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PRISÕES E
CONVENTOS
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Estas instituições podem ser divididas
em cinco grupos:
- Um terceiro grupo é organizado para proteger a comunidade contra
perigos intencionais; cadeias, penitenciárias, campos de prisioneiros de
guerra, campos de concentração.
- Um quarto grupo, instituições estabelecidas com a intenção de
realizar de modo mais adequado alguma tarefa de trabalho, e que se
justificam apenas através de tais fundamentos instrumentais: quartéis,
navios, escolas internas, campos de trabalho, colónias etc.
- Um quinto grupo, os estabelecimentos destinados a servir de refúgio
do mundo, embora muitas vezes sirvam também como locais de
instrução para os religiosos; entre exemplos de tais instituições, é
possível citar abadias, mosteiros, conventos e outros claustros.
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Características importantes
das Instituições Totais:
O MUNDO DO INTERNADO
• Existe uma "cultura aparente" chamado “mundo da família”.
• É um processo mais limitado do que aculturação ou
assimilação;
• Acontece um “desculturamento” do individuo.
• São imediatamente trabalhadas as concepções de si,
provenientes das disposições sociais que o individuo traz do
mundo exterior.
• Começa urna série de rebaixamentos, degradações,
humilhações e profanações do EU.
• Como resultado o EU é mortificado.
• Acontece também uma morte civil devida a perda de contato
com o mundo externo.
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Uma descrição de Vida de cadete numa academia militar dá
exemplo disso:
A ruptura nítida com o passado precisa ser efetivada em
tempo relativamente curto. Por isso, durante deis meses o
calouro não tem permissão para sair da base ou ter relações
sociais com não-cadetes.
Esse isolamento completo ajuda a criar um grupo unificado de
calouros, e não uma coleção heterogênea de pessoas com alto e
baixo status.
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Existem os chamados processos de admissão:
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• Bens individuais tem uma relação com o EU
• A perda do nome é uma grande mutilação do EU.
• Ser despido de sua aparência usual, provoca
desconfiguração pessoal.
• Existe a deformação pessoal que decorre do fato de a
pessoa perder seu conjunto de identidade
• E existe a desfiguração pessoal que decorre de
mutilações diretas e permanentes no corpo.
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O impacto dessa substituição é descrito num relatório
sobre prostitutas presas:
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Como se descreve nas prisões políticas chinesas:
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Outro exemplo é o caráter obrigatoriamente público de visitas como se
vê por descrições de prisões:
Mas que tipo sádico de organização encontrou para tais visitas! Uma
hora, uma vez por mês - ou dois períodos de meia hora - numa sala
grande talvez com outros dez casais, com guardas que procuram
verificar se você não troca planos e nem instrumentos para fuga! Nós
nos encontramos numa mesa de um metro e oitenta de largura, em
cuja parte central existe urna espécie de tela de proteção com 15
centímetros de altura, e que presumivelmente impede até que nossos
germes se misturem. Tínhamos permissão para um higiénico aperto
de mãos no inicio da visita e outro no fim; durante o resto de tempo
podíamos apenas sentar e olhar um para o outro, enquanto falávamos
através de toda essa distância!
As visitas são feitas numa sala perto da entrada principal . Há uma
mesa de madeira, de um lado se senta o preso, e , do outro, seus
visitantes. O guarda se senta a cabeceira da mesa; ouve todas as
palavras ditas, observa todos os gestos e sutilezas de expressão. Não
existe qualquer intimidade - mesmo quando um homem está
encontrando sua mulher, e mesmo que não a tenha visto por vários
anos. Não se permite qualquer contato entre o preso e o visitante , e ,
evidentemente , não se permite a troca de objetos. 17
Processos de
Mortificação
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A perda de decisão pessoal parece ter sido ritualizada nos
campos de concentração;
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Nas instituições religiosas são explicitamente reconhecidas as
consequências das disposições ambientais para o eu:
Este é o sentido da vida contemplativa, o sentido
de todas as regras secundárias, abstinências,
obediências, penitencias, humilhações e trabalhos
que constituem a rotina de um mosteiro
contemplativo. Tudo isso serve para nos lembrar
de quem somos, e quem é Deus, que podemos ficar
doentes quando nos vemos, e podemos nos voltar
para Ele; que , no fim, descobriremos que Ele está
em nós, em nossas naturezas purificadas que se
tomaram o espelho de Sua extraordinária
bondade e de Seu infinito amor. (...)
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• O terceiro problema é a relação entre esse esquema
simbólico de interação e o esquema convencional,
centralizado no conceito de tensão.
• Ter a cabeça raspada é facilmente percebido como uma
mutilação do eu, mas da mesma forma que pode
enfurecer um doente mental, pode agradar a um
monge.
• A mortificação ou mutilação do eu tendem a incluir
aguda tensão psicológica para o individuo, mas para um
indivíduo desiludido do mundo ou com sentimento de
culpa, a mortificação pode provocar alívio psicológico.
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Os Sistemas de
Privilégios
MEIOS DE CONTROLE SOCIAL INFORMAL
• O internado recebe instrução formal e informal a
respeito do sistema de privilégios ao mesmo tempo que
vai tendo seu eu mortificado pela instituição.
• O sistema de privilégios permite um esquema para a
reorganização pessoal.
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Os três elementos básicos do sistema de privilégios.
• Em primeiro lugar, existem as "regras da casa", um
conjunto relativamente explícito e formal de prescrições e
proibições. A rotina diária do interno, e os processos de
admissão.
• Em segundo lugar, em contraste com esse ambiente rígido,
apresenta-se um pequeno número de prêmios ou privilégios
claramente definidos, obtidos em troca de obediência.
• O terceiro lugar no sistema de privilégio esta ligado aos
castigos; que são definidas como consequência de
desobediência as regras. Um conjunto de tais castigos é
formado pela recusa temporária ou permanente de
privilégios ou pela eliminação do direito de tentar consegui-
los.
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• Cria-se uma "gíria institucional".
• Além disso, a equipe dirigente e os internados tem
clara consciência do que se entende por "mete-se numa
embrulhada".
• A embrulhada inclui um processo complexo de
participar de atividades proibidas, ser apanhado em falta,
receber algo semelhante a castigo completo, Usualmente
existe urna alteração no status de privilégio categorizado
por uma frase que equivale a "azarar-se".
• As infrações típicas na embrulhada são: brigas,
bebida, tentativa de suicídio, fracasso nos exames, jogo,
insubordinação, homossexualidade, licença não-
autorizada, participação ero revoltas coletivas.
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• Ajustamentos secundários são práticas que não
desafiam diretamente a equipe dirigente mas que
permitem que os internados consigam satisfações
proibidas ou obtenham, por meios proibidos, as
satisfações permitidas.
• A gozação coletiva como gritar estribilhos, vaias,
batidas com bandejas, rejeição coletiva do alimento, e
pequenas sabotagens são um tipo de ajustamento
secundário.
• Embora haja tendências de solidariedade, como por
exemplo, confraternização e formação de panelinhas
tais tendências são limitadas.
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Táticas de
Adaptação
AS FASES DA CARREIRA MORAL DE UM INTERNO.
• Em primeiro lugar, existe a tática de "afastamento da
situação", O internado aparentemente deixa de dar
atenção a tudo, com a exceção dos acontecimentos que
cercam o seu corpo.
• Em segundo lugar, existe a "tática de intransigência": o
internado intencionalmente desafia a instituição ao
visivelmente negar-se a cooperar com a equipe
dirigente.
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• Uma terceira tática padronizada no mundo da instituição
é a "colonização": o pouco do mundo externo que é dado
pelo estabelecimento é considerado pelo internado como
o todo, e uma existência estável, relativamente
satisfatória, é construída com o máximo de satisfações
possíveis na instituição.
• Um quarto modo de adaptação ao ambiente da
instituição total é o da "conversão": o internado parece
aceitar a interpretação oficial (ou da equipe dirigente) e
tenta representar o papel do internado perfeito.
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Às vezes, no entanto, O mundo habitual do internado foi
de tal ordem que o imunizou contra o sombrio mundo
da instituição.
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A Cultura do
Internado
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• Alguns internados sentem angústia ou criam problemas
perto da data de liberação.
• A insegurança vem do fato de não saberem como se
comportarão fora do internato.
• Os sentimentos de injustiça, amargura e alienação
enfraquecem após a saída.
• Um tipo de poder de equipe é a possibilidade de dar
dispensas honrosas ou atestados de saúde mental,
• Liberação significa sair do topo de um pequeno mundo
para o ponto mais baixo de um mundo grande.
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Depois da liberação, o internado tende a ficar
maravilhado com a liberdade e os prazeres de
status civil.
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O MUNDO DA
EQUIPE DIRIGENTE
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• Não há controle da liberdade de interpretações.
• O “bom médico” é aquele que não faz muitas perguntas
sobre os conceitos médicos.
• Os comportamentos desejável e indesejável precisam
ser definidos
• A equipe dirigente tende a criar uma teoria da natureza
humana que racionaliza e tente a justificar o
tratamento que é imposto aos internos.
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Um exemplo acontece em hospitais para
doentes mentais
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• A equipe dirigente está diante de uma tarefa
contraditória devido ao fato de precisarem impor
obediência aos internados e, ao mesmo tempo, dar a
impressão de que os padrões humanitários estão sendo
respeitados, e os objetivos racionais da instituição estão
sendo realizados.
• É difícil manter a segregação de papéis, e os internados
acabam realizando serviços inferiores para a
administração.
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CERIMONIAS
INSTITUCIONAIS
O ALÍVIO DA ROTINA
• Conjunto de práticas institucionalizadas
• se caracteriza por uma liberação das
formalidades
• Suavização de ordens;
• Um exemplo é a Festa Anual, em que os
internados e as pessoas da administração se
misturam socialmente;
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• Os internados decoram a instituição;
• Os internados recebem presentes;
• A refeição é diferenciada;
• Alguns deveres são cancelados;
• Tempo de visita prolongado;
• A instituição faz o possível para alegrar seus
internados;
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• No teatro institucional todos da instituição se
dividem entre atores e diretores para organizar a
peça;
• Ela é cheia de referencias locais,
• Frequentemente consiste de atos satíricos que
imitam membros;
• Há representações dramáticas;
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OBRIGADA
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