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A urgência do diálogo inter-

religioso na sociedade
A crise da sociedade moderna e a crise da religião vem de sua
incapacidade de perpetuar a tradição e seus valores. Na mesma
liquefação de tradição, memória e passado, está a crise da razão
analítica, típica de uma sociedade e de uma religião da
modernidade. A autonomia da razão, a liberdade individual e a
racionalização vão dando lugar ao pertencimento deliberado, à
estética que segue o senso comum, e ao valor da emoção do
pertencimento ao invés da razão. O fiel ligado a qualquer tribo
urbana, religiosa ou não, quer “fazer parte”. Há uma clara
proeminência dos sentidos no lugar da formulação racionalizada.
Surgem não mais comunidades de comprometimento, mas
comunidades emocionais.
Isso significa que as urgências de diálogo e harmonia lançadas
sobre as religiões, tão urgentes em nosso tempo, podem estar
comprometidas desde a saída, pois se a razão não consegue
mobilizar os fiéis para a memória coletiva dos valores essenciais da
sociedade, como paz, diálogo, tolerância, o que nos restaria, então?
As modalidades de conversa sobre
a religião
Quando se conversa sobre outras igrejas e religiões, as idéias
costumam tomar um dos seguintes rumos:

1) Exclusivismo: “Só a minha religião ou igreja é verdadeira”;


2) Relativismo: “Todas as religiões e igrejas são verdadeiras”;
3) Inclusivismo: “As outras religiões e igrejas são estágios inferiores da
minha”;
4) Diálogo: “Respeito a outra religião ou igreja, mas sigo a minha”.

O problema do exclusivismo é que quase todas as religiões e


igrejas dizem a mesma coisa, gerando fundamentalismo,
isolamento ou conflito. Já o relativismo ignora que as religiões e
igrejas têm diferenças, e que nem sempre “Deus é o mesmo”. E o
inclusivismo menospreza a outra religião ou igreja, fazendo algo
que não gostaríamos que fizessem com a nossa.
Deus-Fora-da-Lei
Na tradição protestante, Lutero e Calvino resolveram
essa conta apelando para a “liberdade soberana de
Deus”. Lutero gostava da expressão latina “Deus exlex”,
literalmente “Deus fora-da-lei”. Lendo a Bíblia e
contemplando a cruz de Cristo, Lutero viu que Deus
escolhe e se revela naquilo que é loucura (1Co 9), fora
do normal. Assim como na Bíblia, hoje essa singular
loucura de Deus, a cruz de Cristo, vai se atualizando de
acordo com o contexto. Daí que, paradoxalmente, é por
causa dessa ênfase na cruz de Cristo como “lugar natal”
de Deus e da conseqüente “liberdade divina” que o povo
ecumênico geralmente está mais à vontade para aceitar
comportamentos singulares de Deus, que viceja por aí
no mundo.
Mandela: Gigante do diálogo na
África do Sul
A sua experiência de luta contra o apartheid, a sua postura de
moderado no período de transição para uma ordem democrática
sem segregação, o claro objetivo de operar a reconciliação nacional
que norteou as suas relações com o Presidente de Klerk, valeram-
lhe um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro. Mandela é
provavelmente o político com maior autoridade moral no continente
Africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de
apaziguador de tensões e conflitos.
Como presidente do CNA (de julho de 1995 a dezembro
de 1999) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio
de 1991 a junho de 2000), Mandela comandou a transição do
regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito
internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e
externa.
O conflito étnico-religioso na
África do Sul
A descoberta de minas de diamante e de ouro desencadeou um conflito do século XIX conhecido como Segunda Guerra dos
Bôeres, quando os Bôeres e os Britânicos lutaram pelo controle da riqueza mineral do país. Mesmo vencendo os Bôeres, os
Britânicos deram independência limitada à África do Sul em 1910, como um domínio britânico. Durante os anos de
colonização Holandesa e Britânica, a segregação racial era essencialmente informal, apesar de algumas leis terem sido
promulgadas para controlar o estabelecimento e a livre circulação de pessoas nativas.
Nas repúblicas Bôeres, já a partir do Tratado de Pretória (Capítulo XXVI), os subsequentes governos sul-africanos tornaram o
sistema de segregação racial legalmente institucionalizado, o que mais tarde ficou conhecido como  apartheid. O governo
então estabeleceu três categorias de estratificação racial: brancos, colorados e negros, com direitos e restrições específicos
para cada categoria.
A África do Sul abandonou a Commonwealth em 1961, na sequência de um referendo (onde, obviamente, só pôde participar a
comunidade branca) que ditou a proclamação da república. Apesar da oposição dentro e fora do país, o governo manteve o
regime do apartheid. No início do século XX alguns países e instituições ocidentais começaram a boicotar os negócios com o
país por causa das suas políticas de opressão racial e de direitos civis. Após anos de protestos internos, ativismo e revolta de
sul-africanos negros e de seus aliados, finalmente, em 1990, o governo sul-africano iniciou negociações que levaram ao
desmantelamento das leis de discriminação e às eleições democráticas de 1994. O país então aderiu Comunidade das
Nações.
Em 1983, é adotada uma nova constituição que garante uma política de direitos limitados às minorias asiáticas, mas continua a
excluir os negros do exercício dos direitos políticos e civis. A maioria negra, portanto, não tinha direito de voto nem
representação parlamentar. O partido branco dominante, durante a era do apartheid, é o Partido Nacional, enquanto a
principal organização política negra era o Congresso Nacional Africano (ANC), que durante quase 50 anos foi considerado
ilegal.
Mais tarde, em 1990, sob a liderança do presidente F. W. de Klerk, o governo sul-africano começa a desmantelar o sistema do
apartheid, libertando Nelson Mandela, líder do ANC, e aceitando legalizar esta organização, bem como outras antiapartheid.
Os passos seguintes no sentido da união nacional são dados em 1991. A abertura das negociações entre os representantes de
todas as comunidades, com o objetivo de elaborar uma Constituição democrática, marca o fim de uma época perturbada na
África do Sul que iniciou-se em 1948 e teve seu fim em 1990, 42 anos, época está chamada de  Apartheid, que numa tradução
para o português seria "segregação racial"
No dia 10 de abril de 1993, um dos principais líderes do movimento negro da África do Sul, Chris Hani, tombou vítima de dois tiros,
diante da própria residência. O que seus assassinos não previram é que essa morte acabaria por acelerar o fim do apartheid.
Frases de Nelson Mandela sobre
diálogo
“Ninguém nasce odiando outra pessoa
pela cor da sua pele, por sua origem ou
ainda por sua religião. Para odiar, as
pessoas precisam aprender a odiar; e, se
podem aprender a odiar, podem ser
ensinadas a amar.”
Exemplo de conflito religioso no
Brasil
As eleições de 2002 confirmaram o fortalecimento da presença
evangélica na disputa por cargos políticos no Estado do Rio de
Janeiro, e revelaram um deslocamento de vários setores dessa
tradição religiosa em direção aos partidos de esquerda. Embora a
crescente participação dos evangélicos na política brasileira já
tenha despertado muita atenção dos cientistas sociais, há
relativamente poucos estudos sobre a reação de outros grupos
religiosos e/ou políticos a esse fenômeno.
A análise de declarações de políticos em geral, mas especialmente de
políticos católicos, sobre essa força eleitoral evangélica, bem como
a análise das propagandas eleitorais de candidatos que se
identificavam como católicos revelaram uma variedade de discursos
reativos. A reação variava desde um questionamento genérico da
legitimidade de envolver religião com política, até críticas e
confrontos especificamente voltados à atuação da IURD.
Fontes:
Texto – Aula: Conflitos e Diálogos Religiosos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela
http://pt.wikipedia.org/wiki/África_do_Sul
http://seer.ufrgs.br/index.php/CienciasSociaiseReligiao/article/viewFile/2265/970

FIM ...

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