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DEUSEMDEBATE.BLOGSPOT.

COM
CONSELHOS PARA APOLOGISTAS CRISTÃOS
WILLIAM LANE CRAIG
Em 1983, quando Alvin Plantinga deu sua palestra inaugural como o Professor John
O'Brien de Filosofia na Universidade de Notre Dame, ele escolheu o tópico
“Conselhos Para Filósofos Cristãos.” Hoje, eu escolhi como meu assunto um tópico
relacionado, mas de certa forma mais amplo, “Conselhos Para Apologistas
Cristãos.” Os conselhos de Plantinga, porém, foram dirigidos àqueles que já eram
Filósofos Cristãos, enquanto meus comentários podem mais apropriadamente
intitulados “Conselhos Para Cristãos Quase Apologistas,” ou seja, para aqueles que
entrarão, mas ainda não entraram, em um ministério de apologética Cristã.
Nós vimos ontem a tremenda necessidade e os benefícios da apologética Cristã,
tanto em moldar a cultura quanto em influenciar vidas individuais. Agora, para
ajudar-nos a fazer isso bem, deixe-me fazer algumas sugestões.

1. Selecione uma área na qual se especializar. Alguns apologistas Cristãos


populares cometem o erro de tentar fazer tudo, e acabam não dominando nada.
Como resultado, seu conhecimento do campo pode ser muito amplo, mas não é
muito profundo. Embora possam ser capazes de apresentar um argumento inicial a
favor das declarações da verdade Cristã, eles logo cedem sob a pressão da crítica,
especialmente da parte dos especialistas. Falando em um campus universitário,
eles podem encontrar-se dominados pelo medo de que um membro não-Cristão da
faculdade apareça e levante uma objeção com que eles não são capazes de lidar.
Se isso acontecer, eles podem não apenas envergonhar a si mesmos, mas também
ferir a credibilidade da fé Cristã. Um conhecimento meramente generalizado da
apologética Cristã é bom para alguns contextos, e é certamente melhor do que
nada, mas isso limitará os horizontes do seu ministério.
Em vez disso, eu encorajo você a especializar-se em uma certa área da apologética,
enquanto continua a ser bem informado em outras áreas. Por exemplo, dada a
renascença na filosofia Cristã que tem ocorrido nos últimos 40 anos no mundo
Anglo-Americano, muitos de nossos melhores apologistas cristãos de hoje são, não
surpreendentemente, filósofos.
A filosofia Cristã, envolvida como é com questões da epistemologia, como
justificação, racionalidade e fundamento; questões da metafísica, como a natureza
da realidade absoluta, a verdade, e a alma; e da ética, como a existência de valores
e obrigações morais, teorias sobre os fundamentos do valor, e o significado das
declarações morais, naturalmente se presta para a apologética Cristã. De fato, o
filósofo Cristão dificilmente pode evitar a apologética, uma vez que as questões que
ele estuda são pertinentes a uma visão de mundo e vida Cristã. Mesmo que as suas
conclusões acabem sendo grandemente céticas – por exemplo, a de que não
podemos conhecer a natureza da realidade absoluta – , essa conclusão seria
vitalmente importante para a apologética Cristã, uma vez que tal conclusão faria
naufragar o projeto de teologia natural. Então, o campo da filosofia tem uma
afinidade natural à apologética.
De fato, eu deveria dizer que a relevância da filosofia para a apologética é tão
grande que mesmo que você não se especialize em apologética filosófica mas
escolha ir para outro tipo de apologética, seria bom você receber uma forte dose de
filosofia analítica. Filosofia analítica é o tipo de filosofia que predomina no mundo
Anglófono. Esse estilo de fazer filosofia contrasta agudamente com o da filosofia
Continental. Enquanto a filosofia Continental tende a ser obscura, imprecisa e
emotiva, a filosofia analítica valoriza e enfatiza grandemente a clareza das
definições, a cuidadosa delineação de premissas e o rigor lógico da argumentação.
Infelizmente, a teologia tem por um longo tempo aprendido a seguir os caminhos da
filosofia Continental, o que tende a resultar em escuridão sendo empilhada sobre
escuridão. A renascença da Filosofia Anglo-Americana da Religião durante os
últimos 40 anos tem mostrado que importantes questões apologéticas podem ser
brilhantemente iluminadas pela luz da análise filosófica. Richard Swinburne,
Professor Emérito de Filosofia da Religião Cristã na Universidade de Oxford
escreveu,
É uma tragédia intelectual de nossa era que, quando a filosofia em países de língua
Inglesa desenvolveu altos padrões de argumento e clareza de pensamento, o estilo da
escrita teológica tem sido grandemente influenciado pela filosofia continental do
Existencialismo, que, apesar de seus consideráveis outros méritos, tem sido
distinguida por um estilo de argumento bem solto e relaxado. Esse ponto foi muito
bem entendido por Tomás de Aquino e Duns Scotus, por Berkeley, Butler, e Paley. É
mais do que tempo de a teologia voltar aos seus padrões.1

Empregando os altos padrões de raciocínio característicos da filosofia analítica,


podemos poderosamente formular argumentos apologéticos tanto para
compartilhar quanto para defender a visão de mundo Cristã. Em décadas recentes,
filósofos analíticos da religião têm lançado nova luz na racionalidade e na
justificação da crença religiosa, nos atributos divinos como necessidade,
eternidade, onipotência, onisciência e bondade, no problema do sofrimento e do
mal, na natureza da alma e imortalidade, no problema dos milagres, e mesmo em
doutrinas peculiarmente cristãs como a Trindade, encarnação, expiação, pecado
original, revelação, inferno e oração. A riqueza de material disponível ao apologista
Cristão através do trabalho de filósofos analíticos da religião é de tirar o fôlego.
Se você quer fazer apologética efetivamente, você precisa ser treinado em filosofia
analítica. E eu digo isso mesmo se sua área de especialização não seja apologética
filosófica. Seja qual for sua área de especialização, você estará melhor equipado
como um apologista se tiver sido treinado em filosofia analítica. Suponha que você
escolha se especializar em apologética científica ou histórica. O fato é que algumas
das mais importantes questões que você vai confrontar serão questões surgindo da
filosofia da ciência ou da epistemologia. Repetidas vezes eu vejo cientistas e
estudiosos do Novo Testamento fazendo inferências falhas ou trabalhando sobre
pressuposições não-examinadas por causa de sua ingenuidade filosófica.
Veja o campo da apologética histórica, por exemplo, especificamente o estudo
histórico da vida de Jesus. É notável como existem questões filosóficas inoportunas
nesse campo. O estudioso do Novo Testamento R. T. France observou,
Quanto ao seu caráter literário e histórico, nós temos bons motivos para tratar os
Evangelhos seriamente como uma fonte de informação sobre a vida e o ensino de
Jesus.... De fato, muitos historiadores do mundo antigo podem considerar-se
afortunados por ter quatro relatos responsáveis [como os Evangelhos], escritos em
uma geração ou duas após os eventos, e preservados em uma tal riqueza de evidência
de manuscritos. Além desse ponto, a decisão de aceitar o registro que eles oferecem é
mais provavelmente influenciada por uma abertura a uma visão de mundo
sobrenaturalista do que por considerações estritamente históricas.2

A exatidão da análise de France é corroborada pela própria confissão do radical


Jesus Seminar (tradução: Seminário de Jesus) sobre os pressupostos que norteiam
seu trabalho. O pressuposto que o Seminário reconhece como de primeira
importância é o anti-sobrenaturalismo ou, mais simplesmente, o naturalismo. Neste
contexto, o naturalismo é a visão de que cada evento no mundo tem uma causa
natural. Em outras palavras, milagres não podem acontecer.
Agora, este pressuposto constitui um absoluto divisor de águas para o estudo dos
evangelhos. Se você pressupõe o naturalismo, então coisas como a encarnação, o
nascimento virginal, os milagres de Jesus e sua ressurreição são atiradas pela
janela antes mesmo que você sente-se à mesa para analisar as evidências. Sendo
acontecimentos sobrenaturais, eles não podem ser históricos. Mas se você for pelo
menos aberto ao sobrenaturalizo, então esses eventos não podem ser descartados
de antemão. Você precisa estar aberto para olhar honestamente para as evidências
de que eles ocorreram.
O Jesus Seminar é notavelmente sincero sobre sua pressuposição do naturalismo.
Na introdução à sua edição de “Os Cinco Evangelhos”, afirmam:
A controvérsia religiosa contemporânea gira em torno de saber se a visão de mundo
refletida na Bíblia pode ser transportada para esta idade científica e mantida como um
artigo de fé. . . . o Cristo do credo e do dogma. . . não pode mais comandar o
consentimento daqueles que viram o céu através do telescópio de Galileu.3

Mas por que, poderíamos perguntar, é impossível em uma era científica acreditar
em um Cristo sobrenatural? Afinal, um bom número de cientistas são crentes
Cristãos, e a física contemporânea se mostra muito aberta à possibilidade de
realidades que estão fora do domínio da física. Qual é a justificação para o anti-
sobrenaturalismo?
Aqui as coisas ficam realmente interessantes. De acordo com o Jesus Seminar, o
Jesus histórico, por definição, deve ser uma figura não-sobrenatural. Aqui eles
apelam para D.F. Strauss, o crítico bíblico alemão do século 19. O livro de Strauss
"A Vida de Jesus Examinada Criticamente” foi baseado diretamente em uma
filosofia do naturalismo. Segundo Strauss, Deus não age diretamente no mundo; Ele
só age indiretamente através de causas naturais. No que diz respeito à
ressurreição, Strauss afirma que Deus ressuscitar Jesus dos mortos "é inconciliável
com as idéias iluministas da relação de Deus com o mundo" 4.
Agora ouça com atenção o que o Jesus Seminar diz sobre Strauss:
Strauss distingue nos Evangelhos o que ele chamou de "o mítico" (definido por ele
como tudo que é lendário ou sobrenatural) do histórico. . . . A escolha que Strauss
sugeriu em sua avaliação dos Evangelhos foi entre o Jesus sobrenatural – o Cristo da fé
– e o Jesus histórico.5

Perceba: Tudo o que é sobrenatural é, por definição, não histórico. Não há nenhum
argumento dado; é apenas definido dessa maneira. Assim, temos um radical
divórcio entre o Cristo da fé, ou o Jesus sobrenatural, e o Jesus real e histórico. O
Jesus Seminar dá um endosso chamativo à distinção feita por Strauss: eles dizem
que a distinção entre o Jesus histórico e o Cristo da fé é "o primeiro pilar da
sabedoria acadêmica" 6.
Mas agora toda a busca pelo Jesus histórico torna-se uma charada. Se você começa
pressupondo o naturalismo, então é claro que o que você vai descobrir é um Jesus
puramente natural! Este Jesus naturalista e reconstruído não é baseado em
evidências históricas, mas em uma definição. O que é surpreendente é que o Jesus
Seminar não faz nenhuma tentativa de defender esse naturalismo; ele é apenas
pressuposto.
Mas este pressuposto é totalmente injustificado. Enquanto a existência de Deus for
pelo menos possível, então precisamos estar abertos à possibilidade de que Ele
tenha agido miraculosamente no universo. Só se você tiver uma prova para o
ateísmo é que pode ser justificado pensar que milagres são impossíveis.
Agora, muitas vezes os críticos céticos adotarão uma linha um pouco mais suave,
pressupondo um naturalismo metodológico como uma pré-condição do estudo
histórico da vida de Jesus. Por exemplo, Gerd Lüdemann rejeita a ressurreição de
Jesus como a melhor explicação para a evidência histórica porque a ressurreição é
um milagre, e o Professor Lüdemann tem um pressuposto metodológico contra os
milagres. Ele afirma, "A crítica histórica... não reconhece uma intervenção de Deus
na história."7 Assim, a ressurreição não pode contar como uma explicação histórica.
Então, que justificativa Lüdemann dá para esse pressuposto fundamental da
inadmissibilidade de milagres? Tudo o que ele oferece são algumas citações de uma
única frase de Hume e Kant. Ele diz: "Hume... demonstrou que um milagre é
definido de tal maneira que 'nenhum testemunho é suficiente para estabelecê-lo'".
8 A concepção milagrosa da ressurreição, ele diz, pressupõe "um realismo filosófico
que tem sido insustentável desde Kant."
Agora, o Professor Lüdemann não é um filósofo, ele é um teólogo do Novo
Testamento. E aqui o procedimento de meramente mencionar nomes de filósofos
famosos, infelizmente, é muito típico dos teólogos. Thomas Morris, um filósofo
cristão, comenta em seu livro “Filosofia e a Fé Cristã”,
O que é particularmente interessante sobre as referências que os teólogos fazem a
Kant e Hume é que, na maioria das vezes, nós vemos o filósofo meramente
mencionado..., mas nós raramente, se alguma vez, vemos uma explicação de
precisamente quais dos seus argumentos realizaram a suposta refutação... Na
verdade, confesso nunca ter visto nos escritos de qualquer teólogo contemporâneo a
exposição de um único argumento a partir de Hume ou Kant, ou de qualquer outra
figura histórica, que chegue sequer perto de refutar... a doutrina cristã histórica, ou... o
realismo teológico... 10

O argumento de Hume contra os milagres já foi refutado no século 18 por Paley,


Less, e Campbell, e filósofos mais contemporâneos também a rejeitam como
falaciosa, incluindo as proeminentes filósofos da ciência como Richard Swinburne e
John Earman e filósofos analíticos, como George Mavrodes e William Alston. Até
mesmo o filósofo ateu Antony Flew, sendo ele mesmo um estudioso de Hume,
admite que o argumento de Hume é defeituoso.12 E, quanto ao realismo filosófico,
esta é a visão dominante entre os filósofos de hoje, pelo menos na tradição
analítica. Então, se Lüdemann, como ele afirma, rejeita a admissibilidade dos
milagres com base em Kant e Hume, então ele tem muito o que explicar. Caso
contrário, a sua rejeição da hipótese da ressurreição é baseada em um pressuposto
infundado. Rejeitando-se esse pressuposto, é muito difícil negar que a ressurreição
de Jesus é a melhor explicação dos factos.
Críticos céticos geralmente não têm a coragem, como Lüdemann tem, de
simplesmente negar o fato da ressurreição de Jesus. Em vez disso, eles procuram
resgatar algum vestígio da fé cristã fazendo uma distinção entre o Jesus da história
e o Cristo da fé. Mesmo que o primeiro acabe sendo mostrado como uma figura
puramente humana, que foi extinta no final do primeiro século da Judéia, este
último ainda pode ser considerado como triunfantemente ressurreto dentre os
mortos. Por exemplo, Marcus Borg, um dos mais célebres componentes do Jesus
Seminar, faz uma nítida bifurcação entre o Jesus pré-pascal e Jesus pós-pascal. O
Jesus pré-pascal, diz ele, era meramente um ser humano que está agora "morto e
enterrado." 13 O Jesus pós-pascal, diz ele, é "aquilo que Jesus tornou-se depois de
sua morte." 14 O Jesus pós-pascal vive na experiência e na tradição da Igreja.

Mas esse tipo de operação de salvamento teológica enreda-se numa teia de


dificuldades filosóficas. O que Jesus literalmente tornou-se após a sua morte, na
opinião de Borg, foi uma massa de carne podre. O que Borg quer dizer por “o Jesus
pós-pascal” é o que Jesus tornou-se no pensamento e na imaginação da Igreja
Cristã. É crucial entender que, na visão de Borg, não existe realmente alguém lá
fora chamado “Jesus pós-pascal”, que exista objetivamente, independentemente de
nossa experiência e imaginação.

A melhor analogia que posso pensar para isso é a relação entre o Papai Noel e o
bispo São Nicolau original do século IV. Nicolau era a pessoa real que viveu e
morreu. Papai Noel é uma figura imaginária, que, embora seja muito real na
experiência de pequenas crianças, não existe realmente. Agora, embora os adultos
racionais possam acreditar em algumas das coisas que esta figura imaginária
simboliza, como o espírito de doação, nós não acreditaríamos nele.

Da mesma forma, se Jesus não ressuscitou realmente dentre os mortos, poderíamos


acreditar naquilo que o Jesus pós-pascal simboliza como, digamos, o amor pelos
outros, mas não acreditaríamos nele. Nós não o adoraríamos ou oraríamos a ele,
nem pensaríamos que ele nos ama, porque isso seria deixar-se iludir por nossa
própria imaginação.
Agora, apesar de sua linguagem cristã muito enganosa, eu acho que, na visão de
Borg, o Jesus pós-Páscoa é apenas uma figura simbólica. Quando Borg afirma:
"Jesus é o Senhor" ou "Jesus vive" ou "Deus exaltou a Jesus", ele não considera
estas declarações como literalmente verdadeiras. Antes, essas declarações são
metafóricas, e Borg diz: "Eu afirmo que essas metáforas são verdade." 15 Mas,
agora chegamos a verdadeiras dificuldades. O que é necessário para que uma
metáfora seja verdade? Se eu entrar no recinto saindo da chuva e disser: "Está
chovendo gatos e cachorros lá fora!", o que significa dizer que esta metáfora é
verdadeira? Bem, isso significa que existe uma verdade literal que esta metáfora
expressa figurativamente, ou seja, que está chovendo fortemente lá fora. Sem essa
verdade literal, uma metáfora é apenas uma combinação sem sentido de palavras.
Se eu chegar e disser: "Está chovendo zebras e tatus lá fora!", a menos que eu
possa dar alguma verdade literal expressa por essas palavras, então eles não são
de forma alguma uma metáfora, mas apenas um disparate. Assim, as verdades
metafóricas pressupõem uma verdade literal. Se não existe uma verdade literal,
então não há nenhuma verdade metafórica.

Portanto, a questão crucial é: que verdade literal é expressa por declarações sobre
o Jesus pós-pascal, como "Jesus ressuscitou", ou "Jesus me ama"? Aqui Borg
enfrenta um problema insuperável. Pois ele diz que não existem verdades literais
sobre de Deus. Ele pensa que Deus é inefável, ou seja, "além de todo pensamento
racional." Ele escreve: "Deus é inefável... Deus está além de todas as imagens,
físicas e mentais... Todos os nossos pensamentos a respeito de Deus... são
tentativas de expressar o inefável. O inefável está além de todos os nossos
conceitos, inclusive este."16. Mas isso implica que não há verdade literal expressa
por suas afirmações sobre o Jesus pós-pascal. Portanto, eles não são metáforas;
elas são um absurdo.
Mas a coisa fica ainda pior. Pois é incoerente dizer que Deus é "além de todos os
nossos conceitos." Pois, se nenhum dos nossos conceitos se aplica a Deus, então
até mesmo o conceito de inefabilidade não se aplica a Deus. Mas então, no final das
contas, Deus não é inefável! Assim, a visão de Borg refuta a si mesma: se é
verdadeira, então é falsa. Borg parece perceber isso, quando ele diz que Deus está
"além de todos os nossos conceitos, inclusive este." Mas se o conceito de
inefabilidade não se aplica a Deus, então não é o caso de que Deus seja inefável,
como afirma Borg. Assim, a visão de Borg é, em referência a si mesma, incoerente
e não pode ser racionalmente afirmada.
Assim, questões filosóficas às vezes podem ser absolutamente decisivas para lidar
com questões históricas importantes para o apologista cristão.
Da mesma forma, no florescente diálogo contemporâneo entre ciência e teologia,
que é vitalmente relevante para o campo da apologética científica, eu percebo
várias vezes que as questões centrais acabam sendo mais filosóficas do que
científicas. Seria fácil ilustrar isso com respeito à teoria da relatividade e a teoria
quântica, os dois pilares da física contemporânea, que abertamente envolvem
questões epistemológicas e metafísicas. Mas mesmo em uma ciência relativamente
de baixo nível teórico como a biologia, questões filosóficas se intrometem.
Tem sido a permanente contribuição de Philip Johnson para o debate sobre as
origens biológicas chamar a atenção para o papel crucial desempenhado por
pressupostos metodológicos na avaliação de uma teoria. Como eu o compreendo, o
principal ponto de Johnson pode ser melhor expressado em termos do modelo da
explicação científica conhecido como a inferência para a melhor explicação.

Segundo este modelo, o teórico, confrontado com um conjunto de dados a ser


explicado, seleciona a partir de um conjunto de opções viáveis a explicação que, se
verdadeira, melhor explicaria os dados, onde o valor de uma explicação seria
julgado com base em critérios como escopo explicativo, poder explanatório, etc.
Agora, o ponto fundamental de Johnson é que o paradigma neodarwinista pode ser
considerado como a melhor explicação somente se o conjunto de opções viáveis for
restrito a explicações puramente naturalistas. Mas, se alguém permite que entrem
explicações sobrenaturais no conjunto de opções viáveis, isto é, explicações que
envolvam um agente inteligente extramundano, então não é de forma alguma
evidente que a explicação neodarwinista é a melhor.
Agora, a questão de alguém restringir ou não o conjunto de opções viáveis é uma
questão filosófica, não científica. Surpreendentemente, tenho visto declarações de
proeminentes biólogos evolucionistas naturalistas, como David Hull, mais ou menos
admitindo que Johnson está certo. Eles insistem que, é claro, a ciência exclui do
conjunto de opções viáveis as explicações supernaturalistas; a própria natureza da
ciência é determinar qual é a melhor explicação naturalista dos dados. Mas isso,
como eu digo, não é mais uma questão da ciência, mas sim da filosofia da ciência e
uma que os cientistas, que são tipicamente ingênuos quando se trata de filosofia,
não estão bem equipados para enfrentar.
Então, todos nós que escolhemos ir para a apologética, independentemente da
nossa área de especialização, somos bem aconselhados a estar bem equipados com
uma boa filosofia analítica.
No final, você pode escolher se especializar em alguma outra área além da
apologética filosófica. Eu já mencionei a apologética histórica, que explora a
confiabilidade do testemunho do Novo Testamento sobre Jesus. Aqui os evangélicos
são bem-representados por estudiosos como Craig Evans, Ben Witherington, Darrell
Bock, N.T. Wright, e outros no time anglo-americano, para não mencionar os nossos
irmãos Continentais. Eu também mencionei apologistas científicos, onde mais
evangélicos são necessários, embora companheiros como Robin Collins, George
Ellis, Christopher Isham, William Dembski, e, a nível popular, Hugh Ross destacam-
se fazendo importantes contribuições. Outra área da apologética, que
recentemente emergiu como um vital campo de especialização são os estudos
islâmicos. Na verdade, este é um campo muito antigo da apologética, que remonta
a Raymond Lull e a “Suma Contra os Gentios” de Tomás de Aquino e talvez até
antes. Mas esse campo tem assumido uma importância fundamental, desde 11/09
com a nossa consciência do Islã sensibilizada e o desafio que ele apresenta. O
website answeringislam.org (tradução: respondendoaoislam.org) fornece excelentes
recursos nesta área, e um número crescente de obras populares no campo estão se
tornando disponíveis. Ainda outras áreas de especialização se apresentam - a
psicologia, por exemplo, onde Paul Vitz tem feito interessantes trabalhos -, mas
sejam quais forem os campos, eu encorajo você a escolher aquele no qual você
pode se tornar especialista, para falar com confiança e autoridade sobre as
questões.

2. Faça um doutorado em sua área de especialização. Esse pode não ser um


conselho bem-vindo para alguns de vocês. Mas a apologética popular por si só não
irá fazer o trabalho. A apologética popular pode influenciar os ignorantes, mas não
vai mudar as estruturas dominantes de pensamento da sociedade.
A fim de moldar as estruturas de pensamento da sociedade de modo a promover
um ambiente cultural que permita um lugar para a cosmovisão cristã como uma
opção intelectualmente viável, temos que influenciar a universidade. Digo isso
porque a instituição mais importante em moldar a cultura ocidental é a
universidade. É na universidade que nossos futuros líderes políticos, nossos
jornalistas, nossos advogados, nossos professores, nossos executivos, nossos
artistas, serão treinados. É na universidade que eles formulam, ou, mais
provavelmente, simplesmente absorvem a cosmovisão que molda suas vidas. E,
uma vez que estes são os formadores de opinião e líderes que formam nossa
cultura, a cosmovisão que eles absorvem na universidade será aquela que molda a
nossa cultura. Se mudarmos a universidade, mudaremos a nossa cultura através
daqueles que moldam a cultura. Se a cosmovisão cristã puder ser devolvida a um
lugar de destaque e respeito na universidade, o efeito disso será sentido em toda a
sociedade.
Mas, isso implica que a apologética nível popular destinada às massas, não vai
fazer o trabalho. Apenas uma apologética em nível acadêmico destinada aos
especialistas das diversas disciplinas acadêmicas será capaz de mudar a
universidade e assim garantir uma mudança cultural duradoura. Machen observou
que muitas pessoas em seus dias "querem fazer os seminários combater os erros
quando são ensinados por seus expoentes populares" em vez de confundir os
alunos "com um monte de nomes alemães desconhecidos fora dos muros da
universidade." Mas, insistiu Machen, o método acadêmico de procedimento,
...baseia-se simplesmente em uma crença profunda na capacidade de difusão de
idéias. Uma idéia que hoje é assunto de especulação acadêmica começa amanhã a
movimentar exércitos e a derrubar impérios. Nesse segundo estágio, ela já foi longe
demais para ser combatida; a hora de impedi-la era quando esta ainda era um assunto
de debate. Assim, como cristãos, devemos tentar moldar o pensamento do mundo, de
forma a fazer da aceitação do cristianismo algo mais do que um absurdo lógico.17

Assim, paradoxalmente, os livros mais eficazes na apologética não serão livros


sobre apologética. Ao contrário, serão monografias acadêmicas nas áreas de estudo
especializado. Eu trouxe comigo alguns dos melhores livros que eu conheço na
apologética cristã. Eles podem surpreender alguns de vocês: “A Natureza da
Necessidade”, de Alvin Plantinga; “Comentário de Robert Gundry Sobre o Evangelho
de Marcos”, “O Livro de Atos no Cenário da História Helenística”, de Colin Hemer;
“A Inferência de Design”, de William Dembski; “A Lógica do Deus Encarnado”, de
Thomas Morris. Estes são os tipos de livros que serão estudados e discutidos nos
próximos anos nos círculos acadêmicos e salas de aula e moldarão o pensamento
das gerações futuras. Eles servirão de base para popularizações, como os
excelentes livros de apologética de Lee Strobel para leigos e, consequentemente,
influenciar até mesmo as massas.
A fim de mudar a cultura, temos que mudar a universidade. A fim de mudar a
universidade, temos de fazer apologética acadêmica. A fim de fazer apologia
acadêmica, devemos fazer doutorados. É simples assim.

Além disso - para falar agora em um nível pessoal -, você ficará surpreso com as
portas de oportunidade que se abrirão para você, se você tiver um doutorado.
Percebi isso logo depois de completar minhas graduações. Nós estávamos fazendo
uma turnê de palestras em universidades britânicas e, na Universidade de
Nottingham, tive a oportunidade de falar em uma sala de aula. O professor
apresentou-me, dizendo: "O Dr. Craig estudou sob a orientação de John Hick da
Universidade de Birmingham e sob a orientação de Wolfhart Pannenberg, na
Universidade de Munique." Ele fez uma pausa e então disse: "Estes são grandes
nomes e temos o privilégio de ter o Dr. Craig falando em nossa classe." Eu sorri por
dentro e disse: "Obrigado, Senhor!" Fiquei muito feliz por estar sobre os ombros de
meus mentores ao dar uma defesa do teísmo cristão.
Neste último mês, Jan e eu estivemos na China, onde eu falei como convidado do
Departamento de Filosofia em uma grande universidade. Eu apresentei um
argumento moral para o teísmo e, em resposta a perguntas dos alunos, eu fui até
mesmo capaz de compartilhar meu testemunho pessoal de como eu cheguei à fé
em Cristo. Quando cheguei à parte em que descrevi como eu finalmente entreguei
minha vida a Cristo, os alunos realmente irromperam em aplausos! Foi sério depois
refletir que essa oportunidade extraordinária não está aberta para missionários
tradicionais, mas está escancarada para cristãos que têm as credenciais
acadêmicas necessárias.
Ter um doutorado abrirá para você portas do ministério que, de outro modo,
permaneceriam fechadas. Eu tenho bons amigos que são apologistas cristãos que,
no início não quiseram prosseguir para estudos de doutoramento e cujos ministérios
são inibidos, como resultado. Os tipos de espaços que acabei de descrever estão
fechados para eles, tanto nos seus países como no exterior. Fazer um doutorado vai
expandir os horizontes do seu ministério.
Não vai ser fácil. As estruturas de poder em certos campos são, muitas vezes,
profundamente anticristãs. Os estudantes que são cristãos evangélicos podem ser
eliminados, e terem negados graus ou cátedras. Haverá, e já houve, vítimas de
discriminação anticristã no processo. Mas ao longo do tempo, cada vez mais de nós
conseguirão passar com sucesso. Programas de pós-graduação em filosofia são
inundados com estudantes cristãos que estão gradualmente trabalhando seu
caminho através do sistema. A Escola Talbot de Teologia agora tem o maior
programa de Mestre de Artes em Filosofia, em qualquer instituição de língua
inglesa. Eu e os meus colegas na Talbot às vezes somos abordados por filósofos em
universidades seculares realmente convidando-nos a enviar alguns dos nossos
alunos para fazer o trabalho de doutorado com eles. Isso pode acontecer em outros
campos também. Enquanto a velha guarda morre e jovens estudiosos cristãos são
contratados em seus lugares, a cara da universidade vai mudar. O que Thomas
Kuhn disse das revoluções científicas disse também é válido para as revoluções
cristãs: elas caminham um funeral de uma vez.

Agora, eu percebo que talvez alguns de vocês tenham uma vocação diferente. No
seu caso, especialmente para os que são pastores, eu encorajaria você a estar
atento para os estudantes que você pode direcionar para os programas de
doutorado. Por outro lado, se você tiver menos que 35 anos, os estudos de
doutorado ainda são uma opção realista que eu encorajaria você a explorar. As
chaves para o sucesso serão, em primeiro lugar, escolher um tema de dissertação
pelo qual você esteja apaixonado e, por outro lado, encontrar um mentor de uma
universidade secular que seja pelo menos simpático ao seu tema de dissertação.
Você pode ter que escrever sobre um tema mais neutro do que você gostaria, para
não despertar a oposição à sua candidatura. Por exemplo, a minha tese de
doutorado sobre a ressurreição de Jesus foi essencialmente uma história da
apologética histórica sobre a ressurreição. Uma vez que tinha o grau em segurança,
eu então publiquei como um segundo volume centenas de páginas da minha
própria apologética histórica para a ressurreição.
Se você se sente chamado a tornar-se um apologista cristão, então, embora eu não
possa presumir saber a vontade de Deus para você, peço que você considere
seriamente completar os estudos de doutorado. Isso irá aprofundar e enriquecer
sua vida, abrir as portas do ministério para você e aumentar significativamente o
seu impacto para o Reino.

3. Esteja atento à sua formação pessoal e espiritual. No final, a coisa mais


importante não é o que você faz, mas quem você é. Eu não fico sempre
entusiasmado quando encontro um aluno que me diz que quer se tornar um
apologista cristão. Por vezes detecta-se que o que o aluno realmente quer é o
centro das atenções e da glória. Ou pode haver nele um espírito de
argumentatividade ou arrogância. Ou, talvez, um desejo de afirmação dos outros
para compensar um sentimento de inferioridade pessoal. É claro, todos nós somos
pessoas quebradas, e nenhum de nós tem motivos inteiramente puros. Mas é de
vital importância que, como um representante público de Cristo, o apologista
cristão seja uma pessoa cheia do Espírito Santo e que esteja caminhando
humildemente com Deus.
A apologética é inerentemente uma disciplina agonizante. Ou seja, é combativa,
envolvendo uma luta de idéias. Ela tende a promover a ambição egoísta, a
arrogância e a competitividade. Mas este não é o tipo de sabedoria que Deus
considera preciosa. Pelo contrário, Ele a chama de demoníaca. Veja Tiago 3.13-15:
"Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em
mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em
vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a
sabedoria que vem do alto, mas é terrena, não espiritual, diabólica." Observe a
progressão: "terrena, não espiritual, diabólica." Este tipo sabedoria mundana,
demoníaca é pessoalmente destrutiva, tanto para você quanto para os outros
relacionados a você.
Eu acho que o orgulho é talvez o inimigo mais perigoso e insidioso que o apologista
cristão encara. Podemos fazer um bom trabalho acadêmico, mas se estamos cheios
de vaidade, podemos desacreditar o que dizemos pela maneira que somos. O
orgulhoso grita com as pessoas e as afasta. Ele irá minar a mensagem que
trazemos.
O que, então, podemos fazer para combater esta atitude? Primeiro, precisamos
entender a primazia do amor sobre o conhecimento na economia de Deus. Paulo
escreveu: "O conhecimento incha, mas o amor edifica. Se alguém pensa que sabe
alguma coisa, ele ainda não sabe como ele deveria saber" (I Coríntios. 8.1b-3). O
mais simples filho de Deus que vive no amor é mais sábio aos olhos de Deus do que
todos os Bertrand Russells que o mundo já viu. Se nos falta o amor, então todo o
nosso conhecimento nos faz apenas balões intelectuais grandes e inflados que são
realmente ignorantes daquilo que mais importa.

Em segundo lugar, temos de perceber a debilidade de nossas próprias realizações


intelectuais. Sócrates disse que ele era o homem mais sábio de Atenas porque ele
sabia que não sabia de nada. E da mesma forma, aqui, Paulo diz: "Se alguém pensa
que sabe alguma coisa, ele ainda não sabe como convém saber." Precisamos
refletir sobre a fragilidade e finitude do nosso conhecimento. Quando fazemos isso,
percebemos o quão estúpido é ser orgulhoso. Quanto mais aprendemos, mais
percebemos o quão desesperadamente pouco sabemos. Devemos ser como Newton
que, refletindo sobre o sucesso de seus grandes Princípios, escreveu:
Eu não sei o que posso parecer para o mundo, mas para mim eu pareço ter sido
apenas como um menino, brincando na beira-mar e me divertindo, de vez em quando
encontrando um seixo mais liso ou alguma concha mais bonita que o grande oceano
da verdade colocou descobertos diante de mim.

Finalmente, em terceiro lugar, devemos prestar atenção às palavras do teólogo


medieval Hugh de St. Victor, quando ele escreveu:
Agora, o início do [estudo] é a humildade. Embora as lições de humildade sejam
muitas, as três que se seguem são de uma importância especial para o estudante:
primeiro, que ele não despreze nenhum conhecimento e nenhum escrito; em segundo
lugar, que ele tenha vergonha de não aprender com ninguém; e terceiro, que, quando
ele próprio conseguir aprender, que não empine o nariz para todos os outros.

Como apologistas cristãos, somos chamados a ser servos da Igreja e devemos


comportar-nos como tal.
Em geral, nós como apologistas cristãos somos chamados à mesma santidade de
vida a que todos os discípulos de Cristo são chamados. É extremamente importante
que, como servos de Cristo, cada um de nós seja uma pessoa que fica muitas vezes
de joelhos para passar tempo com Deus e que depende diariamente do enchimento
do Espírito Santo para viver uma vida agradável e aceitável a Deus. Devemos
buscar a glória de Cristo, não a nossa. Devemos estar abertos a críticas e dispostos
a ver as nossas próprias falhas, aprender com os nossos críticos. Não devemos
colocar a nossa carreira ou estudos à frente da nossa família, mas sim estarmos
preparados para desistir de nossos estudos e até mesmo da nossa carreira, se
necessário, para o bem daqueles que amamos. Devemos precaver-nos contra o
pecado, incluindo o pecado sexual, em pensamento, assim como em ato, para não
desonrar a Cristo. Temos de aprender o que significa não apenas fazer as coisas
para Deus, mas ser a pessoa que Deus quer que sejamos.
Se não aprendermos a ser quem Deus quer que sejamos, todas as nossas louvadas
realizações serão madeira, feno e palha. Nossa formação espiritual é, portanto, de
tão vital importância quanto a nossa formação intelectual como apologistas
cristãos.

Em conclusão, então, se Deus está chamando você para um ministério de


apologética cristã, meu conselho é que você selecione alguma área em que se
especializar, que faça um doutorado em sua área de especialização, e seja atento à
sua formação pessoal e espiritual. Que Deus levante uma nova geração de
apologistas cristãos comprometidos com a Sua verdade, com a excelência em seu
trabalho, e com viver a vida de Cristo, para que as vidas de milhões de pessoas
podem ser tocadas e transformadas como resultado!

Referências

1 Richard Swinburne, The Coherence of Theism (Oxford: Clarendon Press, 1977), p.


7.
2 R. T. France, "The Gospels as Historical Sources for Jesus, the Founder of
Christianity," Truth 1 (1985): 86.
3 R. W. Funk, R. W. Hoover, and the Jesus Seminar, "Introduction" to The Five
Gospels (New York: Macmillan, 1993), p. 2.
4 David Friedrich Strau?, The Life of Jesus, Critically Examined, trans. George Eliot,
ed. with an Introduction by Peter C. Hodgson, Lives of Jesus Series (London: SCM
Press, 1973), p. 736.
5 Funk, et. al., "Introduction," p. 3.
6 Ibid., pp. 2-3.
7 Gerd Lüdemann, "Die Auferstehung Jesu," in Fand die Auferstehung wirklich
statt?, p. 16.
8 Gert Lüdemann, The Resurrection of Jesus, trans. John Bowden (Minneapolis:
Fortress Press, 1994), p. 12.
9 Ibid., p. 249.
10 Thomas V. Morris, Philosophy and the Christian Faith, University of Notre Dame
Studies in the Philosophy of Religion 5 (Notre Dame, Ind.: University of Notre Dame
Press, 1988), pp. 3-4.
11 See George Campbell, Dissertation on Miracles (1762; rep. ed.: London: T. Tegg
& Son, 1834); Gottfried Less, Wahrheit der christlichen Religion (G?ttingen: G. L. F?
rster, 1776); William Paley, A View of the Evidences of Christianity, 2 vols., 5th ed.
(London: R. Faulder, 1796; reprint ed.: Westmead, England: Gregg, 1970); Richard
Swinburne, The Concept of Miracle (New York: Macmillan, 1970); John Earman,
"Bayes, Hume, and Miracles," Faith and Philosophy 10 (1993): 293-310; George
Mavrodes, "Miracles and the Laws of Nature," Faith and Philosophy 2 (1985): 333-
346; William Alston, "God's Action in the World," in Divine Nature and Human
Language (Ithaca, N. Y.: Cornell University Press, 1989), pp. 197-222.
12 Antony Flew in Did Jesus Rise from the Dead, ed. Terry L. Miethe (San Francisco:
Harper & Row, 1987), p. 4.
13 Marcus Borg, "Seeing Jesus: Sources, Lenses, and Method," in The Meaning of
Jesus, by Marcus Borg and N. T. Wright (San Francisco: Harper-Collins, 1999), p. 7.
14 Ibid.
15 Ibid., p. 54.
16 Marcus J. Borg, The God We Never Knew (San Francisco: Harper-San Francisco,
1997), pp. 48-9.
17 J. Gresham Machen, "Christianity and Culture," Princeton Theological Review 11
(1913): 6.

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