recebimento de calor,
tam-se mais rapidamente do que as camadas externas. sendo, pois, transformações endotérmicas.
A tensão aí criada provoca a ruptura do vidro. Isso Já a solidificação e a liquefação se processam
não acontece com o pirex, pois este possui um coefi- com desprendimento de calor sendo, pois, transfor-
ciente de dilatação bem menor que o vidro comum. mações exotérmicas.
Portanto, apresenta uma tensão térmica bem menor 8. TEMPERATURA DE MUDANÇA DE FASE
também.
A fusão e a solidificação se processam na
6. MUDANÇAS DE FASES mesma temperatura, chamada temperatura (ou ponto)
A matéria (as substâncias, os elementos etc) de fusão ou de solidificação (TF). Por exemplo, a á-
pode apresentar-se em três estados físicos fundamen- gua sob pressão atmosférica normal sempre se funde
tais: sólido, líquido e gasoso. e se solidifica a 0°C. A ebulição e a liquefação se
Analisando, de uma maneira muito simples, processam na mesma temperatura, chamada tempera-
sob o ponto de vista físico, podemos dizer que sóli- tura (ou ponto) de ebulição ou de liquefação (TE).
dos são os corpos que apresentam forma e volume Por exemplo, a água sob pressão atmosférica normal
próprios, resistência a esforços de tração, compres- sempre entra em ebulição e liquefaz a 100°C.
são, cisalhamento etc; já os líquidos têm volume pró- Durante a mudança de fase de uma substância
prio, mas não têm forma própria, tomando a forma do pura à pressão constante, a temperatura permanece
recipiente que os contém; finalmente, os gases não constante.
têm forma própria e nem volume próprio, tomando
sempre a forma e o volume do recipiente em que são 9. DIAGRAMAS DE FASE
colocados.
Os líquidos e os gases, que podem ser chama- Para a maioria das substâncias:
P
dos indistintamente de fluidos, não apresentam resis- Líquido
Fusão
Sólido
po
ão Gás
tência é muito pequena. Por isso mesmo, os líquidos aç
são considerados como incompressíveis e os gases b lim Vapor
Su
como compressíveis.
7. DEFINIÇÕES TC T
Para a água:
P Líquido
Va po rização
Fu
sã o
Sólido
ão P T G ás 11. PRESSÃO X TEMPERATURA DE E-
aç Vapor
b l im BULIÇÃO
Su
Um aumento da pressão sobre um líquido fará
T com que o ponto de ebulição aumente. Assim, no alto
do Everest, a água sofre ebulição abaixo de 100°C e
10. PRESSÃO X TEMPERATURA DE FU- dentro de uma panela de pressão, acima de 100°C.
SÃO A tabela ilustra a temperatura de ebulição da
água em algumas cidades.
Na maioria das substâncias, o aumento de
Cidade Temperatura de
pressão acarreta aumento na temperatura de fusão.
ebulição (C°)
Na água, um aumento de pressão diminui a
La Paz 87°
temperatura de fusão.
Quito 90°
A fusão de um material sólido puro obedece a
dois princípios básicos: Brasília 96°
A uma dada pressão, todo o material sofre São Paulo 98°
fusão a uma temperatura determinada. Rio de Janeiro 100°
Não havendo variação de pressão, a tempe-
ratura de fusão se mantém constante.
ESTUDO DIRIGIDO
Vamos estudar a influência da pressão na tem- 1 Por que existem pequenos vãos entre os trilhos
peratura de fusão das substâncias em duas partes: pa- de ferro?
ra a maioria das substâncias e para a água.
A maioria das substâncias ao sofrer fusão sofre
expansão (aumenta de volume). Para tais substâncias, 2 Quando um pedreiro faz uma calçada, ele costu-
o aumento da pressão acarreta um aumento da tempe- ma deixar ripas de madeira entre os blocos de
ratura de fusão. A água faz exceção à regra, pois ao cimento. Por que ele faz isso?
sofrer fusão ela sofre contração (diminui de volume),
para a água um aumento de pressão leva a uma redu-
3 O que acontece com a temperatura de uma subs-
ção da temperatura de fusão.
tância pura durante uma mudança de fase?
Experiência de Tyndall
Considere um bloco de gelo numa temperatura
inferior a 0°C. Se passarmos sobre o bloco de gelo 4 Qual a influência da pressão durante a fusão da
um fio fino de metal com dois pesos de alguns quilo- maioria das substâncias? E do gelo?
gramas nas extremidades, o acréscimo de pressão nos
pontos de contato do fio com o gelo diminui a tempe-
ratura de fusão e provoca o derretimento do gelo sob EXERCÍCIOS
o fio. Nas regiões em que o fio já atravessou o bloco,
1 (PUC) Uma porca está muito apertada no parafu-
a água, livre de pressão do fio volta a se congelar (re-
so. O que você deve fazer para afrouxá-la?
gelo).
a) é indiferente esfriar ou esquentar a porca.
Desta forma, o fio de metal atravessa o bloco
b) esfriar a porca.
de gelo sem que haja rompimento deste.
c) esquentar a porca.
d) é indiferente esfriar ou esquentar o parafuso.
e) esquentar o parafuso.
Editora Exato 34
FÍSICA
2 (FURG-RS) Uma chapa metálica tem um orifí- d) A temperatura de fervura da água depende da
cio circular, como mostra a figura, e está a uma umidade relativa do ar e não pode ser calcula-
temperatura de 10ºC. A chapa é aquecida até uma da só com esses dados.
temperatura de 50ºC. Enquanto ocorre o aqueci-
mento, o diâmetro do orifício:
a) aumenta continuamente. 6 Na panela de pressão:
b) diminui continuamente. a) a água ferve mais rapidamente, a menos de
c) permanece inalterado. 100ºC, acelerando o cozimento dos alimentos.
d) aumenta e depois diminui b) a água atinge temperaturas acima de 100ºC
e) diminui e depois aumenta. sem ferver, acelerando o cozimento dos ali-
mentos.
c) a água ferve a 100ºC e a grande pressão interna
3 Baseado no gráfico e em seus conhecimentos, acelera o cozimento dos alimentos.
julgue os itens: d) a temperatura interna é menor que nas panelas
comuns.
Pessão
B.
A.
7 Se, para uma dada temperatura constante e menor
C. que a temperatura do ponto triplo, a pressão da
água líquida é diminuída, que transformação se
Temperatura
espera que ocorra com a água?
a) Vaporização. b) Sublimação.
1 O gráfico representa o diagrama de fases da c) Condensação. d) Fusão.
água. e) Solidificação.
2 O ponto A representa o estado sólido.
3 O ponto B representa o estado gasoso.
4 O ponto A representa o estado de vapor. GABARITO
5 Se o corpo estiver inicialmente em B, ao di-
minuirmos sua temperatura, ele se solidificará. Estudo dirigido
1 Para que os trilhos possam se dilatar em dias
4 A transformação a seguir representa a: muitos quentes.
2 O pedreiro faz uso das ripas para permitir a dila-
p (atm)
tação do concreto. Caso ele seja uma placa só, em
dias quentes, tende a rachar.
3 A temperatura permanece constante.
t(°C)
4 Para a maioria das substâncias um aumento de
pressão eleva a temperatura de fusão, já para o
gelo um aumento de pressão baixa o ponto de fu-
a) solidificação. são, ou seja, o gelo passa a derreter a temperatu-
b) fusão. ras abaixo de zero.
c) vaporização.
Exercícios
d) condensação.
e) sublimação. 1 C
2 A
5 Ao nível do mar, a água líquida entra em ebuli- 3 E, C, E, C, C
ção a 100ºC. Em Brasília, que fica a 1000m aci-
ma do nível do mar, é correto dizer que: 4 D
a) A água ferve a mais de 100ºC. 5 C
b) A água ferve a 100ºC.
c) A água ferve a menos de 100ºC. 6 B
c) A temperatura de fervura da água depende da 7 E
potência do fogo/aquecedor e não pode ser cal-
culada só com esses dados.
Editora Exato 35
FÍSICA
TRANSMISSÃO DE CALOR
1. TRANSMISSÃO DE CALOR surge em virtude do seu aquecimento ou resfriamen-
to.
O calor se propaga espontaneamente sempre O congelador de uma geladeira é colocado na
de um corpo de maior temperatura para outro de me- parte superior; o ar frio desce, retira “calor” dos cor-
nor temperatura. A propagação de calor se dá por pos que estão na geladeira, aquece-se e sobe até o
condução, convecção e radiação. congelador, onde novamente se resfria.
2. CONDUÇÃO
Se colocamos uma extremidade de uma barra
metálica sobre uma chama e seguramos na outra ex-
tremidade, notamos que esta se torna cada vez mais
quente, apesar de não estar em contato direto com o
fogo. Dizemos que o calor atingiu a extremidade
mais fria da barra por condução através do material
que a constitui. As moléculas da extremidade quente
da barra aumentam a amplitude de sua vibração à
Quente
Frio
medida que a temperatura aumenta. Ar
Verificam-se então colisões dessas moléculas
com as suas vizinhas, menos próximas da extremida-
de mais quente, e que se movem mais lentamente: as-
sim, parte da energia das moléculas da extremidade
mais quente é absorvida pelas vizinhas, e o processo
se repete progressivamente. Desse modo, a energia
térmica se propaga de uma molécula para a seguinte,
sem que se desloquem as moléculas de sua posição 4. IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
inicial.
O termo radiação se refere à emissão contínua
de energia, da superfície de todos os corpos. Esta e-
Calor
nergia é chamada energia radiante e se apresenta sob
a forma de ondas eletromagnéticas. Estas ondas se
deslocam com a velocidade da luz e são transmitidas
tanto através do vácuo como no ar (no vácuo, a
transmissão é melhor, pois o ar as absorve um pou-
barra co).
metálica Quando elas atingem um corpo que não lhes é
transparente, tal como a superfície da mão ou as pa-
É fato conhecido serem os metais bons condu- redes de um quarto, elas são absorvidas e sua energia
tores de calor e eletricidade. À capacidade de serem é transformada em calor.
bons condutores de eletricidade devemos a existência
dos elétrons “livres”, isto é, dos elétrons que se sepa-
ram de suas moléculas. Os elétrons livres também Sol Terra
tomam parte na condução do calor: a razão pela qual
os metais são bons condutores de calor é exatamente
o fato de tanto os elétrons livres como as moléculas
tomarem parte na transmissão de energia térmica das 5. GARRAFA TÉRMICA (VASO DE DEWAR)
partes quentes para as partes frias.
A garrafa térmica permite a conservação por
3. CONVECÇÃO um tempo maior da temperatura de um líquido em
Processo de transmissão de calor com o arraste seu interior. Isso se dá diminuindo as trocas de calor
de matéria. Este processo é característico dos líquidos com o ambiente da seguinte maneira:
e gases (fluidos). A movimentação das diversas par- Tampa → evita convecção.
tes do fluido ocorre pela diferença de densidade que Vácuo → condução e convecção.
Parede espelhada → evita irradiação.
Editora Exato 36
FÍSICA
Tampa Ar quente
Ar
frio
Vácuo
Porção
Espelhada Água Areia
fria quente
6. LEITURA COMPLEMENTAR
Ar quente
Efeito Estufa Ar
frio
Um dos exemplos de aplicação da irradiação é
a estufa de plantas. Nas estufas, o teto é feito de vidro
transparente. A luz solar (energia radiante) atravessa
as paredes de vidro e a energia é absorvida pelas
Água Areia
plantas e objetos no interior da estufa. quente fria
Posteriormente, essa energia é emitida (irradi-
ada) na forma de raios infravermelhos que não atra-
vessam o vidro; assim o interior da estufa mantém-se
aquecido. Inversão térmica
O vapor d’água e o dióxido de carbono presen- Outro fenômeno importante relacionado com a
tes na atmosfera terrestre dificultam a propagação convecção do ar é a inversão térmica. Ela é causada
dos raios infravermelhos. Com isso, a energia térmica pela ausência de correntes de convecção no ar em
emitida pela Terra fica, em parte, retida. O aumento dias frios em grandes centros urbanos. Normalmente,
progressivo de dióxido de carbono (CO2), principal- a camada de ar poluído junto ao solo é mais quente
mente devido às indústrias e aos carros, que lançam que as camadas superiores, com ar mais limpo. Então
grandes quantidades de gases na atmosfera, entre eles o ar poluído tende a subir e os poluentes são disper-
o CO2, faz com que se acentue tal fenômeno, deno- sos nas camadas mais altas da atmosfera. Porém, em
minado “efeito estufa”. Devido ao “efeito estufa”, a dias mais frios, há um maior número de frentes frias.
energia média da Terra tende a aumentar, provocando Quando há o encontro de duas massas de ar de dife-
derretimento do gelo polar (fusão) com graves con- rentes temperaturas, a mais fria fica por baixo. As-
seqüências para o planeta, desde grandes inundações sim, em dias frios, o ar poluído, junto ao solo, é mais
até doenças de pele nos seres vivos. Os problemas frio do que o ar limpo das camadas superiores. Isso
que podem surgir, se o “efeito estufa” não for contro- impede a ocorrência de correntes de convecção, au-
lado, são muito amplos para a vida na Terra. mentando a concentração de poluentes no ar próximo
ao solo.
Brisas litorâneas
ar limpo ar limpo
No litoral, é comum a ocorrência de brisas. Pa-
frio frio
ra o melhor entendimento de tal fenômeno, vale lem-
brar que o calor específico da água é bem superior ao
de outros materiais. Isso significa que a água sofre
uma menor variação de temperatura que, neste caso, ar poluído
a areia da praia. De manhã, o Sol aquece tanto a areia quente
quanto a água do mar, mas a areia se aquece mais ra-
dia normal
pidamente. O ar que está sobre a areia se aquece e
sobe, sendo substituído pelo ar que estava sobre a á- ar limpo ar limpo
gua: é a brisa marítima. À noite, a areia se resfria quente quente
mais rapidamente do que a água. Então, o ar junto à
água, agora mais quente que o da areia, sobe, dando
lugar ao ar que estava junto à areia: é a brisa terrestre.
ar poluído
frio
Editora Exato 37
FÍSICA
Editora Exato 38
FÍSICA
TERMODINÂMICA
1. INTRODUÇÃO 3 M 2
U = Ec = nRT T= v
2 ou 3R
Termodinâmica é a ciência que estuda as rela-
ções entre o calor e o trabalho, que ocorrem, por e- R- constante universal dos gases
xemplo, entre um gás perfeito e o meio externo. n- número de mols
v- velocidade quadrática média
2. TRABALHO SOB PRESSÃO CONSTANTE M- massa molar
O trabalho realizado por um gás, numa trans- 4. PRIMEIRO PRINCÍPIO DA TERMODINÂ-
formação isobárica, é dado pelo produto da pressão MICA
pela variação de volume sofrida pelo gás.
O primeiro princípio nada mais é do que a a-
plicação do princípio da conservação de energia à
termodinâmica, onde a energia não pode ser criada
nem destruída. Aqui, as energias postas em jogo são
o calor e o trabalho; por exemplo, admitamos que um
sistema recebeu 90 joules de calor. O sistema então
V1 V2 realiza 70 joules de trabalho. Onde estão os outros 20
joules? Foram destruídos? Não, eles ficaram armaze-
nados sob a forma de energia interna. Portanto, a e-
τ = p∆V ⇒ τ = p(V2 -V1) nergia interna aumentou 20 joules.
Q = τ + ∆U
Quando o volume aumenta, o trabalho é po-
sitivo; o sistema realiza trabalho. Em que:
V2 > V1 ⇒ τ >0 ∆U = variação de energia interna
Quando o volume diminui, o trabalho é ne- Q = calor trocado pelo gás
gativo; o sistema recebe trabalho. τ = trabalho realizado/recebido pelo gás.
V2 < V1 ⇒ τ < 0 5. SEGUNDO PRINCÍPIO DA TERMODINÂ-
Quando o volume não se altera, o trabalho é MICA
nulo; o sistema não troca trabalho.
V2 = V1 ⇒ τ = 0 É impossível construir uma máquina térmica,
que, operando em ciclos, converta calor de uma fonte
O trabalho pode também ser calculado por integralmente em trabalho.
meio do diagrama p x V. Nesse caso, o trabalho é 6. ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES GA-
numericamente igual à área da figura: SOSAS
n
τ área
Em uma transformação gasosa reversível, é
P possível descrever o comportamento das variáveis do
processo, estabelecendo relações por meio de fórmu-
las ou gráficos. Na transformação reversível, o siste-
ma permanece sempre em equilíbrio.
A
Quando temos uma transformação reversível,
na qual o estado inicial é diferente do final, podemos
afirmar que:
V
- só há realização de trabalho quando há varia-
ção de volume;
3. ENERGIA INTERNA (U) - só há variação de energia interna quando há
Para gases com moléculas monoatômicas, a variação de temperatura.
energia interna corresponde à energia cinética de Transformação Isobárica
translação das moléculas e é dada por: O trabalho realizado τ e a quantidade de calor
3 3 trocado Qp, são dados por:
U = Ec = nRT U= pV
2ou 2 τ = p . ∆V e Qp = m . cp . ∆T
A relação entre a temperatura de um gás per-
feito e a velocidade média de suas moléculas é:
Editora Exato 39
FÍSICA
O módulo do trabalho realizado é dado nume- dar em função do isolamento do sistema em relação
ricamente pela área indicada no gráfico abaixo: ao ambiente ou à velocidade de transformação eleva-
Nessa transformação, o volume e a temperatu- da que faz com que a troca de calor com o meio am-
ra absoluta se relacionam em proporção direta; logo, biente seja desprezível.
a energia interna do gás varia. Exemplo:
Ao comprimirmos rapidamente o êmbolo de
P uma bomba comum, dessas usadas para encher bola
de futebol, por exemplo, o ar contido em seu interior
B C torna-se mais quente. O aumento da energia interna
nesse aquecimento veio do trabalho realizado pelo
A operador sobre a bomba. Como o processo é rápido,
consideramos como sendo adiabático.
0 ∆V V Assim, nas compressões adiabáticas, há um
aumento de temperatura do gás. Já, nas expansões a-
diabáticas, há uma diminuição da temperatura do gás.
∆U = Qp – τ, ∆U ≠ 0 temos: Qp ≠ τ Experimente fazer um biquinho com a boca e soprar
Transformação Isocórica sua mão. Explique por que o ar esfria ao sair de sua
Não temos realização de trabalho devido ao boca.
volume constante; assim, podemos afirmar que τ = 0.
Observamos, no diagrama pV abaixo, que não 7. MÁQUINA TÉRMICA
há área representativa do trabalho, pois a transforma- É um dispositivo que, operando em ciclos,
ção é representada por uma reta paralela ao eixo da transforma calor em trabalho.
pressão. Exemplo:
Máquina a vapor, motor de combustão interna
P
(automóveis).
P2 Q
Fonte Q 11 Máquina
Q
Q 22 Fonte
P1 quente Térmica fria
0 V1 V
d) transformação adiabática.
saída de
vapor
2 No diagrama Pressão (P) x volume (v), abaixo
identifique todos os tipos de transformações ga-
sosas.
saída
P
de Vapor
vapor
B C
água isotermas
A D
V
fogo
EXERCÍCIOS
Tfria P T1 T2
η = 1−
Tquente
Transformações:
A B isotérmica. a c
B C adiabática.
C D isotérmica. b
D A adiabática.
V
ESTUDO DIRIGIDO
I – Na transformação ac, o sistema realiza traba-
1 Defina: lho e recebe calor;
a) transformação istérmica; II – As transformações ac e bc têm a mesma vari-
b) transformação isobárica; ação de energia interna;
c) transformação isocárica;
Editora Exato 41
FÍSICA
III – Na transformação bc, o trabalho é nulo e o 5 (OSEC-SP) Um gás perfeito descreve o ciclo
sistema cede calor à vizinhança. ABCDA, como mostra a figura:
3 (Med. ABC) O diagrama abaixo representa o ci- O trabalho, em joules, realizado pelo gás é:
clo de Carnot entre as temperaturas T1 = 800K e a) 2,0;
T2 =400K. Sabendo-se que o motor (de Carnot) c) 15,0;
recebe calor Q1=1000 J da fonte quente, o calor b) 8,0;
rejeitado (Q2) e o trabalho (τ), (ambos em módu- d) 18,0;
lo) valem, respectivamente: e) Nenhuma.
P
GABARITO
Q Estudo dirigido
1
T1 1
a) aquela que se processa a uma temperatura
constante, portanto a energia interna não varia
Q2 T2 também.
b) aquela que ocorre sob pressão constante.
T c) aquela em que o volume não varia, assim tam-
bém não há realização de trabalho.
a) 500 J, 500 J. d) é uma transformação rápida onde não ocorrem
b) 400 J, 600 J. trocas de calor com o ambiente.
c) 300 J, 700 J.
d) 200 J, 800 J. 2 De A→B = isocórica, o volume permanece cons-
e) 100 J, 900 J. tante
∆v = 0 = trabalho nulo
De B → C= isobárica pressão constante
4 O Diagrama abaixo representa os processos pelos De C → D = isocórica
quais passa um gás ideal dentro de um recipiente.
De D → A = isobárica
Calcule, em joules, o módulo do trabalho total re-
Nas linhas inclinadas (isotermas) a temperatura
alizado sobre o sistema, durante o ciclo completo.
permanece constante, ou seja, de D → B não há vari-
Desconsidere a parte fracionária do resultado ob-
ação de temperatura.
tido, caso exista.
Exercícios
2
P(N/ m ) 1 C, C, E, E, C, C
60 2 C
C B
50
40 3 A
30 4 80
20
10
5 B
A
0 1 2 3 4 5 6 V(m3 )
Editora Exato 42
FÍSICA
A FAB FBA B
elétron
figura 2 - A
figura 1
Mesmo sinal repulsão
Vamos retomar o modelo da estrutura do áto-
mo, que é semelhante ao nosso sistema planetário. Os
A B A B FBA
prótons e os nêutrons constituem o núcleo do átomo. FAB
Ao redor deste núcleo giram, na eletrosfera, os elé-
trons. Convencionou-se que: figura 2- B
Os prótons têm carga elétrica positiva;
Os elétrons têm carga elétrica negativa;
Editora Exato 43
FÍSICA
Editora Exato 44
FÍSICA
4.3. Indução
A indução tem como base o fato de que, num
condutor metálico, os elétrons livres podem movi-
mentar-se sob influência de forças externas. Acom-
panhe a explicação das figuras abaixo, onde
representamos um bastão carregado e uma esfera
neutra.
Figura 8
+++
+
+
+ + +
+ ++
++
+
+ +
+ Indutor +
A força de atração ou de repulsão que age en-
Induzido
tre dois corpos puntifomes eletrizados é diretamente
proporcional ao produto das quantidades de eletrici-
dade Q1 e Q2 que esses corpos possuem, e inversa-
elétrons
mente proporcional ao quadrado de sua distância d.
(a) (b) (c)
Sua intensidade é dada pela expressão:
Na figura 8(a), o bastão carregado positiva-
Q1 Q 2
mente, ao aproximar-se da esfera condutora, faz com F= k
d2
que ocorra uma separação de cargas com o movimen-
to dos elétrons livres para o lado mais próximo do
bastão. Observe, no entanto, que a esfera continua onde
neutra, apenas houve separação de cargas. Na figura N ⋅ m2
k = 9 x 109 (Vácuo)
8(b), a esfera é ligada à Terra e há um fluxo de elé- C2
trons da Terra para a esfera; finalmente, em 8(c), a
Q1 Q2
conexão com a Terra foi desfeita e o bastão afastado.
F21 F12
Temos, então, que a esfera fica eletrizada com carga
negativa. Vale lembrar que não houve contato entre o
bastão e a esfera, por isso esse processo é também d
chamado de eletrização por influência.
Se o bastão estivesse carregado negativamente, F12 = F21
a esfera se eletrizaria com carga positiva. Figura 1
Indutor
chamado de ko.
ESTUDO DIRIGIDO
elétrons
1 Qual o valor da carga elementar?
Editora Exato 45
FÍSICA
1 Julgue os itens:
1 Após a eletrização por atrito, os corpos eletri-
zados têm cargas de mesmo sinal.
2 Após a eletrização por atrito, os corpos ten-
4 O que é um corpo eletrizado?
dem a se repelir.
3 Após a eletrização por contato, os corpos ad-
quirem cargas de mesmo sinal.
4 Na eletrização por indução, é necessária a uti-
lização de um fio-terra ou algum dispositivo
5 Cite os processos de eletrização. que funcione como tal.
2 Julgue os itens:
1 A carga do elétron é, por convenção, negativa.
2 A carga do próton é, por convenção, positiva.
3 Em módulo, o próton e o elétron possuem
6 Escreva a expressão matemática da Lei de Cou- mesma carga elétrica.
lomb explicando o significado de cada símbolo. 4 A unidade de carga elétrica, no sistema inter-
nacional, é o Ampère.
5 A carga elétrica é uma grandeza quantizada.
Editora Exato 46
FÍSICA
GABARITO
Estudo dirigido
1 O valor da carga elementar é e = ±1, 6.10 −19C
2 Segundo esse princípio, cargas de mesmo sinal se
repelem enquanto cargas de sinal contrário se a-
traem.
3 É aquele que possui o mesmo número de prótons
e elétrons.
4 É aquele que possui um excesso ou falha de elé-
trons.
Positivo – falta de elétrons.
Negativo – excesso de elétrons.
5 Atrito, contato e indução.
6
K Q .q
F = , onde
d2
F = força – Newton (N)
d = distância – metros (m)
Q e q = carga elétrica – Coulomb (C)
Nm 2
K = constante elétrica 9.109 (vácuo)
C2
Exercícios
1 E, E, C, C
2 C, C, C, E, C
3 E, C, E, E.
4 E, C, C, C.
5 1000N.
Editora Exato 47
FÍSICA
Editora Exato 48
FÍSICA
- α
i
q [C] R = tgα
U= DDP ⇒ Volt [ V ]
EeL = Energia Elétrica ⇒ [ J ] A resistência é constante, independentemente
Q = Carga Elétrica ⇒ [ C ] dos valores da tensão e corrente.
P = Ri2
Potência Elétrica [ W ] Podemos calcular
ou
Resistência Elétrica [ Ω ] = ohm P = iU ⇒ U = Ri ⇒ 2 a potência com
U
P= estas equações
5. 1ª LEI DE OHM R
também.
A corrente estabelecida em um condutor
metálico é diretamente proporcional à voltagem a A experiência mostra que os aparelhos que
ele aplicada, de modo que sua resistência mais consomem energia elétrica são aqueles de
permanece constante (não depende da voltagem maior potência e/ou que ficam ligados mais tempo.
aplicada). Assim, definimos energia elétrica como sendo o
produto da potência do aparelho pelo tempo que este
permanece ligado.
Editora Exato 49
FÍSICA
EeL = P ⋅ ∆t R1 R2 R3
UT = U1 + U2 + U3
i1 = i2 = i3 = i
R2
Editora Exato 50
FÍSICA
R1 R2 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Req =
R1 + R2
2º Caso: 1 Uma resistência de 10Ω é submetida a uma
R tensão de 40V. Calcule a corrente que a
Caso os resistores sejam iguais R eq = onde atravessa.
N
N é o número de resistores. Resolução:
Dados: R=10Ω; u = 40V; i=?
8. LEITURA COMPLEMENTAR U = Ri.
A lâmpada incandescente foi inventada, em 40 = 10.i
1879, por Thomas Alva Edison e passou por inúme- 40
i = → i = 4A
ros aperfeiçoamentos até os dias de hoje. Ela consiste 10
de um fio de tungstênio em forma de espiral, chama-
do filamento, colocado dentro de um bulbo de vidro 2 Calcule a DDP que deve ser estabelecida para
com um gás nobre que retarda a sublimação desse fi-
que, através de uma resistência de 4Ω, circule
lamento.
uma corrente de 10A.
Resolução:
filamento ampola (bulbo) Dados: R=4Ω; i=10ª; U=?
de vidro U = Ri.
suporte
U = 4.10
de vidro
U = 40v
fio metálico rosca metálica
contato
metálico isolante 3 As empresas de energia elétrica cobram a fatura,
baseando-se no consumo mensal de energia dada
Quando o filamento é atravessado por uma em kwh (kilowatt hora). Imagine uma pessoa que
corrente elétrica, ele se aquece e, tornando-se incan- tome um banho de 30 minutos uma vez por dia
descente, passa a emitir luz. As lâmpadas são consti- durante um mês (30 dias), utilizando um chuveiro
tuídas para trabalhar em uma tensão e potência de potência 3000W. Sendo o valor do kwh igual a
nominal específicas. Por exemplo: 110 V - 110 W. A R$ 0,60, quanto esta pessoa gasta em um mês
luminosidade - ou brilho - da lâmpada está direta- com os banhos?
mente relacionada ao quadrado da tensão aplicada. Resolução:
Quando aplicamos tensão inferior à nominal, a lâm- Para resolver esta questão, utilizaremos a
pada brilha menos que o normal. Com tensão superi- equação EeL = p.∆t lembrando que a potência (P)
or à nominal, brilha mais, porém, pode provocar a agora deve ser dada em kw e o tempo em horas.
queima do filamento. Assim, devemos fazer as transformações:
1h 60min
2 O que significa DDP? Dê um outro sinônimo e x 30min
cite sua unidade internacional.
60 x = 30
30
x= → x = 0, 5h
60
3 Escreva a primeira Lei de OHM, explicando o EeL = P.∆t
significado de cada termo.
EeL = 3 ⋅ 0, 5 essa é a energia gasta por banho,
EeL = 1, 5kwh
em trinta dias basta multiplicar 1,5X30 = 45kwh→
4 Escreva a equação para o cálculo de energia 45X0,60=27. Então o custo mensal dos banhos é de
elétrica. R$ 27,00
Editora Exato 51
FÍSICA
4 Calcule a resistência equivalente nos exercícios 4 Quanto maior a área da secção reta de um
abaixo: condutor, menor a sua resistência.
3Ω 2Ω 5Ω
a)
4 Uma casa com 6 moradores possui um chuveiro
Resolução: Como as resistências estão em série,
com a seguinte inscrição: 3600 W – 220 V. Sa-
basta somá-las 3+2+5=10
bendo que cada morador toma um banho de 10
Req = 10Ω.
minutos por dia, qual a energia gasta, em 30 dias,
b)
só com o chuveiro, em kWh? Sabendo que o
6Ω kWh custa R$0,25, quanto se gasta por mês para
que os moradores desta casa possam tomar banho
diariamente?
Editora Exato 52
FÍSICA
Editora Exato 53
FÍSICA
Editora Exato 54
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA FÍSICA
Dobras (pressões horizontais)
RELEVO E SOLO
1. AGENTES INTERNOS DO RELEVO
Tectonismo/Diastrofismo
São movimentos provocados por forças do in-
terior da Terra que atuam de forma lenta e prolonga-
da. Os movimentos tectônicos podem também ser Vulcanismo
chamados de diastrofismo (distorção). Acarretam fa- É um movimento interno da Terra, que expulsa
lhas e dobramentos, dando origem a várias formas de material magmático do interior para a superfície. Os
relevo. São caracterizads como as formas mais inten- vulcões em constante erupção são chamados de ati-
sas de movimentos internos da terra. vos, os que não possuem atividade são chamados de
a) Movimentos Epirogenéticos: extintos.
São movimentos verticais, constituindo levan- As duas áreas onde se concentra a maioria dos
tamentos e rebaixamentos, formando as falhas. E- vulcões são:
xemplo: a formação da Holanda. a) Círculo de Fogo do Pacífico: concentra a-
proximadamente 80% dos vulcões, abrange áreas dos
Fraturas (pressões verticais) Andes até as Filipinas, passando pela costa oeste dos
EUA e pelo Japão.
b) Círculo de Fogo do Atlântico: abrange áreas
da América central, Antilhas e Mediterrâneo.
1
Chaminé
secundária
9
4
Juntas
b) Movimentos Orogenéticos:
São movimentações horizontais, determinando Abalos Sísmicos ou Terremotos
dobramentos. Esses movimentos originaram os rele- Os abalos sísmicos podem ser chamados de
vos de maior altitude hoje presentes no globo, como a terremotos, são movimentos naturais na litosfera, que
cordilheira dos Andes, Himalaia, Montanhas Rocho- se propagam através de vibrações. Podem ser perce-
sas, dentre outras. bidos pelas pessoas naturalmente ou por meio de apa-
relhos chamados sismógrafos.
Fraturas (pressões verticais) A intensidade do abalo é variável. O fator que
mais influi é a proximidade do local de origem (Hi-
pocentro-interior) e o local onde se manifesta (Epi-
centro-superfície).
A escala mais utilizada e conhecida para se
medir a magnitude é a escala Richter, que pode variar
até nove.
Somente uma parcela muito pequena dos tre-
mores podem ser sentida pelas pessoas. Nesses casos,
suas conseqüências podem variar de uma pequena
sensação de desequilíbrio ao desmoronamento de ci-
dades inteiras, o que obriga muitas pessoas a abando-
Editora Exato 1
GEOGRAFIA
narem certas áreas. Com isso, os terremotos podem zes esses abalos ocorrem no mar (maremotos) geran-
modificar intensamente as paisagens do espaço geo- do uma onda de catástrofe, como a que ocorreu na
gráfico. Mesmo com incessantes pesquisas desenvol- Ásia no dia 26 de dezembro de 2004, gerando ondas
vidas em torno da origem dos terremotos, ainda não é gigantes, as tsunamis, matando milhares de pessoas
possível prever com precisão quando e com qual in- na região e gerando o caos e a destruição.
tensidade um abalo sísmico pode ocorrer. Muitas ve-
Epicentro
Fratura
O ndas sísmicas
Hipocentro
Agentes Externos do relevo possuem encostas íngremes e, por isso, sofrem inten-
São também conhecidos como agentes mode- samente a ação dos agentes externos do relevo (água,
ladores do relevo (exógenos). Determinam a configu- vento, geleiras). As montanhas fornecem grande
ração do terreno a partir do desgaste e decomposição quantidade de sedimentos para as áreas mais baixas
das rochas, processo conhecido como intemperismo. em seu entorno. Normalmente estão presentes em es-
Essa formação é determinada, sobretudo, por esses truturas geológicas mais recentes.
fatores: 3. RELEVO SUBMARINO
Ação Antrópica (ação do homem);
Ventos; Na área dos mares e oceanos, existe um con-
Mar; junto amplo de relevo, que se constitui de planícies,
Geleiras; planaltos e até montanhas.
Rios. Neste tipo de relevo podemos diferenciar:
Plataforma continental
2. TIPOS DE RELEVO
É a estrutura geológica continental abaixo do
Montanhas: são áreas elevadas, ligadas a mo- nível do mar. Apresenta uma profundidade razoável,
vimentos tectônicos, localizados em áreas de forma- contribuindo para que se desenvolva vegetação mari-
ção geológica mais recentes. nha e conseqüentemente o desenvolvimento de ativi-
Planaltos: superfície aplainada, caracterizada dade pesqueira. Com o passar do tempo, as
pelo fator da erosão superar o da deposição. Situa-se depressões do terreno da plataforma continental tor-
em média a partir de 200 metros. Pode assumir dife- nam-se bacias sedimentares de grande importância
rentes formas, e ser chamado de escarpa, serra ou para a exploração de petróleo no oceano.
chapada. Talude
Planícies: caracteriza-se por ser bastante plana Onde ocorre o encontro da crosta continental
e normalmente localizada a poucos metros do nível com a crosta oceânica, com inclinação de profundi-
do mar, contudo podem também ocorrer em área de dade que pode chegar a 3mil metros.
altas altitudes. Nessa forma de relevo a deposição de Região pelágica
matérias supera a erosão.
É o relevo submarino, onde encontramos de-
Depressões: são divididas em dois grandes
pressões, montanhas tectônicas e vulcanismo, poden-
grupos. As depressões absolutas são aquelas que se
do atingir 6 mil metros abaixo do mar.
situam abaixo do nível do mar e as depressões relati-
vas são aquelas que se situam abaixo do nível das re- 4. RELEVO BRASILEIRO
giões vizinhas e abaixo do nível do mar.
A partir do desenvolvimento do sensoriamento
Cadeias Montanhosas: reúnem na mesma á-
remoto e do geoprocessamento foram feitas ao longo
rea uma série de montanhas. As montanhas possuem
das décadas várias classificações do relevo brasileiro,
as superfícies mais elevadas do relevo continental,
Editora Exato 2
GEOGRAFIA
essas classificações se tornaram cada vez mais preci- tos e a água. O país não apresenta atividades geológi-
sas e continuam cada vez mais dados. cas internas (endógenas) em caráter expressivo, como
terremotos de grande magnitude e vulcanismo.
Relevo brasileiro Dec. 40 Prof. Aroldo de Azevedo O relevo Brasileiro é em geral modesto, desta-
Planalto Guiano cando-se o Pico da Neblina (3.014 m) na fronteira do
Amazonas com a Venezuela. A inexistência de do-
Planície Amazônica
bramentos modernos e a ação erosiva, pela qual já
passaram os escudos cristalinos, ocasionaram o baixo
i ra
nível do relevo. Contudo o predomínio de baixas alti-
ti co
Planalto Central
ste
ân
tudes não significa que o relevo Brasileiro seja basi-
Co
Atl
ie
Planície do
lto
camente de planícies, ao contrário, a maioria do
n íc
na
Pantanal
Pla
Pla
Planalto Atlântico, Meridional Planalto território é constituída de planaltos, e uma grande
Meridional
e Central formam o Planalto parcela de depressões. As áreas de concentração das
Brasileiro
Pampas ou planícies verdadeiras não chegam a um quinto do ter-
Planície Gaúcha
ritório nacional.
5. LEITURA COMPLEMENTAR
-PI
Planícies e terras
lt o
Planalto Nordestino
Pla
Planalto Central
propriamente, as oscilações de temperatura do ar at-
b aix ie e ter
Planície do Pantanal
íc
Planalto Meridional
biológico).
Serras e
planaltos Em todo lugar da Terra, eles agem sobre o re-
Planalto Uruguaio do leste e levo e sobre as rochas, erodindo-os. Entretanto, de-
Rio-Grandense sudeste
pendendo das características do clima chuvoso ou
úmido, seco, frio, quente etc. – um certo tipo de in-
RELEVO BRASILEIRO -DÉC. 80/ 90 temperismo age mais intensamente que outro.
Na área de domínio dos mares de morros, o
5
clima é quente e úmido. Aí age com uma intensidade
13
23
o intemperismo químico (a água). Quando chove ou
existe elevada umidade no ar atmosférico, a água e o
28
vapor d’água – que possuem gases, principalmente o
2
12
14
6
10
gás carbônico, com poder corrosivo sobre os minerais
25
24
20
das rochas – agem sobre as rochas, desgastando-as;
4 19
ou sobre as pontas das rochas, que são erodidas e dão
17 16
15
8 origem a formas arredondadas; em seguida são ero-
26
posta e misturada com ele- Rocha recém Solo jovem Solo raso Solo maduro
Rocha
Editora Exato 4
GEOGRAFIA
Salinos: local árido e semi-árido, espessura vionais, não apresentam horizontes, por se formarem
média e pouca fertilidade, também encontrado em á- a partir do acúmulo de sedimentos em uma depres-
reas próximas ao mar. Alta concentração de sais sali- são, e não por ação do intemperismo; mas são extre-
nos. mamente férteis, por possuírem muita matéria
Litossolos: solos em locais de alta declividade, orgânica.
situam-se sobre rochas pouco alteradas. O principal problema ambiental relacionado ao
Solos Aluviais: solos férteis, formados nas solo é a erosão superficial ou desgaste, que ocorre em
várzeas fluviais (solos alagados), grande presença de três fases: intemperismo, transporte e sedimentação.
sedimentos e matéria orgânica. Os fragmentos intemperizados da rocha estão
livres para serem transportados pela água que escorre
9. SOLO EM AGONIA E SOLO SADIO
pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão
eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é
o principal agente erosivo e, sendo o horizonte A o
primeiro a ser desgastado, a erosão acaba com a ferti-
lidade natural do solo.
A intensidade da erosão hídrica está direta-
mente ligada à velocidade de escoamento superficial
da água: quanto maior a velocidade de escoamento,
maior a capacidade da água de transportar material
em suspensão; quanto menor a velocidade, mais in-
tensa a sedimentação.
A velocidade de escoamento depende da decli-
Solo em agonia vidade do terreno e da densidade da cobertura vege-
tal. Em uma floresta, a velocidade é baixa, pois a
água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, fo-
lhas) à sua frente e, portanto, muita água se infiltra no
solo. Em uma área desmatada, a velocidade de esco-
amento superficial é alta e a água transporta muito
material em suspensão, o que intensifica a erosão e
diminui a quantidade de água que se infiltra no solo.
Assim, para combater a erosão superficial, há
dois caminhos: manter o solo recoberto por vegeta-
ção ou quebrar a velocidade de escoamento, utilizan-
do a técnica de cultivo em curvas de nível, seja
seguindo as cotas altimétricas na hora da semeadura,
Solo Sadio seja plantando em terraços.
Para a conservação dos solos, deve-se evitar a
Problemas no Solo prática das queimadas, que acabam com a matéria
O solo apresenta vários problemas de cunho orgânica do horizonte A. Somente em casos especi-
ambiental relacionados a sua formação e desenvol- ais, na agricultura, deve-se utilizar essa prática para
vimento. Esses problemas estão relacionados à ero- combater pragas ou doenças.
são superficial, ao desgaste do solo e também a Um problema natural relacionado aos solos de
transformações químicas, físicas e biológicas no pró- clima tropical, sujeito a grandes índices pluviométri-
prio solo, devido à ação destrutiva do homem. Essas cos, é a erosão vertical, representada pela laterização.
alterações podem ocasionar um forte intemperismo A água se infiltra no solo, escoa através dos poros,
(mudança do solo), transporte e deposição, alterando como em uma esponja, e vai, literalmente, lavando os
toda a dinâmica do meio ambiente. No Brasil, devido sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio,
à alta incidência de chuvas o processo de erosão plu- etc.), o que retira a fertilidade do solo. Essa “lava-
vial é bastante significativo, sendo verificado em á- gem” chama-se lixiviação. Paralelamente a esse pro-
reas interioranas e com uma presença bastante cesso, ocorre a laterização ou surgimento de uma
intensa em áreas centrais do país, essa erosão ocasio- crosta ferruginosa, a laterita – popularmente chamada
na uma diminuição considerável na fertilidade natural de canga, no interior do Brasil -, que em certos casos
do solo. chega a impedir penetração das raízes no solo.
É importante destacar que solos de origem se- Lixiviação: “lavagem do solo”. Esse processo
dimentar, encontrados em bacias sedimentares e alu- caracteriza-se pela retirada dos materiais orgânicos e
Editora Exato 5
GEOGRAFIA
minerais, pela ação das chuvas, tornando o solo pou- Revista Veja, Notas Internacionais, pag. 54, 21 de janeiro de 2001
d) aos movimentos verticais e horizontais que a- 5 Injustificável, porque os movimentos mais pro-
fetam a litosfera. fundos no interior da Terra não interferem nos
e) ao processo erosivo que ocorre nas regiões ári- acidentes geográficos que aparecem na sua su-
das e semi-áridas. perfície.
4 Sobre o relevo do Brasil, julgue os itens. 7 (UnB) Associando os processos naturais e a fra-
1 Caracteriza-se como um relevo de altitudes gilidade do ecossistema amazônico, julgue os i-
modestas. tens seguintes.
2 Ao contrário do que se pensava, apenas 1/5 do 1 O regime de chuvas na bacia amazônica atua
território brasileiro é formado por planícies. intensamente no processo de lixiviação do so-
3 O Planalto Brasileiro é dividido em Planalto lo.
Central, Meridional e Atlântico. 2 A implantação da área empresarial em áreas de
4 A principal planície brasileira é a do pantanal florestas é propiciada pela sua adaptabilidade
Mato-Grossense. às condições naturais locais.
3 Conhecendo a fragilidade do ecossistema ama-
zônico, recomenda-se a interação de tecnologi-
5 Com base no Relevo do continente americano, as avançadas compatíveis com as técnicas
responda V (verdadeiras) e F (falsas). tradicionais próprias do lugar.
1 O Brasil é um país que apresenta uma grande
quantidade de rios, grandes partes navegáveis;
contudo, por ser um território muito antigo se 8 (UEL) No Brasil, conhecido como terra roxa,
caracteriza com uma região pobre em planal- temos um solo avermelhado, formado pela de-
tos. composição de:
2 A Cordilheira dos Andes é o planalto mais alto a) basalto e diabásio, encontrados principalmente
da América do Sul e abrange países como o em planaltos do sul do país.
Chile, Peru, Bolívia e Brasil. b) gnaisse e calcário, encontrados na Zona da
3 Dentre os vários aspectos de modelagem do re- Mata nordestina.
levo, um que se destaca é a água, pois a grande c) gnaisse e diabásio, encontrados ao longo dos
concentração ou a escassez de chuvas ocasiona rios e várzeas inundáveis.
transformações no relevo. d) granito, encontrado em vários trechos no pla-
4 O Brasil sofre fortes tremores ocasionados pe- nalto Atlântico e centro-sul do país.
los movimentos tectônicos de placas. e) basalto, encontrado em trechos úmidos do ser-
tão nordestino.
6 (ENEM) “O continente africano há muito tempo
desafia geólogos, porque toda a sua metade meri- 9 Sobre solos, responda:
dional, a que fica ao Sul, ergue-se a mais de 1000 1 Os solos no Brasil são altamente férteis, esse
metros sobre o nível do mar. (...) Uma equipe de fato é determinado pelo alto índice de chuvas
pesquisadores apresentou uma solução desse de- que ocorre em todo o país.
safio, sugerindo a existência de um esguicho de 2 No Nordeste existe a presença de solos alta-
lava subterrânea empurrando o plano africano de mente salinos e profundos, fato muito visto na
baixo para cima.” região litorânea.
(Adaptando de Revista Superinteressante). São Paulo: Abril, 3 Os solos aluviais são solos de alta fertilidade,
nov. 1998, p. 12) pela grande concentração de matéria orgânica.
Analise os itens e marque o verdadeiro. 4 Os solos de pradaria, também chamados de
1 Improvável, porque as formas do relevo terres- brunizen são encontrados em regiões tempera-
tre não se modificam há milhões de anos. das, e possuem como aspecto principal o alto
2 Pouco fundamentada, pois as forças externas, índice de fertilidade.
como as chuvas e o vento, são as principais
responsáveis pelas formas de relevo.
3 Plausível, pois as formas do relevo resultam da 10 Sobre solos, responda às questões:
ação de forças internas e externas, sendo im- 1 São formados por intemperismo físico, quími-
portante avaliar os movimentos mais profun- co e biológico, e constituem a camada mais
dos no interior da Terra. superficial da crosta terrestre.
4 Plausível, pois a mesma justificativa foi com- 2 O solo maduro é aquele solo que contém todos
provada nas demais regiões da África. os horizontes.
Editora Exato 7
GEOGRAFIA
GABARITO
Exercícios
1 E, C, C, E, C
2 C, E, C, C
3 D
4 C, C, C, E
5 E, E, C, E,
6 C
7 C, E, C
8 A
9 E, C, C, C
10 C, C, E, C
11 C, C, E, C, C
Editora Exato 8
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA FÍSICA
gua, cristais de gelo etc., que formam as
ATMOSFERA nuvens). É a camada que nos envolve dire-
tamente e na qual ocorrem as perturbações
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS atmosféricas. Na troposfera, a temperatura
diminui em média 6,5ºC/km à medida que
Características da Atmosfera nos elevamos, podendo atingir –60ºC na
A Atmosfera é composta basicamente de 78% parte superior, que é chamada de tropopau-
de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% dividido entre sa.
os outros gases. É incolor, transparente e não possui
cheiro.
Exosfera
2. CAMADAS DA ATMOSFERA
+ / -600km
Desde a parte mais externa até a superfície ter- + 1.000ºC
restre, temos as seguintes camadas:
Exosfera: é a camada mais externa da at-
mosfera. Começa mais ou menos a 600km
de altitude, e seus limites superiores são + 80ºC Ionosfera
imprecisos. Nessa camada, a inexistência
de ar permite temperaturas elevadíssimas
(mais de 1.000ºC), razão pela qual as naves 80km
espaciais devem ser construídas com mate- -90ºC
riais super-resistentes.
Ionosfera: prolonga-se da mesosfera até
cerca de 600km. O ar é muito rarefeito e Mesosfera
carregado de íons (partículas eletrizadas
que têm a propriedade de refletir as ondas
de rádio, o que torna possível captar essas 50km
ondas provenientes de longas distâncias, 2ºC
como de outros países, por exemplo). É
nessa camada que os meteoros (popular-
mente chamados de estrelas cadentes) se
desintegram. Estratosfera
Mesosfera: dá início à chamada atmosfera
superior e vai da tropopausa até 80km de
altitude. Ao contrário do que ocorre na es-
tratosfera, aqui a temperatura diminui com Tropopausa
10km
a altitude (o ar é muito rarefeito), podendo -60ºC Troposfera
atingir –90ºC no limite superior.
0 + 15ºC Nível do mar
Estratosfera: estende-se a partir da tropos-
fera até cerca de 50km. Ao contrário do que Enciclopédia da Ciência. São Paulo, Globo, 1993. p. 45
ocorre na troposfera, aqui a temperatura
aumenta com a altitude, chegando a atingir 3. ASPECTOS GERAIS DE CLIMA E TEMPO
cerca de 2ºC na parte superior. O vapor de
Clima: o Clima é um fator constante (estado
água é quase inexistente e conseqüentemen-
médio), não altera com freqüência. As medições do
te não existem nuvens. Essa camada é par- clima são feitas em média a cada 35 anos.
ticularmente importante devido à presença
Tempo: o tempo é um fator variável das con-
do gás ozônio, que filtra a maior parte dos dições atmosféricas, de um determinado lugar a um
raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Se não
certo momento estabelecido. O tempo podem alterar
fosse o ozônio, morreríamos pela ação dos
a qualquer momento, no mesmo dia e local pode o-
raios ultravioleta.
correr várias alterações do tempo como, chuva, sol,
Troposfera: atinge até cerca de 10 a 12 km
frio, calor. Esses fatos ocorrem pela grande dinâmica
de altitude e concentra 75% dos gases e
espacial.
80% da umidade atmosférica (vapor de á-
Editora Exato 9
GEOGRAFIA
Chuvas no
sertão do NE
Friagem
Evapotranspiração
Chuvas
frontais MTA
Período de
estiagem
CHUVA CO NVECTIVA
MPA
Editora Exato 11
GEOGRAFIA
EXERCÍCIOS
GABARITO
1 E
2 D
Editora Exato 12
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA FÍSICA
de chuva ou de neve; esta água acaba fluindo através
HIDROSFERA dos rios e por outros meios para o oceano. Esse é, em
síntese, o ciclo da água, onde a precipitação maior
1. ÁGUAS OCEÂNICAS cabe aos oceanos. Podemos dizer que, em cada 100
anos, a água passa 98 anos no oceano.
Oceanografia é a ciência que estuda os ocea- Além disso, devemos lembrar que:
nos. Como ciência propriamente dita, a oceanografia A vida nos oceanos é abundante e constitui
é muito recente, tendo surgido há pouco mais de um importantes fontes de alimentos para o ho-
século, com a expedição da corveta a vapor Challen- mem.
ger, da Marinha britânica, cuja viagem durou quatro O mar é grande fornecedor de produtos
anos (1872-76), tendo percorrido os oceanos Atlânti- químicos e minerais, tais como sais, petró-
co, Pacífico e Antártico. As importantes pesquisas e leo, areia etc.
observações realizadas por essa expedição represen- Cerca de 505 das reservas mundiais de pe-
tam o primeiro grande passo da moderna oceanogra- tróleo estão nos mares.
fia. A dessalinização da água do mar já é uma
A Terra, nosso planeta, tem uma superfície de realidade e muitos países, principalmente os
cerca de 510 milhões de km2. Desse total, 361 mi- situados nas regiões áridas, já adotam essa
lhões (70%) são cobertos por água. É uma imensa ex- prática.
tensão muito irregular, pois as terras emersas a Os oceanos exercem grande influência no
dividem em uma série de bacias que se comunicam clima.
entre si. As cinco bacias maiores, que separam conti- Os oceanos desempenham importante papel
nentes inteiros, são chamadas de oceanos: Atlântico, nos setores de transportes e comunicações
Pacífico, Índico, Ártico e Antártico. As bacias meno- em todo o mundo.
res, bem mais numerosas, denominam-se mares e são Como a água possui grande capacidade de
circundadas em boa parte pelos continentes ou por armazenar calor, os oceanos desempenham
grupos de ilhas, comunicando-se entre si ou com os importante papel regulador térmico ou cli-
oceanos apenas em alguns pontos. mático.
Por que o mar é salgado? 3. PROPRIEDADES DAS ÁGUAS OCEÂNI-
Na área do mar estão dissolvidas substâncias CAS
minerais, com predomínio de 80% de cloreto de só-
Salinidade
dio (o sal de cozinha), que lhe confere o típico gosto
salgado. Há também cloreto de magnésio, que lhe dá É o teor de sais existente nas águas oceânicas.
um sabor amargo; e o bicarbonato de cálcio, usado A média é de 32 a 37 g/l. No Mar Báltico, a salinida-
pelos moluscos e corais para construírem seus pró- de é de apenas 8 g/l e no Mar Morto é de 250 /l devi-
prios esqueletos. Existem ainda na água do mar sulfa- do à elevada evaporação.
to de potássio, além de traços de muitos metais (ouro, Temperatura
prata, urânio, chumbo, fero, zinco). Nela, estão dis- A temperatura das águas oceânicas varia de
solvidos também alguns gases, como o oxigênio e o acordo com a latitude, a profundidade e as estações
gás carbônico, indispensáveis à fauna e à flora mari- do ano. A média é de 16ºC e, quando atingem 2ºC, as
nhas. águas congelam-se, formando banquisas.
A própria história da Terra está intimamente As águas dos oceanos acham-se em constante
ligada aos oceanos. Os oceanos são os grandes reser- movimento. Destacamos três movimentos: as ondas
vatórios de água da Terra e, por isso, eles regulam (ou vagas), as marés e as correntes marinhas.
grande parte dos processos que nela ocorrem. Ondas
A água está permanentemente se movendo na As ondas resultam do choque das moléculas e
atmosfera, nos continentes e nos oceanos, realizando da ação do vento. Apresentam movimento oscilatório
o que chamamos de ciclo hidrológico ou ciclo da á- (local), quando não se deslocam, ou transladativo,
gua: a energia solar evapora a água; os ventos trans- quando se expandem na direção dos litorais (arreben-
portam o vapor até que este se condense; após a tação).
condensação, a água retorna à superfície sob a forma Os elementos de uma onda são:
Editora Exato 13
GEOGRAFIA
Crista, a parte mais elevada; por ora, três grandes regiões submarinas: a platafor-
Cavado, a parte mais baixa; ma continental, a região pelágica e a região abissal.
Altura, a distância vertical entre a crista e o A plataforma continental apresenta profundi-
cavado; dades que vão do nível 0 (nível do mar) até 200 me-
Comprimento, a distância horizontal entre tros. Deve abranger, aproximadamente, 20% da
as duas cristas. superfície dos oceanos.
Elementos de uma onda Talude continental
Situa-se entre a borda marítima da plataforma
comprimento continental e as profundezas oceânicas. Forma um
desnível abrupto e violento da ordem de 2000 até
crista mais de 3000m, onde se localizam os cannyons sub-
altura marinos, isto é, vales profundos e de paredes abrup-
tas. Constitui o verdadeiro limite do continente.
cavado Região pelágica
Compreende duas porções: as bacias oceânicas
e as cristas, ou dorsais oceânicas. Inicia-se no limite
inferior do talude continental, indo, portanto, de 3000
Marés a 5000m ou mais.
As bacias oceânicas são constituídas por ex-
Conjugação Q uando a lua se coloca entre a terra tensas planícies, as quais são dividas entre si por cor-
e o Sol, dá-se a essa posição o nome
Sol de conjunção. O correm nessa fase dilheiras submarinas, as quais formam as cristas ou
as marés fortes: marés de águas
Lua
Terra vivas ou de sizigia. dorsais oceanicas.
Região abissal
O posição Corresponde aos abismos submarinos. As fos-
Q uando a terra se coloca entre o Sol
Sol e a Lua, é a fase da oposição. Também sas submarinas são depressões longas e estreitas e
Lua nessa fase ocorrem as marés fortes.
Terra chegam a alcançar mais de 10km de profundidade.
Q uadratura Aqui, os três astros se encontram Não se localizam no centro dos oceanos e, sim, perto
Lua em quadratura, isto é, as duas linhas
dos continentes e das ilhas nas proximidades do talu-
imaginárias que os unem formam
Sol um ângulo reto, no qual a Terra ocupa de continental. Essa região abrange cerca de 1% da
o vértice. N essa fase, as marés são
Terra fracas; são as marés de águas mortas área dos fundos dos oceanos.
ou de quadraturas.
Principais oceanos
O pacífico é o maior dos oceanos e separa as
São movimentos de subida e descida das á-
Américas da Ásia e da Oceania, com aproximada-
guas, por força da atração do Sol e da Lua, a cada pe-
mente 165.000.000kn2. É também o que possui as
ríodo de 12 horas. As marés variam conforme as
maiores profundidades: as fossas de Vitiaz com
fases da Lua: marés de águas vivas ou de sizígia (Lua
11.034m (Ilhas Marinhas) e de Mindanao (Filipinas).
Cheia e Nova), e as marés menos intensas, chamadas
O Atlântico localiza-se entre a América, a Eu-
de marés de águas mortas (quarto crescente e quarto
ropa e a África, com 85.000.000km2. Suas fossas
minguante).
mais profundas são Millwaukee e Virgens, na Améri-
A altura das marés é bastante variável e de-
ca Central.
pende da forma e da profundidade das bacias oceâni-
O Índico é menor que os anteriores, com
cas. No mundo, as maiores oscilações de maré são
73.000.000km2, é o mais quente. Banha África, Ásia
observadas na Baía de Fundy, no leste do Canadá,
e Oceania. Sua fossa mais profunda é a de Java, na
com variações em torno de 8m, ocorrem no litoral do
Indonésia.
Maranhão.
O Glacial Antártico, situado no Hemisfério
Atualmente, a força das marés tem sido utili-
Sul, apresenta as mais baixas temperaturas do planeta
zada na geração de energia elétrica. Em Rance, da
e uma infinidade de icebergs e banquisas. Já o Glaci-
Bretanha, noroeste da França, instalou-se a primeira
al Ártico, no Hemisfério Norte, também permanece
usina maremotriz do mundo.
congelado boa parte do ano.
5. RELEVO SUBMARINO Mares
Para a moderna Oceanografia, os oceanos, ain- Mares são porções de água salgada situadas
da hoje, são grandes desconhecidos e podem reser- nas áreas costeiras ou no interior dos continentes.
var-nos grandes surpresas. Explorações com sondas e Possuem características físico-químicas próprias e
sonares e estudos mais apurados permitem distinguir,
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Editora Exato 15
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das a partir do momento em que o sença do gás ozônio, que filtra a maior parte dos
magma extravasa para a superfície. raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Se não fosse
Um dos exemplos mais marcantes é o ozônio, morreríamos pela ação dos raios ultra-
o Basalto. violeta.
Sedimentares: são rochas formadas a partir
5 A própria história da Terra está intimamente li-
de rochas pré-existentes destruídas (qual-
gada aos oceanos. Os oceanos são os grandes re-
quer tipo). De forma mais ampla, incluem-
servatórios de água da Terra e, por isso, eles
se nesse segmento as rochas provindas de
regulam grande parte dos processos que nela o-
atividades biológicas, como os corais. Na
correm. A água está permanentemente se moven-
superfície da terra existe uma grande quan-
do na atmosfera, nos continentes e nos oceanos,
tidade de exemplos de rochas sedimentares,
realizando o que chamamos de ciclo hidrológico
como é o caso da areia, do seixo e da argila.
ou ciclo da água: a energia solar evapora a água;
Essas rochas podem ser depositadas sob la-
os ventos transportam o vapor até que este se
gos, parte continental ou mares, essa depo-
condense; após a condensação, a água retorna à
sição pode ser feita pelo vento, rios e pela
superfície sob a forma de chuva ou de neve; esta
atividade antrópica.
água acaba fluindo através dos rios e por outros
Metamórficas: sob elevada temperatura e
meios para o oceano. Esse é, em síntese, o ciclo
pressão, qualquer rocha magmática e sedi-
da água, onde a precipitação maior cabe aos oce-
mentar pode ser transformada em uma ro-
anos. Podemos dizer que, em cada 100 anos, a
cha metamórfica. Essa modificação ocorre
água passa 98 anos no oceano. Além disso, de-
na aparência e na composição, pois os mi-
vemos lembrar que:
nerais que formam essas rochas sofrem al-
A vida nos oceanos é abundante e constitui
terações. São exemplos de rochas
importantes fontes de alimentos para o ho-
metamórficas o mármore (calcário) e a Ar-
mem.
dósia (argilito).
O mar é grande fornecedor de produtos
2 São derivados de um processo de desintegração e químicos e minerais, tais como sais, petró-
decomposição da rocha, ocasionado pelo intem- leo, areia etc.
perismo, determinado por agentes físicos (calor/ Cerca de 505 das reservas mundiais de pe-
frio), agentes químicos (água) e agentes biológi- tróleo estão nos mares.
cos (animais, vegetais). Esse processo é lento e A dessalinização da água do mar já é uma
imperceptível. Contudo, para existir o solo, deve realidade e muitos países, principalmente os
haver uma incorporação de elementos orgânicos, situados nas regiões áridas, já adotam essa
chamados de húmus; sem esses organismos os prática.
solos não seriam formados. Dentre os aspectos Os oceanos exercem grande influência no
formadores do solo o que mais influi é o fator clima.
climático. Os oceanos desempenham importante papel
nos setores de transportes e comunicações
3 São também conhecidos como agentes modela-
em todo o mundo.
dores do relevo (exógenos). Determinam a confi-
Como a água possui grande capacidade de
guração do terreno a partir do desgaste e
armazenar calor, os oceanos desempenham
decomposição das rochas, processo conhecido
importante papel regulador térmico ou cli-
como intemperismo. Essa formação é determina-
mático.
da, sobretudo, por esses fatores:
Ação Antrópica (ação do homem); Exercícios
Ventos; 1 A
Mar;
Geleiras; 2 D
Rios. 3 A
4 Estratosfera: Estende-se a partir da troposfera até 4 B
cerca de 50km. Ao contrário do que ocorre na
troposfera, aqui a temperatura aumenta com a al- 5 B
titude, chegando a atingir cerca de 2ºC na parte
superior. O vapor de água é quase inexistente e
conseqüentemente não existem nuvens. Essa ca-
mada é particularmente importante devido à pre-
Editora Exato 17
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MEIO AMBIENTE
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS I Conferência Mundial Sobre Meio Am-
biente.
a) Meio ambiente: conjunto de fatores físicos, O primeiro grande passo para a discussão da
químicos e biológicos que integra o ambiente natural questão ambiental no critério global foi a Conferên-
e humanizado. cia, de Estocolmo (Suécia), em 1972. Nessa confe-
b) Ecologia: ramo da ciência que estuda a re- rência a posição do Brasil foi de neutralidade.
lação dos seres vivos com o meio ambiente. Caracte- RIO-92-II-Conferência das Nações Unidas pa-
riza-se por um aspecto mais social e político. ra o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
c) Poluição: qualquer forma de desequilíbrio Agenda 21 (disparidades existentes entre na-
dos aspectos ambientais normais, ou do meio social. ções ricas e pobres, busca a melhoria global da quali-
Essas alterações, quando acarretam mudanças no dade de vida, constituída de 40 capítulos). É
meio social, determinando perda da qualidade de vi- caracterizada como o manual do desenvolvimento
da, são consideradas formas de poluição. sustentável.
d) Desenvolvimento sustentável: termo que se Carta da Terra: documento que determinava
refere ao desenvolvimento econômico e social que que a exploração desenfreada, ocasionada principal-
possa atender às necessidades do presente, mas que mente pelos países desenvolvidos mais industrializa-
não coloque em perigo as capacidades das futuras ge-
dos, estava causando fortes desequilíbrios no meio
rações de também virem atender às suas próprias ne- ambiente. Como esses países são os que mais poluem
cessidades. precisam ser os mais atuantes no combate à poluição,
e) Biodiversidade: variedade de espécies em auxiliando programas voltados ao desenvolvimento
uma dada região. Também conhecido como diversi- sustentável e pesquisas científicas para tecnologias
dade biológica. menos poluentes e mais eficazes.
f) Princípio poluidor-pagador: transferência Conferência da Biodiversidade: preservação
aos poluidores dos custos da prevenção, da luta con- ambiental e equilíbrio dos lucros obtidos com os as-
tra a poluição, incentivando, com isso, as pesquisas pectos genéticos (Royalties).
sobre meio, e produtos e tecnologia que possam auxi- Declaração dos Princípios da Floresta: prin-
liar na redução dos níveis de poluição. Determina-se cipal ponto de discussão foi a questão da madeira. A
bem a idéia do princípio da utilização racional dos utilização foi defendida pelo Brasil, para que se tenha
recursos ambientais. uma política ampla e eficaz de fiscalização da utiliza-
2. POLÍTICA AMBIENTAL ção, que hoje é desenfreada.
Convenção do Clima: principal fator de dis-
Um dos problemas mais importantes a ser veri- cussão, pois determinava uma diminuição da explo-
ficado é a influência negativa gerada pela utilização ração dos recursos naturais, com isso proporcionando
em massa dos recursos naturais, principalmente pelos uma diminuição da produção. Esse aspecto foi dura-
países desenvolvidos, destacando-se os Estados Uni- mente criticado pelos Estados Unidos.
dos. Os países desenvolvidos utilizam cerca de 70% Fórum Global: reunião organizada por mem-
dos recursos energéticos (combustíveis), e são res- bros das ONG’s, buscando promover saídas viáveis
ponsáveis por cerca de 80% da poluição mundial. sobre os temas discutidos nas reuniões.
Principais organizações ecológicas: essas or- Embora não tenha atingido todos os objetivos,
ganizações são conhecidas como ONGs, que signifi- foi um grande passo para a questão ambiental, no
ca “Organizações Não Governamentais”, são sentido da promoção da discussão em âmbito global,
entidades sem fins lucrativos que buscam pressionar destacando o debate direto entre países ricos, desen-
governos e grupos econômicos para a resolução de volvidos e altamente poluidores, com os países sub-
questões ambientais, surgiram na década de 1960. As desenvolvidos, que, muitas vezes explorados, tendem
principais ONGs são: a promover desequilíbrios ambientais.
- Word Wildlife Fund (WWF): Fundo Mundial
para a Natureza - presente em cerca de 27 países. 3. FATORES RECENTES
- Greenpeace Internacional: organiza protestos Nas últimas décadas, o critério de pensamento
pacíficos no mundo inteiro. sobre meio ambiente no que se refere à utilização,
manutenção, conservação e sustentabilidade deu
margem à discussão entre os países produtores de po-
luição, que antes se supriam dos recursos naturais
Editora Exato 18
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to das massas de ar, ela atinge regiões distantes do sertificação. No Nordeste, principalmente o agreste e
foco de origem. Na Europa, é comum a ajuda eco- o sertão, o nível de desertificação tem aumento muito
nômica a países altamente poluidores (Exemplo: Suí- nos últimos anos, principalmente pela falta de em-
ça ajudando a Polônia). prego de técnicas agrícolas de produção. Outra região
No Brasil, existe um caso típico de degradação propícia à desertificação é a Amazônia. O desmata-
ambiental ocasionada pela chuva ácida. A Mata A- mento, aliado à utilização para a agricultura e a pecu-
tlântica está sofrendo perdas substanciais de área de- ária, tem proporcionado o aumento das áreas de
vido a agravamento do fenômeno, esse fenômeno foi deserto, isso ocorre sobretudo, pela fragilidade do so-
ocasionado pela grande concentração industrial de lo amazônico, que se caracteriza como um solo ex-
Cubatão (SP), principalmente nas décadas de 80. tremamente pobre. Embora haja regiões com grande
Como é um fator acumulativo, atualmente se verifica incidência de formação de deserto (como as coloca-
o grande mal causado pela má organização industrial das anteriormente). No país, esse grave problema o-
nessa região. corre em praticamente todos os Estados, tendo como
Como se forma a chuva ácida base o uso intensivo da terra.
Local da Transformação química A desertificação do mundo:
NO 2 HNO 3 H SO
SO 2 H2 SO6 2 4
Fotoxidação
poluentes ácidos
Hidrocaborneto N O 2 SO2
Ásia
Emissões para a atmosfera Deposição úmida Europa
Chuva ácida e neve
Gases H2 SO4 HNO3
Particulados N
Geração O L
eletricidade
S
Fonte: Atlas do Meio Ambiente.1998 Deserto existente Área com moderado
risco de desertificação
Áreas com alto risco
10. DESERTIFICAÇÃO de desertificação Áreas florestais devastas
Florestas existentes
A palavra “deserto” derivou da raiz latina de-
sertus, que significa “solitário”. Durante a História,
Fonte: adaptado de Concise Atlas of the would. New York, Oxford Uni-
várias ciências determinaram diferentes conceitos pa- versity, 1994.
ra esse fator natural que está sendo acelerado pela a- Conseqüências
ção antrópica.
Diminuição das áreas produtivas.
A desertificação é um problema grave que está
Diminuição da produção mundial, principal-
sendo enfrentado por uma grande quantidade de paí-
mente nos países mais necessitados.
ses, sobretudo os países subdesenvolvidos. Nesses
Custo alto e muito tempo para a recuperação
países, o problema se torna mais grave, pelo aspecto
de áreas degradadas.
claro de que esse grupo não apresenta recursos para a
manutenção e melhoria das condições do solo, utili- 11. DESMATAMENTO
zando o solo de forma intensa e sem nenhum cuidado
O rápido aumento do fluxo econômico na soci-
com sua manutenção. Assim, possibilitam o aumento
edade determinou novas necessidades, que recaem na
das áreas de deserto. Segundo dados da ONU, a Áfri-
utilização cada vez maior de recursos naturais e no-
ca e a Ásia Meridional são as regiões onde houve um
vas áreas, ocasionando muitas vezes um crescimento
aumento substancial das áreas de deserto.
exagerado e o desmatamento.
Hoje se calcula que cerca de 1/3 das áreas a-
Um dos principais fatores do desmatamento é a
gricultáveis em todo o mundo esteja passando por
prática da agropecuária, que muitas vezes utiliza a
processos acelerados de desertificação.
queimada para “limpar o terreno”. Contudo existem
No Brasil, ocorre intensamente em algumas á-
outros ramos que ocasionam fortes desmatamentos
reas, tornando-se um problema espacial local. No Sul
como a ocupação urbana e a mineração.
do país, na região dos pampas gaúchos, ocorre atual-
mente forte desertificação. Essa característica é ex-
plicada pelo alto índice de desmatamento, e pela falta
de utilização de técnicas produtivas mais eficientes e
menos degradantes. Esses fatores, aliados à condição
frágil do solo acaba acarretando um nível alto de de-
Editora Exato 21
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Conseqüências
Diminuição da fauna e flora (extinção). CO 2 O3 CH Gases absorvem
Auxilia na diminuição de áreas agricultáveis. 4 calor
Calor
12. EFEITO ESTUFA refletido
energia
No que se refere a efeito estufa, existe o efeito Calor enviado solar
naturalmente produzido pela natureza que não para a terra
determina nenhum fator maléfico ao ecossistema, e
existe o efeito estufa antrópico, que acarreta o
aquecimento global pela retenção do calor emanado
Fonte: adaptado de Conti, José Bueno. Clima e Meio Ambiente.São
pelo planeta, sob a forma de raios infravermelhos Paulo.1998
impedindo de dissipar-se pelo espaço exterior. Com o Protocolo de Kyoto: pela necessidade rápida
excesso gerado, que ultrapassa as fontes naturais, a de mudanças nos níveis de produção, foi organizada
temperatura nos últimos anos tem aumentado uma reunião, na qual discutiu-se os passos futuros e a
vertiginosamente. forma de utilização e exploração dos recursos natu-
Os principais gases que determinam o efeito rais. Esse protocolo foi assinado em 1997 e previa a
estufa são: redução das taxas de emissão dos gases que contribu-
CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono), em para o efeito estufa (cerca de 5,2% em relação aos
gerado pela queima de combustíveis fósseis níveis de gases nocivos ao ambiente em 1990, essa
(petróleo, gás natural, carvão), pelo desmatamento e redução tem que dar entre 2008 e 2012). Todavia, Es-
queimadas. Esse gás permanece na atmosfera por tados Unidos, principal emissor de gases no mundo,
centenas de anos e compõe cerca de 50% do efeito não ratificou o tratado. Destacou como critério que
estufa. O CO2 é um gás fundamental à manutenção esse protocolo ia contra os interesses de aumento de
da vida na terra (serve para manter a temperatura, produção e alargamento do setor industrial america-
sem ele a temperatura média do nosso planeta seria no.
de -18ºC). Contudo o aumento progressivo de
Conseqüências
eliminação desse gás tem produzido aumentos
O derretimento das geleiras e o aumento do ní-
excessivos de temperatura.
vel do mar, ocasionarão o desaparecimento de várias
CH4 (gás metano) produzido por bactérias,
ilhas e regiões de alguns países.
aterros sanitários, mineração, queima de biomassa,
Mudanças climáticas: em algumas regiões o-
possui uma vida útil de 7 a 10 anos. Contudo
correrá chuvas intensas e alagamentos, em outras se-
participa com cerca de 15 a 20% do efeito estufa.
cas intensas e desertificação.
CFC (cloroflúorcarbono) gases que reagem
com o ozônio, destroem o “escudo” que protege a
Editora Exato 22
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Superfície fria
2 Existe uma técnica de tratamento do lixo que di-
Inversão térmica: minui a sua concentração nos lixões e aterros sa-
nitários, o método consiste em transformar lixo
em adubo orgânico. Entre as opções abaixo, des-
taque qual a técnica utilizada:
Ar quente (mais leve) a) Coleta normal;
b) Incineração;
c) Deposição a céu aberto;
Ar frio (mais pesado) d) A reciclagem do lixo orgânico;
e) Enterrar o lixo.
Retenção
de poluentes
3 Sobre os conceitos básicos de meio ambiente,
destaque a opção incorreta:
a) Ecologista é a pessoa que estuda a fauna e a
Superfície fria flora;
b) Meio ambiente é a junção de elementos físicos,
Fonte: Adaptado de Conti, José Bueno. Clima e Meio Ambiente, São químicos e biológicos, associados à ação hu-
Paulo, Atual, 1998.
mana;
Características e conseqüências c) Utilizando o ambiente sem degradá-lo é o que
Ocorre no inverno; se chama de desenvolvimento sustentável;
Bastante visível nos grandes centros urbanos e d) Poluição é utilizar os recursos de maneira sus-
industriais; tentável, sem gerar excedentes e rejeitos;
Causa aumento de doenças pulmonares; e) Biodiversidade é a variedade de espécies natu-
Diminui o campo visual; rais.
Também conhecida com a denominação de
smog (nevoeiro e fumaça).
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4 Um dos grupos mais ativos de combate à polui- em volta da cidade, no caso a Serra do Mar. Esse
ção e à destruição do meio ambiente, presente em problema embora seja local, é visto em várias
vários países, prestando consultoria e apoiando partes do mundo. Destaque o nome dessa chuva
na regulamentação de leis que possibilitem um entre as opções abaixo:
desenvolvimento sustentável amplo. Esse grupo é a) Chuva Temporal;
denominado: b) Chuva de Verão;
a) Viva a vida; c) Chuva Quente;
b) Políticos; d) Chuva Ácida;
c) Greenpeace; e) Chuvisco.
d) Terroristas;
e) Economistas.
9 Alguns dias, durante o inverno, podem acontecer
de a massa de ar mais fria está próxima ao solo
5 Tratado firmado em 1994 buscando reduzir as ta- determinando uma parada na circulação e propor-
xas de emissão de dióxido de carbono (CO2). cionando uma concentração de poluentes, princi-
Hoje um dos tratados mais discutidos nas grandes palmente nas grandes cidades. Esse fenômeno é
reuniões sobre o meio ambiente: conhecido como:
a) Tratado de Kiev; a) Poluição da água;
b) Tratado de Kyoto; b) Efeito estufa;
c) Tratado do papa; c) Buraco na Camada de Ozônio;
d) Tratado de Madri; d) Desmatamento;
e) Tratado da peca; e) Inversão Térmica.
6 Hoje o mundo atravessa um grande problema que 10 O principal agente causador do buraco na camada
é a retirada das árvores para fins econômicos, de ozônio é o gás conhecido como:
merecendo destaque as madeireiras, a agricultura, a) venenoso;
a pecuária e a ocupação urbana e desenvolvimen- b) CFC (cloroflúorcarbono);
to de cidades. Esse processo é conhecido como: c) condensado;
a) Reflorestamento; d) mostarda;
b) Florestamento; e) ativo.
c) Plantio;
d) Desmatamento;
e) Criação. GABARITO
Estudo Dirigido
7 Sobre o efeito estufa, destaque a opção incorreta:
a) Existe o efeito estufa natural, que é benéfico 1 Desenvolvimento sustentável: termo que se re-
para a manutenção da vida na terra. fere ao desenvolvimento econômico e social que
b) Significa um aumento da temperatura, que, de possa atender às necessidades do presente, mas
forma exagerada e rápida, determina desequilí- que não coloque em perigo a capacidade das futu-
brios na temperatura e no clima. ras gerações de também virem atender às suas
c) Nos últimos anos, a temperatura só vem au- próprias necessidades.
mentando. 2 Devido à intensa queima de combustíveis fósseis
d) Um dos principais causadores é o CO2 (gás (petróleo, carvão…), utilizada pelos vários seto-
carbônico), elemento que mais influi hoje no au- res econômicos, sobretudo industrial, a concen-
mento da temperatura. tração de resíduos na atmosfera tornou-se muito
e) O aumento constante da temperatura só traz intensa. A partir da emissão de CO2 (dióxido de
benefícios para a sociedade. carbono ou gás carbônico), NO2 (óxido nitroso) e
SO2 (óxido de enxofre), formam-se elementos al-
8 Na Europa, em algumas áreas da Ásia, nos Esta- tamente ácidos, como H2SO4 (ácido sulfúrico) e
dos Unidos e até mesmo no Brasil esse problema HNO3 (ácido nitroso), os quais por meio de chu-
ambiental vem ocorrendo. No Brasil, a região de vas alteram a composição das águas e do solo.
Cubatão concentrava uma grande quantidade de Esses gases a médio e longo prazo poluem os rios
indústrias poluidoras as quais formavam uma e causam a destruição de florestas (destroem as
chuva que proporcionava a destruição da floresta folhas), exemplo típico é a floreta negra, no Rei-
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Lu
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72 3
mb
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5 5 ,3
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6 1 ,5 dido o ingresso de 10 países no grupo efetivo do
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76,7
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6 9 4 ,0 A Cortina de Ferro caiu a 10 anos, mas só ago-
Bre
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Gr
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Po
rt admitidos à principal mesa política e econômica da
nd
Irla l E
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a
Europa, ao lado do Chipre e de Malta. Existiu nessa
França a
reunião a formação de dois grandes grupos, de um
lado os donos das carteiras mais recheadas da União
exportações
Européia, liderados pela Alemanha, que não querem
importações
pagar mais do que o necessário, principalmente em
tempos de crise. Do outro lado da moeda, estão os
Euro mais novos, beneficiados pelas verbas da União Eu-
A formação de uma União Econômica e Mone- ropéia, como o caso da Polônia, que querem fazer o
tária foi determinada como um dos pilares centrais de melhor negócio possível para favorecer e mecanizar
desenvolvimento do bloco, desde o Tratado de Maas- os sistemas agrícolas, a fim de gerar competitividade
tricht. A moeda única, intitulada de EURO, passou a no novo mercado. A Cúpula da União Européia tem à
circular gradativamente no dia 1º de janeiro de 1999 frente outras importantes decisões sobre Bulgária e
(normalmente ligada a trocas bancárias). Em escala Romênia, que provavelmente terão o ingresso apro-
mundial, ocorreu no início do ano de 2002, quando vado no Bloco no ano de 2007 e sobre a Turquia, que
também foi criado o banco central europeu (Alema- há vários anos solicita a entrada no Bloco, mas não
nha). A moeda única não foi adotada por todos os pa- consegue resolver o grave problema interno sobre as
íses do bloco. reformas nos direitos humanos.
Países como o Reino Unido, a Dinamarca e a Os dez novos países integrantes do Bloco são:
Suécia aguardam a segunda fase do euro, para verifi- Letônia
car como ficará o desdobramento da adoção da moe- Estônia
da única. Portanto, não são todos os países que Lituânia
ingressaram na União Econômica e Monetária. República Tcheca
Eslováquia
Polônia
Hungria
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berta. Isenta de restrições o projeto que aumenta. Os 2 Dentre as características abaixo referente à União
subsídios e a Alca. Européia, marque:
(visão. In: Correio Brasiliense. 29/4/2002) a) A União Européia foi concretizada em 1993,
com a finalização do acordo de Maastricht.
ESTUDO DIRIGIDO b) A União Européia é um bloco recente e con-
centra apenas países subdesenvolvidos.
1 Determine quais foram as principais decisões c) Com a criação da União Européia houve o
decretadas no Tratado de Maastricht. crescimento da dependência econômica e tec-
nológica para com seu maior aliado, os Esta-
2 A União Européia atualmente é o principal bloco dos Unidos.
econômico do mundo, possui uma estrutura inve- d) O EURO, moeda da União Européia, foi im-
jada e um PIB que ultrapassa os Estados Unidos. plantado a partir de 2001, ano em que todos os
Possui uma estrutura política, social, econômica e países da Europa ingressaram no bloco.
financeira comum, o que o torna realmente um d) Esse bloco faz trocas de bens, comércio e
bloco de integração européia. Destaque as princi- serviços e se caracteriza como uma União
pais características da União Européia, explican- Aduaneira.
do por que hoje ela pode ser chamada de União ( ) Todas as respostas corretas.
Econômica e Monetária. ( ) Apenas a “a” é correta.
a) Explique a forma de troca de bens, serviços e ( ) a, b e c são corretas.
capital no bloco. ( ) a, b e d são corretas.
b) Como é desenvolvida a política agrícola e o ( ) Todas são incorretas.
comércio internacional.
c) Como é a circulação de pessoas e os direitos 3 São países do Mercosul, exceto:
políticos. a) Paraguai.
d) Por que hoje pode ser chamada de União Eco- b) México.
nômica e Monetária. c) Uruguai.
d) Brasil.
3 Determine qual a relação do Chile e da Bolívia e) Argentina.
com o Mercosul.
4 Os Estados Unidos estão buscando concretizar o
4 O que vem a ser e quando foi criada a ALCA. mais rápido possível a criação da Área de Livre
Comércio das Américas – ALCA. Por parte dos
Estados Unidos as primeiras atividades já seriam
5 Por que podemos dizer que a APEC ainda não se iniciadas a partir de janeiro de 2000. Contudo o
constitui um bloco econômico pleno? restante dos países decidiu adiar esse início para
poderem melhor se adaptar as mudanças propos-
tas. Sobre a ALCA, responda com V (verdadei-
EXERCÍCIOS ras) e F (falsas) às questões abaixo:
1 Norte – Estados Unidos, Canadá e México, dois
1 A ALCA terá a participação de todos os países
do continente americano.
deles desenvolvidos e um subdesenvolvido. Pos-
sui como uma das características mais importan-
2 Os Estados Unidos possuem interesse direto na
AlCA, porque aumentariam as exportações pa-
tes a proibição da livre circulação de pessoas.
ra os países americanos, assim como ocorreu
Dentre o conjunto de blocos econômicos abaixo,
com o México.
qual o bloco que está sendo destacado.
a) União Européia.
3 O temor de perda do mercado americano para
a União Européia também determina a pressa
b) Nafta.
dos Estados Unidos na implantação do projeto.
c) Mercosul.
d) ALCA.
4 Embora seja o maior beneficiado, os Estados
Unidos perderão a condição de líder das Amé-
e) APEC.
ricas, pois em um bloco econômico todos os
países possuem o mesmo poder.
5 O plano dos Estados Unidos é se unir ao Mer-
cosul, dando continuidade às atividades.
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5 Dentro da esfera da organização socioeconômica Atualmente o mercado comum pode ser deno-
da América do Sul o bloco econômico que mais minado de União Econômica e Monetária, por causa
se destaca é o Mercosul. Esse bloco possui países da concretização do Euro.
considerados efetivos, países esses que foram a) A troca de bens, capital e serviços é livre de
fundadores do bloco e determinam quais as re- tributação e impostos.
gras e diretrizes, e países associados, que possu- b) O bloco busca desenvolver todas as compras
em uma relação importante com os países externas e a produção agrícola em conjunto, buscan-
efetivos, contudo não seguem todas as regras de- do com isso reduzir os custos e ampliar os lucros.
terminadas pelo bloco econômico. Assinale a op- c) Todas as pessoas que vivem em países inte-
ção correta, que determina os dois países grantes da União Européia são consideradas cidadãos
associados do Mercosul: europeus. Esse fato determina que possam circular
a) Colômbia e Venezuela. pelos países e influenciar, com ressalvas, a política
b) Brasil e Argentina. dos países integrantes.
c) Colômbia e Chile. d) Porque eles adotam a mesma moeda, o EU-
d) Chile e Bolívia. RO.
e) Venezuela e Bolívia.
3 O Chile é um país que já foi convidado a ingres-
sar no Mercosul, mas esse país nunca se mostrou
muito aberto à integração em um bloco sub-
GABARITO
regional. A economia chilena é muito mais aberta
Estudo Dirigido que as economias dos países do Mercosul, o Chi-
le possui também uma forte integração econômi-
1 Na Holanda, mais precisamente na cidade de ca com os Estados Unidos e com países do
Maastricht, foi desenvolvida uma reunião que pacífico, o que torna ainda mais difícil sua inte-
mudou os rumos da integração européia. O Tra- gração efetiva. A Bolívia possui uma economia
tado de Maastricht foi assinado em fevereiro de muito mais fraca que a economia chilena. Entre-
1992, entrando em vigor no final de 1993, alte- tanto se tornou um ótimo parceiro na questão e-
rando o termo Comunidade Econômica Européia nergética, sobretudo com o Brasil (fornecimento
para União Européia. de gás natural). A integração efetiva é dificultada
2 pelo aspecto primordial presente na ata do Trata-
Livre circulação de mercadorias, capitais e do de Assunção, que não permite a entrada de pa-
serviços; íses já pertencentes a outro bloco, como é o caso
Livre circulação de pessoas, ampliando o da Bolívia, que já está associada ao Pacto Andi-
conceito de cidadania européia, facilitando no. Todavia mesmo não sendo efetivamente inte-
o acesso ao trabalho e moradia a um dos grantes do Mercosul, esses países apresentam
países membros; os cidadãos europeus ga- uma relação forte com o bloco, tornando-se par-
nharam o direito ao voto e a se candidatar ceiros importantes e participantes indiretos do
às eleições municipais e ao Parlamento Eu- Mercado Comum do Sul. O Mercosul tem a meta
ropeu em qualquer país membro; de integrar todos esses países, formando um blo-
Com exceção do Reino Unido e da Irlanda, to- co mais forte com todos os membros do Cone
dos os demais países membros do Bloco Econômico Sul.
se comprometeram a abolir as barreiras para a circu- 4 A Iniciativa para as Américas caracteriza-se por
lação de pessoas num prazo de cinco anos, a partir de ser mais que um plano de formação de um mega
1997. bloco comum. Ela espelha o interesse político e
Criação da Justiça Comum; econômico dos Estados Unidos na Nova Ordem
Desenvolvimento e melhoria das áreas me- Mundial, no que se refere sobretudo à organiza-
nos desenvolvidas; ção do comércio internacional. Depois da Guerra
Estabelecimento de planejamento ambiental Fria, etapa histórica na qual o continente Europeu
conjunto; desempenhava papel centralizador dos investi-
Criação de um exército comum; mentos e interesses econômicos norte-
Busca de desenvolvimento de uma política americanos, os Estados Unidos passou a modifi-
externa comum; car seu enfoque geopolítico central. Houve a re-
Formulação de uma política agrícola co- tomada da Doutrina formulada pelo Presidente
mum (PAC); norte-americano, James Monroe (Doutrina Mon-
roe), em 1823, “América para os Americanos”.
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GLOBALIZAÇÃO
1. FORMAÇÃO DO CONCEITO ção européia já havia se consolidado novamente, não
necessitando de tantos produtos vindos da América.
A Globalização se caracteriza por buscar reali- Os Estados Unidos, presenciando um clima de inse-
zar uma integração cultural, comercial, política e so- gurança e recessão, colocaram em prática um plano
cial, buscando uma maior integração mundial, denominado de Welfare State (estado do bem-estar
intensificando assim os fluxos econômicos e finan- social). A intervenção do Estado na economia ocor-
ceiros em nível internacional. A utilização do concei- reu a partir da produção de empregos (construção de
to é recente, embora, as trocas comerciais em nível rodovias, ferrovias, hidroelétricas…) para que a po-
internacional existam desde as grandes navegações, pulação continuasse inserida no mercado de consu-
demonstrando que a geografia política atual é fruto mo, fazendo com que a economia não entrasse em
desse processo. recessão.
2. ORDEM MUNDIAL Década de 1980 - Novos Ramos e
Monopolar: Reino Unido da Grã Bretanha. Transferência da Dívida
Século XVIII e XIX. Nesse período, a hegemonia Na década de 1980, o governo Reagan adotou
mundial era determinada por essa potência a partir do uma política contraditória, em que diminuiria os im-
domínio industrial e marítimo. postos, ao mesmo tempo aumentaria os juros. Essa
Bipolar: o mundo era marcado por dois gran- política foi apoiada no dólar moeda nacional e tam-
des grupos militares, políticos, econômico e ideológi- bém de troca internacional. A política embasava-se
cos: Capitalismo (líder EUA) e Socialismo (líder na transferência da dívida interna ocasionada pela
URSS), os quais ditaram as regras mundiais durante corrida armamentista, perda nas exportações e déficit
toda a Guerra Fria, proporcionando a bipolaridade público para os países subdesenvolvidos que solicita-
mundial. vam empréstimos, uma vez que, ficaram condiciona-
Multipolar: com a fragmentação da União dos a pagar os juros dessas dívidas, favorecendo o
Soviética e mudança do contexto econômico da Chi- enriquecimento dos países credores, principalmente
na, países caracterizados como os mais fortes da he- os Estados Unidos.
gemonia socialista, o mundo atravessou um período 4. FATORES GEOPOLÍTICOS DA GLOBALI-
de divisão entre as potências, proporcionando a evo-
ZAÇÃO
lução global para multipolar. Esse período também
marcou uma diminuição do poder quase absoluto dos Queda do Muro de Berlim;
Estados Unidos, acarretando a divisão desse poder Reunificação da Alemanha;
com países que emergiam na nova conjuntura como Fragmentação da União Soviética e fim da
líderes mundiais, como o Japão (líder na região do cortina de ferro;
pacífico) e a Alemanha (líder na Europa), ocasionan- Democratização dos países do Leste euro-
do uma maior dinâmica econômica no mundo con- peu;
temporâneo. Atualmente buscam se desenvolver Fragmentação da Iugoslávia.
áreas de influência a partir de blocos econômicos.
5. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA GLOBA-
3. CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS LIZAÇÃO
Década de 1950 e 1960 - Crescimento Econô- Maior fluxo comercial (informatização
mico
do processo produtivo)
Nesse período houve um forte crescimento de
O aumento do fluxo comercial é uma realidade
produção nos Estados Unidos, acarretado pela neces-
clara dentro da Globalização e um dos enfoques prin-
sidade de abastecer os mercados europeus. A II Guer-
cipais do apoio a esse sistema é o aumento das trocas
ra Mundial havia ocasionado uma destruição de
comerciais, que estão sendo muito facilitadas e dina-
vários parques industriais na Europa, o que propiciou
mizada pela rapidez na informação.
o crescimento substancial da produção industrial nos
Estados Unidos, que possuem um amplo parque in- Neoliberalismo
dustrial e uma grande reserva financeira. Abertura econômica de um determinado país
Década de 1970- Crise e Welfare State ao capital externo, essa abertura ocorre muitas vezes
por imposição de países credores, que influenciam
O clima de euforia e superprodução das déca-
nas decisões de privatizações e diminuição dos gastos
das de 1950 e 1960 diminuem muito na década de
1970, no sentido de que o grande mercado de produ-
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públicos, a partir do fornecimento de ajuda financei- empresariais. Cidades como Nova York, Paris e São
ra. Paulo possuem essa configuração geopolítica.
Desigualdade Regional e Mundial Formação de Blocos Econômicos
Há desigualdades sociais e econômicas tanto Esses blocos econômicos são baseados sobre-
na conjuntura global, ou seja, ordem de países (ricos, tudo em formação de pólos de poder, baseados na
pobres, intermediários), quanto na escala regional. concentração da economia:
Em um mesmo país, muitas vezes destacado como Bloco econômico americano;
desenvolvido, existem áreas com características típi- Bloco econômico japonês;
cas de países subdesenvolvidos, o que demonstra que Bloco econômico europeu.
a globalização da economia não possibilita um cres-
cimento homogêneo nem dentro do mesmo país América UE
do Norte (Alemanha)
quanto mais em nível mundial. (EUA)
O Estado Tornou-se Mediador Econô- Pacífico
(Japão e Tigres)
mico e Político
Na globalização moderna, o Estado está per-
dendo força em relação aos Blocos Econômicos, de-
terminando seu grau de atuação na concretização de
planos e realização de metas a serem alcançadas pelo
bloco. Os Estados membros tendem a desenvolver os
mecanismos para a concretização das uniões comer-
ciais, políticas e sociais.
Crescimento das Transnacionais
O Crescimento das transnacionais se deu pelo Maior Intercâmbio Cultural
aumento considerável do fluxo econômico global. Com o desenvolvimento do setor tecnológico
Essas empresas, através da dinâmica financeira, bus- (computação, comunicação), as relações culturais fi-
caram novas áreas de fixação empresarial, baseando- caram mais rápidas, atualmente o fluxo de informa-
se em alguns fatores como: ções que é passado para a população é muito mais
Presença de um mercado consumidor; dinâmico, o que ocasiona mudanças ainda mais rápi-
Estabilidade política; das no território. Apesar disso, ainda existe uma
Incentivos fiscais. grande parcela da população fora desse contexto, esse
Esses fatores, aliados à necessidade dos países grupo está relacionado à população mais carente tan-
de gerar empregos, fizeram dos países subdesenvol- to nos países subdesenvolvidos quanto nos desenvol-
vidos mais estruturados peças-chave para a evolução vidos.
e proliferação de transnacionais, como no caso do
Brasil. Usuários da internet - ainda um enclave global
Estados
Unidos
Ásia meridional
Usuários de internet
(portentagem da população) 1998 2000
Formação de Cidades Globais Estados Unidos 26,3 54,3
Países ricos da O CDE 6,9 28,2
Algumas cidades no mundo globalizado torna- (exceto os Estados Unidos)
América Latina e Caribe 0,8 3,2
ram-se verdadeiras metrópoles mundiais, caracteri- Extremo O riente e Pacífico
Leste europeu e CEI
0,5
0,8
2,3
3,2
Países árabes 0,2 0,6
zando-se como centros de pesquisa, locais de África subsaariana
Ásia meridional
0,1
0,04
0,4
0,4
gerenciamento, administração e instalação de sedes Mundo 2,4 6,7
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2 O Hemisfério Sul concentra a maioria dos paí- líderes mundiais, como o Japão (líder na região
ses desenvolvidos do mundo. do pacífico) e a Alemanha (líder na Europa), pro-
3 O processo de internacionalização do capita- porcionando uma maior dinâmica econômica no
lismo trouxe duas tendências, a de globalizar mundo contemporâneo. Atualmente buscam se
características culturais e meios econômicos e desenvolver áreas de influência a partir de blocos
formar mercados regionais, a fim de proteger e econômicos.
expandir a economia dos países membros.
2
4 Um dos fatores negativos que trabalha contra a a) Resposta livre. As cidades globais devem
globalização é o protecionismo.
possuir uma elevada dinâmica econômica, funcionar
5 A globalização é uma característica nova, que
24 horas, elevada variedade cultural e variedade nos
iniciou no século XX.
vários segmentos da produção.
b) A Dinâmica cultural e econômica das cida-
5 Dentre os fatores geopolíticos que tem marcado o des globais.
surgimento de uma “globalização moderna”, po- 3 Acarretando a divisão desse poder com países
de se destacar, nesse contexto, que emergiam na nova conjuntura como líderes
a) os Tratados de paz no Oriente Médio, que de- mundiais, como o Japão (líder na região do pací-
monstram o caráter hegemônico da Europa fico) e a Alemanha (líder na Europa), proporcio-
nessa parte do mundo. nando uma maior dinâmica econômica no mundo
b) a forte tendência à bipolarização do mundo en- contemporâneo. Atualmente buscam se desen-
tre os Estados Unidos e o Japão. volver áreas de influência a partir de blocos eco-
c) as recentes transformações ocorridas no Leste nômicos.
Europeu, que passou a fazer parte da esfera de
influência capitalista. 4 Com a evolução do capitalismo, novos ramos de
d) a perda de flexibilidade das fronteiras nacio- trabalho foram criados, em detrimento dos ramos
nais, reduzindo os mercados e as trocas co- que foram se extinguindo (“apertador de parafu-
merciais na nível global. so”). A divisão do trabalho aprimorou o profis-
e) a diminuição crescente das diferenças socioe- sional dinâmico e bem preparado (qualificação
conômicas entre os países do Hemisfério Sul, profissional), determinando para esse trabalhador
todos subdesenvolvidos, e do Hemisfério Nor- especializado grandes possibilidades de cresci-
te (todos desenvolvidos). mento profissional.
5 Atualmente os dois maiores problemas que asso-
lam o mundo são o terrorismo e a violência urba-
GABARITO na. O terrorismo é um problema de âmbito
global, sendo fator de grande preocupação nos úl-
Estudo Dirigido timos anos, pelo aumento crescente da atuação
1 Monopolar: Reino Unido da Grã Bretanha. Sé- dos grupos terroristas e pela intensidade dos ata-
culo XVIII e XIX. Nesse período, a hegemonia ques. O último grande ataque terrorista ocorreu
mundial era determinada por essa potência a par- na manhã do dia 11 de setembro de 2001, quando
tir do domínio industrial e marítimo. Bipolar: o dois prédios no centro de Manhattam foram atin-
mundo era marcado por dois grandes grupos mili- gidos por aviões pilotados por terroristas. Esse fa-
tares, políticos, econômicos e ideológicos: Capi- to demonstrou a fragilidade da sociedade perante
talismo (líder EUA) e Socialismo (líder URSS), ataques dessa magnitude. Atualmente o mundo
os quais ditaram as regras mundiais durante toda luta para diminuir a atuação desses grupos. Outro
a Guerra Fria, proporcionando a bipolaridade fator de grande preocupação global é o aumento
mundial. Multipolar: com a fragmentação da em escala rápida dos índices de violência urbana.
União Soviética e a mudança do contexto eco- Cada vez mais, o mundo está condicionado ao
nômico da China, países caracterizados como os medo, medo esse que transforma o espaço, de-
mais fortes da hegemonia socialista, o mundo a- terminando áreas livres de qualquer ação gover-
travessou um período de divisão entre as potên- namental, colocando o cidadão comum da cidade,
cias, acarretando a evolução global para à mercê dos bandidos. Esse problema é alarmante
multipolar. Esse período também marcou uma principalmente nos grandes centros. Para comba-
diminuição do poder quase absoluto dos Estados ter esses problemas são necessários vários fato-
Unidos, acarretando a divisão desse poder com res, dentre os quais acarretar uma melhor
países que emergiam na nova conjuntura como distribuição de renda à população, possibilitando
com isso um melhor equilíbrio social. A forma-
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Montenego
Podgorica Pristina
Kosovo
Católicos
Skople
Ortodoxos
Macedônia
Muçulmanos
0 100km
Yves Lacoste (org. Atlas 2000. Paris, Nathan, 1998
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Ilhas Shetland
França
Labourd i xa
Ba arre
v
O CEANO Vizcaya oa Na
ATLÂNTICO sc
Sou le
ú
ui p
Irlanda Mar G
do Norte Escócia do
Norte Alava
Navarra
Irlândia
(Eire)
Dublin
País de
Gales Inglaterra Espanha
Londres
Canal da Mancha
Províncias bascas
Fonte: CID
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País com maior dinâmica no comércio ex- Posteriormente, os EUA compraram o sul
terno, maior taxa de importação e exporta- do Novo México e do Arizona.
ção. A última etapa da expansão continental foi
Chamado de “Nova Roma”. a compra do Alasca em 1867. Eles compra-
Século XX—Século Americano (dólar mo- ram essa região dos russos, que preferiram
eda mundial). vender para os norte-americanos, não para
Histórico de Formação da Nação Nor- os ingleses, que na época era uma grande
te-Americana potência hegemônica.
No momento da declaração de independência, Presença dos EUA no Continente Ame-
em 1776, os Estados Unidos da América eram do ta- ricano
manho de treze colônias inglesas, espremidas entre o Destino Manifesto.
oceano Atlântico, a Leste e os Montes Apalaches, a Doutrina Monroe (1823) — “América para
Oeste. os Americanos”.
Com a vitória na guerra da independência, a Nafta (Bloco da América do Norte).
sua área original praticamente duplicou, já em 1783, Alca (Área de livre comércio das Améri-
ocupando terras até a margem do Rio Mississipi. Es- cas).
sas terras pertenciam anteriormente aos ingleses. Características do Crescimento
A partir desse período, os Estados Unidos bus- A América Anglo-Saxônica foi colonizada
caram desenvolver o seu expansionismo territorial, de forma diferenciada do restante do conti-
fato marcante até o final do século XIX, período em nente americano (exceto o Sul dos EUA). O
que atingiram sua atual configuração territorial. Ob- modelo de colonização adotado foi o de
serve o mapa abaixo, com as áreas anexadas. povoamento, caracterizado pelo desenvol-
vimento interno. Esse desenvolvimento in-
Estados Unidos:Expansão Territorial Euro p a
Ásia
terno determinou a forte industrialização.
50° Maine: Os fatos que auxiliaram foram:
Cedido pela
Inglaterra em 1842 Forte presença de matérias-primas (manga-
O regon: Cedido pela
Cedido pela Inglaterra
Maine 1820
40° nês, ferro, cobre e petróleo).
Inglaterra
em 1846
em 1818 Facilidade na circulação e transporte (ferro-
40° Lousiana Meio oeste
vias, hidrovias e rodovias).
Norte-Americano
Califórnia: Adquirida da
Território Mexicano França em1803
Trados de Paris,
de 1783 Treze
Formação de grandes centros urbanos, pró-
anexado em 1848 O ceano
Colônias ximos a portos, uma grande necessidade no
O riginais Atlântico
Gadsen: Texas: Flórida
período.
30°
Ádquirido Anexado em 1845 Adquirida da Mão-de-obra numerosa e barata, atualmente
O ceano em 1853 Espanha em 1818
Pacífico
bastante qualificada.
2 3 °27
Tr óp ico de
80° oeste de greenwich 60° Poupança interna (mercado de consumo).
C âncer Escala 0 450 900km
Fontes de energia (carvão, petróleo - ter-
120° 110° 100° 90° Projeção: Lambert azimutal equal-área
Crise de 1929 (Quebra da Bolsa de Valores de 2 Os países do Leste europeu sempre foram con-
Nova York): causada pelo aumento da produção, di- siderados capitalistas.
minuição do consumo e valorização das ações. Gerou 3 Hoje todos os países do Leste europeu são ca-
a 1ª grande crise mundial do capitalismo. Essa crise pitalistas desenvolvidos.
também ocasionou a revisão do modelo de interven- 4 O Leste europeu também era conhecido como
ção do Estado, notou-se que não poderia deixar a e- a área da cortina de ferro.
conomia totalmente vinculada ao mercado. 5 Em todos os países da região houve conflitos
New Deal: política de desenvolvimento basea- sangrentos para a instalação da ordem demo-
da em pesados investimentos estatais para estimular a crática.
recuperação econômica, determinada pelo presidente
dos EUA Franklin Roosevelt.
2 Sobre a Irlanda, analise as questões abaixo com
Pontos Chaves do New Deal V (verdadeiras) e F (falsas):
Fiscalização dos bancos e instituições financei- 1 A parte norte da ilha da Irlanda está sob a in-
ras. fluência direta da Inglaterra.
Aumento substancial de obras públicas. 2 O IRA (exército Republicano Irlandês) foi um
Desenvolvimento da Previdência Privada (au- grupo terrorista fundado por pessoas da parte
mento dos auxílios). sul da Irlanda, para buscar, através da força,
Empréstimos e subsídios aos pequenos produ- conquistar a independência total da ilha.
tores. 3 Hoje o IRA ainda age como grupo terrorista,
Controle da corrupção no governo. sendo a década de 1990 a de maior concentra-
Apoio aos sindicatos e cooperativas. ção de atentados.
ESTUDO DIRIGIDO
4 Um dos marcos do conflito entre católicos e
protestantes na região foi o Bloody Sunday
1 Destaque os principais pontos dos grupos terro- (domingo sangrento), que desencadeou uma
rista IRA e ETA (formação, área de atuação e si- nova onda de violência na Irlanda do Norte.
tuação atual). 5 A parte sul da Irlanda hoje é um país inde-
pendente.
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GEOGRAFIA DA POBREZA
1. ÁSIA
A Ásia é o maior continente do globo (cerca de um terço das terras emersas do globo), localizado totalmente
no Hemisfério Oriental, possuindo áreas nos Hemisférios Norte e Sul, determinando o motivo principal da grande
variedade de paisagens naturais do continente. Esse continente é banhado por três oceanos: o Índico (ao sul), o Pa-
cífico (a leste) e o Ártico (ao norte).
Extremo O riente
Sul da Ásia
Sudeste da Ásia
Países da ex-União Soviética
O riente Médio 0 850 1700km
Conflitos armados
Barreira do Himalaia
Sri Lanka
Índia
País subdesenvolvido.
Democracia parlamentarista.
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Maioria da população presente no campo no contexto das potências nucleares. A Índia já vinha
(cerca de 70%). realizando testes há vários anos, mesmo com deter-
País populoso e povoado (mais de 1 bilhão minações contrárias de outras potências. A Índia con-
de habitantes). sidera que nenhuma organização ou país possui o
Possui uma agricultura baseada na Revolu- direito de impedir o seu avanço militar, principal-
ção Verde (alta tecnologia para exporta- mente grupos como a ONU, cujos membros do con-
ção). selho permanente (Estados Unidos, Rússia, Reino
Maioria de religião Hindu. Unido, França e China) já desenvolveram e testaram
Dividida em castas. com sucesso suas próprias bombas. Algumas sema-
Na Índia ainda se destaca a presença da va- nas após as comemorações e a euforia na Índia, era a
ca como animal sagrado e vital para a eco- vez do vizinho e inimigo Paquistão realizar com su-
nomia. cesso seus testes nucleares, mostrando à vizinha Índia
Contradições: fome, miséria X bomba nu- que está pronto para uma guerra de proporções nu-
clear, setor de produção de tecnologia de cleares. Esses acontecimentos, associados a ressenti-
ponta (informática e biotecnologia, grande mentos mútuos e disputas territoriais, tornaram a área
concentrações de doutores) X uma péssima uma das mais instáveis desse novo século.
distribuição de renda e alta taxa de analfa-
4. RELAÇÃO COREANA
betismo da população.
Essa região foi um dos ícones principais no i-
nício da Guerra Fria. A Coréia do Norte invadiu a
Coréia do Sul destacando que era necessário unificar
o país. Nesse contexto, entraram os EUA (Coréia do
Sul) e URSS (Coréia do Norte). Ao fim de três anos e
vários mortos, as fronteiras permaneceram onde esta-
vam desde o início.
A Coréia Dividida
ÍNDIA
China
Coréia Mar
do Norte do Japão
Região industrial Pyongyang
Carvão
Paralelo 38
Petróleo
Refinaria de petróleo
Hidrelétrica Mar Seul
0 350 700km
Termelétrica Amarelo Coréia
Usina nuclear
do Sul
Japão
Paquistão Mar da
País com baixa infra-estrutura e condição China Oriental
econômica.
Altamente dependente da ajuda externa. 5. CORÉIA DO NORTE
País agrário.
A Coréia do Norte é um dos países que podem
Governo ditatorial.
ser tratados como “pedra no sapato dos Estados Uni-
Região da Caxemira dos”. Formado por um governo ditatorial bastante to-
Existem algumas áreas conflitantes na fronteira talitário, o país não respeita as cláusulas da ONU e
com a Índia, mas o que mais se destaca é a região da nem as ordens diretas dos Estados Unidos. O fator
Caxemira. Essa região, a partir do acordo de separa- principal dessa desobediência mundial é a presença
ção, ficou contida no território indiano, embora a área de ogivas nucleares e tecnologia para a produção de
apresente uma população predominante de muçulma- mísseis, que, embora dificilmente atinjam os Estados
nos, que possuem o desejo claro de separação da Ín- Unidos, podem destruir os seus vizinhos e gerar um
dia e anexação ao Paquistão. desequilíbrio econômico e ambiental em esfera mun-
Questão nuclear dial. Com uma economia fraca e dependente, a maior
Três grandes explosões nucleares marcaram o parcela dos recursos é direcionada para o setor mili-
dia 11 de maio de 1998, na região desértica do Rajas- tar, um dos que mais cresce no mundo.
tão, na Índia. Nesse dia, a Índia entrou diretamente
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Nos bairros populares, a vida parecia quase maiores especialistas saibam responder a essa ques-
normal: as pessoas passeavam nas ruas e as portas e tão. Para tentar esclarecê-la, ÉPOCA foi ver de perto
janelas das casas estavam abertas, pela primeira vez o que a Índia tem que o Brasil não tem. Foi investigar
em muitos dias. como o exemplo indiano pode ajudar o país a voltar a
Correio Braziliense, 30 de agosto de 1999. Mundo. P. 3. crescer com vigor e atender a suas enormes deman-
9. LEITURA COMPLEMENTAR das sociais. Conversamos com empresários, executi-
vos, economistas e políticos do governo e da
A Revolução Verde na Índia oposição. Visitamos empresas de tecnologia, indús-
O aumento populacional na Índia gerou sérios trias pesadas e órgãos governamentais. Sentimos o
problemas com relação à produção de alimentos. pulso das ruas de grandes cidades, como Mumbai
Com o objetivo de combater a fome, o governo indi- (antiga Bombaim, o centro econômico do país), a ca-
ano incentivou, a partir da década de 1960, a chama- pital Nova Délhi e Hyderabad, novo pólo indiano de
da Revolução Verde. Essa revolução caracterizou-se tecnologia. De tudo o que vimos, extraímos 12 lições
pela modernização das atividades agrícolas por meio da Índia para o Brasil.
da introdução de técnicas avançadas de cultivo, como Hoje, é consenso entre os especialistas que a
o desenvolvimento de novas variedades de cereais, principal missão do próximo governo brasileiro será
sementes selecionadas e mais produtivas, uso inten- fazer a economia crescer. Depois de termos conquis-
sivo de adubos e pesticidas, além do emprego de am- tado a estabilidade econômica, nosso próximo desa-
plos sistemas de irrigação. fio será elevar as taxas de crescimento. Só assim a
A Revolução Verde, embora tenha gerado um economia pode ganhar o dinamismo necessário para
grande aumento no volume da produção agrícola, não gerar empregos e atrair investimentos. É justamente
solucionou o problema da fome no país. na questão do crescimento que a Índia nos oferece
Isso se explica pelo fato de a Índia, assim co- um exemplo. Curiosamente, ela ostenta números até
mo a imensa maioria dos países subdesenvolvidos, piores que os brasileiros em quesitos considerados
destinar grande parte de sua produção agrícola à ex- essenciais pelos economistas. Do ponto de vista dos
portação, o que diminui a oferta desses gêneros no gastos públicos, um dos indicadores mais usados para
mercado interno. Além disso, houve também um au- avaliar a saúde financeira de um país, a Índia não a-
mento da concentração fundiária no país, uma vez penas gasta mais que o Brasil em relação ao Produto
que os pequenos produtores, descapitalizados e sem Interno Bruto (PIB). Sua dívida pública é muito mai-
condições de investir na modernização de suas pro- or que a nossa: equivale a 79,5% do PIB, ante 51,5%
priedades, venderam-nas para os grandes proprietá- no Brasil. De acordo com uma pesquisa do Banco
rios, justamente aqueles que mais produzem para o Mundial, o Estado é considerado tão ineficiente e bu-
mercado externo. rocrático na Índia quanto aqui. E, embora muita gente
A produção de grãos na Índia saltou de 114 pense que a Índia é um país de monges budistas e
milhões de toneladas anuais, em 1970, para mais de hinduístas, a corrupção, segundo o estudo, é hoje a
226 milhões em 1998, um acréscimo de quase 100%. principal preocupação dos empresários indianos para
Nesse mesmo período, entretanto, a disponibilidade o desenvolvimento dos negócios. É certo que a Índia
de grãos por habitante aumentou apenas cerca de não tem os problemas dramáticos do Brasil com se-
10%, em decorrência do crescimento populacional e, gurança. Mas, ao contrário do Brasil, que vive em
também, do aumento das exportações. paz com os vizinhos há um século, a Índia tem pro-
Geografia, espaço e vivência. 7ª série. Atual Editora. 2001. p. 176.
blemas sérios de fronteira com a China e o Paquistão.
Além disso, tem um sistema de castas que ainda im-
Por que a Índia cresce?
pede a ascensão social de boa parte da população.
Ela é mais parecida com o Brasil do que se i-
Enfrenta também disputas religiosas que se intensifi-
magina. Tem impostos indecentes e um ambiente
caram nos últimos anos e estimularam o terrorismo.
hostil aos negócios. Tem legislação trabalhista ana-
Não por acaso, a Índia é um dos poucos países que
crônica e uma infra-estrutura sofrível. Lá, como aqui,
têm a bomba atômica. Seus gastos militares chega-
o governo gasta muito - e mal. E o Fundo Monetário
ram a 4% do PIB em 2005, em comparação a 1,5%
Internacional (FMI) vive cobrando - sem sucesso - a
destinado à área no Brasil. Até a abertura econômica
realização das reformas tributária e fiscal para o país
implementada nos anos 90 pelo atual primeiro-
entrar numa rota de crescimento sustentado. Acredite,
ministro, Manmohan Singh, então ministro das Fi-
é isso mesmo. A Índia, a queridinha dos investidores
nanças, a Índia foi um país quase socialista. Restrin-
internacionais, o novo eldorado da economia global,
gia a iniciativa privada e era praticamente fechada às
padece basicamente dos mesmos males do Brasil. Por
importações. Proibia até a entrada de Coca-Cola. Ho-
que, então, ela cresce 8% ao ano, enquanto nós não
je, os resquícios do Estado-que-pode-tudo ainda são
chegamos nem a 3%? É provável que nem mesmo os
Editora Exato 58
GEOGRAFIA
marcantes, apesar da liberalização da economia nos A Dr. Reddy's, segunda maior empresa in-
últimos anos. Mesmo assim, a Índia consegue crescer diana da área farmacêutica, controla fábri-
e prosperar, enquanto o Brasil patina num estado de cas na China e no México. No ano passado,
semi-estagnação econômica. "Precisamos pensar comprou uma das maiores empresas alemãs
grande", afirma o primeiro-ministro Singh. "Precisa- do ramo por US$ 570 milhões. Agora, se-
mos ir além do crescimento vegetativo, para um cres- gundo informações dadas a ÉPOCA por seu
cimento exponencial jamais visto na História." presidente, Satish Reddy, prepara-se para
reforçar sua base no Brasil. Deve construir
Mentalidade global uma fábrica própria de genéricos no país,
As principais empresas indianas não restrin- com o objetivo de faturar US$ 50 milhões
gem sua atuação no mercado global às exportações. por ano a partir de 2012.
Elas querem mais que isso. Querem ser as melhores
do mundo naquilo que fazem, para ganhar a disputa Foco no desenvolvimento
pelo consumidor contra quem quer que seja. Seus Ao contrário do Brasil, que viveu um processo
comandantes parecem acreditar seriamente que po- inflacionário que durou mais de duas décadas, a Índia
dem chegar lá, com a oferta de produtos e serviços de nunca passou por nada semelhante. Talvez, por isso,
classe mundial. A Índia, com 1,1 bilhão de consumi- o foco da política econômica indiana seja o cresci-
dores, é o segundo maior mercado do mundo, logo mento. A maior preocupação é gerar riqueza para
abaixo da China. Ainda assim, muitas empresas indi- melhorar a qualidade de vida da população, hoje es-
anas expandem seus domínios para fora do país. "As timada em 1,1 bilhão de pessoas, 300 milhões das
empresas indianas entraram na arena global de forma quais vivem com menos de US$ 1 por dia. Formal-
agressiva", diz o empresário Yogesh Deveshwar, pre- mente, a Índia não adota o modelo de metas de infla-
sidente da Confederação da Indústria da Índia (CII). ção seguido no Brasil. Ainda assim, as estimativas de
"Nos próximos anos, um número cada vez maior de inflação sofrem uma atualização trimestral. "O prin-
empresas indianas vai se globalizar", afirma o eco- cipal objetivo é promover o crescimento econômico
nomista Arindam Chauduri, autor do livro The Great com estabilidade de preços", afirma Muneesh Kapur,
Indian Dream (O Grande Sonho Indiano, ainda sem diretor do Reserve Bank of India (RBI), o banco cen-
tradução para o português) e responsável pelo Centro tral do país, que atua de forma independente do go-
de Pesquisa Econômica e Estudos Avançados, de verno. A julgar pelos resultados, a estratégia indiana
Nova Délhi. Na área de tecnologia, os investimentos funciona bem melhor que a nossa. Nos últimos dez
feitos por empresas indianas no exterior alcançaram anos, a Índia foi o segundo país que mais cresceu no
US$ 5 bilhões no primeiro semestre de 2006. Desse mundo, com uma média superior a 6% ao ano, atrás
total, US$ 200 milhões vieram para o Brasil, segundo apenas da China. E a inflação, na faixa de 5% ao ano,
o Ministério das Relações Exteriores da Índia. Hoje, manteve-se sob controle. Se continuar a crescer no
os investimentos da Índia no Reino Unido, o todo- mesmo ritmo, a Índia poderá reduzir de forma signi-
poderoso colonizador de outrora, são maiores que os ficativa a miséria em 20 ou 30 anos. Lá, parece estar
do Reino Unido na Índia. Em diversos setores eco- claro para todos que, em condições normais, é o cres-
nômicos, como aço, petróleo ou indústria farmacêuti- cimento que faz a diferença entre um bom governo e
ca, a presença indiana se faz notar. Eis alguns um governo medíocre. A política monetária e a infla-
exemplos: ção são importantes, é claro. Cuidar das despesas do
A Mittal é a maior produtora de aço do setor público, também. Seria leviano dizer o contrá-
mundo. Ela recentemente se uniu à Arcelor, rio. Mas não se pode perder de vista que tudo isso só
gigante européia do setor, e tem bases em deve servir para uma coisa: o crescimento econômico
60 países, nenhuma delas na Índia. e a prosperidade da população.
O Grupo Tata, com ramificações nas áreas
10. ÁFRICA
de siderurgia, eletricidade, telecomunica-
ções, tecnologia e indústria automobilística, Características Gerais
faturou US$ 21,9 bilhões em 2005 e está Esse continente apresenta a terceira maior ex-
presente em 40 países dos cinco continen- tensão mundial.
tes. Possui espaço territorial nos quatro hemisfé-
A Infosys, da área de software, fatura US$ rios, pois é cortado pelo equador (parte central) e pe-
1 bilhão ao ano. Tem nove centros de de- lo meridiano de Greenwich (parte ocidental).
senvolvimento na Índia e 30 em outros paí-
ses.
Editora Exato 59
GEOGRAFIA
Na parte oeste, é banhado pelo oceano Atlânti- no comércio para abastecimento de suprimentos de
co; na parte sudeste, pelo oceano Índico; na parte les- viagem.
te, pelo mar vermelho e ao norte, pelo mar
mediterrâneo. Nos séculos XVII e XVIII, o comércio intensi-
Um dos três maiores bolsões de pobreza do ficou-se principalmente pela presença de um grande
mundo, em nível relativo, é a zona mais problemática produto de aceitação no mercado internacional — o
no aspecto social e econômico do Globo. escravo negro. O escravo negro foi o principal “pro-
A taxa média de mortalidade infantil é da or- duto” comercial nesses séculos, impulsionando um
dem de 152 por mil. As mais altas do mundo. forte comércio entre a África e as Américas. Nesses
séculos também não houve uma colonização efetiva,
Europa visto que os negros eram capturados nas tribos por
traficantes e trazidos para o litoral para serem comer-
Marrocos Ásia
cializados.
Tunísia
O século XIX iniciou com a entrada em vigor
Argélia
Saara
Líbia
Egito da lei Bill Aberdeen. Essa lei inglesa determinava o
O cidental
Mauritânia
fim do tráfico de escravos, ou seja, qualquer navio
Níger
Senegal
Mali
Chade Sudão
Eritréia que transportasse escravos poderia ser afundado. Es-
sa lei, associada à abolição da escravatura nos países
Tog o
é Nigéria
G uin o a República Djibuti
a Le
Serr ib êria Centro-Africana Etiópia americanos, impulsionou o crescimento populacional
Beni n
a
G an
a rfim
L Camarões Somália
na África que até aquele momento era bastante redu-
d o M ta
Cos
República Uganda
Gabão
Democrática Q uênia zido. Em 1884 foi realizada a Conferência de Berlim.
o
Co
ng do Gongo Tanzânia Nessa conferência os países da Europa traçaram suas
Angola áreas de influência dentro da África.
Malaui
Zâ mbia
Zimbáque ique
13. DESCOLONIZAÇÃO
Namíbia b
ça m
Botsuana M o Madagascar
A maioria dos países africanos obteve sua in-
Rep.da
África do Sul
dependência após a II Guerra Mundial, destacando-se
a década de 1960. Contudo, o processo de coloniza-
Atlante Geográfico Metódico. De Agostinim, Novara Instituto
Geográfico, 1997.
ção foi marcado pela criação de fronteiras artificiais e
essas por sua vez não levaram em consideração as di-
ferenças étnicas e históricas, inserindo no mesmo pa-
11. ASPECTOS FÍSICOS
ís grupos e tribos inimigas, impossibilitando a
O continente africano constitui-se de uma es- formação de uma nação plena.
trutura geológica bastante antiga, apresentando na Embora tenham adquirido a independência po-
maioria da porção territorial relevos de baixa altitude. lítica, esses países não conseguiram implantar com
Salvo alguns casos, como o monte Kilimanjaro, no sucesso o princípio da autodeterminação (governados
Quênia. por si só), pois, historicamente foram explorados e a
A vegetação na África é bastante diversificada, dependência econômica se fez presente como forma
existem áreas de florestas equatoriais, savanas, flo- de dominação.
resta temperada, campos e regiões desérticas. O cli- Para piorar a situação, a nova geopolítica
ma também é bastante variado, apresentando ao norte mundial foi marcada pelo desenvolvimento de duas
o clima mediterrâneo, na parte central o equatorial e grandes potências (Guerra Fria). Esses países se mos-
desértico e ao sul o tropical e subtropical. traram presentes no Continente africano, influencian-
A maioria dos rios africanos são intermitentes. do nas políticas, fornecendo armas e financiando
No continente, destacam-se duas bacias: Congo — conflitos internos.
maior potencial hidroelétrico do mundo e Nilo — ba- Com o fim da Guerra Fria, a ajuda externa foi
cia que proporciona a vida no Egito, serve para abas- minimizada, entretanto, o quadro de miséria econô-
tecimento e irrigação. mica, social e político que aflorava na região era i-
menso. O Continente apresenta milhares de pessoas
12. HISTÓRICO
morrendo de fome, sede e de doenças endêmicas,
A colonização do Continente foi iniciada no uma dívida altíssima, sem perspectiva de pagamento.
século XVI. Essa colonização não foi efetiva, no sen- Faltam recursos básicos para a população, existe uma
tido de que não havia a interiorização no continente. quantidade enorme de campos de refugiados, pois vá-
Todo o contato era litorâneo, baseado principalmente rios países ainda estão em guerra civil. A África ago-
niza em sua própria miséria e os países e organismos
Editora Exato 60
GEOGRAFIA
é Nigéria
G uin o a República Djibuti
a Le
Serr ib êria Centro-Africana Etiópia norte do Saara e vale do Nilo (Egito).
Beni n
a
G an
arfi m
L Somália
Camarões
Países da região: Egito, Líbia, Argélia, Marro-
do M ta
Cos
República Uganda
G abão
Democrática Q uênia cos e Tunísia.
o do G ongo
ng
Co Tanzânia
16. ÁFRICA NEGRA
Angola
Bélgica Malaui
Zâ mbia Características
Espanha
França Zimbáque i que
Independentes
Namíbia
ça m
b Também chamada de África verdadeira.
Botsuana M o Madagascar
Itália
Portugal
Dividida em África Ocidental (Nigéria), Cen-
Protetorado Rep.da
África do Sul
tral (bacia do rio Congo), Oriental (Somália, Ruanda)
Reino Unido
e Meridional (África do Sul).
Geografia, Geral e do Brasil - Editora Harbra pág. 169. Região bastante pobre (exceto África do Sul).
Base econômica agrária, destacando também a
14. DIVISÃO ÉTNICA DA ÁFRICA extração de minerais (voltados a exportação).
África branca e negra Vários conflitos internos.
As duas regiões são separadas pelo deserto do
Saara, que ocupa áreas das duas partes, e se caracte-
Mar riza como um divisor natural. O Saara tem no seu li-
Mediterrâneo
mite sul uma extensa área que está sendo atingida por
um forte processo de desertificação – região conheci-
da como Sahel – que vem ampliando muito sua ex-
tensão, pelo uso irregular da terra para fins agrícolas
e urbanos, empobrecendo ainda mais essa região afri-
cana.
África O ceano
Índico
O ceano
Atlântico
África do Norte
África Subsaariana ESCALA
Sahel 0 9 10 18 20
Km
Chaliand, Géard e Rageu, Jean-Pierre. Atlasstratégique,
Paris, Complexe 1997.
região com maior incidência de doentes infectados Não poderiam estar juntos em estabeleci-
com HIV. A situação, além de escandalosa, é bastan- mentos públicos.
te preocupante, pois as políticas assistencialistas hoje Não poderiam morar em bairros de brancos.
empregadas na região não estão surtindo efeito bené- Não votavam e não se elegiam.
fico, apenas mascarando um problema, ligado dire- Não participavam do exército.
tamente à política de exploração e miséria que o Um negro só poderia hospedar sua família
continente vive. por no máximo 72 horas.
Hoje ainda existe racismo mascarado na regi-
17. PAÍSES DE DESTAQUE
ão.
África do Sul Angola e Moçambique
Características gerais São países que estão inseridos na comunidade
País mais desenvolvido da África. de países que falam a língua portuguesa. Apresentam
Mais militarizado. outra característica comum: são países que passaram
Rico em recursos minerais (carvão, ouro, dia- longos anos sobre uma forte guerra civil, a qual de-
mante, urânio), exceto petróleo. sestruturou toda a sua economia. Conflitos intima-
Os brancos na região, em sua maioria, são de mente ligados à questão da Guerra Fria. Atualmente
origem holandesa (boërs), e ingleses. Caracterizam buscam desenvolver melhorias sociais e econômicas,
cerca de 17% da população sul-africana. baseadas em instáveis acordos de paz.
Capital do executivo (Pretória), legislativo O Brasil vem auxiliando o Continente africano,
(Cidade do Cabo), principal cidade (Johannesburgo). sobretudo os países que falam a Língua Portuguesa,
Aspecto político como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Nesses
A África do Sul, principal país da África, im- países, o Brasil está gerenciando um programa amplo
plantou um regime no ano de 1948, denominado de de alfabetização, a fim de reduzir a taxa de analfabe-
Apartheid. Esse regime baseava-se em uma segrega- tismo, que gira em torno de 70% da população ativa
ção política, econômica e social formal, que sobrepu- (em idade de trabalho). Outro fator de ajuda do go-
nha a população branca (minoria) sobre a negra verno brasileiro foi o perdão da dívida externa desses
(maioria). países para conosco, buscando assim promover o seu
O Apartheid iniciou seu declínio desde o fim crescimento. Essa política de ajuda tem favorecido o
dos anos 80, acarretado pela pressão da população aumento do poder brasileiro no cenário mundial, no
local, mas principalmente pelas colocações interna- sentido de que os países mais pobres vêem no Brasil
cionais de repúdio e a possibilidade de um boicote in- um líder entre os países subdesenvolvidos.
ternacional. Ruanda e Burundi
Foram criadas áreas na periferia para os negros Conflito da África Central
(townships). Exemplo: Soweto.
Devido ao aumento do número de negros (pre- Problemas Uganda
interétnicos graves L.Alberto
ocupação com rebeliões), foram criadas regiões, em Q uênia
Kampala
áreas longe do centro, conhecidas como bantustões. Zona de acolhida de
refugiados de Ruanda L.Eduardo
Década de 60 e 80 período de maior conflito e Burundi Lago
dentro da região. Via férrea Goma Ruanda vitória
L.Kivu Kigali
Em 1992, o governo determinou uma votação, Burundi
Bukavu Bujumbura
em que 70% da população branca votou o fim do a- REPÚBLICA
Ilebo DEMO CRÁTICA
partheid. DO CO NGO
Só recentemente (1994) tiveram eleições livres Tanzânia
em que os negros puderam votar. Venceu Nelson Kananga Kalemie Dodoma
L.Tanganica
Mandela (CNA), primeiro presidente negro da histó- Para
Dar Es Salam
ria. Angola
Menono
O atual presidente da África, Thabo Mbeki, en-
frenta vários problemas como o desemprego, a vio-
lência e a Aids. Para
Benguela
Kolwezi
L. Niassa
Editora Exato 62
GEOGRAFIA
Fonte:Le Monde Diplomatique. Cartografia de Phillipe Re- falta de informação da maioria da população africana.
kacewich. Paris, 2000. A contaminação da elite dirigente do Zimbábue mos-
tra que se atingiu um novo e terrível patamar. Soube-
se da existência dos ministros aidéticos porque uma
organização de ajuda aos portadores do vírus HIV
Países que sofrem com uma guerra civil entre encontrou seus nomes entre os atendidos por um pro-
Hutus e Tutsis, que já acarretou a morte de milhares grama de distribuição gratuita do coquetel anti-Aids.
de pessoas e colocou essa região em destaque como O Zimbábue tem 1,5 milhão de contaminados, entre
uma das mais perigosas e violentas do mundo. Esse eles 56 000 crianças mas o programa de medicação
conflito já é um dos mais longos da África Central e gratuita, do qual se beneficiam os ministros, atinge
ganhou ares de um conflito regional, pois se misturou apenas 500 pessoas. Por razões éticas, a organização
a conflitos na República Democrática do Congo (an- não identificou os seis figurões, mas os exortou a as-
tigo Zaire) e vários países próximos, como Angola e sumir publicamente a doença para ajudar a reduzir o
Namíbia. preconceito contra os portadores do HIV. "As pesso-
Chifre da África as temem revelar a contaminação, não procuram aju-
Nessa região estratégica, área de ligação entre da nem tratamento e com isso aumentam a cadeia de
o Mar Vermelho e o Golfo de Áden, estão localiza- contaminação", diz Peter Piot, o presidente da U-
dos a Etiópia, a Somália, Djibuti e Eritréia. Região naids, órgão da Organização Mundial de Saúde. En-
extremamente pobre e que passa por constantes con- quanto na Europa, nos Estados Unidos e mesmo no
flitos que no atual momento atravessa um período de Brasil as campanhas de prevenção e novas drogas
trégua que não se sabe quanto tempo vai durar. têm conseguido deter a epidemia e prolongar a vida
18. QUESTÕES GEOPOLÍTICAS de milhares de portadores do HIV, para os africanos a
combinação de pobreza e falta de informações torna a
Conferência de Durban (África do Sul): essa doença praticamente sem esperança. Entre a popula-
conferência ocorreu no ano de 2001. Tinha como ba- ção mais pobre do Zimbábue, a Aids nem sequer é
se a discussão da segregação e exclusão social, le- nominada. É chamada simplesmente de iyoyo, ou "a
vando em consideração aspectos de exploração coisa" - um mal-estar misterioso associado a defi-
histórica pelas grandes potências mundiais. Discutiu- nhamento, febre e infecções. Uma pesquisa revelou
se entre outros aspectos: que as adolescentes zimbabuanas, em sua maioria,
Xenofobismo (aversão a estrangeiros). não acreditam que correm risco de serem contamina-
Pedido formal de desculpas pela exploração das em relações sexuais sem preservativo. O resulta-
histórica por parte das metrópoles. do dessa ignorância é dramático. Morrem 100 000
Perdão da dívida externa. pessoas por ano e a estimativa de vida no Zimbábue
Saídas viáveis para o crescimento da regi- deve cair pela metade, de 66 para 33 anos, até 2010.
ão. A situação é igualmente grave nos países vizinhos.
Movimento sionista e a geopolítica mundi- Em Botsuana, 36% dos adultos estão contaminados.
al. Na África do Sul, o Estado mais organizado do con-
Conferência Mundial Sobre o Meio Ambiente tinente, um em cada cinco adultos está infectado. São
(2002): essa conferência ocorreu em setembro, na Á- mais de 4 milhões de pessoas, o maior número abso-
frica do Sul, e discutiu as transformações gerais do luto de portadores do vírus HIV num único país.
meio ambiente e a relação dos países com a conser-
vação ambiental. Os piores do mundo:
19. LEITURA COMPLEMENTAR Os dez países com maior porcentual da população
adulta contaminada pelo HIV
A expansão da Aids na África é assombrosa, Botsuana 36%
mesmo num continente de números assustadores. Na Suazilândia 25%
região subsaariana, formada por 45 dos países mais Zimbábue 25%
pobres, vivem 24 milhões dos 34 milhões de infecta- Lesoto 23%
dos pelo HIV no mundo. Por lá, morrem 2 milhões de Zâmbia 20%
pessoas por ano, o que representa 80% do total de África do Sul 20%
mortos pela epidemia. No mês de novembro de Namíbia 19%
2001, tornou-se pública uma faceta inesperada, que Malauí 16%
ajuda a dimensionar a tragédia africana: seis dos 22
Quênia 14%
ministros do Zimbábue estão contaminados pelo ví-
República Centro - Africana 14%
rus. A expansão da doença é atribuída à pobreza e à
Fonte: Unaids/OMS
Editora Exato 63
GEOGRAFIA
1 Determine os principais motivos do ataque norte- 1 Sobre o Timor Leste, responda às questões pro-
americano ao Afeganistão em 2001. postas abaixo:
1 O Timor Leste, antes da anexação forçada por
parte da Indonésia, era colônia de Portugal, por
isso ainda guarda traços culturais e hoje busca
desenvolver a língua portuguesa como língua
oficial.
2 O movimento pró-democracia na ilha foi cal-
mo e sem grandes conflitos, pois a Indonésia
2 Quais são os principais fatores históricos que tor- estava disposta a promover um processo pací-
naram a África um dos continentes mais pobres fico.
do planeta? 3 No ano de 2002, foi eleito o primeiro presiden-
te do país, Xanana Gusmão, o atual presidente
era líder do Frentilin (Frente Revolucionária
do Timor Independente) e ficou preso na Indo-
nésia até a concretização de independência do
país.
4 O Timor Leste é também conhecido como Ti-
mor Loro Sae, que significa Timor do Sol Nas-
3 O que foi o Apartheid? Quais os fatores que oca-
cente.
sionaram o fim desse sistema?
5 O Timor Leste é parte de uma ilha que fica na
região do pacífico.
Editora Exato 64
GEOGRAFIA
nologia e no aumento da exploração da terra, Veja 10/2001, com adaptações). Com base nos
contudo essa política não possibilitou uma me- aspectos políticos, responda às questões:
lhora considerável no nível de produção inter- 1 O Afeganistão é um país controlado pela milí-
na de gêneros agrícolas. cia Taliban, essa milícia é fundamentalista ra-
dical (ou simplesmente fundamentalista), tem
sua formação apoiada na ala estudantil de ori-
gem paquistanesa.
3 A Índia é uma das potências que apresenta o
conhecimento para a produção de um arsenal
nuclear.
4 Uma das grandes contradições desse país é a 2 O Afeganistão, como qualquer país islâmico,
alta concentração de doutores presentes nos destaca que a mulher não possua nenhum direi-
quatro cantos do mundo, desenvolvendo teses to público.
e pesquisas e o alto índice de analfabetismo da 3 O governo atual é organizado em um conselho,
população. que busca inserir membros de todas as etnias
da região.
4 Hoje existe um rígido controle e censura, essas
3 (UFV-MG) Índia, Bangladesh e Japão são países são as principais armas desse governo para
considerados “formigueiros humanos”, mas apre- manter a ordem na região.
sentam diferentes perfis socioeconômicos. Isto 5 Atualmente apenas o Paquistão, seu vizinho a
significa que: Sul e Leste, mantém relações diplomáticas
a) a adoção da política neo-malthusiana tem re- com o país.
sultado numa visível melhoria de vida da po-
pulação daqueles países.
b) as grandes concentrações populacionais não 5 (UFES) A Índia, desde 1947, vem se defrontando
determinam necessariamente a ocorrência de com diversas ameaças à sua unidade nacional.
graves problemas sociais. Uma dessas ameaças é a reivindicação de parte
c) a superpopulação é um fator determinante para de seu território por um país asiático.
tornar esses países áreas de repulsão de inves- Esse país é:
timentos. a) o Nepal, que reivindica a região de Caxemira.
d) o endividamento externo e as grandes desi- b) o Cazaquistão, que reivindica a região de
gualdades sociais são causas diretas da super- Thanjavur.
população. c) o Afeganistão, que reivindica a região de Ca-
e) são países superpopulosos, que possuem pro- xemira.
blemas de pobreza e miséria resultados do d) o Paquistão, que reivindica a região de Caxe-
grande número de habitantes. mira.
e) o Tadjiquistão, que reivindica a região de
Kampur.
4 A lista de horrores é de forte magnitude. Meninas
proibidas de ir à escola e condenadas ao analfabe-
tismo. Mulheres impedidas de trabalhar e andar 6 “Por ser um continente tão subdesenvolvido, a
pelas ruas sozinhas. Milhares de viúvas que, sem África não pode fazer mais do que sobreviver,
poder ganhar seu sustento, dependem de esmolas, como não pode senão sobreviver, é cada vez mais
ou simplesmente passam fome. Mulheres com os subdesenvolvida. Isso se tornou um ciclo vicio-
dedos decepados por pintar as unhas. Casadas, so.”
solteiras, velhas ou moças que sejam suspeitas de (Adaptado do texto de Manuel Castells, publi-
transgressão, são duramente castigadas com o es- cado no jornal Folha de S. Paulo, agosto de 2002, ca-
pancamento ou até a morte. E por toda a parte derno mais)
aquela imagem que já se tornou símbolo: grupos 1 O fator mais importante do alto grau de subde-
de figura idênticas, sem forma, sem rosto, cober- senvolvimento dos países africanos foi a ex-
tas da cabeça aos pés com uma túnica — as bur- ploração excessiva, desenvolvida pelas
kas. Elas vivem em regime de submissão há metrópoles, que só se preocuparam com o seu
muito tempo, mas a falta de direitos públicos in- enriquecimento.
tensificou-se após a subida ao poder do grupo Ta- 2 Os países da África apresentam os piores indi-
liban, no ano de 1996. (trecho retirado da revista cadores econômicos do globo, destacando-se a
baixa expectativa de vida, a mortalidade infan-
Editora Exato 65
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til e o número de infectados pelo HIV, que ho- lismo industrial e, depois na fase monopolista,
je chega a mais de 26 milhões de pessoas. sendo que esta colonização esteve mais presen-
3 Todos os países da África apresentam guerras te no litoral, deixando o interior do continente
civis, esse é um resquício da ocupação euro- marginalizado.
péia na região.
4 Na prática podemos dizer que a independência
política não beneficiou os países da África ne-
gra (subsaariana), que, na maioria das vezes
passaram a ser governados por ditaduras reple-
tas de problemas, como o forte esquema de
corrupção. 8 Uma das mais graves conseqüências da coloniza-
5 Fome, guerras, escravidão, prostituição e dis- ção européia na África foi a instalação de frontei-
seminação de doenças são males que estão ras artificiais. Essas fronteiras foram desenhadas
sendo duramente combatidos pelos governos e estipuladas na Conferência de Berlim, em 1884,
africanos. pelos países europeus, o que acarretou problemas
até hoje vistos na África. Responda V (verdadei-
ras) e F (falsas).
7 O continente africano está infestado de países em 1 A Conferência de Berlim foi realizada para es-
situação-limite. Um dos casos mais sérios é o do tipular a divisão da África para as várias me-
Sudão. A guerra entre a elite árabe-mulçumana trópoles que ali já se localizavam, ou seja,
do Norte e as populações negras aniministas e organizar melhor a forma de exploração do
cristãs do sul tem sido constante desde a inde- continente africano pelas metrópoles.
pendência do país, em 1956, mas atingiu maior 2 Na divisão também foram analisados aspectos
virulência nos últimos quatros anos. A Sharia de inserção de tribos, como no caso de tribos
(lei islâmica) está sendo aplicada com mais rigor que tinham conflitos históricos; nesse caso,
do que nunca, as ofensivas contra as bases do e- houve a separação em territórios distintos.
xército popular de libertação do Sudão vêm au- 3 Hoje já cessaram os conflitos internos no Con-
mentando, e o governo de Cartum vem efetuando tinente, ligados à questão da organização terri-
ações de “limpeza étnica”, que incluem entre ou- torial, no sentido de que o continente por si só
tros fatores deportações em massa e escravidão já reorganizou suas áreas.
contra as comunidades Fur, no oeste, e Nuba, no 4 Existem alguns países na África que podem ser
centro do país. Esse fato foi denunciado à ONU, considerados estados-nações, por haver nesses
que busca através da diplomacia minimizar os países várias línguas, crenças, centros de po-
conflitos na região. der, o que torna esses países apenas um aglo-
1 Os conflitos que flagelam a África possuem merado de povos.
várias características em comum, contudo uma 5 Hoje a pobreza e os conflitos vistos na África
delas torna-se até irônica: os cenários das bata- podem ser considerados conseqüências da ex-
lhas são quase sempre países extremamente ri- ploração excessiva por parte dos países mais
cos em recursos naturais. ricos, que sempre se preocuparam em extrair e
2 A interferência dos Estados Unidos e da ex- explorar o máximo do continente, nunca bus-
União Soviética na África durante o período de cando desenvolver essa área com uma parcela
Guerra Fria, com o fornecimento de armas e do que foi explorado.
empréstimos aos seus respectivos aliados, pos-
sibilitaram o crescimento econômico e a me-
lhoria das condições gerais da população. 9 Sobre o Continente africano, analise as questões
3 O caráter imperialista teve destaque no século abaixo:
XIX e foi caracterizado pela ocupação efetiva 1 Esse Continente ainda atravessa guerras civis,
do continente africano por parte dos europeus. derivadas do ódio religioso, étnico e econômi-
4 Um dos fatores que ocasionaram o processo de co.
descolonização foi o nível de exploração im- 2 A Região apresentou na última década um de-
posta pelas metrópoles que desencadeou um créscimo considerável nas taxas de natalidade,
intenso sentimento de nacionalismo e liberda- esse fato se deve à política eficaz de planeja-
de. mento familiar que foi implantada em vários
5 Com o processo de colonização por povoa- países do Continente.
mento, a África sempre esteve sob o domínio 3 A região do deserto do Saara constitui uma das
europeu e isso ocorreu no período do capita- áreas de maior vazio demográfico do mundo.
Editora Exato 66
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4 A África hoje é a região de maior preocupação controle de uma hegemonia branca, consolida-
no que se refere a conflitos mundiais, pois está da por século de dominação territorial e políti-
diretamente ligada aos conflitos que assolam o ca.
Oriente Médio atualmente. 2 Expressão das lutas por conquistas sociais, as
políticas liberalizantes de privatização das em-
presas públicas permitiram que a África do Sul
eliminasse as diferenças entre negros e brancos
quanto à inserção nos mercados de trabalho e
de consumo.
10 A República da África do Sul é seguramente o 3 Na África do Sul dos dias atuais, as linhas do
país que, pelas suas dimensões (1 221 037 Km2), conflito político não se reduzem à antiga opo-
possui a maior concentração mundial de riquezas sição entre a maioria negra e a minoria branca,
minerais: ouro e diamantes, carvão, dentre outros. porque restaram as divergências raciais, orga-
A África do Sul é também o país mais industria- nizadas em torno da questão de etnia.
lizado de todo o continente africano. Contudo, no 4 O fim da Guerra Fria, os conflitos étnicos e as
plano político a África do Sul possui uma política guerras civis constituem fatores que determina-
recente bastante negativa, no sentido de que du- ram a desarticulação da economia dos países
rante um período de mais de três décadas, esse africanos, consolidando as condições de po-
país possuiu um racismo oficializado e denomi- breza e miséria desse continente.
nado de Apartheid. 5 O Apartheid constituía um espaço territorial
1 O Apartheid, embora tenha sido excluído do segregador, cuja idéia central era a noção de
contexto da África do Sul, ainda é bastante vis- uma grande fronteira interna, que delimitava o
to em vários país da África, América e Ásia. uso de áreas e serviços, confinando em locais
2 Com o objetivo de controlar a maioria negra e preestabelecidos a população negra, a quem só
manter o modelo econômico baseado na explo- era permitido circular mediante a apresentação
ração da força de trabalho negra, a minoria de passaportes.
branca da África do Sul, detentora do poder e
da riqueza, criou o Apartheid, meio de domi-
nação e discriminação hostilizado pelo restante GABARITO
do mundo.
3 Após 1994, ocorreram as primeiras eleições Estudo Dirigido
universais na região. Esse fato fez desencadear 1 O Afeganistão foi atacado pelos Estados Unidos
um movimento inverso ao Apartheid determi- em razão de supostamente estar escondendo ter-
nando hoje que a maioria negra impossibilite a roristas da Al Qaeda e seu grande líder Osama
minoria branca de utilizar os meios públicos Bin Laden
comuns, de melhor qualidade como hospitais e
escolas, tornando a vida da minoria branca na 2 A Colonização da África
região insustentável. Nos séculos XVI e XVII, os países europeus
4 A África do Sul, embora tenha tido uma me- começaram a se interessar pelo Continente africano e
lhora substancial com a abertura política e so- começam a fundar feitorias na região africana, a ini-
cial, ainda apresenta índices muito baixos de ciar pela Inglaterra, que tinha como ideal a conquista
desenvolvimento da população e problemas es- das regiões do Cairo (Egito) ao Cabo (África do Sul),
truturais gravíssimos, principalmente nos bair- ou seja, praticamente toda a África, projeto que não
ros de negros, os townships. deu certo porque outros países como França, Alema-
nha, Itália e Holanda também passam a se interessar
pelos territórios. A África passa a ficar dividida em
11 (UnB 2°/2003) Como o fim do Apartheid, em sua totalidade aos países europeus, que não respeitam
1994, a África do Sul viu-se ante o grande desa- a cultura anteriormente encontrada.
fio da construção de um projeto nacional que A Descolonização da África
permitisse incorporar à cidadania os mais de 80% Somente com o fim da Segunda Guerra Mun-
da população historicamente marginalizados: os dial e a disputa pelo poder do bipolarismo da guerra
negros e os mestiços. Nesse contexto, acerca da fria é que a presença colonialista começa a ser encer-
realidade africana, julgue os seguintes itens. rada, apoiada financeiramente pelo capital norte ame-
1 Na África do Sul-pós-Apartheid a estrutura e- ricano e soviético, determinando uma forte
conômica pouco foi alterada: as grandes em- dependência econômica, social e política dos países
presas, as terras e o capital continuaram sob o
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GRAMÁTICA
GRAMÁTICA
FONOLOGIA
1. INTRODUÇÃO 3. ENCONTROS VOCÁLICOS
Fonologia é a parte da gramática que estuda os Ditongo:
sons. a) Crescente:
Fonema ⇒ são unidades sonoras mínimas Oral → quase
SV + V
capazes de estabelecer diferenças no signi- Nasal → quando
ficado das palavras. b) Decrescente:
Letra ⇒ são as representações gráficas de Oral → vai
um fonema. V + SV
Nasal → não
Um fonema pode ser representado por uma só Tritongo:
letra ou por mais de uma. Oral → iguais
SV + V + SV
Exemplo: Nasal → saguão
|B| →b; |T| → t; |a| → a; |Z| → z, s, x Hiato:
Dígrafo ⇒ duas letras iguais a um fonema. Oral → saúde
V+V
São eles: lh, nh, ch, ss, rr, sç (estes sempre), Nasal → suando
qu, gu, sc, xc (seguidos de e ou i), M/N
4. ENCONTRO CONSONANTAL
(quando não seguidos de vogal, junto com a
vogal que os antecede). Encontro de consoantes numa mesma sílaba ou
Exemplo: em sílabas diferentes. Pode ser:
Samba onda a) Inseparável:
|s ã b a| |õ d a| Exemplo:
Uma palavra pode ter o número de letras mai- Cravo
or, igual ou menor que a de fonemas. Bloco
Exemplos: b) Separável:
- querida |k e r i d a| 7L – 6F Exemplo:
- cavalo |k a v a l o| 6L – 6F Costa
- hora |o r a| 4L – 3F Ardil
- nexo |n e k s o| 4L – 5F 5. SEMÂNTICA
b) AM, AN, EM, EN ⇒ no final de palavra,
não formam dígrafo, pois o M/N viram semivogais. Significação das Palavras
Exemplo: Quanto ao significado, as palavras têm a se-
Além cantam guinte classificação: sinônimas, antônimas, homôni-
| a l e~ i | |kã tãu| mas, parônimas e de sentido figurado.
I - Sinônimas: são palavras semelhantes na signifi-
2. TIPOS DE FONEMAS cação.
Vocálicos ⇒ Toda sílaba tem uma, e ape- Exemplo:
nas uma, vogal. O Ministro é um cidadão íntegro.
Consonantais ⇒ Não existe sílaba só com O delegado é um cidadão honesto.
consoante. II - Antônimas: São palavras opostas na significa-
Semivocálicos ⇒ Só haverá semivogal se ção.
na mesma sílaba houver pelo menos dois Exemplos:
elementos que podem ser vogais. O orador apresentou-se mal.
Dicas para semivogal O cantor apresentou-se bem.
a ⇒ sempre vogal. OBS: A sinonímia e a antonímia são muito
contextuais.
e, o (vogais) ⇒ numa mesma sílaba com i,
III - Homônimas: nomes iguais. Podem ser:
u (semivogais).
i, u ⇒ junto na mesma sílaba (Quem apa-
a) Homógrafas: são palavras iguais na grafia, mas
recer primeiro será vogal).
diferentes na pronúncia.
ü (tremado) ⇒ sempre semivogal.
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GRAMÁTICA
Editora Exato 2
GRAMÁTICA
incerto = duvidoso
3 Enumere a 2ª coluna pela lª:
inserto = inserido, incluído
(1) D.C.O.
(2) D.C.N.
laço = laçada
(3) D.D.O.
lasso = cansado
(4) D.D.N.
(5) T.O.
maçudo = indigesto; monótono
(6) T.N.
massudo = volumoso
( ) aéreo
paço = palácio
( ) piauiense
passo = passada
( ) cooperação
( ) leão
ruço = pardacento; grisalho
( ) deságuam
russo = natural da Rússia
( ) bloqueio
( ) saguão
comprimento = extensão
( ) iguais
cumprimento = saudação
( ) qualquer
( ) quantia
soar = dar ou produzir som; ecoar
( ) herói
suar = transpirar
( ) aviação
( ) consciência
vultoso = volumoso
vultuoso = atacado de vultuosidade
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GRAMÁTICA
4 Preencha as lacunas com as palavras do quadro a d) No período III, pode-se observar o emprego de
seguir, atentando para o correto significado: conotação e denotação.
Fluir – Prescrever – Fruir – Proscrever – Infringir
– Despercebido – Incipiente – Cocho – Insipiente 7 Analisando as expressões “felicidades certas” e
– Desapercebido – Sela – Coxo – Infligir – Cela – “certas felicidades”, pode-se afirmar que:
Estrato – Espirar – Extrato – Expirar – Eminente – a) Ambas encerram a mesma idéia.
Iminente. b) Ambas não encerraram a mesma idéia.
a) ___________ desfrutar; possuir. c) O sentido da primeira é exatamente o oposto
b) ___________ montaria. da segunda.
c) ___________ pessoa que apresenta defeito na d) A segunda apresenta sentido ambíguo em rela-
perna. ção à primeira.
d) ___________ aplicar a lei.
e) ___________ fixar; tornar sem efeito.
f) ___________ fragmento; o que veio do interior. 8 Complete com o parônimo adequado:
g) __________ próximo, prestes a ocorrer. a) Às portas do século XXI, existem países que
h) __________ passar sem ser notado. ainda apresentam um regime de ____ racial
i) ___________ ignorante. (descriminação - discriminação).
j) ___________ morrer. b) Existem campanhas que lutam pela ___ do uso
de drogas. (descriminação - discriminação)
c) A viagem da família fez da ___ uma festa para
5 Complete as lacunas com as palavras do quadro a as baratas. (despensa - dispensa).
seguir: d) Somente através de um requerimento, você po-
Sela – Eminente – Sessão – Infringir – Vultoso – derá pedir a ___ das aulas de educação física
Iminente – Cela – Vultuoso – Infligir – Seção (despensa - dispensa).
a) É __________ uma guerra no Golfo Pérsico.
b) Ele recebeu ____________ pagamento, mas já 9 (FUVEST) A _________ científica do povo le-
o gastou por inteiro. vou-o a _________ de feiticeiros os ______ da
c) Vá a __________ de roupas, por favor. astronomia.
d) Coloque, direito, esta ____________ neste ca- a) insipiência – tachar – expertos.
valo. b) insipiência – taxar – expertos.
e) Suas faces se encontram em aspecto c) incipiência – taxar – espertos.
___________. d) incipiência – tachar – espertos.
f) O prisioneiro fugiu de sua _____________. e) insipiência – taxar – espertos.
g) O juiz vai _____________ o réu por ter come-
tido um estupro.
h) Só irei àquele cinema na ____________ das 10 Destaque o termo adequado entre parênteses:
dez. a) Cassaram-lhe o (mandado/mandato) porque não
i) Não devemos ___________ as leis. soube exercê-lo condignamente.
j) Ele é um cidadão ____________. Todos o res- b) A ciência em si é (amoral/imoral), mas a calú-
peitam naquela cidade. nia sempre é (amoral/imoral).
c) Era (eminente/iminente) a queda do (eminen-
te/iminente) político.
6 Assinalando os períodos: d) No próximo (senso/censo) ainda estaremos na
I – “Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de casa dos cem milhões?
louça azul”.
II – “Houve um tempo em que a minha janela se
abria para um terreiro...”
III – “Houve um tempo em que a minha janela se
abria sobre uma cidade que parecia feita de
giz”.
É correto afirmar que:
a) Nos períodos I, II e III não há denotação.
b) Nos períodos I, II e III há denotação somente.
c) Nos períodos I e II há denotação e no III, cono-
tação.
Editora Exato 4
GRAMÁTICA
GABARITO
1 E
2 8, 6, 6, 7, 8, 8, 12, 10, 9, 8
3 1, 3, 4, 4, 6, 3, 6, 5, 1, 2, 3, 4, 1
4
a) Fruir
b) Sela
c) Coxo
d) Infligir
e) Prescrever
f) Extrato
g) Iminente
h) Despercebido
i) Insipiente
j) Expirar
5
a) Iminente
b) Vultoso
c) Seção
d) Sela
e) Vultuoso
f) Cela
g) Infligir
h) Sessão
i) Infringir
j) eminente
6 D
7 B
8
a) Discriminação.
b) Descriminação.
c) Despensa.
d) Dispensa.
9 A
10
a) Mandato.
b) Amoral – imoral.
c) Iminente – eminente.
d) Censo.
Editora Exato 5
GRAMÁTICA
PALAVRAS E EXPRESSÕES
Algumas palavras e expressões que, na língua
Lembre-se:de que se ela estiver no final da fra-
culta, costumam apresentar alguma dificuldade ao es-
se, deverá levar acento circunflexo.
tudante.
Porquê
1. A/HÁ É um substantivo e significa motivo. Virá
Na indicação de tempo futuro e distância, você sempre acompanho de artigo.
deve empregar a. Exemplo:
Exemplos: Ainda não sei o porquê de sua recusa.
Ele chegará daqui a dois meses. São vários os porquês desse comportamento.
Daqui a três semanas teremos prova. Porque (conjunção)
Você encontrará um posto policial a dois qui- Quando essa palavra puder ser substituída por
lômetros daqui. “pois”.
Exemplos:
Em referência a tempo passado, empregue há. Não fui à aula porque estava doente. (Não fui à
Exemplos: aula pois estava doente).
Ela chegou há uma semana. Não receberei o prêmio porque não me classi-
Há três anos que não temos férias. fiquei. (Não receberei o prêmio pois não me classifi-
Esperava os convidados há mais de uma hora. quei).
4. AONDE/ONDE
Nesse caso, há sempre pode ser substituído por
faz. Aonde
Ela chegou faz uma semana. Emprega-se com verbos que indicam movi-
Faz três anos que não temos férias. mento.
Esperava os convidados faz mais de uma hora. Onde
Verbos que não indicam movimento.
Lembre-se de que há também é empregado
com o sentido de existe (m).
Exemplos:
Aonde quer chegar?
Exemplos: A polícia descobriu o local aonde eram levadas
Naquela sala, há pelo menos cinco pessoas. as vítimas.
Há muitos discos raros naquela loja. Onde mora aquele pobre ser?
2. MAL/MAU Não sabiam onde o patrão se encontrava.
Quando puder ser substituído por bom, não te- 5. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
nha dúvidas: empregue mau. Caso possa ser substitu- Além das letras, temos outros recursos de que
ído por bem, deve-se empregar mal. nos servimos para registrar nossa comunicação: após-
Exemplos: trofo, cedilha, hífen, til, trema e acentos. Vamos, a-
Escolheu um mau momento para falar. qui, nos deter às regras de acentuação.
Sempre tinha um mau hálito. Tipos de Acento
Aquelas pessoas agiram muito mal. Em nossa língua, há três tipos de acentos gráfi-
Aquele automóvel estava mal conservado. cos.
3. POR QUE/POR QUÊ/ PORQUÊ/PORQUE Acento agudo
Acento circunflexo
Por que Acento grave
Quando a expressão puder ser substituída por
pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por O trema (“ü”) é um sinal usado para indicar que a
qual, por quais. vogal “u” é pronunciada nos grupos gue e gui, que e
qui: agüentar, lingüística, seqüestro, tranqüilo.
Exemplo:
Sílaba Tônica
Esta é a rua por que passo diariamente. (pela
As palavras (quase todas) apresentam uma sí-
qual passo...)
Não sei por que motivo ele saiu apressado. laba tônica – a que é pronunciada com mais força.
(por qual motivo...) Essa sílaba tônica, no entanto, nem sempre é marca-
Editora Exato 6
GRAMÁTICA
da, na escrita, por um acento gráfico. As palavras po- u for pronunciado e átono: dilinqüente, lin-
dem ser, quanto à posição da sílaba tônica: güiça).
Oxítonas – quando a sílaba tônica é a últi- Casos Especiais
ma: caqui, vatapá, mulher; Acento diferencial:
Paroxítonas – quando a sílaba tônica é a Acento gráfico não se justifica por nenhuma
penúltima: cozinha, útil, louças; das regras estudadas. Aparece para diferenciar pala-
Proparoxítona – quando a sílaba tônica é a vras que têm grafias idênticas. São elas:
antepenúltima: oxítona, máscara, tímido; Pára (verbo parar) – para (preposição)
Monossílabas: são palavras formadas por Pêlo (substantivo: cabelo) – pélo, péla, pélas
uma sílaba. Dividem-se em dois grupos: (verbo pelar = tirar o pêlo) – pelo, pela (preposição
Átonas – são pronunciadas fracamente: me, per mais artigo ou pronome) pêra (substantivo: fruta)
de, com, o, a, os, as etc. pera (preposição antiga).
Tônicas – são pronunciadas com força: dor, Pólo (substantivo: extremidade, espécie de jo-
sol, lá, pé, flor, mês etc. go) – pôlo (substantivo: espécie de ave)
Regras de Acentuação Pôr (pretérito perfeito) – pode (presente), têm
Acentuam-se: (plural) – tem (singular), vêm (plural) – vem (singu-
Os monossílabos tônicos terminados em: lar).
a(s): pá, dás, Brás
6. CRASE
e(s): Sé, dê, vê
o(s): nós, pó, pôs É a fusão da preposição a com o artigo a/as ou
Os oxítonos terminados em: o a inicial do demonstrativo aquele (e derivados). É
a(s): Paraná, está, verás representada na escrita pelo acento grave (`).
e(s): dendê, vocês, bebê Para ocorrer crase, é necessário que o termo
o(s): compôs, jiló, avó regente peça a preposição a e o termo regido aceite
em, ens: também, alguém, parabéns artigo feminino, ou seja, o a inicial do demonstrativo
Os paroxítonos terminados em: aquele (e derivativos).
l: fácil, agradável, inútil Exemplo:
n: hífen, éden, pólen Fiz alusão a a moça Fiz alusão à moça.
r: caráter, dólar, repórter Irei a as festas Irei às festas.
x: fênix, tórax, ônix Refiro-me a aquele fato Refiro-me àquele
ditongo: Amélia, órfão, família fato.
i, is: lápis, táxi, júris Não ocorre Crase
us: vírus, Vênus, bônus 1- Entre palavras iguais.
um, uns: médium, álbum, fóruns Exemplo:
ã, ãs: imã, órfã, órfãns Face a face, cara a cara
ps: bíceps, tríceps 2- Antes de verbo.
Obs: Exemplo:
Só não se acentuam as paroxítonas terminadas Vivo a sorrir, a cantar.
em A – E – O (seguidas ou não de “S” e antecedidas 3- Antes de palavra masculina
de consoante) en – em. Exemplo:
Todos os proparoxítonos: lâmpada – trân- Ando a pé, a cavalo.
sito – geográfico. Exceção: subentendida a palavra moda, manei-
Os ditongos abertos e tônicos ói – éi – éu: ra.
éu: céu, chapéu, véu Exemplo:
éi: Andréia, papéis, idéia Peruca à Luiz XV.
ói: herói, lençóis, caracóis 4- Antes da palavra uma (menos hora)
O i e o u, quando forem segunda vogal de Exemplo:
um hiato, estiverem. Sozinhos na sílaba (ou Refiro-me a uma mulher.
com S) Luís, reúne, saúde, juízes, sanduí- 5- A (singular) antes de palavra plural (sentido ge-
che. nérico).
As primeiras vogais dos hiatos oo e eem, Exemplo:
com circunflexo: vôo, lêem, enjôo, vêem. Obedeço a ordens.
O u pronunciado e tônico, nos grupos que, 6- Antes de pronomes.
qui, gue, gui: averigúe, obliqúe (lembre-se Exemplo:
de que usamos o trema quando esse mesmo Refiro-me a ela / a esta.
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GRAMÁTICA
Editora Exato 8
GRAMÁTICA
b) Transcreva as palavras proparoxítonas no tex- 3 Complete as frases com por que, por quê, porquê
to. Após analisá-las, elabore uma regra de a- ou porque:
centuação gráfica para elas. a) ________me julgas assim tão apressadamente?
b) Marcos não foi viajar ________?
c) Jamais encontrei o livro ________ procuravas.
d) Nem o governo sabe o ________ da inflação.
e) Saímos apressados ________ já era tarde.
f) Não sei ________ estou aqui.
g) Você deveria dizer que está aqui ________
quer aprender mais.
c) No texto, encontramos quatro palavras grafa- h) Então, eis a razão ________ estou aqui.
das com til (~). Leia-as, analise-as e explique i) Mas você está aqui, ________?
qual a função do til nessas palavras. j) Não sei ________, mas gosto de estar aqui.
l) O ________ é fácil.
m) ________ você não estudou?
n) Você não estudou, ________?
o) Agora diga ________ você não estudou.
p) Eis a razão ________você não estudou.
q) Diga o ________da sua falta de estudo.
r) Não estudei ________ não tive tempo.
d) Se retirarmos o acento gráfico da palavra mé- s) Você aprendeu o ________?
dico, como a classificaríamos quanto à tonici-
dade? Escreva uma frase com a nova palavra. 4 Utilize onde ou aonde:
a) Não sei mais ________ te procurar.
b) Já fui diversas vezes ao lugar ________ você
irá.
c) ________ estou?
d) ________ você quer chegar?
e) ________ você estava?
f) ________ você irá?
g) ________você mora?
EXERCÍCIOS h) ________ você reside?
1 Complete com há ou a: i) Esta é a casa ________ moro?
a) O livro chegou ________ um mês? j) aquela é a escola ________ irei.
b) ________ quantos dias ele está viajando?
c) Partirei daqui ________ uma semana. 5 Julgue os itens:
d) não tiro férias ________ muito tempo. 1 Uma das palavras está separada incorretamen-
e) Daqui ________ três dias, verei um amigo que te: subs-tan-ci-al; su-ba-gên-cia; cor-rei-o;
conheço ________ vinte anos. tran-sa-tlân-ti-co; re-u-ni-ão.
2 Todas as palavras a seguir deveriam receber
2 Complete as lacunas com mau ou mal, correta- acento: INTERIM, ETER, BICEPS, RITMI-
mente: CO, HÍFEN, LATEX.
a) O aluno ________ vai ________ na prova. 3 Os vocábulos HIERÓGLIFO, ZANGÃO,
b) Mas que sapato ________ feito! RÉPTIL e SÓROR apresentam dupla prosódia.
c) O lobo ________ foi ________ educado. 4 Não há erro na divisão silábica das palavras
d) Ela foi ________ em todas as provas. PNEU-MO-LO-GIA, EM-PO-EI-ROU, SU-
e) Procure nunca fazer o ________, para não ser BLI-NHAR e CA-Í-EIS.
um ________homem. 5 As palavras RODÍZIO, FARMÁCIA, VÁ-
RIOS e TRÉGUA são acentuadas graficamente
pelo mesmo motivo.
São todos monossílabos tônicos: VI, TU, PÓ,
LI, ME, SOU, VÁ, e COR.
7 Todas levam acento gráfico: FAISCA, RAIZ,
BAUS, JUIZES.
Editora Exato 9
GRAMÁTICA
8 Não são acentuadas as palavras: IBERO, PU- 9 Julgue os itens quanto à crase:
DICO, RUBRICA, CONDOR, (AVARO) . 1 Em “Fiquei até as 9 horas esperando-te.”, o si-
9 São sempre separáveis os dígrafos RR, SS, SC, nal indicativo de crase é facultativo como em
SÇ e XC. “Olhei a sua cidade.”
2 Em “Peruca à Luís XV” o sinal indicativo da
crase está incorreto, pois “Luís” é palavra
6 (PUC-PR) Leia com atenção estas orações: masculina.
1) Não fizemos nenhuma alusão a Joana D' Arc. 3 Em “Ela chegou à terra de seus pais” e “Ob-
2) Já entreguei a chave à Dona Luísa. servei à casa de minha amada”, o sinal indica-
3) Breve voltarei à Catanduva das belas garotas. tivo de crase é escorreito.
4) Não fui a casa hoje nem para almoçar. 4 Em “Ele agrada à namorada” a retirada do si-
5) Fiz uma redação à Machado de Assis. nal indicativo de crase traria alteração semân-
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego tica.
do sinal indicativo da crase nas orações acima: 5 Em “Disse tudo a Ruth Cardoso” não deve o-
a) Em 1 e 5 o uso da crase é dispensado. correr sinal indicativo de crase por se tratar de
b) Somente em 5 o uso da crase está incorreto. uma personalidade.
c) Em 2 e 4 o uso da crase é obrigatório.
d) Em todas as orações o uso da crase está corre-
to. 10 Explique a diferença de sentido entre:
e) Em 3 o uso da crase é dispensado. a) Ela, a noite, chegou.
Editora Exato 10
GRAMÁTICA
o) porque.
p) porquê.
q) porquê.
r) porque.
s) por quê.
4
a) onde.
b) onde.
c) onde.
d) aonde.
e) onde.
f) aonde.
g) onde.
h) onde.
i) onde.
j) aonde.
5 E, C, C, E, C, E, E, C, C
6 D
7 A
8 C, E, C, E, E
9 E, E, E, C, C
10 Na 1ª, a noite é aposto e explica quem é ela. / Na
2ª, à noite é adjunto adverbial, logo alguém che-
gou no período da noite.
Editora Exato 11
GRAMÁTICA
Editora Exato 12
GRAMÁTICA
Editora Exato 16
GRAMÁTICA
4 Em “Ana é mais grande que chata” o uso de 8 (UNIRIO-RJ) Assinale o item em que houve er-
“mais grande” é incorreto, já que esta expres- ro na flexão do nome composto.
são deve ser sempre trocada por “maior”. a) As touceiras verde-amarelas enfeitavam a
5 Tanto no grau comparativo como no superlati- campina.
vo há um processo de comparação. Neste, com b) Os guarda-roupas são de boa madeira.
outro ser; naquele, com um todo. c) Na fazenda, havia muitos tatus-bola.
d) No jogo de contra-ataques, vence a melhor e-
quipe física.
4 Julgue os itens quanto ao substantivo e ao adjeti- e) Os livros ibero-americanos são de fácil impor-
vo: tação.
1 Nem sempre o grau do substantivo expressa
aumento ou diminuição de tamanho.
2 Em “homem mortal” e “pedra azul”, ambos os 9 (ITA) O plural de “terno azul-claro” e terno ver-
adjetivos são uniformes e explicativos. de-mar” é:
3 Nos adjetivos compostos, apenas o último e- a) ternos azuis-claros, ternos verdes-mares.
lemento sofre flexão, sem exceção. b) ternos azuis-claros, ternos verde-mares
4 São femininos os substantivos: alface, apendi- c) ternos azul-claro, ternos verde-mar
cite e libido. d) ternos azul-claros, ternos verde-mar.
5 Algumas palavras alteram o significado quan- e) ternos azuis-claros, ternos verde-mar.
do ocorre alteração de número.
GABARITO
5 Julgue os itens quanto ao substantivo e ao adjeti-
vo: Exercícios
1 Causaria alteração semântica a substituição do
artigo feminino pelo masculino em “A pianista 1
tocou uma bela canção”. a) G
2 Causaria alteração semântica a substituição do b) G
artigo feminino pelo masculino em “O jogador c) C
perdeu a moral”. d) G
3 Quando se refere a um produto comum ao Ja- e) F
pão e à Itália, diz-se “produto nipo-italiano”. f) H
4 Tem-se, respectivamente, palavra invariável e g) B
palavra empregada somente no plural em: atlas h) D
e núpcias. i) A
5 Há locução adjetiva nas expressões: dor de es- j) I
tômago, água de chuva e amor de mãe. l) A
m) A
TERMOS DA ORAÇÃO
1. FRASE Os meus filhos saíram.
Quem saiu? – Os meus filhos – sujeito simples.
Enunciado de sentido completo que pode, ou
↓
não, apresentar verbo.
Núcleo
Exemplo:
Socorro! (frase nominal) Os, meus – adjuntos adnominais do sujeito.
Quero água (frase verbal) 6.2. Composto
Mais de um núcleo.
2. ORAÇÃO
Exemplo:
É uma frase, ou fragmento de frase, que con- Ana e Paulo se casaram.
tém verbo. Quem se casou? – Ana e Paulo – Sujeito Com-
Exemplo: posto.
Desejo você, agora. ↓ ↓
Núcleos
3. PERÍODO
6.3. Oculto (elíptico ou desinencial)
É a organização da frase em oração, ou ora- É aquele que não aparece expresso, mas o i-
ções. Deve começar por maiúscula e terminar por dentificamos pela desinência verbal ou pelo contexto
pausa bem definida (.!?...). (eu, tu, ele, nós, vós – subentendido).
4. TERMOS DA ORAÇÃO Exemplo:
Falei o fato a ela.
Sujeito Quem falou? Eu (- ei) – sujeito oculto.
I. Essenciais :
Pr edicado 6.4. Indeterminado
Objeto direto a) Verbo na 3ª pessoa do plural (sem aparecer
Objeto Indireto
o sujeito).
II. Integrantes: Complemento no minal Exemplo:
Agente da Passiva
Falaram de mim a você.
Pr edicativo do sujeito e do objeto Quem falou? Eles ou elas? Muitos ou poucos?
Adjunto da Passiva (aa) Não sei → Sujeito indeterminado
b) Verbo não transitivo direto + se (Índice de
III. Acessórios : Adjunto Adverbial (AA)
Aposto indeterminação do sujeito)
Vocativo – Termo em separado Exemplo:
Necessita–se de amigos.
5. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Mora–se aqui.
Sujeito – Ser sobre o qual se faz uma declara- Não confunda com:
ção. Verbo transitivo direto + se (pronome apassi-
Predicado – Tudo aquilo que se diz do sujeito. vador) = sujeito simples ou composto.
Exemplo: Exemplo:
O carro velho da minha tia quebrou. Vende–se carro. (carro é vendido)
↓ ↓ ↓
Suj. pred. Suj. Simples
Falamos muita besteira. Alugam–se salas. (salas são alugadas)
↓ ↓
Pred. Suj. Simples
Diga – me, Ana, toda a verdade. Compram-se carros e motos (carros e motos
↓ ↓ são comprados) ↓
pred. Pred. Sujeito composto
6. TIPOS DE SUJEITO Obs: Se o verbo transitivo direto for completa-
do por um objeto direto preposicionado, o sujeito se-
6.1. Simples rá indeterminado. Ex: Ama-se a Deus.
Um só núcleo (palavra mais importante).
Exemplo:
Editora Exato 18
GRAMÁTICA
Editora Exato 19
GRAMÁTICA
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
S.S. VTDI OD OI Adj. adnominal 3 Coloque S se o sujeito for simples e I se for inde-
terminado:
( ) Bebe-se bom vinho em Caixas.
( ) Precisa-se de químicos neste país.
IV - Qualidade que se refere ao objeto direto pode ( ) Aqui se respeitam os sinais de trânsito.
ser: ( ) Aqui se obedece às leis de trânsito.
a) Predicativo – Quando ela for momentânea. ( ) Fala-se de teatro.
Exemplo: ( ) Vêem-se, neste cinema, os filmes de Chaplin.
c) Levaste tudo, amigo? 6 (PUC-PR) Sobre o exemplo: "A lua brilhou ale-
gre no céu", afirmamos que:
d) Arrebentou-se a porta finalmente. I. O verbo brilhar é intransitivo.
II. O verbo brilhar é transitivo direto.
e) Faz frio ali. III. O verbo brilhar é transitivo indireto.
IV. O predicado é nominal.
V. O predicado é verbal.
2 Classifique o Predicado (verbal, nominal, verbo- VI. O predicado é verbo-nominal.
nominal): a) Estão corretas I e VI.
a) Tornei meu irmão um anfitrião. b) Estão corretas I e V.
c) Estão corretas II e V.
d) Está correta apenas IV.
b) Ainda chego a doutor. e) Estão corretas III e VI.
Editora Exato 20
GRAMÁTICA
GABARITO
1
a) S. Inexistente.
b) S. Indeterminado.
c) S. Oculto.
d) S. Simples.
e) S. Inexistente.
2
a) PVN
b) PN
c) PV
d) PVN
e) PV
3 S, I, S, I, I, S
4 PV, PV, PN, PN, PN.
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GRAMÁTICA
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GRAMÁTICA
ARTIGO/PRONOME/VERBOS/ADVÉRBIO
1. ARTIGO Emprego dos artigos
Artigo é a palavra variável que serve para Usa-se, obrigatoriamente, o artigo definido:
substantivar as palavras, caracterizando-as como se- Após o pronome indefinido todo, no senti-
res determinados ou indeterminados e indicando-lhes do de totalidade, inteiro.
o gênero e o número. Exemplo: O jovem leu todo o romance de Cla-
rice Lispector.
Classificação do artigo
Antes de nomes de estado, países, continen-
Os artigos podem ser: tes, rios, terras e de outros nomes próprios
Definidos: determina o substantivo de mo- geográficos.
do preciso. São eles: o, a, os, as. Exemplo: a Mata Atlântica e a Floresta Ama-
Exemplos: zônica sofrem constantes queimadas.
O menino resolveu a questão.
As flores estão bonitas. Não se usa o artigo definido:
Indefinidos: determina o substantivo de Antes de nomes de pessoas, se não houver
modo vago, impreciso. São eles: um, uma, relação de familiaridade ou intimidade.
uns, umas. Exemplo: Luis Inácio Lula da Silva é presiden-
Exemplos: te do Brasil.
Um menino resolveu uma questão. Após o pronome relativo cujo.
Umas flores estão bonitas. Exemplo: Aquele é o menino cujo amigo mor-
Propriedades dos artigos reu.
A anteposição do artigo pode substantivar Antes de pronomes de tratamento
qualquer palavra. Exemplo: Vossa Excelência chegará hoje.
Exemplos: Exceções: senhor, senhora, senhorita, dona.
A menina recebeu um não como resposta Antes do pronome oNutro e de seus deriva-
(não=advérbio substantivado). dos.
O jantar será servido em dez minutos. (jan- Exemplo: Uns chegaram, outros saíram cedo.
tar=verbo substantivado). Antes de substantivos usados em sentido
geral e indeterminado.
O artigo permite reconhecer o gênero e o nú- Exemplo: Pobreza não é defeito.
mero do substantivo. Em máximas e provérbios.
Exemplos: Exemplo: Tristezas não pagam dívidas.
O pianista – (masculino e singular) Antes da maioria dos nomes das cidades.
A pianista – (feminino e singular) Exemplo: Curitiba é contagiante.
Uma gramática – (feminino e singular) Antes de formas de adjetivos superlativos
Uns lençóis – (masculino e plural) relativos.
Exemplo: Conheci os professores mais compe-
O artigo pode aparecer unido com preposições. tentes da cidade.
Exemplos: Nos vocativos
Ele estava no (em+o) jardim. Exemplo: Alunos! Prestem atenção nas expli-
Ela precisava do (de + o) apoio dos amigos. cações.
Deixou a carteira numa (em + uma) loja. Antes de datas, desde que não apareça a pa-
lavra dia.
O artigo pode distinguir os homônimos, defi- Exemplo: Nasci em 14 de setembro de 1956.
nindo sua significação. Antes das palavras terra (no sentido de terra
Exemplos: firme) e casa (no sentido de moradia).
O capital – a capital Exemplos:
O guarda – a guarda A mulher está sempre em casa.
Os pescadores ficaram em terra.
O artigo indefinido anteposto a um número re-
vela quantidade aproximada. Atenção: As palavras terra e casa aceitarão ar-
Exemplos: tigo quando vierem modificadas ou especificadas.
Faltaram uns dez alunos. Exemplo: visitei a terra de meus avós.
Repeti a explicação umas vinte vezes.
Editora Exato 22
GRAMÁTICA
Editora Exato 23
GRAMÁTICA
- VOCÊ, VOCÊS são originalmente pronomes dade de tratamento é de rigor. Não podemos co-
de tratamento com características de 2a pessoa, mas meçar uma carta usando pronome de 2a pessoa,
levam o verbo para a 3a pessoa, assim como todos os depois mudar para terceira ou vice-versa.
outros pronomes de tratamento. Exemplos:
Exemplo: Espero que compareças ao meu baile. Você vai
Você é estudioso. gostar. Deve ser:
Vocês são estudiosos. Espero que compareças ao meu baile. Vais gos-
tar.
Principais Pronomes de Tratamento ou
Vossa Alteza Príncipes, arquiduques, duques, Carde-
ais Espero que compareça ao meu baile. Vai gostar.
Vossa Eminência Cardeais
Vossa Excelência Altas autoridades do governo e das
8 Os pronomes o, a, os, as sempre funcionam co-
classes armadas mo objeto direto. Os pronomes lhe, lhes, como
Vossa Magnificência Reitores de Universidades objeto indireto. Me, te, nos, vos, se como objeto
Vossa Majestade Reis, Imperadores
Vossa Excelência Re- Bispos, Arcebispos
direto ou indireto.
verendíssima Exemplos:
Vossa Paternidade Abades, superiores de convento Ninguém o quis. (O o é objeto direto).
Vossa Reverendíssima Sacerdotes em geral
Vossa Santidade Papas
Ninguém lhe deu esmola. (O lhe é objeto indi-
Vossa Senhoria Funcionários públicos graduados, ofi- reto).
ciais até coronel, pessoas de cerimônia Ninguém te quis ( O te é objeto direto).
VOCÊ é classificado como pronome de trata- Ninguém te deu esmola. (O te é objeto indire-
mento por algumas gramáticas e como simples pro- to).
nome pessoal por outras. Em tempos passados, você 9 Não se empregam formas retas em vez das oblí-
foi um pronome de tratamento (=vossa mercê), mas quas.
hoje não o é mais. Exemplos:
Quando nos referimos às pessoas, usamos o Vi ele; olhe eu. São construções comuns ao
possessivo SUA em vez de VOSSA. povo.
Deve-se dizer:
Exemplos: Vi-o; olhe-me.
Sua Excelência está acamado (em referência à Os objetos são representados por pronomes o-
pessoa). blíquos.
c) A língua culta recomenda o uso do QUE ao Tu, que és a rainha do meu lar, não fujas.
QUAL. Este, porém, deve ser usado para evitar Na função de complemento verbal, usam-se
ambigüidade ou após preposição não- os pronomes oblíquos, e não os pronomes
monossilábica. retos.
Convidei ele. (construção não aceita pela nor-
Exemplos:
ma culta) – Convidei-o. (construção aceita).
Este é o motivo contra o qual luto. Chamaram nós. (construção não aceita pela
Vi o carro da moça que sumiu (ambíguo). norma culta). – Chamaram-nos (construção aceita).
Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando
Vi o carro da moça - o qual / a qual sumiu precedidos de preposição, funcionam como
pronomes oblíquos. Nesse caso, seu empre-
8. PRONOMES POSSESSIVOS
go é aceito pela norma culta nas funções de
São os que se referem às pessoas gramaticais, complemento verbal ou agente da passiva.
atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Informaram a ele os reais motivos.
Quando digo, por exemplo: - meu livro - a pa- Eles gostam muito de nós.
lavra grifada diz que o livro pertence à primeira pes- Emprestaram a nós os livros.
soa (eu). Teu livro, indicaria pertencente ao ouvinte e O trabalho foi feito por nós.
seu livro, o mesmo objeto pertencente a alguém que As formas retas eu e tu só podem funcionar
não estaria participando do colóquio. como sujeito ou predicativo. Seu emprego
Quadro dos Pronomes Possessivos como complemento não é aceito.
Um Possuidor Vários Possuido-
res
Nunca houve desentendimentos entre eu e tu.
um vários um Vários (não aceito). – Nunca houve desentendimentos entre
objeto objetos objeto objetos mim e ti. (aceito).
1ª pessoa masculina meu meus nosso nossos
feminina minha minhas nossa nossas
Como regra prática, propomos a seguinte ori-
2ª pessoa masculina teu teus vosso vossos entação: quando precedidas de preposição, não se u-
feminina tua tuas vossa vossas sam as formas retas eu e tu, mas as formas oblíquas
3ª pessoa masculina seu seus seu seus mim e ti.
feminina sua suas sua suas
Ninguém irá sem eu. (não aceito). – Ninguém
9. PRONOMES INTERROGATIVOS irá sem mim. (aceito).
Nunca houve discussões entre eu e tu (não a-
Pronomes interrogativos são os pronomes: que,
ceito) – Nunca houve discussões entre mim e ti. (a-
quem, qual (e flexão) e quanto (e flexões), usados em
ceito.
orações interrogativas.
Há, no entanto, um caso em que se empregam
Exemplo:
as formas retas eu e tu mesmo precedidas por prepo-
Que mal fiz eu?
sição: quando essas formas funcionam como sujeito
Qual é a sua opinião?
de um verbo no infinitivo.
Quem chegou?
Deram o livro para eu ler (sujeito)
Quantas moedas tens?
Deram o livro para tu leres (sujeito)
Verifique que, nesse caso, o emprego das for-
A interrogativa pode ser direta ou indireta. A
mas retas eu e tu é obrigatório, já que tais pronomes
interrogativa direta termina sempre com ponto de in-
exercem a função sintática de sujeito.
terrogação; a indireta é constituída de verbos próprios
As formas oblíquas o, a, os, as são sempre
para interrogar, tais como: perguntar, saber, ver etc.
empregadas como complemento de verbos
Exemplo:
transitivos diretos, ao passo que as formas
Não sei quem é você (indireta).
lhe, lhes são empregadas como complemen-
10. MORFOSSINTAXA DOS PRONOMES to de verbos transitivos indiretos.
O menino convidou-a (verbo transitivo direto)
Pronomes pessoais O filho obedece-lhe (verbo transitivo indireto)
Os pronomes pessoais retos (eu, tu, ele/ela, Não são aceitas pela norma culta construções
nós, vós, eles/elas) devem ser empregados em que o pronome (e flexões) aparece como com-
na função sintática de sujeito, de predicati- plemento de verbos transitivos indiretos, assim como
vo ou de vocativo. as construções em que o pronome lhe (lhes) aparece
Eu cheguei atrasado. (o pronome eu desempe- como complemento de verbos diretos.
nha a função de sujeito). Eu lhe vi ontem. (não aceito) – Eu o vi ontem
Mas ela não é você! (o pronome você desem- (aceito).
penha a função de predicativo do sujeito).
Editora Exato 26
GRAMÁTICA
Nunca o obedeci (não aceito) – Nunca lhe o- tivo em questão aparece inicialmente junto a outro
bedeci (aceito). pronome possessivo adjetivo:
Há pouquíssimos casos em que o pronome
oblíquo pode funcionar como sujeito. Isso Este é o meu livro. O teu, o professor já levou.
ocorre com os verbos deixar, fazer, ouvir, Pronome adjetivo Pronome substantivo
mandar, sentir, ver, seguidos de infinitivo; (adjunto adnominal) (núcleo do objeto direto)
o pronome oblíquo será sujeito desse infini-
tivo. Pronomes demonstrativos
Deixei-o sair (sujeito) Os pronomes demonstrativos variáveis podem
O professor deixou-me sair da sala (sujeito) desempenhar funções próprias do substantivo (sujei-
É fácil perceber a função de sujeito dos pro- to, objeto direto, objeto indireto etc) ou do adjetivo
nomes oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas (adjunto adnominal e predicativo). Já, os pronomes
de infinitivo. demonstrativos invariáveis (isto, isso, aquilo) neces-
Deixei-o sair. – Deixei / que ele saísse. sariamente desempenham funções próprias do subs-
O professor deixou-me sair da sala. – O pro- tantivo.
fessor deixou / que eu saísse da sala.
Os pronomes oblíquos se, si, consigo de- Este livro é de Geografia; aquele é de Matemática.
vem ser empregados somente como reflexi-
vos. Pronome adjetivo Pronome substantivo
Ele feriu-se. (adjunto adnominal) (objeto direto)
Cada um faça por si mesmo a redação.
O professor trouxe as provas, consigo. Isto é o que pensa!
Não são aceitas quaisquer construções em que Pronome substantivo
esses pronomes não sejam reflexivos. Portanto, (sujeito)
quando estivermos nos dirigindo a um interlocutor
(segunda pessoa), empregaremos pronomes de trata- Ela disse aquilo?
mento e não pronomes reflexivos.
Pronome substantivo
Querida, gosto muito de você (e não: Querida, (objeto direto)
gosto muito de si).
Preciso muito falar com você. (e não: Preciso
Pronomes relativos
falar consigo).
Os pronomes relativos introduzem orações su-
Muitas vezes, os pronomes oblíquos equi-
bordinadas adjetivas, nas quais sempre desempenham
valem a pronomes possessivos, exercendo a
uma função sintática.
função sintática de adjunto adnominal
Roubaram-me o livro (=Roubaram o meu li- Oração adjetiva
vro).
Escutei-lhe os conselhos (=Escutei os seus Ouço a voz do vento, quevarre a tarde.
conselhos).
Pronomes possessivos pronome relativo, sujeito do verbo varrer
O pronome possessivo surge mais comumente
Oração adjetiva
como pronome adjetivo, ou seja, acompanhando um
substantivo. Nesse caso, desempenha a função sintá- Ouço a voz que o vento traz.
tica de adjunto adnominal.
pronome relativo, objeto do verbo trazer
Objeto direto
Editora Exato 29
GRAMÁTICA
Presente - canto
Imperfeito - eu cantava
Simples - eu cantei
Pretérito Perfeito
Composto - eu tenho (hei) cantado
Simples - eu cantara
Indicativo Mais-que-perfeito
Composto - eu tinha (havia) cantado
Simples - eu cantarei
Do presente
Composto - eu terei cantado
Futuro
Simples - eu cantaria
Do pretérito
Composto - eu teria (haveria) cantado
Imperfeito - se eu cantasse
Pretérito Perfeito - que eu tinha (haja) cantado
Subjuntivo
Mais-que-perfeito - se eu tivesse (houvesse) cantado
Afirmativo Canta tu, cante você, cantemos nós, cantai vós, cantem vocês
Imperativo
Não cantes tu, não cante você, não cantemos nós, não canteis vós,
Negativo
não cantem vocês
Editora Exato 30
GRAMÁTICA
Exemplos: substantivo
Cheguei cedo.
preposicão adjetivo
Eles agiram mal. adverbio
Eram alunas muito bonitas.
Eles chegaram bastante cedo. exemplo:
Classificação dos advérbios Ele resolveu o problema com calma.
Conforme a circunstância que expressam, os (=calmamente)
advérbios classificam-se em: Algumas locuções adverbiais: à direita, à es-
De afirmação: sim, certamente, efetivamen- querda, à frente, à vontade, de cor, em vão, por acaso,
te, realmente, etc. frente a frente, de maneira alguma, de manhã, em
De dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, breve, de súbito, de propósito, de repente, ao léu, etc.
provavelmente, etc.
De Intensidade: muito, pouco, bastante, 14. MORFOSSINTAXE DO ADVÉRBIO
demais, menos, tão, etc. Os advérbios e as locuções adverbiais desem-
De lugar: aqui, ali, aí, cá, lá, atrás, perto, penham, sintaticamente, a função de adjuntos ad-
abaixo, acima, dentro, fora, além, adiante, verbiais.
etc. A exemplo dos advérbios, os adjuntos adverbi-
De tempo: agora, já, ainda, amanhã, cedo, ais também são classificados a partir da circunstância
tarde, sempre, nunca, etc. que exprimem. Veja dois exemplos:
De modo: assim, bem, mal, depressa, deva- Hoje eu quero a rosa mais linda que houver.
gar e grande parte dos vocábulos em – (Dolores Duran).
mente: calmamente, afobadamente, alegre- O advérbio hoje funciona sintaticamente como
mente, etc. adjunto adverbial de tempo.
De Negação: Não, tampouco, etc. Entre e fique à vontade.
Advérbios interrogativos A locução adverbial à vontade desempenha a
As palavras onde, como, quanto, quando e função sintática de adjunto adverbial de modo.
por que, usadas em frases interrogativas (diretas ou
indiretas) são chamadas advérbios interrogativos. EXERCÍCIOS
Onde – Expressa circunstância de lugar.
1 (FAU-SANTOS) “O policial recebeu o ladrão a
Exemplo: Onde você mora? (interrogativa di-
bala. Foi necessário apenas um disparo; o assal-
reta).
tante recebeu a bala na cabeça e morreu na hora.”
Como – Expressa circunstância de modo (de
No texto os vocábulos destacados são respecti-
que maneira).
vamente:
Exemplo: Não sei como ele fez isso. (interro-
a) preposição e artigo.
gativa indireta).
b) preposição e preposição.
Quando – Expressa circunstância de tempo.
c) artigo e artigo.
Exemplo: Quando você volta? (interrogativa
d) artigo e preposição.
direta).
e) artigo e pronome indefinido.
Por que – Expressa circunstância de causa.
Exemplo: queria saber por que ela não veio.
(interrogativa indireta). 2 (FESP) Assinale a opção em que o a é, respecti-
Quanto – (e flexões, quanta, quantos, quantas) vamente, artigo, pronome pessoal e preposição.
expressa circunstância de quantidade (número, fre- a) Esta é a significação a que me referi e não a
qüência, preço). que entendeste.
Exemplo: Quanto custou a mercadoria? (inter- b) A dificuldade é grande e sei que a resolverei a
rogativa direta). curto prazo.
Locução adverbial c) A escrava declarou que preferia a morte à es-
Freqüentemente o advérbio não é representado cravidão.
por uma única palavra, mas por um conjunto de pala- d) Esta é a casa que compre e não a vendi a ele.
vras, que se denomina locução adverbial. Esse con- e) A que cometeu a falta receberá a punição.
junto de palavras é geralmente formado por:
Editora Exato 31
GRAMÁTICA
3 Assinale a alternativa em que o uso do artigo de- j) Não ______ digo tudo que sei. (lhe/a)
finido está substantivando uma palavra.
a) A liberdade vai marcar a poesia social de Cas-
tro Alves. 7 (UCDB-MT) Assinale a alternativa que preenche
b) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as corretamente as lacunas.
entrelinhas. Orientaram - ... corretamente.
c) A navalha ia e vinha no couro esticado. Roubaram - ... todas as jóias.
d) Haroldo ficou encantado com o andar de baila- Cumprimentei- ... afetuosamente.
rina de Joana. Informaram- ... que a reunião será amanhã.
e) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada. a) nos – nas – lhes – nos.
b) nos – lhes – os – lhes.
c) lhes – lhes – os – nos.
4 Levando em conta que alguns nomes de lugar d) nos – nas – lhes – lhes.
admitem a anteposição do artigo, assinale a alter- e) lhes – nas – lhes – nos.
nativa em que a crase foi empregada corretamen-
te.
a) Ele nunca foi à Belém. 8 (FGV-RJ) Assinale o item em que há erro quan-
b) Ele nunca foi à Paris. to à análise da forma verbal cantávamos.
c) Ele nunca foi à Portugal. a) cant- radical
d) Ele nunca foi à Roma. b) a- vogal temática
e) Ele nunca fio à China. c) canta- tema
d) va- desinência de pretérito imperfeito do sub-
juntivo
5 (VUNESP-SP) Considere os enunciados a se- e) mos- desinência de 1º pessoa do plural
guir:
a) O senhor não deixa de comparecer. Precisamos
do seu apoio. 9 (MACK-SP)
b) Você quer que te digamos toda a verdade? I. Embora o jogo estivesse monótono, a torcida se
c) Vossa Excelência conseguiu realizar todos os exaltou muito.
vossos intentos? II. O torcedor gritou tanto que ficara rouco.
d) Vossa majestade não deve preocupar-se uni- III. É preciso que se evita gritar muito.
camente com os problemas dos seus auxiliares Com relação ao uso dos tempos verbais,
diretos. a) somente a I está adequada.
Verifica-se que há falta de uniformidade no em- b) II e III estão adequadas.
prego das pessoas gramaticais nos enunciados: c) somente a II está adequada.
a) b e d. d) a e c. d) somente I e II estão adequadas.
b) c e d. e) b e c. e) I e III estão inadequadas.
c) a e d.
10 (PUC-RS) Assinale a seqüência que substitui,
6 Complete as lacunas com uma das opções entre corretamente, as formas verbais dos parênteses.
parênteses: Se tu (ver) seu amigo em dificuldade, (ajudar)
a) Foi maravilhoso para ______ conhecer você. – o!
(eu/mim) Ele (reaver) algumas das provas.
b) _____ avião que passa sobre nós, viaja a fé. Se você (saber) de alguma notícia, (telefonar)
(neste/naquele) – me!
c) _____, todos estudarão. (Com nos/Conosco) Eu leio, mas eles (ler) melhor.
d) O amor é a base da vida, guarde bem ____. (Crer) no poder de tua mente!
(isso/isto) a) veres – ajuda – reouve – souber – telefona –
e) O livro, tu tem-_____ lido(lo/no) lêm – crê.
f) Entre ______ morrer e você, que seja você. b) veres – ajuda – reviu – saberes – telefone – lê-
(eu/mim) em – creia.
g) Ana falou ______ todos sobre o fato. (com c) vires – ajude – reouve – saber – telefona – lem
nós/conosco) – crês.
h) Ana não vai para a cama sem _______ dar d) veres – ajude – reviu – souber – telefone – le-
um beijo nela. (eu/mim) em – creia.
i) Ana, você quer _____ folha aqui? (esta/essa)
Editora Exato 32
GRAMÁTICA
GABARITO
1 A
2 B
3 D
4 E
5 E
6
a) mim.
b) naquele.
c) conosco.
d) isso.
e) lo.
f) eu.
g) com nós.
h) eu.
i) esta.
j) lhe.
7 B
8 D
9 A
10 E
Editora Exato 33
GRAMÁTICA
REGÊNCIA
1. DEFINIÇÃO Custar
Regência é a parte da gramática que trata das No sentido de “ser custoso, ser difícil”, pede
relações entre os termos da oração, verificando como objeto indireto com a preposição a seguido de oração
se estabelece a dependência entre eles. infinitiva.
Observe as seguintes orações: Custou ao aluno aceitar o fato
Jogamos futebol Custa-me crer que ela ainda volte.
Gostamos de futebol. Assim, na linguagem culta, são consideradas
Temos interesse por futebol. erradas construções como:
Ao estudarmos os termos da oração, vimos que O aluno custou para aceitar o fato.
terminadas palavras (verbos, substantivos, adjetivos e Custa-me crer que ela ainda volte.
advérbios) podem ou não exigir complementos e tais Implicar
complementos podem ou não vir introduzidos por No sentido de “acarretar”, exige complemento
preposições. sem preposição.
Nos exemplos acima, você pode observar que Tal atitude implicará sua demissão.
os verbos jogar e gostar exigem complementos. O A divulgação prévia dos gabaritos implicará a
primeiro sem preposição (verbo transitivo direto); o anulação da prova.
segundo com preposição (verbo transitivo indireto). Morar/residir
Mas não são apenas os verbos que podem exi- Exigem a preposição em.
gir complementos. No terceiro exemplo, o termo que Ele mora em Campina Grande.
exige complemento é o substantivo interesse: trata-se Ele reside em Campina Grande.
de complemento nominal introduzido pela preposição Os nomes morador e residente exigem também
por. a preposição em.
Damos o nome de regente ao termo que pede o Paulo Honório, morador na Fazenda São Ber-
complemento e de regido ao complemento. nardo.
Quando o termo regente é um verbo, dizemos Pedro de Alcântara, residente na Rua da Me-
que se trata de regência verbal. mória.
Os amigos necessitavam de apoio. Namorar
Regente regido Na linguagem formal culta, exige complemen-
Quando o termo regente é um nome, dizemos to sem preposição.
que se trata de regência nominal. João namora Maria.
Eles eram fiéis ao amigo. Ele namora uma aluna do segundo ano.
Regente regido
Obedecer
2. REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS Exige complemento com a preposição a.
O filho obedece ao pai.
Alguns verbos costumam provocar dúvidas de
Ele obedecia a leis antigas.
regência porque seu uso popular se encontra em de-
Embora transitivo indireto, o verbo obedecer
sacordo com a norma culta. Outros, porque possuem
admite voz passiva.
mais de um sentido e, conseqüentemente, mais de
O pai é obedecido pelo filho.
uma regência.
As leis antigas eram obedecidas por ele.
Ir
Preferir
Na linguagem formal culta, deve ser emprega-
Na linguagem formal culta, exige dois com-
do com a preposição a ou para.
plementos: um sem, outro com a preposição a.
Iremos a Santo André.
Prefiro estudar a trabalhar.
Vou ao banheiro.
Prefiro cinema a teatro.
Vou para a Alemanha fazer um curso.
O verbo preferir não admite termo intensivo,
Devemos empregar a preposição a quando uti-
nem a palavra antes. Assim, na linguagem formal
lizamos o verbo ir com o sentido de “dirigir-se sem a
culta, não se deve dizer:
intenção de permanecer”; no sentido de “dirigir-se
Prefiro mais estudar que trabalhar.
com a intenção de permanecer”, deve-se empregar a
Prefiro antes cinema do que teatro.
preposição para.
Editora Exato 34
GRAMÁTICA
Editora Exato 37
GRAMÁTICA
viagem – a, através de , em, por III. Cientificaram-lhe ______ que aquela imagem
refletia a alvura de seu mundo interno.
vinculado – a, com, por De acordo com a regência verbal, a preposição de
visível – a cabe:
vizinho – a, com, de a) nos períodos I e II.
b) apenas no período II.
EXERCÍCIOS c) nos períodos I e III.
1 (FUVEST-SP) Assinale a alternativa que preen- d) em nenhum dos três períodos.
che corretamente as lacunas correspondentes. e) nos três períodos.
A arma _______ se feriu desapareceu.
Estas são as pessoas ________ lhe falei. 5 (UFPR) Preencha convenientemente as lacunas
Aqui está a foto _____ me referi. das frases seguintes, indicando o conjunto obtido.
Encontrei um amigo de infância _____ nome não 1. A planta ______ frutos são venenosos foi der-
me lembrava. rubada.
Passamos por uma fazenda _______ se criam bú- 2. O estado _____ capital nasci é este.
falos. 3. O escritor _______ obra falei morreu ontem.
a) que, de que, à que, cujo, que. 4. Este é o livro ____ páginas sempre me referi.
b) com que, que, a que, cujo qual, onde. 5. Este é o homem _____ causa lutei.
c) com que, das quais, a que, de cujo, onde. a) em cuja, cuja, de cuja, a cuja, por cuja.
d) com a qual, de que, que, do qual, onde. b) cujos, em cuja, de cuja, cujas, cuja.
e) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. c) cujos, em cuja, de cuja, a cujas, por cuja.
d) cujos, cuja, cuja, a cujas, por cujas.
2 (CESGRANRIO-RJ) Assinale a alternativa que e) cuja, em cuja, cuja, cujas, cuja.
completa corretamente as lacunas da frase abai-
xo. 6 (PUC-RS) Alguns demonstram verdadeira aver-
A linguagem especial, ______ emprego se opõe o são ______ exames, porque nunca se empenha-
uso da comunidade, constitui um meio ____ os ram o suficiente ____ utilização do tempo ____
indivíduos de determinado grupo dispões para dispunham para o estudo.
satisfazer o desejo de auto-afirmação. a) com, pela, de que.
a) a cujo, de que. b) por, com, que.
b) do qual, ao qual. c) e, na, que.
C0 cujo, que. d) com, na, que.
d) o qual, a que. e) a, na, de que.
e) de cujo, do qual.
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GRAMÁTICA
Editora Exato 39
GRAMÁTICA
CRASE
1. DEFINIÇÃO Note que, para que ocorra crase, é necessário
que o termo regente exija a preposição a e o termo
A palavra crase significa “mistura, fusão, jun- regido venha determinado pelo artigo feminino a. se
ção”. Em Português, ocorre a crase com as vogais i- um desses fatos não ocorrer, não haverá crase.
dênticas (a+a), indicada, na escrita, pelo acento grave Eu conheço a diretora.
(`). Regente artigo regido
É fundamental atentar que, embora idênticas,
estas vogais pertencem a classes gramaticais diver- Eu me refiro a ela.
sas: o primeiro a é sempre uma preposição; o segun- Regente artigo regido
do pode ser: No primeiro exemplo, não ocorre crase porque
Artigo feminino a ou as o termo regente (conheço) não exige preposição a
Fui a + a feira (conhecer alguém ou alguma coisa: verbo transitivo
Fui à feira. direto); portanto, ali está presente apenas um a (artigo
Retornamos a + as praias. que determina o termo regido diretora).
Retornamos às praias. No segundo exemplo, também não ocorre cra-
O a que inicia os pronomes demonstra- se, porque temos tão-somente a preposição a, exigida
tivos aquele(s), aquela(s), aquilo pelo termo regente me refiro (referir-se a alguém ou a
Fui a + aquele monumento. alguma coisa). Observe que diante do temos regido
Fui àquele monumento. (ela) não se emprega o artigo.
O a do pronome relativo a qual ou as Se adotarmos o procedimento de trocar o ter-
mo regido por um masculino correlato, não obtere-
quais mos a combinação ao. Substituindo o termo regido
A cidade a + a qual nos referimos fica longe. por um masculino correlato, teremos:
A cidade à qual nos referimos fica longe. Eu conheço o diretor. (Não ocorre a preposi-
O pronome demonstrativo a ou as ção, mas tão somente o artigo a).
Esta caneta é semelhante a + a que me deste. Eu me refiro a ele. (Não ocorre o artigo, mas
Esta caneta é semelhante à que me deste. tão-somente a preposição a).
Nesse caso, pode ou não ocorrer crase, pois b) À justiça compete garantir à todas as crianças
podemos indiferentemente usar a proposição até ou a o cumprimento das leis que as protegem.
locução prepositiva até a. Em “Fomos até a feira”, c) Daqui à algumas semanas, iremos às urnas à
ocorre a preposição até seguida do artigo a, portanto fim de elegermos nosso representantes.
temos a locução prepositiva até a, cujo a vai se fundir d) À noitinha, todos se reúnem à beira da foguei-
com o artigo que antecede a palavra feira. ra alimentada à fogo brando.
e) Todo mundo vive à reclamar mudanças, pois o
EXERCÍCIOS país está às portas do caos.
1 (UEL-PR) Ainda _____ pouco, o professor refe-
ria-se ____ questões interligadas _____ prática de 6 (FURG-RS)____ muitos anos, o gaúcho era livre
ensino. para percorrer ____ cavalo largas distâncias,
a) a – à – a. pondo ____ prova suas qualidades de cavaleiro.
b) há – a – à. Selecione a alternativa que preenche corretamen-
c) à – à – à . te as lacunas da frase apresentada.
d) há – a – à. a) há – à – a.
e) a – a – a. b) a – a – à.
c) à – à – a.
d) há – a – a.
2 (FUVEST-SP) Assinale a alternativa que preen- e) há – a – à.
che adequadamente as lacunas do texto.
“Chegar cedo ____ repartição. Lá ____ de estar
outra vez o Horário conversando ____ uma das 7 (PUC-RS) Em todas as frases deve ser utilizado
portas com Clementino.” o acento indicativo da crase, exceto em:
a) à – há – a. A) É preciso resistir a violência.
b) à – há – à. b) Nem sempre se sobrevive a violência.
c) a – há – a. c) A dor do agredido sucede a violência.
d) à – a – a. d) É necessário desaprovar a violência.
e) a – a – à. e) Não se pode ceder a violência.
3 (UEL-PR) Foi ____ Brasília aprender ____ artes 8 (UFSCAR-SP) Leia as frases abaixo:
políticas, mas retornou ____ terra natal sem A conclusão do inquérito foi prejudicial ____ to-
grandes conhecimentos. da categoria.
a) a – as – à. Mostrou-se insensível ____ qualquer argumenta-
b) à – as – a. ção.
c) a – às – à. Este prêmio foi atribuído ____ melhor aluna do
d) a – as – a. curso.
e) à – às – à. Faço restrições ____ ter mais elementos no gru-
po.
Indique a alternativa que, na seqüência, preenche
4 (UFRS) O grupo obedece ____ comando de um as lacunas acima corretamente.
pernambucano, radicado ____ tempos em São a) a – a – à – a.
Paulo, e se exibe diariamente ____ hora do almo- b) à – à – à – à.
ço. c) à – à – a – a.
a) o, a, à. d) à – à – a – à.
b) ao, há, à. e) a – a – à – à.
c) ao, a, a.
d) o, há, a.
e) o, a, a. 9 (UFV-MG) Indique a alternativa em que o sinal
indicativo de crase é facultativo:
a) Voltou à casa do juiz.
5 (EFOA-RS) O acento gráfico indicativo da ocor- b) Chegou às três horas.
rência da crase está corretamente empregado em: c) Voltou à minha casa.
a) À família compete obedecer às leis que garan- d) Devolveu as provas àquela aluna.
tem à criança o direito à vida. e) Voltou às pressas.
Editora Exato 42
GRAMÁTICA
GABARITO
1 D
2 A
3 A
4 B
5 A
6 E
7 D
8 A
9 C
10 D
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GRAMÁTICA
CONCORDÂNCIA VERBAL
1. CONCORDÂNCIA VERBAL N ⇒ Nem nome nem nome
Estuda a concordância do verbo com seu sujei- Exemplo:
to. Nem ouro nem prata traz / trazem alegria.
Exemplo:
U ⇒ Um (a) e outro (a)
Os romanos conquistaram o mundo.
Exemplo:
Regra geral: Ana e Paula, uma e outra passará / passarão.
O verbo concorda em número e pessoa com o IV - Sujeitos ligados por ou:
seu sujeito. a) Se só um pode praticar a ação verbal.
Exemplo: ⇒ Verbo no singular.
Tu cantaste muito. Exemplo:
As moças saíram caladas. Ana ou Paula será eleita miss.
b) Se ambos podem praticar a ação verbal
2. CASOS ESPECIAIS ⇒ Verbo no plural.
I - Verbo ligado a sujeito composto: Exemplo:
A regra geral manda o verbo para o plural. Flamengo ou Botafogo perderão para o Vasco.
Exemplo: V - Parecer não faz EM - EM:
Ana e Paula chegaram. Se o verbo parecer for para o plural, o outro
- O verbo pode concordar com o mais próximo fica no singular; se o outro for para o plural, o verbo
se: parecer fica no singular. Jamais os dois no plural.
a) Vier anteposto ao sujeito composto: Exemplo:
Exemplo: Eles parecem cantar. → certo.
Chegaram / Chegou Ana e Paula. Eles parece cantarem. → certo.
Eles parecem cantarem. → errado.
b) O sujeito constituir-se de palavras sinôni- VI - Expressões que indicam quantida-
mas ou quase sinônimas. de aproximada (cerca de, perto de,
Exemplo:
mais de, menos de etc):
O amor e a paixão me domina/dominam.
O verbo concorda com o número.
c) O sujeito for uma enumeração gradativa. Exemplo:
Cerca de 100 alunos faltaram. /
Exemplo:
Menos de 2 alunos saíram. /
Um riso, um beijo, um abraço, um carinho me
Mais de 1 aluno saiu.
alegra / alegram.
II - Sujeito composto por pessoas gra- “Mais de 1” só irá para o plural se der idéia de
maticais diferentes: reciprocidade ou aparecer repetido.
Eu + qualquer pessoa = nós Exemplo:
Tu + qualquer pessoa (-eu) = vós Mais de 1 aluno se abraçaram.
Exemplo:
Mais de 1 aluno, mais de um professor falta-
Eu e Ana saímos / Tu e ele cantastes.
ram.
III - Expressões que admitem o verbo
VII - Dois verbos brigaram com o plural
no singular ou plural: → Sempre singular.
P ⇒ Parte ou todo + elemento plural. Haver (=- existir/ ocorrer)
Exemplo: Fazer (= tempo, temperatura)
A maioria dos alunos faltou/faltaram./ Uma Exemplo:
manada de búfalos fugiu/fugiram. Havia flores no jardim.
U ⇒ Um (a) dos (as) que Porém → Existiam flores no jardim.
Exemplo: Faz 9 anos que não saio.
Ana é uma das alunas que chegou/chegaram
Editora Exato 44
GRAMÁTICA
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GRAMÁTICA
Editora Exato 46
GRAMÁTICA
11 (Cesgranrio-RJ) Assinale a opção em que a la- c) Havia apenas um campo de batatas para as duas
cuna pode ser preenchida por qualquer das duas tribos, mas outros poderiam haver na vertente
formas verbais indicadas entre parênteses posterior da montanha.
a) Um de seus sonhos ...... morrer na terra natal. d) A vida ou a morte restará após a batalha.
(era, eram). e) Cabe às tribos, pela força, definir quem tem di-
b) Aqui não ...... os sítios onde eu brincava (exis- reito às batatas.
te, existem).
c) Uma porção de sabiás ...... na laranjeira (canta-
va, cantavam) 15 (ESPM-SP) Nas alternativas abaixo, todas as
d) Não ...... em minha terra belezas naturais. (fal- frases envolvem ou a expressão "mais de", ou a
to, faltam) expressão "um dos que". Aponte aquela que in-
e) Sou eu que ...... morrer ouvindo o conto do sa- corre em erro de concordância.
biá. (quer, quero) a) "Mais de dois terços de sua existência haviam
sido consumidos fora de Portugal".
b) "Um dos primeiros homens doutos que escrevia
12 (ESPM-SP) Assinale a alternativa que contenha em português sem mácula foi Bernardes".
erro de concordância. c) "Mais de um coração teriam que bater apressa-
a) Os resultados pareciam depender da vontade do do no meio da iminente luta".
diretor. d) "Sei que há mais de um que não se conforma
b) A medicina tem avançado pouco, hajam vistas com essa foto".
às pesquisas sobre a Aids. e) "Sabemos que mais de um milhão de reais fo-
c) Os diagnósticos parecia dependerem do resul- ram desviados do tesouro".
tado do exames de laboratório.
d) O poder da propaganda é discutível, haja vista
a acentuada queda de consumo durante o plano 16 (ACAFE-SC) Assinale a alternativa que preen-
Collor. che corretamente os espaços na frase:
e) Se houvesse melhores condições de ensino, e- Hoje, quem _______, porque, ontem, ______ tu
xistiriam melhores resultados. que ____________.
a) paga sou eu - foste – pagaste.
b) paga sou eu - foi – pagou.
13 (PUC-SP) Assinale a alternativa correspondente c) paga sou eu – foste - pagou.
à frase em que a concordância verbal esteja corre- d) paga é eu - foi – pagaste.
ta. e) paga sou eu - fostes – pagastes.
a) Discutia-se a semana toda os acordos que têm
de ser assinados nos próximos dias.
b) Poderá haver novas reuniões, mas eles discu- 17 (FEI-SP) Assinalar a alternativa em que a con-
tem agora sobre que produtos recairão, a partir cordância verbal está incorreta:
de janeiro, a sobretaxa de exportação. a) Crianças, jovens, adultos, ninguém ficou imune
c) Entre os dois diretores deveria existir sérias di- aos seus encantos
vergências, pois a maior parte dos funcionários b) Mais de mil pessoas compareceram ao comício
nunca os tinha visto juntos. c) Não só a educação mas também a saúde precisa
d) Faltava ainda dez votos, e já se comemoravam de muita atenção do governo.
os resultados. d) Bastam dois toques para sabermos que você
e) Eles hão de decidir ainda hoje, pois faz mais de chegou.
dez horas que estão reunidos naquela sola. e) Boa parte das pessoas está preocupada com o
futuro.
Editora Exato 48
GRAMÁTICA
GABARITO
1 C, C, C, C, E, C, C, C, C, C, E, C, E, E, C
2
a) “(. . .) os percalços que enfrentariam qualquer
programa(. . .)”
b) Pensou-se que “os percalços” fosse o sujeito
do verbo enfrentar, quando, na verdade, é
“qualquer programa de estabilização”.
c) Os percalços que enfrentaria qualquer progra-
ma.
Editora Exato 49
GRAMÁTICA
CONCORDÂNCIA NOMINAL
1. CONCORDÂNCIA NOMINAL Milhões de soldados permanecem alerta. (= em
alerta).
É a adaptação do adjetivo, do artigo, do pro-
nome adjetivo e do numeral ao substantivo a que se IV - Meio
referem. a) um tanto ⇒ é advérbio e fica invariável.
Exemplo: Exemplo:
Os teus dois olhos belos. Elas estão meio resfriadas. (um tanto)
Regra Geral:
O determinante concorda em gênero e número b) metade ⇒ é numeral e concorda com o
com o substantivo, esteja anteposto ou posposto. substantivo a que se refere.
Exemplo: Exemplo:
Casas novas / novo carro / bola nova. É meio-dia e meia / meia dúzia.
2. CASOS ESPECIAIS c) =maneira ⇒ é substantivo e varia.
V - Bastante:
I - Um adjetivo, referindo-se a dois ou a) Singular,quando for igual a muito/muita.
mais substantivos: Exemplo:
a) Quando posposto: Comi bastante hoje. (muito)
O adjetivo concorda com o mais próximo ou Bastante salada comi ontem. (muita)
vai para o plural (masculino, se houver palavra mas-
culina, e feminino, se não houver). b) Plural,quando for igual a muitos/muitas.
Exemplo: Exemplo:
Anel e pulseira nova / novos. Li bastantes livros. (muitos)
Pulseira e anel novo / novos. Lá existiam bastantes bolsas. (muitas)
Blusa e pulseira nova / novas. VI - Expressões do tipo: é proibido, é
b) Quando anteposto: ótimo, é permitido etc, seguidas de pa-
Na função de adjunto adnominal, a concor- lavras femininas:
dância se fará obrigatoriamente com o mais próximo. a) Se a palavra feminina estiver sozinha (não
Exemplo: determinada), o adjetivo será masculino.
Velho sapato e blusa. Exemplo:
Velhas blusas e sapato. É proibido entrada. (sozinha)
(Sozinha) Pinga é ótimo para matar.
Na função de predicativo → pode ir para o
plural ou concordar com o mais próximo. b) Se a palavra feminina estiver acompanhada
Exemplo: (determinada - artigo, pronome), o adjetivo será fe-
São lindos a blusa e o sapato./É linda blusa e o minino.
sapato. Exemplo:
Encontrei nervoso(s) o rapaz e a moça. É proibida a entrada. (acompanhada)
II - Obrigado, servido: (Acompanhada) Esta pinga é ótima para ma-
Concordam com a pessoa que agradece. tar.
Exemplo: VII - Anexo, incluso, junto, leso, extra,
Ele disse muito obrigado / Elas estão servidas. quite:
Ela disse muito obrigada / Ele está servido. Concordam normalmente com a palavra a que
Eles disseram muito obrigados / Ela está servi- se referem.
da. Exemplo:
III - Menos, alerta (= em alerta), pseudo: Fez trabalhos extras.
Ficam sempre invariáveis. Seguem inclusas as listas das compras.
Exemplo: Elas chegaram juntas.
Mais trabalho e menos confiança Lesa-sociedade.
Pseudo-heroína./ Pseudo-heróis. Nós estamos quites.
As cestas vão anexas.
Editora Exato 50
GRAMÁTICA
Editora Exato 51
GRAMÁTICA
Editora Exato 53
GRAMÁTICA
GABARITO
Exercícios de Sala
1 C, E, C, C, C, E, C, C, E, E, C, C, E, E, C, C, C,
C, E, C, E
Editora Exato 54
HISTÓRIA
HISTÓRIA
A ESTRUTURAÇÃO DO FEUDALISMO E A
IGREJA MEDIEVAL
1. A SOCIEDADE FEUDAL Resumo das principais obrigações ser-
vis
A sociedade feudal era estamental, isto é, não
Trabalho gratuito nas terras do
havia mobilidade social. Os grupos sociais manti-
Corvéia senhor (manso senhorial) em al-
nham-se rigidamente estanques. O acesso ou não à
guns dias da semana.
posse ou propriedade de terra dividia a sociedade
Talha Porcentagem da produção do
feudal em dois estamentos: os senhores e os depen-
manso servil.
dentes.
Os senhores feudais eram os possuidores ou Tributo devido pelo uso de ins-
proprietários de feudos. Formavam uma aristocracia Banalidade trumentos ou bens do senhor,
dominante, sendo originários da nobreza e do clero. como o moinho, o forno, o celei-
A nobreza se subdividia em duques, condes, barões e ro, as pontes.
marqueses. Os senhores feudais eclesiásticos, vincu- Captação Imposto pago por cada membro
lados à Igreja Romana, pertenciam à alta hierarquia da família servil.
do clero. Eram, geralmente, bispos, arcebispos e aba- Imposto pago à igreja, utilizado
des. Tostão de Pedro para a manutenção da capela lo-
O estamento dos dependentes, incorporando a cal.
maioria da população medieval, compunha-se de ser- Tributo devido na transferência
vos e vilões. Os servos não tinham a propriedade ou Mão-morta das obrigações de um servo fale-
posse da terra e estavam presos a ela. Eram trabalha- cido a seus herdeiros.
dores semi-livres. Não podiam ser vendidos fora de Formariage Taxa cobrada quando o campo-
suas terras, como se fazia com os escravos, mas não nês se casava.
tinham liberdade para abandonar as terras onde nas- Obrigação de alojamento e for-
ceram. Eram em número reduzido, havia um outro ti- Albergagem necimento de produtos ao senhor
po de trabalhador medieval, o vilão. Este não estava e sua comitiva quando viajavam.
preso à terra. Descendia de antigos pequenos proprie-
tários romanos. Não podendo defender suas proprie- A economia feudal era:
dades, entregava suas terras em troca da proteção de voltada para a auto-suficiência;
um grande senhor feudal. Recebia tratamento mais baseada nos tributos pagos pelos servos;
brando que os servos. de um comércio local e pouco dinâmico.
2. A ECONOMIA FEUDAL E A RELAÇÃO DE 3. A POLÍTICA E A RELAÇÃO DE SUSERA-
[
doava um feudo a um marquês. Este, ao receber o de os monges dedicavam-se a copiar manuscritos an-
feudo, prestava-lhe homenagem. O barão tornava-se tigos.
suserano do marquês e este, vassalo do barão. O ba-
rão, entretanto, havia recebido feudos de um conde, ESTUDO DIRIGIDO
prestando-lhe o juramento de vassalagem. Assim, o
barão, suserano do marquês, era, ao mesmo tempo, 1 Explique a importância do feudo na Idade Média.
vassalo do conde.
As guerras constantes que marcaram o proces- 2 Mencione três aspectos da economia feudal.
so de formação do feudalismo foram responsáveis
pelo surgimento da cavalaria medieval, cujo ideal de
honra, lealdade e heroísmo criou o mito do herói pro- 3 De que forma a igreja conseguiu manter sua uni-
tetor, simbolizado pela figura do cavaleiro. dade religiosa?
Nos seus primórdios, o cavaleiro era servidor
de alguém em troca de fatores. Por volta do século
XII, ser cavaleiro indicava status e uma condição so- EXERCÍCIOS
cial superior, pois, para ser cavaleiro era preciso ter
1 O feudalismo foi o modo de produção que pre-
posses para adquirir cavalo, armadura, espada e lan-
dominou na Europa durante a Idade Média. Re-
ça.
sultado da síntese entre elementos romanos e
4. A IGREJA germânicos, o sistema feudal caracterizou-se:
a) Por um sistema baseado na ausência de moe-
Nos fins do século IV, o imperador Teodósio das; na produção, tendente a auto-suficiência,
tornou o cristianismo religião oficial do Império. A sendo a agricultura seu principal setor.
oficialização do cristianismo realizou-se ao mesmo b) Pela constante utilização de novas técnicas a-
tempo em que crescia o poder do clero dentro da I- grícolas, visando atender à demanda do comér-
greja. O clero, constituído por elementos que se dedi- cio externo.
cavam totalmente à religião, era cada vez mais c) Pela ausência de caráter militar, pois a socie-
importante porque dominava as formas de culto e a dade feudal, fechada e estratificada, não care-
doutrina, que pouco a pouco se tornavam mais com- cia de defesa.
plexas dentro da comunidade cristã. Com a derrocada d) Pela excessiva centralização do poder real em
do Império do Ocidente, o prestígio do clero aumen- detrimento do poder local dos senhores feu-
tou ainda mais, pois era o único grupo organizado e dais.
possuidor de cultura em face da situação caótica que
sucedeu às invasões, ocupando, por isso, funções po-
líticas e administrativas. 2 Dentre os itens abaixo, marque aquele que con-
O poder da Igreja era embasado também na tém SOMENTE características do Feudalismo:
imensa quantidade de terras que possuía, esta era a) Regime de trabalho servil, ausência de mobili-
chamada de a suserana dos suseranos, o Papa tinha dade social e economia agrária.
sob o seu comando a maioria dos nobres do Ocidente. b) Intensa mobilidade social, economia urbana e
O universalismo era a prática política da Igreja, na Estado centralizado.
qual, valendo-se de seu poder ideológico e econômi- c) Sociedade estamental, centralização política e
co, o Papa interferia na vida dos reinos. economia urbana.
d) Economia baseada no comércio marítimo, Es-
5. A CULTURA MEDIEVAL EUROPÉIA
tado monárquico forte e cultura clericalizada.
A cultura medieval foi marcada pela teologia e
subordinada à igreja cristã. Estas características cen-
3 “Na sociedade feudal, o vínculo humano caracte-
trais, contudo, não significam um retrocesso, uma “i-
rístico foi o elo entre o subordinado e o chefe
dade das trevas”, como afirmam muitos historiadores.
mais próximo. De escalão em escalão, os nós as-
Apenas que, na Idade Média, o teocentrismo ade-
sim formados uniam, tal como se tratasse de ca-
quou-se perfeitamente ao feudalismo, pois implicava
deias infinitamente ramificadas, os mais
uma visão estática e hierárquica do mundo, o que es-
pequenos aos maiores. A própria terra só parecia
tava de acordo com a sociedade estamental.
ser uma riqueza tão preciosa por permitir obter
Durante a alta Idade Média, as únicas institui-
‘homens’ remunerando-os”
ções educacionais existentes estavam sob o controle (Marc Bloch, A sociedade feudal).
da Igreja, a saber: Escolas Episcopais, mantidas pe- O texto acima descreve:
los bispos para formação do clero e os mosteiros, on- a) Organização política das cidades medievais.
Editora Exato 2
HISTÓRIA
Editora Exato 3
HISTÓRIA
Editora Exato 5
HISTÓRIA
4 A da
Podemos considerar como fatos característicos
Idade Moderna, EXCETO: N
a) O desenvolvimento do comércio ligado A às
grandes navegações, a descoberta deL novos
I
continentes e a formação do sistema colonial;
b) O aparecimento do trabalho assalariadoS e as-
E com-
censão da burguesia, classe heterogênea
posta por comerciantes financistas e
industriais; N
A
c) Descentralização do poder político. Devido a
aliança entre a burguesia e a nobreza Oo poder
real foi se enfraquecendo e levando os ricos
comerciantes a intervirem nas decisõesPdo Es-
tado; O
d) A transição dos valores dominantes da D Idade
Média para a mentalidade burguesa que E se de-
senvolveu na Idade Média manifestada pelo
Renascimento. S
E
R
GABARITO
C
Estudo Dirigido O
P
1 O aumento populacional; exploração dos servos;
I
a necessidade de terras para comportar a crescen-
te população.
A
D
2 Tinham por objetivo regulamentar a profissão,
O
evitando o excesso de pessoas no mesmo ofício,
controlar a qualidade e o preço do produto, difi-
cultando a concorrência, dirigir o aprendizado da
profissão e amparar os artesãos necessitados.
3 Na medida em que foram surgindo novas técni-
cas de produção, que proporcionavam melhores
condições de vida e alimentação, as pessoas fo-
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HISTÓRIA
1 Cite os fatores que contribuíram com o pionei- 3 Sobre os fatores que impulsionaram a expansão
rismo português. marítima européia, marque a alternativa COR-
RETA:
a) Necessidade de novos mercados consumidores
para os produtos europeus e locais para inves-
2 Que fatores representavam problemas de desen- timento de capital, em abundância na Europa.
volvimento para a Europa? b) Interesses econômicos dos europeus, em trans-
formar o mundo colonial em mercados desen-
volvidos e autônomos.
c) Ambição material e busca por parte dos euro-
3 O que significou a conquista da América pelos
peus de novas tecnologias.
europeus?
d) Interesses religiosos e políticos, busca de no-
vos mercados consumidores e produtores de
matéria prima, escassez de ouro e prata na Eu-
ropa etc.
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HISTÓRIA
GABARITO
Estudo Dirigido
1 Centralização administrativa; aperfeiçoamento
técnico; localização geográfica e apoio burguês.
2 Escassez de metais preciosos e a expulsão dos
mulçumanos.
3 Expansão territorial, fortalecimento das monar-
quias nacionais e posse de matérias-primas e es-
cravos.
Exercícios
1 A
2 B
3 D
4 A
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HISTÓRIA
O ILUMINISMO E O LIBERALISMO
1. CARACTERÍSTICAS Principais representantes do liberalis-
As idéias iluministas favoreciam os ideais bur- mo:
gueses, redefinidos após a Revolução Industrial, com Adam Smith: “A riqueza das Nações”; o
as transformações geradas por ela. As mudanças nas trabalho aliado ao capital é o gerador da ri-
estruturas de produção, bem como nas relações soci- queza.
ais de então, implicavam a necessidade de se trans- David Ricardo: “Princípios da Economia
formar, também, princípios políticos e econômicos Política e Tributária”; elabora o conceito de
vigentes do Antigo Regime. A burguesia ansiava pelo renda.
fim das barreiras protecionistas como forma de ob- Stuart Mill: “Princípios da Economia Polí-
tenção de novos mercados, ansiava, ainda, pelo fim tica”; preocupa-se com problemas sociais e
dos monopólios coloniais e da escravidão; defendia a distribuição de riquezas.
não intervenção do Estado na economia. Ora, tais Quesnay: “Máximas Gerais do Governo
princípios embasavam o Estado Absolutista e a práti- Econômico de um Reino Agrícola”; países
ca mercantilista negados agora também pelos ilumi- agrários não devem investir em manufatu-
nistas. Um conjunto filosófico envolvendo esferas ras e comércio de lucro.
econômicas, políticas e religiosas definiria melhor tal Malthus: “Ensaio sobre a População”; a po-
movimento. pulação cresce em progressão geométrica e
Claramente, percebemos que todos esses prin- a produção, em progressão aritmética.
cípios combatem o Estado Absolutista e os privilé- 2. UM DESPOTISMO DE APARÊNCIA ILU-
gios da nobreza, defendem um sistema constitucional
MINISTA
e a limitação do poder do Estado, principalmente, no
campo econômico. E é sobre esse último que vemos “A expressão despotismo esclarecido, portan-
surgir uma nova teoria: o liberalismo econômico. to, designa uma estratégia de governo que permitia a
Explicando, justificando e amparando as no- Estados atrasados se desenvolverem e seus governan-
vas práticas burguesas originadas da Revolução In- tes propagandearem seus feitos. A idéia desses go-
dustrial, formaram-se duas correntes teóricas: vernantes era glorificar o Estado e ampliar seus
Fisiocracia, surgida na França, acreditando poderes. Se, por um lado, suas reformas administrati-
que toda a riqueza dependia e era gerada vas, fiscais e militares, com base em rígidas regula-
pela agricultura, que deveria ser estimulada. mentações, garantiam o enriquecimento do país,
Escola Clássica, surgida na Inglaterra, de- através da construção de estradas e canais, da criação
fendendo que toda a riqueza se origina do de indústrias, por outro, não alteravam a estrutura
trabalho. arcaica da sociedade. Os camponeses permaneciam
Principais iluministas: na servidão ou próximos dela, a burguesia continuava
John Locke: “Segundo Tratado Sobre o excluída do poder, a urbanização pouco se desenvol-
Governo”, “Carta Acerca da Tolerância” e via, enquanto a nobreza ampliava seus privilégios. A
“Ensaio Acerca do Entendimento Huma- adesão à filosofia iluminista não passava de uma apa-
no”; defendia os limites ao poder real e a rência”.
Flávia de Campos – Oficina de história
teoria do “Estado Natural”.
Jean Jacques Rosseau: “O Contrato Social”, ESTUDO DIRIGIDO
“Discurso Sobre a Origem e os Fundamen-
tos da Desigualdade Entre os Homens”; de- 1 Que pressupostos podem ser considerados no
fendia um pacto social: o Estado deveria movimento iluminista?
seguir a vontade da maioria; combatia a
propriedade privada.
Montesquieu: “O Espírito das Leis” defen-
dia o poder real limitado, “Cartas Persas”
defendia as instituições parlamentares in- 2 Diferencie as correntes teóricas da Fisiocracia e
glesas e a divisão do Estado em 3 poderes. da Escola Clássica.
Voltaire: “Dicionário Filosófico”, “Cartas
Inglesas”, de 37 volumes agrupando o con-
junto de conhecimentos científicos da épo-
ca.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1. SÍNTESE DA FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO – SÉCULO XV/XXI
Capitalismo Mercantilismo Capitalismo Capitalismo Colonização
(transição) industrial (capital li- monopolista e finan- e neoliberarismo
beral) ceiro
Período aproximado Século XV - XVII Séculos XVIII – XX Século XX (até a Séculos XX (a partir
(até a década de primeira metade) da 2°metade) e XXI
1920)
Região do mundo Europa Ocidental Inglaterra Europa Ocidental Estados Unidos, Eu-
(Inglaterra, França, ropa, Sudeste Asiáti-
Alemanha, Itália, Es- co
tados Unidos e Japão
Aspectos fundamen- *Início da acumula- *Originou-se com a *Divisão internacio- *Internacionalização
tais ção (primitiva) de Revolução Industrial nal do trabalho das economias
capital – ocorrendo (1750) *Surgimento dos *Revolução Tecno-
na circulação de mer- *Domínio político e grandes conglomera- lógica – informática/
cadorias (comércio) econômico da bur- dos (oligopólios, robótica/ telemática
*Expansão marítima guesia industrial trusts, cartéis, hol- *Redivisão da área
*Desenvolvimento da *Surgimento da clas- dings) do globo
burguesia comercial se operária *2ª Revolução Indus- *Abertura de merca-
*Não há relação assa- *Relação assalariada trial do
lariada de produção de produção é domi- *Corrida Armamen- *Estado mínimo
como forma de ex- nante tista *Privatizações
ploração do trabalho *Investimento e de- *Neocolonialismo e *Concentrações da
dominante senvolvimento do se- o imperialismo produção nos oligo-
(trabalho artesanal) tor técnico e *Partilha afro- pólios
*Etapa de transição científico asiática *Abandono das prá-
do feudalismo ao ca- *Desenvolvimento da *Domínio do sistema ticas do Estado do
pitalismo indústria bélica financeiro bem-estar social
*Livre concorrência *Etapa posterior do (Welfare State)
*Acumulação ocorre desenvolvimento ca- *Formação dos Blo-
na produção (indús- pitalista cos Econômicos
tria) *Substituição do ca- *Abertura ao capital
pital liberal pelo Mo- *Formação dos Me-
nopolista gablocos Econômicos
*1ª e 2ª Guerra Mun- *Predomínio do Sis-
diais tema Financeiro In-
*Guerra Fria ternacional
Mas, com o tempo, o capitalismo e a burguesia
2. CARACTERÍSTICAS
“perceberam” que o absolutismo e o mercantilismo
Durante os séculos XV, XVI e XVII, a burgue- iam, pouco a pouco, representando um obstáculo à
sia associou-se à monarquia como forma de desen- sua expansão. Isso porque a política mercantilista era
volver suas atividades comerciais e artesanais. O rigidamente protecionista e as taxações acabavam a-
capitalismo, sistema criado com a expansão das rela- trapalhando a liberdade de negociar e de fabricar. Por
ções econômicas mais dinâmicas, nasceu no momen- essas razões havia uma tendência para eclodir uma
to em que as monarquias nacionais começavam a se crise entre a burguesia e o absolutismo.
impor. Era o sistema econômico da burguesia, basea- A economia mudara muito entre o final do sé-
do principalmente na propriedade privada das ferra- culo XVII e o começo do XVIII, a ponto de provocar
mentas, das fábricas e das matérias-primas (meios de a concentração de riquezas nas mãos de um número
produção), e havia se desenvolvido com a ajuda da menor de capitalistas empreendedores. Isso facilitou
monarquia absoluta e da política mercantilista. o aumento da produção, impulsionado também pelo
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Editora Exato 17
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Mais uma vez vinha à tona a violência da re- tivas, tais como a franquia dos portos e autonomia
pressão portuguesa, simbolizada pela crueldade das administrativa. Não defendia, de início, a separação
execuções. A maioria dos líderes foi condenada à de Portugal, pois se interessava apenas em conservar
morte; outros, à prisão. as conquistas obtidas.
5. POLÍTICA EXTERNA DE D. JOÃO A guerra de independência
A independência política do Brasil ocorreu ba-
Outro acontecimento que marcou o governo sicamente através da articulação da aristocracia rural
joanino foi a elevação do Brasil à categoria de Reino do Rio de Janeiro, Minas e São Paulo.
Unido a Portugal e Algarves, em 1815. Esse fato No norte e nordeste, onde o poder dos proprie-
está ligado ao Congresso de Viena, onde se reuniram tários rurais era menor, o controle da situação política
as principais nações européias para discutir a instala- encontrava-se nas mãos do forte grupo de comercian-
ção de nova ordem na Europa, após a prisão e o exí- tes portugueses, contrários à independência.
lio de Napoleão Bonaparte. A idéia de elevação do Nessas regiões, as tropas portuguesas aliaram-
Brasil a Reino partiu do representante francês Talle- se às Juntas Governamentais (ocupadas por comerci-
yrand, que buscava o apoio de nações européias mais antes) e resolveram resistir à independência. Daí a
fracas, como Portugal, para impedir o retalhamento necessidade de luta armada, levada à frente pelo povo
da França e que a América caísse em mãos republi- e com o financiamento participativo do Estado.
canas, o que já ocorria em grande parte do continen- Ao final de 1823, o país estava sob o controle
te. O argumento de Talleyrand para convencer o do governo imperial.
representante português em Viena foi o de que a ele-
vação a reino “destruiria a idéia de colônia, que tanto ESTUDO DIRIGIDO
desagradava aos súditos brasileiros”.
A conquista e anexação ao Brasil da Província 1 O que significou a Abertura dos Portos no Brasil
Cisplantina (atual Uruguai) foi mais um ato do impe- no contexto do processo de independência?
rialismo político de D. João VI e a realização do ve-
lho sonho português de se apossar da região do Rio
de Prata. A anexação da Cisplatina foi oficialmente
reconhecida pelos uruguaios em 1821, pertencendo
ao Brasil até 1828, ano da sua definitiva independên-
cia com a criação da Republica Oriental do Uruguai. 2 Cite duas determinações do Tratado de Comércio
6. A REVOLUÇÃO DO PORTO E A VOLTA e Navegação e de Aliança de 1810.
DA FAMÍLIA REAL
A revolução propriamente dita eclodiu a 24 de
agosto de 1820, e os rebeldes imediatamente forma-
ram um governo: a junta Provisional do Governo Su-
premo do Reinado. A revolução, de início limitada ao
Porto, mais tarde chegou a Lisboa, tornando-se prati-
camente um movimento nacional. 3 O que exigiam os rebeldes da revolta do Porto?
Forçado pela pressão da revolução e temendo
perder o trono português D. João VI partiu com a
corte em direção a Portugal, em 26 de abril de 1821,
deixando no Brasil D. Pedro como príncipe regente.
Antevendo os acontecimentos, D. João VI disse a seu
filho:
“- Pedro, se o Brasil se separar, seja para ti,
que hás de me respeitar, do que para algum desses EXERCÍCIOS
aventureiros”. 1 “A metrópole se arroga em monopolizadora das
7. A EMANCIPAÇÃO DO BRASIL compras e vendas dos produtos de suas colônias,
o que significa que todas as exportações da colô-
O “partido brasileiro” reunia a aristocracia ru- nia se destinam à metrópole e todas as importa-
ral, os comerciantes nativos e os burocratas, ou seja, ções das colônias provêm da metrópole. E, para
os grupos beneficiários das liberdades econômicas se assegurar integralmente a aplicação desses
joaninas. O partido brasileiro tinha como projeto a dois monopólios, a metrópole reserva a si tam-
manutenção das conquistas econômicas e administra- bém o monopólio dos transportes”.
Editora Exato 19
HISTÓRIA
Editora Exato 20
HISTÓRIA
sancionava decretos e resolução da Assem- partir para emissão ampla de papel moeda, acentuan-
bléia, dissolvia a Câmara dos Deputados, do-se assim a alta de preços.
convocando novas eleições, suspendia ma- Na tentativa de conciliar as rebeliões, o impe-
gistrados. Era assessorado no exercício des- rador ainda colocou um ministério mais liberal, que,
se poder pelo Conselho de Estado, cujos entretanto, pouco depois foi substituído por um mi-
membros eram por ele mesmo nomeados. nistério de tendências absolutistas: o Ministério dos
Outros poderes eram: o Executivo, também Marqueses.
exercido pelo imperador e seus ministros; o Esse fato desencadeou protestos das tropas e
legislativo, entregue à Assembléia Geral, do povo do Rio de Janeiro, que exigia a readmissão
composta de Câmara de Deputados e Sena- do ministério brasileiro. Sentindo-se sem apoio, D.
do Vitalício e o Judiciário, exercido pelo Pedro optou pela abdicação a 7 de abril de 1831. Es-
tribunais provinciais e pelo Supremo Tri- tava, então, rompido o último elo entre Brasil e Por-
bunal de justiça tugal.
Eram excluídos do direito de voto as mu-
lheres, os solteiros com menos de 25 anos, ESTUDO DIRIGIDO
os empregados domésticos e os membros
do clero. Não podiam ser eleitores de pro- 1 Defina os interesses dos partidos brasileiro e por-
víncia os escravos libertos, e proibia-se a tuguês no Brasil.
eleição dos não católicos para os cargos de
deputado e senador. 2 Cite três princípios da Constituição de 1824.
Em resumo, os eleitores eram uma porcenta-
gem insignificante da população, o que transformava
as eleições em pouco mais de uma comédia. Comple- 3 Caracterize a crise econômica no I reinado.
tava-se, assim, o caráter fundamental: liberal na apa-
rência, conservadora no conteúdo, autocrática no
funcionamento. EXERCÍCIOS
Editora Exato 22
HISTÓRIA
GABARITO
Estudo Dirigido
1 Autonomia das províncias e centralização políti-
ca.
2 Padroado, Voto Censitário e Poder Moderador.
3 Crise desencadeada pela concorrência comercial
enfrentada pelos latifundiários produtores de açú-
car.
Exercícios
1 D
2 D
3 B
4 C
Editora Exato 23
HISTÓRIA
O PERÍODO REGENCIAL
está foi a mais longa guerra civil de nossa história li-
1. PRINCIPAIS FACÇÕES POLÍTICAS
derada por Bento Gonçalves e Giusepe Garibaldi
Entre a abdicação de D. Pedro I (1831) e a an- Enfim, em março de 1845, quando Davi Cana-
tecipação da maioridade de D. Pedro II (1840) situ- barro e Caxias entraram em acordo, a rebelião dos
ou-se um dos períodos mais agitados de nossa farrapos estava superada. A concessão oficial foi e-
história. O governo foi entregue aos regentes, que e- norme: anistia geral aos revoltosos; incorporação dos
xerceram o poder no lugar do futuro D. Pedro II. Para soldados e oficiais ao Exército imperial em igual pos-
o Brasil, este fato equivaleu a uma verdadeira “expe- to, exceto o de general; devolução das terras confis-
riência republicana”. Nesse período, 3 grupos políti- cadas, além do aumento dos impostos sobre o
cos se formaram em defesa dos interesses das elites, charque platino.
quais foram: Cabanagem
Os restauradores: agrupados em torno da A Cabanagem foi precedida de uma série de
Sociedade Conservadora, mais tarde Socie- revoltas que agitaram o Grão-Pará desde a época da
dade Militar, da qual faziam parte os An- independência. As razões que motivaram a revolução
dradas, representavam a tendência ultra- dos cabanos foram praticamente as mesmas que de-
reacionária. Na verdade, constituíam uma ram origem a tantas outras revoltas sociais ocorridas
força política secundária, limitando-se a de- em diferentes províncias: fome, miséria, escravidão e
fender o retorno e a restauração de D. Pedro latifúndio.
I, composto quase que exclusivamente por Mais uma vez, formava-se no Grão-Pará um
portugueses. governo popular. Esse governo, presidido por Eduar-
Os exaltados, agrupados em torno da Soci- do Angelim, não tinha porém condições de atender
edade Federalista, defendiam maior auto- aos anseios da população. Em face da ameaça de uma
nomia provincial; o fim do voto censitário; poderosa força militar e de uma grande esquadra en-
o fim do conselho de estado e do Senado viada pelo governo do Rio de Janeiro, os rebeldes a-
vitalício; não raro, alguns deles eram fran- bandonaram a capital e foram para o interior, onde
camente republicanos. Expressavam as as- resistiram até 1839. Foram finalmente massacrados; a
pirações das camadas urbanas e eram mais “pacificação” da província, em 1840, se fez em cima
representativos no sul do país destacando a da crueldade assassina. Saldo: 40.000 cabanos mortos
defesa dos interessse da indústria do char- numa província cuja população, antes do conflito,
que não chegava a 100 mil habitantes.
Os moderados: monarquistas defensores da Sabinada
hereditariedade de D. Pedro; conseguiram o Ao contrário do caráter verdadeiramente popu-
poder político utilizando os exaltados como lar da Cabanagem, a Sabinada foi uma revolta que fi-
massa de manobra, representavam a grande cou restrita às camadas médias urbanas de Salvador e
maioria de elite no Brasil. Defendiam a a algumas tropas militares baianas.
monarquia escravista e estavam dispostos a
Balaiada
permitir reformas políticas que não afetas-
Ao latifúndio improdutivo, gerador de dispari-
sem seus privilégios e exclusivismo políti-
dades sociais, somava-se a escravidão e a queda das
co.
exportações do algodão - principal produto de expor-
Farroupilha tação do Maranhão desde a segunda metade do sécu-
Do ponto de vista da economia agroexportado- lo XVIII -, que sofria a concorrência da produção
ra, que tudo subordinava aos seus objetivos, a pecuá- norte-americana nos mercados internacinais.
ria rio-grandense era, naturalmente, um setor que não Embora a pauta de reivindicações não fosse
podia ambicionar grandes lucros, pois estava impedi- precedida por uma pregação ideológica e tampouco
da de onerar o setor principal da economia, cujos tenham sido traçados objetivos claros, a luta levou
preços deveriam se manter competitivos no mercado todos os mestiços, todas as castas oprimidas, todos os
internacional. Por essa razão, as províncias do Norte resíduos humanos espalhados pelas perseguições ou
não hesitavam em importar o charque produzido nas acossados pelas violências dos poderes públicos ou
regiões platinas com baixos direitos aduaneiros. dos senhores de engenho.
A solução para a crise da empresa do charque,
A Revolta dos Malês
encaminhada pela elite agrária foi a guerra de separa-
A Bahia também foi palco de uma rebelião de
ção e independência em relação ao estado brasileiro
escravos, que, embora tenha durado somente dois di-
Editora Exato 24
HISTÓRIA
as, teve importância capital, a Revolta dos Malês. 3 Dentre os itens abaixo, assinale aquele que ex-
Nestes dias, os escravos de origem malê, de religião pressa CORRETAMENTE uma característica do
muçulmana, se rebelaram contra a pressão dos senho- Brasil, na primeira metade do século XIX:
res brancos. a) Em 1824, foi promulgada a primeira constitui-
Durante 24 horas, a cidade de Salvador viveu ção brasileira, cuja característica principal foi a
horas de extrema tensão. Desarmados, os escravos instituição dos três poderes e nos leva a perce-
foram dominados com facilidade e a repressão foi vi- ber o caráter descentralizador do governo de
olenta tanto durante o conflito, que vitimou 70 ne- D. Pedro I.
gros, quanto após, quando 500 negros receberam b) O período regencial foi marcado por várias re-
castigos que variavam do açoite até a pena de morte. voltas, que acabaram desestabilizando a vida
política daquela época. Os liberais aproveita-
ESTUDO DIRIGIDO ram tal motivo para articular a posse de D. Pe-
dro II como imperador, alegando que só a
1 Cite as facções políticas que caracterizaram o figura rei, com poderes plenos, poderia “paci-
quadro político brasileiro no período regencial. ficar” o país e fazer voltar a estabilidade.
c) No período regencial foi criada a Guarda Na-
cional, com o objetivo de proteger, juntamente
com o exército, as propriedades dos barões do
café das possíveis fugas de escravos descon-
tentes.
2 Que motivo fez com que os estancieiros do Sul d) Ocorreram várias revoltas (Farroupilha, Caba-
organizassem uma revolta contra o governo? nagem, Balaiada) todas de caráter popular e
bem organizadas, que acabaram levando os re-
gentes a reverem algumas posturas políticas
chegando até mesmo a conceder mais autono-
mia às províncias para tentar conter os ânimos
dos rebelados.
GABARITO
Estudo Dirigido
1 Os restauradores; os moderados e os exaltados.
2 A concorrência comercial e a autonomia admi-
nistrativa.
3 Devido ao exercício do poder de forma descen-
tralizada, assumido por regentes durante a meno-
ridade de D. Pedro II.
Exercícios
1 C
2 A
3 B
4 D
Editora Exato 26
HISTÓRIA
5. ECONOMIA E SOCIEDADE
Esquema das relações dos poderes políticos durante o parlamentarismo,
no Segundo Reinado.
A sociedade e a economia brasileiras passa-
3. A CONCILIAÇÃO ram, na segunda metade do século XIX, por signifi-
cativas transformações que alteraram o processo
A partir dos anos 50 do século XIX, a grande histórico nacional.
maioria dos políticos entendia que era necessária a
realização de reformas econômico-financeiras que
promovessem o progresso material do país e uma
maior integração nacional. Contudo, sabiam que para
a realização de reformas era preciso o trabalho con-
junto dos dois partidos. Isso levou à criação, em
Editora Exato 27
HISTÓRIA
Brasil + “ colorados” x
cadorias paraguaias e o integraria nos mercados in-
ARGENTINA 2 1850-1851
ternacionais. O Grande Paraguai seria formado por
(Província da O ribe Argentina + “ blancos”
Cisplatina entre
Contra
(1816-28)
3 3 1852 Brasil x Argentina
URUGUAI
Paraguai, Uruguai, Rio Grande do Sul, parte de Mato
Rosas
Buenos Aires Contra Brasil + Argentina + “ colorados”
4 Aguirre 1864-1865
x “ blancos”
N0 232 464 5 do Paraguai 1864-1870
Tríplice aliança (Brasil, Argentina
e Uruguai) x Paraguai
Grosso e as províncias argentinas de Corrientes e En-
km
tre-Rios.
O Imperialismo brasileiro no Prata.
Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo – História do Brasil.
Entre 1851 e 1870, o Brasil interveio em vários
conflitos na Bacia do Prata, gerando conflitos com o
Uruguai, a Argentina e o Paraguai, o mais mortífero
conflito da história das Américas.
A primeira intervenção brasileira deu-se em
1851 (Guerra de Oribe e Rosas). Visava pôr no poder
os colorados de Rivera, no Uruguai; e os federalistas,
na Argentina. O inimigo declarado pelo Brasil é o ar-
gentino Rosas e seu aliado, Manuel Oribe, presidente
uruguaio. O governo brasileiro temia que Rosas reu-
nificasse o antigo vice-reinado do Prata (Argentina,
Uruguai, Paraguai, Bolívia).
O Uruguai foi invadido pelo RS (Caxias), Ar- A Guerra do Paraguai
gentina (Urquiza) e por mar (Grenfell). A permanên- Revista Super Interessante Setembro 1999.
cia brasileira no Uruguai durou 2 anos. O conflito tornou-se iminente quando o gover-
A invasão reforça a presença brasileira no U- no brasileiro não aceitou a intermediação de Solano
ruguai. O Barão de Mauá torna-se o maior barqueiro López na questão com o Uruguai. Solano rompeu re-
e pecuarista do país; 30% das terras uruguaias são de lações com o Brasil, estabeleceu uma aliança políti-
brasileiros. co-militar com Aguirre e afirmou que não toleraria a
A segunda intervenção brasileira no Uruguai intervenção brasileira no Uruguai.
aconteceu em 1864. Foi mais violenta do que a de Nesse mesmo ano, a vitória do almirante Bar-
1851, e visava derrotar e retirar do poder o Presidente roso na Batalha do Riachuelo foi fundamental para a
Aguirre. Frente a 11 navios e 8 mil soldados, Aguirre libertação do Rio Grande do Sul.
se rende (20/02/1865) e entrega a capital a Flores. O Em Janeiro de 1869, Caxias conquistou As-
império brasileiro conta outra vez com um governo sunção e pouco depois foi substituído pelo conde
amigo na ex-província Cisplatina. d’Eu. Apesar de conquistada a capital do país, os pa-
raguaios continuaram resistindo bravamente. O conde
d”Eu empreendeu a Campanha das Cordilheiras, uma
Editora Exato 29
HISTÓRIA
intensa perseguição a Solano López que só terminou Vale do Paraíba, presos às velhas e arcaicas formas
com a morte em combate do ditador paraguaio em de produção escravista, a nova aristocracia paulista
Cerro Cora, em março de 1870. A guerra chegava ao introduziu o trabalho assalariado em suas fazendas,
fim. A maior guerra da história do Brasil, que forma substituindo a mão-de-obra escrava.
seu exército e marinha, é também a mais mortífera Movimento e Partido Republicano
das Américas. Mata 158 mil brasileiros, 32 mil ar- As idéias republicanas eram antigas no Brasil
gentinos e uruguaios, 606 mil militares e civis para- e, no fim do período colonial, significavam a revolta
guaios (mais que a Guerra Civil dos EUA, da qual contra a metrópole e a negação do estatuto de colô-
utilizam-se armamentos como os fuzis de repetição, nia. Mas na época da independência passaram a sig-
canhões de cano raiado e couraçados). nificar a oposição ao governo.
7. A CRISE DO IMPÉRIO Os princípios básicos do republicanismo eram
a federação, o fim do poder hereditário, soberania na-
A Extinção do tráfico negreiro. cional e a reintegração política do Brasil com as na-
O fim do tráfico contribuiu para uma série de ções européias e americanas.
transformações na economia brasileira. Os capitais Os republicanos pretendiam mudanças sem vi-
que eram investidos no comércio de escravos passam olência, este movimento elitista não admitia a parti-
a ser aplicados na modernização dos transportes; logo cipação popular e nem alterações profundas na
após, surgiram as primeiras ferrovias no Brasil. O sis- realidade política e social do país dando ao movimen-
tema de comunicações também foi inovado, surgindo to um caráter reformista e não revolucionário.
o telégrafo. O sistema financeiro se amplia com o Questão abolicionista
surgimento de muitos bancos. Prova da intenção gradualista da elite escravis-
Um fato que está relacionado à Lei Eusébio de ta foi a aprovação de algumas leis que visavam acal-
Queirós foi à edição da Lei de Terras, também no ano mar os ânimos dos abolicionistas mais exaltados e
de 1850. Por essa lei, ficava determinado que as ter- postergar uma resolução final para a questão. A Lei
ras devolutas (abandonadas) só poderiam ser ocupa- do Ventre Livre (1871), aprovada na gestão do Gabi-
das mediante a compra pelo interessado. Desta nete Conservador do Visconde do Rio Branco, de-
forma, os pequenos agricultores continuaram impos- terminava que, a partir de sua entrada em vigor, os
sibilitados de ter acesso à propriedade. Por outro la- filhos de escravas seriam libertos. Mas, determinava
do, esta lei visava dificultar ao máximo a aquisição que isso só ocorreria após completarem 21 anos e que
de terras pelos imigrantes. Uma vez que, após o ano seus proprietários receberiam uma indenização. Co-
de 1850, a classe dominante brasileira passa a incen- locada em prática, esta lei produziu poucos efeitos.
tivar a vinda de colonos europeus para substituir o Entre os anos de 1885 a 1888, a luta abolicio-
trabalhador compulsório, objetiva-se transformar o nista ganha força, radicaliza-se, promovendo fugas
imigrante em mão-de-obra para as grandes lavouras e em massa, arrecadando fundos para a compra de al-
não em pequenos proprietários. forrias. Nesta época, praticamente só existiam vozes
As Transformações econômicas e so- fortes em favor do escravismo no Vale do Paraíba.
ciais Torna-se clara a falta de base social para manter-se o
As transformações econômicas e a urbanização sistema. Isso ficou demonstrado no ano de 1888. A
promoveram profundas mudanças sociais e geraram maioria do parlamento, com exceção de apenas nove
aspirações e interesses diferentes dos tradicionais. deputados, acompanhando os anseios sociais, aprova
A nova elite cafeeira do Oeste paulista, ao de- o fim da escravidão, em lei que foi sancionada pela
senvolver uma mentalidade empresarial moderna, se regente, Princesa Isabel.
contrapunha à tradicional elite agrária açucareira do Esse fato foi determinante para a crise do im-
Nordeste e à cafeeira fluminense e valeparaibana a- pério. Muitos dos escravistas ainda existentes des-
pegadas ao conservadorismo escravista. Dona do po- contentam-se profundamente com relação ao regime.
der econômico, já que o café era a base da Para os libertos, contudo, a liberdade não foi acom-
sustentação econômica nacional, a aristocracia cafe- panhada de melhorias em suas condições de vida.
eira paulista não tinha entretanto uma representação Não houve um programa educacional e nem de re-
política compatível com sua força econômica, pois o forma agrária para a população afro-brasileira. Aque-
poder era manipulado pela velha e retrógrada aristo- les que viviam no campo continuam como
cracia. trabalhadores nas grandes fazendas.
A aristocracia cafeeira do Oeste paulista intro- Nas cidades, tornam-se excluídos, constituem,
duziu métodos mais modernos de produção. Diferen- por meio das favelas, uma nova paisagem urbana.
te dos “barões do café” das zonas fluminenses e do
Editora Exato 30
HISTÓRIA
17.435 19.095 22.849 19.453 50.324 56.172 60.000 54.000 23.000 3.287 700
Editora Exato 32
HISTÓRIA
REVOLUÇÃO RUSSA
1. A RÚSSIA DOS CZARES A entrada e a permanência da Rússia na guerra
provocou um pequeno período de euforia, logo subs-
"O Imperador de todas as Rússias é um monar- tituído por insatisfações da população civil e dos
ca autocrata e ilimitado. O próprio Deus determina meios militares. Os soldados, subalimentados e mal-
que o seu poder supremo seja obedecido, tanto por armados, eram dizimados aos milhares nas frentes de
consciência como por temor”. batalha. Estima-se que em dois anos e meio de guer-
Artigo I das Leis Fundamentais do Império
ra, 4 milhões de soldados tenham sido mortos.
No final do século XIX, a Rússia era o Estado
mais extenso da Europa. Apesar disso, o império rus-
so abrigava povos e culturas diversas, com graves de-
sequilíbrios sociais, econômicos e políticos. Um dos
principais problemas era a concentração de terras nas
mãos de poucos proprietários.
A reforma de 1861, realizada pelo czar Ale-
xandre II, liberou os servos e distribuiu terras, mas
não atingiu os resultados esperados. Poucos campo-
neses receberam terras em quantidades suficientes.
Apenas uma minoria de pequenos e médios proprie-
tários, os kulaks, se beneficiaram. O restante da po-
pulação do campo era formada por um miserável
proletariado rural.
O tardio desenvolvimento industrial russo se
deu graças à participação de capitais estrangeiros,
principalmente ingleses e franceses. Mesmo assim, o
desenvolvimento industrial russo foi inferior ao das
demais potências européias. Em 1877, dos cem mi-
lhões de habitantes russos, apenas um milhão eram
operários. O massacre de russos na 1ª Guerra Mundial.
Os czares russos governavam o império com Em fevereiro, eclodiram manifestações popula-
mão de ferro. Na monarquia russa, opositores do re- res, primeiro em Petrogrado e depois por toda a Rús-
gime eram perseguidos por um eficiente aparelho de sia. Em 02 de março de 1917, o Czar abdicou o trono.
repressão policial. Nesse clima, surgiram vários gru- Constituía-se então o primeiro governo provisório,
pos de oposição. controlado pela burguesia liberal, comandado por A-
No final do século XIX, as idéias socialistas lexandre Kerensky.
chegaram até a Rússia. O Partido Social-democrata
abrigava os socialistas russos, entre eles Vladimir I- 3. A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
litch Ulianov, popularmente conhecido como Lenin. As forças políticas, nesse período, estavam di-
2. A REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO vididas em três correntes:
os Kadetes, partido constituído pela bur-
“Enquanto os bolchevistas pretendiam que a guesia liberal. Transformado em guardião
classe operária deveria liderar a revolução, em alian- do conservadorismo, defendia seus direitos
ça principalmente com o campesinato, a maior parte de propriedade e a permanência do país na
dos mencheviques queria que fosse liderada pela guerra;
burguesia e era favorável a alianças com os liberais”. o Partido Bolchevista representava o ex-
Jorge Milar - Dicionário do Pensamento Marxista.
tremo oposto. Propunha a realização de
A revolução que depôs o regime czarista, des- profundas reformas sociais; defendia o con-
truindo a monarquia, foi conseqüência de uma série fisco das grandes propriedades e o controle
de greves organizadas, em 1917, pela classe operária da indústria pelos operários. Era contrário à
de São Petersburgo, na época já rebatizada de Petro- permanência da Rússia na guerra e insistia
grado. num movimento de boicote ao conflito, a
ser realizado por operários de todo o mun-
do.
Editora Exato 33
HISTÓRIA
Cordão Sanitário, depois da Primeira Guerra, apre- sócio-políticas instauradas pela Revolução Russa de
sentou-se no final da década de 1930 como o grande 1917:
enigma para as potências ocidentais. a) Estatização dos principais meios de produção.
Enclausurada em suas fronteiras desde a revo- b) Legalização do sistema pluripartidarista.
lução socialista, construiu não só um regime alterna- c) Igualdade social de todos os cidadãos, tendo
tivo ao capitalismo como também emergiu como por base os ideais das Revoluções Burguesas.
grande potência, principalmente devido aos planos d) Eliminação das diferenças culturais e religiosas
qüinqüenais (planificação da economia). dos diversos grupos étnicos.
ESTUDO DIRIGIDO
3 A Revolução Russa de 1917 marcou o início de
1 Mencione um dos principais problemas enfrenta- uma nova era na história da sociedade, na medida
dos no czarismo. em que se constitui:
a) na primeira experiência de um regime au-
tocrático.
b) em um desafio à ordem burguesa capitalista.
c) em uma aliança bem sucedida entre burguesia
e proletariado.
2 O que defendiam Mencheviques e Bolcheviques? d) em uma alternativa para superar a ação das
multinacionais.
Exercícios
8 D
9 A
10 B
11 A
Editora Exato 36
INGLÊS
INGLÊS
LESSON 1 – ARTICLES
(LIÇÃO 1 – ARTIGOS)
Em inglês há dois tipos de artigos: o Definite Ex: The piano (O piano).
Article (artigo definido) e o Indefinite Article (artigo l) antes de números ordinais.
indefinido). Ex: The first (O primeiro).
m) antes de nomes de famílias no plural.
1. DEFINITE ARTICLE – THE (O, A, OS, AS)
Ex: The Simpsons (Os Simpsons).
O Definite Article (THE) é usado com subs-
tantivos nas formas masculina e feminina, singular e Não se usa o Definite Article
plural. a) antes de nomes próprios.
Ex: The boy is my friend. (O menino é meu Ex: Susan is my sister.
amigo). (Susan é minha irmã).
The boys are my friends. (Os meninos são b) antes de pronomes possessivos.
meus amigos). Ex: Our car is new.
The girl is my friend. (A menina é minha a- (Nosso carro é novo).
miga). c) antes de substantivos usados em sentido
The girls are my friends. (As meninas são geral.
minhas amigas). Ex: Boys like soccer.
(Meninos gostam de futebol).
Usa-se o Definite Article d) antes do nome de refeições.
a) antes de substantivo que é especificado. Ex: It’s time for lunch.
Ex: The boys of our school are in São Paulo. (É hora do almoço).
(Os meninos da nossa escola estão em e) antes de nomes de ciências e línguas.
São Paulo). Ex: English is easy.
b) antes de substantivos únicos da espécie. (Inglês é fácil).
Ex: The sun rises in the est.
2. INDEFINITE ARTICLES – A / AN (UM,
(O sol nasce no leste).
c) antes de nomes de países com as palavras UMA)
Union, United ou Republic ou cujo nome esteja no Os Indefinite Articles (A / AN) são usados
plural. com substantivos nas formas masculina, feminina e
Ex: The United States (Estados Unidos). apenas singular.
The Netherlands (Holanda). Usa-se A (um, uma)
d) antes de nomes de grupos de ilhas, penín- a) antes de palavras iniciadas com som de
sulas, estreitos, canais. consoantes.
Ex: The Bahamas (Bahamas) Ex: a boy (um garoto).
e) antes de nomes de navios. a chair (uma cadeira).
Ex: The Titanic (O Titanic) b) antes de palavras iniciadas por H, quando
f) antes de nomes de hotéis e lojas onde o este for pronunciado.
nome é impessoal. Ex: a horse (um cavalo).
Ex: The Hilton Hotel. (O Hotel Hilton) a house (uma casa).
g) antes de nomes de rios e oceanos. c) antes de palavras iniciadas com som de
Ex: The Amazon River (O rio Amazonas) semi-vogal (som de y ou w).
The Pacific Ocean (O oceano Pacífico) Ex: a university (uma universidade).
h) antes dos pontos cardeais. a year (um ano).
Ex: The sun rises in the est. a European (um europeu).
(O sol nasce no leste).
i) antes de pólos, linhas imaginárias, trópicos.
Usa-se AN (um, uma)
Ex: The Tropic of Cancer. (O trópico de
Câncer) a) antes de palavras iniciadas com som de
vogal.
j) antes de superlativos.
Ex: The best student (O melhor aluno). Ex: an egg (um ovo).
k) antes de nomes de instrumentos musicais. an apple (uma maçã).
Editora Exato 1
INGLÊS
b) antes de palavras iniciadas por H, quando 2 Complete as frases com os artigos indefinidos
este não for pronunciado. (A/AN), quando necessário:
Ex: an hour (uma hora). I’m reading _____ adventure book about _____
an heir (um herdeiro). boy.
I bought _____ used car from _____ old man
Não se usa A e AN who seemed _____ honest person.
a) antes de substantivos no plural. She is eating _____ sandwich and drinking _____
Ex: Horses are mammals. milk.
(Cavalos são mamíferos). Resolução: Usa-se A antes de palavras inici-
b) antes de substantivos incontáveis. adas por som de consoante e AN antes de palavras i-
Ex: I need some information. niciadas por som de vogal. Assim, usa-se A antes de
(Eu preciso de informação). boy (menino, garoto) e sandwich (sanduíche) e usa-se
AN antes de adventure (aventura) e old (velho).
ESTUDO DIRIGIDO Também se usa A antes de palavras iniciadas por
som de semi-vogal e AN antes de palavras iniciadas
1 O que são os artigos em inglês? por som de H, quando este não for pronunciado. Usa-
se A antes de used (usado) e AN antes de honest (ho-
2 Em geral como é usado o artigo definido (THE)? nesto). Não se usa A ou AN antes de substantivos in-
contáveis. Não há artigo antes de milk (leite). Logo, a
resposta é:
3 Quando o artigo definido (THE) não é usado? I’m reading an adventure book about a boy.
(Estou lendo um livro de aventura sobre um garoto)
I bought a used car from an old man who se-
4 Em geral como são usados os artigos indefinidos emed an honest person. (Comprei um carro usado de
(A / AN)? um senhor que parecia ser uma pessoa honesta).
She is eating a sandwich and drinking milk.
5 Quando os artigos indefinidos não são usados? (Ela está comendo um sanduíche e bebendo leite).
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 Julgue C (certo) ou E (errado) as frases, de acor-
1 Complete as frases com o artigo definido (THE), do com o uso dos artigos em inglês:
quando necessário: ( ) She speaks the Spanish.
_____ Mary doesn’t play _____ soccer but she ( ) The earth is in danger.
plays _____ guitar. ( ) The my car is new.
_____ coffee is the national drink of _____ Bra- ( ) There is a students in my room.
zil. ( ) It takes me an hour to get home.
_____ Smiths moved to _____ United Kingdom. ( ) France is a European country.
Resolução: Não se usa THE antes de nome
próprio e antes de substantivos usados em sentido ge-
ral. Assim, não há artigo antes de Mary (nome pró- Nas questões abaixo marque a alternativa correta:
prio), soccer (futebol) e coffee (café). Usa-se THE 2 ______ Andes are ______ highest mountains in
antes de nome de instrumento musical, antes de nome South América.
de família no plural e antes de nomes de países que a) The – the
estejam no plural ou com as palavras Union, United b) no article – the
ou Republic, então usa-se THE antes de guitar (gui- c) The – no article
tarra ou violão), Smiths (nome de família) e United d) no article – no article
Kingdom (Reino Unido), porém não se usa THE an-
tes de Brazil (Brasil). Portanto a resposta é:
Mary doesn’t play soccer but she plays the 3 We crossed ______ Atlantic Ocean and visited
guitar. (Mary não sabe jogar futebol mas ela sabe to- ______ Paris.
car violão). a) The – the
Coffee is the national drink of Brazil. (Café é b) no article – the
a bebida nacional do Brasil). c) The – no article
The Smiths moved to the United Kingdom. d) no article – no article
(A família Smith modou-se para o Reino Unido).
Editora Exato 2
INGLÊS
GABARITO
Estudo dirigido
1 Em inglês, há dois tipos de artigos: o Definite
Article (artigo definido) e o Indefinite Article (ar-
tigo indefinido).
2 É usado com substantivos nas formas masculina
e feminina, singular e plural.
3 Não se usa o artigo definido antes de nomes pró-
prios, antes de pronomes possessivos, antes de
substantivos usados em sentido geral, antes do
nome de refeições e antes de nomes de ciências e
línguas.
4 São usados com substantivos nas formas mascu-
lina, feminina e apenas singular. O artigo A antes
de palavras iniciadas com som de consoante e o
artigo AN antes de palavras iniciadas com som de
vogal.
5 Não se usa os artigos indefinidos antes de subs-
tantivos no plural e antes de substantivos incon-
táveis.
Exercícios
1 E, C, E, E, C, C
2 A
3 C
4 D
5 D
Editora Exato 3
INGLÊS
LESSON 2 – NOUNS
(LIÇÃO 2 – SUBSTANTIVOS)
steward (comissário) stewardess (comissária)
1. GENDER OF NOUNS (GÊNERO DOS
lion (leão) lioness (leoa)
SUBSTANTIVOS)
tiger (tigre) tigress (tigresa)
Há quatro gêneros em inglês: o masculino, o
feminino, o neutro e o comum. c) Anteposição e posposição de palavras –
O masculino é usado para se referir a pesso- Acrescenta-se uma palavra antes ou depois de pala-
as e animais do sexo masculino. Exemplos: man vras femininas ou masculinas para se determinar o
(homem), king (rei), cock (galo). gênero. Ex:
O feminino é usado para se referir a pessoas
e animais do sexo feminino. Exemplos: woman (mu- MASCULINO FEMININO
lher), queen (rainha), hen (galinha). Frenchman (francês) Frenchwoman (francesa)
O neutro é usado para se referir a coisas ina- grandfather (avô) grandmother (avó)
nimadas. Exemplos: table (mesa), door (porta), knife he-bear (urso) she-bear(ursa)
(faca). bull-elephant (ele- cow-elephant (elefante
O comum é usado para se referir a pessoas fante macho) fêmea)
de ambos os sexos. A mesma palavra é usada para o
masculino e para o feminino. Exemplos: child (crian-
ça), cousin (primo(a)), person (pessoa), neighbor (vi- 2. PLURAL OF NOUNS (PLURAL DOS
zinho(a)), doctor (médico(a)). SUBSTANTIVOS)
Diferente do português, a maioria dos subs- Para formar o plural dos substantivos em in-
tantivos em inglês têm a mesma forma para o mascu- glês, deve-se seguir as seguintes regras:
lino e para o feminino, ou seja, é comum para os dois a) Regra geral: acrescenta-se S à forma sin-
gêneros. gular do substantivo. Ex:
O gênero dos substantivos pode ser indicado
por:
SINGULAR PLURAL
a) Palavras diferentes – Os substantivos têm
car (carro) cars (carros)
formas diferentes para o masculino e para o femini-
table (mesa) tables (mesas)
no. No caso dos animas mais comuns, há em geral
palavras distintas para o macho e para a fêmea. Ex:
b) Substantivos terminados em X, S, SH,
CH, Z: acrescenta-se ES à forma do singular subs-
MASCULINO FEMININO
tantivo. Ex:
boy (menino) girl (menina)
brother (irmão) sister (irmã)
SINGULAR PLURAL
bull (boi) cow (vaca)
box (caixa) boxes (caixas)
father (pai) mother (mãe)
kiss (beijo) kisses (beijos)
man (homem) woman (mulher)
brush (escova) brushes (escovas)
nephew (sobrinho) niece (sobrinha)
watch (relógio) watches (relógios)
son (filho) daughter (filha)
buzz (zunido) buzzes (zunidos)
uncle (tio) aunt (tia)
c) Substantivos terminados em Y: há dois
b) Terminações diferentes – Acrescenta-se casos.
uma terminação (-ess) a palavra masculina para se - se o Y for precedido por vogal: aplica-se a
formar a feminina. Ex: regra geral.
- se o Y for precedido por consoante: substi-
MASCULINO FEMININO tui-se o Y por i e acrecenta-se ES. Ex:
actor (ator) actress (atriz)
waiter (garçon) waitress (garçonete) SINGULAR PLURAL
heir (herdeiro) heiress (herdeira) boy (menino) boys (meninos)
fly (mosca) flies (moscas)
Editora Exato 4
INGLÊS
Editora Exato 5
INGLÊS
4. POSSESSIVE CASE / GENITIVE CASE i) Quando o caso possessivo não for segui-
(CASO POSSESSIVO OU CASO GENITI- do pela coisa possuída: a coisa possuída está suben-
VO) tendida.
Ex: They are at the McDonald’s (Ou seja,
O caso possessivo é típico do inglês e é usa- They are at the McDonald’s Snackbar) (Eles estão
do para indicar posse. É formado pelo acréscimo de no McDonald – Eles estão na lanchonete McDonald).
um apóstrofo ( ‘ ) seguido de S após o nome do pos- j) Cuidado para não confundir o caso posses-
suidor que precederá sempre a coisa possuída. O uso sivo (‘S) com a forma abreviada do verbo to be na 3ª
de ‘S refere-se a substituição da preposição OF (de) pessoa do singular (is).
para indicar a relação de posse entre pessoas, ani- Ex: Ted’s father is a doctor (O pai de Ted é
mais, lugares, etc. Ex: médico).
John’s car (The car of John). Ted’s an intelligent boy (Ted é um garoto in-
(O carro de John). teligente).
The elephant’s trunk (The trunk of the ele-
phant). 5. NUMBERS
(A tromba do elefante). O quadro abaixo apresenta os números cardi-
Casos especiais nais e ordinais por extenso em inglês. A seguir, have-
a) Quando o possuidor estiver no plural rá algumas considerações importantes sobre o uso
(terminar em s): acrescenta-se apenas o apostrofo (‘). desses números.
Ex: The boys’ mother (A mãe dos meninos).
b) Com nomes próprios terminados em S: Cardinal Numbers Ordinal Numbers
acrescenta-se ‘S ou apenas o apostrofo (‘). (Números Cardinais) (Números Ordinais)
Ex: Iris’s house is big / Iris’ house is big (A 0 – zero -------
casa de Iris é grande). 1 – one 1st – first
c) No caso de nomes clássicos terminados 2 – two 2nd – second
em S: acrescenta-se apenas o apostrofo (‘). 3 – three 3rd – third
Ex: Jesus’ life (A vida de Jesus). 4 – four 4th – fourth
d) Com substantivos compostos: acrescen- 5 – five 5th – fifth
ta-se ‘S ou apenas o apostrofo (‘) à última palavra. 6 – six 6th – sixth
Ex: My brother-in-law’s job is interesting 7 – seven 7th – seventh
(O emprego do meu cunhado é interessante). 8 – eight 8th – eighth
e) Não se usa o caso possessivo se o possui-
9 – nine 9th – ninth
dor for um objeto: usa-se a construção OF THE ou
10 – ten 10th – tenth
a inversão.
11 – eleven 11th – eleventh
Ex: The leg of the table is broken / The ta-
ble leg is broken (A perna da mesa está quebrada). 12 – twelve 12th – twelveth
f) Com expressões de espaço, tempo e me- 13 – thirteen 13th – thirteenth
dida: usa-se o caso possessivo. 14 – fourteen 14th – fourteenth
Ex: Next week’s test (A prova da semana 15 – fifteen 15th – fifteenth
que vem). 16 – sixteen 16th – sixteenth
Ten miles’s distance (Distância de 10 mi- 17 – seventeen 17th – seventeenth
lhas). 18 – eighteen 18th – eighteenth
g) Quando se tratar de apenas 1 objeto 19 – nineteen 19th – nineteenth
possuído e vários possuidores: acrescenta-se ‘S ou 20 – twenty 20th – twentieth
apenas o apostrofo (‘) no último possuidor. 21 – twenty-one 21st – twenty-first
Ex: Bob and Sue’s mother lives in Brazil (A 22 – twenty-two 22nd – twenty-second
mãe de Bob e Sue mora no Brasil – A mãe de Bob e 23 – twenty-three 23rd – twenty-third
Sue é a mesma, ou seja, eles são irmãos). 24 – twenty-four 24th – twenty-fourth
h) Quando se tratar de vários objetos pos- 25 – twenty-five 25th – twenty-fifth
suídos e vários possuidores: acrescenta-se ‘S ou a- 26 – twenty-six 26th – twenty-sixth
penas o apostrofo (‘) a todos os possuidores. 27 – twenty-seven 27th – twenty-seventh
Ex: Bob’s and Sue’s mothers live in Brazil 28 – twenty-eight 28th – twenty-eighth
(As mães de Bob e Sue moram no Brasil – Cada um 29 – twenty-nine 29th – twenty-ninth
tem sua mãe, eles não são irmãos). 30 – thirty 30th – thirtieth
40 – forty 40th – fortieth
Editora Exato 6
INGLÊS
th
50 – fifty 50 – fiftieth ESTUDO DIRIGIDO
60 – sixty 60th – sixtieth
70 – seventy 70th – seventieth 1 Quais são os gêneros dos substantivos em inglês?
80 – eighty 80th – eightieth
90 – ninety 90th – ninetieth
2 Como é indicado o gênero dos substantivos em
100 – one / a hundred 100th – one/a hundredth
inglês?
1,000 – one/a thousand 1,000th - one/a thousandth
1,000,000–one/a million 1,000,000th–one/a millionth
Considerações sobre os números em 3 Como pode ser indicado o plural dos substantivos
em inglês?
inglês:
a) Quando escrevemos os números cardinais
ou ordinais por extenso, a unidade e a dezena são 4 O que é substantivo contável e substantivo incon-
sempre separadas por hífen. tável? Dê exemplos.
Ex:
32 – thirty-two.
84th – eighty-fourth. 5 O que é o Possessive Case? Para que ele é usado?
257 – two hundred and fifty-seven.
185th – one hundred and eighty-fifth.
b) A pontuação dos números em inglês é di- EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
ferente, na realidade, é oposta à do português. Usa-se 1 Marque a alternativa em que o gênero da palavra
vírgula no lugar do ponto e ponto no lugar da vírgula. esteja correto:
Ex: 2.125,39 (português) - 2,1225.39 (inglês). a) husband – neutro
c) Para diferenciar os números cardinais dos b) poetess – masculino
ordinais em português, usa-se os símbolos: ª ou º de- c) bed – feminino
pois dos números ordinais. Em inglês, não existe es- d) nurse – comum
tes sinais. Usa-se no lugar deles as duas últimas letras Resolução: A palavra husband significa
do número ordinal por extenso para tal diferenciação. marido, então pertence ao gênero masculino e seu
Ex: feminino é wife (esposa). A palavra poetess significa
1st – first. poetisa, então pertence ao gênero feminino e seu
15th – fifteenth. masculino é poet (poeta). A palavra bed significa
33rd – thirty-third. cama (coisa inanimada), então pertence ao gênero
d) Em inglês é comum usar o plural das de- neutro. E a palavra nurse significa enfermeira ou
zenas para se referir a décadas ou a fase de idade das enfermeiro e, como é usada para se referir a pessoas
pessoas. de ambos os sexos, é considerada do gênero comum.
Ex: A resposta correta é letra d.
In the seventies – Nos anos 70.
Ted is in his forties – Ted é “quarentão”.
e) Quando os anos são escritos por extenso, 2 Marque a alternativa que apresente os plurais de
deve-se separá-los em duas dezenas, quando se tratar fish, goose, wolf e policeman, respectivamente.
de anos até 1999. E com os anos a partir do ano 2000, a) fishes, gooses, wolfes, policemans.
a escrita é igual ao do português. b) fish, gooses, wolves, policemans.
Ex: c) fish, geese, wolves, policemen.
1568 – fifteen sixty-eight (quinze sessenta e d) fishes, geese, wolfes, policemen.
oito). Resolução: A palavra fish tem a mesma for-
1994 – nineteen ninety-four (dezenove no- ma para o singular e para o plural. O plural das pala-
venta e quatro). vras goose e policeman é irregular: geese e
2000 – two thounsand (dois mil). policemen. E o plural da palavra wolf é wolves. Res-
2010 – two thounsad and ten (dois mil e dez). posta correta letra c.
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LESSON 3 –PRONOUNS - I
(LIÇÃO 3 – PRONOMES - I)
This is my house. (Esta é minha casa).
1. DEMONSTRATIVE PRONOUNS (PRONO-
These cars are mine. (Estes carros são meus).
MES DEMONSTRATIVOS) These are her friends. (Estas são as amigas
Perto Longe dela).
Singular This este, es- That aquele, aquela, b) That e Those referem-se a algo ou alguém
ta, isto aquilo que está longe de quem fala.
Plural These estes, Those aqueles, aque- Ex:
estas, las, aquilo That girl over there is my sister. (Aquela ga-
isto rota bem ali é minha irmã)
That is my friend John. (Aquele é meu ami-
Uso dos Demonstrative Pronouns:
go John).
a) This e These referem-se a algo ou alguém Those girls are pretty. (Aquelas garotas são
que está próximo de quem fala. lindas).
Ex:
Those are my brothers. (Aqueles são meus
This book is interesting. (Este livro é interes- irmãos).
sante).
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5 Complete a frase com o pronome em inglês que 4 Na frase “They decided to spend their vaca-
completa corretamente a frase: “Come with tion in New York” a palavra grifada morfolo-
_________ (nós)”. gicamente é um Possessive Adjective
a) we. (Adjetivo Possessivo).
b) you. 5 Em inglês, sempre há um sujeito expresso nas
c) them. frases.
d) us.
GABARITO
6 Complete as frases abaixo com os pronomes que
substituem as palavras sublinhadas. Em seguida, Estudo dirigido
marque a seqüência correta:
I – The dog is in the house. ________ is in the 1 Os pronomes demonstrativos em inglês são: this
house. (este, esta, isto), these (estes, estas, isto), that (a-
II – Is Mr. Browm a doctor? ________ a doctor? quele, aquela, aquilo) e those (aqueles, aquelas,
III – Sally is French. ________ She is French. aquilo). This (singular) e these (plural) são usa-
IV – Bob and Jack are in the kitchen. ________ dos para se referir a algo ou alguém que está pró-
are in the kitchen. ximo de quem fala. E that (singular) e those
a) it – he – she – they (plural) são usados para se referir a algo ou al-
b) it – it – she – he guém que está longe de quem fala.
c) he – he – she – they 2 Os pronomes pessoais em inglês são divididos
d) it – she – he – they em: Subject Pronouns e Object Pronouns. Os
Subject Pronouns equivalem aos Pronomes do
7 Marque a alternativa que empregou corretamente Caso Reto em português e têm função de sujeito
os possessivos em inglês: das frases e por isso são colocados sempre antes
a) Those shoes are his. do verbo principal. Os Object Pronouns equiva-
b) This sweater is her. lem aos Pronomes do Caso Oblíquo em portu-
c) I don’t like theirs friends. guês e têm função de objeto (direto ou indireto)
d) You can sell yours car. das frases sendo posicionados depois de verbos
ou preposições.
8 Marque a alternativa que complete corretamente 3 Os possessivos (tanto adjetivos quanto prono-
a frase: “We are reading ________ books. Is she mes) são usados para indicar posse em inglês. Os
adjetivos possessivos são usados como adjetivos
reading ________ ?”.
a) our – her. nas frases sempre acompanhando o substantivo.
b) ours – her. E os pronomes possessivos são usados como pro-
c) ours – hers. nomes nas frases substituindo os substantivos.
d) our – hers. Exercícios
1 B
9 Na frase “These are _________ pen, not 2 C
________” qual a alternativa que contém os pos-
sessivos para completá-la corretamente? 3 C
a) my – your. 4 B
b) my – yours.
c) mine – yours. 5 D
d) mine – your. 6 A
7 A
10 Julgue C (certo) ou E (errado) as afirmações a 8 D
seguir sobre o uso dos pronomes:
1 A frase “Those are my parents” está no plural. 9 B
2 Na frase “The dog is old” “The dog” pode ser 10 C, E, E, C, C
substituído por “He”.
3 Na frase “Joe and I live in Miami” “Joe and
I” pode ser substituído por “They”.
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2 Marque a alternativa em que o verbo there to be 5 Assinale a alternativa que responda a pergunta
esteja sendo corretamente usado. “Are the children happy?”
a) There is children in the garden. a) Yes, he is.
b) Are there many students in class? b) Yes, it is.
c) There is not three cars in the street. c) Yes, they are.
d) There are an orange in the basket. d) No, they are.
Resolução: A concordância do verbo there to
be acontece com o verbo to be. Se o susbtantivo que
acompanha a expressão there to be estiver no singu- 6 Marque a alternativa que usa corretamente o ver-
lar, usa-se is. Se o substantivo que acompanha a ex- bo there to be:
pressão there to be estiver no plural, usa-se are. O a) There are chairs in the class.
sunstantivo da primeira frase é children (crianças) b) Is there teachers at school?
que está no plural, então deve-se usar are. O subs- c) Are there a flower in the vase?
tantivo da segunda frase é students (alunos) que está d) There is problems in my life.
no plural, então deve-se usar are também. O subs-
tantivo da terceira frase é cars (carros) que também 7 Marque a alternativa que completa corretamente
está no plural devendo também usar are na frase. Na a frase: “____________ a clock on the wall”:
última frase, o substantivo é orange (laranja), que es- a) There are.
tá no singular, então deve ser usado is na frase. As- b) There is.
sim a resposta é a letra b. c) There to be.
d) There have.
EXERCÍCIOS
1 Marque a alternativa que complete corretamente 8 Marque a alternativa que completa corretamente
a frase: “Mr. Jone and I ________ happy but the a frase “In my school _____________ many stu-
girls __________. dents”:
a) are – aren’t. a) there have.
b) is – aren’t. b) there to be.
c) am – isn’t. c) there is.
d) are – am not. d) there are.
2 Marque a alternativa que utiliza o verbo to be na 9 A frase “There is a mistake in your exercise” no
forma negativa correta: plural é:
a) Alice and Nancy isn’t in my house. a) There is not a mistake in your exercise.
b) The bue car am not expensive. b) There is many mistakes in your exercises.
c) She and I aren’t Brazilian. c) There are many mistakes in your exercises.
d) We isn’t American. d) There to be many mistakes in your exercices.
3 De acordo com as regras de formação de frases 10 Qual é a tradução correta da frase “There are
interrogativas com o verbo to be, marque a alter- beautiful girls at the club”?
nativa correta: a) Existem rapazes bonitos no clube.
a) Are you my teacher? b) Existem garotas bonitas no clube.
b) She is my mother? c) Existe garotas bonitas no clube.
c) The is cat mine? d) Existe garota bonita no clube.
d) Is you sick?
GABARITO
4 Marque a alternativa que apresenta corretamente
a transformação da frase “They are easy and che-
Estudo dirigido
ap to fix“ para a 3ª pessoa do singular:
a) I am easy and cheap to fix. 1 São três motivos. Primeiro, pelo seu significado
b) You are easy and cheap to fix. (é o verbo ser ou estar em português); segundo,
c) We is easy and cheap to fix. por ser um verbo irregular (sua conjugação é di-
d) It is easy and cheap tp fix. ferente dos outros verbos); e, terceiro, por ser
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LESSON 5 – IMPERATIVE
(LIÇÃO 5 – IMPERATIVO)
O Imperativo é um dos três modos verbais do Ex:
inglês e seu uso é semelhante ao português. Ele é u- to go = ir – (You) Go home! (Vá para casa!)
sado para expressar uma ordem, um pedido ou um to answer = atender – (You) Don’t an-
oferecimento. O imperativo pode ser usado também swer the phone! (Não atenda ao telefone!).
em sugestões, conselhos, instruções, proibições, avi-
sos, convites, etc. ESTUDO DIRIGIDO
Para se formar o imperativo basta eliminar a
partícula to do infinitivo do verbo. Ex: 1 Para que é usado o modo imperativo em inglês?
to close = fechar – Close the door! (Feche a
porta!). 2 Como é formado o modo imperativo em inglês?
O modo imperativo também pode ser usado
na forma negativa, para isso basta acrescentar don’t
antes do verbo no infinitivo sem o to. Ex: 3 Como é formado o imperativo negativo em in-
to speak = falar – Don’t speak so loud! (Não glês?
fale tão alto!).
Observe a tabela abaixo com mais alguns e-
xemplos de verbos no modo imperativo. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
EXERCÍCIOS GABARITO
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to kiss = beijar
He kisses his mother before sleeping.
(Ele beija sua mãe antes de dormir).
to brush = escovar She brushes her hair in the morning.
(Ela penteia o cabelo pela manhã).
to watch = assistir She watches tv in the afternoon.
(Ela assiste tv de tarde).
to fix = consertar He fixes cars.
(Ele conserta carros).
to buzz = zumbir The bee buzzes a lot.
(A abelha faz muito zunido).
to go = ir She goes to school on foot.
(Ela vai para a escola a pé).
Editora Exato 20
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nome sugere, eles apenas ajudam a formar a negativa na forma interrogativa), o verbo principal perde o S,
e a interrogativa das frases. Quando o verbo to do ES ou IES que se acrescenta na conjugação da forma
(do/does) é usado como principal significa fazer. afirmativa.
Usa-se do quando o sujeito for I (eu), You Na forma negativa, usa-se ainda a partícula
(tu/você), We (nós) ou They (eles/elas) e usa-se does de negação not junto com o verbo auxiliar do / does
para a 3ª pessoa do singular, ou seja, quando o sujeito que é posicionado antes do verbo principal das frases.
for He(ele), She (ela) e It (ele/ela – neutro). Observe a conjugação de dois verbos na forma nega-
Quando se usa o verbo auxiliar does na 3ª tiva na tabela abaixo.
pessoa do singular (tanto na forma negativa quanto
to go = ir to study = estudar
Forma Negativa Forma Contraída Forma Negativa Forma Contraída
I do not go I don’t go I do not study I don’t study
You do not go You don’t go You do not study You don’t study
He does not go He doesn’t go He does not study He doesn’t study
She does not go She doesn’t go She does not study She doesn’t study
It does not go It doesn’t go It does not study It doesn’t study
We do not go We don’t go We do not study We don’t study
You do not go You don’t go You do not study You don’t study
They do not go They don’t go They do not study They don’t study
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d) Our children aren’t are facing serious prob- Exemplo: Are they studying now? (Eles estão es-
lems. tudando agora?).
TEORIA LITERÁRIA
1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUN- Função Metalingüística: é centrada no có-
ÇÕES DA LINGUAGEM digo e caracteriza-se pela explicação da lin-
guagem por meio da própria linguagem.
O homem é um ser social e, portanto, necessita As funções de linguagem concorrem entre si,
comunicar-se. Assim, emite uma série de mensagens, isto é, num mesmo texto aparece mais de uma função
transmitidas por meio dos mais diferentes códigos. mas, normalmente, uma é predominante.
Essas mensagens falam sobre algo e, para sua trans-
missão, necessitam de um canal de comunicação. 2. SIGNO LINGÜÍSTICO
E a cada uma dessas emissões, percebe-se, no O signo é um código verbal ou não-verbal, que
emissor, uma intenção, que varia de acordo com o serve como instrumento de comunicação. Possui duas
seu interesse sobre os elementos da comunicação. A partes indissociáveis: o significante, que diz respeito
essas intenções chamamos “Funções da Linguagem”, à sua forma, e o significado, referente ao seu conteú-
as quais mantêm estreita relação com os elementos do.
utilizados no ato comunicativo. O signo lingüístico é um código verbal, ou se-
REFERENTE ja, aquele que usa essencialmente a palavra, seja ela
(Referencial) escrita, seja ela falada. O significante, portanto, dirá
respeito sempre à identificação dos sons, na palavra
pronunciada, ou das letras, na palavra escrita. Por ou-
EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR tro lado, o significado referir-se-á ao conceito que se
(Emotiva) (Poética) (Conativa)
tem do significante.
CÓDIGO SIGNO LINGÜÍSTICO = material = concreto = forma = sons / letras
(Metalingüística)
Imaterial abstrato conteúdo conceito
CANAL
(Fática) Denominam-se polissemia os vários significa-
dos de mesma origem para um mesmo significante.
Funções da Linguagem EX:
O teto lá de casa precisa de reparos.
Função Referencial: é centrada no referen-
Coitado! Não tem teto onde morar.
te, no assunto, e apresenta linguagem obje-
Você tá velho, hein! Perdeu até o teto.
tiva, clara, definida, em que predomina a
Normalmente a polissemia abrange a denota-
denotação, usando-se sempre a 3ª pessoa do
ção, que pode ser entendida como a palavra usada em
discurso.
seu sentido real, claro, objetivo, na primeira acepção
Função Emotiva: é centrada no emissor, a-
do dicionário; e a conotação, que se entende por sen-
presenta linguagem subjetiva, em que há
tido figurado, ou seja, quando se retira a palavra de
traços estilísticos, como interjeições, pontu-
seu sentido original e atribui-se a ela novos sentidos.
ação expressiva, adjetivos e há o uso da 1ª
A denotação e a conotação levam-nos a mais
pessoa do discurso.
dois conceitos importantes no estudo da literatura.
Função Conativa (Apelativa): centra-se no
São eles: texto literário e texto não-literário. Como
receptor, apresenta vocativos, frases impe-
identificá-los?
rativas e optativas, busca convencer o des-
O texto não-literário, normalmente, é centrado
tinatário da mensagem e usa a 2ª pessoa do
no plano de conteúdo, pois seu objetivo é fornecer in-
discurso.
formação, ou seja, usando a linguagem denotativa,
Função Fática: é centrada no canal, busca
informar o receptor sobre algo.
assegurar a comunicação, a transmissão da
Veja o exemplo abaixo:
mensagem, é o canal sendo testado para
Fotossíntese – Da ação da luz sobre os vege-
medir sua eficiência.
tais verdes depende o mais importante de todos os
Função Poética: centra-se na mensagem,
fenômenos vitais, escravizando todos os seres vivos.
tem por objetivo deixar a mensagem mais
Exteriormente, a fotossíntese se manifesta pela
expressiva, através da seleção e da combi-
troca de gases entre o vegetal e a atmosfera: o vege-
nação dos signos, e não se restringe apenas
tal absorve CO2 e elimina Oxigênio. Duas condições
à poesia.
são necessárias para que o fenômeno se realize: uma
é a presença de clorofila; consiste em absorver uma
Editora Exato 1
LITERATURA
parte das radiações solares, cuja energia é então a- par e figurada. A esse desvio estilístico, chamaremos
proveitada para reações químicas no interior da Figuras de Linguagem.
planta.
4. FIGURAS DE LINGUAGEM
Nessa função, as radiações vermelhas são as
mais eficazes, vindo depois do aspecto, o vileta. Na Figuras de linguagem são, portanto, recursos
faixa correspondente ao verde, o fenômeno é quase literários que exploram e recriam formas, estruturas e
nulo. significados, produzindo um efeito artístico e inova-
O mais importante, porém, é que, graças à e- dor, chamado estranhamento.
nergia solar absorvida, a planta verde decompõe o Elipse: é a omissão de um termo que pode
CO2 em seus elementos (carbono e oxigênio), devol- ser deduzido pelo contexto. Seu principal
ve o oxigênio à atmosfera, e unindo o carbono aos efeito é a concisão.
materiais da seiva, fabrica substâncias orgânicas. Exemplo:
Esta síntese, efetuada sob a ação da luz, é que justifi- No céu, dois fiapos de nuvens.
ca a denominação de Fotossíntese dada ao fenôme- (No céu, há/existem dois fiapos de nuvens).
no.
Normalmente, a elipse de um termo essencial é
3. TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO marcada por vírgulas.
Pleonasmo: é a repetição de um termo ou
O texto literário, ao contrário do não-literário,
idéia óbvia.
apresenta o trabalho com a linguagem, fixa-se no ní-
O efeito é o reforço da expressão.
vel do plano da expressão, em que predomina a cono-
Exemplo:
tação. Neste caso, a expressão sobrepõe-se ao
Rolou pela escada abaixo.
conteúdo, resultando nas várias significações do tex-
Resta-me a mim somente uma solução.
to.
Leia o texto abaixo, comparando-o ao texto O pleonasmo vicioso constitui um defeito de
não-literário: linguagem.
Luz do Sol Exemplo:
(Caetano Veloso) “subir para cima”/ “descer para baixo”/ “sair
Luz do sol, para fora”.
Que a folha traga e traduz Polissíndeto: é a repetição de conjunção,
Em verde novo, em folha, em graça geralmente, a coordenativa aditiva “e”.
Em vida, em força e em luz Exemplo:
Céu azul E foge, e volta, e vacila, e treme, e solta a voz,
Que vem até onde os pés tocam a terra e canta.
E a terra expira e exala seus azuis. Assíndeto: é a ausência, a omissão de con-
Reza, reza o rio junção.
Córrego pro rio Exemplo:
O rio pro mar Subira à janela, sondava os arredores, gritava a
Reza a correnteza plenos pulmões.
Roça a beira Anáfora: é a repetição da mesma palavra
Doura a areia ou expressão, no início de frases ou versos.
Exemplo:
Marcha o homem sobre o chão, “Se você gritasse,
Leva no coração uma ferida acesa “Se você gemesse,
Dono do sim e do não “Se você tocasse a valsa vienense,
Diante da visão da infinita beleza “Se você dormisse,
Finda por ferir com a mão essa delicadeza, “Se você cansasse,
A coisa mais querida “Se você morresse,
A glória da vida. Mas você não morre,
Você é duro, José!”
Na construção do texto literário, como já foi (Carlos Drummond de Andrade)
dito, o uso da linguagem conotativa se torna muito Aliteração: é a repetição de sons consonan-
mais imponente que o uso da denotação. A conotação tais para sugerir um objeto ou as caracterís-
se fará presente, nestes textos, através da construção ticas desse objeto.
de imagens resultantes de uma linguagem única, ím- Exemplo:
“Acho que a chuva ajuda a gente se ver”.
(Caetano Veloso)
Editora Exato 2
LITERATURA
Editora Exato 3
LITERATURA
Oô...
Foge, bicho b) Levando-se em conta o formato do poema
Foge, povo (versos curtos, estrofes longas), que imagem
Passa ponte visual ele sugere?
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade c) Localize duas estrofes em que significante e
De cantar significado estão igualmente destacados, con-
ferindo ao poema força e sonoridade.
Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Editora Exato 4
LITERATURA
c)
d) "Eu te peço perdão por amar de repente Os esquemas abaixo referem-se às questões 3 e 4.
Embora o meu amor seja uma velha canção
nos teus ouvidos. 2 Observe os quatro esquemas dos processos de
Das horas que passei à sombra dos teus gestos comunicação para julgar os itens abaixo:
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eterna- 1. A B 2. A B
mente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolica-
mente" A
(Vinicius de Moraes) B
e) ..Fuzuê. S.M. Bras. 1. Festa, função. 2 Barulho, A B
3. 4.
confusão, conflito.
Editora Exato 5
LITERATURA
4 Considera-se efetiva a comunicação apenas no não têm comparação com os da realidade concreta.
esquema 3. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes
um sentimento de experiência, uma compreensão e
um julgamento das coisas humanas, um sentido da
3 Os itens abaixo relacionam situações equivalen- vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da
tes aos esquemas dados; julgue as proposições vida, o qual sugere antes que esgota o quadro.
considerando o processo de comunicação. A literatura é, assim, vida, parte da vida, não se
1 A conversa entre um americano e um brasileiro admitindo que possa haver conflito entre uma e outra.
que estuda inglês há pouco tempo pode ser re- Através das obras literárias, tomamos contato com a
presentada pelo esquema 2. vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os
2 O esquema 1 caracteriza a tentativa de conver- homens e lugares porque são as verdades da mesma
sa entre um brasileiro e um japonês em que um condição humana.
não fala a língua do outro. (COUTINHO, Afrânio, Notas de Teoria Literária. 2. ed,
3 A palestra de um professor universitário sobre Rio de Janeiro)
física nuclear a alunos de 2º grau é indicada
pelo esquema 4.
4 Pessoas que falam a mesma língua de mesmo 5 O título do texto propõe o conceito de literatura.
nível em perfeito entendimento, não teriam re- Julgue os itens.
presentatividade nos esquemas dados. 1 Segundo o texto, literatura e língua são com-
ponentes artísticos.
2 O artista é o responsável pela criação literária.
4 Todas as afirmativas estão corretas, exceto: 3 Na literatura, a realidade é forjada.
a) na obra literária predomina a função poética da 4 O sentido da vida entra em conflito com a lite-
linguagem, ainda que as demais estejam pre- ratura, pois aquele é modificado em função
sentes; desta.
b) o caráter arbitrário do signo lingüístico não 5 A vida revela-se por meio das obras de arte.
pode ser determinado nem observado em tex-
tos literários.
c) os conceitos de cultura, língua e literatura es- 6 De acordo com as funções da linguagem, julgue
tão estreitamente ligados; os itens abaixo:
d) a criação literária é, fundamentalmente, a cria- 1 Apesar de tratar sobre literatura, o texto é não-
ção de um estilo que oferece determinada cisão literário, pois nele predomina a função referen-
do homem e do mundo. cial da linguagem.
e) literatura é a criação, a invenção mediante a 2 Dizemos que há metalinguagem quando se uti-
sensibilidade do autor num processo estético e liza um código para se falar dele próprio. As-
textual. sim, um filme que discorre sobre o próprio
cinema, um poema que fala sobre a própria po-
esia são exemplos de metalinguagem. Este
conceito de função metalingüística não é ob-
Considere o texto abaixo, para responder às questões servado no texto.
de 6 a 8. 3 A função metalingüística da linguagem con-
O que é literatura centra-se no próprio código; isto é, o código é
A literatura, como toda arte, é uma transfigura- o tema da mensagem ou serve para explicar o
ção do real, é a realidade recriada através do espírito próprio código. No texto, a metalingüística i-
do artista e retransmitida através da língua para as nexiste.
formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma 4 No último parágrafo, o autor inclui a função
corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra, conativa.
autônoma, independente do autor e da experiência da
realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram, às
vezes, origem, perderam a realidade primitiva e ad- 7 Reconheça quais dos textos foram escritos em
quiriram outra, graças à imaginação do artista. São linguagem literária e quais em linguagem utilitá-
agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos na- ria. A autoria e a fonte dos textos foram suprimi-
turais objetivados pela ciência, ou pela história, ou das propositadamente.
pela sociedade? a) "O homem velho deixa vida e morte para trás.
O artista literário cria, ou recria, um mundo de Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca
verdades que não são mensuráveis pelos mesmos pa- mais. O grande espelho que é o mundo ousaria
drões das verdades fatuais. Os fatos que manipulam
Editora Exato 6
LITERATURA
refletir os seus sinais. O homem velho é o rei 9 Leia o texto abaixo, transcrito de uma pichação
dos animais”. de muro em São Paulo:
b) "Para o mundo, quando era quinhentos anos Eternamente
mais novo, os contornos de todas as coisas pa- É ter na mente
reciam mais nitidamente traçados do que nos Éter na mente
nossos dias. O contraste entre o sofrimento e a Eternamente
alegria, entre a adversidade e a felicidade apa-
recia mais forte." Pode-se considerar este texto como artístico,
c) “A rede de tricô era áspera entre os dedos, não principalmente porque:
íntima como quando a tricotara. A rede perde- a) traduz, de maneira límpida, a idéia de eterni-
ra o sentido e estar num bonde era um fio par- dade.
tido; não sabia o que fazer com as compras no b) trabalha um arranjo de signos a partir de um só
colo. E como uma estranha música, o mundo vocábulo, relacionando-os entre si.
recomeçava ao redor”. c) participa socialmente de um contexto, por estar
d) “Autoridades culturais italianas estão tentando pichado num muro.
levantar fundos (com participação internacio- d) evoca uma mensagem poética, a partir do dado
nal) para desenterrar e recuperar os tesouros da imortalidade.
arqueológicos da cidade de Herculano, destru-
ída, com Pompéia, pelo vulcão Vesúvio (sul de
Nápoles)”. GABARITO
e) "Os sapatos ficam entre os pés e o chão, no que
são como as palavras. As meias entre os pés e Estudo Dirigido
os sapatos, como os adjetivos. Os verbos, pas- 1
sos. Cadarços, laços. Os pés caminham lado a a) O poeta usa a expressão café com pão três ve-
lado, calçados. Sapatos são calçados. Porque zes para reproduzir os primeiros movimentos
são e porque são usados. Palavras são pedaços. do trem. O significado delas pouco diz, mas
Os pés descalços caminham calados". elas são perfeitas quanto à tonicidade.
b) Sugere o desenho de um trem e seus vagões.
8 Os textos a seguir apresentam linguagem conota- c) à 4ª e a última.
tiva e literária. Procure compreender as idéias Exercícios
fundamentais de cada um deles ou reescreva-os
1
em linguagem denotativa e utilitária.
a) referencial.
a) ando tão à flor da pele b) poética.
que qualquer beijo de novela me faz c) metalingüística.
chorar d) emotiva.
ando tão à flor da pele e) metalingüística.
que teu olhar flor na janela me faz mor- f) emotiva/poética.
rer g) conativa.
(Zeca Baleiro)
2 C, E, E, E
b) Dezembro
3 C, C, C, C
Oiti: a cigarra zine:
convite à praia. Tine 4 B
o sol no quadril, e o míni 5 C, C, C, E, E
véu, dissolve, do biquíni.
(Carlos Drummond de Andrade) 6 C, E, E, E
7
c) o vazio do quarto a) Caetano Veloso – linguagem literária.
É o avesso da festa b) Johan Huizinga – linguagem utilitária.
O avesso do vício c) Clarice Lispetor – linguagem literária.
De te namorar d) Folha de São Paulo – linguagem utilitária.
(Daniela Mercury e Durval Lelys)) e) Arnaldo Antunes - linguagem literária.
Editora Exato 7
LITERATURA
8
a) O eu-lírico se diz sensível a assuntos sentimen-
tais, provavelmente por estar apaixonado ou
muito carente.
b) faz calor e uma mulher de biquíni toma sol na
praia.
c) A ausência provoca uma grande tristeza.
9 B
Editora Exato 8
LITERATURA
GÊNEROS LITERÁRIOS/VERSIFICAÇÃO
Segundo a classificação, desde a Antiguidade marcas reais de encenação, tais como posi-
Clássica, os gêneros são: ção dos personagens em palco, cenário,
vestimenta. A sua primeira forma foi a tra-
1. GÊNERO LÍRICO
gédia, na Antiguidade Clássica, cuja maté-
A palavra “lírico” refere-se à lira, instrumento ria era retirada do mundo dos grandes
de cordas que acompanhava o canto. Este gênero acontecimentos míticos e das situações li-
compreende a poesia breve, estruturada em pequenas mites. É a presentificação de um mundo em
estrofes. Normalmente seus temas relacionam-se à conflito: o homem arrastado por forças in-
consciência do poeta em face de seu interior, das e- superáveis de paixões, desencadeando em
moções da alma e do mistério transcendentes, cria destinos adversos que o vencem sempre.
uma realidade imitada em que o EU está em autocon- No Renascimento, Shakespeare retomou es-
templação ou expansão dos sentimentos e emoções. te espírito na Inglaterra, e, na França, Cor-
neille e Racine. No romantismo, foi
2. GÊNERO ÉPICO substituído pelo drama, que focaliza as re-
Originária do grego, a palavra “épico” é a fu- lações humanas no plano social, próximo à
são de duas outras, também gregas: “épos”, que sig- realidade do cidadão comum.
nifica: ” verso” e “poieô”, a primeira pessoa do verbo Prosa: narrativa literária de ficção ou não,
“fazer” “agir”. Trata-se de poesia narrativa, estrutu- estruturada em longos ou breves capítulos
rada em longas estrofes, referindo-se aos homens de ou partes, divididos em parágrafos. O fic-
caráter elevado, os heróis, e suas ações grandiosas. cionista (desde o século XVIII) é o obser-
Neste caso, o poeta é observador, interferindo o mí- vador do mundo à sua volta; suas histórias
nimo possível nos fatos, narrando acontecimentos re- são imaginadas e pode haver seu envolvi-
lacionados a povos e a um herói que vence todos os mento emocional nos fatos narrados; ele fil-
obstáculos pela elevação do caráter. tra o mundo social por meio do individual.
Compreende o romance, a novela, o conto e
3. GÊNERO DRAMÁTICO a crônica, a fábula e o apólogo.
Também do grego, “drama” significa “ação”. a) O romance: a palavra origina-se do latim (“ro-
Neste gênero, a poesia é dialogada. Divide-se nas se- mans”, “romancius”, “ romanço”) e designava o
guintes modalidades: falar dos povos sob o domínio romano, a lingua-
Tragédia: tematiza os grandes conflitos da gem popular e, depois, composições literárias de
condição humana, vividos por homens su- caráter folclórico, popular. Hoje, o romance é
periores. Seus heróis são arrastados pela fa- uma estrutura narrativa de temática variada que
talidade. recria o mundo, transfigura a realidade, produ-
Comédia: mostra o ridículo, a mediocridade zindo e ampliando outra realidade: a artística. O
do mundo real, concreto e mesquinho, onde romance ocupou o lugar de vários gêneros da li-
agem homens inferiores ou tolos, é uma crí- teratura clássica, como a epopéia e, até mesmo, a
tica de costumes. tragédia.
b) A novela: a origem da palavra também é latina,
4. CLASSIFICAÇÃO MODERNA com sentido inicial de “novo”. Na Idade Média
Na classificação moderna, temos como gêne- passou a indicar enceno. Literariamente, a novela
ros literários. desenvolve um jogo de paixões, de conflitos. Sua
ação é polivalente, com vários ângulos dramáti-
Poesia: tanto em forma lírica quanto épica, cos, sem unidade espacial; possui variabilidade
utiliza linguagem verbal artística, rítmica temática.
ou melódica: a poética – representada por c) O conto: apresenta um único ângulo dramático,
versos, isto é, linha de palavras que criam um conflito, a ação é restrita, assim como o espa-
determinado ritmo, estruturas em estrofes, ço.
contendo ou não rimas. O tempo e o número de personagens são reduzi-
Teatro: atualmente pode ser em prosa ou dos. O conto é o embrião da novela e do roman-
verso estruturado em cenas. É representado ce.
por meio de diálogos ou monólogos (soliló- d) A crônica: o nome vem de “Cronos”, do grego,
quios) de personagens; pode apresentar que significa tempo. Inicialmente, nomeava os
textos históricos de feitos nobres ou livros de li-
Editora Exato 9
LITERATURA
nhagens. Depois, por meio dos jornais, escritores Note: em todos os versos há sete sílabas métri-
famosos passaram a divulgar textos de fatos coti- cas ou poéticas, e a contagem destas só se faz até a
dianos e de caráter atemporal. Atualmente, a crô- última sílaba tônica da última palavra do verso.
nica jornalística trata de assuntos diversos: Escandir um verso é dividi-lo em sílabas mé-
esportes, futebol, artes, vida social. Já, a literária tricas. E, quanto ao número de sílabas, os versos po-
invoca um humor crítico e bizarro, um caráter dem ser classificados como:
melancólico ou fatos cotidianos. Em ambos os ti- Classificação dos versos
pos, o narrador é onisciente, o ponto de vista é Quanto ao metro: número de sílabas:
interno, conhece a estória, porém não participa
dela, normalmente. A crônica pode reunir a nar-
a) Monossílabos
ração e a dissertação.
b) Dissílabos
Crítica estética: ocupa-se em julgar as o-
c) Trissílabos
bras literárias e discernir sobre seus méto-
d)Tetrassílabos
dos. É o exame intelectual da expressão
e) Pentassílabos ou redondilha menor
artística. Compreende os ensaios, os arti-
f) Hexassílabos
gos, as resenhas, as análises de texto.
g) Heptassílabos ou redondilha maior
5. NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO h) Octossílabos
i) Eneassílabos
Versificação é a arte de fazer versos. j) Decassílabos
Verso é o nome da linha do poema. Assim, ca- Heróico
da linha abaixo constitui um verso: Sáfico
Minha terra tem palmeiras, k) Hendecassílabos
Onde canta o sabiá;
l) Dodecassílabos ou:
As aves que aqui gorjeiam, Alexandrinos
Não gorjeiam como lá. Gonçalves Dias) m) Bárbaros (mais de 12 sílabas)
O conjunto de versos se chama estrofe ou es-
tância. Os versos sem métrica constante chamam-se
Todo verso possui, normalmente, estes ele- livres.
mentos: metro, ritmo e rima, dos quais os primeiros Classificação das Estrofes
são os mais importantes.. a) dístico ou parelha
Metro – é a extensão da linha poética, o nú- b) terceto
mero de sílabas do verso. c) quarteto ou quadra
As sílabas de um verso recebem o nome de sí- d) quintilha
labas métricas e devem ser contadas auditivamente e e) sextilha
obedecer aos princípios: f) setilha
quando houver vogal no fim de uma pala- g) oitava
vra e vogal no início da palavra seguinte, h) nona
formando ditongo (grande amor = gran- i) décima
dia-mor; campo alcatifado = cam-pual-ca- Ritmo – é a música do verso. Para que um ver-
ti-fa-do) ou crase (minha alma = mi-nhal- so tenha ritmo, usam-se sílabas fortes e sílabas fracas,
ma; santo orvalho = san-tor-va-lho), conta- com intervalos regulares. A seqüência rigorosa des-
se apenas uma sílaba; sas sílabas é que dá ao verso música, harmonia e be-
no verso, a contagem de sílabas métricas se leza.
faz somente até a sílaba tônica da última
palavra. Portanto, se a palavra for paroxíto- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Só a le ves pe ran çaem to da(a) vi (da)
na, não se conta a última sílaba; se for pro- dis far ça(a) pe na de vi ver mais na (da)
paroxítona, as duas últimas sílabas serão
desprezadas. Rima – é a identidade ou semelhança de sons,
Vamos, então, tomar os versos já vistos e divi- a partir da vogal tônica, entre duas ou mais palavras.
di-los em sílabas métricas: Exemplo:
“Quando a chuva cessava e um vento fino
1 2 3 4 5 6 7
Franzia a tarde tímida e lavada,
Mi nha te rra tem pal mei (ras) Eu saía a brincar pela calçada,
On de can ta o sa bi á
As a ves Que a qui gor jei (am)
Nos meus tempos felizes de menino”
Não gor jei am co mo lá
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LITERATURA
Editora Exato 11
LITERATURA
EXERCÍCIOS a) dramático.
b) satírico.
1 Responda: c) lírico.
a) O trágico e o cômico são manifestações princi- d) épico.
pais de que gênero literário? e) cronístico.
b) Qual a função da linguagem predominante no
gênero dramático?
6 As rimas que se operam segundo o esquema aa,
c) Como podemos relacionar os gêneros lírico e
bb, cc são emparelhadas. São encadeadas as ri-
dramático do ponto de vista das emoções?
mas em que a última palavra de um verso rima
d) Qual a função da linguagem predominante no
com outra no meio do verso seguinte. As que se
gênero lírico?
operam segundo o esquema abba são chamadas:
e) Uma obra épica pode conter passagens líricas?
a) Opostas.
Justifique.
b) Pobres.
c) Intercaladas.
2 Assinale as opções corretas: d) Ricas.
a) Gênero lírico é aquele em que o poeta expressa e) Misturadas.
seu mundo interior, seus sentimentos e emo-
ções, sua atitude perante o mundo e os ho-
mens. GABARITO
b) O gênero narrativo se caracteriza pela repre-
sentação da ação no palco, incluindo o drama, Estudo Dirigido
a tragédia, a comédia... 1 Duas quadras ou quartetos e dois tercetos.
c) O romantismo, ao valorizar a liberdade de cri-
ação e a incontida expressão do sentimento, 2 A / mo / te a / fim, / de um / cal / mo a / mor / pres
opôs-se ao Arcadismo, que ainda obedecia à /tan / E / te a / mo a / lém / pré / sem / te / na / sau /
maior racionalidade e às normas prefixadas pe- da.
la arte poética. Quanto à métrica, os versos são decassílabos.
3 ABAB ABBA CDC DCD: alternadas, interpola-
3 Qual a alternativa que relaciona, pela ordem, as das e misturadas.
afirmações abaixo com os gêneros literários? 4 A concepção de um amor total, isto é, uma total
1. Há sucessividade de células dramáticas. entrega à pessoa amada a ponto de morrer de tan-
2. Narração sem conflito. Um simples relato. to amar.
3. É portador de um só conflito, uma unidade, Exercícios
número reduzido de personagens.
4. Narrativa longa que nos dá pelo conflito das 1
personagens certa concepção da realidade. a) gênero dramático.
a) romance – conto – crônica – novela. b) função conativa.
b) conto - romance – crônica – novela. c) no gênero lírico predomina a projeção dos sen-
c) novela – crônica – conto – romance. timentos do autor (1ª pessoa); o dramático pro-
d) novela – conto – crônica – romance. cura provocar as emoções do público (2ª
e) conto – novela – crônica – romance. pessoa).
d) função emotiva.
e) Sim, pois na autêntica obra literária participa-
4 O gênero dramático, entre outros aspectos, apre- vam os três gêneros: épico, lírico e dramático.
senta como característica essencial: A classificação se baseia na predominância de
a) a presença de um narrador. um sobre os demais.
b) a estrutura dialógica.
c) o extravasamento lírico. 2 A, C
d) a musicalidade. 3 C
e) o descritivismo.
4 B
5 C
5 O soneto é uma das formas poéticas mais tradi-
cionais e difundidas nas literaturas ocidentais e 6 C
expressa, quase sempre, conteúdo:
Editora Exato 12
LITERATURA
LITERATURA PORTUGUESA
Momento histórico Características
Estende-se do final do séc. XII ao Predominância da arte poética;
início do séc XV; Presença do ambiente campestre;
Consolidação da independência Lirismo amoroso;
do país; Remissão a aspectos da vida na
Base de produção feudal; Corte;
Agricultura: atividade principal; Presença constante do aspecto reli-
Aristocracia feudal representada gioso;
TROVADORISMO pela nobreza e pelo clero; Teocentrismo;
(1198 / 1434) Agricultores representados por Lamentos de amores impossíveis
colonos e servos. ou perdidos;
Refrões;
Atos heróicos dos cavaleiros (nove-
las de cavalaria);
Cantigas;
Líricas: amor e amigo;
Satíricas: escárnio e maldizer.
Editora Exato 13
LITERATURA
ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO
1. INTRODUÇÃO Classicismo e pelo barroco. O romantismo represen-
tará uma inovação em todos os sentidos.
O nome Arcadismo designa, especialmente, o
novo estilo de época na literatura e provém da pala- 2. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA
vra Arcádia, região lendária da Grécia, habitada por PRODUÇÃO ARTÍSTICA
pastores e protegida pelo deus Pan. Vivia-se ali em
perfeita integração com a natureza. A Arcádia simbo- A literatura produzida no Brasil revela caracte-
lizava, portanto, “o paraíso”. O Arcadismo é também rísticas neoclássicas do Arcadismo português, embo-
chamado Neoclassicismo, porque é uma volta à Anti- ra já se note preocupação por parte dos brasileiros em
güidade clássica greco-romana, propondo-se a explo- afastar-se dos modelos portugueses e uma busca de
rar a estética desta época e também a do expressão nacional.
Renascimento, no século XVI. 1. Racionalismo - ênfase à razão, ao conhecimento
O ano de 1768 é considerado a data inicial do e à ciência. A beleza e o racional caminham lado a
Arcadismo no Brasil, com dois fatos marcantes: a lado.
fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica; a 2. Objetividade - o equilíbrio e o aspecto intelectual
publicação de “Obras”, de Cláudio Manuel da Costa. sobrepõem-se à emoção e ao sentimento.
Nesse período, houve diversas revoltas no Bra- 3. Cientificismo - negação da excessiva religiosida-
sil, como a Conjuração Mineira e a Conjuração Baia- de e misticismo e preocupação com verdades uni-
na, todas inspiradas nos ideais da Revolução versais.
Francesa. Essas informações chegavam ao país atra- 4. Convencionalismo ou imitação dos clássicos - a
vés de livros importados, adquiridos por estudantes, obediência a regras e convenções clássicas como
em geral, filhos de mineradores afetados pela política sinônimo de “imitação”, não de “cópia” pura e
tributária da metrópole, cada vez mais preocupada simples. Aspectos imitados: forma (busca da per-
em manter o país dependente e continuar a explora- feição formal; obediência aos gêneros literários) e
ção predatória. Além disso, a declaração de indepen- conteúdo (temática preferencial: amor, vida e
dência dos Estados Unidos, em 4 de julho de 1776, morte, vida campestre, poesia didática ou doutri-
incentivou movimentos separatistas como o de Minas nária; recorrência à mitologia pagã).
Gerais. 5. Bucolismo - a paisagem rural é retratada de forma
Teremos no Arcadismo lançadas as sementes idealizada: a natureza é símbolo do que é belo,
do nacionalismo, uma das características da próxima puro e perfeito e, portanto, do que deve ser “imi-
estética literária, pois a realidade brasileira já começa tado”. O mito do “bom selvagem”, de Rousseau,
a aparecer nas obras do momento. acarreta a valorização do homem simples do cam-
A doutrina iluminista guiará o pensamento no po.
século XVIII. Segundo Locke, cuja filosofia influen- 6. Pastoralismo ou tendência democratizante - o
ciou sobremaneira os iluministas, a alma existia de eu lírico transforma-se, via de regra, na figura de
forma autônoma, sendo o mundo do conhecimento um pastor, dotado inclusive de um pseudônimo.
humano uma esfera independente. Dessa maneira, se- Como exemplo, pode-se citar Tomás Antônio
ria fácil conciliar razão e fé, já que representariam Gonzaga com os pseudônimos Dirceu, na poesia
campos diferentes. Deus seria, então, a Suprema Inte- lírica, e Critilo, na poesia satírica (Cartas Chile-
ligência, dando-se a conhecer através da natureza, cu- nas).
jas leis regeriam tudo o que existe (teoria 7. Idealização da mulher e do amor - a figura fe-
mecanicista, baseada na filosofia de Descartes), sem minina aparece idealizada aos moldes camonianos
necessidade de orações e outras cerimônias religio- e o amor é quase sempre não-passional - é fonte
sas. Daí, a tentativa de imitação da natureza pelos de prazer e serenidade.
poetas árcades. 8. Simplicidade - períodos curtos, clareza, simplici-
A palavra de ordem era a razão, a ser utilizada dade vocabular, livre estrofação “verso branco”
no sentido de construir um mundo melhor, onde a fe- (sem rima) e preferência pela comparação em lu-
licidade seria absolutamente possível para todos. Daí, gar de metáforas.
também, o nome Neoclassicismo dado ao Arcadis- 9. Artificialismo ou fingimento poético - observa-
mo, já que haverá um predomínio do racionalismo, se com facilidade no Arcadismo brasileiro, que
acompanhado de culto aos deuses pagãos. incorpora elementos genuinamente europeus: i-
É importante notar que o Arcadismo fecha essa lhas, pastores, neve etc.
fase chamada Renascimento, composta também pelo 10.Tendência introspectiva e morte por amor -
traços pré-românticos.
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LITERATURA
O Uraguai foi dedicado ao “Ilmo. e Exmo. Sr. a) Faça uma análise da primeira estrofe da Lira
Francisco Xavier de Mendonça Furtado”, mas o livro XIX, a partir dos adjetivos usados por Gonza-
curiosamente se inicia com um soneto dedicado ao ga.
seu irmão, o Conde de Oeiras, mais tarde, Marquês b) A natureza é sábia e nos ensina que as fêmeas
de Pombal. São personagens do poema: Gomes Frei- vivem para a reprodução; esta é a idéia da se-
re de Andrada, herói português, Balda, o vilão, jesuí- gunda e da terceira estrofe da Lira XIX. Qual a
ta caricaturizado; e os indígenas: Lindóia, Cacambo, relação destas com a quarta estrofe?
marido de Lindóia, Cepé; Tatu-Guaçu, Caitutu e Ta- c) A partir da análise da quarta estrofe da Lira
najura, a vidente. XIX, você diria que Dirceu/Gonzaga é patriar-
cal? Justifique sua resposta?
ESTUDO DIRIGIDO d) Faça uma análise da Lira XV da segunda parte.
Percebe-se nela a passagem do poeta pela pri-
1 Leia o texto para responder às questões: são? Justifique sua resposta.
Marília de Dirceu
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LITERATURA
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MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
CONJUNTOS NUMÉRICOS
1. DIAGRAMA DE INCLUSÃO (x + y) + z = x + (y + z) e (x ⋅ y) ⋅ z = x ⋅ (y ⋅ z)
Comutativa
I x + y = y + x e x ⋅ y = y⋅ x
Z Q
Existência do elemento neutro
x + 0 = x e x ⋅1 = x
Lei do cancelamento
N
Se x + z = y + z , então x = y .
R C
Se x ⋅ z = y ⋅ z , então x = y (desde que z ≠ 0 ).
3.3 Paridade de um número inteiro
Os conjuntos numéricos serão estudados passo Um número a ∈ Z é chamado de par quando a
a passo ao longo de nosso curso. Essa unidade deverá divisão por 2 for exata, ou seja, o resto da divisão por
trabalhar os conjuntos até o campo dos Reais e deixar 2 é zero. Em símbolos, temos:
para depois o estudo no campo dos Complexos. Se a é par, então existe um número k ∈ Z, tal
que a=2k. Devemos observar que o número a ∈
2. CONJUNTOS DOS NÚMEROS NATURAIS
M(2).
O Conjunto dos Naturais, simbolizado por N, Exemplos:
representa os elementos inteiros positivos e o zero. E.1) 4 é par, pois 4 = 2.2 ;
Observe que, nesse contexto, o zero foi separado dos E.2) –6 é par, pois −6 = 2 ⋅ (−3) .
números positivos, ou seja, caracterizando a neutrali-
Um número a e ∈ Z é chamado de ímpar no
dade do elemento.
caso contrário ao par, ou seja, a divisão de a por 2
2.1 Notações deixa resto 1. Logo, podemos escrever que a = 2k + 1,
N= {0,1,2,3,4,...} com k ∈ Z.
N*= {1,2,3,4,...} , nessa notação, excluímos o Exemplos:
número 0 (zero). E.1) 5 é ímpar, pois 5 = 2 ⋅ 2 + 1 ;
3. CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS E.2) −17 é ímpar, pois −17 = 2 ⋅ (−9) + 1 .
O conjunto dos Inteiros, simbolizado por Z, 3.4 Número Primo e Composto
representa os elementos inteiros positivos, negativos É todo número inteiro que só é divisível por
e o zero. ele mesmo ou por ±1 , excluindo-se o 1.
P {±2, ±3, ±5, ±7,...}
3.1 Notações
Z= {...,−4,−3,−2,−1,0,1,2,3,4,...} Um número p ∈ Z* é denominado de composto
* se possuir mais de quatro divisores.
Z = {...,−4,−3,−2,−1,1,2,3,4,...} , nessa notação,
Exemplos:
excluímos o número 0 (zero).
E.1) 2 é primo, pois D(2) = {± 1,±2} , 2 ≠ 1 e
Z+=N= {0,1,2,3,4,...} , esse conjunto será cha-
2 ≠ −1 ;
mado de conjunto dos números inteiros não
E.2) −7 é primo, pois D(− 7 ) = {± 1,±7} , −7 ≠ 1 e
negativos.
−7 ≠ −1;
Z-= {..., −4,−3,−2,−1,0} , esse conjunto será E.3) 6 é composto, pois D(6) = {± 1,±2,±3,±6} ;
chamado de conjunto dos números inteiros
E.4) −10 é composto, pois
não positivos.
D(− 10 ) = {± 1,±2,±5, ±10} .
Z *+ = {1,2,3,4,...} =N*, esse conjunto será cha-
Observações:
mado de inteiros positivos. - Não existe até o presente momento uma lei
Z *− = {...,−4,−3,−2,−1} , esse conjunto será de formação para os números primos.
chamado de inteiros negativos. - O conjunto dos números primos possui infini-
3.2 Propriedades estruturais tos elementos.
No corpo dos inteiros, a soma e o produto pos- - A classificação da paridade em primos e
suem as propriedades abaixo. compostos só pode ser efetuada para números intei-
Dados x, y e z ∈ Z. ros.
Associativa
Editora Exato 1
MATEMÁTICA
Editora Exato 3
MATEMÁTICA
c) 2
d) 3
e) Nenhuma.
3 2 1 1
10 O valor de − : + 1 é:
4 3 5 2
17
a)
120
5
b)
102
10
c)
12
17
d)
15
e) Nenhuma.
GABARITO
1 C
2 C
3 A
4 D
5 A
6 E
7 C
8 B
9 B
10 B
Editora Exato 4
MATEMÁTICA
FUNÇÕES
1. PAR ORDENADO I) Listagem dos pares ordenados envolvidos na
relação.
É uma seqüência de dois elementos em uma II) Diagrama de flechas entre os conjuntos A e
dada ordem. B.
1.1 Igualdade III) Representação gráfica no plano cartesiano.
(a, b) = (c, d) ⇔ a = c e b=d Exemplo:
Exemplos: Considere a relação R = {(x, y) ∈ AxB/ y = x + 1} em
E.1) (2,3) = (a + 1, b) ⇒ a + 1 = 2 e b = 3 , logo que A = {2,3,5,6} e B = {3,4,7,10,11} . Represente a rela-
a =1 e b = 3. ção R.
a + 2b = 3
E.2) (a + 2b, a − b) = (3,6) ⇒ , logo Resolução:
a − b = 6 I) Representação dos pares ordenados.
a=5 e b = −1.
R = {(2,3), (3,4), (6,7 )} .
2. PRODUTO CARTESIANO
4.1 Definição
Define-se como função de A em B a toda rela-
ção binária de A em B que satisfaz as propriedades
não satisfaz à
abaixo.
propriedade II
I) Todo elemento do domínio possui um cor-
respondente no contra-domínio, ou seja, no conjunto
de partida não existe elemento sem correspondente. E.2)
Exemplo:
E.1)
A B
satisfaz à
propriedade II
E.3)
não satisfaz
à propriedade I
E.2)
A B
satisfaz à
propriedade II
Editora Exato
6
MATEMÁTICA
y y
x1 x2
Propriedades x1 = x2
O coeficiente a é denominado de coeficiente
angular e representa a tangente do ângulo de inclina- 8.3 a>0 e ∆<0
ção. Concavidade voltada para cima e não pos-
O coeficiente b é denominado de coeficiente sui raízes reais.
linear e representa o ponto de encontro da função
com o eixo y, ou seja, o ponto (0, b) pertence ao grá-
fico da função f.
Editora Exato
7
MATEMÁTICA
x1 x2 5
4
x
105
8.5 a<0 e ∆=0 8 5 105
Vv , −
Concavidade voltada para baixo e duas raí- 4 8
10.1. Definição
Define-se como função modular a toda função
f de R em R que associa a cada x ∈ D ( f ) um número
f ( x) ∈ CD ( f ) , tal que, f ( x) = x . Em símbolos, temos:
x, se x ≥ 0
f:R →R f(x) = .
9. VÉRTICE DA PARÁBOLA -x, se x< 0
Editora Exato
8
MATEMÁTICA
Propriedades Resolução:
x ≥ 0. c) e d)
x⋅ y = x ⋅ y . Observe que a definição de função compreen-
x
de dar um valor x e encontrar um, e somente um, va-
x
= , para y ≠ 0. lor para y.
y y
n
Dica: fazer uma reta vertical em qualquer pon-
nn = x . to do gráfico e não corresponder dois ou mais valores
n
x = xn , para n par. em y.
c)
2 (MACK-SP) Se f ( x − 1) = x , então o valor de
2
y
f ( 2 ) é:
a) 9
b) 6
c) 4
y
1 d) 1
x1 x
e) 0
Editora Exato
9
MATEMÁTICA
x
5 (UEL-PR) Para que os pontos (1;3 ) e ( 3; −1) per-
tençam ao gráfico da função dada f(x) = ax + b , o
valor de b − a deve ser:
a) 7. d)
b) 5.
c) 3. y
d) –3.
e) –7.
1
f(0); f ( −1) ; f ( 2 ) ; f ( −2 ) ; e −f − são: x
2
a) 2, 2, 4, -4, -1/4.
e)
b) 0, -2, 16, -16, 1/4.
c) 0, -6, 16, -16, 1/3.
y
d) 2, -2, 2, -2,-1/3.
e) 0, 2, 16, 16, 1/4.
a) ( −4, 4 )
b) [ −2, 4]
x c) ( 2, −2 )
d) [ −2,2]
e) Nenhuma.
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MATEMÁTICA
9 (PUC-RS) O domínio da função real dada por 14 (UFPR) Para cada valor real de x, sejam
1 f ( x ) = x e g ( x ) = f f ( x ) . Calcular o valor de
2
f (x) = 2 é o conjunto:
2x + 5x − 3
f g ( 3 )
1 .
a) R − −3, g (3 )
2
1 a) 20.
b) R − − ,3 b) 21.
2
c) 31.
1
c) R− d) 81.
2
e) 80.
1
d) −3,
2
1 15 Uma função do 2º grau, nos dá sempre
e) − ,2 a) uma reta.
2
b) uma hipérbole.
c) uma parábola.
10 (FMU-SP) O domínio real da função d) uma elipse.
f (x) =
x2 − 4
é o conjunto: e) nenhuma.
x−2
a) {x ∈ R / x ≤ −2 ou x ≥ 2}
16 O vértice da parábola y = − x + 4x + 5 é:
2
b) {x ∈ R / − 2 ≤ x<2}
a) V ( 2,9 ) .
c) {x ∈ R / − 2 ≤ x ≤ 2}
b) V ( 5, −1) .
d) {x ∈ R / x ≤ −2 ou x>2}
c) V ( −1, −5 ) .
e) {x ∈ R / x > 2}
d) V ( 0,0 ) .
e) Nenhuma.
11 (PELOTAS) Se f e g são funções definidas em R
por f ( x ) = x + 2 e g ( x ) = 3x + 5 , então g f ( x ) é: 17 A função y = 2x − x + 1 é uma parábola que:
2
a) 1 mente se,
b) 3 a) m ≠ 1 .
c) 0 b) m=1.
d) 2 c) m ≠ −1 .
e) –1 d) m=-1.
e) m=0.
Editora Exato
11
MATEMÁTICA
a) m ∈ R e [m ≤ -4 ou m>4] .
b) m ∈ R e m>4 .
c) m ∈ R e [m ≤ -4 ou m ≤ 4] .
d) m ∈ R e [-4 ≤ m ≤ 4] .
e) m ∈ R e [-4 < m <4] .
tem coordenadas:
a) ( 0, −8 ) .
b) (1, −2 ) .
c) ( 2,0 ) .
d) ( 3,0 ) .
e) ( 3. − 2 ) .
GABARITO
1 D
2 A
3 B
4 A
5 B
6 B
7 B
8 D
9 A
10 D
11 A
12 B
13 E
14 D
15 C
16 A
17 C
18 A
19 D
20 C
21 C
Editora Exato
12
MATEMÁTICA
MATRIZES
1. DEFINIÇÃO Toda matriz identidade de ordem maior que 1
terá todos os elementos da diagonal principal iguais a
Chama-se matriz do tipo m x n toda tabela de 1 e todos os demais elementos iguais a zero.
números dispostos em m linhas e n colunas. Tal tabe-
la pode ser representada entre parênteses ( ), entre Exemplo:
colchetes [ ] ou entre barras duplas || ||. 1 0 0
I3 = 0 1 0
Exemplos: 0 0 1
9 4
a) A 3× 2 = 5 6 Matriz A do tipo 3 × 2 Matriz transposta
1 − 3 Se A é uma matriz de ordem m x n, denomi-
5 −4
namos transposta de A. A matriz de ordem n x m ob-
b) B 2× 2 = Matriz B do tipo 2 × 2 tida trocando-se ordenadamente as linhas pelas
3 − 6 colunas indica-se transposta de A por At.
c) C1×3 = 4 − 1 5 Matriz C do tipo 1 × 3
2. REPRESENTAÇÃO GENÉRICA
3.4. Outras matrizes especiais
Matriz linha: é uma matriz m x n onde m =
Uma matriz qualquer do tipo m x n pode ser 1, ou seja, a matriz linha possui uma única
representada da seguinte maneira: linha.
a11 a12
a13 K a1n
Matriz coluna: é uma matriz m x n onde n =
a a22 a23 K a2n 1, ou seja, a matriz coluna possui uma única
A m ×n = 21
M M M M coluna.
a
m1 am2 am3 K amn Matriz diagonal: é a matriz quadrada em
Como o quadro A é bastante extenso, a matriz que todos os elementos não pertencentes à
m x n será representada abreviadamente por: diagonal principal são nulos.
Matriz triangular: é a matriz quadrada em
A = a ij
( ) que todos os elementos situados em um
m×n
mesmo lado da diagonal principal são i-
guais a zero.
aij são os elementos da matriz A, onde i repre- Matriz nula: é uma matriz m x n onde todos
senta a linha e j as colunas, às quais cada elemento aij os elementos são nulos.
pertence.
4. IGUALDADE DE MATRIZES
3. MATRIZES ESPECIAIS
Dadas duas matrizes do mesmo tipo,
3.1 Matriz quadrada A = (aij)m x n e B = (aij)m x n, dizemos que A = B se, e
É toda matriz cujo número de linhas é igual ao somente se, todo elemento de A é igual ao seu cor-
número de colunas. respondente em B.
Diagonal secundária
a11 a12 a13 5. OPERAÇÃO COM MATRIZES
A= a21 a22 a23
a31 a32 a33
5.1. Adição de matrizes
Dadas as matrizes A = (aij) m x n e B = (bij)m x n,
Diagonal principal
a soma de A com B é a matriz C = (cij)m x n, tal
Numa matriz quadrada, de ordem n, os ele- que: cij=aij+bij para 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n.
mentos aij, tais que i = j formam a diagonal principal
da matriz, e os elementos aij, tais que i + j = n + 1 Indicamos essa operação por: C = A + B
formam a diagonal secundária. Propriedades da Adição
3.2. Matriz identidade 1a A+ B = B + A (comutativa)
Chama-se matriz identidade de ordem n, que se 2a (A + B) + C = A + (B + C) (associativa)
indica por In , a matriz: 3a A+ 0 = A (elemento neutro)
4a A + (−A) = 0 (elemento oposto)
1, se i = j
In = ( a ij )n × n , tal que aij = .
0, se i ≠ j
Editora Exato 13
MATEMÁTICA
2 − 5 8 − 20
Resolução:
4 3 0 = 12 0
Podemos indicar At como:
1 6 4 A t = (b ji )n×m , tal que b ji = aij , ∀i, j, 1 ≤ i ≤ m e
24
1 ≤ j ≤ n.
5.3. Multiplicação de matrizes
Dadas as matrizes A = (aik)mxk e B = (bkj)kxn o
produto de A por B é a matriz C = (cij)mxn, tal que ca- 2 Some as matrizes seguintes:
da elemento cij é igual ao produto da linha i de A pela Resolução:
coluna j de B. 1 4 3 2 3 5
+ =
Propriedades: 6 8 −5 4 −3 7
Para qualquer matriz Amxn, quaisquer matrizes 3 7 8
B e C (convenientes) e qualquer número real α , va-
10 5 2
lem as propriedades:
7. MATRIZ SIMÉTRICA
Sendo A = (aij) uma matriz quadrada de ordem
( ) ( )
-2 6
8 0 +
-3 0
3 -12
-5 6
n, A é simétrica se At = A, ou seja, se aij = aji, para 1
≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ n. 11 -12
Editora Exato 14
MATEMÁTICA
EXERCÍCIOS 2 6
d)
3 4
1 2 4 3
1 (UFRN) Dadas as matrizes
A = 3 4
e e)
6 2
5 6
−1 3 2
B= então a matriz A–1Bt é: 5 (UFPR) Seja M=(aij), uma matriz de ordem 3x2
2 0 1
2(i − j), se i= j
0 -1 tal que aij = . A matriz M é:
a) 2i + j, se i ≠ j
1 4
0 2
2 0
a) 2 0
b) 0 4 -4 0
3 5
0 6
2 0 3
c) ] b) 6 0
0 4 5 8 10
2 1
d) 0 4
-1 4 c) 5 0
0 0 7 8
e) 0 4
3 5 0 5 7
d)
4 0 8
0 6 8
e)
2 (UFRN) A solução da equação matrici- 6 0 10
-1 2 x+ 1 x+ 4
al = é um número:
x x2
-2 3x+ 4 2
2 -1 1 0
a) maior que –1. 6 Se A = e B= , então o produto AB é:
b) menor que –1. 3 2 1 -4
c) maior que 1. 2 1
a)
d) entre –1 e 1. -1 4
e) ente 0 e 3. 1 4
b)
5 -8
3 (PUC) Da equação matricial 0 -1
c)
x 1 2 y 3 2 2 5
+ = resulta:
1 2 0 -1 z t 2 0
d)
a) x=y=z=t=1 3 -8
b) x=1, y=1, z=3, t=2 2 -1
3
e)
c) x= , y=2, z=0, t=–2 3 0
2
d) x=1, y=2, z=t=0
e) x=2, y=0, z=2, t=3 7 (FGV-SP) Dadas as matrizes
x y x 6 4 x+ y
A= .B= e C= , e sendo
z w -1 2w z+ w 3
4 (UEL-PR) – A matriz quadrada A = (aij ) , de or-
3A=B+C, então:
i + j, para i ≥ j a) x+y+z+w=11
dem 2, tal que aij = é:
3j, para i< j b) x+y+z+w=10
2 3 c) x+y–z–w=0
a)
3 6 d) x+y–z–w=11
4 6
e) x+y+z+w>11
b)
3 2
3 6
c)
2 4
Editora Exato 15
MATEMÁTICA
3 0
8 (PUC) Dadas as matrizes A= e
1 -4
2 1
B= , então AB–BA é igual a:
-1 0
0 0
a)
0 0
2 -3
b)
5 0
-3 1
c)
2 7
1 0
d)
0 1
-1 7
e)
9 1
1 -1
9 (OSEC-SP) Dadas as matrizes A = e
2 3
0 1
B= então, calculando-se (A+B)2, obtém-
3 8
se:
1 0
a)
60 121
1 0
b)
25 121
1 0
c)
4 8
1 60
d)
1 121
1 1
e)
1 1
GABARITO
1 B
2 B
3 A
4 D
5 C
6 B
7 B
8 E
9 A
Editora Exato 16
MATEMÁTICA
P.A. E P.G.
1. SEQÜÊNCIA 2.2 Classificação
Dada a progressão aritmética (PA)
1.1 Definição
(a1, a2 ,L, an,L) de razão r, essa seqüência pode ser
Define-se como seqüência a toda função f de
classificada em:
N *em R que associa a um número n ∈ D(f ) um núme-
Crescente, quando sua razão r for positiva,
ro f(n) ∈ CD(f ) na forma f(n) = an . Em símbolos, temos: ou seja, r > 0 .
f : N* → R Decrescente, quando sua razão r for negati-
n → an va, ou seja, r < 0 .
Constante, quando sua razão r for nula, ou
a. Lei de formação seja, r = 0 .
É toda sentença matemática que expressa o va-
2.3 Termo Geral
lor de an em relação a n.
Na progressão aritmética (a1, a2 ,L, an,L) po-
1.3 Representação usual
demos perceber que, ao escrevermos os termos da
Seqüência finita: (a1, a2 ,L, an ) .
seqüência, a razão é somada (n − 1) vezes até a che-
Seqüência infinita: (a1, a2 ,L, an,L)
gada em an, usando tal fato podemos estabelecer que:
Exemplos: an = a1 + (n − 1).R , em que R representa a razão
E.1) Expresse os 4 primeiros termos da se- da Progressão Aritmética.
qüência an = n2 − 3n . 2.4 Propriedades
Resolução: Cada termo, a partir do segundo, representa
2
n = 1 ⇒ a1 = 1 − 3 ⋅ 1 = −2 a média aritmética entre o seu termo ante-
cessor e o seu termo sucessor, ou seja,
n = 2 ⇒ a2 = 22 − 3 ⋅ 2 = −2
an−1 + an+1
an = , ∀n ∈ N − {0,1} .
n = 3 ⇒ a3 = 32 − 3 ⋅ 3 = 0 2
n = 4 ⇒ a4 = 42 − 3 ⋅ 4 = 4 Em uma progressão aritmética, se desta-
Seqüência (− 2,−2,0,4,L) carmos os termos ak , am, an e ap , tais que
E.2) Expresse os 5 primeiros termos da se- k + m = n + p , então os elementos gozam da
a1 = 2 propriedade abaixo:
qüência (an ) =
an+1 = an ⋅ 2, ∀n ∈ N * ak + am = an + ap (sek + m = n + p) .
Editora Exato 17
MATEMÁTICA
Podemos perceber, na forma acima, que a pro- Indicaremos por Sn a soma dos n primeiros
gressão geométrica (PG) representa o conjunto de se- termos da progressão geométrica (a1, a2 ,L, an ) , de ra-
qüências em que um termo é o produto do termo zão q.
anterior por uma constante, denominada razão (a par- Sn = a1 + a2 + a3 + L + an−1 + an(I)( xq) ⇒
tir do segundo termo).
q ⋅ Sn = a2 + a3 + a4 + L + an + an⋅q (II)
4. CLASSIFICAÇÃO Equação I – II, temos:
Dada a progressão geométrica (PG)
(a1, a2 , ..., an ) de razão q, essa seqüência pode ser Sn − qSn = a1 − an⋅q , escrevendo an em relação ao
classificada em: termo a1 e a razão.
Crescente, quando a1>0 e q>1 ou a1<0 e Sn(1− q) = a1(1− qn )
0<q<1. a1(1− qn )
Se q ≠ 1, então Sn = .
Decrescente, quando a1>0 e 0<q<1 ou a1<0 1− q
e q>1. Para q =1, encontramos Sn = n ⋅ a1 , pois a PG é
Constante, quando
constante e todos os elementos são iguais a a1.
a1 = 0 e q ∈ R ou a1 ≠ 0 e q = 1
Alternante, quando a1 ≠ 0 e q < 0 . 9. LIMITE DA SOMA
Editora Exato 18
MATEMÁTICA
2 Na PA (2,5, x) , determine x. an = a1 + (b − 1) .r
Resolução a 21 = 5 + ( 21− 1) .r r = 11− 8 = 3
Usando a propriedade da média, temos: a 21 = 5 + 20.3 = 65
2+x
5= ⇒ 2 + x = 10 ⇒ x = 8 .
2
EXERCÍCIOS
Na seqüência finita 1{ , 7{ ,13
{,19
{, 25
{ , 31
{, 37
{ po-
a a a a a a a
1 2 3 4 5 6 7
1 (PUC-SP) O número de múltiplos de 7 entre
demos perceber que: a1 + a5 = a3 + a3 = a2 + a 4 = 26. ob- 1.000 e 10.000 é:
serve que, para a soma de índices iguais, podemos a) 1280
afirmar que a soma dos elementos correspondentes b) 1284
são iguais. c) 1282
d) 1286
e) 1288
3 Na progressão geométrica (1,2,4,8,16,...) escreva
o 10º e o 20º termo.
Resolução: 2 (MACK-SP) Calcular a razão de uma P.A> de
I) a = a ⋅ q
10 1
10 −1
12 termos, cujos extremos são–28 e 60.
a10 = 1⋅ 210 −1 a) 5
b) 6
a10 = 29
c) 7
d) 8
a20 = a1 ⋅ q20 −1 e) 9
II) a20 = 1⋅ 219
a20 = 219 3 (MACK-SP) Numa progressão aritmética de 100
termos, a3 = 10 e a98 = 90 , a soma de todos os
4 Na PG (2,4,x), determine x. termos é:
Resolução: a) 10.000
Usando a propriedade da média, temos: b) 9.000
c) 4.500
42 = 2 ⋅ x ⇒ x = 8 .
d) 5.000
E.2) Na seqüência finita e) 7.500
2 , 6 ,18, 54,162, 486,1458 podemos perceber que:
{ { { { { { 123
a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7
4 (UFPR) A soma de todos os números inteiros de
a1⋅a5 = a3 ⋅ a3 = a2 ⋅ a4 = 324 .
Observe que, para a soma 1 a 100, divisíveis por 3, é igual a:
de índices iguais, podemos afirmar que o produto dos a) 1382
elementos correspondentes são iguais. b) 1200
c) 1583
d) 1683
5 Determinar o sétimo termo da seqüência definida e) 1700
2n + 7
por an =
7
Resolução: 5 (BANDEIRANTES-SP) O valor do 22.° termo
an =
2n + 7
- an termo geral. de uma P.G. que tem a1 = q = 2 é:
7 a) 512 2
Definir o 7º termo (a7 = ?) b) 1024
2.7 + 7 14 + 7 21 c) 1024 2
a7 = = = =3
7 7 7 d) 2048
e) 2048 2
6 (ITAJUBÁ) Dada a progressão (5, 8, 11, ...), de-
termine 0 21.° termo:
Resolução:
a21=?
Fórmula do termo geral:
Editora Exato 19
MATEMÁTICA
Editora Exato 20
MATEMÁTICA
GEOMETRIA ANALÍTICA
1. REPRESENTAÇÃO NO PLANO CARTESI- Se P pertence ao quarto quadrante, então
ANO xp > 0 e yp < 0 .
Dado um sistema de coordenadas cartesianas A convenção pode ser representada como a se-
xOy. guir.
y
y
( ,+) (+ , + )
O x (-, -) (+ , -)
II Q IQ P
45º 45º
(x, y)
45º 45º
Q’ P’ x
segundo quadrante primeiro quadrante O
Editora Exato 21
MATEMÁTICA
Resolução: xA + xB
Conclui-se pela equação (l) que xM = e
2
yA + yB
yM =
2
E Exemplo
E.1) Determine as coordenadas do ponto mé-
dio do segmento formado pelos pontos A(−2, −6) e
B B( 4,10 ) .
C
Resolução:
D
−2 + 4 −6 + 10
M , ⇒ M (1, 2 )
2 2
xA yA 1
Aplicando Pitágoras no triângulo:
2 2 2
D = xB yB 1 =0.
dAB = ∆x2 + ∆y2 ⇒ dAB = ( xB − xA ) + ( yB − yA )
xC yC 1
5. PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO
8. ÁREA DO TRIÂNGULO (S)
Dado o sistema cartesiano e o segmento for-
mado pelo ponto A ( xA, xA ) e B( xB, xB ) . Dados A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC), vérti-
xA yA 1
ces de um triângulo e D = x B yB 1 , a área do tri-
xC yC 1
y B D
B ângulo ABC é dada por S = .
2
yM M
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
y 1 Ache as coordenadas de M, ponto médio do seg-
mento AB , sendo A(2, 2) e B(8, 12):
x xM x Resolução:
B
A ( 2, 2 ) B ( 8,12 )
X + XB YA +YB
Aplicando o teorema de Tales, na figura, te- M = A ,
2 2
mos:
2 + 8 2 + 12
M = ,
2 2
AM XM − XA YA − YM
= = = 1 (I) , lembre-se de que M é 10 14
MB XB − XM YB − YM M = ,
2 2
AM
ponto médio, ou seja, = 1. M = ( 5,7 )
MB
Editora Exato 22
MATEMÁTICA
2 (UFES) As coordenadas do ponto médio de um 8 Qual a área do quadrilátero cujos vértices são A(-
segmento AB são (-1,2). Sabendo-se que as coor- 3,-2); B(2,0); C(1,3) e D(-2,1)
denadas do ponto A são (2,5), então as coordena- a) 9 u.a
das de B são: b) 10 u a.
a) (4,1) b) (-4,-1) c) 11 u.a.
c) (4,-1) d) (-1,-4) d) 12 u.a.
e) Nenhuma. e) 15 u.a.
y
9 A
3
2
0 x
1 2 3 4
a) 4,0 d) 5,0
b) 3,5 e) 4,5
c) 3,0
Editora Exato 23
MATEMÁTICA
CONJUNTOS - OPERAÇÕES
1. INTRODUÇÃO S=∅ ou S={ }
A noção de conjunto é fundamental em Mate- 3. OS SUBCONJUNTOS DE UM CONJUNTO
mática. Poderíamos considerar um conjunto como
É a relação que se faz entre dois ou mais con-
uma reunião de objetos, elementos, coleção, ou um
sinônimo desta palavra, ou dizer que um conjunto é... juntos e para isso usamos os símbolos: ⊂ )¨(está con-
um conjunto, ora~. tido), ⊃ (contém), ⊄ (não está contido).
Conceitos como este, isto é, que não são defi- Exemplo:
nidos, são chamados em Matemática de conceitos
primitivos. A .1
Um conjunto, em geral, é constituído por ele- .2
mentos, o que também é um conceito primitivo. B
.5
Exemplo: .3 .6 .4
Quando peço a alguém dizer as vogais do alfa-
beto, os dias da semana ou as letras da palavra “esco-
la”, terei conjuntos formados por elementos
determinados Dados os conjuntos A = {1,2,3, 4,5,6} e
a) as vogais são: a, e, i, o, u. B = {4,5,6} podemos afirmar que:
b) os dias da semana são: segunda, terça, quar-
B ⊂ A (B está contido em A) ou
ta, quinta, sexta, sábado e domingo.
A ⊃ B (A contém B) ou
Existem duas maneiras de representar um con-
A ⊄ B (A não está contido em B)
junto: por extensão ou por diagrama.
São exemplos de subconjuntos:
Por extensão: é quando escrevemos todos
a) A = {1,2}, B = {1,2,3} , A ⊂ B ,
os elementos do conjunto, separados por
vírgula. b) A = {0,1} , B = {0,1,2,3} , A ⊂ B ,
Exemplo: c) A = {a,e,i,} , B = {i,e,a} , A ⊂ B e B ⊂ A .
A = {a,e,i,o,u} O exemplo (c) é um caso de igualdade entre
B = {e,s,c,o,l,a} conjuntos: dois conjuntos A e B são iguais se, e so-
C = {1,2,3,4,5} mente se, A ⊂ B e B ⊂ A .
Por diagrama: é quando escrevemos todos 4. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
os elementos do conjunto dentro de uma li-
nha fechada. Intersecção
Exemplo: O conjunto formado pelos elementos que per-
tencem a A e, também, pertencem a B é chamado de
.a .e .1 intersecção entre A e B e é indicado por:
.s .c
A= .e .i B= .o C= .2 .3
.o .u .l .a .4 .5 A ∩B
Editora Exato 24
MATEMÁTICA
Observação: 2 Determine A ∩ B ∩ C :
Se A ∩ B = φ , dizemos que A e B são disjuntos. Resolução:
Elementos que E (pertencem) a A, B e C:
Reunião A ∩ B ∩ C = {5}
O conjunto formado por todos os elementos
que pertencem a A ou pertencem a B é chamado Re-
união ou União entre A e B e é indicado por: EXERCÍCIOS
A ∪B 1 (FMJSP) São dados os conjuntos A = {0,1,2,3} ,
B = {2,3, 4} e C = {1,2,3, 4,5,6} . O conjunto X tal
Assim, se consideramos: A = {1,2,3, 4} e
que C − X = A ∩ (B ∪ C ) é:
B = {2,3, 4,5} , temos:
a) {1,2}
A ∪ B = {1,2,3, 4,5}
b) {2,3}
c) {4,6}
d) {2,3,4}
em um diagrama: e) {4,5,6}
A B
2 (ACAFE-SC) Se M = {1,2,3, 4,5} e N são conjun-
tos tais que e M ∪ N = {1,2,3, 4,5} e M ∩ N = {1,2,3} ,
então o conjunto N é:
a) vazio.
A ∪B
b) impossível de ser determinado.
Diferença c) {4,5}.
O conjunto formado pelos elementos de A que d) {1,2,3}.
não pertencem a B é chamado de diferença entre A e e) {1,2,3,4,5}.
B e é indicado por:
1 Determine A ∩ B
Resolução:
Os elementos que E (pertencem) a A e B:
A ∩ B = {1,5}
Editora Exato 25
MATEMÁTICA
GABARITO
1 E
2 D
3 C
4 C
5 B
Editora Exato 26
MATEMÁTICA
POTENCIAÇÃO/RADICIAÇÃO
m
1. POTÊNCIA n
am = a n , para a > 0 .
1.1.Definição
Exemplos:
Define-se a potência de um número a ∈ R e
expoente n∈ N , como: E.1) 3 8 = 2 , pois 23=8.
an = a ⋅ a...a, para n ≥ 2 ;
E.2) Determine os possíveis valores de x, pra
123
n fatores que exista a raiz no campo dos reais, 4 x − 3 .
a1 = a; Resolução:
a0 = 1, para a ≠ 0 ; Como o expoente é par, temos:
n
1 1
a−n = n = , para a ≠ 0 . x−3 ≥ 0 ⇒ x ≥ 3
a a
1.2. Propriedades
3. REGRA DE SINAIS
Para a ⋅ b ∈ R e n∈ Z , temos:
P1) am . an = am+n; n
(+) = +
P2) am : an = am−n (a≠ 0); par
( −) = +
P3) (am)n = (an)m = am.n; ímpar
P4) (ab)n = an . bn; ( −) = −
n
a an
P5) = n (b ≠ 0) . EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
b b
2. RADICIAÇÃO 1 Resolva:
a) 30
2.1. Definição b) ( −5 )0
Dados a ∈ R e n ∈ N * . Define-se como raiz n- 0
1
ésima de a a todo número x, tal que, xn = a . c) −
3
2.2. Simbologia para radical
índice da 2 Resolva:
raiz radicando a) 110
n b) 17
a = x c) 1-5
Radical Raiz
3 Resolva:
a) 2
2.3. Condição de existência no campo b) 31
dos reais c) 41
n e′ par e a ∈ R+
n
a∈R ⇔ .
n e′ impar e a ∈ R 4 Resolva:
2.4. Propriedades das raízes a) 03
Para o uso das propriedades abaixo, devemos
observar as condições de existências das raízes.
n am = n.p am.p . Resolução:
n ab = n a ⋅ n b 1 a) 1; b) 1; c) 1.
a na
n = (b ≠ 0 ) 2 a) 1; b) 1; c) 1.
b nb
n
am = n
m 3 a) 21; 3; 4.
( a)
n m
4 0
a = n.m a
2.5. Potência de expoente racional
Dados n, m∈ Z e m ≠ 0 .
Editora Exato 27
MATEMÁTICA
3
EXERCÍCIOS 16
b) 3
e) 3
a =
2
1 Resolva:(23)4= c) ( m)5 =
a) 27 d) 2
b) 212 e) Nenhuma.
c) 2-1 8 Efetue: 3 2 + 5 2 − 3 8
a) 2
b) 2 2
2 Resolva: 22
4
a) 28 d) 216 c) 3 2
b) 26 e) Nenhuma. d) 2 3
c) 22 e) Nenhuma.
0
3
0
a
3
3 Efetue: − 1 = 9 o valor de é:
4 3
a
a) 1 d) 2
a) 3 a
b) –1 e) Nenhuma.
b) a
c) 0
c) 1
a3
2 −1
d)
1 2 5 3 3
4 Efetue: . − − : =
4 3 6 2 e) Nenhuma.
1 3
a) d)
3 2
2 9
b) – e)
3 4 8
2 10 Racionalize =
c) 2
3
a) 3 2 d) 8 2
b) 4 2 e) nenhuma
2
2 3 1 c) 2 2
5 Efetue: − . + =
3 4 4
2
a) − GABARITO
3
1
b) − 1 B
12
7 2 D
c)
12
3 3 C
d)
2 4 C
e) Nenhuma.
5 C
6 C
2.10 −6.8.10 −7
6 Efetuando-se: , obtém-se:
4.10 −8 7
a) 0,4.10-5 d) 4.105 3
a) d) 3
b) 4.1021 e) n.d.a 2
c) 4.10-5 b) 2 e) 12
a
c) m5
7 Resolva os exercícios abaixo, aplicando as pro- 8 B
priedades dos radicais:
18
9 C
a) d) 8 81
12 10 B
Editora Exato 28
MATEMÁTICA
Editora Exato 30
MATEMÁTICA
Editora Exato 31
MATEMÁTICA
Editora Exato 32
QUÍMICA
QUÍMICA
ATOMÍSTICA
1. MODELOS ATÔMICOS Sabemos, atualmente, que os átomos não são
compactos e são cada vez mais divisíveis. No entan-
Teoria de Dalton (1803): to, tal teoria é suficiente para justificar as Leis Ponde-
Toda matéria é constituída por átomos; rais (leis que relacionam a massa das substâncias que
Átomos de um mesmo elemento químico participam de uma determinada reação química).
possuem propriedades químicas e físicas
iguais;
Todo átomo corresponde a uma esfera ex-
tremamente pequena, compacta (maciça),
sem carga e indivisível.
x2 x2 x2
Lei de Proust
4g 32g 36g
Mesma proporção em massa.
8g 64g 72g
Lei de Dalton
+ Produzindo Como as quantidades de átomos
são proporcionais, as massas
também são proporcionais.
Editora Exato 1
QUÍMICA
Ânion (_)
np < ne Átomo que ganhou
elétrons
Editora Exato 2
QUÍMICA
1 2 3 K L M N O P Q
H H H
1 1 1
+
1 2 3 4 5 6 7
Eletrosfera
núcleo
Editora Exato 3
QUÍMICA
Observe que, descendo as diagonais do dia- Colocar os elétrons nos subníveis incompletos.
grama a seguir, a energia vai aumentando.
Exemplo
O (z = 8)
O (8P, 8E) 1s2 2s2 2p4
O-2 (8P, 10E) 1s2 2s2 2p6
Exemplo
Cl (z = 17)
Cl (17P, 17E) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Cl- (17P, 18E) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
ESTUDO DIRIGIDO
Editora Exato 4
QUÍMICA
Com base nas informações acima e nos concei- 4 O número de elementos químicos atualmente
tos referentes às semelhanças atômicas, determine o conhecidos é inferior a 100.
valor da soma entre as variáveis x, y e z (x + y + z).
Resolução: Como o átomo A e o átomo B são
isóbaros, a letra Z valerá 44; como o átomo B e o á-
tomo C são isótopos, a letra X valerá 21; como o á- 5 Atribuíram-se nomes às diferentes partículas
tomo A e o átomo C são isótonos e o número de constituintes dos átomos: as positivas foram
massa do átomo A corresponde a 44 e de prótons 20, chamadas elétrons e as negativas, prótons.
podemos dizer que o número de nêutrons de A vale
24, pois:
3 (UnB) Em 1911, Rutherford realizou uma expe-
(A = P + N ⇒ 44 = 20 + N, logo N = 24.) riência em que uma lâmina muito fina de ouro foi
Sendo assim, o número de nêutrons do átomo bombardeada com partículas alfa (partículas posi-
C vale 24 e o número de prótons vale 21, então o tivamente carregadas). A maioria delas atraves-
número de massa valerá 45 (A=P+N⇒A=21+44, lo- sou a lâmina sem sofrer desvios na trajetória. No
go A = 45) entanto, um pequeno número de partículas sofreu
Portanto, X=21, Y=45 e Z=44 (X+Y+Z=120) desvios muito grandes. A partir desse experimen-
to, julgue os itens:
1 Vs núcleos são densos e eletricamente positi-
2 Faça a distribuição eletrônica dos elementos a- vos;
baixo. 2 A matéria tem em sua constituição grandes es-
a) Mg (Z = 12) paços vazios;
b) Ca (Z = 20) 3 O átomo é divisível, em oposição a Dalton,
Resolução: Seguindo o diagrama de Linus que o considera indivisível;
Pauling, que segue uma ordem energética, temos: 4 O tamanho do átomo é determinado pelo ta-
Mg → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2 (Lembre-se: o átomo manho do núcleo;
de Mg deve conter 12 elétrons).
Ca → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2 (Lembre-se: o
átomo de Ca deve conter 20 elétrons). 4 Analise as proposições abaixo:
1 Os átomos são formados de prótons, elétrons e
nêutrons.
EXERCÍCIOS 2 Os prótons situam-se no núcleo do átomo.
3 Os elétrons giram em órbitas fixas e determi-
1 Considere as seguintes proposições e julgue os nadas, onde possuem certa quantidade de ener-
itens: gia.
1 A massa de um próton é maior que a de um e- 4 Os átomos são indivisíveis.
létron. 5 O número de prótons e elétrons é igual em um
2 Os neutrôns não apresentam carga elétrica. átomo.
3 Os prótons e os neutrôns se encontram no nú- 6 Os átomos podem se associar, formando as
cleo e apresentam massas semelhantes. substâncias químicas.
4 A massa de um átomo está principalmente na
eletrosfera.
5 A carga elétrica do próton é positiva, enquanto 5 Julgue os itens:
a do elétron é negativa. 1 Cátion é um íon com falta de elétrons.
6 A massa de um próton é aproximadamente 2 O número atômico entre íon e átomo corres-
1840 vezes maior que a de um elétron. pondente é o mesmo;
3 Ânion é um íon com excesso de elétrons;
4 Íon é um átomo em desequilíbrio elétrico.
2 (UnB) Julgue os itens abaixo, relacionados ao á-
tomo.
1 Átomos que possuem o mesmo número de pró- 6 Os números atômicos, de massa e de nêutrons de
tons, nêutrons e elétrons são iguais. um átomo são expressos, respectivamente, por
2 O número de prótons de um átomo é denomi- (3x + 5), (8x) e (6x - 30). Determine os números
nado número atômico. de prótons e nêutrons desse átomo.
3 Átomos de mesmo número atômico constituem
um elemento químico.
Editora Exato 5
QUÍMICA
14 Julgue os itens:
1 O número de massa de um átomo é dado pela
soma do número de prótons e nêutrons existen-
tes no núcleo.
2 Um elemento químico deve ter seus átomos
10 (PUC/ Campinas -SP) O silício, elemento quí-
sempre com o mesmo número de nêutrons.
mico mais abundante na natureza depois do oxi-
Editora Exato 6
QUÍMICA
GABARITO
Estudo Dirigido
1 Os elétrons do átomo de sódio absorvem energia
e saltam para uma camada mais externa, quando
retornam liberam energia na forma de luz amare-
la.
2
Tecnécio (Z = 43) → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2,
3d , 4p6, 5s2, 4d5.
10
Editora Exato 7
QUÍMICA
Editora Exato 8
QUÍMICA
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
1. ELEMENTO QUÍMICO Mistura Homogênea (Solução)
É um conjunto de átomos de mesmo número Apresenta a mesma densidade, propriedades e
atômico(Z). aspecto visual em qualquer parte analisada (uma só
fase).
Exemplo:
Exemplo:
1 2 3 Água + álcool.
H H H Mistura Heterogênea
1 1 1 Toda mistura formada por mais de uma fase,
apresentando superfície de separação, não apresen-
tando as mesmas propriedades em qualquer parte a-
nalisada.
Z Exemplo:
Água + óleo.
2. SUBSTÂNCIA Gás + Gás = Mistura homogênea
Todo material formado por um tipo apenas de miscíveis = mistura homogênea.
componente (molécula ou aglomerado iônico). Líquido + Líquido
imiscíveis = mistura hererogêne a.
Exemplo:
Sobre as fases, mistura entre:
N2
n gases = 1 fase
H2O
4. MUDANÇA DE ESTADO
Substância Substância
Simples Composta
sublimação
Editora Exato 8
QUÍMICA
Flotação
Separação de uma mistura do tipo “sólido + Repouso
sólido”, mediante a adição de um líquido de densida-
Água
de intermediária aos dois componentes da mistura. Água barrenta Barro
Exemplo:
Líquido + Líquido Imiscível
A separação é feita mediante a utilização de
na adição um funil de decantação, também conhecido como fu-
serragem
de água nil de Bromo ou, ainda, funil de separação.
Mistura de areia
e serragem
água Num sistema constituído por água e óleo, por
tem-se areia
exemplo, a água, por ser mais densa, localiza-se na
parte inferior do funil e é escoada ao se abrir a tornei-
ra de modo controlado.
Filtração
Consiste na separação de uma mistura do tipo
“sólido + líquido ou sólido + gás”, através de uma
superfície porosa denominada filtro.
A filtração também é utilizada para separar um Ó leo
sólido de um gás. Por exemplo: aspirador de pó e o Água
filtro de ar de motores.
Bastão
Mistura de
sólido e
Funil líquido
Sólido
Separação de Mistura Homogênea (So-
Béquer Suporte
lução – Uma Só Fase)
Solução
filtrada Esta separação será feita por meio de um equi-
pamento denominado aparelho de destilação.
Simples
Destilação e
Fase líq.: pode Fracionada
Resíduo
ser constituída
(sólido)
por mais de um
componente Destilação Simples
Consiste na separação de uma mistura homo-
Dissolução Fracionada gênea do tipo “sólido + líquido”, por meio do uso de
Consiste na separação de uma mistura do tipo um aparelho de destilação.
“sólido+sólido”, por meio da adição de um líquido
que solubilize um dos componentes da mistura. Por
filtração, separa-se o componente não dissolvido. E H2 O
por evaporação, separa-se do líquido o componente
dissolvido.
Decantação
Consiste na separação de uma mistura do tipo
“sólido + líquido”, ou “líquido + líquido imiscível”. H2 O
Sólido + Líquido
A fase sólida, por ser mais densa, sedimenta-
se, ou seja, deposita-se.
A mistura é aquecida e os vapores produzidos
no balão de destilação passam pelo condensador, on-
Editora Exato 9
QUÍMICA
de são resfriados pelo fluxo de água corrente, con- 3 A figura abaixo mostra o esquema de um proces-
densam-se e são recolhidos. so usado para a obtenção de água potável a partir
A parte sólida da mistura, por não ser volátil, de água salobra (que contém alta concentração de
não evapora junto com a parte líquida, permanecendo sais). Este “aparelho” improvisado é usado em
no balão de destilação. regiões desérticas da Austrália.
Destilação Fracionada
Consiste na separação de uma mistura homo-
gênea do tipo “líquido + líquido” utilizando uma co-
luna de facionamento. Neste caso, faz-se o
aquecimento da mistura, sendo seus componentes se-
parados à medida que cada um de seus pontos de
ebulição seja atingido.
Resumindo as técnicas mais comuns,
teremos:
1 A substância cloreto de amônio, um sólido bran- 1 Quais os processos mais adequados para separar
co, é empregada desde a Antiguidade como adu- os componentes das mistura abaixo?
bo para vegetais. Os egípcios, por exemplo, a) Água e sal.
obtinham-na a partir do esterco do camelo. Mui- b) Água e azeite.
tos dos fertilizantes atualmente produzidos em c) Álcool e areia.
indústrias químicas contêm essa substância em d) Água e álcool.
sua composição. Sabe-se que: Resolução:
O cloreto de amônio sofre decomposição a) Como se trata de uma mistura homogênea en-
produzindo gases amônia e cloreto de hi- tre um sólido e um líquido, o processo reco-
drogênio. mendado seria destilação simples.
Por decomposição, a amônia origina os ga- b) Como se trata de uma mistura heterogênea en-
ses nitrogênio e hidrogênio, e o cloreto de tre dois líquidos imiscíveis, o processo reco-
hidrogênio origina os gases cloro e hidro- mendado seria decantação.
gênio. c) Como se trata de uma mistura heterogênea en-
Os gases nitrogênio, hidrogênio e cloro não tre um sólido e um líquido, o processo reco-
sofrem decomposição. mendado seria filtração.
d) Como se trata de uma mistura homogênea en-
a) Quantas substâncias químicas diferentes são tre dois líquidos, o processo recomendado seria
mencionadas nas três afirmações acima? destilação fracionada.
b) Quais delas são substâncias simples e quais
são compostas? Deixe claro o critério que você 2 Qual a fase de agregação (sólida, líquida ou ga-
empregou para responder.
sosa) das substâncias da tabela a seguir, quando
elas se encontram no Deserto da Arábia, à tempe-
2 Considere a mistura de areia fina, sal e limalha ratura de 50ºC (pressão de 1 atm)?
de ferro. Como você faria para separar as subs-
tâncias desta mistura? Descreva a seqüência de SUBSTÂNCIA PONTO DE PONTO DE E-
etapas do processo de separação e as operações FUSÃO BULIÇÃO
de separação.
Clorofórmio – 63 61
Editora Exato 10
QUÍMICA
6 A separação dos componentes de uma mistura 11 Associe as misturas com os processos mais práti-
binária homogênea fornece sempre duas subs- cos para fracioná-las:
tâncias puras. Processos
l. liquefação fracionada
7 (PUC-MT) Um sistema apresenta duas fases: 2. centrifugação
uma sólida e uma líquida, que podem ser separa- 3. decantação
das por filtração. A fase líquida contém duas 4. sublimação
substâncias que foram separadas por destilação. 0 5. separação magnética
sistema inicial pode ser formado por: 6. peneiração
a) água, sal de cozinha e carvão. 7. dissolução fracionada
b) água, óleo e sal de cozinha. 8. ventilação
c) água, areia e carvão. Misturas
d) água, gasolina e areia. ( ) serragem e areia
e) água, gasolina e óleo. ( ) açúcar e areia
( ) cascalho e areia
( ) limalha de ferro e enxofre
8 (UnB) Sobre separação de misturas homogêneas ( ) naftalina em pó e sal
e heterogêneas, julgue os itens a seguir: ( ) água barrenta
1 Para a separação das misturas de água/álcool e ( ) sangue
areia/água, usa-se, respectivamente, filtração e ( ) ar atmosférico
destilação.
2 Uma boa opção para separar água, óleo e areia
seria decantar e filtrar a mistura. 12 Julgue os itens a seguir:
3 Um recipiente contendo água líquida, vapor 1 Um sistema contendo água e um pouco de sal
d’água e 3 cubos de gelo é um exemplo de forma uma mistura homogênea.
mistura trifásica. 2 Um sistema constituído por três pedaços de ou-
4 0 funil de decantação pode ser usado para se- ro puro é monofásico.
parar uma solução saturada de água e sal, com 3 Água e álcool formam misturas homogêneas
corpo de fundo, de forma a recuperar os dois em quaisquer proporções.
integralmente e puros. 4 Uma solução é sempre um sistema monofási-
5 A destilação é um dos processos capaz de co.
transformar a água do mar em água potável. 5 Um sistema polifásico é sempre uma mistura.
Editora Exato 12
QUÍMICA
Editora Exato 13
QUÍMICA
1
1A CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS 18
0
1
(com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do carbono) 2
HIDROGÊNIO
H He
HÉLIO
2 13 14 15 16 17
1,008 2A 3A 4A 5A 6A 7A 4,00
3 4 5 6 7 8 9 10
NITROGÊNIO
CARBONO
OXIGÊNIO
N O F
BERÍLIO
NEÓNIO
Li Be B C Ne
FLÚOR
BORO
LÍTIO
6,94 9,01 Elementos de transição 10,8 12,0 14,0 16,0 19,0 20,2
11 12 13 14 15 16 17 18
MAGNÉSIO
FÓSFORO
ENXOFRE
ALUMÍNIO
Mg
ARGÔNIO
Na Al SILÍCIO Si P S Cl Ar
CLORO
SÓDIO
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
23,0 24,3 3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B 27,0 26,1 31,0 32,1 35,5 39,9
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
MANGANÊS
CRIPTÔNIO
GERMÂNIO
ESCÂNDIO
VANDÂDIO
POTÁSSIO
COBALTO
ARSÊNIO
SELÊNIO
TITÂNIO
CROMO
BROMO
NÍQUEL
Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni
COBRE
K Ca Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
FERRO
CÁLCIO
ZINCO
GÁLIO
39,1 40,1 44,9 47,9 50,9 52,0 54,9 55,8 58,9 58,7 63,5 65,4 69,7 72,6 74,9 78,9 79,9 83,8
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
MOLIBDÊNIO
ESTRÔNCIO
ANTIMÔNIO
TECNÉCIO
ZIRCÓNIO
ESTANHO
XENÔNIO
RUTÊNIO
TELÚRIO
PALÁDIO
Ag
RUBIDIO
CÁDMIO
NIÓBIO
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Cd In Sn Sb Te I Xe
RÓDIO
PRATA
ÍNDIO
ÍTRIO
IODO
85,5 87,6 88,9 91,2 92,9 95,9 98,9 101,1 102.9 106,4 107,9 112,4 114,8 118,7 121,8 127,6 126,9 131,3
55 56 57 - 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
TUNGSTÊNIO
MERCÚRIO
TANTÁLIO
RADÔNIO
BISMUTO
POLÔNIO
CHUMBO
Hg
HÁFINIO
PLATINA
ASTATO
Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Tl Pb Bi Po At Rn
ÓSMIO
CÉSIO
BÁRIO
RÊNIO
IRÍDIO
OURO
TÁLIO
SÉRIE DOS
132,9 137,3 LANTANÍDIOS 178,5 180,9 183,8 186,2 190,2 192,2 195,1 197,0 200,6 204,4 207,2 209,0 210 (210) (222)
87 88 89 - 103 104 105 106 107 108 109 110 111
Unq Unp Unh Uns Uno Une Uun Uuu
FRANCIO
Fr Ra
RÁDIO
Db Jl Rf Bh Hn Mt -- --
(223) (226)
SÉRIE DOS Rf Ha Sg Ns Hs Mt -- --
ACTINÍDIOS
57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
PROMÉMIO
GADOLÍNIO
DISPRÓSIO
NEODÍMIO
LANTÂNIO
SAMÁRIO
EURÓPIO
Tb Dy
LUTÉCIO
ITÉRBIO
HÓLMIO
Ho Yb Lu
TÉRBIO
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Er Tm
CÉRIO
ÉRBIO
TÚLIO
nome do elemento
138,9 140,1 140,9 144,2 (145) 150,4 152,0 157,3 158,9 162,5 164,9 167,3 168,9 173,0 175,0
Símbolo
Série dos actinídios
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
MENDELIÊMIO
PROTACTÍNIO
CALIFÓRMIO
BERQUÉLIO
LAURÊNCIO
Massa atômica
EINSTÊNIO
NEPTÚNIO
PLUTÔNIO
AMÉRICIO
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
ACTÍNIO
URÂNIO
FÉRMIO
TÓRIO
CÚRIO
NOBÉLIO
( ) = Nº de massa do
isótopo mais estável (227) 232,0 (231) 238,0 (244) (244) (243) (247) (247) (251) (252) (257) (258) (259) (260)
Período Exemplo:
Corresponde a cada linha horizontal na ta- → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3
15 P
bela; 3 camadas
Como são 7 as linhas horizontais; logo, 3o período, ou seja, o elemento
a
tem-se sete períodos. se encontra na 3 linha horizontal de cima para baixo
Corresponde ao número de camadas eletrô- na tabela periódica.
nicas na distribuição de um elemento.
Editora Exato 14
QUÍMICA
Fr
Editora Exato 15
QUÍMICA
II.
e) Volume atômico
Aumenta no sentido indicado.
Fr Rn
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
f) Densidade (D:
Aumenta no sentido indicado. 1 Qual é o número atômico do elemento químico
do 5º período da classificação periódica e que a-
presenta 10 elétrons no quarto nível energético
(n= 4)?
Resolução: Se o elemento se encontra no 5º
período, significa que ele possui 5 camadas eletrôni-
cas. Então sua distribuição eletrônica deve possuir a
quinta camada.
O quarto nível energético possui 10 elétrons,
então estamos tratando do subnível d, pois é o único
Os Ir Pt que suporta no máximo 10 elétrons.
Portanto, a distribuição eletrônica deste ele-
mento será: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s2,
g) Pontos de fusão e ebulição 4d10.
Aumenta no sentido indicado.
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QUÍMICA
Editora Exato 17
QUÍMICA
G D
H
B F
A I E
C
9
1 O átomo "H" é um metal alcalino.
2 O átomo "H" está no 12 período;
3 O átomo "D" está no grupo 7A.
4 Os átomos "H" e "F" estão na mesma família.
5 O átomo "C" é um metal de transição.
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QUÍMICA
ESTEQUIOMETRIA
1. INTRODUÇÃO tidade (reagente limitante). Despreze o reagente em
excesso.
É o cálculo das quantidades de reagentes e/ou
produtos em uma reação química. 4. GRAU DE PUREZA (P) E RENDIMENTO
Observe: (R)
Nos dois casos, obteremos, no exercício, o e-
ocupa quivalente a 100% de pureza ou de rendimento e, a
V = 22,71 litros
partir disto, estabelecemos uma regra de três, utili-
zando a porcentagem dada na questão (de pureza ou
1 Mol possui 23 átomos
6,02 x 10 moléculas rendimento).
(C.N.T.P.) Entidades elementares íons
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
pesa massa molar
(em gramas) 1 O maior emprego isolado do ácido sulfúrico é
observado na indústria de fertilizantes à base de
2. PROCEDIMENTO PARA O CÁLCULO fósforo ou de amônio. O exemplo mais importan-
te é a obtenção do “superfosfato”:
1o) Montar a equação química. Ca3(PO4)2 + H2SO4 Ca2H2(PO4)2 + CaSO4
O fósforo (P) é usado no desenvolvimento das
2o) Fazer o balanceamento da equação. raízes.
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QUÍMICA
5 (UnB) A transformação do mármore (carbonato a partir das substâncias simples nitrogênio e hi-
de cálcio) em gesso (sulfato de cálcio), sob a ação drogênio, é:
da chuva ácida (solução aquosa de ácido sulfúri- N2(g) + H2(g) NH3(g)
co), é dada por uma equação química que tem Calcule a quantidade de N2(g) (em gramas) que se-
como produtos, além do sulfato de cálcio, a água rá consumida na obtenção de 170g NH3(g).
e o gás dióxido de carbono. Admitindo que os re- Massas molares: M(N) = 14 g/mol.
agentes sejam consumidos totalmente, calcule a M(H) = 1 g/mol.
massa em gramas de sulfato de cálcio, formada
quando 50 gramas de carbonato de cálcio reagem
com 49 gramas de ácido sulfúrico. 10 (FUVEST) Nas indústrias petroquímicas, o en-
CaCO 3 (s) + H2 SO 4 (aq) → CaSO 4 (s) + H2O(l ) + CO 2 (g) xofre pode ser obtido pela reação: 2H2S + SO2
3S + 2H2O
Dados: Massas molares (M): M (Ca) =
Qual a quantidade máxima de enxofre, em gra-
40g / mol
mas, que pode ser obtida, partindo-se de 5,0 mols
M (C) = 12 g / mol.
de H2S e 2,0 mols de SO2 ? Indique os cálculos.
M (O) = 16 g / mol.
Massa atômica do S = 32,1.
M (H) = 1gg / mol.
M (S) = 32 g / mol.
11 (Cesgranrio) Um funileiro usa um maçarico de
acetileno para soldar uma panela. O gás acetileno
6 (CATÓLICA) O hidróxido de alumínio
é obtido na hora, através da seguinte reação quí-
(Al(OH)3) é utilizado como medicamento à aci- mica:
dez estomacal (azia), provocada pelo excesso de Dados: M(Ca)=40g/mol
ácido clorídrico (HCl) produzido pelo estômago. M(C) = 12g/mol
Sabendo-se que uma dose do medicamento con- CaC2 + 2H2O Ca(OH)2 + C2H2
tém 3,2g de Al(OH)3, determine o número de Qual a massa aproximada de carbureto de cálcio
mols de HCl neutralizados no estômago. (CaC2) que será necessária para obter 12,31 L de
Dados: massa molar do Al(OH)3 = 78g/mol. acetileno (C2H2) a 1 atm e 27°C?
a) 64 g.
b) 16 g.
7 A equação química SO2(g) + 2H2S(g) → c) 3,2 g.
2H2O(L) + 3S(s) representa a reação de formação d) 32 g.
do enxofre a partir de gases vulcânicos. Para e) 6,4 g.
produzir um depósito de enxofre de 4,8 x 106
Kg, são necessários quantos mols de SO2(g) ?
Massas molares: 12 (ESPEM-SP) O hipoclorito de sódio tem propri-
M(S) = 32,0 g/mol. edades bactericida e alvejante, sendo utilizado
M(O) = 16,0 g/mol. para cloração de piscinas, e é vendido no merca-
Divida a sua resposta por 107. do consumidor, em solução, como Água Sanitá-
ria, Cândida, Q-bôa, etc.
Para fabricá-lo, reage-se gás cloro com soda
8 (CEUB-2°/98) 7,0 g de nitrogênio reagem com cáustica:
quantidade suficiente de hidrogênio produzindo Cl2 + 2NaOH NaCl + NaCIO + H2O
amônia, segundo a equação química não balance- A massa de soda cáustica, necessária para obter
ada: 149 kg de hipoclorito de sódio, é:
N2(g) + H2(g) NH3(g) Dados: M(Na) = 23 g/mol
A massa de amônia produzida nesta reação será: M(O)=16g/mol
Dados: N - 14 u e H - 1 u. MCl)=35,5 g/mol
a) 34 g.
b) 17 g. a) 40 kg.
c) 15 g. b) 80 kg.
d) 7,5 g. c) 120 kg.
e) 8,5 g. d) 160 kg.
e) 200 kg.
9 (UnB) A equação química (não balanceada) que
descreve a reação de formação da amônia (NH3),
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QUÍMICA
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QUÍMICA
K L
2 4 se representarmos todas as ligações entre os áto-
mos. Por essa razão utilizamos algumas regras de
Como possui 4 elétrons na camada de valência simplificação de fórmulas estruturais. Indique a
e não pretende doá-los, compartilha com outros áto- fórmula molecular dos compostos cíclicos es-
mos esses 4 elétrons, a fim de completar octeto, esta- quematizados a seguir:
bilizando-se.
b) as quatro valências do carbono são iguais.
Cl H H H
H C H H C Cl H C H Cl C H
H H Cl H
H3CCl
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QUÍMICA
2 (UERJ) A testosterona, um dos principais hor- nada melhor do que dar ferro ao doente.” (retirado do
mônios sexuais masculinos, possui fórmula estru- livro Paracelsus, Magic into Science, de H. Pachter).
tural plana: A hemoglobina é uma proteína conjugada en-
contrada no sangue. Proteínas conjugadas são aquelas
que contém um componente químico adicionado ao
aminoácido. Este componente químico (também de-
nominado grupo prostético), no caso da hemoglobina,
é o heme, que contém um cátion Fe+2 ou Fe+3, é res-
ponsável pelo transporte de oxigênio das hemácias.
Determine o número de átomos de carbono, clas- Indique quantos átomos de carbono terciário
sificados como terciários, de sua molécula. há em uma molécula de heme.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
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QUÍMICA
O CH3
H 3C
N
N
CH3
N
O N
SOCIOLOGIA
turas as pessoas acabam por serem engolidas por elas
1. SOBRE O SENTIDO DA SOCIOLOGIA E
e se condicionam a elas por fazer parte de um deter-
SUA HISTÓRIA minado estrato da sociedade. Percebe-se com isto que
De acordo com o postulado de François Hou- a sociedade e os homens em suas estruturas funcio-
tart, a sociologia é o estudo das lógicas internas da nam como um processo dialético. O homem constrói
sociedade. Ou seja, cabe à sociologia o papel de es- as estruturas sociais e, ao fazer parte delas, acaba
tudar analiticamente tudo aquilo que não é direta- sendo obrigado a se condicionar a elas. Não poucas
mente visível na sociedade: sua construção, a lógica vezes, esse processo não se encontra no nível da
das relações entre as pessoas; quais os participantes consciência das pessoas.
ativos e passivos dessa relação. A sociologia não po- O papel da sociologia, neste caso, é fundamen-
de, por isso, ficar reduzida à mera descrição dos fatos talmente transportar ao nível da consciência coletiva
sociais, como pretende alguns sociólogos dos tempos e individual o fato de que a sociedade é construída
iniciais do Positivismo. Logo, é fundamental que vo- por atores, nas condições que afirmamos acima.
cê saiba da necessidade em se decifrar os mecanis- Toda sociedade humana é um empreendimento
mos evidentes e os mecanismos escondidos que de construção do mundo, realizado de maneira dialé-
resultam no produto humano chamado de sociedade. tica. Não pode haver realidade social sem que haja o
Por isso, sociologia é o decifrar dos fenômenos homem, mas não há o homem se não há a realidade
sociais, da construção social, da produção da socie- social. Toda biografia individual é um episódio que
dade feita pelos participantes desta sociedade nos se realiza dentro da história da sociedade, que a pre-
mais variados níveis sociais. O decifrar analítico e cede e lhe sobrevive. A sociedade existia antes que o
conceitual dessas realidades permitir-nos-á chegar ao indivíduo nascesse, e continuará a existir após a sua
nível da teoria. morte. Mais ainda, é dentro da sociedade, como re-
Como início de nossa leitura dos códigos soci- sultado de processos sociais, que o indivíduo se torna
ais a serem decifrados, tomaremos como conceito o- uma pessoa, que ele atinge uma personalidade e se
rientador à idéia de estrutura social. Você já deve ter aferra a ela, e que ele leva adiante os vários projetos
ouvido falar em estrutura social, ou seja, a disposição que constituem a sua vida. O homem não pode existir
das partes ou dos elementos que formam um todo or- independentemente da sociedade.
gânico chamado de social. Essas partes estão organi- O processo dialético fundamental da sociedade
zadas em classes, daí o termo estrutura de classes. consiste em três momentos, ou passos. São a exterio-
Assim, devemos considerar inicialmente que há uma rização, a objetivação e a interiorização. Só se poderá
estrutura visivelmente caracterizada por diferenças manter uma visão adequadamente empírica da socie-
sociais observáveis que indicam uma realidade não dade se entender conjuntamente esses três momentos.
necessariamente visível. Na verdade, essa realidade A exteriorização é a contínua efusão do ser humano
está raramente visível, sendo necessária uma análise sobre o mundo, quer na atividade física quer na ativi-
lógica de suas partes para poder deduzi-la, ou como dade mental dos homens. A objetivação é a conquista
temos afirmado, decifra-la. por parte dos produtos originais como facticidade ex-
Para a sociologia, que é uma disciplina concre- terior e distinta deles. A interiorização é a reapropria-
ta no sentido Positivista da palavra, o que importa ção dessa mesma realidade por parte dos homens,
como objeto de análise é a estrutura social e sua re- transformando-a novamente de estruturas do mundo
produção através de vários mecanismos tais como o objetivo em estruturas da consciência subjetiva. É a-
mecanismo cultural, político, religioso, ético, econô- través da exteriorização que a sociedade torna-se um
mico, educacional, e outros. O objeto de estudo da produto humano. É através da objetivação que a soci-
sociologia, neste caso, é as lógicas internas funda- edade se torna uma realidade sui generis. É através
mentais da sociedade, no real das sociedades históri- da interiorização que o homem ser torna produto da
cas, procurando com isso decifrar a origem social dos sociedade.
fenômenos. O ser humano não pode ser concebido como
Então, interessa seriamente à sociologia o es- algo isolado em si mesmo, numa fachada de interio-
tudo da dinâmica social em sua dialética e história, ridade, partido em seguida para se exprimir no mun-
produzida pelos atores sociais, pois os atores ou pro- do que o rodeia. O ser humano é exteriorizante por
dutores do dinamismo social são as pessoas. Elas essência desde o início. Esse fato antropológico de
produzem as estruturas de uma determinada socieda- raiz com muita probabilidade se funda na constitui-
de, apesar de que, em meio à produção dessas estru- ção biológica do homem. O homo sapiens ocupa uma
Editora Exato 15
sociologia
posição peculiar no reino animal. Essa peculiaridade constrói um mundo humano. Esse mundo, natural-
se manifesta na relação do homem com seu próprio mente, é a cultura. Seu escopo fundamental é forne-
corpo e com o mundo. À diferença dos outros mamí- cer à vida humana as estruturas firmes que lhe faltam
feros superiores, que nascem com um organismo es- biologicamente. Segue-se que essas estruturas de fa-
sencialmente completo, o homem é curiosamente bricação nunca têm a estabilidade que caracteriza as
“inacabado” ao nascer. Passos essenciais do processo estruturas do mundo animal. A cultura, embora se
de “acabamento” do desenvolvimento do homem, torne para o homem uma “segunda natureza”, perma-
que já se verificaram no período fetal para os outros nece algo muito diferente da natureza, justamente por
mamíferos superiores, ocorrem, no caso do homem, ser o produto da própria atividade do homem. Suas
durante o primeiro ano após o nascimento. Isto é, o estruturas são, por conseguinte, inerentemente precá-
processo biológico de “tornar-se homem” ocorre num rias e predestinadas a mudar. O imperativo cultural
tempo em que a criança se encontra em interação da estabilidade e o caráter de instabilidade inerente à
com um ambiente exterior ao seu organismo, e que cultura lançam conjuntamente o problema fundamen-
inclui o mundo físico e o mundo humano da criança. tal da atividade do homem de construir o mundo. Su-
Existe, pois, um fundamento biológico no processo as implicações de longo alcance nos ocuparão em
de “tornar-se homem” no sentido de desenvolvimento detalhe considerável um pouco mais adiante. Por en-
de uma personalidade e assimilação de uma cultura. quanto contentemo-nos em dizer que, se é necessário
Esses últimos desenvolvimentos não são mutações que se construa um mundo, é muito mais difícil man-
estranhas sobrepostas ao desenvolvimento biológico tê-lo em funcionamento. O que aparece em qualquer
do homem, mas ao contrário, fundam-se nele. momento histórico particular como “natureza huma-
Esse mundo é fechado em termos de suas pos- na” é da mesma forma produto da atividade do ho-
sibilidades, programado, por assim dizer, pela própria mem de construir um mundo.
constituição do animal. Conseqüentemente, cada a-
nimal vive no ambiente específico de sua espécie par- Praticando o pensamento
ticular. Existe um mundo dos camundongos, um
mundo dos cães, um mundo dos cavalos, e assim por O texto acima coloca você diante de uma nova
diante. Em contraste, a estrutura dos instintos do ho- realidade no que se refere ao ser humano e a socieda-
mem no nascimento é insuficientemente especializa- de em que ele vive. O texto acima sugeriu várias i-
da e não é dirigida a um ambiente que lhe seja déias que deverão servir de base à sua estruturação
específico. Não há um mundo do homem no sentido do pensar. É fundamental que você tenha tais ele-
acima. O mundo é imperfeitamente programado pela mentos básicos sobre o significado fundamental da
sua própria constituição. É um mundo aberto. Ou se- sociologia. Saber perceber as estruturas sociais o
ja, um mundo do que deve ser modelado pela própria permitirá aprofundar as razões para a Revolução das
atividade do homem. Comparado com os outros ma- relações entre as pessoas.
míferos superiores, tem o homem, por conseguinte, Neste momento, você é convidado a pensar
uma relação com o mundo. Como os outros mamífe- sobre o texto acima citado. Ele contém algumas idéi-
ros, o homem está em um mundo que precede o seu as básicas que o ajudarão e o introduzirão na arte de
aparecimento. Mas à diferença dos outros mamíferos, pensar a vida e o mundo a partir da sociologia. Relei-
este mundo não é simplesmente dado, pré-fabricado a-o e exercite seu pensamento. Após a releitura, faça
para ele. uma pausa e reflita sobre as idéias mais importantes
O homem não possui uma relação preestabele- que há no texto. Finalmente, escreva uma carta dire-
cida com o mundo. Precisa estabelecer continuamen- cionada a um sociólogo, oferecendo explicações so-
te uma relação com ele. A mesma instabilidade bre os problemas que nossa sociedade vive nos dias
assinala a relação do homem com o seu próprio cor- de hoje.
po. De um modo curioso, o homem está “fora de e-
quilíbrio” consigo mesmo. Não pode se destacar a si Comece assim:
mesmo, e para entrar em harmonia consigo mesmo “Caro amigo/a, tenho refletido....”
precisa exprimir-se continuamente em atividade. A
existência humana é um contínuo “pôr-se em equilí-
brio” do homem com seu corpo, do homem com o
seu mundo.
No processo de constituição de um mundo, o
homem, pela sua própria atividade, especializa os
seus impulsos e provê-se a si mesmo de estabilidade.
Biologicamente privado de um mundo do homem,
Editora Exato 16
sociologia
SOCIOLOGIA
ras, sobre a mídia, sobre a ética, sobre as ciências,
1. ALGUNS PROBLEMAS QUE MERECEM
sobre as instituições médicas, sobre as forças segu-
ATENÇÃO SOCIOLÓGICA PARA SUA rança, sobre os recursos naturais, violentando os se-
COMPREENSÃO res humanos e a natureza a fim de que eles aceitem
definitivamente as regras do Capital.
1.1. O Poder nosso de cada dia
Ora, se não soubermos rever nossas posturas
(por Itamar Rodrigues Paulino)
éticas como pensadores, ou como empresários, como
Olhar a sociedade a partir do princípio do po-
políticos ou como educadores, ou em primeira ins-
der enquanto exercício das capacidades de domínio
tância como seres humanos diante de nossa atuação
ensina-nos a repensar nossa maneira de relacionar
no mundo, se não soubermos rever nossa crucial res-
com os outros. O exercício do poder humano é mui-
ponsabilidade para com o destino do que chamamos
tas vezes feito por via da violência. Ora, o poder ge-
mundo, não conseguiremos jamais colocar um fim no
rado por quem detém o conhecimento ou riqueza, ou
jogo de relações que fomenta cada vez mais seres
ambos, não parece estar a serviço da dignidade hu-
humanos animalizados. E por isso, urge ações enér-
mana. Quem detém conhecimento, e o usa sem crité-
gicas e urgentes pois do contrário, seremos derrota-
rios éticos , gera dependência nas pessoas, que não
dos pelo jogo da violência coletiva recíproca e
têm acesso à educação formal. Pouco capacitadas à
fomentado em sistemas que excluem as pessoas do
atividade racional, essas pessoas acabam por confiar
bolo produtivo, tais como o Neoliberalismo e o pró-
incondicionalmente nos detentores do conhecimento.
prio socialismo real. Ainda há tempo...
Mais inescrupulosos que os detentores do po-
der do conhecimento, estão os seguidores da pluto- 1.2. A Política Brasileira
cracia, aqueles que crêem na riqueza como (por Itamar Rodrigues Paulino)
instrumento de poder. Por terem propriedades, carros, A reflexão que segue quer apenas colocá-lo
contas recheadas em paraísos fiscais, a justiça injusta numa situação de "pensar filosófico" sobre os rumos
ao seu lado, os meios de comunicação a seu favor, e- de um País chamado BRASIL. É um texto de cunho
les pensam que podem tudo e se sentem no direito de político, portanto, leia-o com a devida atenção visto
comprar inclusive a consciência do outro. O mais que não há ninguém o mundo que não faça política.
vergonhoso é que, quando o fazem, compram por ba- Todo ato ou atitude é um ato ou atitude política.
gatelas como um saco de leite e pão, uma conta de Bom, podemos comentar sobre vários assuntos im-
água e luz liberada de pagamentos, um gás de cozi- portantes que tem a ver com Política, mas direciona-
nha, ou comida a R$ 1,00. Mas essa compra não a- remos nossa reflexão para dois pontos: Como deve
tinge somente os pobres. Compram-se os ricos, ser a participação de todo brasileiro na Política? E
liberando essa ou aquela verba para tal viaduto super- como deve ser o político brasileiro?
faturado, para aquela construção ou reforma de um Quantas vezes você não ouviu a seguinte inda-
prédio que nunca acaba, para aqueles tais programas gação: Política? E eu com isso? Essa é uma interro-
de socorro a bancos e empresários que conseguiram gação feita por muitas pessoas que ainda não
falir suas empresas por causa da incompetência (seri- perceberam a importância das decisões políticas em
a?), uma verba mais recheada para aquela superin- suas vidas. Parece-me urgente que em todo lugar a
tendência de desenvolvimento da "corrupção". A política seja vista de modo diferente, como o grande
consciência do brasileiro parece estar vivendo de político italiano Igino Giordani a concebia. Ele afir-
venda de sua dignidade. mava que a política é a expressão mais alta da cari-
Mas, esse mal não é exclusivo do brasileiro. dade; é o amor que se organiza. Por isso, a política é
Extremamente complexo fica o mundo quando o co- uma forma de serviço, ou seja, quem quer ser o pri-
nhecimento e a propriedade se unem em torno de um meiro, coloque-se no último lugar. Assim, o político
poder único. O resultado são os poderes totalitários, deve se colocar a serviço da sociedade mais que os
representados outrora pelo Nazismo, Fascismo , e outros. E esta tarefa parece bastante difícil de ser
mais tarde na Guerra Fria, através dos Estados Uni- cumprida.
dos e a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéti- Mas então, o que significa "fazer política", pa-
cas. Hoje, o Estado Totalitário chama-se, tomando ra cada um de nós brasileiros? Se você tiver um pro-
uso de maneira lacônica das respeitadas palavras de blema, pode solucioná-lo pessoalmente ou optar por
Max Weber, Mão Invisível do Mercado. Aquela mão enfrentá-lo junto com os outros. Do mesmo modo,
que você não vê, mas que está lá sobre o Estado, so- fazer política significa perceber que o seu problema é
bre as instituições, sobre as religiões, sobre as cultu-
Editora Exato 3
sociologia
também problema de outros e, portanto, deve procu- de uma lista de eleitores ou currais eleitorais, correm
rar a solução junto com os outros. para lá, com bonés, camisetas com identificação do
Ora, certa vez, um jovem que, depois de ter candidato, panfletos e outras tantas parafernálias. Ao
compreendido esta noção de política, se encontrou chegar, tentam obter a adesão dos eleitores ao seu
diante da seguinte situação: toda manhã, indo de car- candidato a qualquer preço, mas condiciona-os a vo-
ro para o trabalho, percorria uma via secundária que tar quase que ditatorialmente: se você não votar em
depois desembocava numa grande avenida. O engar- fulano, você vai perder os benefícios disso ou daqui-
rafamento era inevitável. Todo dia era aquela enxur- lo. Eles praticamente torturam a consciência do elei-
rada de xingamentos; e muita gente estragava o dia tor que, inseguro de seus direitos, da sua cidadania e
por causa desse contratempo sempre igual. Ele aca- de sua dignidade acaba por votar neles para não per-
bou encontrando um itinerário alternativo. Mas de- der o que tem.
pois lembrou-se de que o problema não era somente Temos também uma outra prática, chamada de
dele. Dirigiu-se então à Associação de Amigos do compra de votos, com o eleitor recebendo um certo
Bairro, onde expôs o problema. E em pouco tempo valor em dinheiro do candidato até o dia da eleição,
encontraram a solução. ou ainda, recebendo cesta básica, pão, leite, e outros
Isto é política: influenciar e renovar a socieda- benefícios que, o eleitor sequer sabe que tem direito
de, começando pelas pequenas coisas. Assim, poder- natural sobre esses benefícios. Ora, muitos dos cabos
se-á preparar para mudar situações mais complexas, eleitorais que recrutam os eleitores dessa forma con-
como por exemplo, a questão do desemprego, da vio- seguem, caso o candidato venha a ser eleito, tornar-se
lência, da distribuição de renda, da Reforma Agrária. assessores parlamentares. Por isso, eles chegam a ba-
Fazer política não quer dizer somente intervir para nalizar a eleição, prometendo mudar tudo, inclusive
derrubar um governo ditatorial ou corrupto, mas par- propõem a prisão de corruptos - e mau sabem que o
ticipar sempre, começando por baixo. Assim, quando que estão fazendo é corrupção da pior espécie; levam
estamos na escola ou no trabalho, não basta realizar a pela palavra a confiança do eleitor fazendo-o acredi-
tarefa que nos foi confiada. É necessário abrir os o- tar ilusoriamente na possibilidade de um pedaço de
lhos e enxergar mais além, ver o que não está certo e chão, do ver-se livre do aluguel, de continuar a ter o
encontrar outra pessoa que concorde com as nossas benefício do pão e do leite.
idéias. Depois, procurar ainda outras pessoas mais As armas dos candidatos para garantir o man-
que concordem com as nossas idéias. Depois procu- dato e convencer o eleitor são a publicidade e a mí-
rar mudar a situação. É assim que se fazem as revo- dia. A propaganda gratuita de rádio e televisão
luções, é assim que se faz política. Muitas vezes se divulga as propostas dos candidatos majoritários,
acaba realizando mais do que os governantes que as- principalmente dos que concorrem a um cargo de
sinam as leis. chefe do poder executivo. Os candidatos a um cargo
Finalmente, para começar a fazer política basta no poder legislativo têm ajuda dos cabos eleitorais
lembrar-se de três pontos: primeiro, que a política é que são quem controlam as verbas a serem aplicadas
serviço, é caridade que se organiza; segundo, que é nas campanhas da região, controlando as pessoas pa-
necessário levantar os olhos e entender que o seu ra os trabalhos de campanha.
problema é também o problema dos outros; terceiro, O cabo eleitoral, na maioria das vezes, possui
que a política se faz com os outros. uma certa influência na comunidade. Ele administra a
1.3. O Drama do Voto e a Democracia relação clientelista entre o político que ele representa
e a comunidade. Esta relação é tão real e íntima que
(por Itamar Rodrigues Paulino) nos faz remontar aos tempos da República Velha,
Há no Brasil uma péssima prática eleitoral que onde os "coronéis" controlavam os cofres públicos,
resulta na permanência do Status Quo, é o chamado manipulando as verbas do Orçamento em benefício
Voto Útil. Uma espécie de jogo em que ninguém quer de seus protegidos políticos.
perder e, por isso, lança mão da própria falta de res- Quantas maneiras de iludir o cidadão na guerra
ponsabilidade para votar em alguém somente para sem regras e sem limites pela conquista do voto! A
não perder o voto. O resultado não poderia ser outro: mídia, responsável pela imagem do candidato junto
voto que não gera transformação. ao eleitorado, cria, desfaz mitos e transforma corrup-
Pior que perceber um eleitor preso a práticas tos em exemplos de honestidade, e honestos nos mais
alienadas é ver confirmadas as estratégias dos candi- hediondos seres. É um meio de dominação política e
datos para conseguir o voto a todo custo. Neste as- ideológica que, sem dúvida alguma, forma opinião da
pecto, o termo é mais interessante, o “voto certo”, maior parte da população. E, de todos os meios usa-
forma moderna de “voto de cabresto”. Essa prática dos pela mídia, a TV é incomparavelmente a maior
requer a contratação de cabos eleitorais que, de posse formadora de opinião. Vejamos, pois, o exemplo do
Editora Exato 4
sociologia
ex-presidente Fernando Collor de Melo, um dos prin- 2. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
cipais representantes desta construção da mídia. Ela
construiu uma farsa e a consolidou junto à sociedade, Filosofando - Introdução à filosofia - 3ª edição
aliado à imagem de uma liderança jovem e renovado- revista. Maria Helena Pires Martins, Maria Lúcia de
ra que traria ao país a verdadeira prática democrática Arruda Aranha. Editora Moderna.
depois de um jejum de trinta anos sem eleições dire- Filosofia da Educação. Maria Lúcia de Arruda
tas. Aranha. Editora Moderna.
A grande maioria dos responsáveis pela mídia História da educação. Maria Lúcia de Arruda
procurava um candidato que tivesse um perfil que Aranha. Editora Moderna.
fosse o contraponto da candidatura de Luís Inácio Temas de filosofia - 3ª edição. Maria Helena
Lula da Silva, que naquele momento se apresentava Pires Martins, Maria Lúcia de Arruda Aranha. Edito-
com maiores possibilidades de chegar ao Palácio do ra Moderna.
Planalto. Alguns formadores de opinião temiam a as- Sociologia - Introdução à ciência da sociedade
censão de uma liderança do povo a Presidência da - 3ª edição. Cristina Costa. Editora Moderna.
República, considerando Lula um operário “analfabe- Introdução ao Estudo de Filosofia. Antônio
to e iletrado”. O Jornal Folha de São Paulo, nesta Xavier Teles. Editora Ática.
época, lançou uma reportagem-resposta direcionada à Introdução ao Estudo de Filosofia. Antônio
Rede Globo, intitulada: O QUE É BOM PARA A Xavier Teles. Editora Ática.
GLOBO NÃO CONVÉM AO BRASIL. Introdução à Sociologia - Série Brasil - Volu-
Este documento é uma da mais importantes me Único.Pérsio Santos de Oliveira . Editora Ática.
denúncias públicas já feitas por um órgão de comuni- Sociologia da Sociedade Brasileira. Álvaro de
cação, contra uma rede de comunicação de massa, Vita. Editora Ática.
controladora de boa parte da mídia no Brasil, e de
como ela recorre ao seu poder formador de opinião
para manipular a população, procurando beneficiar
seus candidatos nos processos eleitorais. Esses meios
de comunicação usam uma linguagem nos bastidores
e uma outra ao público, que ficam distantes da reali-
dade e permanecem mistificados pela versão dos que
comandam os instrumentos de dominação ideológica
e cultural de massa. Enfim, a mídia cumpre o seu pa-
pel de perpetuação de uma ideologia, dentro de uma
formação econômico-social. Com isto, ela favorece
os governantes e a sua política, amortecendo as insa-
tisfações populares.
Praticando o pensamento
1) Reflita sobre as seguintes idéias: “Ora, se
não soubermos rever nossas posturas éticas como
pensadores, ou como empresários, como políticos ou
como educadores, ou em primeira instância como se-
res humanos diante de nossa atuação no mundo, se
não soubermos rever nossa crucial responsabilidade
para com o destino do que chamamos mundo, não
conseguiremos jamais colocar um fim no jogo de re-
lações que fomenta cada vez mais seres humanos a-
nimalizados. E por isso, urge ações enérgicas e
urgentes pois do contrário, seremos derrotados pelo
jogo da violência coletiva recíproca e fomentado em
sistemas que excluem as pessoas do bolo produtivo,
tais como o Neoliberalismo e o próprio socialismo
real. Ainda há tempo...” Faça uma breve análise crí-
tica procurando explicar racionalmente as razões que
evidenciam a importância da percepção sociológica
sobre o mundo.
Editora Exato 5
sociologia
Editora Exato 6