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Resenha Filme: At 2000\1 – Amor sem Fronteiras

A trama na década de 80, com Sarah Jordan, uma socialite americana que se casa com um inglês
esta em uma festa oferecida por seu sogro para comemorar seu engajamento social, quando o evento é
interrompido pelo médico Nick Callahan, ao lado de um garoto africano que mora na aldeia na qual o
médico trabalha como voluntário. Ele está no jantar a fim de alertar em relação à péssima condição da
Etiópia e denunciar a falta de atenção e cuidados das nações e pessoas mais favorecidas do mundo.

Apesar de parecer ofensivo ao direito de intimidade do menor, exposto aos olhos curiosos no evento,
ficou o alerta da necessidade de se fazer algo em relação extrema falta de condições de vida a que os
povos africanos humildes e abandonados são submetidos.

Sarah impressionada com a atitude de Nick e tocada pelo seu discurso resolve se inteirar do assunto
e colaborar levando pessoalmente caminhões de mantimentos e vacinas ao país africano. O que ela vê lá
não é nada bonito e é aí que o filme começa a tocar o espectador. Pessoas apodrecendo vivas,
literalmente, são cobertas de moscas enquanto padecem sobre o sol quente. O governo negligenciando
ajuda ao grupo humanitário, enquanto que os voluntários fazem o que podem para perder menos do que
40 pessoas ao dia. Tudo isso a leva a se filiar a ONU como reflexo do que viu e sentiu na dor e no
sofrimento das pessoas esquecidas no continente Africano, com a finalidade clara de estar em uma
posição mais favorável para colaborar com os voluntários humanistas.

O filme não poupa detalhes ao mostrar a pobreza e a falta de condições das crianças cuidadas pelo
doutor Callahan. A idéia de fazer uma denúncia social se mistura ao envolvimento entre os personagens, e
seus caminhos se cruzam no Camboja ajudando as vitimas do Khmer Vermelho. E finalmente, no final da
década de 90, na Chechênia. É justamente no país de duplo sentido que os rebeldes acabam por capturar e
manter Nick como prisioneiro. Cabe então a Sarah lutar na tentativa de salva-lo, onde na fuga a historia se
encerra com a morte de Sarah pela explosão de minas ocultas escondidas desordenadamente em lugares
onde inocentes perdem suas vidas ou terminam mutilados, não somente nos seus membros, mais também
em seu interior.

Interessante como o filme mostra que para conseguir levar ajuda aos povos afligidos pela pobreza,
fome e guerra, alguns humanitaristas se comprometem com o trafico de itens ilegais(como armas bélicas,
ou drogas), para aferir os recursos financeiros necessários para minimizar os impactos sofridos pelos
povos indefesos a mercê da própria falta de sorte. Não que seja uma atitude a ser aplaudida, mais pelo
contexto da historia dá-se a entender que entre a escolha de proteger a vida dos necessitados e participar
de atividade ilegais, as alternativas são limitadas a escolha do bem jurídico de maior relevância, a “Vida”,
porem aparenta ser um contra senso, uma vez que os tráficos ilícitos são em parte considerável
responsáveis pelas circunstâncias de sofrimento infligidas as populações carentes

O filme aborda na essência a grande dificuldade em se conseguir ajuda para as causas humanitárias,
pois as colaborações são insuficientes devido a grande pobreza e fome nos países carentes, ou envolvidos
em guerras eminentemente políticas sobre poder e controle e desprovidas de quaisquer critérios de
proteção a vida humana em total desrespeito às idéias da dignidade da pessoa humana e suas
necessidades, onde a crença de liberdade e igualdade amplamente difundidas pela democracia não passa
de ilusão longínqua e fora da realidade vivida pelos povos dos lugares mostrado no filme, e muitos outros.

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