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24/08/2010 - 15ª reunião - oitiva Sr. Manoel Castanho Blanco e Sra. Ana
Maria Érnica
Aos vinte e quatro dias do mês de agosto de dois mil e dez, às nove horas e trinta
minutos, no Plenário "Dom Pedro I" da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
realizou-se a Décima Quinta Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito constituída
pelo ato nº 13, de 2010, com a finalidade de "investigar supostas irregularidades e
fraudes praticadas contra cerca de três mil mutuários da Cooperativa Habitacional dos
Bancários do Estado de São Paulo - BANCOOP, e propor soluções para o caso", da
Quarta Sessão Legislativa, da Décima Sexta Legislatura, sob a presidência do Deputado
Samuel Moreira. Presentes os Senhores Deputados Bruno Covas, Ricardo Montoro,
Vanderlei Siraque, Vicente Cândido, Waldir Agnello (efetivos) e Davi Zaia (substituto
eventual). Presente o Senhor Deputado Antonio Mentor e, no decorrer da reunião, o
Senhor Deputado Estevam Galvão, membro efetivo deste órgão técnico. Ausentes os
Senhores Deputados Chico Sardelli e Roberto Morais. Havendo número regimental, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou à secretária a leitura da ata
da reunião anterior, que foi dispensada a pedidos e considerada aprovada. O Senhor
Presidente indagou sobre a presença dos convocados a deporem. Foi informado das
presenças do Senhor Manoel Castanho Blanco e da Senhora Ana Maria Érnica. Em
seguida, o Senhor Presidente convidou o Senhor Manoel Castanho Blanco, Gerente de
Relacionamento da Bancoop para tomar assento à mesa, acompanhado de seu
advogado, Dr. Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari, OAB nº 67.165. Após apresentar sua
qualificação e o termo de compromisso de relatar tudo o que soubesse sobre o objeto
deste órgão técnico, o convocado colocou-se à disposição dos Deputados para
esclarecimentos. Antes de iniciar as inquirições ao depoente, pela ordem, o Deputado
Antonio Mentor questionou a validade da designação do Deputado Davi Zaia como
substituto eventual pelo PPS, tendo em vista que o mesmo deferiu a indicação na
qualidade de 2º Vice-Presidente desta Casa de Leis. O Deputado Bruno Covas iniciou a
oitiva do depoente. Ante a tentativa do advogado, Dr. Pedro Dallari, de responder
algumas questões, foi advertido pelo Presidente, informando que não é permitido aos
advogados interagirem com os parlamentares, podendo apenas orientar o seu cliente,
não substituí-lo. O Dr. Pedro Dallari fez questão que ficasse registrado seu protesto. O
Deputado Vanderlei Siraque solicitou que constasse da presente ata sua inconformidade
com a decisão do Presidente. Dando sequência à reunião, apresentaram suas questões
os Deputados: Bruno Covas, Waldir Agnello, Ricardo Montoro e Samuel Moreira.
Respondendo ao que foi perguntado, o Senhor Manoel Castanho Blanco informou não
ter conhecimento da ocorrência de desvios de recursos e da captação de doações na
Bancoop para o caixa de campanhas políticas; disse, ainda, desconhecer se houve
expedição de notas fiscais frias e se empresas formadas por ex-diretores da
Cooperativa prestavam serviços. Na qualidade de gerente de relacionamento, explicou
que contatou os cooperados, informando-os sobre as condições deficitárias de alguns
empreendimentos, razão pela qual foram solicitados aportes financeiros ou cobrados
resíduos dos empreendimentos concluídos. Com relação aos tipos de reclamações que
recebe e se há um sistema de controle dessas reclamações, esclareceu que é feito um
relatório mensal dos atendimentos realizados por e-mail e por telefone, além de uma
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agenda dos que são feitos pessoalmente. Tendo sido lembrado que o objetivo desta CPI
é buscar soluções para as famílias que estão com problemas para receber suas casas ou
suas respectivas escrituras, o depoente afirmou que está sendo discutido um acordo
que reduzirá 50% (cinquenta por cento) o débito dos cooperados, mas que tal acordo
envolve também as prestadoras de serviços. Acrescentou que essa proposta teve
aceitação expressiva e que espera resolver todas as questões em aberto. O Deputado
Waldir Agnello disse que o principal é que as famílias sejam amparadas e tenham seu
sonho da casa própria realizado, sendo função do Ministério Público julgar se houve
crime. O Deputado Ricardo Montoro demonstrou sua preocupação no sentido de que a
viabilização do acordo não encubra possíveis desvios. Os Deputados Vanderlei Siraque,
Vicente Cândido e Antonio Mentor também se mostraram favoráveis à apuração e
punição de quaisquer irregularidades. O Deputado Samuel Moreira indagou sobre o
prazo para finalizar o acordo. O Senhor Castanho Blanco respondeu que cada
empreendimento tem um ritmo e é preciso encontrar uma fórmula que atenda a todos,
mas acredita que isso será possível no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias. Terminado
o depoimento, o Senhor Presidente suspendeu os trabalhos por 5 (cinco) minutos.
Reabertos os trabalhos, convidou a Senhora Ana Maria Érnica, acompanhada também
pelo seu advogado, Dr. Pedro Dallari, para prestar depoimento. Após apresentar sua
qualificação e o termo de compromisso de relatar tudo o que soubesse sobre o objeto
da presente CPI, a convocada, que exerce o cargo de Diretora Administrativa e
Financeira da Bancoop fez uma apresentação institucional da Cooperativa, seus
empreendimentos, concluídos e em construção. Questionada pelo Deputados Waldir
Agnello, Ricardo Montoro e Bruno Covas, informou que foi eleita em 2005 e que, como
não havia chapa concorrente, a eleição realizou-se por meio de aclamação dos
cooperados. Respondeu a indagações sobre a constituição de Fundo de Investimentos
em Direitos Creditórios (FDIC), que teve a participação de fundos de pensão, como
Previ, Funcef, Petrus e de algumas pessoas físicas, com a finalidade de injetar dinheiro
no caixa da Bancoop. O FDIC foi liquidado em 2009, após negociação com os cotistas.
Acrescentou que parte do dinheiro usado para a sua liquidação foi proveniente de
empréstimo tomado junto ao Sindicato dos Bancários, que figura entre os credores
atuais da Bancoop. Informou que todos os pagamentos eram efetuados através de
cheques ou transferências bancárias (TED), após medição das obras e com a
apresentação das respectivas notas fiscais. Disse que a Bancoop tem um patrimônio no
valor de R$ 108.000.000,00 (cento e oito milhões de reais), créditos a receber dos
cooperados no valor de R$ 80.000.000,00 (oitenta milhões de reais) e que o passivo da
Cooperativa corresponde a aproximadamente 90% (noventa por cento) do ativo.
Todavia, acrescentou, acredita que a Bancoop é um projeto viável, que tem condições
de resolver a atual situação e voltar a construir moradias a preço de custo. O Deputado
Bruno Covas solicitou que a reunião continuasse em caráter secreto, tendo em vista a
necessidade de inquirir a depoente sobre documentos sigilosos. O Deputado Antonio
Mentor não concordou com a solicitação, requerendo que fosse convocada outra
reunião, informando aos Deputados com a antecedência regimental o que será
debatido. Ante o impasse, o Senhor Presidente suspendeu os trabalhos por 5 (cinco)
minutos. Reabertos os trabalhos, informou que a reunião teria prosseguimento,
secretamente, no Plenário "Tiradentes" e convidou os Deputados para lá se dirigirem.
Retornando ao Plenário "D. Pedro I", agradeceu a presença dos depoentes. A Senhora
Ana Maria Érnica agradeceu a oportunidade e colocou-se à disposição da CPI. Nada
mais havendo a tratar o Senhor Presidente convocou reunião para a próxima 3ª feira,
às 9 horas e trinta minutos e deu por encerrados os trabalhos. A presente reunião foi
gravada pelo serviço de Audiofonia e após transcrição fará parte integrante desta Ata,
que eu Fátima Mônica Bragante Dinardi, Agente Técnico Legislativo, lavrei e assino após
sua Excelência. Aprovada em reunião de 14/09/2010.
BANCOOP
24/08/2010
PRESIDENTE
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Bom dia, Sr. Manoel Castanho Blanco. Bom
dia, Srs. Deputados. Assessoria que nos acompanha nesta reunião da CPI.
Sr. Manoel, qual a sua função na BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não tinha ocupado nenhum cargo
antes, portanto, de julho de 2005?
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – No ano de 1999, o senhor foi conselheiro fiscal;
a partir de julho de 2005 passou a ser assessor; e, a partir de fevereiro de 2006, gerente de
comunicação. Esse cargo de conselheiro fiscal durou quanto tempo?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses foram os três cargos que o senhor ocupou
na BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco com
algum diretor da BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco com
algum prestador de serviços da BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco com
algum outro funcionário da BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco com
alguém que tenha tido qualquer tipo de relação com a Cooperativa?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. A sua esposa, por acaso, é uma
advogada chamada Letícia?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe dizer como são todas as decisões
na área administrativa da BANCOOP?
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que tipo de decisões são tomadas pela diretoria?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez, assinou algum cheque da
BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez, emitiu alguma nota fiscal
para a BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Assinou alguma nota fiscal de alguma relação
comercial da Cooperativa?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez doou dinheiro para
partido político ou candidato?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim, várias vezes. Sou filiado, desde
1982 e o diretório que eu fazia parte era sustentado pelos militantes. Essa sustentação me
parece que caracteriza doação. E também fiz doações, ao longo desses, de 1982 para cá, 28
anos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor é filiado, desde 1982, a que partido?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o senhor não sabe dizer para quais candidatos
o senhor já fez doação?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor nunca fez doação para candidatos,
somente para o partido?
é feita a prestação de contas no tribunal eleitoral. Então, é só a CPI pedir a lista de doações,
que vai saber.
Então, me parece que o Deputado Bruno Covas está mais interessado em fazer
política do que apurar, do que resolver os problemas da CPI, que é investigar. Estamos aqui
para investigar eventuais irregularidades.
Quanto à questão de doação ou não, acho que não é objeto de estudo desta CPI.
Outra questão. O advogado tem direito sim, porque V. Exa. é juiz e nós fazemos o
papel aqui de juízes, então o advogado tem direito sim de defender o seu cliente e de
protestar. E gostaria que ficasse inclusive registrado em Ata que o advogado Pedro Dallari
foi proibido por V. Exa. de se manifestar.
Qualquer tribunal, aqui nós estamos num tribunal. Esse aqui é um tribunal hoje e nós
fazemos um papel e o advogado tem direito sim.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Assuntos do Irã sei que V. Exa. conhece
bem.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sr. Presidente, por favor. Estou falando
que há suspeita.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não estou acusando. Estou dizendo que
há suspeitas e que esse é o caminho do Deputado Bruno Covas.
Pedro Dallari, com o seu conhecimento, diz que V. Exa., Presidente, é o juiz e de que ele
pode...
Queria entender, por favor.
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ele pode pensar o que ele
quiser.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A sua posição é que ele não pode se
dirigir a V. Exa.?
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – V. Exa. falou que é como o Irã. Eu sei
do conhecimento que o senhor tem das realidades do Irã e sei perfeitamente.
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. tem alguma ligação com o Sindicato dos
Bancários?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Durante que período V. Sa. compôs a diretoria
do Sindicato dos Bancários?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Acho que junho; acho que na eleição
do Sindicato.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Até junho V. Sa. ficou na diretoria do Sindicato
dos Bancários e julho já estava na BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses foram os três presidentes nesses oito anos,
de 1997 a 2005?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe quem são os atuais diretores da
Bangraf?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor está totalmente alheio a esse tipo
de informação, é isso?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nesse tempo todo que o senhor trabalhou,
desde julho de 2005, como gerente, nunca houve nenhuma reclamação nesse sentido, então?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não? Ok. O senhor sabe que o senhor está
falando sob juramento, não é?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Certo, só para ter certeza disso. O senhor
nunca ouviu falar que existe problema de qualidade dos serviços prestados?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Como disse, de 2005, desde que
eu estou na Cooperativa, para cá, não tenho conhecimento de aquisição de nenhum terreno.
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. De 2005 para cá, que eu saiba...
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ela tem algum grau de parentesco com a
Sra. Marisa Letícia Rocco Casa, esposa do Presidente Lula?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor pode nos explicar, agora, assim,
dentro da sua área, uma vez que o senhor teve de emitir essas notas explicativas aos
cooperados, qual o motivo de ter chegado a uma situação financeira negativa, deficitária?
respondendo como gerente de relacionamento. Mas vamos entrar um pouco no seu papel
como conselheiro fiscal. Que tipo de alerta o senhor emitiu para que a BANCOOP tomasse
providências, caso contrário ela chegaria ao caos que chegou?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem e são as duas únicas que o
senhor adquiriu ou o senhor adquiriu e vendeu, repassou para alguém?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Acho que ficou... Era a última torre,
acho que ficou pronta em 2006 e assim que ficou pronta eu a vendi.
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O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Essa venda, o senhor tinha a escritura dessa
unidade?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não, não tinha a escritura. Foi uma
cessão de direitos.
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Era ligado à área técnica, que
mostrava na área de planejamento, que é um pouco de cada uma, um pouco de financeiro.
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O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Essa convocação aos cooperados, ela pode
ser comprovada, para que eles recebessem informações a respeito da situação financeira da
unidade que ele comprou, do conjunto que ele comprou?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Pode. Inclusive, acho que uma parte,
não todas, a maioria dessas reuniões foi gravada, tem lista de presença. Isso é facilmente
comprovado.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor poderia dizer, pela sua convivência
na BANCOOP que os empreendimentos eram superavitários ou deficitários? De uma forma
geral.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só uma pergunta. Quando V. Sa. foi conselheiro
fiscal, em 1999, houve apreciação das contas de 1998? Foi isso?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E V. Sa. como conselheiro fiscal votou a favor?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Como se deu esse convite para o senhor
fazer parte como sócio-fundador da BANCOOP? Quem o convidou, como era, aconteceu
isso de que forma?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ok. Não tenho mais perguntas, por
enquanto.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O senhor confirma que teve esse tipo de
diálogo. Mas a minha pergunta é se o senhor se referia, quando fala falar com os mortos,
significa que estava morta a cooperativa, devido à situação de pré-falência que ela estava, ou
eram os mortos que sofreram o acidente lá em Petrolina? Quais mortos o senhor se referia?
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ele está tentando passar para V. Exa. e ele não
consegue. Ele não está conseguindo responder a V. Exa. porque V. Exa. não permite que ele
responda.
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O SR. ANTONIO MENTOR – PT – V. Exa. não precisa achar nada. Deixa ele dar,
ele responder. É melhor perder do que achar, numa situação dessas.
abriu empresas. Aliás, ele, nessa cadeira, disse que abriu várias empresas e que ele não
controlava. O senhor não sabia da relação da BANCOOP com essas empresas? Conhecia a
Germany? Já ouviu falar?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. tem dito em diversos momentos, quando
algumas questões são apresentadas, que tomou conhecimento pela imprensa. No caso da
Germany, outras perguntas feitas pelo Deputado Ricardo Montoro. Quando a imprensa
noticia isso, os cooperados não vão à Cooperativa tomar informações sobre esse assunto?
Nunca apareceu nenhum cooperado querendo saber quem é essa Germany, que também leu
na revista? Isso não aparece?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em relação à Germany, o senhor sabe então que
ela atuou?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sabia que os sócios da Germany eram diretores
da BANCOOP?
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou fazer mais uma vez a
pergunta para o senhor. É que às vezes eu acho que talvez eu não esteja sendo explícito.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Conta até 10. Vamos combinar assim, Sr.
Presidente, depois que você perguntar, você conta até 10, até cinco está bom e deixa ele
responder.
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Uma política baixa, que é típica aqui nesta
Casa, de V. Exa.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quem define com quem está a palavra é
o Presidente.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então quer dizer que o senhor vai pegar o
microfone e sair falando? Qual artigo diz isso? Ele concedeu a palavra.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quem define quem está com a palavra é
o Presidente, Deputado Siraque.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Nervosinho está V. Exa. que não para de
falar.
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Uma das unidades a que me refiro está
no nome dela. Estou dizendo o patrimônio da família.
E aí, nós da Bancada do Partido dos Trabalhadores desejamos sim que tenha um
acordo entre a BANCOOP e os cooperados, para que eles possam receber, porque o nosso
objetivo aqui é encontrar uma solução para aqueles que têm a necessidade da solução. A
política nós fazemos de outra maneira.
Tem eleição este ano, sei que existe um desespero da Bancada do PSDB, não é, mas
isso o povo que vai resolver na urna.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradecer o aparte, mas acho que pelas
manifestações da galeria a gente percebe quem aqui está defendendo cooperado e que não
está defendendo cooperado. (Palmas.)
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Alguns citam o Regimento, mas não cumprem o
Regimento.
Só para entender, Dr. Manoel, V. Exa. disse que adquiriu três, um foi vendido, é
isso?
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ao longo, desde 1996 até hoje, adquiriu três, um
já foi vendido, os outros dois, um está em construção e outro já foi entregue.
V. Sa. disse ao Deputado Waldir Agnello que vendeu o da Praia Grande sem a
escritura?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas V. Sa. já tinha pago todas as parcelas?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Já tinha pago todas as parcelas e não tinha
escritura?
constrangedora, pessoas que inclusive tiveram problemas de doença por conta do desgosto
que passaram ao ingressar no sistema de cooperados da BANCOOP, outros que tiveram até
problemas em família por conta disso, e vai por aí afora. Os relatos eram bastante
comoventes, e vou puxar até pela memória dos senhores, que nos deixavam assim
emocionados até por conta da situação que alguns cooperados estão passando ainda.
Infelizmente, eles não têm mais a prerrogativa, em razão do andamento do trabalho, de
continuar fazendo seus depoimentos.
Então, queria dar a oportunidade para o senhor, como funcionário da BANCOOP,
que também o senhor tem responsabilidade com os cooperados, e vou lhe fazer uma
pergunta, para que o senhor possa ao se dirigir a mim respondendo a essa pergunta de certa
forma dar uma satisfação também a esses cooperados que, independentemente de estarem
aqui ou não, mas saberão da sua resposta.
Eu, como legítimo representante do povo paulista nesta Casa, quero saber do senhor
o que eu posso esperar como solução para regularização da suposta minha unidade que não
está escriturada, e daquela que paguei e não está sendo construída, só está no papel e daquela
que está inacabada?
Queria que o senhor me respondesse isso. O senhor como gerente da Cooperativa
BANCOOP.
(Manifestação na galeria)
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor esta dizendo com isso que existe
luz no final do túnel?
O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sempre acreditei que essa luz nunca
se apagou. Sempre acreditei na solução da Cooperativa, sempre. Se eu duvidasse disso,
Deputado, isso é um depoimento pessoal meu, se eu duvidasse disso um só instante, eu já
estaria fora da Cooperativa há muito tempo.
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Não acredito que o PT, aliás, como dirigente que já fui, como Parlamentar, como
militante e fundador do PT, precisa tirar proveito de situação como essa. Acho que jamais o
PT vai tirar proveito de situação como essa. Acho que jamais o PT vai tirar proveito. Se
alguém fez, ancorado, usando como escora o Partido dos Trabalhadores, fez por sua conta e
responsabilidade. O PT não precisa de mesquinhez desse tamanho.
E se alguém fez, tem de ser punido, mas tenho certeza que não chegou um centavo
de desvio dessa forma nas contas do PT.
(Manifestação na galeria)
de todos esses problemas, para que nós possamos dar publicidade a isso e também ter como
compromisso da BANCOOP na solução desses problemas.
* * *
* * *
Apenas para esclarecer qual é a intenção, para nós não decidirmos sobre uma coisa
diferente daquilo que eu estava pensando em fazer. Apenas para isso, Deputado Bruno
Covas também, que já manifestou. Não há nenhum embargo a um eventual depoimento
posterior do Sr. Vagner também. Só, nessa fase da apresentação, eu acho que seria justo dar
à BANCOOP, à atual diretoria da BANCOOP, a oportunidade de se manifestar oficialmente
na figura do seu Presidente.
prestados. E até por uma questão de economia processual, economia de tempo nosso aqui,
dos funcionários da Assembleia, dos nobres Deputados, seria interessante e aí, se for
necessário ouvi-lo em outra oportunidade, como disse o meu líder, o Deputado Mentor, se
ouviria. Mas pode ser que poderia esclarecer muita coisa e até ajudar nas angústias dos
cooperados.
espécie, cumpre-nos adverti-la que deve dizer a verdade, não podendo fazer afirmações
falsas, calar ou negar a verdade a respeito dos fatos do seu conhecimento, por incorrer em
crime previsto no art. 4º, inciso II, da Lei Federal nº 1579, de 18 de março de 1952.
Vou pegar o termo de qualificação. A senhora poderia complementar esses itens:
Nome completo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Rua França Pinto, 756, apartamento 31, Vila
Mariana, São Paulo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sou bancária aposentada e hoje sou diretora
administrativa financeira da BANCOOP e trabalho na Rua Líbero Badaró, 152.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sob minha palavra de honra prometo dizer a
verdade do que souber e me for perguntado, relacionado com a investigação a cargo desta
Comissão Parlamentar de Inquérito.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Vou tentar ser bem rápida. Essa é uma cópia
para o senhor e se puder...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também está sendo distribuída uma para cada
um dos Deputados. É uma apresentação institucional da BANCOOP. Está aqui o Presidente
da BANCOOP, Vagner de Castro, a gente está acompanhado do nosso advogado Dr. Pedro
Dallari, e também de alguns colaboradores da Cooperativa.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fica perto do Shopping Santa Cruz, perto do
Colégio Arquidiocesano. Vila Clementino tem uma torre entregue e uma em construção,
duas entregues e uma em construção; Vila Inglesa fica na região de Interlagos; e Vilas da
Penha, que é um condomínio de casas na Zona Leste, já com duas fases de casas entregues e
faltam duas ainda a entregar.
Com relação às unidades habitacionais da BANCOOP. Desse total de 25
empreendimentos entregues, dos nove ainda em construção, mais os que foram transferidos,
a BANCOOP tem um total de 6630 unidades, 5697 moradias, ou seja, 88% delas, já foram
entregues, já são unidades concluídas. Nós temos, em construção, 8% das unidades estão em
construção e essas unidades pertencem a cooperados. São 504 cooperados que ainda
aguardam o recebimento das suas unidades. Desses 504 que ainda aguardam as suas
unidades, aproximadamente 90 desses cooperados já possuem mais uma outra unidade da
BANCOOP, então já têm pelo menos uma moradia. Os outros 6% são unidades que estão
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10 mil reais. E até 20 mil reais é que dá 77%, ou seja, o máximo de rateio cobrado foi 77%
do total das unidades já entregues. Até de 30 mil, 17%, são 57 unidades. Acima de 30 mil,
4,86%. Ou seja, dos 70% das unidades entregues pela BANCOOP, o rateio não ultrapassou
20 mil reais, e desses 70%, 30% praticamente não teve nenhum rateio.
Aqui a gente fez uma comparação mais ou menos para destacar quanto é o valor do
rateio comparado com o custo inicial e hoje a valorização que tem o empreendimento que o
cooperado fez. Pegamos, por exemplo, o Solar de Santana, que é o que fica na Conselheiro
Moreira de Barros, em Santana. É uma seccional composta de três edifícios, com 196
unidades, entregue em 2000 e 2002 e 2004, cada um deles, uma média de a cada dois anos
entrega uma unidade. O custo total do empreendimento foi de 18 milhões e meio. Uma
unidade de dois dormitórios, a gente pegou o custo de quando foi lançado e atualizou para
valores de abril de 2010, isso é a condição real de um cooperado que aderiu no lançamento
do empreendimento, o custo inicial desse empreendimento foi vendido a R$ 125.942,00
reais, a adesão que ele fez. O rateio foi R$ 16.309,00, ou seja, 12,9%, 13% do custo inicial
foi o rateio que dá 142 mil reais, é o montante dessa unidade de dois dormitórios no Solar de
Santana.
O preço de mercado, se a gente utilizar a pesquisa do CRECI, que é o Conselho
Regional dos Corretores de Imóveis, que tem uma pesquisa tanto para o Estado de São
Paulo, quanto para a Capital, para o litoral, para o interior, enfim, localizado por regiões, é
uma entidade governamental, uma entidade federal, um órgão oficial, uma unidade nessas
mesmas características, nessa mesma região, nessa mesma metragem, nessas mesmas
condições, o preço de mercado hoje dessa unidade, em dezembro de 2009, quando nós
fizemos esse levantamento, seria de 233 mil reais, ou seja, uma valorização de 64%.
Um outro exemplo é o Horto Florestal, um condomínio de quatro torres, também o
custo total do empreendimento foi de aproximadamente 18 milhões, o custo inicial de uma
unidade de três dormitórios 110 mil, o rateio de 23,21% do custo inicial, e o preço de
mercado hoje 184 mil, em comparação com 134, que seria o custo hoje da unidade paga pelo
cooperado, uma valorização de 37%.
Mirante do Tatuapé, próximo ao Metrô Carrão, é um empreendimento com duas
torres, entregue em 2003 e 2005, também um empreendimento que custou em torno de 17
milhões, o rateio foi 25% do custo inicial de uma unidade de três dormitórios. Hoje, o
mesmo empreendimento, o custo de mercado é 178 mil, uma valorização de 19%.
Veredas do Carmo, que é um empreendimento com 504 unidades, é um
empreendimento bem grande, com seis torres, esse empreendimento teve um custo total de
96
21 milhões. Uma unidade de dois dormitórios, 83 mil reais. Esse empreendimento não
houve rateio. O preço de mercado hoje dá em torno de 154 mil reais, uma valorização de
84%.
Aí vêm os outros exemplos, Portal Jabaquara que teve um rateio de cinco mil reais,
5,7% do custo inicial, e uma valorização para o dia de hoje de 60%.
Torres de Pirituba também teve um rateio de seis mil reais, 5% do custo inicial, uma
valorização de 39%.
E assim vai, Vila Augusta, Parque das Flores 30%.
Enfim, nós temos esse estudo com relação a todos os empreendimentos já concluídos
e entregues.
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Que ela terá o tempo que
ela quiser? Não.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O tempo adequado é ela quem vai julgar, não
o senhor que vai julgar.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O senhor não dará o tempo para ela fazer a
apresentação, senhor Presidente. Só isso.
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É que inclusive gostaria que não fosse tão
rápido, até para que, é pública a apresentação e sob juramento, inclusive depois vou pedir
para retomar alguns... Sei que o senhor tem uma rapidez maior do que eu, mas eu gostaria
que a depoente fosse mais devagar.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Vou tentar concluir. A gestão a partir de 2005,
ou seja, depois que a gente assumiu a BANCOOP, em 24 de fevereiro de 2005.
Entre as principais medidas tomadas pela atual administração, foram a contratação de
três consultorias e uma auditoria, para que nos ajudassem a fazer um Raio X e fizessem um
levantamento da situação da BANCOOP e nos ajudassem a propor medidas administrativas
de controle e de gestão mais adequados dentro de uma boa governança corporativa.
Dentro disso, a gente contratou a DDO Trevisan, que foi responsável por rever toda a
estrutura organizacional da Cooperativa e fazer a elaboração de normas, procedimentos,
controles. A NGI, que era uma empresa especializada na área técnica, na área de engenharia.
A NGI ela unificou os nossos procedimentos nos canteiros de obras, na área técnica, na área
de suprimentos, enfim, no planejamento e orçamento dos empreendimentos. Mega, que foi a
empresa contratada para implantar o sistema operacional integrado. A Cooperativa tinha um
sistema que não era interligado entre si, todas as áreas e a Mega implantou esse novo
sistema que está hoje operando na Cooperativa. E a auditoria contábil externa, foi contratada
a Terco Grant Thornton, que hoje se associou à Ernst & Young e então já está dentro da
Cooperativa fazendo auditoria de 2010 e agora sendo Ernst & Young Terco.
Medidas relativas às obras. Também fizemos o encerramento financeiro, como diz a
Lei das Cooperativas, que a gente falou, o custo adicional e o encerramento de cada um dos
100
auditorias. Enfim, todas essas questões que fazem parte do acordo com o Ministério Público
já estão sendo cumpridas pela Cooperativa.
De uma forma geral era isso e a gente fica à disposição para as dúvidas.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Para arguir a depoente Ana Maria Ernica.
Gostaria de ouvir de V. Sa. desde quando trabalha na BANCOOP ou tem relação
com a BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho registro. Sou aposentada pelo
Santander, me aposentei como gerente do Santander/Banespa, concursada, depois fiquei um
período no Sindicato e do Sindicato eu vim para a BANCOOP. Não tem registro. É um
cargo eletivo, não um cargo de CLT, não é um cargo registrado. É estatutário.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Tem mandato previsto para quanto tempo?
(Manifestação na galeria)
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na assembleia de 2009 não teve ninguém com
procuração participando.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que alguns cooperados tinham uma demanda
judicial e uma autorização judicial para participação na assembleia, mesmo não reunindo as
condições para participar.
Então, esses cooperados, por orientação jurídica, a gente fez uma identificação
separada, porque caso houvesse votação, seria necessário votar em separado, porque como
era uma medida liminar, então precisava ter toda uma orientação jurídica sobre essa
participação.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Uma espécie de identificação visual que foi
criada? Quem tinha direito a voto e quem não podia votar por estar em situação irregular, é
isso?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – No crachá você tem uma tarja para votação, para
as diversas votações, então, é destacada uma tarja e você tinha de fazer a contagem em
separado, para poder informar judicialmente os cooperados que estavam participando da
assembleia por decisão judicial.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora acha isso normal para o sistema,
que não apareça nas eleições? Acha que é desinteresse dos cooperados ou seria uma forma
de manipulação da diretoria, de reconduzir ao cargo ou de trazer para o cargo alguém de
interesse pessoal e não de interesse dos cooperados?
Acho que é importante ter mais de uma chapa, acho importante ter debate de ideias, acho
importante ter a disputa, é saudável e é muito mais rico o processo quando você tem, mas,
infelizmente nunca teve outra chapa concorrendo.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora recebe algum valor pelo trabalho
que presta à BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Atualmente, a partir deste mês, 14 mil reais.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Quando eu entrei era 14 mil reais, ela veio
corrigindo anualmente. A gente, dentro desse processo de reestruturação e de dificuldade
que a BANCOOP passa, nós fizemos também essa redução a partir deste mês para 14 mil
reais.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E qual foi o patamar que a senhora estava
antes de ser reduzido de novo para 14 mil?
(Manifestação na galeria)
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por favor, peço mais uma
vez que as pessoas que estão presentes não se manifestem, por favor.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A senhora precisa apresentar alguma nota fiscal?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sempre. Não só eu, como todos os funcionários
da BANCOOP, recebemos sempre da BANCOOP.
sempre buscou condições para pagar todos os funcionários da BANCOOP em dia, cumprir
os seus compromissos com a folha de pagamento.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Não teve isso. A BANCOOP tem...
(Manifestação na galeria)
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A BANCOOP tem, para cada seccional, o seu
controle financeiro e a sua contabilidade própria. Então, os recursos de cada seccional são da
própria seccional. Para manutenção da sede, para manutenção da estrutura administrativa da
sede, existe uma administração e um gerenciamento que a BANCOOP faz dessas seccionais
e que esse valor é direcionado para a conta da BANCOOP Sede. Essa conta da BANCOOP
Sede que é responsável por arcar com as despesas administrativas, inclusive, entre elas, a
folha de pagamento dos funcionários.
* * *
* * *
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tem como entrar com reintegração de posse
de uma unidade que não está entregue.
* * *
110
* * *
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O cooperado inadimplente com três parcelas, ele
é eliminado do grupo e sua unidade é passada para outro cooperado, que venha contribuir
com o grupo, para que, ao final, não tenha problemas financeiros o grupo. Foi o que li agora
a pouco do Engenheiro Aldo Dória Correia, que diz isso, que o preço, a construção
financiada a preço de custo pressupõe que todos participem igualitariamente. Se um fica
inadimplente e o outro paga, a obra não pode seguir o ritmo, o fluxo de caixa adequado.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O valor que ele já pagou foi aplicado na
seccional, foi aplicado na construção dos empreendimentos. Quando ele sai, o valor que ele
contribuiu, com uma carência de 12 meses e em 36 vezes, é devolvido com uma redução de
10% na taxa de administração. Aí ele recebe os valores de volta. É estatutário e faz parte do
termo de adesão dele.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC foi feito em 2004, na gestão anterior.
Quando entrei, o FIDC já estava em andamento. A constituição do FIDC? Eu posso fazer
uma apresentação rápida do FIDC para expor?
111
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Gostaria de ouvir sim, porque esse assunto é
bastante importante.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC foi instituído em junho de 2004, foi
registrado na CVM em julho de 2004 e liquidado em novembro de 2009. Nesse período de
integralização, ele começou em 6 de setembro de 2004, que aí foi na gestão anterior, e
concluiu a integralização das cotas dia 16 de junho de 2005, quando eu já estava na
Cooperativa, foi a conclusão da integralização das cotas.
O valor integralizado pelos cotistas sênior foi de R$ 39.720.000,00 e o valor
resgatado por eles foi de 53 milhões, ao longo desse período de 2004 a 2009, na verdade, de
2005 a 2009, que começaram as amortizações.
A rentabilidade foi de IPCA mais 6% para cada um dos cotistas. Em algumas
negociações que fizemos nós conseguimos reduzir a taxa de juros que tinha sido implantada
112
no FIDC e isso possibilitou que a gente repassasse esse desconto aos cooperados. Então,
fizemos uma assembleia para o encerramento do FIDC, e apresentamos nessa assembleia a
redução do pagamento de multa, juros e o cooperado passava a pagar somente o valor
principal, por conta também de uma redução de uma obrigação também que a Cooperativa
tinha.
O FIDC é um fundo de investimentos em direitos creditórios, ou seja, ele antecipa
recebíveis. Então, o recebível a longo prazo que o cooperado tinha com a Cooperativa foi
descontado junto aos cotistas no curto prazo.
A administradora do FIDC foi a Planer Corretora de Valores. O custodiante foi o
Banco Itaú, posteriormente foi o Bradesco que deu continuidade na custódia dos títulos e na
operação. Auditor foi a Deloyd, uma empresa de consultoria, todos os anos o FIDC foi
auditado. Agência classificadora de risco foi a Standard and Poor´s, que também durante
todo esse período classificou o grau de risco do FIDC da BANCOOP. A assessoria legal foi
Levy Salomão, a assessoria que instituiu o FIDC, que fez todo o parecer jurídico para
instituição do FIDC. E a regulamentação e fiscalização do FIDC foi feita pela CVM,
Comissão de Valores Mobiliários. Essas são as informações do FIDC.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na nossa gestão nunca fez e acho que nunca fez
antes. Nunca vi nenhum registro disso.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por que esse não é o objeto dela.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eram fundos de pensão, fundações. Tem mais
uns três ou quatro.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Nós negociamos. O FIDC foi constituído
com IGPM mais 12,5% e ao longo desse período, depois que assumimos, começamos a
fazer algumas negociações. A princípio fizemos negociações para alongar o prazo de
pagamento.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi alongado de três para cinco anos. E depois
fizemos uma negociação para por fim ao FIDC e nessa negociação nós conseguimos uma
redução.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. Ali está quanto foi aplicado, integralizado
por eles e quanto foi resgatado.
devolveu todo esse dinheiro. Então, a situação da Cooperativa era razoável, ela pôde
devolver todo esse dinheiro para todos os aplicadores.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ela conseguiu devolver em 2009, que ela fez um
empréstimo para conseguir liquidar o FIDC, até porque as condições...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. E também abriu uma negociação com os
cooperados. Aquilo que falei, com a possibilidade de redução dos juros, também foi possível
reduzir, em contrapartida, o pagamento dos cooperados. Se você reduz a sua obrigação, você
reduz também a sua receita. Nessa redução, também alguns cooperados fizeram acordos e
negociações, e também pagaram uma parte, que contribuiu para integralizar esse valor.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Essa diferença são os recebíveis. A gente até tem
todas essas composições. No primeiro ano, que foi 2005, a primeira amortização do FIDC
118
deveria ser em agosto de 2005, um terço do valor aplicado. Era um montante grande. Nesse
período, como o FIDC integralizou valores até junho e tinha de liquidar já em agosto, uma
parte do valor das cotas integralizadas já ficou para liquidar o FIDC. Não vou dizer que nos
últimos cinco anos foram 100% os recebíveis dos cooperados. Uma parte foi o próprio
dinheiro do próprio FIDC que amortizou a primeira parcela. E aí as amortizações eram
anuais e a próxima amortização foi em 2006, e, se não me engano, posso depois, se os
senhores quiserem fornecer esses dados. Depois nós fizemos uma outra negociação
alongando o prazo, e aí passou a diminuir o valor das amortizações também anuais e depois
fizemos uma outra negociação que começou a fazer amortizações quase que mensais. Desde
que o fundo constituía um determinado valor, já fazia amortização e já distribuía para os
cotistas. Então, teve, ao longo desse período, várias negociações.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Queria lembrar que a palavra está com o
Deputado Waldir Agnello. Só a minha última observação. A senhora considera que foi boa
para os cooperados a captação de recursos do FIDC?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Pelo que a gente pode apurar, foi importante
para concluir várias obras. A obra não só se conclui fisicamente. Ela tem toda uma
regularização documental depois do pós-obra, para se fazer. E isso foi importante para poder
regularizar essas obras. Tinha um montante de impostos e empreiteiros que era necessário
regularizar nesse período de 2004 e 2005, então o FIDC contribuiu com o seu papel para
regularizar as obras que já estavam entregues e para alavancar algumas obras que
estavam em construção. Acho que foi importante nesse sentido.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Que tipos de serviços ela presta para a
BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Bangraf emite os boletos. Os boletos são pré-
impressos e depois a gente só imprime os dados específicos de cada cooperado e também os
nossos materiais, os nossos boletins, os nossos informativos, a revista.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que, com os boletos, algo em torno de
três mil reais, alguma coisa assim. As revistas e os boletins, eu não tenho certeza, mas é algo
em torno de seis mil, três mil.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora acredita que essa é uma prática
correta, o procedimento correto dentro de uma compra frequente, na questão preço? Vocês
acham que isso pode estar lesando o cooperado ou não?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Mas se não faz nenhum tipo de comparação,
como a senhora pode afirmar que não tem prejuízo?
121
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Dois milhões e pouco, não sei se quatrocentos
ou set ecentos, em torno disso.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em que período foi feita essa captação? É
um empréstimo?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não foi pago. A gente renovou o contrato. O
contrato está vigente ainda e deve estar com prazo de vencimento para dezembro de 2011.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E que custo terá para o cooperado esse não
pagamento do empréstimo feito? Deve ter multa, juros. Isso não será cobrado nenhum
adicional pelo não pagamento desses empréstimos?
nessa taxa, nos mesmos moldes do FIDC, e dentro daquilo que falei que a gente pôde
repassar essa isenção de multas e juros para os cooperados.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – É um valor grande, para não se lembrar, não
é?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Acabei de dizer que a gente reduziu a taxa
de juros e repassou essa redução da taxa de juros para os cooperados, isentando o pagamento
de multa, juros e tabela Price dos cooperados.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Com base no balanço de 2009, o nosso grau de
endividamento, nós temos ativos suficientes para cobrir os passivos que tem. O nosso grau
de endividamento é em torno de 89%. Então, mais ou menos, 89, 90 milhões para uma
receita aproximadamente em torno disso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma boa parte deles estão vencidos, são os
recebíveis de cooperados, e que a gente vem buscando negociações, soluções negociadas
para resolver esse problema, tanto da parte dos cooperados quanto da parte dos nossos
credores. Nós temos feito negociações nas duas pontas, para resolver esse problema dos
ativos e passivos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma só, que foi transferida para uma
construtora, para conclusão.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não, foi opção dos cooperados. Os cooperados
que solicitaram e a BANCOOP não criou obstáculos. Todos os cooperados que solicitaram
transferir a conclusão dos empreendimentos para outra construtora, para uma construtora, a
BANCOOP não criou obstáculos e criou condições para que isso acontecesse.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Alguns dos depoentes que por aqui passaram
deram conta de que havia movimentação em dinheiro no ambiente dos escritórios. A senhora
chegou a presenciar algo dessa natureza?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não sei de quem era. Só viam dinheiro.
Alguns falaram em pacotes, em sacolas. Estou só reproduzindo o que já foi dito aqui. A
senhora deve ter conhecimento disso. Não?
recursos próprios para ir numa agência da Caixa Econômica Federal, também não pode ser
recebido no banco onde temos conta, para poder fazer aquele pagamento.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora tem total domínio sobre essa
operação?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Participo do começo ao fim, passa por mim e
pelo Vagner, o que diz respeito à área dele.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Olha, eu não conheço, não tenho conhecimento
desse caso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu não gostaria de responder sobre uma coisa
que não tenho conhecimento.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora quer dar uma olhada? Pediria ao
Presidente que anexe.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Levantar o caso e com o maior prazer atenderia
a CPI, vendo essa situação.
127
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – É uma página só, rapidinho. Como nós
estamos dando todo o tempo suficiente para a senhora fazer uma boa exposição do seu
trabalho.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu não tenho como falar disso. Posso remeter,
posso voltar aqui. Com as informações que tem aqui, não consigo identificar o que tem
desse processo.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora acha que é possível isso acontecer
ou há algum exagero, alguma distorção?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A depoente tem dois advogados agora aqui?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim. Até por sugestão da própria CPI, a gente
soube no final do mês de junho, por orientação da diretoria, o Dr. Pedro e os outros
advogados da BANCOOP procuraram os advogados dos cooperados para conversar sobre
isso. Os cooperados apresentaram essa proposta e a gente está tomando as medidas para
tentar viabilizá-la de uma forma que possa resolver o problema de todo mundo e solucionar
os problemas que tem.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esse caso que acabo de mostrar, ele seria um
dos casos que o cooperado precisa de uma solução. E o que está sendo oferecido, pelo que
pude perceber, é que haja uma redução de 50% do valor a ser cobrado pela BANCOOP para
que o cooperado então quite o seu débito com a BANCOOP.
Mas existe aí uma questão da gestão do dinheiro, que já foi pago, uma questão do
contrato que foi firmado e tal. E a senhora, de novo me remetendo a esse caso que está em
suas mãos, a senhora ofereceria para esse caso que tipo de acordo?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A solução que está sendo construída não está
sendo solução individual. Está sendo construída uma solução macro, abrangente, que resolva
todos os casos. Cada seccional, por exemplo, essa aqui é a Seccional Village di Palmas, que
teve reunião na BANCOOP esta semana com o representante dos cooperados e com os
advogados, os nossos advogados também e o pessoal da área técnica e financeira, já
discutindo as condições e as soluções para esse empreendimento.
Então, a solução para este caso passa pelo acordo global, pela solução geral, que
também o empreendimento está em discussão. Tem uma comissão de cooperados e os
advogados participando em conjunto de qual vai ser a alternativa para o empreendimento e,
dentro do empreendimento, qual a solução de cada um dos cooperados.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nunca tinha passado por essa experiência antes?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Gostaria de saber, a senhora foi convocada para
vir aqui no dia 22 de junho. A senhora se lembra por qual motivo não veio no dia 22?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi por solicitação inclusive dos nossos
advogados, inclusive foi uma solicitação por escrito, solicitando que a BANCOOP viesse
numa sessão específica, no conjunto da sua diretoria, para que a gente pudesse fazer uma
apresentação global da diretoria. A gente protocolou uma correspondência nesse sentido.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Foi uma solicitação, por escrito, feita à
Presidência?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – E também fui desconvocada, dessa vez não por
escrito, mas uma solicitação.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Só para entender, por que houve um
requerimento por escrito à Presidência, depois o Deputado Mentor também interferiu.
A senhora assumiu, como diretora da BANCOOP, em 2005?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então a senhora não sabe dizer por qual motivo
eles foram a Petrolina?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. O que disseram na BANCOOP é que eles
estavam em férias. Quando a gente assumiu, em 2005, disseram que eles estavam viajando
em férias. Só soube quando assumimos na BANCOOP, nada mais.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – No caso de vacância, tem de chamar eleição seis
meses depois, alguma coisa assim.
133
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Sr. Tomás, aqui em depoimento, disse que no
dia seguinte ao acidente houve uma reunião entre os dois para deliberar qual dos dois seria o
presidente. Gostaria de saber se não há nenhuma previsão no estatuto da BANCOOP quando
acontece esse caso?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, o estatuto dizia que deveria assumir o
diretor administrativo? Quem era o diretor administrativo?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Se era o Vaccari, V. Sa. sabe dizer por que então
teve a conversa para definir, assumo eu ou assume você?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Olha, não sei. É uma conversa do Vaccari com o
Tomás. Não sei responder disso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Vaccari há uns 28 anos, mais ou menos, desde
o Sindicato. O Tomás... Eu conheci o Tomás, via o Tomás no Sindicato, quando começou a
BANCOOP e depois fui ter contato com ele na gestão, em 2005, no período em que ele
ficou como diretor.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sobre esse caso não; nunca teve nenhuma
conversa sobre isso.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Como são as reuniões de diretoria? Com que
frequência elas ocorrem, como é o processo de deliberação, quem participa são só os
diretores, tem alguém redigindo ata? Como isso acontece?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Como somos poucos diretores, numa época três
e na maioria do tempo dois, agora estamos só eu e o Vagner, a gente geralmente faz as
reuniões em conjunto com o corpo gerencial da BANCOOP, ali, para pegar sensibilidade,
discutir os problemas de cada um dos setores, fazer uma discussão mais abrangente, geral,
sobre a Cooperativa.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Temos reuniões específicas nossas para
alguma outra coisa necessária, mas a gente, até para poder ampliar as discussões, a gente
tenta fazer as reuniões, sempre que possível, com o corpo gerencial, o pessoal que está no
dia-a-dia lidando com todas as questões, que nos ajuda na tomada de decisões.
135
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Num período a gente tentava manter
semanal, agora mais...
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desculpe. Semanal, qual das duas, a conjunta ou
só da diretoria?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A conjunta. As outras, como a gente está ali no
dia-a-dia, a gente já vai resolvendo os problemas que tem no dia-a-dia.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É que o depoente anterior disse que algumas
decisões são da diretoria e algumas decisões são dos gerentes. Queria entender um pouco
mais, porque ele não soube exemplificar quais decisões são da diretoria, quais decisões são
dos gerentes. Agora fiquei um pouco mais confuso, porque tem decisões de diretoria e
gerentes juntos?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – São cinco gerentes. Tem execução de obras. São
separados. A diretoria técnica tem os gerentes da área técnica e a diretoria financeira tem os
gerentes da área administrativa e financeira.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Às vezes, a gente convoca até por e-mail, porque
como tem gerente que também fica em obras, então às vezes manda uma e-mail pedindo que
venha para uma reunião.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Das reuniões de gerente? Às vezes a gente faz
relatórios das reuniões.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Faz relatório do que foi discutido e quais foram
os procedimentos adotados ali.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na maioria das vezes faz um relatório para
registrar os procedimentos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, na maioria das vezes faz e poucas vezes
não faz?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Tanto das reuniões de diretoria mais gerencia
quanto das reuniões só de diretoria?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esse vínculo foi o suficiente para V. Sa.
participar da decisão do Sindicato de fazer o empréstimo à BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Todas as discussões com o Sindicato a gente fez
com o conjunto total da diretoria, não só com a diretoria executiva do Sindicato, como
também com os diretores de bancos, os coordenadores de bancos, enfim, com todos os
diretores. Sempre levamos ao conhecimento da diretoria do Sindicato os problemas da
BANCOOP e a necessidade da manutenção da parceria e de ajudar nessa recuperação da
BANCOOP.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sim, mas queria entender. Nessa reunião a
senhora estava como diretora honorária do sindicato ou estava como diretora da
BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então não estava ocupando o cargo de diretora
honorária naquele momento?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que as duas coisas se confundem. Estava lá,
mas eu faço, participo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A Bangraf não tem uma diretoria. A
Bangraf é um departamento do Sindicato.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É que o depoente anterior disse que os diretores
da Bangraf são os diretores do Sindicato.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu fui diretora do Sindicato por 12 anos, fui
diretora administrativa, fui financeira do Sindicato, me aposentei enquanto ainda era diretora
do Sindicato. Então, pelo período em que eu atuei no Sindicato, pela importância do
trabalho, pela contribuição que a gente pode dar para o Sindicato. Inclusive ainda hoje, o
Sindicato, os diretores do Sindicato resolveram nos convidar para continuar podendo
participar de reuniões, podendo ajudar nos debates de condução, de estratégia, quando há
necessidade.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que é de 700 reais, alguma coisa assim.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual é hoje o valor, se há esse valor, da dívida
da BANCOOP com o Sindicato dos Bancários?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que até agosto de 2005. Nós entramos
em fevereiro, começo de março, e na sequência já encerramos os contratos. Deve ter sido
agosto ou setembro de 2005.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nessa fase de fevereiro a agosto de 2005 houve
algum pagamento da BANCOOP à Germany?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei precisar agora. Os pagamentos que eram
feitos eram com base nas medições.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que foi em 2006 que a gente passou a
pagar diretamente em conta do fornecedor.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também não. Também foi encerrado o contrato
em 2005.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por que houve o encerramento do contrato entre
a Germany e a BANCOOP e a Mirante Artefatos de Concreto?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Mirante não me lembro exatamente como foi
dado o encerramento. Sei que nós passamos a qualificar de outra forma os fornecedores e
também resolvemos...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é que não foi tão boa. A Mirante,
justamente por fazer parte, no conjunto dos seus sócios, diretores, hoje diretores da
BANCOOP, também fizemos, entendemos por bem encerrar o contrato.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A nova gestão achou por bem dar outro
encaminhamento para a forma de contratação.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Mizu não conheci. Ela já não era mais
fornecedora da BANCOOP quando nós assumimos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A Revista Veja traz a notícia de que essa
entidade recebeu uma doação de 35 mil reais para uma ONG sediada no endereço desse
centro espírita. A senhora sabe que ONG é essa que recebeu uma doação?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não costuma. Foi nesse processo. Quando nós
nos deparamos com essa situação, achamos que, pelo menos, humanitariamente, interromper
145
uma doação naquele momento, com 70 crianças naquela condição, era uma situação difícil.
Então fizemos, desaceleramos a forma de doação, para que depois ela pudesse continuar
com outros patrocinadores.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei dizer precisamente. O Tomás vinha da
gestão anterior, a gente chegou da forma como todas as gestões, toda nova direção entra
numa empresa e quer entender tudo, quer saber os procedimentos atuais. No nosso caso,
contratamos as assessorias para que nos auxiliassem a fazer esse Raio X da BANCOOP e
começamos a tomar algumas medidas de mudança que a gente achava conveniente. Então,
acho que, em algumas reuniões o Tomás discordava de algumas coisas. Então, acho que por
isso ele saiu; ele se licenciou de início e depois renunciou.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ele não se adequou, portanto, à nova direção da
Cooperativa?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem uma demanda judicial aí, que nós estamos
com controvérsia jurídica com o Tomás, em que ele recebia, tinha os pagamentos que ele
fazia à cooperativa, mas a demanda judicial é para que ele apresentar os correspondentes
documentos daquela prestação de serviço. É uma demanda que está na justiça e ele entende
ser credor e a gente não discorda, mas queremos que apresente a documentação
comprobatória sobre isso.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora sabe dizer qual o crédito pleiteado
por ele na ação?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então ele não é autor de nenhuma ação cível
contra a BANCOOP?
147
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. O que ele diz é o seguinte. A BANCOOP é
a autora e ele entrou com uma reconvenção na própria ação. Nós entramos cobrando e ele
entrou na ação exigindo o pagamento.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O que aconteceu e acho que o Tomás deve estar
querendo se referir, é que o fato da gente ter desmobilizado algumas obras, para não
aumentar o problema, isso parou a Cooperativa, porque a Cooperativa é uma cooperativa
habitacional. O objetivo dela é construir moradias.
E aí, nessa controvérsia jurídica toda que acabou existindo, as obras sendo
paralisadas, então a situação hoje não é uma situação adequada, não é uma situação ideal. O
bom seria que ela estivesse como já foi em alguns tempos, com várias obras em construção,
com vários lançamentos, enfim, operando numa normalidade. Ela tem dificuldades hoje,
com certeza, mas que a gente espera que solucione e volte a contribuir nesse processo do
148
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, isso pode ser resumido na frase dele: é a
mesma coisa de pegar uma Ferrari a 220km/h numa reta e enfiar o pé no freio?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Então, não sei o que o Tomás se referiu falando
disso. Estou dando a minha opinião sobre a BANCOOP, hoje.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A BANCOOP tem na totalidade dos seus ativos
em torno de 108 milhões. Esse é o patrimônio que a BANCOOP tem previsto.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses 108 milhões se referem a quê? Aos
recebíveis, a empreendimentos?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que tipo de ativos nós estamos falando para
compor esses 108 milhões?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Dos 108 milhões, quanto são de recebíveis?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que uns 80%, mais ou menos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A BANCOOP então, tem no seu ativo hoje, um
crédito, que ela entende devido, de mais 80 milhões com os cooperados?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós temos as entidades de classe que nós
fizemos contratos de mútuo, tem o Banco Bradesco, alguns fornecedores que têm as
retenções técnicas, a devolução para cooperados de obras descontinuadas ou cooperados que
se desligaram da Cooperativa, tem uma demanda judicial na área trabalhista, que é
necessário estar resolvendo. Das grandes contas, que me lembre, são essas.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O total de ativos são 108 milhões. O total de
passivo, de dívida é...?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais ou menos 90% disso, deve dar uns 90 e
poucos milhões. Estou me referindo ao balanço de 2009.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora disse aqui cinco principais tipos de
dívida. Há entidades de classe. Têm outras, além do Sindicato dos Bancários?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é muita coisa. Eu acho que é alguma coisa
em torno de 800 mil reais, mais ou menos. Tem também algumas dívidas de PPI que ainda
nós estamos liquidando.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Também percebi aqui do relatório que a senhora
elaborou, não achei aqui a parte da transparência referente aos FIDCs.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que foi apresentado depois, numa solicitação
do Deputado.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu havia entendido que era uma parte da
apresentação que não havia sido feita anteriormente. Se puder ser anexado.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje, eu acho que tem uns 25 funcionários, mais
ou menos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Dr. Arnaldo está aí, acho que umas 400 ou
500 ações, mais ou menos. Mas não são ações em que a BANCOOP é ré. São ações de
empreiteiras, em que a BANCOOP é colocada como subsidiária.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Foi chamada ao pólo passivo de alguma forma.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Dr. Vagner, que veio acompanhando, assumiu
interinamente a Presidência?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O jornal O Estado de São Paulo noticiou que as
contas bancárias de V. Sa. estão bloqueadas pela justiça. É verdade?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A conta na está bloqueada. O que teve foi
um pedido de bloqueio judicial. Eu posso movimentar a minha conta normalmente. Teve um
pedido de bloqueio judicial numa ação, se não me engano de devolução.
152
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas a solicitação é de bloqueio das contas dos
diretores ou da BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço, Sr. Presidente. Por ora, eram esses os
questionamentos.
realizados e quero saber o conhecimento de V. Sa. Obviamente V. Sa. sabe do que estou
perguntando.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não que eu conheça cheque nominal ao banco
com código de... Às vezes a gente faz, aí não sei se o cheque vai nominal ao banco ou vai
nominal à Cooperativa, a compra de cheque administrativo. Às vezes algum fornecedor
solicita o pagamento em cheque administrativo, então você compra um cheque
administrativo. Mas eu acho que também o cheque administrativo deve ser nominal à
BANCOOP. Cheques nominais ao Bradesco são cheques para pagamento de boletos, cheque
nominal ao banco. Cheques nominais à Cooperativa ou é para depósito nas próprias contas
da Cooperativa ou para saque.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim. Desde 2005, eu assino todos os cheques
praticamente da Cooperativa. Se tiver algum caso específico que eu puder saber e responder
especificamente sobre esse.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Às vezes, na obra precisa comprar alguma coisa,
fita crepe, você tem essas pequenas despesas. Tem algumas guias judiciais que não se pode
pagar em cheque e não se pode pagar no banco no qual a gente tem conta. Só pode ser pago
na Caixa Econômica Federal. Então, a gente sempre tem uma reserva para pagamentos
dessas guias judiciais. Em grande parte, os saques são para essas coisas, para cobrir as
pequenas despesas. Às vezes tem de ir para a Praia Grande resolver um problema no
cartório, então vai para pedágios. Enfim, um conjunto de pequenas despesas, a gente deixa
um pouco com cada um dos gerentes das obras, o engenheiro da obra para as necessidades
emergenciais da obra, e ele também presta conta dessas emergências.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Dona Ana Maria, eu não estou querendo
confundi-la. Talvez eu até me confunda mais. O que queria saber é o seguinte e isso eu
posso concluir das afirmações que a senhora fez aqui: que todos os cheques que são
nominais ao Bradesco são para pagar despesas de um boleto, 10 despesas, faz ao Bradesco e
paga as despesas.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. É o que ele está dizendo, que a gente está
discutindo, que talvez possa ser uma confusão, é que existem cheques nominais à
Cooperativa, que são depositados na própria conta da Cooperativa, e que esses cheques são
de valores maiores do que as pequenas despesas, e que esses cheques entram como cheque
em espécie. É como se você tivesse sacado e depositado automaticamente aquele cheque.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É isso. Desde que nós fizemos a separação das
contas entre as seccionais acontece muito isso, de uma conta, uma nota ser rateada em várias
contas.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso que eu disse. Foi criada em 2003.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Juntou tudo numa única conta e começou a ter o
empréstimo solidário de uma conta para outra.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eram três diretorias, o Vaccari não é mais.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Manolo, o Manoel, que está aqui; Daniela, que é
a gerente administrativa; Saraiva, que é gerente de controladoria; Edgar, gerente de
orçamento e planejamento, esse da área técnica; e o Cláudio, que é o gerente de execução,
engenheiro. Edgar e Cláudio são engenheiros de execução.
158
A SRA. ANA MARIA ERNICA – As obras concluídas estão todas numa única
conta, até porque ela não gera mais despesa. É uma conta mais para recebimento. E as
contas em construção, as seccionais em construção são contas separadas, cada uma tem seu
CNPJ específico e sua conta específica e a movimentação dela é na própria conta.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ele é bem relativo em virtude das negociações.
Nesse último período a gente conseguiu alavancar algumas negociações, conseguimos
resolver várias questões, então tivemos um pouco mais. Mas tem sido uma média de 300,
400 mil.
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – 300 a 400 mil reais por
mês?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não mais do que isso, na totalidade que entra,
não só das obras, quanto das negociações ou de pagamentos de terreno que a gente ainda
vem recebendo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Cada obra tem o seu próprio fluxo de caixa. O
que entra é a mesma coisa que sai para compatibilizar as suas despesas. É o fluxo de caixa,
receita e a despesa da própria obra feitas na própria conta e os recursos daquela obram ficam
naquela obra. Essas, em torno de mais ou menos isso, são as despesas mensais da
Cooperativa com folha de pagamento, com manutenção de sede, com pagamentos de
advogados.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não com obra em andamento. É que mesmo
uma obra parada gera despesa, então você tem pagamentos de IPTU, tem pagamento da
ronda diária, tem pagamentos de documentação. Mesmo a obra parada, ela gera despesa.
161
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não com custos administrativos. Com todos
esses custos, com o conjunto desses custos todos, das despesas.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nos empréstimos, não. Ah! Tem uma hipoteca
do quinto andar, em garantia do acordo do contrato de mútuo com o Sindicato.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem algumas ações judiciais em que os juízes, a
gente entra com o pedido de não ter os bloqueios, os juízes pedem para apresentar algum
bem. Geralmente, a gente apresenta alguma máquina que ainda possa ter em obra, um
guincho.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que tem sim. Podemos levantar
também.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qualquer documento trazido a esta CPI, vamos
supor que qualquer um aqui tenha algum documento comprovando alguma coisa, alguma
denúncia.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Este ano, nós não tivemos necessidade de
nenhum.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tinha um ato formal de aprovação. A gente
solicitava. Fizemos um contrato para cada um dos empréstimos, a gente fazia um contrato e
assina o contrato. A diretoria subscreve os contratos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na medida em que havia necessidade para cobrir
as despesas, a gente solicitava ao Sindicato, às vezes por escrito, às vezes íamos conversar.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu assinei todos eles, junto com o diretor-
presidente à época. Às vezes com o Vaccari, às vezes com o Vagner.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – São todas aprovadas em assembleia; todas essas
entidades...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós temos retenção técnica, uma parte dela, eu
acho que é em torno de 300, 400 mil, mais ou menos, tem mais alguns fornecedores que nós
estamos com alguns pagamentos em aberto, talvez mais uns 200, que é o que a gente tem. E
tem outro fornecedor também, mais ou menos uns 300 mil, que é quem faz o desdobro do
IPTU das unidades entregues. Mas, todos eles nós estamos conversando e buscando
regularizar a situação. Inclusive conversando de uma forma que eles possam participar dessa
solução geral que está sendo construída na BANCOOP.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Demanda judicial está vindo para o acordo. Nós
também estamos chamando as pessoas que estão com demanda judicial para estar compondo
o conjunto do acordo. O acordo precisa ser macro, tanto se você reduzir na receita, você tem
de reduzir na despesa, senão, a conta não fecha.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Varia. Não consigo lembrar agora, mas tem de
todo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Milhares. Nesses últimos cinco anos, sim.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Desde que a gente entrou, a gente solicitou que
os cheques fossem cruzados, nominal cada um, e para pagamento do próprio fornecedor.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que era delegado aos diretores que estavam na
BANCOOP fazer a gestão.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem de questionar o próprio Vaccari. Não posso
responder por ele.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A BANCOOP tinha os outros diretores que
pelo estatuto da BANCOOP dois diretores em conjunto podem gerir a Cooperativa. Não há
necessidade de estar lá no dia a dia se for nesse caso.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas constava o nome dele como diretor? Era
diretor, mas não participava?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Conheci. Ele era diretor do Sindicato na mesma
época em que eu era também.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Quem assina os empréstimos pelo Sindicato são
o presidente e o diretor financeiro.
pagamento? Eles recebiam também? O Tomás, como diretor? Todos os diretores recebem
como verba de representação?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Desde que a gente assumiu a gestão, sim. Os
diretores recebem como verba de representação.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Vaccari, pelo que tenho conhecimento, não
recebia. O Luis Malheiro recebia, o Tomás recebia, que eram os diretores anteriores, que
ficavam na BANCOOP ali no dia a dia.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que nós temos aqui, se não me engano...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – 30% das unidades da BANCOOP não tiveram
nenhum rateio. Ali tem a margem de erro e ali deu: até 10% do custo estimado o rateio foi
de 70%, ou seja, em 70% dos casos o rateio foi até 20% do custo estimado, sendo que 30%
deles não teve praticamente, nenhum rateio. Numa grande maioria das unidades da
BANCOOP o rateio foi até 20% do custo estimado.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem. De 20 a 30%, 28%. Acima de 30%, 2,8%.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais de 30%, 2,8%. São 106 unidades com mais
de 30% do custo estimado.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Depois vem falar que não quer politizar
a CPI. Quem quer politizar são vossas excelências. Eu pediria que o senhor continuasse na
Presidência e continuasse seu depoimento.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho aqui. Da mesma forma, podemos
levantar, mas não tenho aqui essa informação.
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A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje deve ser em torno de uns 20 mil, 30 mil
reais, mais ou menos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É uma obra que está em recomposição do fluxo
de caixa. São nove obras que a gente está em construção. Essas obras eram 10, uma estamos
182
entregando agora, só está aguardando a expedição do habite-se. Essas outras todas – uma
obra parou num determinado tempo, outra em outro. Não tenho um prazo em que cada uma
parou. O problema é que não tem o fluxo de caixa. Então, a Cooperativa sobrevive com os
recursos dos cooperados. Se não tem pagamento, não tem como a gente fazer a obra.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A do Bela Cintra? Acho que desde 2006.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Não é uma das minhas atribuições essas
reuniões. Tenho participado das discussões internas de diretoria.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Temos negociado com os nossos credores,
os nossos fornecedores, para viabilizar.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A OAS, por indicação dos cooperados, está
participando no Anália Franco e no Colina Park, que são duas obras, dois empreendimentos,
acho que três agora, tem mais um que já solicitou a participação da OAS. Outros
empreendimentos estavam com a construtora...
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não perguntei nada, você não está com a
palavra e nem eu.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Temos o Torres da Mooca, que até agora não
tem nenhuma. Os demais, todos estão buscando uma solução, estão vindo ver como resolve
a solução.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu já fui filiada, acho que sou ainda, ao Partido
dos Trabalhadores. Sou filiada ao Partido dos Trabalhadores.
Estado, mesmo sendo no último ano de mandato, mesmo tendo um excesso de arrecadação
em relação ao orçamento bastante significativo nesse último período, ainda assim solicita a
antecipação desses recebíveis, nos valores que eu mencionei superiores a um bilhão e 200
milhões de reais.
E as informações que nós temos nos dão conta de que essa composição financeira
oferece para o Estado de São Paulo custos da ordem de 10 a 12% no pagamento para os
investidores.
Portanto, quero até mencionar aqui que o FIDC que foi implementado pela
BANCOOP e que acabou finalizado com um juro de 6% ao ano, se não me falha a memória,
comparativamente, não sei se é um bom negócio financeiramente, eu não sei, mas
comparativamente ao que está sendo discutido e implementado pelo Governo do Estado em
relação às concessionárias das rodovias ele vai sair pela metade do custo financeiro; ele saiu
pela metade do custo financeiro do que foi apresentado pela BANCOOP.
Queria só fazer essas rápidas considerações e agradecer à nossa depoente e aos
demais Deputados.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, gostaria de fazer mais duas
perguntas à depoente, mas se tratam de documentos que nós recebemos do Ministério
Público, em sigilo fiscal, de forma que gostaria de solicitar a V. Exa. a transformação desta
reunião numa sessão secreta, para que a gente possa trazer aqui cópias de documentos que
estão em sigilo fiscal.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – São duas ou três perguntas, mas eu não posso
fazer isso de público, porque se tratam de dados em sigilo fiscal. Então, gostaria de solicitar
a V. Exa. que transformasse a reunião em sessão secreta, para que a gente possa apresentar
esses documentos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Documentos que estão no inquérito que nós
recebemos do Ministério Público.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que estão em sigilo fiscal e eu não posso aqui
apresentar de público, porque seria quebra de sigilo. Então gostaria, para fazer a pergunta,
que se trata de um documento em sigilo, que a gente transformasse a reunião em secreta e aí
para que eu possa fazer a indagação à testemunha.
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Foi negado por duas vezes. Inclusive tenho
testemunhas.
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – São os dados que o Ministério Público enviou,
são documentos que fazem parte do inquérito policial. São dados fiscais que estão em sigilo
fiscal.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Até mesmo os dados que nós solicitamos à
Secretaria da Receita, eles serão compartilhados. O sigilo não será quebrado, pelo que eu
entendi.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, eu penso que para que se possa
discutir qualquer documento que chegue a esta CPI, é preciso que seja do conhecimento dos
membros da CPI.
No caso, como o Deputado Bruno Covas está nos apresentando agora uma
solicitação que não é do conhecimento da CPI, portanto, eu penso que não seja regimental,
não deva ser admissível que esta reunião se transforme agora em sessão secreta para
apresentação de um documento novo, que não é do conhecimento dos demais membros
desta CPI. Pelo menos do meu conhecimento não é, apesar de não ser membro efetivo, eu
estou aqui na qualidade de Líder da Bancada do PT e quero solicitar de V. Exa. que
convoque sim uma reunião secreta, com o conhecimento antecipado de todos os membros da
CPI a respeito da documentação que vai ser apresentada para que a gente possa, aí sim,
discutir o questionamento que o Deputado Bruno Covas quer fazer.
Fora disso, eu penso que seja absolutamente anti-regimental uma novidade como
essa chegar à CPI como se fosse caída do céu. Não é possível que nós tenhamos uma coisa
como essa.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, deixa eu tentar, ver se consigo, já
neste momento, atender a solicitação de V. Exa., a solicitação do Deputado Antonio Mentor.
Veja, entendo que não se trata de documento novo, é um documento que está no
inquérito policial, mas não vejo nenhum problema em nós suspendermos a reunião, a gente
reabre a reunião na terça-feira que vem, já de forma secreta. Não vejo nenhum problema em
a gente fazer isso.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ainda quero apenas que o Presidente aja neste
episódio da mesma maneira que agiu ao início desta reunião, quando nós solicitamos ao
Presidente que fossem ouvidos dois dirigentes da BANCOOP concomitantemente, apenas
para apresentação. V. Exa. não permitiu que isso acontecesse. Por quê? Porque disse que
esse requerimento tinha de ser apresentado com a antecedência necessária, que tinha de
constar da pauta, e quero que o Presidente aja da mesma maneira agora com relação ao
requerimento do Deputado Bruno Covas.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro. Vai tentar, mas não vai conseguir. Mas
pode tentar.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, não se trata de uma nova
convocação.
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