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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…

IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as verbas


recebidas em reclamatórias trabalhistas
Forma de Cálculo e o Direito às Deduções e Isenções Legais.
O presente estudo apresenta uma análise a respeito da forma correta de
incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre verbas recebidas em
processos trabalhistas, frente aos postulados normativos da capacidade
contributiva e isonomia.

Contents
Recebeu nos últimos 5 (cinco) anos ou está para receber valores decorrentes de vitória em processo
na Justiça do Trabalho? Atenção! Existem várias...
Questões polêmicas sobre o Imposto de Renda
PGFN publica ato sobre rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente
Primeira Vara Federal Tributária de Porto Alegre reconhece a inexigibilidade do IRRF incidente sobre
parte das verbas recebidas em Reclamatória...
Tribunal Superior do Trabalho adota nova posição e afasta a incidência de IR sobre juros de mora

Recebeu nos últimos 5


(cinco) anos ou está para
receber valores
decorrentes de vitória
em processo na Justiça
do Trabalho? Atenção!
Existem várias verbas e
parcelas que são isentas
da tributação, não pague mais imposto do que o devido ou receba de volta
atualizado tudo o que pagou a maior, informe-se!

Medida Provisória n.º 497, de 2010 define nova forma de cálculo e afasta a
incidência de IRRF sobre verbas trabalhistas recebidas de forma acumulada:
O artigo 20 da Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010
(D.O.U. de 28.07/2010 – retificada no D.O.U. de 29.07.2010) traz um novo artigo a Lei n.º
7.713, de 22 de dezembro de 1988 que trata sobre o Imposto de Renda e dá outras
providências, in literis:
Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010:
“(...) Art. 20. A Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988,
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-A:
‘Art. 12-A. Os rendimentos do trabalho e os
provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a
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provenientes - IRRF sobre as v…
de aposentadoria, pensão, transferência para a
reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência
Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, quando correspondentes a anos-calendários
anteriores ao do recebimento, serão tributados
exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito,
em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.
§ 1.º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica
obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira
depositária do crédito, e calculado sobre o montante
dos rendimentos pagos, mediante a utilização de
tabela progressiva resultante da multiplicação da
quantidade de meses a que se refiram os
rendimentos pelos valores constantes da tabela
progressiva mensal correspondente ao mês do
recebimento ou crédito.
§ 2.º Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao
montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial
necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se
tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.
§ 3.º A base de cálculo será determinada mediante a
dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos
rendimentos tributáveis:
I - importâncias pagas em dinheiro a título de pensão
alimentícia em face das normas do Direito de Família,
quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo
homologado judicialmente ou de separação ou divórcio
consensual realizado por escritura pública; e
II - contribuições para a Previdência Social da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
§ 4.º Não se aplica ao disposto neste artigo o constante no
art. 27 da Lei n.º 10.833, de 29 de dezembro de 2003,
salvo o previsto nos seus §§ 1.º e 3.º.
§ 5.º O total dos rendimentos de que trata o caput,
observado o disposto no § 2.º, poderá integrar a base de
cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste
Anual do ano-calendário do recebimento, à opção
irretratável do contribuinte.
§ 6.º Na hipótese do § 5.º, o Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual.
§ 7.º Os rendimentos de que trata o caput, recebidos entre
1.º de janeiro de 2010 e o dia anterior ao de publicação
desta Medida Provisória, poderão ser tributados na forma
deste artigo, devendo ser informados na Declaração de
Ajuste Anual referente ao ano-calendário de 2010.
§ 8.º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará o
disposto neste artigo.’ (NR)” (Grifamos)
O artigo 12-A, suso transcrito, acaba com as discussões relativas
à forma de cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF de verbas recebidas em
reclamatórias trabalhistas e, dos provenientes de aposentadoria e pensão, definindo que
deve ser aplicada a tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a
que se referiram os rendimentos pelos valores constantes na tabela progressiva mensal
correspondente ao mês do recebimento ou crédito, podendo ser excluída da base de cálculo

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(rendimentos tributáveis) as despesas com a ação judicial, inclusive advogados, desde que
pagas pelo contribuinte sem indenização pela decisão judicial.
Segundo a previsão legal, podem ser também deduzidas as
importâncias pagas a título de pensão alimentícia e contribuições à Previdência Social Oficial.
Na prática, se consideramos um indivíduo que ingressou no Poder
Judiciário pleiteando diferenças devidas a título de rendimentos de seu trabalho num
período de 2 (dois) anos, tendo obtido êxito e recebido em agosto de 2010 a quantia de
R$100.000,00 (cem mil reais) de rendimentos tributáveis numa reclamatória trabalhista,
tendo pago R$10.000,00 (dez mil reais) de honorários contratuais ao seu advogado,
veremos que a redução com relação a tributação de 27,5% diretamente sobre o montante
atualizado da verba recebida, que daria R$27.500,00 de imposto a pagar – como vinha
procedendo a Justiça do Trabalho – é realmente considerável:
(a) Apuração da Base de Cálculo do IRRF conforme MP
n.º 497, de 2010:
R$100.000,00 – Total de verbas tributáveis da reclamatória
trabalhista.
(-)R$10.000,00 – Honorários Advocatícios e despesas
processuais.
(-)R$10.000,00 – Pensão Alimentícia descontada.
(-)R$11.000,00 – Contribuição para a Previdência Social oficial.
_______________
= R$69.000,00
R$69.000,00/24 meses (2 anos) = R$2.875,00
(b) Aplicação da Tabela Progressiva mensal
correspondente ao mês do recebimento ou crédito (Lei
n.º 11.945/2009 ao inciso IV do art. 1.º da Lei n.º
11.482/2007):

Parcela a
Base de Cálculo Alíquota
deduzir
até R$ 1.499,15 - -
de R$ 1.499,16 até R$
7,5% R$ 112,43
2.246,75
de R$ 2.246,75 até R$
15% R$ 280,94
2.995,70
de R$ 2.995,70 até R$
22,5% R$ 505,62
3.743,19
acima de R$ 3.743,19 27,5% R$ 692,78
Dedução por dependente: R$ 150,69

(c) Alíquota aplicável segundo a tabela: 15% com


dedução de R$280,94:
R$2.875,00 – Base apurada conforme MP n.º 497, de 2010.
R$2.875,00 x 15% = R$431,25
= R$431,25
(-) R$280,94 – Dedução legal da tabela progressiva
_____________
R$150,31 x 24 = R$3.607,44 – Resultado do IRRF a ser

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retido.
Uma inovação é o fato de o contribuinte poder optar se declarará
tais rendimentos integraram a base de cálculo do Imposto de Renda na Declaração de Ajuste
Anual e, se assim optar, os valores pagos a título da exação serão considerados como
antecipação do imposto devido apurado na declaração.
A MP assevera que a Receita Federal do Brasil deverá disciplinar a
forma de aplicação das alterações legais e que os rendimentos recebidos entre 1.º de janeiro
de 2010 e 27 de julho de 2010 já poderão ser tributados pelo novo regime, porém, se
assim proceder, o contribuinte interessado deverá informar na declaração de ajuste anual
referente ao ano calendário de 2010 os valores recebidos e tributados.
Apesar de já ser uma realidade para garantir a não tributação
sobre o valor integral do contribuinte, algumas questões não enfatizadas pela Medida
Provisória continuarão tendo que ser resolvidas perante o Poder Judiciário, como é exemplo
a incidência de Imposto de Renda sobre os Juros moratórios e demais parcelas isentas da
exação. Acaso seja compelido o interessado ao desconto da exação sobre tais verbas, deverá
socorre-se ao Poder Judiciário para garantia de mais este direito.
________________________________

Questões polêmicas sobre o Imposto de Renda

No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente ao trabalhador,


devido à prolação de sentença judicial no foro trabalhista, deve ser levado em consideração
as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, a fim de
permitir a incidência do imposto na fonte mediante aplicação das alíquotas progressivas e
respeitadas as faixas de isenção, mês a mês, nos termos como previsto no artigo 629, do
RIR/94 (Decreto n.º 1.041/94) e, atualmente, artigo 620 do RIR/99 (Decreto n.º
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3.000/99).

Sobre o regime de progressivo que deve ser adotado, em detrimento ao regime de caixa
comumente efetuado nos processos trabalhistas, da mesma forma que é feito sobre os
descontos previdênciários, aconselho a leitura de interessante texto de autoria de Diógenes
Gomes Vieira, disponibilizado na internet e entitulado DESCONTOS
PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. POR QUE REGIME PROGRESSIVO PARA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E REGIME DE CAIXA PARA O LEÃO??? muito
interesante a análise feita sobre esta dualidade feita pelo jurista.

Os dispositivos legais dos regulamentos são claros em informar a forma correta de calcular
o imposto devido e, segundo a jurisprudência, a aparente antinomia desse dispositivo com
o artigo 12 da Lei n.º 7.713/88 se resolve pela seguinte exege-se: este último disciplina
apenas o momento da incidência do imposto, já os Regulamentos do Imposto de Renda –
RIR disciplinam o modo correto de calcular o mesmo.

Nesse Contexto, no ato de retenção na fonte da exação deve observar as faixas de isenção,
deduções e alíquotas aplicáveis à renda que teria sido auferida mês a mês pelo contribuinte,
se não fosse o pagamento a menor, e não a simples incidência do imposto sobre os
vencimentos totais acumulados recebidos e atualizados em virtude de condenação judicial,
sob pena de estarmos punindo o contribuinte com a retenção indevida de Imposto de
Renda sobre valores dos benefícios percebidos de forma acumulada por mora exclusiva do
próprio empregador e promovendo o locupletamento ilícito da Fazenda Nacional sobre
verbas isentas e não tributáveis.

Nesse sentido é a majoritária jurisprudência, tanto do Superior Tribunal de Justiça, como


de ambas as Turmas do E. TRF 4.ª Região, in verbis:
“TRIBUTÁRIO. REVISÃO JUDICIAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. IMPOSTO
DE RENDA RETIDO NA FONTE. VALORES PAGOS ACUMULADAMENTE. 1.
No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser
levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem
tais rendimentos, nos termos previstos no art. 521 do RIR (Decreto 85.450/80). A
aparente antinomia desse dispositivo com o art. 12 da Lei 7.713/88 se resolve pela seguinte
exegese: este último disciplina o momento da incidência; o outro, o modo de calcular o imposto.
Precedentes: Resp 617081/PR, 1ª T, Min. Luiz Fux, DJ 29.05.2006 e Resp 719.774/SC, 1ª
T, Min. Teori Albino Zavascki, DJ 04.04.2005. 2. Recurso especial a que se nega
provimento.” (STJ, Resp n.º 901.945/PR, 1.ª Turma, Relator Min. Teori Albino Zavascki,
julgado em 20/08/2007, DJ de 16/08/2007, pg 300 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RECEBIDO EM


DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA
FONTE. VALORES PAGOS ACUMULADAMENTE. 1. O imposto de renda incidente
sobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotas
das épocas próprias a que se referem tais rendimentos. Em outras palavras, a retenção na
fonte deve observar a renda que teria sido auferida mês a mês pelo contribuinte se não
fosse o erro da administração e não no rendimento total acumulado recebido em
virtude de decisão judicial. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público. 2. Recurso
especial improvido.” (STJ, Resp n.º 783.724/RS, 2.ª Turma, Relator Min. Castro Meira,
julgado em 15/08/2006, DJ de 25/08/2006, pg. 328 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO - BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - IMPOSTO DE RENDA -


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INCIDÊNCIA SOBRE O SOMATÓRIO DE PROVENTOS PAGOS EM ATRASO -
INADMISSIBILIDADE. 1 - No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos
acumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas
próprias a que se referem tais rendimentos. 2 - Apelação e remessa oficial desprovidos.”
(TRF 4.ª Região, AC n.º 2006.71.04.006735-5/RS, 2.ª Turma, Relator Eloy Bernst Justo,
julgado em 06/11/2007, de 28/11/2007 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - INCIDÊNCIA SOBRE O SOMATÓRIO


DE PRESTAÇÕES PAGAS EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL -
INADMISSIBILIDADE. 1 - "No cálculo do imposto incidente sobre rendimentos pagos
acumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas
próprias a que se referem tais rendimentos, nos termos previstos no art. 521 do RIR (Decreto
85.450/80). A aparente antinomia desse dispositivo com o art. 12 da Lei 7.713/88 se resolve
pela seguinte exegese: este último disciplina o momento da incidência; o outro, o modo de
calcular o imposto." (RESP 424225/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJ de
19/12/2003, p. 323). 2 - Não poderia a Fazenda lançar o tributo sobre o valor
acumulado dos valores e sim sobre cada parcela devidamente discriminada, de acordo
com as alíquotas e faixas de isenção vigentes na época em que deviam ser pagas.”
(TRF 4.ª Região, AC n.º 2004.04.01.022941-8/PR, 1.ª Turma, Relatora Maria Lúcia Luz
Leiria, julgado em 03/06/2004, DJU de 01/12/2004, pg. 311 – Grifamos)

Após a análise da jurisprudência suso transcrita, verificamos ser cristalino o direito dos
trabalhadores agraciados por verbas decorrentes de condenações em sede de sentenças
trabalhistas, em ver readequado o cálculo do Imposto de Renda devido, como se fosse
apurado mês a mês, acrescido dos valores que deveria ter percebido na época e que só
receberá agora de forma acumulada, graças à decisão judicial do Foro Trabalhista,
respeitadas é claro as isenções e deduções legais.

Para melhor visualização, estampamos a tabela progressiva para cálculo do IR mensal


atualmente em vigor e, de forma exemplificativa, efetuaremos o cálculo da exação devida
simulando um rendimento mensal hipotético.

Admitamos que determinada pessoa física que receba rendimentos do trabalho assalariado,
possua 2 (dois) dependentes e apresente os seguintes dados no mês de março do ano de
2001:

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Levando-se em conta os valores da tabela progressiva supra, o rendimento bruto
apresentado corresponderia à alíquota de 27,5% (vinte e sete e meio por cento), com a
parcela a deduzir de R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais). Vamos, agora, calcular o valor
do IR Fonte:

Fica assim demonstrado que um rendimento mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais),
percebido no mês de março do ano de 2001, estaria sujeito à retenção na fonte de R$
375,32 (trezentos e setenta e cinco reais e trinta e dois centavos), após os devidos
descontos e deduções legalmente previstas, aplicáveis a cada caso específico. Ao
admitirmos a incidência sobre valores acumulados e à alíquota máxima de 27,5%
estaremos tributando a maior o contribuinte em desrespeito aos postulados normativos da
isonomia (artigo 150, inciso II, da CF/88) e capacidade contributiva (§ 1.º do artigo 145, da
CF/88).

Assevere-se que, além das faixas de isenção no cálculo mês a mês, existem ainda
determinadas verbas que estão albergadas por isenções legalmente previstas, como é
exemplo o artigo 19, II e § 1.º, da Lei n.º 10.522/2002 c/c o Ato Declaratório n.º 06, de
07/11/2006, aonde a União Federal está dispensada de contestar o pedido relativo ao
abono de que trata o artigo 143, da CLT e conversão em pecúnia de 1/3 do período de
férias, da mesma forma que com relação às férias indenizadas, conforme Ato Declaratório
n.º 01, de 18/02/2005.

O pagamento de férias vencidas e não gozadas feito pelo empregador ao seu empregado
em decorrência de rescisão do contrato de trabalho, bem como o auxílio refeição e ajuda
cesta alimentação, aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, inclusive os juros de mora e a
correção monetária, não se sujeitam à incidência do imposto de renda.

Tais pagamentos estão abrangidos na regra de isenção referente à indenização paga por
despedida ou rescisão de contrato de trabalho, prevista no artigo 6.º, incisos I, II e V, da
Lei n.º 7.713, de 1988 e no artigo 39, incisos IV, XIII e XX, do Regulamento do Imposto
de Renda, aprovado pelo Decreto n.º 3.000, de 1999.

Os pagamentos feitos pelo empregador a seu empregado, relativamente ao auxílio refeição


e ajuda cesta alimentação, às férias vencidas não-gozadas e às férias proporcionais, bem
como o adicional de 1/3, quando decorrente de rescisão do contrato de trabalho, não se
sujeitam à cobrança do Imposto de Renda, pois estão abrangidos na regra de isenção
referente à indenização paga por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, prevista no
art. 6.º, I, II e V, da Lei n.º 7.713/88 e repetida no art. 39, IV, XIII e XX, do Regulamento
do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n.º 3.000/99 c/c art. 146 da CLT. Nesse
sentido é a jurisprudência, tanto do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região como do e.
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STJ, in verbis:
“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PAGAMENTO A EMPREGADO, POR
OCASIÃO DA RESCISÃO DO CONTRATO. GRATIFICAÇÃO ESPECIAL.
FÉRIAS PROPORCIONAIS. TERÇO CONSTITUCIONAL. NATUREZA. REGIME
TRIBUTÁRIO DAS INDENIZAÇÕES. PRECEDENTES. 1. O imposto sobre renda e
proventos de qualquer natureza tem como fato gerador, nos termos do art. 43 e seus
parágrafos do CTN, os ‘acréscimos patrimoniais’, assim entendidos os acréscimos ao
patrimônio material do contribuinte. 2. O pagamento feito pelo empregador a seu empregado, a
título de adicional de 1/3 sobre férias tem natureza salarial, conforme previsto nos arts. 7º,
XVII, da Constituição e 148 da CLT, sujeitando-se, como tal, à incidência de imposto de
renda. Todavia, o pagamento a título de férias vencidas e não gozadas, bem como de
férias proporcionais, convertidas em pecúnia, inclusive os respectivos acréscimos de
1/3, quando decorrente de rescisão do contrato de trabalho, está beneficiado por
isenção. A lei isenta de imposto de renda ‘a indenização (...) por despedida ou rescisão
de contrato de trabalho, até o limite garantido pela lei trabalhista ou por dissídio
coletivo e convenções trabalhistas homologados pela Justiça do Trabalho’ (art. 39, XX
do RIR, aprovado pelo Decreto 3.000/99 e art. 6º, V, da Lei 7.713/88). Precedentes:
REsp 782.646/PR, AgRg no Ag 672.779/SP e REsp 671.583/SE. (...)” (STJ, Resp n.º
1.017.535/SP, 1.ª Turma, Relator Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 06/03/2008, DJ de
27/03/2008, pg. 001 – Grifamos)

“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. INÉPCIA DA INICIAL.


PRESCRIÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE LICENÇASPRÊMIO E FÉRIAS NÃO
GOZADAS. ABONO-ASSIDUIDADE. TERÇO CONSTITUCIONAL. FORMA DE
RESTITUIÇÃO. 1. Tratando-se de imposto de renda na fonte, é suficiente a prova da
retenção do tributo pela fonte pagadora, para tanto servindo os contracheques ou fichas
financeiras acostados na inicial. Eventual restituição decorrente do ajuste anual poderá ser
comprovada quando da apuração do quantum debeatur. 2. Para as ações ajuizadas até o
término da vacatio legis da LC 118/2005, como a presente ordinária de repetição de indébito,
permanece inalterado o já sedimentado entendimento jurisprudencial no sentido de que, na
hipótese de tributo sujeito a lançamento por homologação, caso esta não ocorra de modo
expresso, o prazo para haver sua restituição é de cinco anos contados do fato gerador,
acrescido de mais cinco anos da data da homologação tácita, operando-se a prescrição do
direito de requerer a restituição no prazo de dez anos, a contar do fato gerador. 3. O imposto
de renda pessoa física somente incide sobre rendimentos ou proventos, ou seja, sobre
a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica que não tenha natureza
indenizatória. As licenças-prêmio e as férias não gozadas, convertidas em pecúnia,
possuem natureza indenizatória, razão pela qual não incide o imposto de renda. (...)”
(TRF 4.ª Região, AC n.º 2003.72.01.003426-9/SC, 2.ª Turma, Relatora Marga Inge Barth
Tessler, julgado em 13/12/2005, DJU de 22/02/2006, pg. 477 – Grifamos)

Até mesmo o pagamento relativo às férias vencidas não-gozadas, quando realizado no


curso do contrato de trabalho, também não se sujeitariam à cobrança da exação, por força
do entendimento jurisprudencial consolidado no verbete da Súmula n.º 125, do e. STJ,
segundo a qual “o pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não esta
sujeito a incidência do imposto de renda.”

A tônica adotada pela jurisprudência consolidada é o fato de que, conforme previsão do


artigo 43 do CTN, o imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza tem como fato
gerador apenas os “acréscimos patrimoniais”, assim entendidos os acréscimos ao
patrimônio material do contribuinte, sendo as verbas eminentemente indenizatórias
beneficiadas pela isenção legal que deve ser observada no cálculo da exação, além das
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deduções legais e alíquotas progressivas, sob pena de ocorrer o pagamento a maior e
indevido, gerando direito ao contribuinte que assumiu o encargo à repetição do indébito
apurado (art. 165, I e II, do CTN).

A orientação jurisprudencial majoritária também assevera que o Imposto de Renda não


incide sobre os juros de mora e correção monetária, por terem a mesma natureza
indenizatória. Muito menos sobre o aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, conforme as
previsões legais já apresentadas, pois não se tratam de acréscimo patrimonial do
contribuinte, nem são fatos geradores do imposto, exemplificativamente, in verbis:
“TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - INCIDÊNCIA SOBRE DIFERENÇAS
SALARIAIS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE E SOBRE JUROS DE MORA -
INADMISSIBILIDADE - ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. 1 - O
imposto de renda não incide sobre os créditos trabalhistas recebidos acumuladamente
por força de decisão judicial. 2 - Os juros moratórios são, por natureza, verba
indenizatória dos prejuízos causados ao credor pelo pagamento extemporâneo de seu
crédito. Inteligência do art. 404 do Código Civil (Lei 10.406, de 10/01/2002). 3 - No
caso de mora no pagamento de verba trabalhista, que tem notória natureza alimentar, impondo
ao credor a privação de bens essenciais de vida, e/ou o endividamento para cumprir seus
próprios compromissos, a indenização, através dos juros moratórios, corresponde aos
danos emergentes, ou seja, àquilo que o credor perdeu em virtude da mora do devedor.
Não há nessa verba qualquer conotação de riqueza nova, a autorizar sua tributação
pelo imposto de renda. Indenização não é renda. 4 - Provimento antecipatório concedido.”
(TRF 4.ª, AI n.º 2005.04.01.012942-8/RS, Relator ANTÔNIO ALBINO RAMOS DE
OLIVEIRA, D.J.U. de 20/7/2005 - Grifamos)

Destacamos as razões do Voto vencedor, proferidas pelo eminente Des. Federal Antônio
Albino Ramos de Oliveira, no processo suso ementado, verbis:
“(...) no tocante aos juros moratórios que são, por natureza, verba indenizatória dos
prejuízos causados ao credor pelo pagamento extemporâneo de seu crédito, e como tal
conceituados no art. 404 do vigente Código Civil (Lei 10.406, de 10/01/2002):
‘Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo
juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo
pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.’
Outro não era o tratamento dado à matéria pelo art. 1.061 do Código Civil de 1916:
‘Art. 1.061. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, consistem nos
juros da mora e custas, sem prejuízo da pena convencional.’
A única inovação trazida pelo Código Civil de 2.002 foi a possibilidade de o juiz conceder
indenização suplementar caso os juros de mora não cubram o prejuízo do credor - o que
vem, mais uma vez, ressaltar o caráter indenizatório desses juros.
Cuida-se, aqui, de mora no pagamento de verba trabalhista, que tem notória natureza
alimentar, impondo ao credor a privação de bens essenciais de vida, e/ou o
endividamento para cumprir seus próprios compromissos. A indenização, através dos
juros moratórios, corresponde aos danos emergentes, ou seja, àquilo que o credor
perdeu em virtude da mora do devedor. Não há nessa verba, portanto, qualquer
conotação de riqueza nova, a autorizar sua tributação pelo imposto de renda.
Indenização não é renda.
Via de consequência, com renovada vênia ao ilustre Relator, voto dando provimento ao
agravo em maior amplitude, concedendo a antecipação da tutela não só para que o
imposto de renda incidente sobre as diferenças salariais devidas ao autor seja calculado
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
pela alíquota de 15%, como também para afastar sua incidência sobre os juros
moratórios.”

Pelo Todo exposto, verifica-se que o tema referente à natureza das verbas recebidas a
título de juros de mora, correção monetária, aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, da
mesma forma que as férias vencidas e proporcionais, respectivo terço constitucional e
indenização adicional não comportam mais discussão perante a jurisprudência: têm
natureza indenizatória e não estão sujeitas à incidência do imposto de renda ante as
previsões legais apresentadas.

Após as devidas alocações de valores, aplicando as isenções legais a que tem direito e as
tabelas e alíquotas das faixas de isenção mês a mês da época a que se referem tais
rendimentos, é possível verificar uma diferença considerável em relação ao que será retido
na fonte no processo trabalhista e que deveria ser efetivamente pago pelo substituto
tributário e, em conseqüência, efetivamente recebido pelo trabalhador.

Demonstrado o conteúdo e o alcance dos termos do Regulamento do Imposto de Renda -


RIR, para fins de aplicação das alíquotas e tabelas de faixas de isenção vigentes na época,
bem como a necessidade de respeito às isenções legais e/ou não incidência do IR para
determinados pagamentos percebidos pelo trabalhador, poderemos verificar se a retenção
na fonte será, ou não, indevida e a maior, sempre observando-se no cálculo a renda que
teria sido auferida mês a mês pelo trabalhador excetuando-se alguns dos valores recebidos,
por serem isentos e/ou não tributáveis conforme a legislação de regência asseverada.

Para fins de comprovação da adequação ao disposto no artigo 166, do CTN, apesar de ser
o substituído na relação jurídica tributária de retenção na fonte do Imposto de Renda, deve
ser asseverado que o trabalhador é o único que está a assumir o respectivo encargo
financeiro, o que fica suficientemente comprovado pois a retenção na fonte, se ocorrer, irá
incidir exclusivamente sobre o vencimento devido à ele, sendo a fonte pagadora (substituto
tributário) mera repassadora do desconto fiscal apurado.

Com estas observações, torna-se possível aos trabalhadores beneficiados por valores
recebidos em processos trabalhistas obter a restituição dos valores pagos (retidos na fonte)
a maior ou, impedir a retenção de forma indevida. No primeiro caso, através de pedido
restituição a ser formulado diretamente a Secretaria da Receita Federal do Brasil, após
prévia habilitação do crédito judicial transitado em julgado, nos termos da IN SRF n.º 600,
de 2005.

A possibilidade legal para deferimento da restituição diretamente à SRFB encontra amparo


na previsão dos artigos 2.º, II e 3.º, I e II, da IN SRF n.º 600, 2005.

Nesse aspecto, salientamos a total inaplicabilidade da Regra Geral a respeito do pagamento


de verbas devidas pela União Federal (Fazenda Nacional), em virtude de sentença
judiciária, prevista no artigo 100, §§, da Constituição Federal, tendo em vista a necessidade
de observância do princípio da especialidade em matéria tributária, previsto no § 6.º do
artigo 150, da mesma Constituição Federal, o qual prevê que qualquer subsídio ou
concessão de crédito, relativo a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser instituído
mediante lei específica que regule exclusivamente a matéria.

O pagamento indevido de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, além


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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
das previsões dos artigos 165 e seguintes do CTN e, especialmente com relação ao
Imposto de Renda, possuem uma Regra Matriz que, entre legislações, Portarias e
Instruções Normativas que regulam de forma exclusiva o procedimento para pagamento
dos recolhimentos indevidos e efetuados a maior que o devido - restituição (art. 54, §
único, da IN SRF n.º 600, de 2005), sendo normas especiais que prevalecem sobre as
regras gerais previstas, como no caso dos precatórios.

As previsões legais e normativas são claras e específicas, então, uma vez reconhecido
judicialmente o direito de ter descontado do IRRF, a diferença apurada com o cálculo
efetuado mês a mês, nos moldes previstos pelo RIR (Decreto n.º 3.000/99) e, relativo aos
valores sobre os quais deveria ter sido respeitada a isenção legal, deve-se reconhecer
também, de forma expressa no dispositivo da sentença, o seu direito de efetuar o pedido de
habilitação de crédito (arts. 50 e 51, §§, da IN SRF n.º 600, de 2005), para posterior
pedido de restituição do montante recolhido indevidamente, conforme artigo 54, § único,
da IN SRF n.º 600, de 2005 ou, mediante processamento eletrônico da Declaração de
ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF), nos termos do artigo 3.º, II,
da IN SRF n.º 600, 2005.

Para apuração do quantum debeatur deverá ser elaborada conta mediante a consideração
dos cálculos aritméticos apresentados no processo, que serão elaborados a partir das verbas
discriminadas na planilha utilizada e que foi homologada pelo juízo trabalhista, aonde
foram apresentadas a natureza de cada uma delas. Vejamos a jurisprudência a respeito,
verbis:
“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA SOBRE PERCEPÇÃO
ACUMULADA DE DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTE DE SENTENÇA
PROFERIDA EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. INAPLICABILIDADE DO
§ 2.º, DO ARTIGO 46, DA LEI N.º 8.541/92. ARTIGO 12, DA LEI N.º 7.713/88.
ARTIGO 43, DO CTN. ARTIGO 150, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A
percepção acumulada das diferenças salariais, obtida a partir do reconhecimento
judicial do direito do contribuinte de receber valores equivalentes a verbas salariais,
não representa o montante auferido pelo mesmo mês a mês (renda mensal). Assim, o
contribuinte, por ter recebido valores com atraso imputado ao empregador não pode
sofrer tributação em alíquota máxima. 2. A retenção de imposto de renda na fonte deve
levar em conta os valores percebidos mensalmente sob pena de afrontar a isonomia
tributária (artigo 150, II, da CF), nos casos de valores recebidos pelo contribuinte em
razão de decisão judicial trabalhista. Assim, verificada que a renda proveniente do trabalho
do contribuinte era obtida mensalmente, inaplicável, ao caso, o § 2.º, do artigo 46, da Lei n.º
8.541/92. 3. Deve ser a elaborada a conta mediante a apresentação de cálculos
aritméticos pela autora, a partir dos valores recebidos e correta a incidência do
imposto de renda sobre os mesmos, atualizados. 4. A restituição dos valores retidos
indevidamente deve sofrer atualização monetária a partir da retenção pelos índices
determinados. 5. Apelação do autor provida e apelação da União improvida.” (TRF 4.ª, AC
n.º 2005.71.00.008176-2/RS, 1.ª Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, julgado em
18/10/2006, DJU de 29/11/2006 - Grifamos)

Apesar do direito à repetição do indébito nas formas suso referidas, a melhor solução para
a restituição do valor é o deferimento de antecipação de tutela a fim de determinar União
Federal (Fazenda Nacional) promova a suspensão da exigibilidade da exação questionada,
oficiando-se a fonte pagadora (substituto tributário) para que se abstenha de efetuar o
desconto fiscal ou, alternativamente, promova o depósito judicial do montante integral do
imposto a ordem deste juízo, até o término do presente processo.
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…

A documentação necessária para a verficação do montante do indébito para ingresso da


medida é o cálculo discriminado das verbas que serão ou foram recebidas no processo
trabalhista, a última Declaração de IR do cliente e, se for o caso, a Declaração de Imposto
de Renda da data do recebimento das verbas trabalhistas, aonde aparece o desconto da
exação, além de decisões judiciais e peças processuais a respeito da homologação dos
cálculos e que indiquem quem é o substituto tributário (fonte pagadora). É possível
recuperar os valores pagos (retidos na fonte) pelo substituto tributário a título da exação
nos últimos 10 (dez) anos, a contagem do prazo começa da data da entrega da declaração
de IRPF ou do pagamento do IRRF pela fonte pagadora, que no caso é o empregador
(reclamada).

Sobre o direito a restituição de indébitos tributários dos últimos (dez) 10 anos,


tese dos 5 + 5, lei ao Knol Prescrição do direito postulatório e a Lei Complementar
n.º 118, de 2005.

Para ajuizar o pedido pode ser necessário, segundo exigência da 1.ª Turma Recursal do Rio
Grande do Sul (Processo eletrônico n.º 2007.71.50.024849-6): a) A sentença e acórdão; b)
cálculo de liquidação da sentença, contendo discriminação mensal das parcelas recebidas,
ou acordo; c) decisão homologatória do cálculo ou do acordo; d) comprovante de retenção
do imposto de renda; e) contracheques de todo o período objeto do cálculo trabalhista; f)
as Declarações de Ajuste Anual de todo o período objeto do cálculo trabalhista bem como
a do ano-calendário do recolhimento do imposto apurado na reclamatória.

Ressalva-se, por óbivo, o comprovante de retenção e de declaração de ajuste anual da data


de recebimento dos valores, se for o caso de pedido liminar para não existência da retenção
indevida sobre verbas ainda não recebidas.

O ideal é que os interessados promovam o ajuizamento do processo antes de ocorrer a


retenção na fonte, quando da recém homologação dos cálculos pelo juízo do foro
trabalhista, a fim de possibilitar a obtenção de liminar no processo judicial para o depósito
da exação fiscal na conta vinculada ao processo, o que permitirá ao reclamante sacar o
dinheiro através de alvará, sem a necessidade de precatório ou requisição de pequeno
valor, quando do trânsito em julgado da decisão. Veja um exemplo de liminar deferida, in
verbis:

"(...) Ante o exposto, DEFIRO EM PARTE o pedido liminar para determinar o


depósito em juízo dos valores relativos ao Imposto de Renda incidente sobre as verbas
a serem percebidas pelo autor na Reclamatória Trabalhista nº 01226.006/02-7.
Intimem-se. Oficie-se ao Banco Ford S.A. para cumprimento quando do pagamento dos
valores e à 6ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, dando ciência desta decisão. (...)"

O inteiro teor da liminar suso transcrita pode ser visualizada no site da Justiça Federal do
Rio Grande do Sul.

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PGFN publica ato sobre rendimentos


tributáveis recebidos acumuladamente
Foi publicado na edição desta quinta-feira (14) do Diário Oficial da União (DOU), o Ato Declaratório nº 1,
de 2009, assinado pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Lucena Adams, que trata de
rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente. Com isso, o IRPF incidente sobre rendimentos pagos
acumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem
tais rendimentos, conforme jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Assim, a PGFN está autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos,
conforme determina o Parecer PGFN/CRJ nº 287, de 12 de fevereiro de 2009, que concluiu pela dispensa,
desde que inexista outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visem obter a declaração
de que, no cálculo do IRPF incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas em
consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o
cálculo ser mensal e não global.

FONTE: ASCOM PGFN - 14/05/2009

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Primeira Vara Federal Tributária de Porto


Alegre reconhece a inexigibilidade do IRRF
incidente sobre parte das verbas recebidas em
Reclamatória Trabalhista
Por: Alexandre Röehrs Portinho - HOMRICH PORTINHO Advocacia Empresarial S.S.

O juízo da 1.ª Vara Federal Tributária de Porto Alegre/RS declarou que as parcelas recebidas
acumuladamente por força de decisão judicial, devem ser tributadas na fonte, quanto à alíquota e montantes,
conforme a tabela progressiva vigente na data em que os rendimentos eram devidos, nos exatos termos em
que incidiria o tributo se as parcelas tivessem sido percebidas à época própria, além da inexigibilidade do
imposto de renda sobre as parcelas recebidas por ocasião da execução de sentença do processo trabalhista
referido na inicial a título de: 1) juros de mora; 2) auxílio refeição e ajuda cesta alimentação; 3) FGTS e
multa; 4) aviso prévio indenizado; e 5) férias indenizadas e respectivo terço.

O autor, através de seus advogados, ajuizou ação de rito ordinário contra a UNIÃO, narrando que o
requerente teria ajuizado reclamatória trabalhista na qual o reclamado foi condenado a pagar férias não
gozadas, auxílio refeição, ajuda cesta alimentação, juros de mora, correção monetária, aviso prévio, FGTS e
multa de 40%. E, em que pese a natureza indenizatória de tais verbas, foram elas indevidamente tributadas,
razão pela qual faz jus à restituição do tributo recolhido e calculado sobre o valor global acumulado, devendo
ser considerado o período mensal da prestação laboral com utilização das alíquotas aplicáveis à época,
conforme o denominado regime de competência.

A UNIÃO respondeu ao pedido, defendendo, entre outras, a legalidade do imposto à alíquota de 27,5%,
porém, em atenção a jurisprudência majoritária, o juízo reconheceu os pedidos formulados na integralidade.

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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…

A referida decisão não é definitiva, pois ainda cabem recursos por parte da Fazenda Nacional ou, o reexame
necessário, porém, já é um importante precente a respeito do reconhecimento do direito dos reclamantes em
não ver tributada a totalidade das verbas recebidas de forma acumulada pelo IRRF e obter a restituição do
valor eventualmente pago a maior nos últimos anos.

FONTE: 2008.71.00.008996-8

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Tribunal Superior do Trabalho adota nova posição e afasta a


incidência de IR sobre juros de mora

O Órgão Especial reformulou na sessão de hoje (10) o entendimento do Tribunal Superior do


Trabalho sobre a incidência de Imposto de Renda sobre juros de mora. Por maioria de votos
(8 contra 3), os ministros decidiram afastar a incidência em razão do artigo 404 do Código
Civil de 2002.

O dispositivo passou a considerar os juros como perdas e danos, sem fazer qualquer
distinção entre juros de mora incidentes sobre parcela de natureza remuneratória ou
indenizatória.

Segundo entendimento capitaneado pelo ministro Barros Levenhagen, ao qualificar os juros


de mora como perdas e danos, em razão do não pagamento em tempo hábil das obrigações
de pagamento em dinheiro, a correção assumiu caráter indenizatório, o que afasta a
incidência de IR.

Acompanharam o entendimento do ministro Levenhagen os ministros Vantuil Abdala, Carlos


Alberto Reis de Paula, Brito Pereira, Maria Cristina Peduzzi, Simpliciano Fernandes, Lelio
Bentes e Horácio Pires.

O presidente do TST, ministro Milton de Moura França, salientou que, embora a questão esteja
pendente de julgamento no STJ, resolveu trazer as seis vistas regimentais que tinha sobre o
caso para não retardar os processos. Moura França acompanhou o relator originário, ministro
Ives Gandra Martins Filho, que mantinha a incidência do Imposto de Renda, sem prejuízo de
rever o seu entendimento quando o STJ fixar tese a respeito.

Além do relator originário e do presidente do TST, o ministro João Oreste Dalazen votou
nesse sentido. Para Dalazen, a legislação específica do Imposto de Renda é clara ao dispor
sobre a incidência ao qualificar os juros de mora como rendimento do trabalho assalariado, e
não pode ser sobreposta pela legislação geral (Código Civil).

(ROAG 2110/1985)

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho, por Virgínia Pardal, 11/08/2009.

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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…

Anonymous

SOCORRO

Prezado Dr. Alexandre,

Preciso de sua orientação. Em ação movida em 2002, contra uma seguradora onde trabalhava, recebi, em
set/2009, o valor líquido de R$ 106.322,61 (já descontado honorários advocatícios e contábeis).

O valor bruto foi de: 201.837,01


(-) IR na fonte de..: 49.091,89
--------------------------------
Valor levantado.....: 152.745,12
(-) Hon.Adv.(20%)...: 40.367,40
(-) Hon.Cont.(3%)...: 6.055,11
--------------------------------
Líquido.............: 106.322,61

A base para cálculo foi de R$ 180.711,92 (valor do principal)

1a dúvida: Na Declaração de IR devo lançar como rendimento tributável o valor da base de cálculo do IR
(valor do principal), que foi o mesmo valor declarado pela fonte pagadora (R$ 180.711,92), ou lanço este
valor descontando os honorários (R$ 180.711,92 - R$ 46.422,51 = R$ 134.289,41), ou ainda, lanço o
valor líquido (R$ 106.322,61)?

2a dúvida: O valor de IR Retido na Fonte, de 49.091,89, é devido?

Estou muito assustado. Fiz a minha própria declaração e, no extrato, apareceram pendências. Pedem para
retificar a minha declaração, mas não sei como.

Conto com a sua compreensão.

Luiz Reis
luizreis69@uol.com.br

Last edited Oct 18, 2010 4:32 AM


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Nuiquer

persistência

Parabéns ao nobre colega pela persistência no tema; de minha parte também entendia que o IRRF não
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
poderia incidir sobre as verbas senão pelo regime de caixa, vez que o contrário se traduziria em injustificável
prejuízo ao trabalhador que veria descontado de seus haveres impostos que de outra forma não incidiriam se
seu empregador tivesse adimplido seus haveres oportunamente; por esta razão, há longo tempo introduzi nas
minhas exordiais pedido para que o empregador fosse condenado a indenizar o IRRF que incidisse sobre o
montante das verbas condenatórias. Pena que a JTSP não tem a visaão de modernidade da justiça gaúcha.
Parabéns mais uma vez. Nuíquer Sousa Castro Filho - Sousa Castro Advocacia - Santos/SP

Last edited May 26, 2010 6:56 AM


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Alexandre Röehrs Portinho

4ª Edição da Revista da FESDT - Direito Tributário em Questão publica artigo sobre IRRF

A 4ª Edição da Revista Direito Tributário em Questão da Fundação da Escola Superior de Direito Tributário
- FESDT publicou o artigo de autoria do Dr. Alexandre Röehrs Portinho entitulado IRRF sobre verbas de
reclamatórias trabalhistas.
O artigo apresenta estudo desenvolvido sobre o tema e uma análise a respeito da forma correta de calcular o
IRRF incidente sobre verbas recebidas em reclamatórias trabalhistas, esclarecendo sobre o direito e a
necessidade de observância às deduções e isenções legais, frente aos postulados normativos da capacidade
contributiva e da isonomia.
A Revista da FESDT é referência em divulgação de artigos de Direito Tributário no Estado do Rio Grande
do Sul e segundo o Editorial, Sr. Luiz Antônio Bins - Presidente da FESDT e Diego Galbinski -
Coordenador do Conselho Editorial da Revista da FESDT, nesta nova edição procurou-se honrar o
compromisso da instituição de "proporcionar um ambiente profícuo à discussão dos principais, mais atuais e
candentes temas, questões e desafios em sede do Direito Tributário, tudo, sempre, amalgamado no seio da
maior variedade e da maior liberdade possíveis de opiniões, ideologias e interpretações."
Fonte: http://www.fesdt.org.br/revista_fesdt4.php

Last edited Jan 28, 2010 3:33 AM


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Prof. Vinod Kumar

Good Explanation

Alexandre Roehrs Portinho

happy new year 2010 . I don't know your language but I found you top in accounting search . I read your
content via google translator . You have explain Income Tax - Withholding tax on funds received from labor
claims very clearly . In which country , these rule are applied .

Last edited Jan 28, 2010 3:49 AM


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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
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Alexandre Röehrs Portinho

Decisão recente do TRF 4.ª Região sobre o tema, já transitada em julgado.

D.E. Publicado em 11/12/2008


APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008.71.00.002839-6/RS
RELATOR : Des. Federal OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA
APELANTE : CARLOS NEI DA SILVA NESSI
ADVOGADO : Alexandre Roehrs Portinho
APELADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes

"TRIBUTÁRIO. IRPF. PERCEPÇÃO ACUMULADA DE RENDIMENTOS. NÃO-INCIDÊNCIA


SOBRE SUA TOTALIDADE
1. A tributação dos valores referentes a verbas salariais determinadas em reclamatória trabalhista que são
pagos de uma só vez não pode se dar sobre o montante total acumulado, sob pena de ferir os princípios
constitucionalmente garantidos da isonomia tributária (art. 150, II, da CF/88) e da capacidade contributiva (§
1º do art. 145 da CF/88).
2. Apelação provida."

Last edited Apr 23, 2009 9:12 AM


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